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DEFINIÇÃO

O projeto e a criação do espaço como atribuição profissional do arquiteto e urbanista. A descrição das
diversas etapas dos projetos, de suas diferentes escalas e complexidades, e ainda o reconhecimento da
importância do desenho arquitetônico (manual e digital) como forma de comunicação entre profissionais
envolvidos no projeto.

PROPÓSITO
Reconhecer o papel do arquiteto e urbanista na construção e requalificação das edificações e no
planejamento das cidades, de modo a garantir qualidade de vida ao homem e conservação da natureza,
por meio de planejamento e projeto, quando estes configuram soluções para os problemas detectados
por uma pessoa ou um grupo de pessoas.

PREPARAÇÃO
Serão necessários alguns desenhos de projeto de arquitetura, urbanismo e paisagismo, para que o
aluno consiga perceber as diferenças de escalas, as diversas soluções em função destas, e os itens a
serem representados em cada tipo e etapa do projeto. /
MÓDULO 1

 Identificar os campos de atuação e como atuam os arquitetos e urbanistas, além dos diversos tipos e
escalas de projetos de arquitetura e urbanismo

INTRODUÇÃO
Como ponto de partida, cabem os seguintes questionamentos com relação ao projeto arquitetônico:

Fonte: Freepik / Freepik

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/
O PROJETO SE DEFINE COMO UM PROCESSO DE
SOLUÇÃO DE UM PROBLEMA EM UM TEMPO
DETERMINADO QUE DEVE SER GERENCIADO, DE MODO A
CONTROLAR DIVERSAS VARIÁVEIS QUE IMPACTAM NAS
DECISÕES.

O arquiteto projeta espaços pequenos, como residências, e grandes, como estádios; além disso, planeja
cidades e projeta elementos urbanos e de paisagismo. Por isso sua formação é bastante diversificada.

Fonte: Laura Cleffmann / unsplash

Fonte: Willian Justen de Vasconcellos / unsplash

Ele utiliza desenhos para se comunicar com os clientes e com os profissionais envolvidos na execução
de uma construção, como, por exemplo:
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Engenheiros
(instalações, estrutura, civil)

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Ergonomistas

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Arqueólogos

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Historiadores

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Químicos

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Biólogos

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Sociólogos

A composição de uma equipe para a criação de uma edificação será em função das necessidades e
características do projeto a ser executado ou planejado.

Na história do mundo, o arquiteto é um profissional reconhecido por sua participação na construção de


vários monumentos, templos e igrejas. Porém, além disso, ele é aquele profissional que ajuda a resolver
problemas em residências, espaços comerciais e grandes escritórios.

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Pode-se considerar arquiteto como aquele que, no grupo dos humanos, construiu um abrigo, um local
para reverenciar seus mortos ou depositar seu alimento. Existem várias teorias, mas, /
independentemente do que de fato aconteceu, o importante é considerar que esse profissional se
preocupou – e preocupa – em organizar melhor, de maneira mais funcional, de maneira bela e segura.
Estes são os três princípios definidos por Vitruvius no seu livro De architectura:

UTILITAS, VENUSTAS E FIRMITAS (UTILIDADE, BELEZA E


SOLIDEZ).

Vitrivius foi um arquiteto e engenheiro romano e escreveu esse livro já na sua velhice. Isso aconteceu
provavelmente no século I d.C., com a edição feita no Renascimento. Trata-se do único texto – ilustrado
– da antiguidade clássica a que temos acesso (BORGES, 2005).

Até o Renascimento, o arquiteto era um profissional que participava ativamente da construção da


edificação. Ele estava presente no canteiro de obra, pois ainda não se utilizavam desenhos para a
transmissão de uma ideia. Tratava-se de um profissional com um papel mais prático do que intelectual.
Depois, já podendo utilizar desenhos para se expressar, o arquiteto se afasta da obra e passa a ter um
trabalho mais intelectual de projetar e planejar.

Fonte: borevina / pixabay

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Fonte: pressfoto / Freepik

OLHARES SOBRE A ARQUITETURA


A arquitetura, como é compreendida atualmente, foi concebida durante o Renascimento, segundo a
ideia revolucionária de que o papel do arquiteto era projetar, não construir. A arquitetura tornou-se,
então, um esforço puramente intelectual e o domínio do conhecimento do arquiteto era o que
chamaríamos de teórico: a razão pela qual os edifícios deveriam ser projetados de acordo com certas
características.

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Fonte: spalla67 / pixabay
 Símbolo do Renascentismo: Catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença, Itália

Além disso, seguindo Aristóteles, Leon Battista Alberti, que no século XV escreveu o De re aedificatoria
(A arte de construir), considerou o arquiteto como o verdadeiro autor do edifício, pois acreditava que o
conhecimento desse profissional era superior ao do construtor. O desenho tornou-se essencial para a
arquitetura como expressão das ideias arquitetônicas, produto do trabalho do arquiteto e elo entre
pensamento, design e construção (SCHEER, 2014).

POR QUE PROJETAR?

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
Projetar para que seja executada uma construção, para que se procure uma solução para um problema
residencial, comercial ou hospitalar.


Projetar para planejar uma cidade ou parte dela, de modo que possa crescer de maneira controlada e
ecologicamente correta, sem comprometer o futuro (sustentável), por meio de previsões do que pode
ocorrer ao longo de um período.

Envolvendo construção e cidade, de uma maneira mais ampla, temos:

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JARDINS

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PRAÇAS

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PARQUES
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Todos esses são espaços construídos, que devem ser projetados para que o homem se sinta bem e
devem funcionar de maneira adequada. Esses projetos são desenvolvidos por profissionais que estão
longe dos canteiros de obra, em seus escritórios, e que precisam se comunicar com seus clientes, sejam
eles particulares ou uma comunidade. Para isso geram desenhos, esquemas, detalhes e memoriais
descritivos e justificativos.

BREVE HISTÓRICO ARQUITETÔNICO

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Fonte: Juanita Swart / unsplash
 Representação de construção feita com material local: pedra

A arquitetura vernacular e antiga é de construções adaptadas ao meio ambiente. Eram constituídas de


materiais construtivos locais (barro e pedra, por exemplo) e suas dimensões e implantação eram
planejadas de modo a garantir estanqueidade no caso de um solo úmido e de pé direito alto,
proporcionando conforto térmico, pelo distanciamento entre o ar quente e o usuário.

Arquitetura vernacular é uma forma de construção que usa materiais locais, algumas técnicas
tradicionais, tipologias regionais e adequadas ao ambiente. Estamos falando das construções de
taipa (pau-a-pique), de adobe, madeira, pedras, bambu, telhado de palha, entre outros materiais.

A partir do século XX, com a energia barata e a tecnologia disponível para a construção, muitos dos
conhecimentos antigos foram esquecidos, resultando em construções que consomem muita energia (ar-
condicionado e iluminação) e a construção gera um impacto considerável por meio do sistema
construtivo e dos resíduos gerados.

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Fonte: Sidekix Media / unsplash

Fonte: flaticon / Freepik

Como o domínio do desenho de arquitetura faz parte da formação do arquiteto, o aluno inicia seu curso
estudando a NBR-16636, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece todas
regras de representação dos desenhos de arquitetura que compõem o projeto de uma edificação. Para
esse registro de suas ideias, o arquiteto conta hoje com programas de computador do tipo CAD, que
desenham a partir de traços – assim como se faz na prancheta. Os mais recentes, conhecidos como
programas BIM (Building Information Modeling), permitem ao arquiteto, além de outros recursos:

avaliar a eficiência da construção mediante análise do local e dos materiais construtivos;

/
realizar simulação;

percorrer a edificação;

criar tabelas, quantificando esquadrias, materiais de acabamento;

estabelecer a idade de cada elemento que compõe a construção.

Fonte: luisymiriam / pixabay


 Imagem ilustrativa do programa AutoCAD.

TIPOS DE PROJETO ARQUITETÔNICO

Fonte: geralt / pixabay /


Os projetos de uma construção, assim como os de uma cidade, são constituídos de desenhos, mas
além deles o projetista utiliza diagramas, de modo a registrar uma grande quantidade de dados, que
atualmente acompanham os programas de edifícios, como hospitais e aeroportos. Junto com os
desenhos existem textos, como memoriais descritivos e justificativos, que descrevem a edificação e tudo
aquilo que foi pensado na sua elaboração, além da especificação de materiais e legislação, entre outros
levantamentos e pesquisas. O projeto pode ser dividido em:

ESTUDO PRELIMINAR


ANTEPROJETO


PROJETO EXECUTIVO

Cada etapa tem suas especificidades. O projeto da arquitetura se caracteriza pelo planejamento de uma
edificação, ou de um conjunto de edificações, quando compõem um complexo com as mesmas funções.
Dentre outros, citamos como exemplos:

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Fonte: flaticon / Freepik

UNIVERSIDADES

Fonte: flaticon / Freepik

HOSPITAIS
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Fonte: flaticon / Freepik

AEROPORTOS

VEJA ALGUNS DOS TIPOS DE PROJETO ARQUITETÔNICO:

Fonte: nicolekeiper / pixabay


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URBANO

O planejamento urbano se concentra nas soluções para a cidade, vias, gabaritos, distância entre
edificações, taxa de ocupação e área do terreno permeável, entre outros requisitos para a
regulamentação das construções.

Fonte: Taylor Simpson / unsplash

PAISAGISMO

O projeto de paisagismo é voltado para as áreas externas das edificações.

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Fonte: Jason Briscoe / unsplash

INTERIORES

Além de se preocupar com as funções e a estética, o projetista também considera os usuários e os


espaços internos criados. Nesse caso o projeto é de arquitetura de interiores, sendo este composto por
desenhos que registram os pisos, paredes e tetos, que indicam posicionamento dos mobiliários fixos e
móveis, materiais de acabamento (junção e finalizações), iluminação, elétrica (indicando os pontos de
tomadas e interruptores), pontos de água, sentido de colocação dos materiais (cerâmicas) e detalhes
executivos, como peças de fixação, encaixes e a marcenaria de um modo geral.

No conjunto de desenhos de arquitetura de interior estão presentes ainda desenhos complementares,


como o do teto, onde são posicionadas as luminárias – produto de um projeto luminotécnico, que é uma
especialização do arquiteto – assim como materiais de tratamento acústico ou isolamento nas paredes,
piso e teto, que cuidam do som e ruído, resultado de um projeto acústico, também uma especialização
da arquitetura.

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Fonte: Ryan Farid / unsplash

Fonte: Jesman fabio / unsplash

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Fonte: 12019 / pixabay

Os espaços internos das edificações devem ser planejados de acordo com as necessidades e
dimensões adequadas ao homem – ou a seres vivos, no caso de ser um espaço para animais, como um
hospital veterinário, por exemplo.

Fonte: PublicDomainPictures / pixabay

O conhecimento da ergonomia proporciona ao arquiteto o entendimento sobre os cuidados que se deve


ter com relação às necessidades do usuário de uma maneira mais ampla, e não somente das
dimensões humanas. A acessibilidade e o design universal estão dentro desse conjunto de informações
que são utilizadas pelo projetista quando ele projeta não só as edificações, mas também uma cidade.

/
O entorno das edificações, os espaços externos que as envolvem – lugares intermediários entre a
cidade e a edificação – também necessitam ser projetados de maneira cuidadosa. Trata-se de um
espaço de passagem das pessoas e da vegetação que pode mitigar o impacto dessa nova construção.
Por exemplo, a diminuição de área permeável para a drenagem da chuva.

Fonte: bernswaelz / pixabay

Para facilitar a compreensão dos diversos tipos de projetos que um arquiteto pode executar serão
descritos a seguir os projetos de arquitetura, urbanismo e paisagismo. O projeto de arquitetura pode
ainda ser subdividido em pequenos projetos, como o de arquitetura de interiores, iluminação e acústica.

Um conjunto de desenhos de projeto de arquitetura deve atender, entre outros diversos requisitos:

A funcionalidade, isto é, como configurar o espaço de maneira segura e confortável para o que ali vai
funcionar. Para isso é preciso conhecer o programa de necessidades composto pelos ambientes e as
dimensões adequadas para as atividades que serão executadas no espaço.

A estética, que deve ser agradável. Para isso é preciso conhecer a cultura do local onde a edificação
será construída, deve-se especificar o material construtivo (se este for produzido ou extraído do local é
ainda melhor para a sustentabilidade e ambiente), deve-se conhecer o orçamento disponível para a
execução da obra e operação da edificação.

Um projeto de arquitetura é a síntese de uma quantidade grande e complexa que deve ser analisada e
compreendida.

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 Projeto de arquitetura – planta baixa.

 Desenho da fachada de uma casa – projeto de arquitetura.

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Fonte: Freepik / Freepik
 Legenda da imagem

Considerando o impacto ambiental causado pelas construções, deve-se levar em consideração os


materiais construtivos a serem especificados, pois o impacto se inicia desde sua fabricação. Isto quer
dizer que o projeto deve se preocupar com a edificação desde a sua execução (garantindo a boa gestão
do canteiro de obras) até a utilização, levando em conta também adaptações que ela sofrerá ao longo
do seu ciclo de vida. Por isso deve-se ter consciência e responsabilidade, desde a elaboração do
projeto.

Ainda sobre o projeto de arquitetura, este pode ser para uma nova construção, ou para a requalificação
de uma existente, proporcionando o prolongamento de sua vida útil. No conjunto de ações de
intervenção em construções, existem:

O processo de manutenção da função original da construção

A alteração da construção

A manutenção das características originais

A conservação de uma parte da construção, quando esta é tombada (preservação de edificações


históricas).


Neste último caso, quando a intenção é restaurar, o projeto tem um caráter mais cuidadoso e detalhista.
Torna-se necessário, antes de tudo, fazer uma pesquisa histórica e registrar as condições em que se
encontra essa edificação, que pode ser um tombamento federal, estadual ou municipal. É importante

/
também procurar saber que valor ela traz para quem está encomendando o projeto e para quem vai
fazer uso do local.

Quando a construção não tem valor histórico e a intervenção é para atender as novas necessidades da
comunidade onde se encontra, podendo esta manter a sua função original ou não, a proposta pode ser
um retrofit, requalificação, reabilitação, renovação, reforma. Todos esses termos pressupõem uma
adaptação da edificação existente às novas demandas da contemporaneidade.

 COMENTÁRIO

Um conjunto de desenhos de arquitetura de interiores também precisa ser planejado e, nesse caso, o
projeto pretende identificar como os espaços serão preenchidos pelo mobiliário, materiais de
revestimento, além da iluminação e da qualidade de som, dependendo da função. A definição das cores
também proporciona ambientes agradáveis e estimulantes.

Com relação aos espaços internos das edificações é preciso reconhecer que todo ele deve ser
configurado de modo a promover o bem-estar emocional e fisiológico do usuário, além de garantir a
funcionalidade. Para isso a iluminação natural, que proporciona baixo consumo de energia, e a artificial
devem estar adequadas para a garantia do conforto visual.

Fonte: Katemangostar / Freepik

O conforto pode ser:

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Fonte: pch.vector / Freepik


Higrotérmico

Ocorre a partir do controle de umidade e temperatura, e da incidência da insolação nas paredes


externas, por exemplo. Também é preciso ter atenção no uso de elementos que proporcionem o efeito
chaminé e no posicionamento dos vãos para uma adequada ventilação, entre outros recursos.


Acústico

Deve ser considerado no isolamento dos espaços situados em locais onde haja muitas fontes de ruídos
e o tratamento acústico, em ambientes em que a qualidade do som seja essencial, como teatros e salas
de música.

Todos esses critérios devem ser atendidos logo no início do projeto da edificação, mas muitas vezes é
apenas no projeto de arquitetura de interiores que eles pode ser especificamente trabalhados.

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 Planta baixa de uma sala de estar.

 Vistas de 2 paredes da sala de estar.

Um serviço importante foi criado pela Lei n. 11.888, de 24 de dezembro de 2008 – Assistência
Técnica Pública e Gratuita para o Projeto e a Construção de Habitação de Interesse Social. Essa
lei oferece, à população que não dispõe de recursos para contratar um arquiteto, apoio técnico para
solucionar problemas de desempenho de sua moradia. Para identificar quais critérios necessitam ser
atendidos, é possível utilizar a NBR-15.575, de 2013. Outra forma de ajudar é lançando mão de projetos
de habitações de interesse social, considerando proporcionar uma edificação de qualidade e de baixo
custo de construção e operacional.

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Fonte: Freepik / Freepik

A área do entorno da edificação é a extensão entre ela e o espaço urbano – muito consideram essa área
como um espaço semipúblico. Nela são projetados os espaços verdes e os locais de percurso. Nos
espaços verdes são definidos os tipos de vegetação, seja grama ou árvores com copas densas, que
proporcionam sombras tanto para o jardim como para a edificação, minimizando o desconforto térmico.

Nos percursos, o deslocamento deve ser efetuado de maneira segura pelos:

Fonte: flaticon / Freepik

PEDESTRES

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Fonte: flaticon / Freepik

CADEIRANTES

Fonte: flaticon / Freepik

CARRINHOS DE BEBÊ

Os pisos desses espaços precisam ser revestidos por materiais antiderrapantes e estar nivelados, entre
outros critérios, como o estético e o de manutenção.

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Fonte:evening_tao / Freepik

Todo o projeto dessa área externa é elaborado pelo paisagista, uma das especializações da arquitetura,
considerando que este também é um espaço construído, apenas sendo aberto. Um bom exemplo é o
Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, projeto paisagístico de Burle Marx, conhecido
internacionalmente.

Fonte: Alicia Nijdam / Wikipedia


 Aterro do Flamengo - Rio de Janeiro

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 Maquete e setorização de um parque linear.

O curso de arquitetura e urbanismo prepara o profissional para atuar tanto nas edificações quanto na
cidade. Neste último caso, fazendo um trabalho de longo prazo: o planejamento urbano, que se
configura como um plano diretor, estabelecendo as diretrizes de crescimento e ocupação da cidade e
constituindo-se como um documento orientador dos limites e regras que as edificações deverão atender.

A solicitação para um projeto urbano em geral parte de órgãos públicos que sentem a necessidade de
controlar ou organizar um local, considerando o crescimento ou a revitalização de alguma área da
cidade degradada. Nesse caso é elaborado um projeto urbanístico específico, de cuidado com o futuro,
cujos critérios são: definir gabaritos, afastamentos entre edificações e entre estas e as vias, taxa de
ocupação, áreas permeáveis, calçadas, vias, iluminação pública, infraestrutura e tratamento paisagístico
do local. Esses projetos podem ser de uma cidade ou mesmo de uma região, como, por exemplo: o Rio
Cidade e o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e Brasília, no Distrito Federal.

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Fonte: Processamento Digital, 2020
 Fazendo parte do projeto de revitalização do porto – Porto Maravilha.

 Estudo de um planejamento urbano para Curicica.

ETAPAS DO PROJETO ARQUITETÔNICO


Os projetos de arquitetura e urbanismo são compostos por diversas fases, cada uma com um grau de
detalhamento e informações próprias.

PRIMEIRA ETAPA – LEVANTAMENTO DE DADOS


Nesta etapa são levantados os dados do local a ser projetado: legislação, necessidades do cliente,
como funciona o local, análise ambiental (insolação, ventos, ruídos, vegetação, clima). A partir disso,
estabelecem-se os espaços necessários para atender à função que se pretende executar no local
(escolas, hospitais, área comercial ou residencial da cidade), as áreas para isso – conhecidas como

/
programa de necessidade – e saber em detalhes quais as necessidades e como é a cultura dos futuros
usuários desses espaços a serem projetados. Essa etapa denomina-se pré-projeto.

Fonte: rawpixel.como / Freepik

SEGUNDA ETAPA – ESTUDO PRELIMINAR


Conhecendo-se tudo o que deve ser considerado para resolver o problema detectado na primeira etapa,
inicia-se o estudo preliminar. É quando o profissional começa a analisar se as ideias estão
encaminhadas para atender às demandas e expectativas detectadas na primeira etapa. São feitas
diversas propostas e surgem várias ideias de como resolver o problema do cliente, que tanto pode ser
uma família, como uma comunidade, dependendo da dimensão do projeto.

Fonte: Freepik / Freepik


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TERCEIRA ETAPA – ANTEPROJETO

Fonte: fanjianhua / Freepik

No momento em que é estabelecida uma solução que se aproxima das expectativas iniciais, inicia-se a
etapa de anteprojeto. É quando são elaborados desenhos mais técnicos e o projeto é levado a órgãos
públicos, para que seja avaliado se está de acordo com o código de obra local. Os mesmos desenhos
são enviados aos engenheiros e profissionais que deverão elaborar as suas soluções de acordo com as
especialidades. Essas soluções, quando retornam, devem ser compatibilizadas pelo arquiteto, que fará
os devidos ajustes para que todos os elementos que compõem a edificação estejam de acordo. É nesse
momento que são feitos ajustes em todos os projetos.

QUARTA ETAPA – PROJETO EXECUTIVO

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Fonte: Freepik / Freepik

A última etapa é o projeto executivo, quando são elaborados os detalhes de execução, as soluções de
instalação e fixação de todos os elementos da construção. Todos os materiais são especificados e
quantificados, além de comprados ou encomendados em função do cronograma de execução da obra.
O arquiteto acompanha todo o processo de execução, refazendo soluções, e reavalia a necessidade de
reajustes, até a finalização da obra. O documento gerado na etapa depois da construção, onde ficam
registradas todas as características da edificação, se chama as built (conforme construído).

Dependendo da complexidade do projeto, como o de um hospital, por exemplo, sua execução pode
levar até mais do que cinco anos. Por isso deve ser flexível, pois muitas vezes no decorrer do projeto ele
precisa ser alterado, em função de novas demandas da sociedade e de novas tecnologias.

Fonte: pch.vector / Freepik

Cada vez mais os projetos são de adaptação das edificações, pois nas cidades já existe uma quantidade
considerável delas, muitas abandonadas ou subutilizadas e ainda consumindo muita energia para a sua /
operação. Os projetistas estão cada vez mais voltados para a adaptação das edificações. Vantagens em
agir assim: evita-se a demolição e, na adaptação, são instalados novos equipamentos, mais econômicos
e eficientes.

O projeto de adaptação tem um caráter preditivo; nele são analisadas e avaliadas diversas soluções e
definida uma que fica mais próxima da ideal. Esse processo tem um custo inferior à demolição e à
reconstrução.

VAMOS FAZER UM EXERCÍCIO!

A PARTIR DAS QUATRO IMAGENS APRESENTADAS,


IDENTIFIQUE O TIPO DE PROJETO:

1. PROJETO DE ARQUITETURA
2. PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIOR
3. PROJETO DE PAISAGISMO
4. PROJETO DE URBANISMO

 Planta baixa.

/
RESPOSTA

 Vista de corte.

RESPOSTA

/
 Planta baixa.

RESPOSTA

 Vistas das paredes de um banheiro.

/
RESPOSTA

 Vistas superior.

RESPOSTA

/
 Vistas superior.

RESPOSTA

Fonte: Shutterstock
 Exemplo de projeto.
/
RESPOSTA

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. O ARQUITETO E URBANISTA TEM VÁRIAS FUNÇÕES. DENTRE AS


ALTERNATIVAS A SEGUIR, ASSINALE A ÚNICA QUE NÃO CONFIGURA FUNÇÃO
DESSE PROFISSIONAL:

A) Executar projetos de edificações de residências e hospitais.

B) Elaborar planejamento urbano, isto é, estabelecer diretrizes de crescimento da cidade.

C) Projetar estradas, elaborando detalhes executivos e especificação de materiais.

D) Especificar materiais de acabamento para espaços internos de construções.

2. NO TEXTO FORAM DESCRITAS AS ETAPAS DO PROJETO DE ARQUITETURA


E É POSSÍVEL IDENTIFICAR OS OBJETIVOS DESSAS ETAPAS COMO:

A) Diagnóstico e estudos de soluções.

B) Levantamento e avaliação.

C) Estudos de soluções.

D) Execução e avaliação.

/
GABARITO

1. O arquiteto e urbanista tem várias funções. Dentre as alternativas a seguir, assinale a única
que não configura função desse profissional:

A alternativa "C " está correta.

Projetar estradas é da competência da engenharia civil especializada em engenharia de transporte. O


arquiteto planeja a cidade e a passagem das vias, mas não executa projeto das vias e nem esse tipo de
obra.

2. No texto foram descritas as etapas do projeto de arquitetura e é possível identificar os


objetivos dessas etapas como:

A alternativa "A " está correta.

O projeto arquitetônico tem dois componentes principais: diagnóstico, quando se identifica o objeto a ser
projetado, e os estudos de soluções, objetivo principal de um projeto, dentro do qual existem diversas
etapas, que vão evoluindo até a solução final.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi visto aqui, um projeto arquitetônico pode ser dividido em dois objetivos principais: diagnóstico,
quando se identifica o objeto a ser projetado, e os estudos de soluções, quando são lançadas ideias e
estas evoluem até que se chegue à solução final. Tudo isso considerando o entorno, as condições de
quem vai usufruir do projeto, as condições ambientais, a sustentabilidade, entre outros aspectos. Além
de se dedicar às construções propriamente ditas, o arquiteto pode se especializar em outros campos,
como, por exemplo, restauração e paisagismo.

REFERÊNCIAS

/
BORGES F. F. O desenho e o canteiro no Renascimento Medieval (séculos XII e XIII): indicativos da
formação dos arquitetos mestres construtores. São Paulo, Doutorado: USP, 2005.

GONÇALVES, J.; BODE, K. (org.) Edifício ambiental. São Paulo: Oficina de textos, 2015.

SCHEER, D. R. The death of drawing. New York: Routledge, 2014. (Kindle books).

EXPLORE+

Texto "Identidade profissional e formação do arquiteto: dilemas contemporâneos", de Luiz Felipe


da Cunha e Silva.

Vídeo A importância do gerenciamento de projetos para arquitetos – parte 1.

CONTEUDISTA
Liane Flemming

 CURRÍCULO LATTES

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