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Projeto Arquitetônico

Institucional
Material Teórico
Estratégias de Projeto – Parte III

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Tiago Azzi Collet e Silva

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Estratégias de Projeto – Parte III

• Introdução;
• Revisão das Organizações Espaciais FDE;
• Análise do Projeto Sem Ligação Com a Metodologia Adotada Pelo FDE.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Compreender a organização de duas Escolas que não utilizam nenhuma das quatro tipo-
logias propostas pela FDE, a fim de compreender seus partidos arquitetônicos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Estratégias de Projeto – Parte III

Introdução
Quando estamos desenvolvendo um Projeto para um determinado lote, temos
de entender quais são as premissas relacionadas às diversas temáticas que serão
abordadas nas discussões volumétricas para gerar uma obra arquitetônica.

As temáticas arquitetônicas que foram estudadas nesta Disciplina estão relacio-


nadas aos Projetos Institucionais.

O termo institucional está relacionado aos edifícios de caráter “público”, sen-


do entendidos como equipamentos que possam trazer diversas dinâmicas urbanas
atreladas aos seus usuários.

Sendo assim, podemos enumerar alguns usos institucionais mais corriqueiros


nos grandes centros urbanos:
• Museu;
• Centro Cultural;
• Mercado;
• Poupatempo;
• Creche;
• Hospital;
• Escolas;
• Faculdades.

Dessa forma, esta Disciplina tem como temática institucional abordar o tema
Ensino e Arquitetura em objetos construídos – Escolas, a fim de gerar inquietações
projetuais aos alunos e a instigá-los a desenvolverem Projetos idealizados para o
Ensino de forma crítica e concisa para os seus usuários.

Para podermos entender que o Ensino é a capacidade de se transmitir e trocar


conhecimentos entre indivíduos, temos de compreender como são espacializados e
organizados os diversos espaços, para que exista a possibilidade da ação de ensinar.

Essa ação está relacionada às diversas faixas etárias ou Ciclos de Ensino, como
distingue a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação).

Essas Etapas/Ciclos podem ser organizadas da seguinte forma:


• Ensino Fundamental I (Ciclo I);
• Ensino Fundamental II (Ciclo II);
• Ensino Médio.

Essas Categorias de Ensino retratam uma organização de Ensino que contempla


desde crianças até adultos.

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Além dessas Categorias de Ensino, existe a chamada de Ensino Superior, também
intitulada “3º grau”, que corresponde ao Nível Universitário. Estamos falando das
Universidades e das Faculdades espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, como um todo.

Sendo assim, podemos entender que as pessoas têm a possibilidade de ingres-


sar no Ensino desde crianças até adultos, tendo, dessa maneira, a possibilidade de
absorver diversos conteúdos ao longo da vida.

A atuação do arquiteto urbanista vem ao encontro dessa troca de ideias, vez que
permite discutir um programa de necessidades específico para as diversas idades
e temáticas, o que dá origem a diversas discussões com relação à espacialização
desse programa em espaços nos quais acontecerão as dinâmicas de Ensino.

Podemos visualizar e entender melhor esta ideia de acordo com o explicado por
Kowaltowski (2011, p. 2) transcrito a seguir:
O tema da educação carrega tal importância que excede o seu alcance
pedagógico e formador de cidadãos, constituindo objeto de estudo e in-
tervenções para todas as áreas do conhecimento. Como fundamento e
alicerce da sociedade, é um mote também para arquitetos, que tratam de
materializar os ambientes para o seu desenvolvimento.

Com essa citação, podemos entender que quando o arquiteto idealiza um Projeto
arquitetônico voltado ao Ensino e às pessoas, ele assume um papel crucial ao desen-
volver um volume arquitetônico que auxilie a didática e o Ensino de seus usuários.

Ainda, segundo Kowaltowski (2011, p. 63):


Em uma arquitetura, o programa de uma edificação é o conjunto de
necessidades que um Projeto deve contemplar e o roteiro de como os
requisitos funcionais devem estar dispostos em um novo prédio. No caso
específico da tipologia escolar, o “programa” define o número de salas
de aula e quais serão os outros ambientes de Ensino, como, por exemplo,
biblioteca, quadras, laboratórios etc., além de estabelecer as característi-
cas desejadas a tais ambientes e as respectivas disposições na edificação.

Com isso, podemos entender que, ao projetar uma Escola, temos de ter em mente
de que tipo de Escola estamos tratando, a fim de conseguirmos organizar muito bem
um programa de necessidade que irá reger sua organização espacial e, assim, tornar
possível gerar conceitos que darão as características almejadas para cada ambiente
proposto no programa de necessidades, tanto individual quanto coletivamente.

Em meados de 1987, na cidade de São Paulo, foi criada a FDE (Fundação para
o Desenvolvimento da Educação), como instrumento para organizar a produção
dos edifícios educacionais, visando a discutir a qualidade arquitetônica dos Projetos
atrelados às questões de Ensino.

Tinha a finalidade de melhorar a qualidade da Educação e, concomitantemente,


mitigar a evasão dos alunos das Escolas.

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UNIDADE Estratégias de Projeto – Parte III

Sendo assim, o arquiteto tem a função de entender as diversas dinâmicas de


Projeto de forma a organizar uma volumetria que atenda a uma demanda com qua-
lidade e propósito, ou seja, gerando um partido arquitetônico.

Corona e Lemos (2017 p. 360) definem partido da seguinte forma:


Na Arquitetura, é o nome que se dá à consequência formal de uma série
de determinantes, tais como o programa do edifício a conformação topo-
gráfica do terreno, orientação, sistema estrutural adotado, as condições
locais, a verba disponível, as codificações das posturas que regulamentam
as construções e, principalmente, a intensão plástica do arquiteto.

Entendido essas relações de partido, podemos começar a entender melhor como


as Escolas são elaboradas e conceituadas num Projeto de arquitetura.

Revisão das Organizações Espaciais FDE


Entendendo que o FDE é um instrumento de se pensar os ambientes de Ensino
em São Paulo, nos módulos anteriores, foram mostradas as quatro formas de idea-
lizar um Projeto arquitetônico nos moldes desta Fundação.

Organizações compactas e verticalizadas


As Organizações compactas e verticalizadas consistem em uma forma de or-
ganizar espacialmente o volume arquitetônico de forma que se tenha mais de um
pavimento, no qual a principal característica da Escola se dá pela posição da quadra
poliesportiva na cobertura do edifício. Isso porque os terrenos nos quais, geralmen-
te, são implantadas estas tipologias de Projeto possuem dimensões restritas, não
propiciando que haja o espraiamento do volume como um todo e provocando uma
solução de Projeto mais compacta e verticalizada.

A Figura 1 retrata o que foi descrito acima.

Figura 1 – Escola Estadual Dr. Telêmaco Paioli Melges – Escritório Una Arquitetos
Fonte: Una Arquitetos, 2003

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Organizações com a quadra ao centro
As Organizações com quadra ao centro consistem em uma forma de organizar es-
pacialmente o volume arquitetônico escolar de forma que se tenha um único volume
no qual a quadra, centralizada no edifício, organiza de forma geral as circulações ver-
ticais e horizontais para os outros Setores existentes no programa de necessidades.

As Figuras 2 e 3 retratam o que foi descrito acima:

Figura 2 – Escola Estadual Jardim Maria Helena III – Escritório + K arquitetos


Fonte: Escritório + K arquitetos, 2006

Figura 3 – Escola Estadual Jardim Maria Helena III – Escritório + K arquitetos


Fonte: Escritório + K arquitetos, 2006

Disposição em mais de um volume


As organizações em mais de um volume consistem em mais de um Bloco de ati-
vidades organizado entre si, no qual pode haver uma dissociação entre os espaços
de Esporte e vivência da Área Pedagógica.

Essa organização dos volumes gera o conjunto que será utilizado para o Ensino.

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UNIDADE Estratégias de Projeto – Parte III

A Figura 4 retrata o que foi dito anteriormente:

Figura 4 – Escola Estadual Parque Montreal II – Escritório Buitoni Yamamura Arquitetos Associados
Fonte: Escritório Buitoni Yamamura Arquitetos Associados, 2004

Organizações longitudinais
As Organizações longitudinais consistem em uma Organização volumétrica na
qual o objeto arquitetônico está disposto em um eixo de composição longitudinal.

Assim, esse volume obtém linhas e características mais horizontais na ocupação


de um lote.

A Figura 5 retrata o que foi descrito acima:

Figura 5 – Escola Bairro Tupi – Escritório MMBB Arquitetos


Fonte: Escritório MMBB Arquitetos, 2006

A partir dessas formas de organização de Projeto propostas pelo FDE, podemos


entender que um mesmo programa de necessidades pode ser organizado de várias
maneiras, porém ,nos Projetos idealizados pelo FDE, tem-se uma premissa básica
de organização de volumetria que está intimamente relacionada ao sistema estrutu-
ral, que busca uma racionalização e uma padronização que, de certa forma, pode
ser comparado a um processo de industrialização da Arquitetura/Projeto.

Essa industrialização está relacionada ao sistema de pré-fabricação da estrutura,


em que as peças são padronizadas e dimensionadas para as diversas tipologias de
Organizações volumétricas idealizadas pela FDE. Essas peças chegam prontas à
obra, na qual serão apenas montadas.

Podemos, assim, compreender que os Projetos idealizados pelo FDE partem da


premissa da modulação estrutural para a organização de seus Projetos, isso é, o
posicionamento de seus pilares e a relação de distância entre eles geram o módulo
compositivo da volumetria/arquitetura a partir da estrutura.

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Portanto, os Projetos idealizados e construídos pelo FDE têm um raciocínio
projetual de Organização de formas arquitetônicas que parte de configurações ra-
cionais e modulares relacionados à estrutura, a fim de cumprir a função de edificar
Escolas com qualidade para os seus usuários.

Análise do Projeto Sem Ligação


Com a Metodologia Adotada Pelo FDE
Uma boa Educação não está ligada somente a uma boa didática de Ensino, bons
professores e bons livros. Para que isso ocorra, temos de ter espaços elaborados com
qualidade, isso é, cada dimensão e forma deve ser pensada e desenhada por um ar-
quiteto com a finalidade de obter um bom Projeto de Arquitetura voltado ao Ensino.
O Projeto, além de cumprir com as exigências metodológicas de Ensino, deve
também respeitar e propiciar o pensamento em fase de concepção de Projeto para
quesitos como:
• Conforto acústico;
• Conforto térmico;
• Conforto lumínico;
• Configuração paisagística, que pode interferir/influenciar na didática e no
comportamento dos alunos com relação ao aprendizado.

Quando pensamos em Projetos de Instituições de Ensino, no Brasil, temos di-


versos exemplos de Projetos realizados tanto pela iniciativa privada quanto pela
pública, ambos com boa qualidade arquitetônica.

Como visto nos módulos anteriores, foram explanadas com exaustão algumas
metodologias para pensar o Projeto de Arquitetura voltado ao Ensino realizado pela
iniciativa pública por meio do FDE.

A seguir, iremos mostrar duas formas de se pensar o Projeto por meio da inicia-
tiva privada, com as seguintes escolas como estudo de caso:
• Wish School;
• Fundação Bradesco.

Wish School
Ficha técnica:
• Arquitetura: Grupo Garoa Arquitetos Associados;
• Localização do Projeto: Rua São Gil, 159, Tatuapé, São Paulo/SP;
• Área construída do Projeto: 1.166,00m²;
• Área de terreno: 1.275,00 m²;
• Ano do Projeto: 2016.

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UNIDADE Estratégias de Projeto – Parte III

Este Projeto consiste em uma Escola bilíngue, com Metodologia de Ensino/


Educação de caráter holístico, ou seja, que constrói o conhecimento dos alunos por
meio de uma visão completa do indivíduo.

Para a formação do intelecto dos estudantes, algumas condicionantes formais de


composição da forma arquitetônica foram idealizadas para proporcionar diversas
interações entre os usuários em comunidade.

Essas interações/reações podem ser elencadas nos seguintes tópicos, que são
espelhadas no Projeto Arquitetônico:
• Emoção;
• Interações:
»» Social;
»» Culturais;
»» Corporais;
»» Criativo;
»» Intuitivo;
»» Espirituais.

Todas essas interações e sensações são importantes para o amadurecimento da


criança com relação às ações e interações em comunidade, bem como o intelecto e
a organização de um pensamento racional que acontece ao seu redor.

Os desenhos a seguir retratam esse pensamento de Ensino com relação ao espa-


ço construído, que foi idealizado de acordo com o Escritório, em conjunto aos seus
usuários, para que a Arquitetura possa refletir a Pedagogia de Ensino idealizada
pelos seus proprietários.

Primeiramente, o Escritório teve de compreender a pré-existência no lote de


galpões e buscar meios de intervir neles, refletindo o conceito holístico do Ensino.

Figura 6 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados


Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

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Figura 7 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados
Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

A Figura 7 trata-se de um croqui inicial de pensamento de Projeto e busca en-


contrar meios de se apropriar do objeto existente no lote (galpão).

Figura 8 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados


Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

As Figuras 8 e 9 retratam a organização do pavimento térreo e do 1º pavimento


com as relações de caminhos representados em rosa, para que uma criança possa
percorrer os espaços pensados e projetados pelos arquitetos.

Nessas imagens, podemos visualizar que a grande maioria desses espaços não
possui fechamentos, proporcionando interação mais direta entre o espaço interior
e o exterior.

Figura 9 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados


Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

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UNIDADE Estratégias de Projeto – Parte III

Figura 10 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados


Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

Figura 11 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados


Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

Figura 12 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados


Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

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As Figuras 10, 11 e 12 retratam como ficaram os espaços depois da obra entre-
gue e procura transmitir a sensação de fluidez de usos possíveis nessas áreas.

A Figura 13 demonstra uma perspectiva explodida, na qual podemos vislum-


brar a composição plástica e a organização da Escola que, de certa forma, parece
caótica, mas ao entendermos o seu funcionamento, traz uma lógica de utilização
atrelada à filosofia de Ensino.

Figura 13 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados


Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

Figura 14 – Wish School – Escritório Grupo Garoa Arquitetos Associados.


Fonte: Grupo Garoa Arquitetos Associados, 2016

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UNIDADE Estratégias de Projeto – Parte III

A Figura 14 pode mostrar que as relações entre o pavimento térreo e o 1º pa-


vimento estão intimamente ligadas por meio dos espaços fluidos e livres para as
diversas interações entre os alunos.

Fundação Bradesco – Ensino Médio


Ficha técnica:
• Arquitetura: Shieh Arquitetos Associados;
• Localização do Projeto: Osasco, São Paulo/SP;
• Área construída do Projeto: 4.000,00m²;
• Ano do Projeto: 2017

Projeto fruto de um concurso que visava a transformar um imóvel existente em


uma Escola de Nível Médio, com capacidade para 750 alunos por turno. Para isso,
o Escritório vencedor se apropriou de algumas estratégias de Projeto a fim de me-
lhorar o edifício existente.

Essas estratégias estão relacionadas ao conforto ambiental, lumínico com pro-


teções solares criando um pré-sombreamento das fachadas para melhor conforto
térmico dos ambientes de Ensino, bem como uma filtragem da luz difusa nas salas
de aula.

Para atender à demanda de alunos, os arquitetos tomaram a decisão de criar


novas circulações verticais, adotando como partido grandes átrios nos quais estão
locadas as escadas internas no edifício.

Outro ponto que foi cuidadosamente pensado está relacionado à transição entre
a rua – espaço público e as áreas internas.

O partido adotado para o acesso à Escola aproveita o desnível no terreno e cria


uma passarela de acesso à Escola, conectando o pavimento do térreo superior.

Devido ao desnível existente no lote, foi possível criar um pavimento térreo in-
ferior, no qual se localiza boa parte da área verde e do pátio coberto de recreação
para os alunos.

Por se tratar de um retrofit, as plantas tem uma organização racional que tem
como premissa a pré-existência. Dessa forma, as organizações dos espaços partem
de uma organização na qual a malha arquitetônica coincide com a estrutural.

Assim, no pavimento térreo superior, temos sete salas de aulas e alguns espaços
de permanência e, no primeiro pavimento, temos mais 10 salas de aulas. No se-
gundo pavimento, por ser uma área mais restrita, temos os Laboratórios, Biblioteca
e salas de estudo.

O térreo inferior foi idealizado como uma grande área pública do Projeto, como
uma praça de chegada ao edifício, que também gera parte do convívio dos alunos.

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Sendo assim, esse pavimento desfruta de uma boa área livre organizada pelo Pai-
sagismo, com espaços de contemplação, interação e esportes.

Um dos grandes marcos desse Projeto se dá com o entendimento do desnível


existente no lote e como foi solucionada essa questão.

Para que haja a contenção de terra, foi pensado um desenho paisagístico por
meio do desenho de mobiliário, piso e áreas verdes organizadas em patamares,
criando, assim, um desenho escalonado da paisagem, que serve ao mesmo tempo
com contenção estrutural “arrimo” e também como espaço de convivência a céu
aberto para os alunos, com seu acesso principal pelo térreo inferior.

As Figuras a seguir ilustram o que foi dito:

Figura 15 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 15 retrata a fachada principal da Escola bem como as proteções solares.

Figura 16 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 16 representa um corte perspectivado com todos os pavimentos.

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Esta imagem nos mostra, também, a relação entre o desnível e as soluções de


acessos à Escola:

Figura 17 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados.


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 17 apresenta como está organizado o pavimento térreo inferior.

Figura 18 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 18 apresenta como está organizado o pavimento térreo superior e


como se realiza o acesso a ele pela passarela.

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Figura 19 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados
Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 19 apresenta como está organizada a planta do primeiro pavimento e


como estão dispostas as salas de aula.

Figura 20 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 20 mostra como está organizada a planta do segundo pavimento e


como estão dispostos os Laboratórios, a Biblioteca e as salas de estudo.

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UNIDADE Estratégias de Projeto – Parte III

Figura 21 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 21 mostra como estão organizadas as circulações horizontais e verti-


cais concebidas para este Projeto.

Figura 22 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 22 retrata a dinâmica da Biblioteca.

Figura 23 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

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As Figuras 23 e 24 retratam a dinâmica do térreo inferior.

Figura 24 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

Figura 25 – Fundação Bradesco – Escritório Shieh Arquitetos Associados


Fonte: Shieh Arquitetos Associados, 2017

A Figura 25 retrata as dinâmicas de acesso aos térreos, superior e inferior.

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UNIDADE Estratégias de Projeto – Parte III

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Lições de arquitetura
HERTZBERGER, H. Lições de arquitetura. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
O que é arquitetura
LEMOS, C. A. C. O que é arquitetura. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. Coleção
Primeiros Passos – 16.
Le Corbusier: Uma Análise da forma
BAKER, C. Le Corbusier: uma Análise da forma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Arquitetura Escolar paulista: Estruturas pré-fabricadas
FERREIRA, A. de F; MELLO, M. G. Arquitetura Escolar paulista: estruturas pré-
fabricadas. São Paulo: FDE Diretoria de Obras e Serviços, 2006. 336p.

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Referências
BUITONI Yamamura Arquitetos Associados. Escola Estadual Parque Montreal II.
Disponível em: <http://www.bvy.com.br/web/portfolio-items/ee-parque-montreal>.
Acesso em: 24 maio 2019.

CORONA, E; LEMOS, C. Dicionário da Arquitetura Brasileira. 2. ed.


São Paulo: Romano Guerra, 2017.

Grupo Garoa Arquitetos Associados. Wish School. Disponível em: <http://www.


grupogaroa.com/47wish>. Acesso em: 24 maio 2019.

KOWALTOWSKI, D. C. C. K. Arquitetura escolar: o Projeto do ambiente de


Ensino. São Paulo. Oficina de textos, 2011.

MMBB Arquitetos. Escola Bairro Tupi. Disponível em: <http://www.mmbb.com.


br/projects/fullscreen/28/2/430>. Acesso em: 24 maio 2019.

+ K ARQUITETOS. Escola Estadual Jardim Maria Helena III. Disponível em:


<http://maisk.arq.br/Maria-Helena-School>. Acesso em: 24 maio 2019.

SHIEH Arquitetos Associados. Fundação Bradesco. Disponível em: <https://www.


shieh.com.br/filter/Concurso/FUNDACAO-BRADESCO-ENSINO-MEDIO>.
Acesso em: 24 maio 2019.

UNA ARQUITETOS. Escola estadual Dr. Telêmaco Paioli Melges. Disponível em:
<http://www.unaarquitetos.com.br/site/projetos/fotos/12/escola_em_campinas>.
Acesso em: 24 maio 2019.

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