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UNIVERSIDADE PAULISTA

PROJETO ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – 6º PERÍODO

“CURRÍCULO: DEFINIÇÕES E PRÁTICAS”

São Paulo – SP
2020
PROJETO ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
CURSO PEDAGOGIA – 50 horas

1. INTRODUÇÃO

Considerando as recentes necessidades apresentadas para atender às expectativas


dos alunos e adequar as especificidades do mercado de trabalho na área de Pedagogia,
acrescidas das recomendações do Instituto Nacional de Ensino Superior (INEP-MEC) e das
Diretrizes Curriculares Nacionais (24/11/2006 Resolução nº 13), o curso de Pedagogia
integra em seu Projeto Pedagógico de Curso o Projeto Atividades Práticas Supervisionadas
– Trabalho Integrado (TI).
O Projeto Atividades Práticas Supervisionadas (APS) – Trabalho Integrado (TI)
constitui-se em um meio ou instrumento pedagógico para o aprimoramento da
aprendizagem, via interdisciplinaridade – integração e relacionamento dos conteúdos de
disciplinas que compõem os semestres do curso – e práxis – integração teoria e prática por
meio da aplicação do conhecimento adquirido em sala de aula – à realidade.
As Atividades Práticas Supervisionadas (APS) são atividades acadêmicas
desenvolvidas sob a orientação, supervisão e avaliação de docentes e realizadas pelos
discentes. (Art.2º REGULAMENTO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS
SUPERVISIONADAS, UNIP 2010).
São consideradas Atividades Práticas Supervisionadas (APS): estudos dirigidos,
trabalhos individuais, trabalhos em grupo, desenvolvimento de projetos, atividades em
laboratório, atividades de campo, oficinas, pesquisas, estudos de casos, seminários,
desenvolvimento de trabalhos acadêmicos, dentre outros. (Art.4º, REGULAMENTO DAS
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS UNIP 2010).
Um dos aspectos fundamentais do Projeto Atividades Práticas Supervisionadas é
que o Trabalho Integrado não só objetiva treinar os alunos nas diferentes práticas da
pesquisa e no uso da metodologia científica, mas também promover a criação de uma
metodologia de trabalho de caráter interdisciplinar, a partir do trabalho conjunto com o
corpo docente e discente. Outro aspecto do TI é incentivar os alunos a utilizar a
metodologia de caráter interdisciplinar com vistas ao desenvolvimento do conhecimento
científico para a área de Pedagogia.
No Segundo Semestre de 2020, o curso de Pedagogia, por intermédio de seu Núcleo
Docente Estruturante (NDE) elegeu a disciplina Escola, Currículo e Cultura para ancorar
(subsidiar) as Atividades Práticas Supervisionadas (APS) para os alunos do quinto e sexto
períodos.
Com isso, tem-se a pretensão de proporcionar aos nossos estudantes a oportunidade
de buscar compreender vários referenciais teóricos para que eles possam superar uma visão
fragmentada sobre o currículo e discutir as implicações na prática dessas diferentes visões
sobre o currículo.

Dessa forma, buscam-se respostas aos seguintes questionamentos: como os


profissionais da educação, professores e gestores, compreendem o currículo? Os
profissionais da educação têm consciência das explicações teóricas que estão
embutidas em suas explicações do currículo? Quais as implicações dessas diferentes
escolhas teóricas sobre o currículo na formação dos alunos e num projeto de
sociedade?

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A partir da análise do Plano de Ensino da disciplina Escola, Currículo e Cultura,
verificou-se que esse componente curricular permite ao docente refletir com os alunos, a
partir das teorias do currículo, as implicações das escolhas teóricas para um projeto social.
Tomando por base uma perspectiva pós-crítica do currículo, sabemos que ele, o currículo
escolar, constrói nossa identidade, pois os conhecimentos que são escolhidos para serem
ensinados na escola determinam e direcionam a nossa forma de pensar, agir e se relacionam
com as outras pessoas e com o mundo a nossa volta, e como ficamos muitos anos das
nossas vidas dentro da instituição escola, o currículo tem um papel fundamental na nossa
formação enquanto estudante e pessoa.

Portanto, e com base nestes princípios, entendemos que a disicplina citada poderá
contribuir sensivelmente para a formação dos futuros pedagogos, pois são profissionais que
atuarão, principalmente, na educação de crianças e jovens e o conhecimento de bases
teóricas sobre o currículo é fundamental para a formação do pedagogo.

2. TEMA

“CURRÍCULO: DEFINIÇÕES E PRÁTICAS”

3. JUSTIFICATIVA

Estudar o tema currículo não é algo simples. A palavra currículo é muito abrangente
e possui diversos significados, dependendo do lugar e da finalidade para qual está sendo
utilizada. Quando utilizamos o termo currículo na escola, apesar de delimitar o espaço,
ainda assim encontramos diferentes possibilidades de interpretação.
Podemos pensar o currículo formal como aquilo que está predefinido em
documentos oficiais, em nível macro, como leis, normas e diretrizes nacionais, livros
didáticos, propostas curriculares, como em nível micro, nas escolas, como planos de ensino
e planos de aula feitos pelos professores. Portanto, o currículo formal está registrado e
fundamentado.
Mas a escola não ensina somente o que está formalmente definido. Há ensinamentos
e aprendizagens que acontecem de forma implícita, nas entrelinhas das relações que se
estabelecem no ambiente escolar. Silva (2003) categoriza essas aprendizagens informais
como currículo oculto. Segundo ele, “o currículo oculto é constituído por todos aqueles
aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito,
contribuem, de forma implícita, para aprendizagens sociais relevantes” (p. 78).
Essas considerações demonstram o quanto é relevante estudar, compreender e
analisar o currículo, pois pensar sobre o currículo escolar implica em compreender o que se
ensina, por que se ensina esse conhecimento, que tipo de pessoa se está formando, para qual
tipo de sociedade essa formação é importante, enfim, pensar o currículo envolve pensar o
que se faz na escola, tanto explicita como implicitamente.
Mas será que os profissionais que estão atuando nas escolas possuem essa
compreensão da importância do currículo? O que professores e/ou gestores pensam sobre
currículo? Como o definem? E, a partir dessas definições, que teorias do currículo podem
estar embasando essas definições que implicarão em ações no dia a dia da vida escolar?
As teorias pós-críticas do currículo nos mostram que o currículo é uma prática
discursiva, é vivo, é dinâmico e se realiza em todos os momentos da vida escolar. Sendo

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assim, se aprende na escola muito mais do que aquilo que está registrado nos documentos
oficiais. É durante a vivência escolar que as pessoas vão constituindo a sua identidade, vão
aprendendo sobre quem são, quais são suas origens culturais, étnicas, raciais e vão
descobrindo os diferentes valores que a nossa sociedade atribui a essa diversidade cultural.
Muitas dessas questões são aprendidas por meio dos conteúdos ensinados, outras ficam nas
entrelinhas, implícitas.
Assim, a realização desse projeto se justifica para que os estudantes de pedagogia
percebam a importância do currículo como fruto de escolhas que fazemos a partir de uma
orientação nacional, por exemplo, a Base Nacional Comum Curricular e os documentos
oficiais, mas que definirão um projeto de sociedade a partir das escolhas que são realizadas
no currículo. Essa consciência poderá contribuir na formação de futuros professores críticos
e com uma visão ampla do currículo numa perspectiva pós-crítica, buscando assim uma
sociedade mais justa e igualitária para todas as pessoas.
Portanto, em termos mais específicos propomos a seguinte atividade para as
Atividades Práticas Supervisionadas (APS) dos alunos matriculados no quinto e sexto
períodos do curso de Pedagogia.

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO

Os alunos matriculados no quinto e sexto períodos do Curso de Pedagogia deverão realizar


uma pesquisa bibliográfica para fundamentação teórico do projeto “CURRÍCULO:
DEFINIÇÕES E PRÁTICAS”, no sentido de que ele possa compreender que:
[...] as teorias do currículo deduzem o tipo de conhecimento considerado
importante justamente a partir de descrições sobre o tipo de pessoa que elas
consideram ideal. Qual é o tipo de ser humano desejável para um determinado
tipo de sociedade? Será a pessoa otimizadora e competitiva dos atuais modelos
neoliberais de educação? Será a pessoa desconfiada e crítica dos arranjos sociais
existentes preconizada nas teorias educacionais críticas? A cada um desses
“modelos” de ser humano corresponderá um tipo de conhecimento, um tipo de
currículo.
No fundo das teorias do currículo está, pois, uma questão de “identidade” ou de
“subjetividade” (SILVA, 2003, p. 15).

Assim, a compreensão das teorias do currículo implicará nas escolhas que os professores
farão para colocar o currículo formal em ação. Existe um currículo prescrito, que segue
uma proposta do que seria ideal as novas gerações aprenderem, mas os sistemas de ensino,
as escolas e os professores fazem uma seleção desse currículo adaptando-o e o
aproximando de suas realidades.

Além do levantamento bibliográfico, o aluno deverá entrevistar um professor dos anos


iniciais do ensino fundamental ou um gestor (coordenador ou diretor de escola) com a
intenção de saber como ele compreende o currículo e, a partir dessa opinião, nosso aluno
deverá analisar qual teoria do currículo está implícita nessa definição do currículo.

Todavia, para a realização dessa análise, o professor deverá orientar os alunos sobre o
código de ética da pesquisa educacional no sentido de não expor o professor entrevistado e
nem tão pouco a instituição em que ele trabalha.

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a) JUSTIFICATIVA

É muito comum encontrarmos profissionais da educação que não tem clareza das
explicações teóricas que subsidiam suas ações cotidianas. Isso ocorre, muitas vezes,
pela burocratização do trabalho ou pela acomodação a rotinização da prática. Por
outro lado, é fundamental para esse profissional refletir sobre suas ações, isso o faz
buscar diferentes teorias que possam ajudá-lo no seu crescimento profissional e
resolver problemas da prática diária. Schön, na década de 1980, chamou esse
processo de reflexão na ação. O professor reflexivo examina o seu ensino tanto na
ação como sobre ela, realiza, portanto, a reflexão na ação e sobre a ação. O
professor tem um saber que é aprendido, mas cotidianamente está criando novos
saberes.
O professor ter a clareza de que suas ações são escolhas teóricas, que tudo o que ele
ensina ou deixa de ensinar, tem um por quê que é explicado por uma teoria,
permitirá que sua prática seja consciente e reflexiva.

b) OBJETIVO GERAL

Formar profissionais aptos a fazer escolhas teóricas sobre o currículo em prol de


uma educação a serviço da transformação social.

c) OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Fazer um levantamento bibliográfico acerca das teorias do currículo.


 Entrevistar um professor ou gestor escolar em exercício nos anos iniciais do
ensino fundamental para conhecer suas concepções de currículo.
 Verificar se o professor entrevistado tem consciência sobre a teoria do
currículo que lhe embasa.
 Refletir sobre a importância do currículo e das opções curriculares.

d) RESULTADOS ESPERADOS

Além dos objetivos registrados, espera-se que o projeto oportunize nosso aluno
aproximar a teoria da prática profissional, percebendo que tudo o que está sendo
estudado na disciplina de Escola, Currículo e Cultura está presente no trabalho lá na
escola e que essas teorias do currículo definem nossas ações nos conhecimentos que
ensinamos, na estrutura física das escolas e na forma como nos relacionamos e
vivenciamos o ambiente escolar. O currículo forma nossa identidade e
subjetividade, quem eu sou, o que penso do outro e como me relaciono com a
sociedade está marcado nas escolhas curriculares das escolas.

Relatório: de posse das informações e registros (anotações, documentos, fotos,


depoimentos etc.) o aluno deverá elaborar um texto de cinco a sete páginas relatando as

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observações feitas durante a entrevista e as contribuições que essa atividade possibilitou à
sua formação.
Este texto deverá contemplar os seguintes itens:

Capa: constando o nome da instituição, o título do trabalho/pesquisa, os nomes dos


integrantes do grupo; o local e a cidade.

Introdução: apresentação sintética do assunto (pode haver citação bibliográfica),


justificativa e objetivos do projeto.

Desenvolvimento: a apresentação dos resultados com discussão reflexiva da temática


abordada. É fundamentação a citação de autores que discutem o assunto para evitar a
fragmentação do texto.

Conclusão: ao final, o aluno ou alunos deverão resgatar os objetivos apresentados na


introdução do texto e dizer em que medida eles foram alcançados ou não. Ele pode também
sugerir novas formas de abordar o assunto tomando com base suas conclusões a respeito do
tema investigado.

Referências: colocar em ordem alfabética e conforme as normas da ABNT vigente, as


referências utilizadas para a escrita do texto.

8. AVALIAÇÃO
A comprovação da realização da APS será feita pela postagem do trabalho no
sistema seguindo as orientações contidas no Manual de APS. O professor responsável
atribuirá uma nota de 0 a 10 ao componente curricular APS que será lançada no próprio
sistema quando ele fizer a correção do trabalho (relatório) até a data limite de definida pela
Secretaria Central/Vice-Reitoria.
A finalização das Atividades dar-se-á por visitas técnicas e ao Laboratório de
Pedagogia (Brinquedoteca), atividades em Bibliotecas, trabalhos individuais e em grupos,
Práticas de Ensino e outras compondo o total de horas previsto na matriz curricular em que
o aluno está matriculado que deverão ser registradas na ficha de APS.

REFERÊNCIAS

MOREIRA, Antônio Flávio. (Org.). Currículo: questões atuais. Campinas: Papirus, 1997.
PACHECO, J, A. Escritos curriculares. São Paulo: Cortez, 2005.
SILVA, Tomaz T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo.
2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

São Paulo, 30 de agosto de 2020.

Prof. Dr. Nonato Assis de Miranda


Coordenador do Curso de Pedagogia

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