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Material Teórico
Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Arquitetura Clássica – Civilizações
Grega e Romana
• Introdução;
• Arquitetura Clássica;
• Grécia Antiga;
• Arquitetura Grega;
• Roma Antiga;
• Arquitetura Romana;
• Considerações Finais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer o surgimento e o desenvolvimento da arquitetura nas ci-
vilizações Grega e Romana.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
Introdução
Na antiguidade, diversas civilizações deram sua contribuição à arquitetura, mas
o legado das civilizações grega e romana deixaram para as gerações futuras um
acervo impressionante de objetos, ferramentas, armas, arte, filosofia e estilo.
Nesta unidade vamos analisar estas duas civilizações que deram origem ao que
chamamos de período clássico e de nascimento de ideias importantes e inovadoras,
nunca vistas até então, que moldaram o ocidente.
Arquitetura Clássica
Um dos grandes momentos da arquitetura mundial é, sem dúvida, a arquitetura
produzida pelas civilizações grega e romana.
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Antes de procurarmos definir, afinal, o que são as cinco ordens clássicas, ou
mesmo o que são as tais “colunas” e “frontões” e outros elementos arquitetônicos
tidos como clássicos, é necessário contextualizarmos no tempo as civilizações grega
e romana, e entendermos como tudo começou.
Grécia Antiga
Situada na região sul da Península Balcânica, o território da Grécia Antiga não
corresponde exatamente à abrangência da Grécia atual, e correspondia a três
regiões: a Grécia Continental, a Grécia Central e a Grécia Insular. Esta última diz
respeito a diversas ilhas que estão espalhadas pelo Mar Egeu. Além desta região
mais concentrada, os gregos estabeleceram assentamentos e colônias em muitas
áreas próximas, como é possível perceber no mapa a seguir.
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Este mapa esquemático mostra a colonização de diversos povos na época da civilização da Grécia An-
tiga, comparando os domínios dos gregos (em marrom), com os dos fenícios. Nota-se que os gregos
chegavam a ocupar o sul da atual Itália, a costa da França e o norte da África.
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Apesar dos gregos antigos terem vivido há mais de 2.000 anos, a sua importân-
cia para a cultura ocidental é enorme.
Sem dúvida, podemos afirmar que os gregos são a raiz de toda a cultura que se
desenvolveu no mundo ocidental posteriormente.
Arquitetura Grega
O teórico Nikolaus Pevsner afirma, logo nas primeiras frases de seu livro Panora-
ma da Arquitetura Ocidental, que “o templo grego é o exemplo mais perfeito já al-
cançado de uma arquitetura que se realiza na beleza plástica” (PEVSNER, 2002, p. 6).
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“Aqui se origina a distinção entre as artes (arquitetura, escultura, pintura,
etc.) que se consideram categorias permanentes e absolutas da atividade
humana. Para qualquer uma delas se supõe que existam algumas regras
objetivas, análogas às leis da natureza, e que o valor de cada obra
particular consiste em se adequar a elas (...). Em arquitetura, essas regras
são conhecidas pelo nome de ordens” (PEREIRA, 2010, p. 51).
As ordens são a base da arquitetura grega, que estabelece pela primeira vez
na história um instrumento de controle que estipula todo o processo de produção
de arquitetura.
Já foi dito que uma ordem é “a disposição regular e perfeita das partes, que
concorrem para a composição de um conjunto belo” (PEREIRA, ibidem). Esta é a
essência de todo o pensamento grego, que busca a realização de seu ideal de beleza
– e para atingir este objetivo decodifica a arquitetura em uma série de elementos
necessários para que ela obtenha a harmonia, a proporção e a combinação de
elementos de modo que ela seja, de fato, uma bela arquitetura.
Mas antes de definirmos quais são estes elementos construtivos, e quais são as
ordens gregas, é necessário entender que os gregos eram notáveis pela tendência
de compreender o mundo através da razão, e não se limitavam às explicações
meramente espirituais para os fenômenos que observavam. Os gregos eram o que
se chama de humanistas, pois celebravam o homem e sua capacidade racional, de
entender e interpretar o mundo através da lógica e da filosofia.
A escala humana parte das relações do próprio corpo humano: a medida dos pés
em relação às pernas, a medida de um polegar, a altura em relação às dimensões
da cabeça. Partindo do princípio de Delfos – “conhece-te a ti mesmo” – os gregos
passaram a medir o corpo humano e a estipular uma relação de proporções
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entendida como harmoniosa e bela. É a partir deste raciocínio que surge o sistema
de medida que mede as coisas por polegadas ou palmos, ou a distância em pés,
passos ou jardas.
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As ordens gregas
Como mencionamos antes, os gregos criaram um sistema de regras que teriam
como objetivo desencadear a beleza e as proporções da natureza, que são chamadas
de ordens arquitetônicas.
As colunas são compostas por três partes: o fuste (corpo da coluna); a base, na
qual o fuste se apoia; e o capitel, que é o elemento decorativo no topo da coluna, que
costuma ter diferentes aparências de acordo com a ordem a que pertence. A coluna
sustenta o entablamento, que faz a função da viga estrutural e sustenta a cobertura.
São três as ordens gregas: a dórica, a jônica e a coríntia. Cada uma destas
ordens surgiu em locais diversos, e, portanto, trazem o mesmo nome de alguns dos
povos oriundos destas mesmas regiões.
Cada uma destas ordens tem sua estética distinta. Nós podemos reconhecer
as ordens facilmente por suas colunas, ou, mais especificamente, pelo capitel das
colunas – mas todos os outros elementos (arquitraves, frisos, cornijas, bases, etc.)
também têm configurações diferentes de acordo com a ordem a que pertencem.
Jônico
Dórico
Coríntio
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Quando o arquiteto opta por uma das ordens para compor seu edifício, todos
estes elementos já são pré-determinados. Não se pode usar uma coluna dórica
com um entablamento jônico. Não se pode usar um capitel coríntio num fuste com
dimensões dóricas. As ordens são relativamente rígidas e servem como orientação
para a composição, resultando numa economia de tempo e energia, pois as
escolhas de detalhes já foram feitas – e, ao mesmo tempo, não deixam de oferecer
uma margem de liberdade para se adaptar a cada caso particular.
Caro aluno, você pode conhecer mais sobre a arquitetura grega no documentário da History
Explor
Os temenos não eram destinados apenas a fins religiosos, mas também políticos,
e, assim como os templos mais notáveis, situam-se numa região da cidade grega
denominada de acrópole.
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militar. Simbolicamente, a altura representa a elevação dos valores humanos e
a supremacia sobre outras partes da cidade, dada a importância das edificações
que lá estavam.
Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images
Importante! Importante!
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Roma Antiga
A civilização romana é outro grande momento da história mundial. Suas
contribuições culturais têm parentesco direto com a cultura que se originou na
Europa a partir daí – e, por conseguinte, a nossa.
Veio da Roma antiga a maior parte das nossas palavras e mesmo a base do
nosso idioma, que é de origem latina.
No início Roma foi uma monarquia e três dos seus últimos reis foram etruscos.
Depois de longas lutas, finalmente Roma venceu a Etrúria em torno de 200 a.C.,
paulatinamente anexando novos territórios ao seu Império, dando origem à vasta
e poderosa civilização no mapa a seguir.
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A cidade de Roma tem sua fundação envolta em mistérios e lendas (por exemplo,
a de que Roma teria sido fundada por dois irmãos – Rômulo e Remo – que teriam
sido criados por uma loba), e atribui-se ao ano de 753 a.C. sua fundação.
Trocando ideias...Importante!
Caro aluno, você já ouviu a expressão “todos os caminhos levam a Roma”?
Pois bem, os romanos conquistaram todo o mundo ocidental conhecido, ligaram suas
extensas regiões por meio de uma rede de excelentes estradas e deram às suas grandes
cidades água corrente – trazida de colinas e montanhas a mais de 80 km de distância por
meio de grandes aquedutos. Ofereceram banhos públicos, lavatórios públicos, esgoto e
transporte público. Ou seja, a base das cidades dos tempos de hoje.
A arte produzida pelos romanos sofre duas influências bastante diversas: por um
lado, a forte influência da arte grega e seu ideal de beleza e harmonia; por outro
lado, a inclinação aos princípios etruscos de praticidade e expressão da realidade.
De fato, os romanos, descendentes dos etruscos, tinham personalidade diferente
dos gregos, e era um povo mais prático, menos voltado às questões teóricas. Essa
diferença é facilmente notável em sua arquitetura.
Arquitetura Romana
A primeira grande contribuição dos romanos é a pluralidade de programas
construtivos, o que reflete em grande medida a complexidade da sociedade romana.
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Situado bem no centro da cidade de Roma, o Panteão foi construído entre 118-
128 d.C., e talvez tenha sido projeto do próprio imperador Adriano.
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O Panteão representa o ápice do projeto e da
engenharia estrutural dos romanos e explicita a di- O Panteão atual é um edifício
único em sua configuração.
ferença clara entre a arquitetura grega e a romana: Sua planta centralizada é
ao passo em que o Partenon nos mostra o caráter composta por um vasto salão
extrovertido e matemático da composição grega; encimado por uma imensa e
ambiciosa cúpula de cerca de
o Panteão exibe o cuidado com os espaços inter- 43 metros de diâmetro.
nos e a plasticidade dos volumes dos romanos.
O Panteão que nós conhecemos hoje é uma nova construção que substituiu ou-
tro templo, construído em 27 a.C., durante a República Romana, durante o tercei-
ro consulado de Marco Vipsânio Agripa, e destruído por um incêndio em 80 d.C.
Propileu: é a porta monumental que serve como a entrada para uma acrópole.
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A basílica romana não é uma igreja – visto que a Igreja Católica ainda era
incipiente nesta época. A basílica era um edifício cívico, laico, que costumava ser
usado principalmente para o comércio e a justiça.
O povo romano apreciava muito as lutas de gladiadores, que poderiam ser apre-
ciadas de qualquer ângulo. Assim, os romanos deixaram de dispor a arquibancada
em semicírculo, passando ao formato elíptico.
O espetáculo acontece na arena, na parte central, sob a qual existe uma série
de corredores e câmaras por onde saíam feras, gladiadores e atores.
A partir do uso dos arcos na construção, foi possível para os romanos construírem
anfiteatros muito mais amplos que os dos gregos, e sem precisar encontrar colinas
com a inclinação exata, podendo construí-los onde bem desejassem.
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Figura 9 – O Coliseu hoje
Fonte: iStock/Getty Images
Os arcos de triunfo, por sua vez, são um fragmento de muro, divididos em três
seções – cada uma com um arco. Os dois laterais são secundários, menores e mais
estreitos. O arco principal é o do meio. No espaço entre os arcos e nas laterais
havia quatro colunas sobre pedestais, e sobre elas se sobressai um entablamento
com figuras esculpidas, que sustenta uma superestrutura chamada atiço, geralmen-
te decorada com esculturas e dizeres comemorativos em alto-relevo. Os dois arcos
mais famosos são o de Septimius Severo e Constantino, e inspiraram muitas cons-
truções a partir de sua forma simétrica e bem resolvida de composição.
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Considerações Finais
As realizações da arquitetura grega e romana tiveram um impacto gigantesco
nas civilizações que a seguiram. No entanto, o período histórico que sucedeu à que-
da do Império Romano foi radicalmente diferente, e as realizações da Antiguidade
Clássica ficaram no ostracismo por cerca de 10 séculos, até que foram redesco-
bertos pelos humanistas no período do Renascimento. A partir dali, as realizações
dos gregos e romanos foram recuperadas, estudadas, e serviram como referência
à produção arquitetônica e urbanística até o séc. XIX.
Por este motivo, esta unidade é muito importante e certamente irá facilitar os
estudos nos nossos próximos encontros!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
HISTÓRIA DE ROMA - Construindo um Império (History Channel)
https://youtu.be/42t1ToOfFxM
Leitura
História da Arquitetura
https://goo.gl/cY8fHf
História Antiga – Grécia e Roma
https://goo.gl/FiHMfT
Grécia e Roma – Vida Pública e Vida Privada
https://goo.gl/v4vzaq
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UNIDADE Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
Referências
GLANCEY, Jonathan. A História da Arquitetura. São Paulo: Ed. Loyola, 2007.
GOMBRICH, Ernst H. História da Arte. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2008. 16a edição.
MUMFORD, Lewis. A Cidade na História. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1998.
4a edição.
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