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Inês Miranda | Universidade dos Açores

Índice

Introdução.................................................................................................................................. 2

1. O que é a Arte? .................................................................................................................. 3

2. Arte grega em geral ........................................................................................................... 3

3. Arquitetura......................................................................................................................... 4

3.1 Templos ........................................................................................................................ 5

3.2. Ordens arquitetónicas ................................................................................................ 5

4. Pintura e Cerâmica ............................................................................................................. 6

5. Escultura............................................................................................................................. 7

5.1 Época Arcaica ................................................................................................................... 8

5.2. Época Clássica.................................................................................................................. 8

5.3. Época Helenística ............................................................................................................ 9

Conclusão ................................................................................................................................. 10

Bibliografia ............................................................................................................................... 11

Anexos ...................................................................................................................................... 12

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Inês Miranda | Universidade dos Açores

Introdução

O presente trabalho é sobre a arte grega num geral, mais concretamente a sua
contextualização, as suas principais características a nível da arquitetura, pintura e cerâmica
e a escultura nas épocas arcaica, clássica e helenística e as obras associadas às mesmas.

O meu objetivo com este trabalho é dar continuidade ao anterior, que teve com o tema “Arte
Helenística”, onde expliquei com detalhe as características da escultura e arquitetura, duas
áreas extremamente importantes no que toca à arte feito na Grécia Antiga. O motivo da
minha escolha permanece a mesma, História das Artes continua a ser uma área que eu tenho
extremo interesse e pretendo aprofundar futuramente na minha vida académica, por isso
acredito que este trabalho será gratificante.

O trabalho ao todo está organizado em cinco capítulos. O primeiro diz respeito a uma breve
definição do que é a arte e do quanto ela mudou em comparação aos dias atuais, tendo em
consideração o que era defendido na Grécia Antiga, enquanto, no segundo capítulo, é
abordado as características gerais, uma vez que as principais ideias nesta área, que
permaneceram praticamente as mesmas ao longo das épocas que serão referidas neste
trabalho. Por sua vez, no terceiro capítulo, é referido a arquitetura grega, é feito uma
distinção entre as ordens arquitetónicas e visto em detalhe as diferenças entre as plantas
utilizadas para a construção dos templos. No quarto capítulo, é abordada a pintura e a
cerâmica. E, por fim, no último capítulo temos a escultura grega e a sua evolução desde a
época arcaica até à época helenística.

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1. O que é a Arte?

Não é admiração nenhuma quando se diz que a arte é algo que muito dificilmente pode ser
definida. Ao longo dos anos, a forma como a humanidade vê a arte mudou, regras que foram
criadas em épocas anteriores foram rompidas com novas perspetivas do que deveria ser a
arte, os ideais e o nosso senso de “correto” ao longo dos anos, aquilo que era considerado
mais importante para nós como humanidade, o que poderia ou não ser exposto também,
afinal, não nos podemos esquecer que no meio de tanta liberdade que se tem quando se
pega, por exemplo, num pincel ou num cinzel, há quem não aprove e considere moralmente
incorreto.

Para não falar de como aquilo que era comum na Europa, podia ser diferente nos outros
cantos do mundo, como no continente asiático ou africano, além das diferenças entre as
nações entre si, afinal, nem todos temos a mesma cultura e tradições. A nossa própria
evolução tecnológica contribuiu para isso, uma vez que algo longo dos anos, foram inventados
novos utensílios e descobertos novos materiais.

Dito isto, a arte sobre a qual eu irei falar, teve uma enorme influência como vemos o mundo
até hoje e, mesmo após vários séculos, ainda se mantém como uma enorme referência no
mundo artístico, chegando a ser realmente fascinante a técnica que tinham, apesar das obras
terem sido feitas em séculos antes de Cristo.

2. Arte grega em geral

“A lei suprema da arte é a representação do belo.”

— Leonardo DaVinci

A frase Leonardo DaVinci utilizada no início deste capítulo descreve na perfeição a definição
do que se trata, de facto, a arte grega e o seu principal objetivo, apesar deste ter vivido muito
depois do período clássico, durante aquilo a que nós chamamos de Renascimento1. A arte

1
Renascimento – Termo criado pelo Historiador Burckhardt, no século XIX, para designar a extraordinária
evolução das mentalidades e cultura europeias durante o período da História que sucede à Idade Média, a Idade
Moderna (séculos XV, XVI, XVII e XVIII)

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renascentista não tinha por intuito copiar a arte clássica, mas, sim, de igualar a grandeza
dessas criações2, ou seja, a importância desta não se limitou apenas a esse período de tempo.

Como foi dito no anterior trabalho, a arte grega valorizava, de um modo geral, a proporção,
a clareza, o sentido de harmonia, o racionalismo e o realismo: “[…] Durante milhares de anos,
a pintura, a escultura, a arquitetura e a cerâmica produzidas no antigo Império Grego
incorporaram os ideais de beleza."3 Tornou-se a base e a inspiração de toda a arte ocidental.

A arte grega pode ser separada por essencialmente três épocas, apesar de no livro Breve
História sobre a Arte, referir que podem ser quatro, se incluímos o período Geométrico, no
entanto, não me irei aprofundar sobre este. Claro que, em cada época, há valores que são
mais evidentes em certas épocas. Na primeira fase, a arcaica, é valorizado o esforço pelo
inatingível, na clássica, sentido de superação. A arte clássica contém as obras mais
memoráveis da arte grega, como por exemplo, a escultura “O Doríforo” ou o Pártenon. E, por
fim, na arte helenística, era valorizado o poder de observação individual, o singular. Também
há uma atenção especial às emoções, os heróis que são esculpidos agora apresentam feições
de sofrimento, de brutalidade, por exemplo.

3. Arquitetura

A arquitetura grega foi “[…] uma busca de harmonia, perfeição, proporção; foi a procura do
belo.”4 Trata-se, essencialmente, da procura da proporção divina, através da ligação entre a
geometria e a matemática. Para que isso fosse possível, foram criadas as regras de
construção, aquilo a que chamamos o “Cânone”, um sistema arquitetural em que todas as
partes são iguais.

Era, principalmente, um trabalho coletivo entre arquitetos, escultores e pintores. Era na


arquitetura que vários elementos se uniam. Também é importante mencionar que o arco e a

2
Entre o período de tempo entre o período clássico e a o renascimento, o realismo, algo que era bastante
apreciado pelos gregos, acabou por desaparecer, sendo esta característica retornando apenas no renascimento
pleno: “Pela primeira vez desde a Antiguidade clássica, a arte se tornou convincentemente realista.” Vide
HODGE, Breve História da Arte [tradução de Maria Luisa de Abreu Lima Paz], Editorial Gustavo Gili, Barcelona,
2018, pág. 18
3
Vide HODGE, Breve História da Arte [tradução de Maria Luisa de Abreu Lima Paz], Editorial Gustavo Gili,
Barcelona, 2018, pág. 13
4
Retirado de um texto adaptado Sentido e Destino da Arte de René Huyghe

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abóbada surgem na Grécia Antiga, durante o período helenístico, mas não foram muito
utilizadas por eles, no entanto, foram utilizados de forma generalizada pelo Império Romano.

3.1 Templos
Os templos primitivos gregos, inicialmente, eram contruídos em madeira e depois pintados
em madeira, para serem mais bem conservados. Estavam a o serviço da vida pública e
religiosa, conciliando-as A partir do século VI a.C., estes passaram a ser contruídos em pedra.
Os gregos utilizavam o sistema de construção trilitico, pilares verticais unidos por lintéis
horizontais e, ao contrário dos romanos, raramente utilizavam a linha curva.

Um tempo era constituído por aquilo que chamamos de base ou embasamento, que nada
mais era que uma plataforma elevada que servia para o nivelamento do terreno, colunas, que
era sustentante ou de suporte, podiam ser monolíticas ou constituídas por segmentos ou
tambores, o entablamento, que era um elemento sustentado e de remate, que era formado
pela arquitrave, pelo friso e pela cornija e, por fim, a cobertura de duas águas, que era coberta
por telhas de barro.

Obviamente, nem todos os templos eram iguais, havia diversas plantas como, por exemplo,
In Antis e In Antis Duplo, sendo a grande diferença desses dois, a existência ou não de um
opistódomos5 , temos o Tholos, uma planta circular que é completamente diferente das
demais, o Próstilo e o Anfipróstilo, sendo novamente a grande diferença desses dois o
opistódomos, a Dipteral, que tem duas filas de colunas, enquanto a Pseudodipteral tem uma
fila de colunas que estão adjacentes aos templo e outra não, a Peripteral que só tem uma fila
de colunas e a Pseudoperipteral, que a única fila de colunas está adjacente ao templo.6

3.2. Ordens arquitetónicas


Existem três tipo de ordens: a dórica, a jónica e a coríntia, cada uma com as suas próprias
características e diferenças. A primeira, a dórica, é a mais antiga, surgiu na Grécia continental
cerca do ano 600 antes de cristo, é caracterizada pelas suas evidentes formas geométricas e
pouco decoração, é lhe atribuído um carácter mais masculino devido a isso. Ao contrário das

5
Opistódomos – “recinto localizado na parte posterior de um templo grego, utilizado frequentemente para
depositar os tesouros oferecidos à divindade” no Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha], Porto
Editora. [consult. 2022-01-21]. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/opistódomo
6
Imagem de referência dos templos está presente nos anexos.

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outras que foram mencionadas, a ordem dórica, tem um aspeto muito mais maciço e pesado,
isso sendo evidente nas suas colunas. Para distinguir das restantes, é essencial analisarmos o
seu fuste7, que era canelado com arestas vivas, e o seu capitel8, que são extremamente
simples em comparação às restantes.

A jónica surge no século VI, na Jónica, localizada na Ásia Menor. Em comparação à dórica, as
proporções são mais esbeltas e é possível notar uma decoração mais abundante, sendo assim
associada à figura feminina. Ao longo dos tempos, esta ordem teve algumas variantes, como
por exemplo, houve uma substituição das colunas por estátuas de cariátides9 ou atlantes, que
era praticamente o mesmo que as cariátides, mas na versão masculina. Os seus capitéis
tinham como ornamento as volutas, que tem uma forma espiral. O seu fuste era canelado
com arestas aparadas. Nessa mesma ordem, o templo podia possuir acrotérios, um “pequeno
pedestal colocado na parte mais alta de um edifício, que serve de suporte a estátuas ou outros
ornamentos”10

Por fim, temos a ordem coríntia, uma variante da jónica, cuja única diferença entre as duas
é o seu capitel, uma vez que na primeira, são esculpidas folhas de acanto. Foi a ordem mais
utilizada no período helenístico.

4. Pintura e Cerâmica

Sobre a pintura, o que sabemos dela é relativamente escasso (“Da grande pintura apenas
restam espécimes, uns arcaicos, outros helenísticos ou romanos, todos em número
insignificante.”11 A pintura mural desapareceu quase toda. O que sabemos sobre a pintura
grega incide essencialmente sobre a cerâmica, que representava as cenas da vida na
sociedade grega, ao longo dos tempos, era o que podíamos chamar um “arquivo de imagens”.

7
Fuste - Tronco da coluna, entre a base e o capitel vide Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha],
Porto Editora. [consult. 2022-01-21]. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/fuste
8
Capitel - parte superior da coluna vide no Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha], Porto Editora.
[consult. 2022-01-21]. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/capitel
9
Cariátides - estátua de mulher que, na fachada de um edifício, funciona como coluna ou pilastra, suportando
uma arquitrave ou cornija vide Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha], Porto Editora. [consult.
2022-01-21]. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/cariátide
10
Vide Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-01-21].
Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/acrotério
11
Vide PEREIRA, Maria Helena da Rocha, Estudos de História da Cultura Clássica, Vol. 1, Lisboa, Fundação
Calouste Gulbenkian, 1998, pág. 593

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A produção das peças podia ter vários objetivos, como por exemplo, o doméstico, o comercial
ou até mesmo o religioso. As peças encontram-se em todo o mediterrâneo, como, por
exemplo, a Península Ibérica, Germânia, Egipto, Síria, Mesopotâmia, entre outros lugares.

O estilo geométrico, feito entre cerca dos séculos IX e VII antes de Cristo, tinha, obviamente
uma decoração geométrica, onde continha meandros, gregas, triângulos, linhas, entre outros
elementos e era organizada em bandas ou em frisos paralelos. A partir do século VII, surgem
figuras muito estilizadas e esquematizadas. É marcado pelos movimentos repetidos.

Já o estilo arcaico é subdividido em duas fases: a fase orientalizante e a fase arcaica recente.
A primeira ocorre entre, cercas do século VII a 650 antes de Cristo, tinha influências orientais,
como o nome indica, e tinham várias cenas de carácter mitológico e elementos decorativos
de inspiração vegetal e naturalista, com pormenores feitos com traços brancos, vermelhos ou
negros. Já a segunda fase, surgiu entre 650 e 480 antes de Cristo, foi produzida em grandes
quantidades pelas oficinas atenienses e era caracterizada pela técnica de figuras a negro.
Sobre o fundo vermelho, pintava-se os elementos figurativos como silhuetas e utilizava-se a
técnica de incisão com um estilete para criar os pormenores. Tinha uma temática variada,
podia representar cenas do quotidiano, cenas religiosas, mitológicas, entre outras.

Temos o estilo clássico, de 480 até 323 antes de Cristo, possivelmente criado por Andócides,
em que era marcado pelas técnicas de figuras vermelhas. O que isso significa? Significa que
os vasos eram cobertor por um verniz negros, com a exceção das figuras, que ficavam com a
cor natural da argila, os pormenores eram acrescentados a pincel com a cor negra, dando
assim uma maior naturalidade, realismo e tridimensionalidade à pintura.

5. Escultura
Entrando na escultura grega, é importante reforçar que a glorificação dos atletas, heróis e
deuses é extremamente importante. O único tema da escultura grega é exclusivamente a
figura humana, apesar de ter algumas exceções, como por exemplo os sátiros12 e centauros.13

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Sátiro – “Divindade grega dos bosques e das montanhas (…) Em termos gerais, eram uma mistura de homem,
cavalo e bode, variando de acordo com as versões das lendas” vide Infopédia [em linha], Porto Editora. [consult.
2022-01-21]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$satiro
13
Centauro – “Criatura fantástica da mitologia grega, com cabeça, braços e torso de homem e dorso e patas de
cavalo” vide Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa [em linha], Porto Editora. [consult. 2022-01-21].
Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/centauro

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Ao contrário do que imaginamos, as estátuas eram coloridas para obter um maior realismo,
ou seja, o que vemos atualmente quando apreciamos uma escultura grega, não é exatamente
o que, o mesmo acontece com as esculturas romanas.

5.1. Época Arcaica


A estatuária do período arcaico apresenta dois tipos básicos: Kouros 14e Koré15, representam
ambos o ideal da beleza, mas não representam ninguém em concreto, ou seja, é o mesmo
que dizer que representam um atleta, mas não o atleta, não é nenhum retrato: “Não eram
estátuas de culto, mas sim representações votivas dos servidores do deus.”16 A pose muito
rígida, quase que pouco natural, barba e cabelo simplificados, no caso dos Koroi, obviamente,
os olhos em amêndoa, a simetria bilateral, o rosto e musculatura esquematizados são as
principais características deste estilo. Estas estátua também era pintadas de maneira realista.

5.2. Época Clássica


O período clássico é sem dúvida a época de ouro da escultura grega, no entanto, aquilo que
nos chegou aos dias de hoje, grande parte são cópias romanas, como, por exemplo, a Atena
Varvakeion17.

Dentro da própria época clássica, temos a época do clássico severo, em que já temos uma
pose mais natural, uma vez que o peso assenta sobre uma perna, enquanto a outra serve para
manter o equilíbrio, dando assim uma assimetria na posição de contraposto.

Já, dentro do clássico propriamente dito, durante o século V antes de Cristo, as estátuas têm
uma pose muito mais natural. Há uma maior atenção aos pormenores, eles são tratados com
maior realismo e perfeição, mostrando nitidamente que os gregos dominavam a técnica de
trabalhar a pedra. É quando surge o “cânone”, um conjunto de regras e proporções que
estabelecem um ideal de beleza, acredita-se ter sido criado por Policleto, apelidado de "Pai
da Teoria da Arte" do Ocidente. No total, a estátuas de um corpo humano interior tinham que
medir sete vezes o tamanho da cabeça. Este cânone perdurou por um século. Nenhuma das

14
Kouros, tem como por plural Koroi,
15
Koré, tem como plural Korai
16
Vide PEREIRA, Maria Helena da Rocha, Estudos de História da Cultura Clássica, Vol. 1, Lisboa, Fundação
Calouste Gulbenkian, 1998, pág. 561
17
Imagem presente os anexos

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obras do Policleto chegaram até aos dias de novo, novamente, só temos conhecimento delas
por conta das cópias romanas.

A nível de artistas, temos Fídias, que foi considerado por muito o maior escultor do século V
a.C.. Este é conhecido pelos seus relevos no Pártenon, colocados nos frisos, métopas e
frontões. As descrições que temos das suas obras falam sobre perfeição anatómica,
serenidade, força. É falado que ele influenciou muitos outros escultores.

Também é falado o Praxíteles, cujas suas obras também são conhecidas através de cópias
romanas, foi um dos condutores da evolução do alto classicismo para o helenismo. Tinha
como preferência representar os deuses jovens, sendo Apolo, Afrodite e Hermes exemplos
destes. Mármore era o seu material de eleição.

Por fim, temos Lisipo. Este escultor criou um novo cânone para as esculturas, que invés de
sete, como as obras de Policleto, estas passaram a medir sete vezes e meia o tamanho da
cabeça, fazendo com as figuras ficassem mais esquias.

5.3. Época Helenística


Na fase helenística que começam a surgir os primeiros retratos, a figura do homem deixa de
ser somente representada como o ideal de juventude, ao contrário dos períodos anteriores,
e começa a surgir representações dele tanto na infância quanto na velhice.

Na escultura de Vénus de Milo, vemos ainda o idealismo e a serenidade continuam presente


nas obras, através da sua face calma e forma como o seu corpo está posicionado de forma
descontraída, transmitem-nos essa ideia na perfeição. O mesmo aplica-se à escultura da
Vitória de Samotrácia, que representa a deusa grega Nice, que simboliza a Vitória, que
embora não tenha cabeça, é possível, através das suas asas e dos drapeados das roupas, dar
a ideia de leveza. A mestria na forma e do movimento, impressionou os críticos e artistas
desde a sua descoberta. Mas não podemos nos esquecer que surgem nesta altura o gosto
pelo teatral e o patético. Na escultura Grupo de Laocoonte, isto está perfeitamente
representado. A escultura mostra Laocoonte e seus dois filhos, Antífantes e Timbreu, sendo
estrangulados por duas serpentes marinhas, uma lenda da Guerra de Troia também relatada
na Eneida de Virgílio. O gosto pelo teatral está representado no terror evidente dos seus
rostos, sendo reforçado pelo contorcer dos corpos das figuras e das próprias serpentes que
as estão a atacar.

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Conclusão

Para a questão que eu coloquei no começo deste trabalho (“O que é a arte?”), a minha
resposta quanto a isso é que existem inúmeras teorias a nível da filosofia que tentam a tudo
o custo definir o que esta é, mas nenhuma conseguiu até hoje defini-la na perfeição, isso
porque a arte não pode ser encaixada numa caixinha com alguns adjetivos, é praticamente
impossível e, na minha perspetiva, é assim que deveria permanecer, afinal é isso que mantém
tem interessante e tão abrangente, podemos dizer que há mesmo arte para todo o tipo de
gosto, por mais peculiar que este seja. A resposta para a questão depende puramente da
pessoa que a está a ver, o que pode ter valor para uma pessoa, pode não ter para outra.

Após o trabalho, posso concluir que a arte grega tem um grande impacto para como
entendemos a arte nos dias de hoje, ela influencia imenso o nosso conceito de arte, afinal,
esta, por mais que se tenta mudar a visão com várias outras correntes artísticas ao longo do
tempo, está sempre associado ao belo. Através dela, também podemos deduzir muito do que
foi a cultura grega, quais os deuses mais importantes, a importância que davam às figuras
geométricas, entre outros. Foi um trabalho que me deu imenso gosto em fazer.

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Bibliografia

• FARTHING, Stephen, Tudo sobre Arte [tradução de Paulo PolzonoffJr. et ai.], Rio de
Janeiro: Sextante, 2011
• FERREIRA, José Ribeiro, A Grécia Antiga: Sociedade e Política, 1ª edição, Lisboa,
Edições 70, 1992
• FOLSOM, Robert S., Handbook of Greek Pottery: a guide for amateurs. Greenwich,
Conn.; New York Graphic Society, 1967
• HANFMANN, George M. A , “Hellenistic Art” in Dumbarton Oaks Papers, Vol. 17, 1963,
pág. 77-94
• HODGE, Breve História da Arte [tradução de Maria Luisa de Abreu Lima Paz], Editorial
Gustavo Gili, Barcelona, 2018
• PEREIRA, Maria Helena da Rocha, Estudos de História da Cultura Clássica, Vol. 1,
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1998
• ROHDEN, Huberto, Filosofia da Arte: A metafísica da verdade revelada na estética da
beleza, Martin Claret, 2007

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Anexos

Fig. 2 — Elementos arquitetónicos e características de cada ordem [Fonte: Koch, Wilfried.


Dicionário dos estilos arquitetônicos. São Paulo: Martins Fontes, 2004.] Disponível em:
https://haac1.wordpress.com/2017/09/08/as-ordens-arquitetonicas-gregas/ (consultado
em 21/12/2022)

Fig. 2 — Elementos arquitetónicos e características de cada ordem [Fonte: Koch, Wilfried.


Dicionário dos estilos arquitetônicos. São Paulo: Martins Fontes, 2004.] Disponível em:
https://haac1.wordpress.com/2017/09/08/as-ordens-arquitetonicas-gregas/ (consultado
em 21/12/2022)

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Fig. 3 — Planta dos templos gregos Disponível em:


http://corpopoietico.blogspot.com/2012/10/plantas-de-templos-gregos.html
(consultado em 21/01/2022)

Fig. 4 – Athena Varvakeion, Fídias, Mármore, atualmente em National Archaeological


Museum in Athens Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Athena_Varvakeion_-_MANA_-_Fidias.jpg
(consultado em 21/01/2022)

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