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Material Teórico
Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Revisão Textual:
Profa. Ms. Natalia Conti
Grécia, Roma e Bizâncio –
Arte, Razão e Poder
• Introdução
• Arte Grega – O Belo
• Período Helenístico
• Roma – O Mundo a Seus Pés
• Arte Bizantina – A Entrada na Idade Média
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer os estilos e movimentos artísticos e estéticos da arte grega
e da arte romana.
· Elaborar opiniões referentes à produção artística contemporânea
e ao patrimônio histórico e artístico, relacionando-os a história,
sociedade, política e cultura do país.
· Respeitar e avaliar as diferentes correntes e tendências artísticas, suas
origens e características.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Introdução
A finalidade da arte é dar corpo à essência secreta das coisas, não copiar
sua aparência. (Aristóteles, 384-322 a.C.)
Figura 1
Fonte: Wikimedia/Commons
Descrição: O combate entre deuses e gigantes (c. 525 a.C.), mármore. Parte do friso
norte do Tesouro dos Sífnos, Delfos (Grécia). Detalhe em forma de faixa esculpida dis-
posta horizontalmente, com homens em posição de combate.
A produção artística da humanidade tem oscilado, de tempos em tempos, entre
razão e emoção. Parece que depois de um certo período, uma das tendências se
esgota, fazendo com que o período seguinte se volte para o outro extremo.
Na Grécia, a partir do século VII a.C. e em Roma, a partir do século V a.C. essa
produção artística é conhecida como arte clássica e refere-se a um conjunto de obras
que foram criadas segundo padrões surgidos a partir de conhecimentos estéticos
adquiridos pelo homem antigo, como harmonia, proporção, beleza e técnica.
A compreensão do mundo, o que era e como era, podia ser explicado por
meio do pensamento do homem, considerado naquele momento o centro do
universo. A razão estava acima da magia e da fé, fenômenos totalmente abstratos
e inexplicáveis.
O poder também interferiu nas criações artísticas desde a antiguidade, fazendo-as
servir de instrumento para propagar ideias e conceitos ao adotar os temas políticos.
A arte é um meio de comunicação, mas naquele tempo era o principal deles.
A formação heterogênea dos povos antigos é um fator importante para a
frequente disputa de poder. A Grécia se formou do encontro de diferentes povos
– dórios, jônios, aqueus e eólios – vindos de variadas localidades. Com o passar
do tempo, falaram o mesmo idioma e se uniram por uma única cultura, mas,
apesar disso, “as velhas lealdades tribais continuaram a dividi-los em cidades-
estados” (JANSON, 1996, p. 46), fazendo-os rivais como nas lendárias guerras
entre Atenas e Esparta.
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Arte Grega – O Belo
Conhecida desde a antiguidade por Hellas e oficialmente por República Helênica,
seu território se localiza no Sudeste da Europa e é banhado pelos mares Egeu,
Jônio e Mediterrâneo. De origem anterior a 2000 a.C., o período entre 1500 a.C.
e 800 a.C. ficou conhecido como Micênico ou Homérico, já que os poemas de
Homero ilustram com detalhes esse momento histórico. A produção artística grega
é dividida em três períodos: Arcaico, Clássico e Helenístico.
O poeta Homero escreveu, entre outros, dois poemas épicos: Ilíada, que narra os aconteci-
Explor
mentos do nono ano da guerra de Tróia, consequência da ira de Aquiles; e Odisseia, continu-
ação do poema anterior, quando o herói Odisseu retorna à sua cidade natal, Ítaca.
Figura 2
Fonte: Wikimedia/Commons
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Figura 3
Fonte: Wikimedia/Commons
Descrição: Salto sobre o touro (c. 1500 a.C.). Cena do jogo em que os atletas treinados
faziam um perigoso salto sobre os chifres e as costas de um touro. Atletas de ambos
os sexos participavam da competição, como podemos observar pela cor da pele das
pessoas nos afrescos, escuro para homens e branco para mulheres. Mural, arte egeia.
Escultura Grega
No período Arcaico (c. 750 a.C. a 480 a.C.), os gregos seguiram o padrão
técnico egípcio de representação: o artista fazia abordagens frontais e laterais do
bloco de mármore até chegar aos limites da figura. Dessa forma de construção
nasciam figuras de grande rigidez e imobilidade, o que fazia muito sentido para as
grandes esculturas egípcias que tinham a função de servir de morada para o ka, a
alma do morto.
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Figura 4
Fonte: Wikimedia/Commons
Descrição: Esculturas em mármore dos jovens gêmeos Cleobis e Biton (c. 590-580 a.C.)
em posição rígida, rígida, olhando para frente, com os braços juntos ao corpo e com as
mãos fechadas. Com ombros largos, cintura fina e a perna esquerda, com uma rótula
bem marcada, à frente. Do escultor Polymedes.
Ainda que as esculturas de corpo humano desse período mostrassem vestígios
do bloco cúbico, típico da arte egípcia, a parte posterior do bloco passou a ser
trabalhada e a figura se desprendeu da parede, ganhando detalhes na parte de trás.
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
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Figura 7
Fonte: Wikimedia/Commons
Descrição: Éfebo de Kritios (c. 480 a.C.), Escultura em mármore do jovem Éfebo em
posição de descanso, com o arqueamento do joelho direito, o deslocamento sutil da
pélvis e coluna vertebral arqueada com uma leve inclinação dos ombros.
Os Jogos Olímpicos influenciaram muito o desenvolvimento das técnicas da
representação da figura humana. Corpos jovens e atléticos em posições difíceis
exigiam muito dos escultores.
Os Jogos Olímpicos se originaram em Olímpia (Grécia antiga) em meados de 776 a.C. Naquele
período, os jogos eram realizados em homenagem aos deuses gregos, sendo que Zeus era
Explor
o mais homenageado. Além disso, os jogos eram realizados com a intenção de promover a
amizade e integração entre os povos. O único esporte, até a décima terceira competição, era
a corrida. No quinto século antes de Cristo, já eram dez modalidades esportivas disputadas.
Figura 8
Fonte: Wikimedia/Commons
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
A obra Discóbolo (c. 450 a.C.) (Fig. 8), lançador de disco, de Míron mostra o
esforço dos escultores em chegar a uma representação cada vez mais real do corpo
em movimento. Neste caso, o escultor conseguiu dar aos membros a torção do
esforço físico para aquela posição, porém, ainda podemos perceber que o tronco
parece estático.
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Período Helenístico
É no terceiro e último período, o Helenístico (323 a.C. a 31 a.C.), que a emoção
aparece por meio dos dramas que as esculturas representam. No lugar de corpos
idealizados, podemos ver a feiura e a velhice, assim como a dor e o sofrimento.
Essa dramaticidade vai além da tensão indicativa do movimento, cenas inteiras
parecem se desenvolver diante dos olhos do espectador.
Figura 10
Fonte: Wikimedia/Commons
Pintura e Cerâmica
O pouco que sabemos sobre a pintura grega deve-se ao fato de grande parte das
pinturas murais terem desaparecido com as destruições causadas pelas inúmeras
guerras que assolaram a região por anos consecutivos.
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Figura 12 – Detalhe do vaso de cerâmica de Dipylon (séc. VIII a.C.), com desenhos lineares em negrito
Fonte: Adaptado de metmuseum.org
Figuras negras/pretas (séc. VII a VI a.C.) – Exéquias foi o pintor que mais se
destacou na técnica da figura negra. A silhueta das figuras era pintada de negro,
fazendo forte contraste com o fundo castanho-avermelhado dado pela cor natural
do barro utilizado. Os detalhes surgiam da incisão de uma ferramenta pontiaguda
sobre a superfície preta, deixando transparecer a cor do fundo. No vaso com a
pintura de Aquiles e Ajax praticando um jogo de mesa (Fig. 13), de Exéquias, po-
demos observar a complexidade da composição e a primorosa técnica. As costas
dos jogadores se posicionam na curvatura do vaso, as lanças apontam para as
alças e a mesa do jogo está posicionada bem no centro, imprimindo equilíbrio e
harmonia para a composição.
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Figura 13
Fonte: beazley.ox.ac.uk
Descrição: Ânfora de cerâmica com a silhueta Aquiles e Ajax pintada de negro, prati-
cando um jogo de mesa, fazendo forte contraste com o fundo castanho-avermelhado.
Exéquias (c. 540 a.C.).
Figuras vermelhas (final do séc. VI a.C.)
– Psíax desenvolveu uma técnica oposta
ao da figura negra. Neste estilo, as figuras
têm a cor original do barro, sendo o fundo
pintado de negro. Estas figuras mais claras
pareciam ter ainda mais naturalidade do que
as figuras no estilo negro. Os detalhes eram
pintados com pincel fino para que as linhas
fossem mais flexíveis e mais fluidas, como
observamos no trabalho de Oltos (Fig. 14).
Os melhores exemplos da pintura grega
sobreviveram até os dias de hoje na cerâmica.
Da pintura mural pouco sobrou. Os gregos Figura 14 – Ânfora com soldados montando
davam preferência a cores vivas e vistosas golfinhos em cor castanho-avermelhado, em
tais como o verde, o azul e o vermelho, contraste ao fundo negro. Oltos (c. 520-510 a.C.)
entre outras. Fonte: metmuseum.org
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Arquitetura Grega
Ao contrário do que podemos pensar, os templos gregos eram construídos para
abrigar as esculturas dos deuses e não tinham a função de reunir fiéis como as
igrejas. As três ordens arquitetônicas gregas – Dórica, Jônica e Coríntia – surgiram
a partir do século VII a.C. e são identificadas pelas plataformas de degraus, tipo de
colunas e entablamentos.
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Figura 18 – Apresentação gráfica dos capitéis (membro superior
de uma coluna) dórico, jônico e coríntio
Fonte: Wikimedia/Commons
Ordem Dórica (600 a.C.) – Na mais simples das ordens, a coluna possui um
fuste formado por sessões com estrias verticais, apoiado diretamente na estilóbata
(base da coluna ou edifício) e um capitel retangular e simples, que sustenta uma
arquitrave lisa. Sobre ela ficam o friso e a cornija.
Figura 19
Fonte: Wikimedia/Commons
Descrição: Templo Parthenon (448 a 432 a.C), Atenas (Grécia), ordem Dórica. Ergue-se
sobre uma plataforma ou estilóbata de três degraus. Possui frontão e lintel sustenta-
dos por colunas suportando um entablamento (cornija, friso e arquitrave). Oito colunas
na fachada da frente e oito na fachada dos fundos, e dezessete em cada lado. Há uma
fileira dupla de colunas em cada extremidade.
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Ordem Jônica (450 a.C.) – Mais leve e ornamentada que a ordem Dórica, seu
fuste é de menor diâmetro, com maior quantidade de caneluras e apoiada em uma
base ornamental. Possui um capitel ornamentado e formado por duas volutas. Sua
arquitrave é dividida em três partes e os frisos e métopas eram esculpidos em relevos.
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Figura 22
Fonte: Adaptado de Wikimedia/Commons
Descrição: Detalhe do capitel jônico formado por duas espirais unidas por duas curvas,
as marcantes volutas exibindo uma moderação elegante na ornamentação no templo
de Atena Kiné (432-420 a.C.), Atenas (Grécia).
Ordem Coríntia (400 a.C.) – Variante da anterior, Jônica, seu fuste tinha um
diâmetro menor e seu capitel era ornamentado com folhas de acanto. Foi muito
utilizado nas construções do período Helenístico.
Figura 23
Fonte: Wikimedia/Commons
Descrição: Templo de Zeus Olímpico com uma série dupla de colunas na frente e nos
fundos, e uma série simples nos lados. (início da construção no séc. VI a.C. e concluído
sete séculos depois), Atenas (Grécia).
Figura 24
Fonte: Adaptado de Wikimedia/Commons
Descrição: Detalhe do capitel coríntio moldado como um sino invertido cercado por
folhas de acanto no templo de Zeus Olímpico (início da construção no séc. VI a.C. e
concluído sete séculos depois), Atenas (Grécia).
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
A cobertura dos templos gregos era simples, de duas águas e feita de madeira.
Seu frontão triangular era ornamentado com esculturas. Sua planta era simétrica,
com seu núcleo dividido em três partes: o pronau – o pórtico de entrada; a nau –
local onde ficavam as divindades e o epistódomo, os fundos.
Tanto os homens quanto as mulheres usavam, na Grécia antiga, uma túnica chamada
de quitão, presa à cintura com um cinto. A maior parte era feita com lã de carneiro, pois
Explor
apenas os ricos podiam comprar as de linho ou de algodão. Sem cava nem modelagem,
diferenciava-se de acordo com a classe social de quem o vestia. A forma popular era mais
curta e a cerimonial, mais longa. A exemplo dos templos gregos, as roupas eram fartamente
coloridas. O único lugar em que era obrigatório usar branco era o teatro que, por ser
considerado sagrado, exigia um tom de pureza.
Figura 25
Fonte: metmuseum.org
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Figura 26
Fonte: Wikimedia/Commons
Descrição: Camafeu com borda de ouro que mostra o Imperador Cláudio e a sua espo-
sa Agripina Menor (do lado esquerdo) e à direita os pais de Agripina, 48 d.C.
Guerreiros, em pouco tempo conquistaram todas as cidades ao redor do
Mar Mediterrâneo. O respeito pela cultura do inimigo e a integração dos povos
conquistados foi o fator primordial para seu crescimento e fortalecimento.
A fundação da cidade de Roma, em 753 a.C. está ligada à lenda da Loba Capitolina. Virgílio,
Explor
em seu poema épico chamado Eneida, datado de I a.C., conta que o rei Numitor e sua filha,
Silvia Reia, foram aprisionados por Amúlio, irmão do rei. O rei Marte, ao saber que a princesa
estava presa em uma torre, vai ao seu encontro e a engravida de gêmeos. Amúlio coloca
os bebês em uma barca e os lança no rio Tibre, mas são encontrados por uma loba, que os
amamenta. Um casal encontra os gêmeos Remo e Rômulo, que crescem e enfrentam o rei
Amúlio, fundando a cidade de Roma, em 753 a.C.
Roma foi fortemente influenciada pela cultura dos gregos e etruscos, que
moravam na península Itálica entre os séculos XII e VI a.C. Dos gregos herdou o
ideal de beleza, e dos etruscos dois elementos importantíssimos para a arquitetura:
o arco e a abóbada.
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Escultura Romana
Apesar da importação das esculturas e do grande número de cópias feitas dos
originais gregos, os romanos desenvolveram um estilo próprio. Quando um chefe
de família morria, era encomendada uma cópia de seu rosto em cera para ser
preservada. Era uma forma de manter viva na memória a imagem dos antepassados
e transmitir a ideia de continuidade das famílias. A fragilidade do material fez com
que essas peças desaparecessem com o tempo.
Como o poder era um bem maior para esse povo, uma das funções da estatuária
era retratar os governantes com características físicas que transmitissem uma
personalidade forte e austera. Retratavam os políticos de forma fiel, realçando
suas rugas e marcas de expressão que evidenciassem uma grande preocupação
e seriedade com o seu governo. No lugar do ideal de beleza dos deuses gregos,
surgiu a escultura realista. Esculturas de governantes com semblantes impiedosos e
realistas marcaram a era republicana.
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Quando pensamos nas esculturas gregas e romanas, as imagens que surgem
são de obras em mármore, totalmente brancas. Na verdade, elas eram pintadas,
como mostra a figura 29. A pintura, por ser um acabamento delicado e o pigmento
utilizado pouco resistente, se desgastou até desaparecer quase totalmente. Um
olhar um pouco mais atento pode descobrir pequenos resquícios de tinta nas peças.
Figura 29
Fonte: Adaptado de Wikimedia/Commons
Estátua de Augusto de Prima Porta (c. 20 a.C.) com cabelo que é característico dos
seus múltiplos retratos: trata-se da curiosa disposição das madeixas ao centro da testa.
Augusto está representado de pé, com o peso do corpo a recair sobre a perna direita,
ao passo que o pé esquerdo, um pouco atrás, apenas toca com a ponta dos dedos na
base. Desta circunstância resulta que a linha das ancas não é horizontal, antes, para
quem o contempla, descai para o lado direito. Por outro lado, o seu braço esquerdo
está contraído, mostrando, pelo orifício formado pelos dedos, que se destinava a segu-
rar um objeto cilíndrico, como uma lança, uma insígnia militar. À esquerda sem pintura
e à direita com pintura, mármore.
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Explor
A maioria das obras romanas originais se basearam em modelos gregos, como é o caso da
escultura de Augusto de Prima Porta (c. 20 a.C.) (Fig. 29). A posição escolhida pelo escultor
é a mesma da obra grega Doríforo, de Policleto (c. 440 a.C.) (Fig. 30), mas, com o romano
vestindo roupas e as feições do imperador, um braço e um olhar direcionados ao povo.
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Figura 31 – Coluna de Trajano (c. 110 a 113 d.C.), Roma (Itália), mármore
Fonte: Wikimedia/Commons
Figura 32
Fonte: Wikimedia/Commons
Detalhe da Coluna de Trajano (c. 110 a 113 d.C.) comparte da sua face externa esculpida
com figuras em baixo-relevo contando a história da guerra entre romanos e dácios,
Roma (Itália), mármore.
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Pintura Romana
A pintura romana era feita sobre as paredes com a técnica do afresco, no qual o
artista aplicava a tinta sobre uma camada ainda úmida de gesso, tornando-a parte
da estrutura.
Essas pinturas faziam parte da decoração interna das construções e podiam ser
apreciadas em painéis que recobriam suas paredes, no final do período republicano
até o período do império, adotando os princípios e temáticas gregas dos períodos
Clássico e Helenístico, como natureza-morta e paisagem.
Figura 33 – Pintura mural/afresco (c.60-70 a.C.), casa na Vila dos Mistérios, Pompeia (Itália). Cena de
um culto dionisíaco de mistérios com imagens de pessoas pintados em cores com fundo vermelho
Fonte: Wikimedia/Commons
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Figura 34
Fonte: Acervo do conteudista
Descrição: Pintura mural/afresco (c. 62 a.C.) pintados, com cores vivas, falsos envasa-
mentos de mármore, plintos imitando madeira e até elementos arquitetônicos fingi-
dos , casa dos Vetti, Pompeia (Itália).
As pinturas utilizavam a técnica da perspectiva para conferir profundidade às
composições, aplicavam luz e sombra, o que conferia às imagens mais volume. As
cores mais utilizadas eram o vermelho, o ocre e o verde.
Em Pompeia, também foram encontrados retratos em miniaturas pintados em
vidro do século III d.C. e imagens de pessoas mortas sobre seus sarcófagos.
Arquitetura Romana
Os romanos aprenderam muito sobre construção arquitetônica com os etruscos
– povo que surge na península itálica, antes dos romanos, por volta do século
VIII a.C. – e deles herdaram os arcos de plena volta e o sistema de construção de
abóbadas, o que permitiu a criação de enormes espaços cobertos. Construíram
edifícios públicos e privados como casas, templos, termas, aquedutos, mercados e
prédios governamentais.
Figura 35
Fonte: Wikimedia/Commons
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Figura 37 – Interior do templo Panteão (118-125 d.C.), com planta circular, recoberto
com materiais como granito cinza e mármores amarelo e roxo., Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia/Commons
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Dos teatros e anfiteatros, o mais conhecido da época romana é o Coliseu (70-
80 d.C.) (Fig. 38), do final do período republicano, erguido no centro de Roma.
De formato elíptico – 188 metros de comprimento, 156 metros de largura e,
originalmente, 52 metros de altura; mede 48,5 metros – inicialmente tinha
capacidade para 50 mil espectadores e servia para distrair as pessoas com lutas
entre gladiadores, pobres cristãos, escravos e animais selvagens.
Sua fachada inteira foi construída com arcos e abóbodas. “O exterior, monumental
e cheio de dignidade, reflete as subdivisões do interior, mas é revestido e enfatizado
por pedra lapidada” (JANSON, 1996, p.71).
A parede circular do edifício, com 54 metros de altura é dividida em três partes
circulares. Cada faixa horizontal é composta por arcos e colunas. A primeira, do
chão para cima, é composta por colunas dóricas, a segunda por colunas jônicas e
a terceira e última por colunas coríntias.
Figura 38 – Anfiteatro Coliseu (70-80 d.C.) composta por arcos e colunas, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia/Commons
Na inauguração do Coliseu, a sua arena ficou cheia de água para a representação de uma
Explor
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Entrada
Figura 40 – Planta baixa de uma casa romana antiga
Figura 41
Fonte: iStock/Getty Images
Pisos em mosaico romano (séc. I a.C.) com a imagem de um homem montado em um ca-
valo. Feito com pequenos pedaços de cores, feitas de calcário ou vidro ou cerâmica, arru-
madas e elaboradas e de tamanhos diferente. Sítio arqueológico de Volubilis (Marrocos).
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Arte Bizantina – A Entrada na Idade Média
Muitos acontecimentos políticos e religiosos, no século IV, acarretaram impor-
tantes mudanças para o Império Romano. Em 323 d.C. o imperador Constantino
transferiu a capital de Roma para a cidade de Bizâncio, fundando, em 330 d.C., a
cidade de Constantinopla. O imperador Teodósio, em 395 d.C., dividiu o Império
em duas partes: Ocidental, com capital em Roma; e, Oriental, com capital em
Constantinopla, e oficializou o Cristianismo como a religião do Império.
para discutir as questões da nova religião. Nesses lugares, começaram a surgir pinturas
nas paredes que ilustravam as passagens do evangelho. Os pintores dessas imagens, em
geral, eram pessoas comuns do povo e não especialistas, o que fica evidente nos afrescos.
As composições são simples e pouco elaboradas, sem profundidade, detalhes anatômicos e
pouca variação de cor. Essa produção artística ficou conhecida como Arte Paleocristã (início
do século II até o final do século V).
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Figura 43 – Justiniano e seu séquito (c. 547 d.C.), mosaico, Basílica de São Vital, Ravena (Itália)
Fonte: Wikimedia/Commons
Figura 44
Fonte: Adaptado de Wikimedia/Commons
Descrição: Detalhe de Justiniano e seu séquito (c. 547 d.C.) representado com uma
auréola sobre sua cabeça, mosaico, Basílica de São Vital, Ravena (Itália).
O mosaico bizantino, aplicado em paredes e abóbodas de igrejas, utilizava
materiais diferentes e mais sofisticados do que os romanos, pois usavam pequenas
peças de pasta de vidro colorido, madrepérolas e pedras preciosas coloridas
variadas, ao invés de pedaços de mármore.
Apresentam figuras e símbolos que transmitem a fé cristã, mostrando cenas
da vida de Cristo, dos profetas e do imperador. As figuras humanas aparecem na
composição sem volume, são chapadas em uma postura rígida, não demonstrando
nenhum tipo de movimento. Estão em linha reta, todos de frente, em uma
composição sem profundidade ou volume.
O imperador Justiniano dividiu seu reinado com sua esposa, a imperatriz
Teodora. No mosaico Imperatriz Teodora com seu séquito e Damas da corte
(547-548 d.C.) (Fig. 45), suas vestes requintadas e de cor exuberante, seu colar de
pérolas e a faixa ornamental sobre sua cabeça mostram a hierarquia social existente
no império. Aparece com uma auréola, pois era considerada uma pessoa sagrada.
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Figura 45 – Imperatriz Teodora rodeada por seu séquito Figura 46 – Detalhe de Imperatriz Teodora com
e damas da corte (547 – 548 d.C.), mosaico, seu séquito e damas da corte (547 – 548 d.C.),
Basílica de São Vital, Ravena mosaico, Basílica de São Vital, Ravena
Fonte: Wikimedia/Commons Fonte: Wikimedia/Commons
Pintura Bizantina
O ícone bizantino, surgido no século V, é uma pintura extremamente elaborada
e suntuosa, que mostra as figuras sagradas do evangelho como o Cristo, a Virgem,
os santos e os mártires. A técnica do afresco ou encáustica era aplicada sobre
uma base de madeira ou metal, podendo ser revestida com folhas de ouro e com
incrustações de pedras preciosas. Muitos ícones recebiam joias reais para conferir
um aspecto ainda mais luxuoso.
Figura 47
Fonte: Wikimedia/Commons
Madona entronizada (final do século XIII). Representação de uma mulher com vestes em
vermelho e azul segurando um menino com auréola. Têmpera sobre painel de madeira.
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Explor
A têmpera é uma técnica que foi muito utilizada pelos artistas até o surgimento da tinta
a óleo. Consiste em misturar os pigmentos à gema de ovo para se obter a tinta. Já na
encáustica, o artista mistura o pigmento a uma cera derretida, obtendo uma tinta espessa
com acabamento fosco.
Escultura Bizantina
O que conhecemos da escultura nesse período é a sua aplicação na arquitetura,
como os baixos-relevos feitos em capitéis que sustentam arcos e abóbodas herdados
da arquitetura grega e romana.
A estátuas foram excluídas das igrejas, pois poderiam lembrar os ídolos pagãos.
Apesar disso, podemos encontrar estátuas colossais de imperadores, do século IV,
tanto no Leste como no Oeste, como a Cabeça de Eutrópio (c. 450 d.C.) (Fig. 49).
Figura 48 – Detalhe de capitel com aplicação de decoração Figura 49 – Cabeça de Eutrópio (c. 450 d.C.).
em baixo relevo, pintado em azul e dourado na Escultura de Éfeso em mármore
igreja de Santa Sofi a, Istambul com o nariz quebrado
Fonte: Acervo do conteudista Fonte: museum.classics.cam.ac.uk
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Arquitetura Bizantina
As construções de planta redonda e com um domo central são tradicionais nessa
região desde o imperador Constantino, mas “a partir de Justiniano, as igrejas
abobadadas e de plano central passariam a dominar o mundo da Cristandade
ortodoxa...” (JANSON, 1996, p. 97).
A basílica de Santa Sofia (Fig. 50), um museu desde 1935, foi construída no
reinado de Justiniano e talvez seja a melhor forma de exemplificar o quanto a arte
bizantina é suntuosa. Sobre sua planta quadrada encontra-se uma imensa cúpula
circundada por várias outras, sustentadas por quatro arcos. Sua nave central é
circundada por colunas com capitéis coríntios. “O revestimento de mármore e
mosaicos e a sucessão de janelas e arcos criam um espaço interno de grande
beleza” (PROENÇA, 2007, p. 49).
Figura 51 – Interior da basílica de Santa Sofia (532 a 537 d.C.), Istambul (Turquia)
Fonte: Wikimedia/Commons
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
A maior parte das majestosas construções dessa época encontram-se na cidade italiana de
Explor
Ravena, como as basílicas de San Vital e San Apollinaire in Classe (Fig. 53). O fato se deve a
Justiniano querer reunificar o Império novamente. A cidade de Ravena foi reconquistada em
540 d.C. e se tornou um local de muita importância no lado ocidental.
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Figura 54 – Interior com mosaicos da basílica de San Apollinaire in Classe (séc. VI d.C.), Ravena (Itália)
Fonte: Wikimedia/Commons
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UNIDADE Grécia, Roma e Bizâncio – Arte, Razão e Poder
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Arte Romana
Google Arts Project: Corinium Museum, Cirencester (Reino Unido).
https://goo.gl/PhBl1j
Arte Grega
Google Arts Project: Acropolis Museum, Athina (Grécia).
https://goo.gl/BhT86R
Vídeos
Arte Grega
https://youtu.be/zU8i3z9h-WQ
História da Arte - Arte Grega
https://youtu.be/Eg_Ml-1R7ow
Filmes
Gladiador
Direção: Ridley Scott, cor, 154 min, 2000, Estados Unidos/Reino Unido. Sinopse:
O ano é 180 e o general romano Máximo (Russel Crowe), servindo ao seu imperador
Marco Aurélio (Richard Harris), prepara seu exército para impedir a invasão dos
bárbaros germânicos. Durante o combate, Máximo fica sabendo que Marco Aurélio, já
velho e ciente de sua morte, quer lhe passar o comando do Império Romano.
300
Direção/Roteiro: Zack Snyder, cor, 117 min, 2007, Estados Unidos. Sinopse: o rei
Leônidas (Gerard Butler) e seus 300 guerreiros de Esparta lutam até a morte contra o
numeroso exército do rei Xerxes (Rodrigo Santoro). O sacrifício e a dedicação destes
homens uniram a Grécia no combate contra o inimigo persa.
Série de TV – ROMA
Direção: Michel Apted, Allen Coulter, Alan Poul, entre outros, cor, Estados Unidos/
Reino Unido. Sinopse: a vida dos grandes imperadores e de pessoas comuns e os
principais fatos históricos no final da República Romana.
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Referências
GRAHAM-DIXON, A. Arte: o guia visual definitivo. São Paulo: Publifolha, 2012.
Sites consultados
Arte romana. Disponível em: <http://umolharsobreaart.blogspot.com.br/2014/
02/7-arte-da-antiguidade-classica-arte.html?view=sidebar>. Acesso em: 16 dez 2016.
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