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1.

Apresentação

José Teófilo de Jesus é tido como um dos principais pintores da escola baiana de
pintura. Fez parte do seleto grupo de artistas excedente da Colônia, apresentando
no final do século XVIII uma produção irregular com gêneros do barroco, rococó e ao
mesmo tempo elementos do neoclássico.

Aprendiz predileto do já renomado pintor José Joaquim da Rocha (fundador da


escola baiana de pintura), inicia sua composição artística auxiliando o mestre em
suas encomendas. Aprende pintura, representação de figuras e o douramento de
entalhe.

Patrocinado pelo seu mestre, parte para Portugal, ingressando na Escola de Belas
Artes em Lisboa e no curso do renomado artista Pedro Alexandrino de Carvalho,
permanecendo por cerca de quatro árduos anos. Seus estudos na Europa
contribuíram muito para a extensão de suas alusões artísticas, sobretudo na Bahia
dos séculos XVIII e XIX que se limitava às ilustrações e ao modelo barroco de José
Joaquim da Rocha.

Nesse período, a Bahia representou como um dos polos das artes e artistas do
Brasil e a arte José Teófilo de Jesus mostrada em vários painéis em diversos locais
na cidade de salvador e no interior do Estado, sinaliza a grandiosidade de sua
capacitação técnica, considerável para o ambiente cultural e econômico da
sociedade baiana, na primeira metade do século XIX.

2. Desenvolvimento

A pintura baiana nos séculos XVIII e XIX, tinham características da pintura de


Portugal, inclusive com a colaboração de artistas portugueses vindos para o Brasil
em busca de melhores condições para trabalhar. Considerando que na época não
havia escolas e nem mestres, o aprendizado local na arte da pintura foi feito por um
esforço individual.
Dessa forma o artista José Joaquim da Rocha começa a produzir obras na cidade
de Salvador, com elementos inspirados na pintura portuguesa e na pintura italiana,
nisso se cria uma nova pintura, esta denominada pintura baiana e o renomado pintor
acaba criando uma escola, passando a sua arte aos seus aprendizes que
continuaram e ampliaram o seu nome, o discípulo mais destacado foi José Teófilo
de Jesus.

3. Considerações finais

No século XVIII, acompanhando o crescimento das cidades, o enriquecimento de


algumas ordens e irmandades religiosas e patronos com condições financeiras, a
pintura baiana cresce e amadurece, passando a fazer escola. Infelizmente, a maioria
dessas obras estão sem autoria e também não se tem o conhecimento da condição
social desses mestres.

Pela importância tanto artística como histórica, a história desse importante


movimento não pode ser somente estudados nas esferas acadêmicas, pois essas
obras resultam de um processo nunca visto em outras escolas artísticas, foram
feitos por baianos e devido a importância desse movimento é que não deve cair no
esquecimento; pois a memória de uma população é constituída por fatos históricos e
é a partir dela que se marca a construção da cultura local.

4. Bibliografia

OTT, Carlos. A Escola Baiana de Pintura, 1764-1850. São Paulo: MWM, 1981.

CAMPOS, Maria de Fátima Hanaque. A Pintura Religiosa na Bahia, 1790-1850.


Tese de Doutoramento. Universidade do Porto, Portugal, 2003.

VILHENA, Luis dos Santos. A Bahia no Século XVIII. Salvador: Itapuã, 1969.

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