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O texto começa abordando sobre os relatos, do século XIX, que os europeus faziam
sobre os recursos naturais da América Latina, descrevendo que suas tecnologias e o
capital estrangeiro estimularam o crescimento da região, constituindo uma herança
colonial. Assim, o autor deixa claro, salvo algumas exceções que as nações ex-
coloniais não escaparam de imediato à herança da dependência. Porém, é relatado
que na América Latina houve inúmeras pressões voltadas para mudar o quadro de
dependência europeia.
O autor adverte que as afirmações propostas, não podem ser generalizadas, pois
estas podem levar a equívocos por considerar a vasta área que corresponde a
América Latina, onde os recursos naturais, composição étnica e os interesses de
grupos são diversos.
político não estaria direcionado por uma visão mais abrangente dos grupos de
pressão nacionais, regionais e internacionais. Todavia, o autor responde sobre a
indagação acima, afirmando que para encontrar uma resposta que sirva de base
para estudos comparativos entre essas áreas, Estados Unidos e América Latina, no
desenvolvimento pós-colonial, é levado para a questão que condiz aos complexos
culturais europeus (ingleses e ibéricos). Assim, o autor mostra a origem dos
elementos culturais em suas matrizes europeias, expondo que os colonizadores
ingleses, diferentemente dos espanhóis, saíram de uma Inglaterra em um período de
modernização, que encarava o conhecimento, a tolerância, os direitos individuais, a
liberdade econômica, a poupança e o investimento como elementos inseparáveis do
processo de transformação e crescimento.
Além disso, o meio natural era diferente do que foi encontrado nos solos, dos
Estados Unidos e da América Latina. Então, esse fator foi determinante no quesito
de exploração, pois os colonizadores da América do Norte por não encontrar minas
de metais preciosos na região decidiram expulsar ou assassinar os ameríndios
nômades, mostrando que na época da colonização, assim como no presente, a
condição indígena da América do Norte foi considerada irrelevante e periférica.
Contudo o autor indaga se a condição de recursos naturais fosse diferente, talvez a
colonização dessa área poderia ser de modo diverso.
É observado que ao norte dos Estados Unidos, no século XIX, tinha adquirido
contornos de um centro financeiro e ao sul era voltado para atividade agrícola.
Porém, é observado que após a ocupação e colonização do oeste houve uma crise
interna, desencadeando para uma guerra civil. Nesse período da Guerra de
Sucessão, os Estados Unidos já haviam sido estimulados por fatores externos e pela
criação de um mercado nacional que posteriormente viria a surgir a industrialização
norte-americana.
O texto traz ainda a informação que o houve ainda problemas entre as capitais e as
sub-regiões, pois era notado que ambos desejavam manter a sua posição no
comércio externo e interno, trazendo uma grande instabilidade interna. Contudo, é
percebido que todos tinham um interesse em comum, defendiam a federação.
Assim, é visto que as novas nações foram divididas pelos conflitos: entre aqueles
que desejavam monopolizar todo o comércio interno e externo, de um lado, e
aqueles que buscavam ocupar posições monopolísticas locais; entre aqueles
desejosos de proteger a produção artesanal local e aqueles interessados na
comercialização de artigos importados mais baratos; entre aqueles que favoreciam o
fomento à agricultura e aqueles que prestigiavam a atividade mineira ou industrial.
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Percebe-se com isso, que as regiões não forçaram de imediato em uma unidade
nacional, inexistindo a unificação de uma política econômica.
Outro fator a considerar diz respeito que por uma série de problemas internos a
América Latina foi forçada a desempenhar o papel de fornecedora de matérias-
primas, para poder reembolsar o valor correspondente às importações das
manufaturas inglesas, visto que, o comércio inglês acabou com a indústria local de
tecnologia primitiva. Assim, a herança econômica colonial foi reforçada pelas
condições locais e pela pressão econômica inglesa. O autor deixa claro que essa
herança colonial retardou a formação que hoje denominamos de sociedades
modernizadas.
O texto aborda sobre as passagens da terra para o domínio privado, visto que ao
longo do século XIX não deixaram os efeitos sociais visíveis, no caso do México. Na
Argentina é notado que ela emergiu de sua posição colonial como nação
caracterizada por vastas regiões de pradaria, adequada para a pecuária. Porém o
autor aborda que as lutas internas provocaram o retardamento da exportação de
carne.
Sobre a mão-de-obra escrava africana, é visto que no início do século XIX, o Brasil
trouxe cerca 2,25 milhões de escravos e ao longo do século mais 1,35 milhões de
escravos para trabalhar nas fazendas açucareiras do nordeste e nas fazendas
cafeeiras do Rio de Janeiro. Os grupos de pressão política que permitiram a
manutenção do tráfico de escravos merece ser objeto de análise, já que, os ingleses
queriam o fim do tráfico.
A língua foi outro fator que possibilitou que o comércio urbano e rural permanecesse
nas mãos dos portugueses e espanhóis, intermediando com o comércio
internacional. Assim, os ibéricos preservaram a infraestrutura herdada nos tempos
coloniais. Mesmo com as sociedades pós-independência é percebido que esses
comerciantes emergiram como figura altamente prestigiada na sociedade, já os
comerciantes estrangeiros detinham de um prestígio ainda maior na medida que os
governos de seus países de origem protestavam sempre que seus interesses
fossem afetados por quaisquer políticas governamentais (comerciantes ingleses).
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Mesmo com a distribuição econômica voltada para o interior das regiões é percebido
que os ingleses ampliaram o seu papel nessas nações, pois o autor relata que a
Inglaterra fornece tecnologia, equipamentos, manutenções e investimentos para a
urbanização. Esses fatores são vistos como fundamentais para a destruição do
imperialismo ibérico. Assim, os ingleses constituíram um império informal do livre
comércio e investimento.