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1) Sobre o filme 

Trem da Vida: qual o significado da reaparição de Schlomo


ao final do filme?

O filme não mostra de maneira clara. O personagem Scholomo descreve o destino


final dos personagens contando que alguns foram para a União Soviética, os ciganos
foram para a Palestina e Índia, o maquinista foi para China e Ester ficou nos Estados
Unidos onde constituiu uma família. O interessante do filme é que o personagem
conta a história atrás de uma cerca de arame farpado e vestindo uma farda de
prisioneiro judeu o que pressupõe que seja um prisioneiro e que a história narrada
seria uma visão utópica para aliviar o sofrimento do cárcere.

2) Quais as principais mudanças de comportamento verificadas nos


personagens ao se submeterem à encenação da deportação, bem como
aos diferentes sistemas ideológicos (nazismo, comunismo)?

Houve mudanças de comportamento de vários personagens. Ganha destaque os


personagens Yossi e Mordechai. Yossi modifica seu discurso a partir do momento
que conhece os conceitos do comunismo, mesmo que este não tenha lido nenhum
livro de Marx, com suas ideias e teorias acerca do comunismo acaba influenciando
outras pessoas. Já o personagem Mordechai, se tornaria o falso comandante nazista
do trem e em vários momentos do filme mostra sua interpretação que era para ser
um faz de conta, passa a atuar como um verdadeiro nazista.

3) Quais os elementos que destacam o caráter imaginário da história?

A ideia inicial da fuga do trem assim como a reforma do trem para a fuga. Esses
elementos deram uma abordagem humorística em um contexto histórico muito triste
para os judeus.

Temos que levar em conta a rapidez nas resoluções dos problemas que na
realidade seriam impossíveis de ter o mesmo desfecho que vimos na trama e a
mudança da personalidade de alguns personagens que por conta da encenação
mudaram o modo de pensar e agir ao longo do filme.

4) Faça uma breve pesquisa sobre o que foi e qual o significado do


Holocausto. Como essa “história” é narrada no filme, quais são os
elementos de verdade e de ficção aí presentes?

A palavra holocausto é de origem grega holos (todo) e kaustro (queimado). Indicava


para nomear um sacrifício praticado na antiguidade no qual o donativo era queimado
para homenagear aos deuses. Ao longo da história o termo ganha outros
significados a exemplo do mais lembrado seria sobre o genocídio dos judeus na
segunda guerra mundial.
A história é narrada de maneira utópica chegando a traçar momentos engraçados ao
longo do drama. Pude notar elementos verídicos no filme, por exemplo o fato do
tempo vivido (segunda guerra mundial 1939-1945) e o nazismo com o seu
antissemitismo. Os elementos fictícios seriam a viagem do trem, pois as estações
eram controladas pelos nazistas, logo seria impossível a realização dessa viagem e
outro elemento seria os personagens, pois a história do trem não se baseia em uma
história verídica.

5) Sobre o filme Nós que aqui estamos por vós esperamos: qual o


significado da frase inicial O historiador é o rei, Freud a rainha?

Entendo que para se ter uma compreensão de um determinado fato histórico o


historiador deve compreender e analisar o inconsciente do indivíduo que está sendo
investigado. Então, a partir de pesquisas sobre Freud percebi que este estudou a
importância da memória para entender os conflitos psicológicos do indivíduo.

A construção da história é feita de memórias que podem ser individuais ou coletivas


podendo ser mudada pelo esquecimento ou pela inconsciência de determinados
acontecimentos.

Portanto é de enorme importância que o historiador compreenda que a memória é


construída através do imaginário e que o homem pode atualizar impressões de
informações passadas ou que ele representa como passadas.

O filme retrata sobre fatos que caíram no esquecimento. Vejo que Jacques Le Goff
retrata que o esquecimento seria uma das grandes preocupações das classes, dos
grupos, dos indivíduos que dominaram e dominam as sociedades históricas. Ele
descreve que os esquecimentos e os silêncios da história seriam mecanismos de
manipulação da memória coletiva.

6) Consulte o site: http://www2.uol.com.br/filmememoria/txt-
nicolau.htm. Realize a leitura do artigo de Nicolau Sevcenko, escolha
algumas cenas do filme e seus relatos biográficos e discuta como aparece
a relação entre memória e história, entre verdade e ficção na narrativa do
filme.

O filme fala de homens que morreram na guerra e construtores que ergueram vários
edifícios em New York. Descrevendo que esses homens que apareceram no filme
tinham nomes e histórias e que essas histórias ficaram perdidas e que hoje só temos
informações sobre as épocas retratados através de estatísticas ou com os grandes
nomes fazendo com que indivíduos que fizeram parte da construção histórica caiam
no esquecimento.

Charlie Chaplin e Fred Astaire são retratado no documentário, pois estes passavam
através da ficção o momento real em que os mesmos estavam vivendo. Através de
sua arte esses homens faziam duras críticas ao momento histórico vigente.
7) Memória cinematográfica versus memória histórica:

O filme Trem da vida traça uma perspectiva ficcional sobre um acontecimento


histórico, apontando para a relação entre memória e história, entre verdade e
ficção; o filme Nós que aqui estamos por vós esperamos também apresenta
as mesmas problemáticas, mas a partir uma seleção de imagens de arquivo.
Quais são os diferentes efeitos didáticos, para o conhecimento sobre história,
que esses dois filmes podem proporcionar?

O trem da vida traz um enfoque sobre a segunda guerra mundial. Mesmo com vários
elementos fictícios podemos perceber abordagens real como o holocausto, diversas
culturas que viviam e estavam sendo perseguidas pelo nazismo (judeus e ciganos) e
a intransigência nazista perante esses povos.

No filme Nós que aqui estamos por vós esperamos teria uma abordagem acerca dos
acontecimentos do século XX, podemos mencionar a segunda guerra mundial, o
fordismo, a construção de Nova York entre outros. O filme aborda em modo geral
sobre a importância da memória individual e coletiva. Pois já dizia Le Goff “Somos o
que lembramos” mostrando através dessa afirmação que a existência tanto
individual quanto coletiva é construída não só pelo que lembramos, mas também
pelo que esquecemos. O autor fala que as identidades pessoais e coletivas têm
sentido quando o passado é percebido como uma herança para a comunidade.

Na história, a memória social é recuperada através de lembranças da comunidade,


do patrimônio (material e imaterial) e das tradições coletivas nos qual nos permite
traçar um entendimento maior sobre o passado. Portanto é com o reconhecimento
do passado é que se constrói o presente.

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