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Relações entre a história – ficção – mitologia no Mundo Antigo a partir das obras
de Homero (928 a.C.) e Hesíodo (750-650 a.C.);
A Ilíada e a Odisseia são fontes que traçavam a vida da nobreza grega primitiva. O
seu trabalho influenciou o desenvolvimento da cultura grega, pois relata os
primórdios dessa sociedade.
No texto mito, memória e história de Moses Finley, o autor aborda que a poesia era
de grande importância para concebermos a forma que os gregos compunham sua
consciência histórica, abordando que o grande diferencial entre a história e a poesia
narrativa seria a temporalidade. A poesia épica não teria uma cronologia (datação),
pois no mito o tempo não passa logo, os deuses não envelhecem.
Hesíodo insere os deuses na forma que estes seriam regentes do destino do homem
e como o próprio homem, tendo assim, suas virtudes, fadigas e misérias. O poeta
remetia que a felicidade consistia no trabalho e no exercício da moralidade. Então,
na obra de Hesíodo propõe um fundamento filosófico para a narrativa temporalizada,
pois o conceito de mito já se tinha um conceito de temporalidade, sem sentido
evolutivo, mas de momentos de existência independente, prenunciando assim a
passagem de mito para o logos.
2. Relações entre a historiografia greco-romana e o humanismo/substancialismo em
R. G.Collingwood.
Por causa da ideia substancialista fez com que vários acontecimentos históricos
ficassem sem entendimento por parte dos historiadores.
3. Princípios e contribuições do historiador grego Políbio de Megalópe (c. 198-117
a.C.) para a investigação e metodologia histórica;
Políbio escreveu suas narrativas com base nas fontes confiáveis, além de tecer
críticas aos eventos históricos, sendo assim, um trabalho historiográfico investigativo
e interpretativo. O autor, exigia que sua construção histórica fosse verdadeira e que
suas fontes fossem analisadas metodicamente, assim como ao exame preciso dos
locais onde esses fatos ocorreram. Assim, foi conferido a importância da geografia
para a construção da escrita histórica.
A biografia antiga nem sempre se mostra nítida. É observado que existem diferenças
de narrativas dos autores. As anedotas seria um parâmetro central para analizar o
uso da biografia na construção histórica, pois a partir dessa narrativa se teria uma
abordagem na reconstrução de um caráter. Contudo, é pedido cautela no uso das
anedotas para a construção histórica.
XENOFONTE- Faz uma narrativa da vida do rei persa Ciro. Constrói uma história
que descrevia as conquistas do rei, narrando os feitos acontecidos a partir do que
ouviu e da investigação por conta própria. Ele escreve uma história a partir dos
relatos dos heróis. Pode-se dizer que sua construção histórica seria a “história vista
por cima”.
TIMEU- Políbio faz crítica, pois considera o historiador ignorante, já que este
procurou o caminho mais fácil para o método investigativo que seria o uso da
audição. Timeu utiliza apenas o exercício de consulta das obras realizadas. O autor
também recebe outras acusações de Políbio sobre conceitos retirados pela sua
imaginação, apresentando na sua construção historiográfica afirmações falsas e
intencionais.
LUCIANO SAMÓSATA- Toma Tucídides como modelo e dizia que o historiador não
deveria ter medo e antes de tudo ser amigo da franqueza e verdade. Ele tinha uma
compreensão que o historiador deveria ser um deus, por assumir um lugar quase
divino que o levasse a narrar os fatos com a perspectiva de quem os vê do alto,
observando tudo com imparcialidade. Então, o historiador não deveria criar fatos,
apenas ordená-los de modo a tornar a história mais clara possível. Ele utiliza em seu
discurso o não abandono por completo da poesia, enfatiza dizendo que deveria
utilizar a poesia sem exagero no intuito de embelezar a sua narrativa.
ARISTÓTELES- Aponta distinções entre a poesia e história. Para ele a história conta
os feitos particulares que realmente aconteceu ao passo que a poesia imitava o
possível.
HORÁCIO- Retratava que na antiguidade a poesia não estava associada a ideia de
ficção, visto que a poesia da antiguidade, se associava ao possível, campo ao qual a
história também se associava, ainda que o concebesse de forma diferenciada.
CÍCERO- Estabeleceu marcas que tornavam a oratória singular aos outros gêneros
discursivos. Ele considerava a história próxima a oratória, pois a oratória era feita
por “elegantes narrativas”. Ele argumenta que a poesia se distanciava tanto da
história como da oratória, pelo fato de que as últimas se interessariam pelas coisas
que aconteceram. Preconiza que o historiador deveria articular a descrição dos fatos
com a arte da eloquência, pois desse modo seria possível inovar a tradição da
historiografia romana. Cícero via que na construção da história deveria conter
elementos para dar embelezamento e eloquência. Convida historiadores e oradores
para se apropriarem uns dos outros, pois a história permitiria aos oradores uma
construção de discursos verdadeiros e a eloquência pomposa dos oradores
permitiria aos historiadores um discurso mais ornamentado e aprazível. Com esse
movimento recíproco esses dois gêneros poderiam se tornar mais acreditável.
Então, mostra a importância da oratória para a investigação histórica assim, a
história se tornaria mais compreensível e agradável.
TITO LÍVIO- Para o autor, a história permitia reencontrar modelos que já se foram,
então reuniu documentos da história primitiva de Roma e uniu em uma única
narrativa. O seu texto fazia uma representação no embate de bons e maus
exemplos, tendo como função a busca da consciência romana (uma maneira de
elevar a moral de sua época, após décadas de guerra civil). A sua narrativa fala
sobre as origens da cidade, fundação e período da monarquia, além de trazer na
sua história elementos decorrentes da escrita grega, no momento que faz
comparações com o herói grego para explicar as origens de Roma, misturando
assim, ações divinas com ações humanas. A historiografia de Tito Lívio é uma
narrativa de ficção, traz consigo emoção e subjetividade. A história serviria para
ensinar e educar.
FÁBIO PICTOR- Fez um registro histórico assinalando os fatos ano a ano (annales).
QUINTILIANO-Alertava aos oradores a evitarem a história. Via que o conceito de
história enquanto narrativa estava associado à poesia.