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-in memoriam-
Taubaté, 07/02/1986
Capítulo 1
GRANDES DAMAS
- CHIQUINHA DE MATTOS
- ISABEL BUENO DE MATTOS
- JEANNE ROSAND GUISARD
- MARIA EULÁLIA MONTEIRO GUISARD
- ONDINA ORTIZ AMADEI BERINGHS
- ANA EMÍLIA DE ABREU CASTILHO
-Friedrich Schiller-
FRANCISCA DE PAULA MARCONDES DE MATTOS
Caçapava, 1854
Taubaté, 1927
Nascida na cidade de Caçapava, SP no ano de 1854, foi casada com o Coronel José Benedicto
Marcondes de Mattos (1851-1919), fazendeiro, cafeicultor, Presidente da Câmara Municipal de
Taubaté (1897) e Deputado Estadual, tendo chegado ao Congresso Estadual. Sem nunca ter
sido prefeito, o Cel. José Benedito Marcondes de Mattos foi chefe do executivo de Taubaté no
começo do século 20. Ele comandou a cidade quando a Câmara Municipal detinha os poderes
Legislativo e Executivo. Considerado um dos políticos mais influentes de sua época.
Saint Hilaire, ao percorrer o Vale do Paraíba em 1822, em sua viagem de volta de São Paulo
para a cidade do Rio de Janeiro, assinalou que “é para lá de Lorena que começa a encontrar os
homens ricos. Devem todos a fortuna à cultura do café”. E, acrescenta, “começam também os
lavradores a entregar-se a ela nas cercanias de Jacareí, Taubaté e Guaratinguetá, mas até
agora as pessoas abastadas só se ocuparam da cana de açúcar e os pobres do algodão com o
qual fabricam tecidos grosseiros.” (Saint Hilaire, 1954, 127) Na metade do século a hegemonia
da produção regional pertencia aos municípios desta área pioneira. Em 1854 os municípios de
Bananal e Areias, com produção respectiva de 554.600 arrobas e 386.094 arrobas, eram os
maiores produtores de café. Os demais municípios, localizavam-se na nova área produtora, a
bacia terciária de Taubaté, que se estendia da cidade de Cachoeira Paulista à cidade de Jacareí,
acompanhando o leito do Rio Paraíba e posteriormente cortadas pela ferrovia. Em 1920, a
cafeicultura entrou em decadência, processo que já vinham ocorrendo desde a década de
1880.
D. Chiquinha de Mattos foi dotada dos mais fortes princípios da caridade cristã e do mais
elevado espírito de filantropia, sempre merecendo a admiração do povo taubateano. A sua
caridade era leal e espontânea, dotada de uma grande alma e de um coração boníssimo.
Quando tinha conhecimento da necessidade de alguém, não esperava que lhe viessem pedir,
ela mesma procurava o necessitado para lhe proporcionar a caridade. Mantinha conta
corrente em quase todos os estabelecimentos comerciais da cidade de Taubaté para facilitar a
pratica da caridade, conforme a necessidade de cada um.
Em sua homenagem, existe uma rua central na cidade de Taubaté com o seu nome.
ISABEL BUENO DE MATTOS
(D. Belinha)
Taubaté, 1897
Taubaté, 1971
Isabel Bueno nasceu na cidade de Taubaté, em 2 de Julho de 1897, era filha de Felisberto
Soares Bueno e de Maria Francisca de Palma Bueno.
Lecionou alguns anos na Escola Municipal do Bairro das Caveiras, em Taubaté, hoje conhecido
como Bairro da Independência.
Casou-se em 2 de fevereiro de 1922 com Álvaro Marcondes de Mattos, filho de José Benedicto
Marcondes de Mattos e de D. Chiquinha de Mattos. O casamento durou 50 anos. Álvaro
Marcondes de Mattos foi Prefeito Municipal de Taubaté (1938-1941), No cargo fez reforma no
serviço de abastecimento de água e na rede de esgotos, construiu estradas municipais e
desapropriou e doou ao Estado o terreno do 5º Batalhão da Polícia Militar. Também presidiu e
foi conselheiro do Esporte Clube Taubaté e fez parte da mesa da Irmandade de Misericórdia.
São seus descendentes: Renata de Mattos Ramos, Rogério de Mattos Ramos, Fernanda Audi de
Mattos, Marina Audi de Mattos e Thais Audi de Mattos.
(D. Jeanne)
Drôme/França, 1870
Taubaté, 1961
Ainda criança, veio para o Brasil com a família, instalando-se no Rio de Janeiro. Em 27 de
Setembro de 1888, na Igreja Matriz de São José da Corte, casou-se com Felix Guisard.
Mudaram-se para Taubaté, onde o saudoso empresário fundou a C.T.I. (Companhia Taubaté
Industrial) no ano de 1891, no dia 4 de maio.
Foi na C.T.I. que o casal iniciou uma grande luta, movidos pela esperança na fábrica que
crescia, movimentando e alterando a vida empresarial da então pequena cidade de Taubaté.
Esta luta foi válida, pois dentro de pouco tempo, a C.T.I., dominou o mercado têxtil da região
do Vale do Paraíba. Foi uma das primeiras indústrias a se formarem no Vale do Paraíba e é
considerada pioneira em vários aspectos. Chegou a ser uma das maiores indústrias do ramo da
tecelagem na América Latina no começo da década de 20.
A Jeanne Guisard, coube ensinar às primeiras operárias da fábrica o ofício de costurar meias e
camisas de meias. Felix Guisard, dono do expertise técnico, instruiu os homens sobre como
lidar com o maquinário importado.
Ilustre dama da sociedade taubateana, Jeanne Rosand Guisard sempre voltou-se à população
carente, tendo sido uma das responsáveis pela criação do Pavilhão Jeanne Guisard no Lar
Escola Santa Verônica (Taubaté).
Os filhos do casal, Jeanne e Felix, foram ilustres pessoas que contribuíram muito para o
desenvolvimento artístico, econômico e cultural de Taubaté: Dr. Felix Guisard Filho (1890-
1964), Alberto Guisard (1891-1969), Violeta (1893-1968), Olga (1895-1937), Dr. Raul Guisard
(1897-1985), Otávio (1899-1938) e Hilda (1901-1976).
Uma doação significativa desta inesquecível dama para a cidade de Taubaté, foi o altar-mor da
Igreja de Santa Terezinha, em memória de sua filha Olga, falecida prematuramente em 1937.
Jeanne Rosand Guisard faleceu aos 91 anos de idade, na cidade de Taubaté em 14 de março de
1961, cercada por filhos, netos e bisnetos, reverenciada como a grande Dama Benemérita que
foi para toda a cidade.
Em sua homenagem foi criada a Avenida Jeanne Rosand Guisard, no bairro Jardim São
Benedito, em Taubaté.
MARIA EULÁLIA MONTEIRO GUISARD
(D. Maricotinha)
Taubaté, 1897
Taubaté, 1993
Maria Eulália Monteiro, nasceu na cidade de Taubaté em 20 de Maio de 1897. Era filha do
Coronel Augusto Cézar Monteiro (renomado agricultor taubateano, Vereador, Juiz de Paz e um
dos construtores responsáveis do Hospital Santa Isabel) e de D. Idalina Godoy Moreira
Monteiro, de tradicional família taubateana.
Aos 19 anos, em 1916, casou-se com o Dr. Felix Guisard Filho, médico, industrial e estudioso da
história paulista, que exerceu o cargo de Direção na C.T.I. (Companhia Taubaté Industrial),
além de Prefeito de Taubaté (1952-1955). Era portanto, nora do industrial Felix Guisard e de D.
Jeanne Rosand Guisard. O Jornal “ Correio Paulistano” em 9 de janeiro de 1916, anunciava em
sua coluna de registros sociais: - “O sr. dr. Felix Guisard Filho, ilustre médico aqui residente,
acaba de contractar o seu casamento com a prendada e gentil senhorita Maria Eulalia
Monteiro, dilecta filha do sr. coronel Augusto Cesar Monteiro.” E o mesmo jornal, na edição de
5 de agosto de 1916, seção “Tellegramas”, anunciava: “TAUBATÉ,4 – Realizou-se nesta cidade
o casamento do jovem médico sr. dr. Felix Guisard Filho, com a gentil senhorita Maria Eulalia
Monteiro, filha do sr. coronel Augusto Cesar Monteiro, lavrador e prestigioso membro do
directorio politico local. No civil paranympharam o acto, pelo noivo, o sr. Alberto Guisard e pela
noiva, o sr. dr. Gabriel Monteiro; no religioso, do noivo, o sr. Felix Guisard e da noiva o sr. dr.
Francisco M. de Mattos.”
Dessa união nasceram os filhos: Letícia Monteiro Guisard (1917-1975), Maria Cecília Monteiro
Guisard (1921), Felix Guisard Neto (1930) e José Luís Jacques Guisard (1932-2014).
Dama de nobres atitudes, Maria Eulália Monteiro Guisard, era chamada na intimidade pelos
conhecidos, de D. Maricotinha. Era dotada de benemerência e caridade cristã e tornou-se uma
figura muito admirada na sociedade taubateana.
De nobre porte e atitudes, Dona Maricotinha exercia a prática musical de violino, tendo sido
aluna do Maestro Fêgo Camargo (pai da apresentadora Hebe Camargo), além de dedicar-se
aos trabalhos manuais (bordados e posteriormente, tapeçarias).
Considerada uma das ilustres damas de Taubaté, Dona Maricotinha, faleceu em Taubaté no
ano de 1993, tendo sido o seu desaparecimento muito sentido pela população taubateana.
Em sua homenagem foi criada a Rua Maria Eulália Monteiro Guisard, no Quiririm, subdistrito
de Taubaté.
ONDINA ORTIZ AMADEI BERINGHS
Taubaté, 1901
Taubaté, 1994
Casou-se com Emílio Amadei Beringhs, jornalista, escritor, Assistente de Direção da C.T.I.
(Companhia Taubaté Industrial), fundador da Rádio Difusora de Taubaté (ZYA-8), além de um
cidadão ativo na caridade. Esta união perfeita, teve como base sólida, o amor, carinho e
respeito mútuo, um verdadeiro exemplo de fraternidade e amizade, durante 66 anos de
convívio. O casamento realizou-se em 01 de fevereiro de 192 e dessa união nasceram os filhos:
Leilah, Emílio Filho (1928-1995) e Maria Helena.
Em 17 de dezembro de 1943, fundou o Serviço de Proteção à Criança, uma entidade sem fins
lucrativos que começou a desenvolver atividades de extrema importância para a sociedade,
focada no cuidado com mães e bebês.
Ondina Ortiz Amadei Beringhs construiu também dois prédios originalmente destinados a uma
clínica de reidratação infantil e maternidade. Esse complexo, atualmente auxilia na
manutenção do Serviço de Proteção à Criança e do Banco de Leite Humano.
No dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), em 1997, foi homenageada “in memoriam”,
no segundo ano da Exposição Iconográfica: “Mulheres de Taubaté” na Associação dos Cabos e
Soldados da Polícia Militar – Regional Taubaté, tendo sido o “Ano Ondina Ortiz Amadei
Beringhs”.
Em sua homenagem foi criada a Rua Ondina Ortiz Amadei Beringhs, no Parque São Cristovão,
em Taubaté e a Escola Ondina Ortiz Amadei Beringhs Emei, no Residencial Vila Velha, em
Taubaté.
JACYRA MANARA
CELLY CAMPELLO
HEBE CAMARGO
ROSINHA COIMBRA
SONIA CARVALHO
CELESTE SILVA
MEIRE PAVÃO
“A música é a arte mais direta. Ela entra no ouvido, vai para o coração
e manifesta-se na alma”
-Crys Angel-
Bibliografia
Taubaté como palco, o Vale do Paraíba como cenário. (Taubaté as stage, the Vale do Paraíba
the scene) - Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional
Francisco Sodero Toledo – Fundador do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibano)
Fonte: informações extraídas do livro Contribuição à História de Taubaté-Denominação de Vias
e Logradouros Públicos , pag 215- Autoria de Umberto Passarelli e Livro "Velhos Troncos" -
Tomo I, pag. 268-de José Bernardo Ortiz