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ALMANAQUE DO CAFEICULTOR

Guia das boas práticas agrícolas


PROGRAMA CERTIFICA MINAS CAFÉ
O café é um símbolo da agricultura de Minas Ge- Estado de Agricultura e Pecuária, por meio de suas vin-
rais. O Estado é o maior produtor do país, responsá- culadas: Emater–MG, IMA e Epamig, criou um pro-
vel por aproximadamente 70% da safra nacional de grama capaz de, efetivamente, atuar de forma susten-
arábica. Com uma área plantada com café de mais de tável na cafeicultura praticada em Minas Gerais, por
1.200.000 hectares, há fortes impactos na economia meio de um sistema que verificasse a efetividade das
JANEIRO - 2018 mineira, em questões sociais e ambientais. mudanças introduzidas nos processos produtivos e na
O espaço rural constitui-se em uma área estratégica propriedade rural, que servisse de exemplo a outros
1 SEG
para o desenvolvimento sustentável, uma vez que con- cafeicultores e pudesse ser multiplicada, ampliada e
tribui para garantir segurança alimentar à população, aperfeiçoada.
2 TER
emprego, renda e condições de vida a inúmeras famí- O Programa Certifica Minas Café tem como obje-
lias. Além disso, as áreas rurais também contribuem, de tivo a melhoria contínua do sistema produtivo, saindo
3 QUA
forma significativa, com serviços ambientais, como: pro- de uma gestão convencional, com foco apenas na pro-
teção da biodiversidade, preservação e oferta de água, dução, para uma visão holística da propriedade, que
4 QUI
manutenção das condições climáticas, entre outros. busca uma interação maior com o ambiente, melho-
rando as condições de produção, as condições sociais e
5 SEX
a conservação ambiental, com a minimização dos efei-
tos climáticos e as práticas de mitigação desses efeitos,
6 SÁB
como: plantio de árvores e menor uso de combustíveis
fósseis, visto que o cafeeiro é uma planta com extrema
7 DOM
sensibilidade climática.
Por conter, na sua essência, os princípios da respon-
8 SEG
sabilidade socioeconômica e ambiental, o Programa pro-
porciona aos produtores certificados e à sociedade como
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um todo respeito e tranquilidade, por saberem que prá-
ticas sustentáveis estão sendo implantadas de forma se-
10 QUA
gura e certificada. Para implementar essas ações, uma
equipe de extensionistas rurais da Emater–MG, com ex-
11 QUI Por outro lado, desmatamentos; usos e ocupações
periência em cafeicultura, distribuída nas principais regi-
inadequadas do solo; práticas agrícolas incorretas; uso
ões produtoras, trabalha exclusivamente no Programa.
12 SEX indiscriminado de insumos, entre outros, são fatores
Para participar, o produtor procura o extensio-
que contribuem para a degradação ambiental, não só
nista da Emater–MG, que repassa informações sobre
13 SÁB das próprias propriedades rurais, mas também das áre-
o Programa. Na sequência, ele recebe uma visita na
as de influência. propriedade rural, para realização do diagnóstico e
14 DOM O setor ainda enfrenta grandes desafios em rela- planejamento de ações dentro dos pontos elencados,
ção à competitividade, especialmente na agricultura passando, então, a ter acompanhamento técnico peri-
15 SEG familiar. Restrições topográficas e organizacionais, li- ódico. Quando a propriedade atinge os aspectos elen-
mitações de mecanização e pouco uso de ferramentas cados pelo Programa, ela é submetida a uma auditoria
16 TER de gestão exigem a busca de alternativas que viabili- externa, que verifica o cumprimento e a evolução dos
zem a permanência no mercado com lucratividade. pontos e aspectos trabalhados.
17 QUA Para a manutenção, melhoria e ou recuperação do O Programa Certifica Minas Café constitui-se num
equilíbrio ambiental, econômico e social, tornavam-se, verdadeiro aliado do cafeicultor, ao buscar, de forma
18 QUI portanto, fundamentais e estratégicos o envolvimento efetiva, conciliar produção com conservação ambien-
e a inserção das propriedades rurais no elenco das po- tal. As propriedades rurais certificadas conquistam re-
19 SEX líticas públicas da cafeicultura no nosso Estado. conhecimentos nos campos econômico, social e am-
Foi com base no reconhecimento desses princípios biental, refletindo, inclusive, na maior agregação de
20 SÁB e fundamentos que, no ano de 2006, a Secretaria de valor ao produtor.

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31 QUA
GESTÃO DE PROPRIEDADES
CAFEEIRAS
produção. Na cafeicultura não é diferente; ao decidir
produzir o café, o agricultor deve ter a certeza de
que está escolhendo a cultura certa e, a partir daí,
definindo o local adequado ao plantio, a cultivar mais
FEVEREIRO - 2018
indicada para a região, a época de plantio, os tratos
1 QUI culturais, a colheita, o beneficiamento e a comercia-
lização do produto. Ou seja, a todo momento ele tem
que tomar decisões, o que caracteriza a gestão da
2 SEX
sua atividade. A competência para fazer uma gestão
eficiente da propriedade cafeeira é adquirida com
3 SÁB capacitação e a experiência adquirida ao longo dos
anos. Hoje, o cafeicultor tem acesso a uma grande
4 DOM rede de apoio a este processo de tomada de deci-
A cafeicultura moderna desenvolveu-se no Brasil, são, sendo que ele pode escolher aquela mais ade-
5 SEG na década de 70, devido ao surgimento da ferrugem quada à sua situação.
do cafeeiro e às grandes geadas que dizimaram mi- O primeiro passo a ser tomado é sempre o pla-
lhares de cafezais em todo o nosso país. A adoção de nejamento da atividade, seja qual for a etapa do pro-
6 TER
novas tecnologias produtivas pelo cafeicultor exigiu a cesso produtivo, por mais simples que seja. Dedicar
busca de mais conhecimento, bem como estimulou a um tempo para analisar e prever todos os possíveis
7 QUA
ampliação da cadeia produtiva, incluindo novos ato- passos a serem tomados reduz a possibilidade de
res no processo produtivo. Na década seguinte, outro ocorrência de erros ao longo da atividade e permite
8 QUI fenômeno que provocou mudanças significativas em uma maior eficiência na execução das tarefas diárias.
no Brasil foi a entrada de outros países produtores O próximo passo é a execução daquilo que foi
9 SEX que investiram na qualidade do grão produzido, au- planejado, procurando registrar e documentar todas
mentando a concorrência, em nível global. as etapas do ciclo produtivo. As anotações permitem
10 SÁB Essas mudanças no setor de comercialização do identificar falhas e gastos desnecessários na produ-
grão obrigaram o cafeicultor familiar ou empresarial a ção, permitindo construir um histórico da lavoura, cor-
buscar a melhoria do processo produtivo, adotando rigindo erros cometidos e procurando reduzi-los para
11 DOM
ferramentas até então empregadas apenas no setor a próxima safra, sendo estas duas ações as próxi-
industrial. A busca da eficiência no uso dos insumos, mas etapas do processo de gestão da propriedade
12 SEG da eficácia no controle dos fatores limitantes da pro- cafeeira. Esse registro deve ser o mais representativo
dução, a gestão de pessoas e demais recursos são possível, para que, ao final da colheita, o cafeicultor
13 TER temas cada vez mais discutidos nas propriedades saiba o seu custo de produção, e se a remuneração
cafeeiras. Hoje, a administração da propriedade rural recebida pela saca de café vendida está lhe garantin-
14 QUA tornou-se fundamental para a permanência do cafei- do uma renda sustentável.
cultor no campo, garantindo a qualidade do produto e Portanto, cafeicultor, para obter lucro na cafeicul-
a rentabilidade da atividade. tura, é fundamental que haja uma gestão eficiente da
15 QUI
Com o avanço da informática e das ferramentas propriedade cafeeira, buscando planejar todas as eta-
de gestão, o cafeicultor dispõe de inúmeros meca- pas da produção, desde o campo até a xícara. O regis-
16 SEX
nismos para administrar sua propriedade, seja com tro das atividades permite conhecer o seu negócio e,
simples planilhas eletrônicas, seja com modernos principalmente, saber onde estão os maiores custos da
17 SÁB programas que permitem uma gestão dos custos pro- produção, permitindo uma ação mais efetiva na redu-
dutivos e o registro de todas as atividades durante o ção das despesas, sem, contudo, afetar a produção. A
18 DOM ano. Mas por que fazer a gestão da propriedade é tão gestão da propriedade cafeeira é a garantia do suces-
importante? so da cafeicultura mineira, e o cafeicultor conta com a
19 SEG O sucesso de qualquer negócio depende do co- Emater–MG para auxiliá-lo na tomada de decisão, por
nhecimento do maior número possível de fatores de meio da assistência técnica.

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28 TER
PRAGAS DO CAFEEIRO

BICHO-MINEIRO (LEUCOPTERA O controle


3º ou 4º químico deve ser
COFFEELLA, GUÉRIN-MÈNEVILLE & par de
folhas
3º ou 4º
par de
iniciado quando
folhas
MARÇO - 2018 PERROTET, 1842) for constatado o
índice de 30%
1 QUI Terço
É uma das pragas-chave da cultura, responsável médio de folhas mina-
por grandes prejuízos econômicos, pela diminuição da do
das. É preciso,
cafeeiro
2 SEX produção em decorrência da redução da área foliar e no entanto, levar
da desfolha. em consideração
3 SÁB O inseto adulto é uma mariposa branca, com 6,5 que um índice de
mm de envergadura. A fêmea realiza a postura na face predação dessas
4 DOM superior da folha, sendo que, após a eclosão, a lagarti- minas, de 40%
nha penetra na folha, onde permanece, se alimentan- ou mais, por ini-
5 SEG do, durante toda a fase larval. migos naturais,
Regiões com período seco bem definido e prolon- indica um bom controle (nível de não ação), dispen-
6 TER gado, baixa umidade relativa do ar, localização da la- sando-se a intervenção com inseticidas.
voura em face soalheira (faces quentes e ensolaradas), Nas lavouras em formação, deve-se considerar
7 QUA
uso excessivo de produtos cúpricos, uso de inseticidas que mesmo uma pequena desfolha poderá prejudicar
pouco seletivos que eliminam os inimigos naturais são o seu desenvol-
8 QUI
fatores que favorecem a severidade do ataque do bi- vimento inicial.
cho-mineiro. Dessa maneira,
9 SEX
A presença do bicho-mineiro, atacando a lavoura, é o controle deve
percebida pelas lesões típicas, escurecidas, de contorno ser feito logo
10 SÁB
irregular e tamanho variável, na qual a epiderme da no início do ata-
folha é facilmente removida. As lagartas, quando não que, evitando a
11 DOM
predadas, podem ser vistas sob a epiderme escurecida. queda de folhas
O monitoramento da infestação do bicho-mineiro e os atrasos no
12 SEG
desenvolvimento
13 TER das plantas.
Formas de controle do bicho-mineiro:
14 QUA Grande parte
do controle do
15 QUI bicho-mineiro é
feita por vespas
16 SEX predadoras e pa-
rasitoides, desde
17 SÁB
que as condições
para o desen-
18 DOM
volvimento dos
inimigos naturais
19 SEG
sejam favoráveis.

20 TER Controle Cultural:


Consiste na adoção de medidas que visem criar
21 QUA ambiente favorável à proliferação de inimigos naturais,
como: preservação das matas e outras vegetações na-
22 QUI tivas próximas das lavouras, quebra-ventos, arboriza-
ção, cerca viva, manutenção das entrelinhas do cafezal
23 SEX vegetadas e até mesmo o adensamento da lavoura.
Controle por Comportamento:
24 SÁB
Consiste no emprego da técnica do confundimen-
25 DOM to, por meio de feromônios sexuais que atuam em
machos adultos, atraindo-os para armadilhas, como
26 SEG se fosse para o acasalamento. Serve para o monitora-
mento da praga e ainda para alguma redução na po-
em lavouras adultas é feito mediante amostragens a pulação desses insetos quando são capturados.
27 TER
cada 15 dias, a partir do início do período seco. Há vá-
Controle Químico:
rios métodos de amostragens, sendo que o convencio-
28 QUA O controle químico do bicho-mineiro deve ser feito
nal consiste em dividir o cafezal em talhões uniformes,
coletando-se folhas em 25 plantas por talhão, alea- quando se constatar, no monitoramento, que a infes-
29 QUI
toriamente, por caminhamento em zigue-zague. Em tação atingiu o nível de dano econômico. Na escolha
cada uma das plantas a amostrar, coletar, em dois ra- do produto a ser aplicado, devem-se avaliar as opções
30 SEX
mos, localizados no terço médio do cafeeiro, as folhas com relação a custo do produto, a seletividade, a efici-
do 3° ou 4° par, contados a partir da extremidade, de ência de controle, o risco ao meio ambiente e aplicador,
31 SÁB
modo a se obterem, no mínimo, 100 folhas por talhão. a forma de aplicação do produto (via foliar ou via solo).
AMOSTRAGEM DE SOLOS E FOLHAS
AMOSTRAGEM DE SOLOS Acondicionamento e identificação da amostra
A análise de solos indica o estado de acidez do solo Para ser enviada ao laboratório, a amostra deve ser
e a quantidade de nutrientes existentes. Uma vez co- acondicionada em embalagem apropriada e livre de
nhecida a demanda apresentada pelos cafeeiros para contaminação, identificada com nome do produtor, da
vegetar e produzir, faz-se a suplementação por meio propriedade e da lavoura ou talhão. Outras informações,
ABRIL - 2018 da correção e adubação. como: número de pés, espaçamento, produção obtida e
produção esperada, necessárias para interpretação e re-
1 DOM Procedimentos
comendação de adubação e calagem, deverão ser forne-
Divisão da área cidas ao técnico junto com os resultados do laboratório.
2 SEG
Uma área homogênea é definida não só pelo seu Época e frequência da amostragem de solos
tamanho, mas também, principalmente, por suas ca- Fazer a amostragem de solo 30 a 60 dias após a
3 TER
racterísticas que determinam a sua homogeneidade. última adubação. Repetir anualmente.
Devem-se levar em conta a idade, o histórico de uso e
4 QUA o manejo (vegetação, cultura anterior, etc.), a localiza- AMOSTRAGEM DE FOLHAS
ção, a exposição do terreno ao sol (face) e as caracte- A análise foliar indica se há ajustes porventura ne-
5 QUI rísticas perceptíveis do solo (cor, textura, etc.), para ser cessários nas adubações de solo e foliar a serem feitas,
representativa da área amostrada. sendo, portanto, ferramenta indispensável num pro-
6 SEX grama de adubação e calagem.
Local da amostragem
Lavouras novas: coletar a terra na projeção da Procedimentos
7 SÁB
copa, porém fora do sulco de plantio ou da cova.
Divisão da área
Lavouras em produção: retirar a amostra na faixa
8 DOM Seguir o mesmo critério adotado para a amostra-
de adubação, sob a saia do cafeeiro, por ser esta a re-
gião onde predominam as raízes absorventes. gem de solos.
9 SEG
Quando se pretende conhecer, também, a condi- Procedimentos
ção do solo nas entrelinhas, pode-se fazer uma amos- Selecionar, ao acaso, um ramo no terço médio da
10 TER tragem no meio da rua do cafezal. São duas situações planta e nele coletar o 3º ou o 4º par de folhas a partir
distintas, que requerem duas amostras também distin- da extremidade, não contando o 1º par, caso ele tenha
11 QUA tas, que devem ser analisadas separadamente. menos que 2,0 cm de tamanho. Percorrendo toda a
Número de subamostras ou amostras simples área, coletar, no mínimo, 100 folhas em todo o cafe-
12 QUI
A amostra composta deve ser constituída de, pelo zal, em pelo menos 25 plantas, colhendo as folhas em
menos, 20 amostras simples, em cada gleba homogênea, dois ou quatro ramos opostos.
13 SEX
independente do tamanho da área, retiradas na camada Acondicionamento e identificação da amostra
de 0 a 20 cm (camada arável), percorrendo toda a área, Acondicionar as folhas em sacolas limpas e enviar
14 SÁB
de modo a obter, pelo menos, 500 gramas de terra. ao laboratório. Caso haja demora no envio, é acon-
Procedimentos selhável lavar as folhas em água corrente e enxaguar
15 DOM
com água filtrada, secar cuidadosamente e colocar em
geladeira, na parte inferior, para aguardar até o dia se-
16 SEG
guinte. A amostra deve ser identificada com nome do
produtor, da propriedade e da lavoura ou do talhão.
17 TER

18 QUA
0 - 20 cm
19 QUI
Terço - médio

20 SEX
20 - 40 cm
21 SÁB

22 DOM
Fazer a retirada do cisco no ponto de amostragem,
sem a remoção da camada superficial do solo. Evitar
23 SEG
locais próximos de cupinzeiros, formigueiros, árvores,
caminhos, locais de descarga de corretivos e fertilizan-
24 TER
tes, manchas de solo, enfim, qualquer ponto discre-
pante das características predominantes do terreno.
25 QUA Para interpretação, é necessário informar o técnico
Com auxílio de uma cavadeira de boca ou de um
sobre o número de pés, o espaçamento e a produção
enxadão estreito, cavar um buraco retirando bem toda a
esperada, bem como os resultados da análise de solos
26 QUI terra. A seguir, pegar uma fatia uniforme, de cima até em-
porventura feita e as adubações já realizadas.
baixo, e recolher em um balde de plástico limpo. Deve-se
27 SEX usar sempre a mesma ferramenta, cavando sempre na Época para amostragem
mesma profundidade e recolhendo a mesma quan- A cafeicultura não irrigada é realizada entre a fase
28 SÁB tidade de terra nos diversos pontos amostrados, ge- de chumbinho e chumbão. Observando o mínimo de
rando, assim, boa representatividade. Na amostragem, 30 dias após a última adubação ou pulverização.
29 DOM na camada de 20 a 40 cm, no mesmo buraco já feito Na cafeicultura irrigada a análise foliar torna-se
para a amostra de 0 a 20 cm, utilizar outro balde para uma ferramenta ainda mais importante, recomen-
30 SEG o recolhimento da terra. A sonda e o trado também dando-se a sua realização em intervalos menores, por
podem ser utilizados. exemplo, bimestralmente.
QUALIDADE DO CAFÉ
Nos últimos anos, foram inúmeros os avanços tec- se destaca principalmente pelo corpo e doçura, suas
nológicos que possibilitaram notável melhoria na qua- características principais.
lidade do café: bebida duro, objetivo antes tão almeja- Preparo por via úmida: após lavagem com separação,
do, cede hoje lugar a pretensões maiores na escala de os frutos maduros são submetidos ao descascamento,
produção de Cafés Finos. com remoção ou não da mucilagem aderente ao perga-
MAIO - 2018 MATÉRIA-PRIMA PARA A OBTENÇÃO DE CAFÉS DE
minho. O descascamento pode também ser aplicado nos
frutos verdes e nos boias, dependendo da conveniência,
1 QUI QUALIDADE
mas irão constituir lote separado do cereja descascado.
A qualidade de um café é expressa pela “qualida- O descascamento apresenta, em relação ao Café
2 SEX de” proveniente das cerejas do lote, que, por sua vez, Natural, a vantagem de permitir maior controle sobre
são originadas da lavoura. Portanto a lavoura deve ser as fermentações indesejáveis e uma secagem mais rá-
3 SÁB o ponto de partida para o estabelecimento de um pro- pida, com economia de espaço de terreiros.
grama de melhoria de qualidade em uma propriedade. Há, porém, limitações, como: exigência de maior
Cada propriedade tem suas características inerentes volume de água, investimentos em equipamentos,
4 DOM
à localização geográfica (que definem o microclima), além dos cuidados com relação aos efluentes gerados
fertilidade natural do solo, disponibilidade de água, no processo, que exigem destinação adequada, da
5 SEG
às alternativas para localização da unidade de proces- mesma forma que os afluentes da lavagem com se-
samento, entre outras, que definem a potencialidade paração.
6 TER
para a produção de café de qualidade. Secagem
A partir daí, uma série de medidas deverão ser
7 QUA • A secagem compreende três fases distintas:
Primeira fase é a secagem inicial ou pré-secagem
8 QUI do café, feita em terreiros em camadas finas, sob cons-
tante revolvimento, e que compreende a retirada da
9 SEX água da casca ou do pergaminho, o que deve se dar no
mais curto espaço de tempo, para evitar fermentações
10 SÁB indesejáveis. A mucilagem presente, que é um hidrogel
composto de 85% de água e 15% de açúcares, está
sujeita, normalmente, à fermentação. Porém, à medida
11 DOM
que a água é removida, o processo fermentativo é mini-
mizado, dependendo da rapidez da secagem nesta fase.
12 SEG No caso do Café Natural, a pré-secagem ou meia-
-seca é atingida, quando os frutos já não colam na
13 TER mão quando pressionados, o que corresponde a um
adotadas, no sentido de explorar, ao máximo, tais po- teor de umidade de 30%.
14 QUA tencialidades e que podem ser assim enumeradas: Segunda fase é a secagem intermediária, que pode
continuar tanto no terreiro quanto no secador e segue
1. Atitude por parte do cafeicultor: mudanças de pa- até o café atingir 18 a 20% de umidade. Esta fase ain-
15 QUI
radigmas, acesso à informação, capacitação técnica. da requer atenção sobre o controle da fermentação,
16 SEX 2. Adequação da propriedade. o que é feito mediante revolvimentos frequentes, no
caso do terreiro, enquanto que no secador isto se dá
• Infraestrutura: unidade de processamento (recep-
mecanicamente.
17 SÁB ção do café, lavagem com separação, secagem e Até aqui o foco das atenções foi no sentido de con-
armazenamento). trolar as fermentações, cujo resultado será a preserva-
18 DOM ção da qualidade de bebida fina conferida pelas cerejas.
• Mobilidade interna: facilidade para transportes e
deslocamentos. Deste ponto em diante, o foco será a uniformiza-
19 SEG ção da secagem.
Meios de transporte. Terceira fase é a secagem final, que compreende
20 TER 3. Etapas importantes na colheita e preparo. a retirada de água do interior do grão e que se en-
contra fortemente retida, razão porque deve ser lenta,
• Ponto de colheita: deve ser no ponto ideal, visando
21 QUA para evitar trinca e quebra no beneficiamento. Tam-
obter maior porcentagem de frutos maduros, o que
bém propicia a uniformização do teor de umidade do
está relacionado com o estado da lavoura (lavouras
22 QUI lote como um todo. Isto pode ser feito por meio da
mais novas e lavouras renovadas dão floradas mais secagem em vulcão ou leiras, quando no terreiro, ou
uniformes, portanto têm maturação mais uniforme). nas tulhas de auxílio à secagem (tulhas de descanso),
23 SEX
• Acondicionamento: enquanto aguarda o transpor- quando em secadores.
te, o café colhido deve ser mantido em embalagem O teor de umidade final deve estar entre 11% e
24 SÁB
apropriada e à sombra, para evitar as fermentações 12%.
indesejáveis e ser levado, o mais rápido possível, à
25 DOM
unidade de processamento.

26 SEG Lavagem com separação: tem por objetivos não


somente lavar o café, mas, o que é fundamental, se-
parar as frações de café pesado (cerejas e verdes) dos
27 TER
cafés leves (passas e secos).
28 QUA • Modalidades de preparo
Preparo por via seca: uma vez feita a lavagem com
29 QUI separação, obtém-se o Café Natural, cujo lote é consti-
tuído pelo café pesado, e cuja qualidade final irá depen-
30 SEX der da porcentagem de verdes presentes, tido como o
maior entrave nessa modalidade. O ponto de colheita é
31 SÁB o fator determinante para o atingimento dos objetivos.
O Café Natural é um produto integral, cuja bebida
OS DEFEITOS DO CAFÉ
De acordo com a sua natureza, os defeitos em um (seco anormal); ataque de pragas e doenças com que-
lote de café podem ser atribuídos tanto às imperfei- da prematura de frutos; permanência de frutos secos
ções do próprio grão (defeitos intrínsecos), quanto à no chão ou na planta;
presença de impurezas (defeitos extrínsecos). colheita em estádio imaturo. Fermentações duran-
Defeitos intrínsecos: pretos, verdes, ardidos, cho- te a secagem no terreiro.
JUNHO - 2018 chos, malgranados, quebrados e brocados, de causa Ao que parece, o grão ardido constitui uma etapa
1 SEX genética, fisiológica ou decorrentes de falhas nos pro- de deterioração, que precede o escurecimento no grão
cessos agrícolas (nutrição, pragas, doenças, secas, ge- preto.
2 SÁB adas, colheita e preparo) ou industriais (descascamen- Prejuízos para a qualidade: prejudica o aspecto, a
to, secagem, armazenamento e beneficiamento). torração e a bebida.
Defeitos extrínsecos: presença de frações estra- Prevenções: colheita no ponto certo e preparo cor-
3 DOM
nhas ao café beneficiado (coco, marinheiro, casca, reto.
paus e pedras). Serão aqui tratadas a descrição, as cau- Eliminação: catação manual ou eletrônica.
4 SEG
sas, as medidas de prevenção e eliminação e a equiva- Tabela de equivalência
lência de alguns dos defeitos intrínsecos. 2 grãos ardidos = 1 defeito
5 TER
PVA – Pretos, Verdes e Ardidos: os piores defeitos do
GRÃO BROCADO
6 QUA café
São tidos como os piores defeitos, por afetar dire- Brocados limpos Brocados rendados Brocados sujos

7 QUI tamente a qualidade (aspecto – cor – torração – bebi-


da), além de prejudicar o tipo do café. A minimização
8 SEX da ocorrência de grãos pretos, verdes e ardidos deve
ser uma das principais metas, quando se objetiva a
9 SÁB produção de Cafés Especiais, sendo que as medidas
adotadas resultarão também na diminuição de muitos Origem: ataque pela broca-do-café.
10 DOM dos outros defeitos, intrínsecos e extrínsecos, normal- Prejuízos: aspecto, torração e perda no peso.
mente presentes. Prevenção: controle químico do inseto, mediante
11 SEG pulverização da lavoura, repasse e recolhimento da
GRÃO VERDE varrição em pós-colheita.
12 TER Eliminação: catação manual ou mecânica.
Tabela de equivalência
13 QUA
3 a 5 brocados = 1 defeito

14 QUI QUEBRADO
Origem: descascadores malregulados no benefí-
15 SEX cio. Excesso de seca no café.
Prejuízos para a qualidade: prejudica o aspecto e
16 SÁB a torração no beneficiamento, além da perda de peso.
Prevenções: manutenção mais rigorosa do maqui-
17 DOM nário e monitoramento da temperatura de secagem
nos secadores.
18 SEG Eliminação: separação na sururuca.
Tabela de equivalência
19 TER Descrição: a coloração verde-cana da película que 5 quebrados = 1 defeito
envolve a semente caracteriza este defeito.
20 QUA
Internamente, a semente se aparenta normal, em- PRETO VERDE
bora ainda fisiologicamente imatura.
Origem: ocorre com maior frequência em grãos
21 QUI
provenientes de frutos colhidos ainda verdes, mas
pode ocorrer também nas frações meio-maduras, ma-
22 SEX
duros, passas e secos. Há, ainda, o caso de os frutos
verdes conterem sementes fisiologicamente maduras,
23 SÁB
e o defeito não ocorrer. Origem: também conhecidos como verdes-ge-
Prejuízos: perda qualitativa (prejudica o aspecto, ados, são originados de frutos colhidos ainda verdes
24 DOM
a torração e a bebida)e perda quantitativa (ocasiona que, ao serem submetidos à temperatura acima de 30º
também perda de peso). C, têm a película prateada,
25 SEG passando à cor escura e brilhante, e o grão adquire
Prevenção: colheita no ponto certo.
Eliminação: catação manual ou eletrônica. a cor marrom-escura, de aspecto semelhante ao ardi-
26 TER do, sendo classificados como nessa categoria.
Tabela de equivalência
Prejuízos para a qualidade: prejudica o aspecto e
27 QUA 5 grãos verdes = 1 defeito
a torração.
Prevenção: secagem correta dos lotes de café ver-
28 QUI GRÃO ARDIDO
de, originados do descascamento.
Descrição: caracteriza-se por uma coloração mar-
Eliminação: catação manual ou eletrônica.
rom ou parda do grão.
29 SEX
Origem: fatores climáticos (deficiência hídrica no Tabela de equivalência
desenvolvimento do fruto); 2 grãos pretos verdes ou verdes-geados = 1 de-
30 SÁB
passagem brusca do estádio verde para o seco feito
CAFÉS ESPECIAIS
pecíficos a cada variedade, à região ou ao modo de
cultivo. Notas frutadas, achocolatadas, cítricas, entre
outras, são comuns entre os especiais, assim como a
acidez intensa ou moderada, que agrada aos mais di-
versos paladares.
JULHO - 2018 As denominações de origem e as indicações geo-
gráficas, já tão comuns entre os vinhos, agora chegam
1 DOM
ao mercado de cafés, diferenciando as regiões e agre-
2 SEG gando valor à produção.
Também o mercado interno desperta para o con-
3 TER sumo de cafés especiais. Várias cafeterias finas são
abertas a cada dia no Brasil, e todas elas buscam pro-
4 QUA dutos diferenciados para servir a seus clientes.
Os cafés finos, via de regra, carregam atrás de cada
5 QUI xícara uma história que valoriza o produto, o modo de
produção e os produtores que o cultivam; geralmente
6 SEX os cafés especiais são produzidos por pessoas espe-
ciais.
7 SÁB

8 DOM

9 SEG
Os cafés especiais representam em torno de 12%
do mercado mundial de cafés e cresce a taxas bem
10 TER
maiores que o mercado de commodities.
Os preços de comercialização são bastante com-
11 QUA
pensadores com ágios superiores a 25% por saca, po-
dendo atingir preços de até 100% do valor da bolsa
12 QUI
de Nova York.
Os cafés são considerados especiais pela qualidade
13 SEX
de sua bebida, origem, raridade ou pelo modo de culti-
vo, incluindo-se aí os certificados orgânicos, SAT, en-
14 SÁB
tre outros. Também o modo de preparo pós-colheita
15 DOM confere atributos à produção de cafés especiais, tais
como: os descascados, desmucilados, etc. À semelhan-
16 SEG ça dos vinhos finos, os cafés especiais são produzidos
em TERROIS, com características de clima e solo es-
17 TER pecíficas e também modos de cultivos próprios, que
conferem a esses cafés qualidades e personalidades
18 QUA próprias, permitindo uma diferenciação entre as diver-
sas regiões.
19 QUI As bebidas especiais possuem uma grande varie-
dade de atributos, sabores e aromas, alguns deles es-
20 SEX

21 SÁB

22 DOM

23 SEG

24 TER

25 QUA

26 QUI

27 SEX

28 SÁB

29 DOM

30 SEG

31 TER
CALAGEM E GESSAGEM E
ADUBAÇÃO EM CAFEZAIS
CALAGEM meses ou anos, dependendo da sua granulometria e so-
Calagem é a aplicação de um corretivo no solo, com lubilidade.
AGOSTO - 2018 a finalidade de corrigir a acidez, fornecer cálcio e ou
GESSAGEM
magnésio, que são macronutrientes essenciais, ou ainda
1 QUA É a aplicação de gesso agrícola no solo, visando, prin-
neutralizar os efeitos prejudiciais do alumínio, do ferro e
cipalmente, a disponibilização do cálcio, que tem estreita
do manganês, quando em níveis tóxicos.
2 QUI relação com o desenvolvimento radicular e a neutraliza-
Proporciona também a melhoria na assimilação de
ção do alumínio em maior profundidade. O gesso agrí-
macronutrientes e micronutrientes, conforme mostram
3 SEX cola, sulfato de cálcio diidratado (CaSO4.2H2O), não é
o gráfico e quadro a seguir:.
um corretivo da acidez de solo, pois não corrige o pH.
4 SÁB Outro benefício resultante da aplicação do gesso
é o fornecimento de enxofre, que fica disponibilizado
5 DOM para as plantas.
Condições para uso do gesso
6 SEG
O uso do gesso deve estar condicionado à análise
química do solo na profundidade de 20 a 40 cm, sem-
7 TER
pre que uma das condições abaixo forem detectadas:

8 QUA Teor de Ca no subsolo: =< 0,4 cmolc/dm3 e ou


Teor de Al no subsolo: => 0,5 cmolc/dm3 e ou
9 QUI Saturação de alumínio (m) no subsolo: => 30%

Observações:
10 SEX
* O uso de gesso isoladamente, ou seja, na ausên-
cia de calagem simultânea, pode provocar perda de
11 SÁB
bases, especialmente, magnésio (Mg) e potássio (K),
devido ao seu carreamento para camadas mais pro-
12 DOM fundas, fora do alcance das raízes.

13 SEG ADUBAÇÃO
pH x Eficiência no aproveitamento dos O manejo da adubação no café deve também se-
macronutrientes (%)
14 TER guir os critérios estabelecidos pelo sistema 4C, que pre-
Elementos pH 4,5 pH 5,0 pH 5,5 pH 6,0 pH 6,5 pH 7,0
Nitrogênio 20 50 75 100 100 100
coniza a maximização da eficiência da adubação, den-
15 QUA Fósforo 30 32 40 50 100 100 tro de princípios de sustentabilidade, e que consiste em:
Potássio 30 35 70 90 100 100 Aplicação da fonte certa: a fonte deve conter os
16 QUI Enxofre 40 80 100 100 100 100 nutrientes exigidos, e em quantidades certas e equili-
Cálcio 20 40 50 67 83 100 bradas, entre outros, que atendam as necessidades do
17 SEX Magnésio 20 40 50 70 80 100
cafeeiro. Ex.: em caso de necessidade de enxofre, por-
Médias 26,7 46,2 64,2 79,5 93,8 100
ventura evidenciada pela análise de solos, deve-se utili-
18 SÁB Estimativa de variação porcentual na assimilação dos principais zar uma formulação que contenha esse macronutriente,
nutrientes pelas plantas, em função do pH do solo (PNFCA,
1974; Embrapa, 1980). Modificado.
a exemplo das fórmulas menos concentradas. O mesmo
19 DOM se dá com o boro, cuja eficiência é satisfatória via solo e
Além dos efeitos relacionados acima, a calagem
que, por ser micronutriente, estaria melhor veiculado no
20 SEG proporciona outros, como:
adubo, por estar, desta forma, mais disperso.
Aumento da atividade microbiológica (acelera a de-
Aplicação da dose certa: a dose certa só é determi-
21 TER composição da matéria orgânica (M.O.).
nada com segurança por meio da análise de solos, para
Torna mais adequadas as condições do solo para a
atender as necessidades da planta na safra. Dosagem
22 QUA atuação de bactérias fixadoras de nitrogênio.
superior à recomendada gera perdas físicas (nutrientes)
Local de aplicação e econômicas (gastos desnecessários). Por outro lado,
23 QUI
A aplicação do calcário deve ser no local de maior dosagem inferior também acarreta perdas físicas (pro-
atividade radicular, ou seja, sob a saia do cafeeiro, onde dução) e econômicas (menor receita).
24 SEX
o solo foi amostrado. Quando for necessário corrigir o Aplicação no local certo: as raízes absorventes são
solo também nas entrelinhas, é recomendada a aplica- as responsáveis pelo aproveitamento dos nutrientes di-
25 SÁB
ção do calcário em toda a extensão do terreno. luídos na solução do solo. Por estarem mais concentra-
Forma de aplicação das na porção compreendida entre a extremidade da
26 DOM
copa e a parte mediana dos ramos baixeiros, a sua apli-
Em terrenos mecanizáveis, a aplicação é bastan-
cação deve se dar nessa região.
27 SEG te facilitada, por meio de distribuidoras de calcário. Em
Aplicação na época certa: refere-se aos parcela-
regiões montanhosas, a aplicação é feita manualmente,
mentos, que devem ser feitos a partir do início do pe-
28 TER distribuindo a lanço, sob o cafeeiro ou em toda a área.
ríodo chuvoso até a granação, sendo que a dose to-
Época de aplicação tal pode ser dividida em três (25% - 30% - 45%) ou
29 QUA
A aplicação do calcário deve ser feita antes do início quatro (20% - 25% - 25% -30%) vezes. A regra é
das adubações, ou seja, antes do início das chuvas, vi- sempre efetuar a primeira adubação com solo úmido
30 QUI
sando a correção do solo em tempo hábil. Na presença (após iniciado o período chuvoso). As demais devem
31 SEX de umidade, a reação do corretivo com o solo inicia-se ser feitas sempre observando com segurança a previsão
logo após sua aplicação e prossegue ao longo de alguns de chuvas a seguir.
MANEJO E CONSERVAÇÃO DOS SOLOS
E DA ÁGUA EM PROPRIEDADES
CAFEEIRAS
Os solos e a força das enxurradas e aumentando a infiltração dessas
SETEMBRO - 2018 água constituem águas. Para que as plantas estejam dispostas de modo
o alicerce da pro- a interceptar melhor a água das chuvas, é necessário
1 DOM dução agropecuá- que cada planta dentro da linha esteja aproximada-
ria, sendo os prin- mente no mesmo nível da planta ao seu lado, o que
2 SEG cipais patrimônios pode ser conseguido implantando a lavoura em nível.
do produtor rural. Para executar a marcação das linhas em nível, po-
3 TER O solo é a base dem ser utilizados diversos equipamentos, como: te-
que fornece água odolito, nível ótico, clinômetro, nível de mangueira,
4 QUA e elementos para nível “pé de galinha”, etc.
nutrição e desen- 3 - Capinas e ou roçadas alternadas
5 QUI volvimento do ca-
Esta técnica permite que uma parcela menor do
feeiro.
6 SEX solo fique descoberta. Para execução, basta que o ca-
Dependendo
feicultor inicie as atividades de controle do mato em
da forma de utili-
7 SÁB uma linha e “pule” a operação na outra. Assim que o
zar e manejar os solos, as chuvas podem trazer bene-
mato iniciar o desenvolvimento nas linhas roçadas ou
fícios ou prejuízos à produção agropecuária. As águas
8 DOM capinadas, executa-se a operação nas outras linhas.
de chuvas que beneficiam a produção agropecuária
são aquelas que infiltram nos solos, onde uma parte 4 - Distribuição racional dos caminhos
9 SEG
abastece o lençol freático, e outra parte é retida pelo A distribuição
solo e utilizada pelas plantas. Para isto é fundamen- inadequada de
10 TER
tal que as técnicas de manejo levem à manutenção e carreadores e es-
melhoria das características físicas dos solos, como: a tradas dentro da
11 QUA
capacidade de infiltração e retenção da umidade. propriedade pode
A lavoura de café, por se tratar de cultura perma- ser responsável por
12 QUI
nente, desde que introduzida em princípios da conser- grande parte da de-
vação de solos, oferece eficiente controle da erosão, gradação do solo.
13 SEX
com o aumento da infiltração das águas de chuvas, Os caminhos
recarregando o lençol freático e, consequentemente, dentro de uma la-
14 SÁB
melhorando as nascentes e os outros recursos hídricos voura são os carre-
da propriedade. A seguir, algumas práticas que devem adores em nível e os carreadores pendentes.
15 DOM
ser aplicadas no manejo do solo e da água em cafezais, Os carreadores em nível podem ter largura 4 a 6
16 SEG lembrando que principalmente as práticas mecânicas metros. Para a sua marcação, os procedimentos são os
devem ser planejadas junto com um técnico. mesmos da marcação da linha em nível, sendo que os
17 TER 1 - Escolha do local de acordo com sua capacidade carreadores devem ficar espaçados de 40 a 60 m em
de uso regiões montanhosas e de até 80 m em áreas mais pla-
18 QUA nas. Os carreadores pendentes devem ser construídos
Os solos para implantação de lavouras de café
buscando o menor comprimento de rampa e declivi-
devem apresentar profundidade suficiente para o de-
19 QUI dade possível.
senvolvimento das raízes, não tendo impedimentos,
como: lajes de pedra, excesso de pedregosidade ou 5 - Drenagens de estradas e carreadores
20 SEX excessivamente argilosos. Normalmente, nos solos ap- O volume de água acumulado nas estradas deve-
tos para a implantação de cafezais, ocorrem encostas e rá ser drenado e preferencialmente infiltrado no solo.
21 SÁB
topos de colinas. Os solos de várzeas não são próprios Assim são construídos canais e bacias de contenção,
para a cultura do café, devido ao excesso de umidade conhecidos também como barraginhas ou caixas se-
22 DOM
e às possibilidades de ocorrência de geadas. cas, os quais têm a
função de captar e
23 SEG
promover a infiltra-
ção. A distância e
24 TER
o tamanho dessas
estruturas deverão
25 QUA
ser dimensionados
com auxílio de um
26 QUI
técnico.
27 SEX 6 - Carreadores/terraços
Uma boa alternativa é construir carreadores que
28 SÁB funcionem como terraços. Para isto são dimensiona-
dos terraços de base larga, que terão a dupla função:
29 DOM circulação e infiltração de água.
2 - Plantio em nível 7 – Terraceamento ou microterraceamento
30 SEG
As linhas de café devem ser estabelecidas no senti- São técnicas de construção de “patamares” para
31 TER do contrário às enxurradas. Assim, cada fileira de plan- cada linha do cafeeiro, onde a infiltração de água e a
tas bloqueia o fluxo de águas de chuvas, reduzindo a circulação são favorecidas.
DOENÇAS DO CAFEEIRO
FERRUGEM DO CAFEEIRO 100 folhas por talhão, caminhando em zigue-zague,
A doença é conhecida como ferrugem ou ferru- alternando-se o lado das plantas amostradas.
gem alaranjada. Foi constatada no Brasil na década • Calcular a porcentagem de infecção pela contagem
de 70, e sua disseminação se deu rapidamente, atin- do número de folhas atacadas, em relação ao total
OUTUBRO - 2018 gindo todas as regiões cafeeiras. O agente causal é o de folhas coletadas.
fungo Hemileia vastatrix Berk. et Br., que é biotrófico,
1 SEG ou seja, alimenta-se das células vivas da planta, pe-
netrando pelo estômato da folha, onde germina e se 3º ou 4º
3º ou 4º
2 TER desenvolve, sem matar a célula. Existem mais de trinta par de
par de
folhas
raças, das quais sete ou oito são encontradas no Brasil, folhas
3 QUA afetando a cultura. O desenvolvimento do fungo é fa-
vorecido por umidade relativa alta, baixa luminosidade
4 QUI (condições típicas de plantios adensados), temperatura Terço
médio
média entre 20 e 24° C, baixa altitude, alto índice de do
5 SEX enfolhamento e alta carga pendente. A ferrugem ata- cafeeiro
ca, inicialmente, as folhas da saia do cafeeiro, evoluin-
6 SÁB do para o ápice da planta, em infecções generalizadas.
O sinal característico da ferrugem é a presença de
7 DOM uma massa de esporos de cor amarela ou laranja, de
aspecto pulverulento, na face inferior da folha, à qual
8 SEG corresponde a uma mancha clorótica na face superior.
A disseminação do fungo ocorre pelo vento, inse-
9 TER
tos, homem e respingos da água de chuva. Plantas ata-
cadas têm a atividade fotossintética reduzida, tanto pela Controle cultural
10 QUA
redução de área foliar ativa, quanto pela função da que- Uma das alternativas utilizadas tem sido o em-
da posterior das folhas atacadas. Os prejuízos ocorrerão prego de cultivares resistentes ou tolerantes, consti-
11 QUI
não só na produção em curso, como também na do ano tuindo-se em um recurso, que deve ser considerado
seguinte, ao prejudicar o crescimento dos ramos. no planejamento para implantação de um cafezal. No
12 SEX
entanto deve-se levar em consideração que a resis-
tência genética, até então presente nessas cultivares,
13 SÁB
não é uma característica necessariamente permanente
e pode ser quebrada sempre que aparecer uma nova
14 DOM
raça do fungo.
15 SEG Outras medidas de ordem cultural que merecem des-
taque são:
16 TER • Adoção de espaçamentos que permitam um maior
arejamento da lavoura.
17 QUA
• Podas sistemáticas.

18 QUI • Adubações equilibradas.

Controle químico.
19 SEX
Controle químico preventivo
20 SÁB O controle químico preventivo deve ser feito a
partir do início do período chuvoso, com produtos à
21 DOM base de cobre, em 3 a 4 aplicações, com intervalo de
30-45 dias entre cada aplicação. Nas lavouras em for-
22 SEG
mação ou com baixa carga, o uso de produtos à base
de cobre, calda viçosa ou outros produtos comerciais
23 TER
similares, pode ser suficiente para controlar a infecção.

24 QUA Controle químico curativo


Tipos de controle O controle químico curativo deve ser feito quando
25 QUI O controle da ferrugem deve ser feito pela ado- o nível de infestação atingir 5%. O controle químico
ção de práticas culturais, auxiliado, quando necessário, curativo via foliar é feito com fungicidas de ação sis-
26 SEX pelo controle químico de forma a garantir um baixo têmica, principalmente dos grupos dos triazóis e das
nível de infecção, por ocasião da colheita. estrobilurinas. Quanto ao uso de fungicidas via solo,
27 SÁB O nível de dano econômico a ser considerado é de também de ação sistêmica, deve-se atentar para a sua
5% das folhas com sintomas de infecção. Para verifi- aplicação em condições de umidade suficiente para
28 DOM car o nível de infecção, recomenda-se fazer o monito- uma pronta absorção pelas raízes. Alguns desses pro-
ramento a partir de dezembro e repetir mensalmente, dutos possuem, em sua formulação, inseticidas para o
29 SEG até o final do período chuvoso, de acordo com os se- controle simultâneo de pragas. Como o fungicida tem
guintes procedimentos: ação residual definida, infecções tardias de ferrugem
30 TER • Dividir a lavoura em talhões homogêneos. (em junho/julho) podem ocorrer fora do período de
• Em ramos localizados no terço médio da planta, co- ação desses produtos, havendo necessidade de se re-
31 QUA
letar o terceiro ou quarto par de folhas, totalizando correr a um controle complementar por via foliar.
CONTROLE ALTERNATIVO DA BROCA
DO CAFEEIRO
A broca-do-café (Hypothenemus hampei) é uma cm da tampa da garrafa, onde será preso o frasco di-
praga chave do cafeeiro Coffea arabica, sendo encon- fusor, conforme o esquema da foto 1.
trada em todas as regiões produtoras do país. Seus PINTURA:
prejuízos são quantitativos, pela diminuição da produ-
NOVEMBRO - 2018 ção, e principalmente qualitativos, pela depreciação do
A garrafa deverá ser pintada de vermelho, com a
finalidade de facilitar sua localização no campo.
tipo e qualidade da bebida. Com a proibição do uso
1 QUI
do agrotóxico endosulfan em 2013, os cafeicultores PREPARO DO FRASCO COM ATRATIVO:
se viram com poucas opções para o controle da broca. O frasco usado para o atrativo é o mesmo utilizado
2 SEX
O uso de armadilhas para controle da broca é uma para medicamentos e tem a capacidade de 30 ml. Sua
prática conhecida no meio científico e em algumas ex- rolha de borracha deve ser furada com um furador de
3 SÁB
periências de extensão rural, apresentando bons resul- 2 mm.
tados. POSIÇÃO E ÉPOCA DE FIXAÇÃO DA ARMADILHA:
4 DOM
ARMADILHA PARA CONTROLE DA
5 SEG
BROCA
A armadilha apresentada foi desenvolvida pelo Ins-
6 TER
tituto Agronômico do Paraná. Constitui-se basicamente
em uma garrafa PET, na qual são colocados um frasco
7 QUA
com o atrativo da broca e o líquido no qual ela é captu-
rada. Segue o passo a passo da confecção da armadilha.
8 QUI
Materiais necessários para construção de armadilhas
9 SEX para 1 ha:
As armadilhas deverão ser fixadas nas plantas na
• 25 garrafas de refrigerante de 2 litros tipo PET. altura de 1,5 m, conforme apresentado na foto 2.
10 SÁB Preferencialmente, de forma que não sejam expostas
• 0,5 l de etanol
ao sol da tarde. A época de fixação é imediatamente
11 DOM • 1,5 l de metanol (álcool metílico)
após a florada.
• 1 lata de tinta spray vermelha
QUANTIDADE DE ARMADILHAS POR HECTARE:
12 SEG • 13 metros de arame fino

13 TER • 20 g de pó de café
• 25 frascos de vidro (tipo penicilina) com capacidade
14 QUA de 30 ml

PREPARO DA SOLUÇÃO ATRATIVA:


15 QUI
A solução atrativa é uma mistura de metanol com
etanol, na proporção de 3 partes de metanol para uma
16 SEX
parte de etanol, complementado com pó de café. Para
o preparo de 2 litros, misturam-se: 1,5 litro de metanol,
17 SÁB
0,5 litro de etanol e 20 gramas de café torrado e moído.

18 DOM
ATENÇÃO: METANOL É UM ÁLCOOL EXTRE-
MAMENTE TÓXICO E INFLAMÁVEL E DEVE SER Deverão ser fixadas 25 armadilhas por hectare. Para
19 SEG
MANUSEADO COM LUVAS, MÁSCARA E EM LO- isto basta instalar uma armadilha a cada 20 metros.
CAL AREJADO. MANUTENÇÃO DA ARMADILHA:
20 TER
Após uma semana de instalação da armadilha, de-
21 QUA PREPARO DA SOLUÇÃO DE CAPTURA: verá ser feita uma revisão delas, para verificar o nível
A solução de captura é preparada misturando-se 1 do líquido de captura (água com detergente). O líquido
22 QUI colher de sopa de detergente neutro (sem cheiro) em 2 atrativo (vidro) deverá ser completado utilizando uma
litros de água. seringa com agulha toda vez que baixar da metade
23 SEX do nível. Posteriormente, a revisão poderá ser feita em
CORTE DA GAR-
períodos maiores, dependendo das condições climáti-
RAFA:
24 SÁB cas. Nas revisões, observar se está ocorrendo captura
Colocar um
da broca, que é um pequeno besouro preto, que pode
molde de 12 cm
25 DOM ser visualizado na foto 4.
de largura por 18
de comprimento
26 SEG
a 13 cm da tampa
da garrafa, mar-
27 TER
car e cortar. Fazer
um furo no fundo
28 QUA
da garrafa para
colocação do ara-
29 QUI
me de fixação (40
cm) e outros dois
30 SEX na lateral, a 20
CAFÉ E AGROECOLOGIA
zes. Solo macio, estruturado fornece oxigênio às raízes
das plantas de café. Palha de mato e de plantas culti-
vadas, matéria orgânica e atividade dos organismos no
solo fornecem gás carbônico, sem o qual não há vida
para as plantas. Como está a disponibilidade de ar?
DEZEMBRO - 2018 E a energia do sol? Ela é fundamental para a vida.
Estamos numa região tropical, em que a insolação é
1 SÁB muito intensa, precisamos aproveitar a sua energia, to-
mando cuidado com os excessos de insolação. Ao fazer
2 DOM isso, permitimos que a água permaneça mais tempo no
solo, que a planta produza mais energia, que a tempe-
3 SEG ratura do solo e do ar permaneça favorável à vida dos
organismos e à absorção de nutrientes pelas plantas.
4 TER Como está a insolação? Como está a proteção do solo?
Entendendo-se a agroecologia como o estudo do
ambiente, no qual desenvolve-se a agricultura, perce- A planta de café precisa de nutrientes? Existem os
5 QUA nutrientes minerais e os nutrientes biológicos que per-
bemos que é necessário conhecer as plantas de café;
o solo e o relevo; a água e as chuvas; o ar e o vento; mitem que as plantas se desenvolvam. Os nutrientes
6 QUI
a incidência de sol; as plantas e os animais; os insetos minerais são de fontes de rocha, de baixa solubilidade,
e os micro-organismos; os seres humanos e as ações e para permitir que os organismos que vivem no solo os
7 SEX
interações que ocorrem entre esses elementos de um disponibilizem para as plantas. Os nutrientes biológi-
conjunto, em um núcleo familiar de produção. cos são produzidos pelos organismos e pelas plantas
8 SÁB
É preciso recordar que a origem das plantas de café para manutenção da própria vida e para estimular o
é de sub-bosque, onde temos solo macio e ácido, com desenvolvimento dos organismos e das plantas que
9 DOM
alto teor de matéria orgânica, temperatura e insolação convivem bem entre si. Os organismos do solo são os
amenizadas pelas árvores da floresta, precipitação ele- disponibilizadores de nutrientes para as plantas culti-
10 SEG
vada com seca acentuada em determinado período do vadas. Como está a disponibilidade de nutrientes?
ano, atividade biológica intensa, com disponibilidade O que é a planta de café? Vemos o tronco, os ra-
11 TER
de nutrientes e vento reduzido. mos, as folhas, os frutos. E as raízes? Estão embaixo,
Estamos permitindo as condições favoráveis à vida no solo, não se apresentam visíveis. Por isso deixam de
12 QUA
que as plantas de café encontraram em sua origem? ser importantes? Não influem no desenvolvimento da
13 QUI Como fazer isso? Primeiro conhecer o ambiente, o planta? Como está a planta de café? Qual sua adapta-
talhão de café, o núcleo familiar de produção. ção ao ambiente? Quais os indicativos de que está ou
14 SEX A planta de café vive sem água? É preciso o mí- não encontrando condições adequadas para seu pleno
nimo satisfatório para a manutenção da vida, para a desenvolvimento e produção?
15 SÁB solubilização e o acesso aos nutrientes, para a manu- E as plantas e organismos que vivem nesse talhão
tenção da temperatura adequada. As condições para de café? Eles são indicadores do estado do solo e das
16 DOM a disponibilidade de água são em primeiro lugar a in- plantas e também seus recuperadores ou eliminadores.
filtração da chuva, sem escorrimento pela superfície. Quais plantas e organismos desenvolvem-se no am-
17 SEG Para isso é preciso que o solo esteja protegido ou por biente em observação?
cobertura viva (mato e plantas cultivadas que o enri- Como se relacionam os membros do núcleo fami-
18 TER queçam) ou por cobertura de plantas roçadas ou por liar de produção? Como vivem e convivem? O que
árvores que o protejam do impacto da gota de chuva. aspiram? Como resolvem as questões que surgem no
19 QUA É preciso, também, que o solo esteja estruturado, ma- dia a dia? Quem são?
cio, poroso para facilitar a infiltração. Esta estrutura- O conjunto de condições de cada ambiente (ta-
20 QUI ção é realizada pelas plantas e pelos organismos que lhão de café) nos mostrará as indicações específicas ao
vivem no solo. Não há nenhum meio mecânico para trabalho, que, na visão ecológica, visam a propiciar/
21 SEX estruturar o solo. Em solo estruturado e protegido, a manter as condições adequadas à vida do solo, das
perda de água é minimizada. O solo permanece úmido plantas e dos seres.
22 SÁB por muito mais tempo. Como está a disponibilidade de A agricultura torna-se uma agricultura de obser-
água? E o vento? vação, análise, crítica e síntese, valorizando o saber
23 DOM A planta de café produz energia sem o ar? Para das(os) agricultoras(es), numa construção coletiva de
produzir energia, é fundamental que existam gás car- conhecimento com os extensionistas. Conhecimento
24 SEG bônico, para as folhas, e oxigênio no solo, para as raí- que promova melhoria da qualidade de vida.

25 TER

26 QUA

27 QUI

28 SEX

29 SAB

30 DOM

30 SEG
MANUAL DO CAFEICULTOR
MESES
ATIVIDADES
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

ANÁLISE DE SOLO

PRODUÇÃO DE MUDAS

CALAGEM / GESSAGEM

PODAS

PREPARO DO SOLO

MANEJO DO MATO

ADUBAÇÃO VIA SOLO

PLANTIO DAS MUDAS

ADUBAÇÃO FOLIAR

ANÁLISE FOLIAR

DESBROTAS

CULTURA INTERCALAR

COLHEITA

CONTROLE DA CIGARRA

MANEJO DA BROCA

CONTROLE DA FERRUGEM

MANEJO DA
CERCOSPORIOSE

CONTROLE BICHO MINEIRO

MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO

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