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DOCUMENTO DE TRABALHO
SUMÁRIO EXECUTIVO
CONTEÚDO
Destaques
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Sumário executivo ................................................ ................................................ 1
Este documento de trabalho apresenta um conjunto
Introdução................................................. .................................................. ...............4
de práticas sustentáveis para a agricultura
brasileira no curto e longo prazo,que contribuem Impactos das alterações climáticas na agricultura ..........................................5
alterações climáticas.
Benefícios da adaptação – parte 2: sistemas sem árvores.........21
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Plano ABC. Mais da metade é investido em atividades como Figura 1 |Modelo conceitual do potencial das ações contidas
plantio direto e restauração de pastagens. Em relação às no Plano ABC e no Planaveg para reduzir os impactos das
atividades específicas do programa, o desempenho é mudanças climáticas na agricultura.
marginal. Como base de comparação, entre 2013 e 2018, o
Plano ABC previa financiamento de R$ 350 milhões para
sistemas integrados, algo em torno de R$ 39/ha/ano, ante
a
Impactos
R$ 613,00/ha/ano investidos na lavoura de soja por outros
programas. Para a conformidade ambiental, passo
fundamental na implementação do Planaveg, o Plano ABC
financiou apenas R$ 45 milhões em contratos, enquanto no
mesmo período outros programas desembolsaram mais de b
R$ 430 milhões em projetos que contribuíram para a
conversão da vegetação nativa. Quase dez vezes mais A
financiamento foi investido na conversão da vegetação
nativa em comparação com o que foi investido na
conformidade.
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Incêndios
Temperatura máxima
Temperatura média
Impacto de
Polinizadores Fertilidade
Qualidade da água
Socio-econômico
ganhos
Produtividade
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O efeito do déficit hídrico pode ser potencializado se A soja e as pastagens juntas representam 88% da área
combinado com o aumento da temperatura (ASSAD et al., agrícola do Brasil, incluindo pastagens, culturas
2013). Por outro lado, grandes volumes de chuva podem permanentes, culturas temporárias e silvicultura (IBGE,
reduzir a produtividade das culturas devido à saturação do 2018). Os modelos CMIP5-IPCC indicam que nas regiões mais
solo e, portanto, ao atraso na colheita. A temperatura média e produtivas do centro-norte do país, os efeitos das mudanças
a distribuição espacial da precipitação durante a época de climáticas são dependentes da data de plantio, com forte
plantio explicam mais de 30% da variação da produtividade redução na produtividade da soja plantada em setembro,
nas culturas (LOBELL; FIELD, 2007). nos sistemas que utilizam dupla safra, principalmente devido
ao déficit hídrico e aos efeitos dos períodos de seca durante
Um dos maiores riscos para a produção de alimentos é o o período vegetativo, acentuados pelas altas temperaturas
aumento da frequência de eventos extremos de (PIRES, 2015).
temperatura, como secas e inundações. No Brasil, 95% das
perdas na agricultura ocorreram em decorrência de No cultivo do milho, os principais fatores climáticos que
enchentes ou secas (PINTO et al., 2008a), e as projeções do impactam negativamente a produtividade são a
IPCC indicam um aumento na frequência de fenômenos precipitação, a temperatura do ar e a radiação solar (SANS;
extremos de temperatura e precipitação. SANTANA, 2002). O crescimento máximo desta cultura
ocorre entre 26°C e 34°C, com limites superior e inferior de
As projeções do IPCC de variações de temperatura em 8°C e 44°C (KINIRY, 1991). As temperaturas durante a fase
torno de 1°C a 5,8°C e um aumento de 15% nas chuvas de germinação até a fase de maturação devem permanecer
resultariam em uma redução de 95% da área apta ao em torno de 25°C e, durante a fase de maturação dos grãos,
café em Goiás, Minas Gerais e São Paulo, e de 75% % no uma temperatura abaixo de 15°C retardará o processo
Paraná (ASSAD et al., 2004). (SANS; SANTANA, 2002). Quando as temperaturas noturnas
Um exemplo do efeito do clima na produtividade agrícola estão acima de 24°C, a taxa respiratória aumenta e,
no Brasil foi observado em 2013, quando uma seca portanto, reduz a taxa de fotoassimilados, resultando em
durante o período de desenvolvimento da laranja e do queda na produção (SANS; SANTANA, 2002).
café e o excesso de chuvas durante a colheita causaram
um declínio acentuado na produção e contribuíram para
uma redução de 1,89% na PIB (CEPEA, 2019). Nos próximos anos, espera-se tendência de aumento
na frequência de dias com temperaturas acima de
Os efeitos das mudanças climáticas em nove culturas 34°C, com forte impacto na produtividade das culturas
(algodão, arroz, café, cana-de-açúcar, feijão, girassol, de café e feijão (ASSAD; PINTO, 2008). Sem novas
mandioca, milho e soja), pastagens e pecuária de corte soluções de manejo e adaptação, a produção de milho
resultariam em um impacto negativo de US$ 4 bilhões em e soja poderá cair 90% e 80%, respectivamente
2050, sendo a soja responsável por 50 % dessas perdas (TEIXEIRA et al., 2016).
(PINTO et al., 2008a). Utilizando a mesma metodologia e
considerando o cenário mais pessimista do IPCC, o Brasil O desconforto térmico influencia o ganho de peso dos
poderá perder cerca de 2,5% do seu PIB em 2050 devido aos animais e a produção de leite. Nas principais mesorregiões
impactos das mudanças climáticas na agricultura produtoras de leite de Pernambuco (Garanhuns e vales do
(MARGULIS; DUBEUX, 2011). Ipojuca e Ipanema), a intensificação do estresse térmico tem
resultado na redução da produção de leite e do consumo
A produtividade da soja é afetada diretamente pela alimentar dos animais, principalmente nos bovinos com
temperatura, precipitação e concentração de CO2. maiores níveis de produção (SILVA et al. , 2009). Em áreas
Estudos mostram que a soja responde positivamente ao onde o estresse térmico já é acentuado, como aquelas
aumento da concentração de CO2, o que significa que um situadas no interior e no litoral de Pernambuco, os impactos
aumento em torno de 3°C na temperatura poderia têm sido ainda maiores, tanto nos meses mais quentes
reduzir esse ganho (HEINEMANN et al., 2006; ONAT et al., (dezembro a fevereiro) quanto nos meses mais frios (junho a
2017). As mudanças climáticas poderiam levar a uma fevereiro). agosto) (SILVA et al., 2009).
migração de locais de cultivo de milho para o sul do
Brasil, levando à competição com outras culturas como o
feijão, e a um aumento na incidência de pragas e
doenças (PINTO et al., 2008b).
As mudanças climáticas podem afetar a incidência de No final do século 20ºséculo, começamos a entender que
doenças nas culturas, através de efeitos diretos e ecossistemas intactos e funcionais produzem vários serviços
indiretos na planta hospedeira, no patógeno e na valiosos, muitas vezes mais significativos do que os
interação entre eles, e alterar a ação dos agentes e resultados de sua extração ou exploração (COSTANZA et al.,
vetores de controle biológico (GHINI; HAMADA, 2008). O 2017). Em 2011, o valor económico global dos serviços
aumento da temperatura e da umidade do ar e do solo ecossistémicos foi estimado entre 125 e 145 biliões de
poderia aumentar a incidência de doenças no arroz dólares, um montante muito superior ao produto bruto
(PRABHU et al., 2008), no milho (PINTO et al., 2008b) e no mundial desse ano, e a perda de serviços ecossistémicos no
café (POZZA; ALVES, 2008). Da mesma forma, um grave período de 1997 a 2011 devido à mudança no uso da terra
impacto das alterações climáticas totalizou algo entre US$ 4,3 e US$ 20,2 trilhões por ano
é projetada nos polinizadores e, consequentemente,
(COSTANZA et al., 2014). Mesmo que sobrestimados, estes
na produtividade (GIANNINI et al., 2017).
resultados reforçam que os serviços ecossistémicos são
fundamentais para a economia mundial.
Estudos indicam que, para o período entre 2009-2018, os
custos económicos mundiais resultantes de catástrofes
naturais ultrapassaram, em sete anos, a média de 30 Dada a dificuldade na avaliação da valoração, os serviços
anos de 140 mil milhões de dólares por ano (NFGS, 2019). ecossistémicos são muitas vezes negligenciados e não incluídos na
Por outro lado, os modelos biofísicos indicam que, até contabilização dos fluxos de caixa da produção, nem incluídos nos
2050, a produção agrícola mundial poderá cair 17%, índices actualmente utilizados para medir as economias globais e o
quando comparada com um cenário de clima inalterado desenvolvimento humano, resultando em graves distorções do
(NELSON et al., 2014). Os modelos econômicos também mercado e do sistema de preços. Porém, como os recursos utilizados
indicam que, ao longo deste período, a produtividade num empreendimento rural são avaliados com base no seu valor
das culturas cairá, a área cultivada com culturas econômico, é importante que os serviços ecossistêmicos também
primárias (milho, soja, milheto, arroz, girassol, algodão, sejam avaliados para que o capital natural possa ser incorporado nos
mandioca e outras culturas) aumentará e o consumo processos de tomada de decisão empresarial (GVCES, 2016).
diminuirá (NELSON et al. , 2014; NGFS, 2019).
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
recebendo financiamento. Estes questionários, no entanto, produção material, saúde e bem-estar humano (SCBD,
fornecem apenas uma análise subjetiva e baseiam-se no 2009; RIZVI et al., 2015). AbE em sistemas agrícolas
conhecimento do analista específico. Essa subjetividade pode ser consiste em práticas de gestão que utilizam ou aproveitam
minimizada ou resolvida com a adoção de ferramentas a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos e os processos
padronizadas de valoração dos serviços ecossistêmicos. ecológicos (em um terreno, fazenda ou paisagem) com o
objetivo de aumentar a capacidade das culturas e da
No Brasil, desde 2013, a Escola de Administração de Empresas pecuária de se adaptarem às mudanças e variações na
Getúlio Vargas (GVces/EAESP-FGV) conduz a iniciativa clima (VIGNOLA et al., 2015).
Tendências em Serviços Ecossistêmicos (TeSE) com base nas
Diretrizes Empresariais para Valoração Econômica de Serviços Como estratégia multifuncional, a AbE resgata o
Ecossistêmicos (Devese) e suas respectivas ferramentas. por caráter sistêmico inerente à agricultura na produção
quantificar e valorizar os impactos econômicos sofridos pelas primária e é mais eficaz justamente por isso.
empresas e as externalidades por elas causadas em relação aos Nesse sentido, a conservação e a restauração dos
serviços ecossistêmicos. Dados do TeSE indicam que, de 2014 a ecossistemas significam muito mais do que cumprir
2017, foram realizados 40 estudos para 24 empresas para uma legislação ou um estilo de produção. A AbE
calcular esse valor. Em 2018, um resumo técnico (GVCES, 2018) aumenta a resiliência da agricultura para fornecer
apresentou diretrizes para auxiliar os usuários no uso do serviços essenciais com insumos naturais para os quais
Devese para quantificar e valorizar economicamente os não há substitutos e cuja disponibilidade se tornou cada
serviços ecossistêmicos para a regulação do clima global, vez mais incerta com as mudanças climáticas.
especialmente a aplicação do método de desmatamento
evitado. Contudo, existem barreiras a serem superadas para que as
estratégias de adaptação baseadas em ecossistemas sejam
adotadas, notadamente as seguintes: i) estruturais ou
Atualmente, existem diversas ferramentas disponíveis para operacionais (estruturas de financiamento institucional e
avaliar e valorizar serviços ecossistêmicos (BAGSTAD et al., programas de incentivo); ii) governança (leis, regulamentos,
2013; WBCSD, 2013; WEI et al., 2017), muitas delas apoiadas arranjos institucionais e capacidade adaptativa existente); iii)
em sistemas de informações geográficas, mas ainda pouco sociais e culturais (normas sociais, valores, educação e
utilizadas no Brasil. Podem auxiliar na avaliação, valorização sensibilização); iv) biológicos (intensidade e frequência dos
e gestão dos impactos no capital natural, contribuindo para perigos naturais, como extremos de temperatura e
a tomada de decisões. precipitação); e v) capacidade (ou seja, falta de recursos
financeiros, falta de conscientização ou acesso à informação
As estratégias de mitigação são insuficientes quando os efeitos ou tecnologia e capacidades humanas, individuais,
das alterações climáticas já apresentam algum grau de organizacionais e sociais limitadas) (RIZVI; van RIEL, 2015).
irreversibilidade – como o aquecimento global, mudanças
sazonais atípicas, aumento dos extremos climáticos (chuvas
intensas, secas, períodos de seca, etc.) e aumento do nível do
ENFRENTANDO OS IMPACTOS CLIMÁTICOS
mar. Surge assim a necessidade de desenvolver soluções que
apoiem o ajustamento da sociedade às novas condições SOBRE AGRICULTURA
impostas pelo clima.
Para o setor agropecuário, o Plano ABC propõe ampliação de
ações de restauração de pastagens degradadas (PDR),
Adaptação é um processo de manutenção ou adoção de
integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistemas
práticas de manejo baseadas na ecologia que podem
agroflorestais (SAF), sistemas de plantio direto (SAD), fixação
proporcionar resultados positivos (VIGNOLA et al., 2015). A
biológica de nitrogênio (BFN), florestas plantadas e
adaptação baseada em ecossistemas (AbE) utiliza a
tratamento de dejetos animais. O Planaveg tem como foco a
biodiversidade e os serviços ecossistêmicos como parte de
recuperação de vegetação nativa, principalmente em áreas
uma estratégia de adaptação que visa reduzir os efeitos das
de preservação permanente (APP), reservas legais (RL) e
mudanças climáticas (SCBD, 2009; RIZVI et al., 2015). A AbE
áreas degradadas com baixa aptidão para a agricultura. Há,
prescreve que, no processo de adaptação, a conservação,
portanto, sinergia entre essas duas políticas públicas
gestão e restauração ambiental são essenciais para minimizar
(Quadro 1).
os riscos ao
▪
lançada no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011. Ainda em janeiro de
2017, o governo federal instituiu a Política Nacional de Recuperação Regularização fundiária – ampliar o número de propriedades rurais
da Vegetação Nativa (Proveg), diante do desafio de implementar a com titulação e elegibilidade a recursos para recuperação florestal.
Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, também conhecido como Novo
Os principais itens financiados pelo Plano ABC que fazem parte
Código Florestal, que trata do proteção da vegetação nativa. O
da política de crédito rural e que mais têm em comum com o
objetivo do Proveg é coordenar, integrar e promover políticas,
Planaveg são:
▪
programas e ações para auxiliar na restauração de florestas e outros
tipos de vegetação nativa e impulsionar a regularização ambiental Implantação e melhoria de sistemas integrados (lavoura-
de propriedades rurais no Brasil, de acordo com o Novo Código pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-
Florestal, em uma base área total de, no mínimo, 12 milhões de pecuária-floresta) e sistemas agroflorestais (Integração
hectares até 31 de dezembro de 2030. Essas metas atendem à linha ABC);
de financiamento para reflorestamento e restauração de áreas
degradadas do Programa ABC. ▪ Implementação, manutenção e melhoria do manejo
florestal comercial, inclusive aquelas destinadas ao uso
industrial ou à produção de carvão vegetal (ABC Florestas);
e
Em novembro de 2017, foi lançado o Plano Nacional de Recuperação
da Vegetação Nativa (Planaveg) como principal instrumento para a ▪ Adequação ou regularização de imóveis rurais de acordo
com a legislação ambiental, incluindo restauração de reserva
implementação do Proveg. O objetivo do Planaveg é ampliar e
legal e áreas de preservação permanente, recuperação de
fortalecer políticas públicas, incentivos financeiros, mercados, boas
áreas degradadas e implementação e aprimoramento de
práticas agrícolas e outras medidas necessárias para a recuperação
planos de manejo florestal sustentável (ABC Ambiental).
da vegetação nativa em pelo menos 12 milhões de hectares até
2030, principalmente em áreas de preservação permanente (APP) e
Reserva Legal. (LR), bem como áreas degradadas e de baixa aptidão Os itens financiados com sinergias entre o Plano ABC e o
para a agricultura. Planaveg são:
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O Plano ABC (BRASIL, 2012a) e o Planaveg (BRASIL, O objectivo principal do Plano ABC é a adopção de
2017) são estrategicamente importantes para o país e estratégias de baixas emissões de GEE provocadas pelo
para o mundo. A implementação efectiva destes planos homem e de acções específicas para adaptação às
delineia caminhos possíveis para alterações climáticas. Contudo, as tecnologias citadas no
garantindo aumento da produtividade agrícola e, Plano ABC, como RDP, CLFI, BFN, DSS e florestas plantadas,
potencialmente, rentabilidade ao agricultor, considerando, têm grande potencial para tornar a agricultura mais
direta ou indiretamente, aspectos ambientais. Neste resiliente às mudanças climáticas, proporcionando
Working Paper destacamos o potencial do Plano ABC e do inúmeros benefícios para o sistema produtivo (Quadro 2),
Planaveg como estratégias de adaptação da agricultura contribuindo para o aumento da produtividade e
aos impactos das mudanças climáticas, uma vez que seus rendimento líquido para o agricultor, e criação de
aspectos de mitigação já foram amplamente discutidos. É empregos nas zonas rurais. Diversas ações já estão sendo
importante notar, no entanto, que existe uma forte implementadas no âmbito do Plano ABC. Já no Planaveg, a
sinergia entre adaptação e mitigação (MBOW et al., maioria dos programas de restauração florestal ainda está
2014a). em fase de planejamento, exceto algumas atividades piloto
que visam o plantio em larga escala de espécies nativas,
Inúmeras estratégias e ações que reduzem os efeitos das com potencial para multiplicar oportunidades de negócios
mudanças climáticas na agricultura também reduzem e criar empregos em áreas rurais.
perdas de produtividade e perdas econômicas (KOOHAFKAN
et al., 2011). O Plano ABC e o Planaveg seguiram esse
raciocínio, detalhando ações a serem implementadas de
Caixa 2 |Principais benefícios das diferentes ações do Plano ABC,
acordo com as circunstâncias locais e as necessidades de
cada agricultor, incluindo a restauração da vegetação nativa como estratégia de adaptação às mudanças climáticas.
em larga escala.
▪
genética recursos e melhoramento de plantas e animais,
impacto de eventos climáticos extremos;
recursos hídricos, adaptação de sistemas de produção,
Reduz
identificação de vulnerabilidades e modelação), entre outras
▪ danos causados por inundações;
▪
iniciativas. Na pecuária, área em que o Brasil é líder mundial
erosão causada por ventos fortes;
em tamanho de rebanho comercial (GOMES et al., 2017), o
Plano ABC promove a intensificação da produção por meio da
▪ danos causados por altas temperaturas;
▪
melhoria da qualidade das pastagens, maior oferta de
alimentos para os animais, maior taxa de ocupação para necessidade de fertilizantes.
▪
pastagens e, consequentemente, maior produtividade.
Favorece a infiltração e armazenamento de água no solo.
▪
O debate em torno das estratégias para o desenvolvimento de
Aumenta a biodiversidade.
sistemas de produção sustentáveis revelou que a
▪
estabilidade e a sustentabilidade da produção, e não apenas a
no controle de pragas e doenças;
produtividade, devem ser tidas em consideração. Nos
sistemas agrícolas, a sustentabilidade pode ser considerada a
manutenção da produção ao longo do tempo, sem
AIDS ▪ na manutenção de polinizadores;
degradação da base natural da qual depende essa produção ▪ na manutenção da terra para as gerações futuras.
Figura 3 |Sistemas de produção agrícola apoiados por ações contidas no Plano ABC e no Planaveg
e discutido neste trabalho.
Finanças LFI
CLFI
CLI
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Figura 4 |Impactos das ações do PLANO ABC por sistemas integrados com árvores (ILPF ou lavoura-pecuária-floresta
integração, CFI ou integração colheita-floresta e LFI ou integração pecuária-floresta) e efeitos na
capacidade de adaptação às alterações climáticas.
Precipitação
Umidade máxima do ar
Ondas de calor
Temperatura máxima
Temperatura média Ondas frias
Sistemas integrados
com árvores
Qualidade da água
Polinizadores
Socio-econômico
ganhos
Produtividade
Impacto das ações do Plano ABC: Efeito na capacidade de adaptação às alterações climáticas:
Proporciona maior adaptação e resiliência às alterações climáticas Gera produtos como lenha, frutas e forragem
Proporciona menor exposição à luz solar direta e/ou altas temperaturas Evita o desmatamento de novas áreas e aumenta o efeito de preservação da terra Reduz a
A presença de árvores protege contra geadas, ventos, Reduz o assoreamento dos cursos de água
AGRICULTURA GADO
Reduz perdas de produtividade devido a períodos de seca Melhora o conforto dos animais devido à sombra criada pelas árvores O
Aumenta a reciclagem e reduz a perda de nutrientes, sombreamento das árvores cria zonas de conforto térmico
Mantém o solo coberto por mais tempo, reduzindo riscos de erosão superficial
Fonte: BALBINOe outros., 2011; MAGALHÃESe outros., 2018a, 2018b; MALERBO-SOUZAe outros., 2003; MOSIMANNe outros., 2017; OLIVEIRAe outros., 2010; RODRIGUESe outros., 2017; SILVAe outros., 2009; VIEIRA
FILHO, 2018.
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
No entanto, o ILPF apresenta algumas desvantagens, os benefícios ambientais são: fornecer habitats para espécies que
nomeadamente o aumento da competição entre espécies toleram um certo nível de perturbação; contribuir para reduzir as taxas
vegetais e os danos mecânicos ocorridos durante a de conversão de habitats naturais devido à menor pressão para
colheita ou tratamento da cultura em alguns utilização como terras agrícolas; apoiar a integridade dos
componentes (OLIVEIRA et al., 2010). A distribuição remanescentes florestais, servindo como corredores ecológicos ou
desordenada do componente arbóreo pode dificultar o zonas tampão; e fornecer serviços ecossistêmicos, como sequestro de
uso de máquinas e causar danos aos animais devido ao carbono, melhor qualidade do ar, da água e do solo e conservação da
pisoteio, que pode compactar o solo. biodiversidade (MARTINS, 2013).
É importante notar também que a implementação do Os SAF são utilizados pelos agricultores para adaptação às
sistema ILPF requer monitorização e formação mudanças climáticas, considerando principalmente temperatura e
especializada e representa uma mudança significativa precipitação (SCHEMBERGUE et al., 2017; TSCHARTNTKE et al.,
na prática do agricultor tradicional. Um dos 2011). No Brasil, a adoção do SAF em municípios com menor
pressupostos do ILPF é promover a sinergia entre as pluviosidade média mostra que os agricultores o consideram uma
atividades e, portanto, é provável que poucos estratégia de adaptação às mudanças climáticas que prejudicam a
produtores tenham capacidade de fazer planos de produtividade agrícola (SCHEMBERGUE et al., 2017).
longo prazo sem a assistência técnica necessária
(ALVARENGA; GONTIJO NETO, 2012). A sombra das árvores que compõem o SAF proporciona um
microclima favorável ao desenvolvimento das culturas, por
Benefícios dos Sistemas Agroflorestais (SAF) reduzir a incidência de energia solar, temperatura do ar, vento e
evapotranspiração, por ter estrutura semelhante à de uma
O termo SAF é, por vezes, utilizado para agrupar todo
floresta (TSCHARTNTKE et al., 2011). Os SAF também contribuem
e qualquer sistema integrado de produção que
com valor social e económico, uma vez que reduzem a
otimize o uso da terra e promova a sustentabilidade
vulnerabilidade das famílias ao stress climático, surtos de pragas,
ambiental e socioeconômica. Nesta abordagem, os
queda de preços e insegurança alimentar (TSCHARTNTKE et al.,
sistemas agroflorestais abrangem desde a agricultura
2011).
tradicional de rotação, como o descanso florestal, até
arranjos comerciais, como o ILPF (SCHEMBERGUE et
A Figura 5 mostra os efeitos esperados sobre o clima local,
al., 2017).
eventos extremos, solos, fatores biológicos e sobre fatores
socioeconômicos, devido à adoção de SAFs. Estima-se que os
Neste Working Paper, o termo AFS será utilizado em
SAF proporcionem efeitos positivos sobre todos os fatores
sentido estrito, conforme Becker (2010) e Castro et al.
considerados, revelando-se uma importante estratégia de
(2009), que é “um sistema que utiliza uma grande
adaptação às mudanças climáticas.
diversidade de plantas, conseguido servir as necessidades
vitais da comunidade (alimentação, saúde, vestuário e
Em África, estudos sobre a utilização de SAF destacam o seu
construção de casas e abrigos) e que envolve cultivo
potencial para moderar altas temperaturas, bem como para
itinerante, sistemas tradicionais abertos ao mercado e
contrariar as flutuações climáticas anuais, criando assim um
cultivo consorciado de árvores perenes, arbustos e
microclima mais adequado para o desenvolvimento e
palmeiras”. Em diversas regiões, os agricultores pobres
produtividade das culturas (MBOW et al., 2014a; 2014b). Estas
estão adotando SAFs como forma de adaptação aos
características mostram o elevado potencial dos SAF para
impactos das mudanças climáticas (RIZVI et al., 2015).
contribuir para a segurança alimentar e adaptação aos efeitos das
alterações climáticas. Os SAF podem ser uma solução vantajosa
Os SAF foram resgatados de culturas antigas e se expandiram
para África, com potencial para controlar a erosão, aumentar a
para praticamente todas as regiões, atendendo às necessidades
fertilidade do solo, a biodiversidade e o uso eficiente da água, e
crescentes no uso da terra nos países em desenvolvimento,
reduzir os impactos de eventos climáticos extremos, embora o
especialmente nas regiões tropicais, com a integração de
sucesso dos SAF como estratégia de adaptação dependa de gestão
culturas agrícolas e florestas (DANIEL et al., 1999). São sistemas
integrada e eficiente (MBOW et al., 2014b).
de manejo de recursos naturais ou exóticos que mantêm o
sistema ecológico e a estrutura florestal (BECKER, 2010) com
No Brasil, os SAFs são particularmente numerosos no
culturas anuais ou perenes.
Pará, Acre, Minas Gerais, Mato Grosso, no Sul e no
Nordeste, possivelmente devido à eficácia do sistema
Em paisagens onde a vegetação nativa é muito fragmentada,
na manutenção da água e na regeneração da fertilidade
os SAFs desempenham um papel importante e sua
do solo (SCHEMBERGUE et al., 2017).
Precipitação
Umidade máxima do ar
Plano ABC
Agrofloresta
Sistemas
Polinizadores Fertilidade
Erosão
Socio-econômico
ganhos
Produtividade
Impacto das ações do Plano ABC: Efeito na capacidade de adaptação às alterações climáticas:
Benefícios da Integração Lavoura-Floresta (CFI) reduzindo o risco de aborto floral (COLTRI, 2012). No
Paraná, a introdução do carvalho-sedoso nas lavouras de
O sistema CFI envolve o consórcio de espécies
café aumentou a lucratividade em até 32% (SANTOS et al.,
arbóreas, nativas ou exóticas, com culturas
2000). Em ambos os casos, os principais benefícios
anuais ou perenes (BALBINO et al., 2011).
ambientais são a ação dos polinizadores, a conservação
da água e a termorregulação, que evita ondas de calor e
Um exemplo de destaque de IFC é a cultura do café, na qual
frio extremo.
o plantio de árvores é de grande importância. Estudos
mostram a influência do aumento da temperatura na
produtividade do café, causando efeitos como abortamento Benefícios da Integração Pecuária-Floresta (LFI)
de flores e redução da produtividade (ASSAD et al., 2004; O sistema LFI (seja sistema silvipastoril ou arborização de
ZULLO JÚNIOR et al., 2006). pastagens) é um tipo de sistema integrado em que a
produção de plantas forrageiras e a criação de animais são
Comparado ao café plantado a pleno sol, o café integradas às árvores, simultânea ou sequencialmente, na
plantado com 30% da área ocupada por macadâmia mesma unidade de área. É fundamental a utilização de
recebeu 29,4% menos radiação solar e reduziu a espécies florestais e forrageiras adequadas ao ambiente de
temperatura do ar em 0,6°C no microclima da cultura, produção (PORFÍRIO-DA-SILVA et al.,
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
2009). No Brasil, os sistemas LFI utilizam predominantemente e painéis de madeira) e para fins energéticos (carvão e
árvores exóticas, principalmente eucaliptos. Mas o tipo de árvore lenha), fornecem materiais para construção, reduzem a
e o espaçamento entre elas são fatores importantes que podem pressão sobre as florestas nativas e capturam CO2da
influenciar os benefícios esperados, como estratégia de atmosfera, mitigando assim as alterações climáticas.
adaptação e resiliência às mudanças climáticas (Tabela 2). O LFI
com eucalipto menos denso e árvores nativas dispersas Atualmente, o Brasil possui 9,86 milhões de hectares de
proporciona melhor conforto térmico comparado ao sistema com florestas plantadas, e as espécies mais importantes são o
eucalipto denso; quanto maior o espaçamento entre as fileiras de eucalipto, que ocupa 75% da área, e o pinus, 21%. Seringueiras,
árvores e menor densidade permite melhor circulação do vento, acácias, tecas, paricás e pinus estão entre as outras espécies
redução da temperatura do ar e aumento da umidade relativa na plantadas (IBGE, 2018). Do total da área plantada, 29% são
sombra, favorecendo o bem-estar dos animais (KARVATTE JÚNIOR pequenos proprietários independentes e médios produtores,
et al., 2016). que investem no plantio florestal para a comercialização dein
naturamadeira através de esquemas de produtores. Estas
Na pecuária, o ganho de peso do gado e a produtividade plantações florestais reduzem a pressão sobre as florestas
observados nos sistemas ILPF e LFI, devido à nativas e mostram um claro potencial para a adaptação das
disponibilização de sombra, têm contribuído para a culturas às alterações climáticas.
divulgação de informação sobre a relevância dos sistemas
integrados (SI) para a adaptação às alterações climáticas. É importante ressaltar que grande parte da silvicultura
Contudo, é necessário superar a especulação que ainda industrial foi criada antes do Plano ABC, instituído em 2011.
existe no campo contra a tecnologia baseada em sistemas Na verdade, em 2011 a área plantada com eucalipto era de
integrados. Alguns estudos apontam para que a pecuária pouco menos de 5 milhões de hectares (IBÁ, 2018), se
beneficie significativamente da adopção destas tecnologias, comparado para 7,4 milhões em 2017 (IBGE, 2018). No Plano
mas as potenciais taxas de retorno devem ser claramente ABC, a linha de crédito para florestas plantadas movimentou
demonstradas. É necessário ampliar e divulgar resultados menos de 6% dos recursos na safra 2015/2016 e 6,4% na safra
para mostrar que esses sistemas protegem a produção das 2017/2018 (FREITAS, 2018). É necessário incentivar a
mudanças climáticas que já estão ocorrendo e que implementação de culturas florestais e perenes, aumentar a
inevitavelmente continuarão a ocorrer, proporcionando sua escala e promover o reflorestamento com espécies nativas
sustentabilidade em decorrência do aumento da robustez. e sistemas agroflorestais, como soluções economicamente
É também importante ajustar as tecnologias aos diferentes viáveis de curto prazo para mitigação e adaptação às
perfis de produtores e de gestão. mudanças climáticas (BATISTA et al., 2017).
Tabela 2 |Benefícios do sistema de integração pecuária-floresta (LFI), como estratégia de adaptação e resiliência às mudanças
climáticas, para o clima local, para o empreendimento agrícola e para o meio ambiente, para a agricultura e pecuária.
Fonte:KARVATTE JÚNIORe outros., 2016; LAVELLEe outros., 2006; PACIULLOe outros., 2011; PORFÍRIO-DA-SILVAe outros,2009; SILVAe outros., 2015.
Figura 6 |Impactos das ações do Plano ABC pelas florestas plantadas e efeitos na capacidade de adaptação
às alterações climáticas.
Precipitação
Umidade máxima do ar
PLANO ABC
Reflorestamento com
florestas plantadas
Erosão
Doenças de plantas
Socio-econômico
ganhos
Produtividade
Impacto das ações do Plano ABC: Efeito na capacidade de adaptação às alterações climáticas:
18|
O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Benefícios da Restauração de
Os benefícios desta acção (Tabela 3), são cruciais para o
Vegetação Nativa e Áreas Degradadas
ecossistema, devido à sua eficácia como polinizadores.
Os principais benefícios da revegetação com espécies
nativas e do plantio misto de árvores são a geração de um O Código Florestal em vigor oferece três formas de a
microclima favorável, proteção de nascentes e margens de reserva legal desmatada antes de julho de 2008
rios, proteção e aumento de polinizadores, redução na cumprir os requisitos legais: recomposição,
incidência de pragas, aumento na disponibilidade de água regeneração natural e/ou compensação (BRASIL,
no solo e redução na erosão do solo (Figura 7). Abelhas 2012b). Contudo, se a desflorestação ocorreu depois
sem ferrão, uma das muitas de Julho de 2008, a compensação não é uma opção.
Figura 7 |Impactos das ações do Planaveg pela recuperação de vegetação nativa e terras degradadas e efeitos
sobre a capacidade de adaptação às alterações climáticas.
Precipitação
Umidade máxima do ar
PLANAVEG
Reflorestamento com
florestas plantadas
Erosão
Doenças de plantas
Socio-econômico
ganhos
Produtividade
Impacto das ações do Planaveg: Efeito sobre a capacidade de adaptação às alterações climáticas:
Serve como uma barreira física ao vento Aumenta a produtividade agrícola de áreas adjacentes devido à presença
de polinizadores e inimigos naturais de pragas e organismos que
Contribui para a conservação do solo, dos recursos hídricos e da biodiversidade
espalham doenças
Mantém inimigos naturais para controle de pragas e doenças,
Garante conforto térmico para animais em pastagens adjacentes
devido à sua alta diversidade de plantas, animais e microrganismos
Garante abeberamento dos animais, pois é fonte de água para bebedouros
Fornece abrigo e alimento para animais que polinizam e espalham sementes de
espécies nativas de importância econômica e/ou ecológica Aumenta o rendimento no sistema de produção
a biodiversidade
Fonte:CHIARIe outros., 2005, 2008; CUNHAe outros., 2003; GIANNINIe outros., 2015, 2017; KLEINe outros., 2007; MALERBO-SOUZAe outros., 2003; MANGABEIRA, 2010; MILFONTe outros., 2013; RODRIGUESe outros.,
2017; SCARAMUZZAe outros., 2016.
O tamanho da área degradada ocupada por culturas com espécies nativas para uso econômico e disseminar informações
anuais e permanentes no Brasil é desconhecido. Essas técnicas e econômicas para ampliar a cobertura florestal em áreas
áreas apresentam baixa produtividade, seja pelo baixo degradadas, com vistas a promover uma economia de baixo carbono
potencial agrícola, pelo manejo incorreto do solo ou pela para adaptação às mudanças climáticas.
utilização de espécies ou cultivares inadequadas ao
determinado ambiente. Normalmente, a recuperação Na silvicultura de espécies nativas podem ser adotados
dessas áreas é feita através da adoção de práticas diferentes sistemas de manejo, desde o plantio direto até
mecânicas, aplicação de insumos e corretivos e com sistemas integrados. Alguns projetos, como Amata,
introdução de espécies ou cultivares adequadas. Estima-se Fazenda da Toca, TNC Cacau Floresta e outros, já estão em
que o passivo das áreas de preservação permanente e desenvolvimento no Brasil e trabalham para o plantio em
reserva legal que necessitam de restauração ou larga escala de espécies nativas, o que pode multiplicar
compensação seja de 21 milhões de hectares (SOARES oportunidades de negócios e criar empregos em áreas
FILHO et al., 2014), concentrados na fronteira sul da rurais (BATISTA et al ., 2017).
Amazônia e na quase totalidade da Mata Atlântica e do
Cerrado. . A Embrapa e a Secretaria de Extrativismo e
Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio
As ações predominantes voltadas à recuperação da Ambiente, em cooperação com diversos especialistas de
vegetação nativa e de áreas degradadas incluem o uso de diversas instituições, desenvolveram o WebAmbiente4, um
espécies exóticas, principalmente eucalipto e pinus. Por banco de dados de 782 espécies de plantas nativas com
outro lado, há crescimento na utilização da silvicultura de soluções para recuperação ambiental em todos os biomas
espécies nativas, como pau-brasil, cedro, acácia, peroba brasileiros, que auxilia a tomada de decisões no processo
rosa, jequitibá e mogno brasileiro, entre outras, que são de regularização ambiental da paisagem rural.
estratégias promissoras para a produção de madeira nobre
e uma alternativa à madeira ilegal. desmatamento para Uma tecnologia destinada a promover a conformidade da
extração de madeira. Neste caso, o Projeto Verena3se paisagem rural com ganhos financeiros é a introdução de
destaca. Desde 2015, o projeto sistematiza conhecimentos SAFs para restauração ambiental, através de sistemas de
sobre reflorestamento produção baseados em princípios ecológicos.
20|
O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
sucessão que é análoga aos ecossistemas naturais. 2013 (para o qual havia conhecimento tanto da
Nesses sistemas, árvores exóticas ou nativas são dependência quanto do valor da produção daquele ano)
combinadas com culturas, cipós, plantas forrageiras e foi de aproximadamente US$ 45 bilhões e o valor
arbustos, segundo arranjos espaciais e temporais pré- econômico da polinização obtida para essas 44 culturas
estabelecidos, com alta diversidade de espécies e no mesmo período foi de aproximadamente US$ 12
interações entre elas (EMBRAPA, sd). bilhões, ou quase 30% do valor total (GIANNINI et al.,
2015). Das 141 espécies de plantas cultivadas no Brasil –
Nos sistemas de produção pecuária, integrados ou não, a para consumo humano, produção animal, biodiesel e
reserva legal proporciona benefícios importantes. fibras – aproximadamente 60% (85 espécies) dependem
Conserva o solo, os recursos hídricos e a biodiversidade; de certo grau de polinização (GIANNINI et al., 2015).
mantém populações de espécies que controlam pragas e
doenças, devido à sua elevada diversidade de plantas, Os remanescentes de vegetação nativa também são
animais e microrganismos; fornece abrigo e alimento importantes repositórios de espécies nativas que
para animais que polinizam e espalham sementes de controlam pragas agrícolas, pois oferecem abrigo,
espécies nativas de importância econômica e/ou alimento e locais de reprodução e nidificação desses
ecológica; e desempenha um papel importante na organismos. O manejo da estrutura da paisagem agrícola,
mitigação de GEE (BRANCALION et al., 2012). com a manutenção das áreas de vegetação natural
adjacentes às culturas é um fator importante a ser
As áreas de preservação permanente são fundamentais em considerado no desenvolvimento de programas de manejo
qualquer sistema agrícola principalmente na agropecuária. ecológico de pragas (MURTA et al., 2008), e também como
Além dos benefícios da conservação do solo, da água e da um fator economicamente viável. alternativa viável já que
biodiversidade, as áreas de preservação permanente não há necessidade de gastos com importação, criação e
fornecem água (extraída de bebedouros) para o gado. É soltura de inimigos naturais.
fundamental que os cursos d’água sejam isolados e não
possam ser acessados por animais para evitar o
atropelamento das margens dos rios e a contaminação por
dejetos animais (PEREIRA et al., 2017).
BENEFÍCIOS DA ADAPTAÇÃO – PARTE
A presença de polinizadores proporciona aumento na 2: SISTEMAS SEM ÁRVORES
produtividade das culturas. Desempenham um papel funcional
importante na maioria dos ecossistemas terrestres e representam Benefícios da Integração Lavoura-Pecuária
um serviço ecossistêmico vital para a produtividade agrícola Os sistemas de Integração Lavoura Pecuária (ILP) são
(POTTS et al., 2010). Em ambiente tropical, 94% das plantas com estruturados de acordo com os perfis e objetivos da fazenda, e
flores dependem de polinizadores (OLLERTON et al., 2011). baseados em peculiaridades da região, como condições de clima
e solo, infraestrutura, experiência do agricultor e disponibilidade
Existem polinizadores vertebrados (aves, morcegos, de tecnologia (VILELA et al. , 2011). Na safra 2015-2016, o Brasil
pequenos mamíferos e répteis) e invertebrados (várias tinha 9,5 milhões de hectares com ILP (VIEIRA FILHO, 2018). Estes
espécies de insetos como abelhas, besouros, borboletas, sistemas têm um desempenho superior tanto em termos de
mariposas, moscas, vespas, etc.); as abelhas visitam 90% rendimento como de receitas em comparação com sistemas de
das culturas agrícolas, as moscas 30% e os vertebrados cultura única ou autónomos, na agricultura e na pecuária
cerca de 6% (IMPERATRIZ-FONSECA; JOLY, 2017). Os (pastagem contínua ou rotativa). Os benefícios ambientais
polinizadores são importantes para diversas culturas, também são maiores, melhorando a biodiversidade dos
como os besouros na produção do dendê; diferentes polinizadores e a proteção do solo (VIEIRA FILHO, 2018).
tipos de abelhas (sem ferrão, melíferas, silvestres, etc.)
na produção de açaí, alfafa, algodão, café, coco,
guaraná, maçã, maracujá, mamão, pera e soja, etc.; além Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, geralmente são
de abelhas em estufas para cultivo de berinjela, melão, observados três tipos de integração: i) na pecuária, são
melancia, morango, pepino, pimentão e tomate introduzidas culturas de grãos (arroz, soja, milho e sorgo) em
(FREITAS; BONFIM, 2017). pastagens para restaurar a produtividade do pasto; ii) nas
fazendas especializadas em cultivo de grãos, são introduzidas
A manutenção de área com vegetação nativa nas gramíneas forrageiras para melhorar a cobertura do solo em
propriedades agrícolas garante a produção sistemas de plantio direto e, no pousio, utilização de forragem
(IMPERATRIZ-FONSECA; SILVA, 2010). No Brasil, o na dieta do gado (sistema de dupla safra);
valor total da produção de 44 culturas no
Figura 8 |Impactos das ações do Plano ABC pelos sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) e efeitos na capacidade
Umidade máxima do ar
Temperatura máxima
Temperatura média Dias secos consecutivos
Ondas de calor
Incêndios Secas
Precipitação
Temperatura mínima Chuva pesada
Umidade mínima do ar Desastres naturais
PLANO ABC
Lavoura-Pecuária
Integração
(CLI)
Doenças de plantas
Disponibilidade de água no solo
Conforto Animal
Fertilidade
Polinizadores para Conservação da
Qualidade da água
Biodiversidade
Erosão
Socio-econômico
ganhos
Produtividade
Impacto das ações do Plano ABC: Efeito sobre a capacidade de adaptação às alterações climáticas:
22|
O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Tabela 4 |Benefícios do sistema de integração lavoura-pecuária (CLI), como estratégia de adaptação e resiliência ao clima
mudança, para o clima local e para o empreendimento agrícola, para a agricultura e pecuária, em comparação com os sistemas
de monocultura.
emissões de gases de efeito estufa por alimentar o rebanho durante todo o ano
conteúdo de matéria orgânica do solo
unidade de proteína digerível pelo homem
Aumenta a produtividade das pastagens,
Aumenta e melhora o desenvolvimento
Aumenta a resiliência às alterações climáticas (tanto em melhorando a fertilidade do solo através do
da microbiota do solo
termos de produtividade como de retorno financeiro) uso de culturas
Aumenta a ciclagem de nutrientes
Contribui para a reabilitação da qualidade do Maior ganho de peso em bezerros criados
solo (química, física e biológica) Tem potencial para sequestrar e acumular com combinação de capim Tanzânia e milho
CO2no solo, devido à alta produção de
Fornece produtos agrícolas da colheita de Maior ganho de peso na transição da estação
material seco na superfície e no solo
verão e pastagens de outono e inverno seca para a estação chuvosa no Cerrado
Gera fluxo de caixa mais frequente para o agricultor Em solos do bioma Pampa, aumenta a
porosidade e reduz a densidade do solo
Fonte:CARVALHOe outros., 2016; DOMICIANO, 2016; Gile outros., 2018; MARCHÃOe outros., 2009; MIRANDAe outros., 2005; MORAESe outros., 2011; TRACY; ZHANG, 2008; VILELAe outros., 2011.
Benefícios do sistema plantio direto Por apresentar um maior número de interações significativas,
os sistemas radiculares mais profundos têm se mostrado mais
Os incentivos ao plantio direto (SP) fazem parte do Plano
eficazes que a palha na mitigação dos efeitos da temperatura.
ABC que tem sido fortemente adotado pelos agricultores.
Um aumento na concentração de CO2favoreceu a
Dos R$ 1,361 bilhão contratados pelo Plano ABC para a
produtividade do milho, mas o aumento não ultrapassou
safra 2017/2018, 38% foram destinados ao sistema plantio
13,51%; entretanto, isso era esperado, visto que o milho é uma
direto, por meio de pouco mais de 1.000 contratos com
planta C4, que apresenta maior eficiência fotossintética
valor médio de R$ 518.019,38 (FREITAS, 2018). A matéria
(COSTA et al., 2009).
orgânica é transformada em rico adubo natural, e a palha
decomposta das safras anteriores é convertida em adubo
Estudo realizado nos estados do Rio de Janeiro, Minas
para o solo. Suas vantagens são a redução do uso de
Gerais, Paraná e Distrito Federal concluiu que o uso
insumos químicos e o controle da erosão, já que a
de sistemas de SPD teve impacto ambiental positivo,
cobertura permanente do solo retarda o escoamento. No
principalmente na melhoria da qualidade do solo e da
sistema NT, a palha protege a superfície, favorecendo a
água e na redução do uso de agrotóxicos (LIMA e
infiltração de água através da alteração da geometria de
outros, 2014).
porosidade do solo, reduz as variações de temperatura,
devido ao aumento da taxa de reflexão da radiação solar
MAGALHÃES (2017) avaliou os efeitos das mudanças
(albedo), e reduz a evaporação da água. água do solo
climáticas em localidades (propriedades rurais e estações
(SALTON et al., 1998).
experimentais) em 10 municípios mineiros por meio da
modelagem de séries históricas de dados climáticos,
concluindo que houve aumento no rendimento médio de
Um sistema de NT consolidado e bem equilibrado é em termos
grãos devido ao aumento da a concentração de CO2na
de fertilidade do solo e a utilização de cultivares e variedades
atmosfera. O aumento da radiação solar também tendeu a
com elevado potencial de crescimento radicular pode mitigar os
favorecer o aumento da produtividade. A profundidade do
efeitos de uma redução moderada na precipitação e nos
sistema radicular e a quantidade de palha na superfície do
períodos de seca. Mesmo que o aumento da temperatura do ar
solo, que apresentou interação significativa com variações da
reduza a produtividade, o aprofundamento do sistema radicular
radiação solar (MAGALHÃES, 2017), indicam que os sistemas
e a utilização de palha na superfície do solo podem atenuar
de SPD poderiam ser empregados como estratégia de
parcialmente esse efeito (REDIN et al, 2016).
adaptação às mudanças climáticas.
Figura 9 |Impactos das ações do Plano ABC pelos sistemas de plantio direto (SPD) e efeitos na capacidade de adaptação
às alterações climáticas.
Umidade máxima do ar
Temperatura máxima
Temperatura média Dias secos consecutivos
Ondas frias
Incêndios Secas
Precipitação
Temperatura mínima Chuva pesada
PLANO ABC
Plantio direto
sistema
Fertilidade
Polinizadores Erosão
Socio-econômico
ganhos
Produtividade
Impacto das ações do Plano ABC: Efeito na capacidade de adaptação às alterações climáticas:
24|
O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Benefícios da Restauração de
(dados de 2018), aproximadamente 63,7 milhões de hectares
Pastagens Degradadas (RDP) apresentam indícios de algum estágio de degradação (LAPIG,
A tecnologia que recebe maior demanda de 2019). No Plano ABC, o objetivo é restaurar 15 milhões de
financiamento do Plano ABC é a restauração de hectares de pastagens degradadas. Essas áreas estão
pastagens. Dos 3.812 contratos da safra 2017/2018, presentes em todo o Brasil, principalmente nas regiões de
2.367 foram para RDP, com valor médio de R$ 280 mil, fronteira agrícola (DIAS-FILHO, 2015).
representando mais de 48% dos recursos disponíveis
(FREITAS, 2018). A restauração das pastagens de Existem diversas estratégias para restauração e
forma tradicional, ou seja, com a utilização de recuperação de pastagens, algumas envolvendo etapas
fertilizantes, calcário e uréia, não é suficiente para intermediárias (Figura 10). No Plano ABC, as demandas
garantir a sustentabilidade do sistema, pois serão comuns incluem a restauração (restabelecimento da
necessárias novas aplicações a cada 4 ou 5 anos produção, por meio de adubação e correção do solo, sem
(MACEDO et al., 2000; VILELA e outros, 1998). preparo mecanizado da área e sem troca de forragem) e
renovação ou reforma (MACEDO et al., 2000). A renovação
No Brasil, grande parte das áreas degradadas é ocupada por e a reforma podem ser diretas – com replantio de plantas
pastagens degradadas. A degradação das pastagens é forrageiras ou introdução de novas espécies ou
caracterizada pela perda de vigor, produtividade e capacidade cultivares, substituindo o que está degradado – ou
de recuperação natural das plantas forrageiras que sustentam indiretas, com a formação de pastagens integradas às
os níveis de produção e qualidade exigidos pelos animais. Dos culturas (CLI), floresta (LFI) ou culturas e florestas (CLFI)
169,7 milhões de hectares de pastagens (DIAS-FILHO, 2017).
Pastagem degradada
Gerenciamento de
1 2 3
Restauração de pastagens Sistema silvipastoril Pousio
26|
O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Figura 11 |Impactos das ações do Plano ABC pela recuperação de pastagens degradadas e efeitos na capacidade de
adaptação às alterações climáticas.
Umidade máxima do ar
Temperatura máxima
Temperatura média Desastres naturais
Precipitação Secas
Temperatura mínima
Umidade mínima do ar Chuva pesada
Recuperação de
degradado
pastagens
Qualidade da água
Socio-econômico
ganhos
Produtividade
Impacto das ações do Plano ABC: Efeito sobre a capacidade de adaptação às alterações climáticas:
Tabela 5 |Benefícios da restauração de pastagens como estratégia de adaptação e resiliência às mudanças climáticas, para comunidades locais
Aumenta a evapotranspiração Bom controle de espécies invasoras sob pastoreio intensivo Aumenta
Fonte:ANDRADEe outros., 2014; FÁVEROe outros., 2008; KLUTHCOUSKIe outros., 2000; MARTINEZe outros., 2014; Melloe outros., 2004.
Estão a ser propostas iniciativas importantes para o sector Atualmente existem diversos estudos que analisam investimentos
financeiro, especialmente a necessidade de considerar os em sistemas voltados à integração e restauração de pastagens,
riscos económicos das alterações climáticas em curso. O em diferentes arranjos produtivos e em diferentes localidades,
relatório apresentado em abril de 2019 pela Rede de Bancos que apontam aumento do fluxo de caixa gerado ao longo do
Centrais e Supervisores para a Ecologização do Sistema tempo nas propriedades rurais, sendo alguns deles anteriores ao
Financeiro (NGFS)6, acompanhado por 34 diretores e Plano ABC e Planaveg.
28|
O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Há também estudos sobre SAFs, atualmente apoiados equivalente a 1,93 ha dividido entre monoculturas
pelo Programa Nacional de Fortalecimento da de pastagem e eucalipto, representando um
Agricultura Familiar (Pronaf) e pelo Planaveg. ganho de quase 100% de área (VALE, 2004);
▪
concentrar em atividades agrícolas, o CLI é mais
Todos os trabalhos consultados (Tabela 7) apontam
diversificado. Por ser mais complexo, envolve todas as
vantagens econômicas, sejam eles sistemas integrados,
atividades presentes nos dois sistemas e exige do
sistemas de restauração de pastagens ou SAFs;
agricultor mais conhecimento técnico e de mercado
Tabela 7 |Indicadores econômicos em diferentes sistemas de produção agrícola: bovinocultura de corte (BC), bovinocultura de leite (DC), bovinocultura
produção agrícola (PP), integração lavoura-pecuária (ILP), integração pecuária-floresta (ILP), integração lavoura-
pecuária-floresta (ILP), recuperação de pastagens degradadas (PDR) e sistema agroflorestal (SAF).
INDICADORES ECONÔMICOS
(MG) com dados empíricos, base de DC (gado leiteiro convencional) 6.015,27 52 - 1,28
estudo: 1 hectare
BC (entrada de novilhos aos 9 meses, vendidos aos 27 meses e 20@) 920,59 13h15 7.23 1.2
Santos; Grzebieluckas (2014)⁶,
fazenda em Tangará da Serra (MT), PP (reflorestamento de eucalipto) 15.843.80 10,69 6,78 3,67
base de estudo: 1 hectare
Notas: VPL = valor presente líquido, em R$; TIR = taxa interna de retorno, em %; payback = TIR, em anos; B/C = relação custo-benefício; 1- juros de 8% aa e custo anual do terreno de R$ 120,00/a; 2-
Trabalhar com avaliação econômico-financeira de cada cultura; juros de 8% ao ano; 3- TMAR (taxa de retorno mínima aceitável) = 12,1% aa, custo médio de capital próprio e de terceiros; 4- alíquota de
6% ao ano; 5- Payback e retorno do investimento no horizonte de 21 anos, juros de 5% aa; @(arroba) = ~12kg; 6- TMA de 8% aa e prazo de 12 anos; 7- TMAR = 6,2%; cálculo da taxa de rentabilidade
relativa (PI) = 1,75 para PP e 3,31 para CLI; 8- juros de 0,15% ao mês.
30|
O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Portanto, investir em sistemas produtivos para adaptação às Benefícios Econômicos e Financeiros do Planaveg
mudanças climáticas (restauração florestal, restauração de
O capital natural e os serviços ecossistémicos são normalmente
pastagens, CLI, ILPF, LFI, SAF), utilizando arranjos produtivos
considerados na economia agrícola como externalidades e não
economicamente viáveis e com baixo risco ambiental,
são incluídos na contabilidade dos fluxos de caixa, criando
proporciona um custo evitado, devido ao aumento da resiliência
lacunas no mercado e nos sistemas de preços. Também
e redução do risco imposto pelas alterações climáticas à escala
normalmente não são inseridos nos cálculos utilizados para
da exploração agrícola e devido à manutenção dos serviços
avaliar as economias globais e o desenvolvimento humano
ecossistémicos e ambientais à escala da paisagem. Estes
(BENINI et al., 2017). Mesmo quando suas funções são
importantes serviços poderiam ser utilizados para melhorar o
identificadas e reconhecidas, os serviços ecossistêmicos
fluxo de caixa de futuras empresas agrícolas e florestais e,
raramente são mensurados na contabilidade dos
consequentemente, aumentar a atratividade do investimento na
estabelecimentos rurais porque não geram caixa.
agricultura de baixo carbono e na restauração florestal devido à
redução do risco de não pagamento do principal.
O Planaveg desempenha um papel na garantia das florestas
como fonte de serviços essenciais, principalmente microclima e
fluxo de água. O valor económico dos benefícios ambientais das
É importante ressaltar que a implementação de técnicas
práticas de restauração e gestão na adaptação às alterações
agrícolas adaptadas às mudanças climáticas deve evoluir
climáticas e o seu efeito na resiliência da agricultura podem ser
paralelamente à introdução de práticas de manejo que
quantificados de diferentes maneiras.
possibilitem a manutenção dos sistemas de produção no
longo prazo (manejo de pastagens, alternativas de
O desmatamento no Brasil continua alto. Desde 1990, o Brasil
alimentação animal, formação de mão de obra na campo,
perdeu 116 milhões de hectares de vegetação nativa, dos quais
etc.) para que, além dos ganhos ambientais, haja também
51 milhões na Amazônia, 42 milhões no Cerrado, 12 milhões na
um retorno financeiro, conforme demonstrado na análise
Caatinga e 6 milhões na Mata Atlântica (Mapbiomas, 2019).
do investimento (BEDOYA et al., 2012).
Apesar das taxas gerais de desmatamento terem diminuído na
última década, o desmatamento na Amazônia e no Cerrado
É importante considerar o planeamento territorial e coibir
está aumentando novamente desde 2017, e medidas
a expansão especulativa da terra, canalizando os
importantes como a Moratória da Soja estão perdendo
investimentos para ganhos de produtividade no campo e
apoiadores (BPBES, 2018). É importante ressaltar também que
optimizando a alocação de recursos financeiros. Estima-se
dados preliminares apontam para o desmatamento no
que, apenas no Cerrado, a área com pastagens
Cerrado, no período de agosto de 2017 a julho de 2018, de
degradadas seja suficiente para acomodar o aumento da
6.657 km2, 11% menor que o período anterior e 33% menor
produção de soja e carne necessária para atender a
que em 2010.
demanda nacional e internacional até 2040 (STRASSBURG
et al., 2017). Com a abertura legal de mais 25 milhões de
Por outro lado, o mesmo relatório indica que foram
hectares e ganho simultâneo de 56% na produtividade
desmatados 7.900 km² na Amazônia, o que representa um
pecuária, o Brasil garantiria seu ritmo de crescimento na
aumento de 13,7% em relação aos valores de 2017 (MMA,
participação na produção global de alimentos e fibras até
2018), enquanto no desmatamento no período 2018-2019
2050 (SOTERRONI et al., 2018). A convergência do
atingiu 9.762 km² um aumento de 30% (Inpe, 2019).
investimento na produtividade e na protecção ambiental
Na Mata Atlântica, a área de cerca de 29 mil hectares
é a forma mais eficaz de garantir a prestação dos serviços
desmatada entre 2015 e 2016 excede
ambientais dos quais a própria agricultura depende.
substancialmente a área restaurada no mesmo
período (BPBES, 2018). O Atlas da Mata Atlântica indica
que em 2018 restavam 16,3 milhões de hectares de
mata nativa, o equivalente a 12,4% da área original do
bioma (SOS MATA ATLÂNTICA, 2019).
vulnerabilidade aos riscos e reduzam as perdas devido às mudanças todo o mundo é apresentada na Tabela 7, destacando
climáticas em curso precisa ser incentivada. incentivos fiscais (isenções, taxas reduzidas de impostos,
créditos fiscais, etc.), incentivos de crédito, compensação
Ainda há muitos desafios a serem considerados para direta (pagamento por serviços ambientais) e desincentivos.
tornar a recuperação e restauração de áreas degradadas e Estes mecanismos podem ser utilizados isoladamente ou em
de vegetação nativa mais rentável e viável em escala. Mas combinação com programas específicos, conforme destacado
32|
O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Tabela 7 |Instrumentos económicos que apoiam o desenvolvimento de uma agricultura de baixo impacto.
inversamente, maiores impostos sobre produtos ou processos com Brasil: ICMS Florestal, ICMS Ecológico e Novilho
elevado potencial poluidor (poluidor). Outro tipo poderia ser o acesso Precoce do MS
Mecanismos Fiscais
especial a recursos financeiros adicionais provenientes de receitas Grã-Bretanha: Compromisso de Redução de Carbono
fiscais, quando os critérios ambientais estabelecidos na legislação (CRC) e Imposto sobre Mudanças Climáticas (CCL)
Títulos de dívida empréstimos de acionistas. Estes títulos de dívida podem ser Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
utilizados para viabilizar projetos com impacto ambiental positivo. Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
Instrumento de transferência monetária ou compensação financeira Produtor de Água (Bacias PCJ) - Agência Nacional
Pagamento por Serviços
para quem mantém ou reabilita serviços ecossistêmicos, de acordo das Águas/TNC
Ambientais
com o princípio do protetor-recebedor. Conservadora de Águas – Extrema/MG
Pecuária Sustentável (http://gtps.org.br/) da desflorestação e das suas emissões Acordos Comerciais Voluntários Embora não
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
(mínimo, máximo e médio), umidade do ar (máximo e mínimo), Os factores biológicos também são afectados pelas alterações
pluviosidade e ocorrência de fortes ventos de superfície. Para climáticas, e as tabelas mostram os efeitos já conhecidos nos
eventos climáticos extremos são mostrados os possíveis efeitos polinizadores, no ambiente animal (quando o sistema envolve
da ocorrência de ondas de calor e frio, de secas, dias secos animais), na ocorrência de doenças nas plantas e na conservação
consecutivos, chuvas intensas, desastres naturais e incêndios. da biodiversidade, enquanto para factores socioeconómicos são
Para os solos, são considerados os efeitos na disponibilidade de considerados os efeitos na produtividade e nos ganhos sociais e
água para as plantas, na erosão, na fertilidade e na qualidade da económicos.
água.
Máximo
Temperatura Significar
Mínimo
Clima local Máximo
Umidade do ar
Mínimo
Chuva Sudeste e ao Norte - ; para o sul -
Ventos fortes de superfície
Ondas de calor
Ondas frias
Secas
Eventos extremos Dias secos consecutivos
Chuva pesada
Incêndios
Qualidade da água
Polinizadores
Doenças de plantas ou
Fatores biológicos
Conforto animal
Conservação da Biodiversidade
Produtividade Em geral,
Fatores socioeconômicos
Ganhos socioeconômicos Em geral,
EFEITOS ESPERADOS
Máximo
Temperatura Significar
Mínimo
Máximo
Clima local Umidade do ar
Mínimo
Precipitação
Incêndios
Ondas de calor
Ondas frias
Secas
Eventos extremos
Dias secos consecutivos
Chuva pesada
Desastres naturais
Erosão
Solos
Fertilidade
Qualidade da água
Polinizadores
Doenças de plantas
Fatores biológicos
Conforto animal N/D N/D N/D
Conservação da Biodiversidade
Ganhos socioeconômicos
Socio-econômico
fatores
Produtividade
Siglas: ILPF = integração lavoura-pecuária-floresta, SAF = sistema agroflorestal, IFC = integração lavoura-floresta, LFI = integração pecuária-floresta, PF = floresta plantada, CLI = integração
lavoura-pecuária, NT = sistema plantio direto, PDR = recuperação de pastagens degradadas, Restaurar = restauração de vegetação nativa e áreas degradadas,
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
EFEITOS ESPERADOS
Máximo
Temperatura Significar
Mínimo
Máximo
Clima local Umidade do ar
Mínimo
Precipitação
Incêndios
Ondas de calor
Ondas frias
Secas
Eventos extremos
Dias secos consecutivos
Chuva pesada
Desastres naturais
Erosão
Solos
Fertilidade
Qualidade da água
Polinizadores
Doenças de plantas
Fatores biológicos
Conforto animal N/D N/D N/D
Conservação da Biodiversidade
Produtividade
Socio-econômico
fatores
Ganhos socioeconômicos
Siglas: ILPF = integração lavoura-pecuária-floresta, SAF = sistema agroflorestal, IFC = integração lavoura-floresta, LFI = integração pecuária-floresta, PF = floresta plantada, CLI = integração
lavoura-pecuária, NT = sistema plantio direto, PDR = recuperação de pastagens degradadas, Restaurar = restauração de vegetação nativa e áreas degradadas,
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
▪
investimentos e financiamentos.
Incentivar as seguradoras e resseguradoras a
Nesse sentido, um sistema eficaz de monitoramento do considerarem o risco de perdas evitadas devido à adoção
financiamento de futuros projetos de baixo carbono, de práticas de adaptação às alterações climáticas;
florestais e agroflorestais em larga escala deve ser avaliado
por investidores e agentes financeiros, evitando assim erros
cometidos em outras linhas de crédito.
▪ Concentrar esforços para quantificar, por meio de
indicadores, o potencial de adaptação às mudanças
climáticas das diferentes ações do Plano ABC e do Planaveg;
▪
tonelada de carbono mitigado e ignora o fato de que a
participação no Programa ABC, em seus oito anos de Aumentar o investimento em práticas de baixo
existência, ainda é muito baixa em relação ao programa de carbono e restauração de ecossistemas através da
empréstimo tradicional (Plano SAFRA). realocação de recursos do Plano SAFRA;
▪
enquadramentos legais relevantes para esta transição.
O presente estudo, bem como todo o âmbito e evidência Aumentar o investimento em pesquisa, tecnologia e
científica aqui recolhida, constitui um importante inovação, formação e capacitação, e aprimoramento
instrumento para a mudança de paradigmas nos setores de e divulgação das estratégias de adaptação baseadas
produção agrícola e florestal, bem como para investidores e no Plano ABC e no Planaveg.
decisores. A continuidade dessa estruturação, aliada a ações
efetivas em diversas frentes (econômica, acadêmica, de
extensão, jurídica, etc.), é primordial e urgente.
AbE - Adaptação baseada em ecossistemas O rendimento da carcaça depende do percentual de gordura, sexo e raça e,
na prática, utiliza-se um rendimento médio de 50%.
GEE – Gases de Efeito Estufa
Spread bancário:diferença entre o que os bancos pagam
IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas pelos fundos e o que cobram para emprestar esses fundos a
um indivíduo ou empresa. No valor do spread bancário estão
IS – Sistemas Integrados (CLI, CFI, CLFI e LFI) incluídos o valor de impostos como IOF e CPMF.
LFI – Integração Pecuária-Floresta Beneficiar:um termo adotado neste Documento de Trabalho para os
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
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O PAPEL DO PLANO ABC E DO PLANAVEG NA ADAPTAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
NOTAS
1. Em Hansen et al. (2013), a cobertura arbórea é definida como toda a
vegetação medindo 5 m ou mais de altura.
O WRI Brasil e os autores deste estudo sentem-se honrados pela confiança Luiz Cláudio Costaé matemático, doutor em meteorologia agrícola,
demonstrada pela Corporação Alemã para Cooperação Internacional (GIZ) e vice-presidente acadêmico do IESB e consultor em meteorologia
agradecem pelo apoio técnico, institucional e financeiro, sem os quais este agrícola. Contato: luizclaudiocosta@gmail.com
estudo e suas aspirações não seriam possíveis.
Susana C. Martinsé engenheiro agrônomo, doutor em
Os autores gostariam de agradecer aos revisores deste documento que ciências e consultor em meio ambiente. Contato:
compartilharam seus conhecimentos para tornar o estudo mais robusto: susiancmartins@gmail.com
Anselm Duchrow (Diretor da GIZ Brasil), Michael Scholze (Diretor de Florestas
Tropicais da GIZ), Ana Carolina Câmara (Coordenadora de Projetos da GIZ ), Miguel Calmoné agrônomo, doutor em ciências do
Rachel Biderman (Diretora Executiva do WRI Brasil), Viviane Romeiro (Gerente solo e diretor do Programa Florestal do WRI Brasil.
de Clima do WRI Brasil), John-Rob Pool (Gerente de implementação do WRI Contato: miguel.calmon@wri.org
EUA), Alan Batista (Especialista Financeiro do WRI Brasil), Mariana Oliveira
Rafael Feltran-Barbieripossui pós-doutorado em econometria e
(Analista Sênior da WRI Brasil) e Juliana Speranza (Consultora).
economista sênior do WRI-Brasil. Contato: rafael.barbieri@wri.org
ISBN: 978-85-69487-19-7
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