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Agricultura
Boas Práticas Ambientais Agricultura | Página 2
Índice
Objectivos do Manual
Índice de siglas
1. Introdução .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 7
5.1.5.1. Adubos .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 32
5.2.1. Reflorestação .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 51
7.1. Compostagem .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 56
7.1.4.1. Local . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 58
7.1.4.4. Temperatura . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 60
7.1.4.6. pH . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 60
7.2. Biogás.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 62
7.2.3.2. O biofertilizante . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 65
8. A Agricultura Biológica .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 67
9. Enquadramento Legal .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 80
Glossário .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 86
Bibliografia .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 92
Objectivos do Manual
A razão da elaboração deste manual visa o apoio a acções de formação so-
bre Boas Práticas Ambientais na Agricultura dirigidas a activos não qualificados,
semi-qualificados ou especializados, quadros técnicos e gestores que desempe-
nham actividades no sector da agricultura, e outros indivíduos com formação em
ambiente ou outras áreas afins. Os objectivos deste Manual são os seguintes:
Índice de Siglas
FAO - Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para
a Comida e Agricultura)
PF - Produtos Fitofarmacêuticos
Introdução 01.
A agricultura sempre teve, ao longo dos séculos, um papel vital na nossa histó- Agricultura
ria. É sabido que a utilização do solo para a prática agrícola é a actividade mais Área ocupada por terras
antiga do ser humano com vista à produção de alimento. aráveis, culturas hortícolas
e arvenses, pomares de
Em Portugal, a actividade agrícola e florestal desenvolve-se em cerca de 80 % fruto, prados ou pastagens
do território e, aproximadamente, um terço da população reside no meio rural. permanentes.
A grande influência da actividade humana ao longo da história determinou uma
diversidade na paisagem do mundo rural com a marcada integração da agri-
cultura, da silvicultura e da pecuária, cuja importância é determinante para um Ambiente
desenvolvimento sustentável do País. Perante isto, torna-se indispensável para Conjunto de sistemas físi-
a manutenção da qualidade do ambiente garantir que os agricultores estejam cos, químicos, biológicos e
sensibilizados e informados, de forma a implementarem práticas agrícolas cor- suas relações e dos facto-
rectas e amigas do ambiente. res económicos, sociais e
culturais com efeito direc-
to ou indirecto, mediato
ou imediato, sobre os seres
vivos e a qualidade de vida
do Homem (n.º2 do artigo
5º do D.L. n.º 11/87, Lei de
Bases de Ambiente)
Boas Práticas Ambientais Agricultura | Página 8
As Regiões Portuguesas e o
02. Espaço Rural
A região Minho situa-se no Noroeste do país e é uma das regiões mais antigas
Vila-Real de Portugal. Em termos de relevo podemos dividi-la em planície litoral (junto ao
Fonte: Projecto Vercial oceano) e em colinas e serras no interior.
Em relação aos rios que banham esta região são de destacar o rio Minho e o
Caminha. Cultiva-se o trigo, o milho, os legumes e a vinha. O Pinheiro Marítimo
protege as culturas das areias das dunas e, recentemente, o eucalipto tem vindo
a substituir o carvalho.
A região Douro Litoral tem como principal curso de água o rio Douro. É uma
região plena de história e riqueza arquitectónica, tendo como principal cartão de
visita o vinho do Porto. Esta região de clima chuvoso tem uma densidade popu-
lacional elevadíssima, e a grande maioria da população trabalha essencialmente
na indústria e serviços.
A região da Beira Interior está dividida em Beira Alta e Beira Baixa. A Beira Baixa
possui produtos gastronómicos de grande qualidade como os queijos da Serra,
de Alcains e de Castelo Branco, e a produção de fruta da Cova da Beira, donde
se destacam as maçãs, as cerejas e as castanhas.
A Beira Alta, com o rio Douro a norte, o rio Mondego a sul, a serra do Caramulo
a poente e a imponência da serra da Estrela a nascente, possui características
rurais, e aqui a pastorícia tem ainda uma grande importância.
A região da Estremadura é dominada pelo rio Tejo, que vê a cidade de Lisboa Castelo Branco
crescer na sua margem. O rio encontra a planície e fertiliza os campos, trans- Fonte: Projecto Vercial
formando-os em pastos verdejantes para os touros. No entanto, o desenvolvi-
mento de certas indústrias tem vindo cada vez mais a prejudicar a qualidade das
águas.
• Litoral - Reduzida tira junto à costa de solos muito férteis. É o pólo de de-
senvolvimento económico da região, onde se localizam os principais centros
urbanos.
As lhas dos Açores terão sido povoadas na primeira metade do século XV. A
região autónoma dos Açores é uma região muito acidentada e aí fica o ponto
mais elevado do território português – Pico - que tem 2351 metros de altitude.
O relevo é caracterizado pela existência de cones vulcânicos ainda bem con-
servados. As principais culturas da região dos Açores são a batata, o milho, a
beterraba sacarina e o vinho. Produções afamadas são os vinhos da Graciosa
e da Terceira, o queijo de S. Jorge e de S. João do Pico e o chá Gorreana. Esta
região é constituída por nove ilhas: Flores, Corvo, Faial, Graciosa, Pico, S. Jorge,
Terceira, Santa Maria e S. Miguel.
Área social - Área ocupada por zonas urbanas e pequenos agregados populacio-
nais, portos, aeroportos, equipamentos sociais e grandes vias de comunicação.
No nosso país existe uma grande variedade de espécies arbóreas, desde o pinhei-
ro-bravo (30 %), ao sobreiro (22 %) e ao eucalipto (21 %), sendo estas as que
possuem as maiores percentagens de ocupação de área florestal (ver tabela 3).
Outras folhosas Tal como vimos anteriormente, o pinheiro é uma das árvores mais comuns em
Agrupamento de várias Portugal. Trata-se de uma árvore alta, atingindo uma altura até 35 a 40 metros.
espécies pertencentes ao A copa é de forma aproximadamente cónica e encontra-se sempre coberta de
grupo das folhosas: acá- folhas. O pinheiro apresenta um crescimento rápido e o facto de possuir volu-
cias, alfarrobeiras, bétulas, mosos canais resiníferos faz com que produza elevadas quantidades de substân-
choupos, faias, freixos, cias resinosas.
medronheiros, salgueiros,
ulmeiros e outras folhosas. Este é o produto mais importante do pinheiro, que pode consistir na goma ou
resina primitiva, a resina amarela, o alcatrão e os diversos derivados. Estes pro-
dutos são muito requisitados na indústria e também na medicina. Além disso,
Outras resinosas o pinheiro fornece-nos excelente madeira de construção, como mastros para os
Agrupamento de várias navios, vigas e tabuados para a arquitectura naval e civil, lenha e ramadas para
espécies pertencentes ao os fornos, e adubos para os terrenos.
grupo das resinosas: pi-
nheiro -silvestre, pinheiro- A produção de pinheiro pode estar ameaçada devido a vários factores económi-
de-alepo, pseudotsuga, cos, tais como, o deslocamento da indústria para regiões do globo com menores
ciprestes, cedros, outros custos de produção, o aparecimento de países concorrentes - produtores de ma-
pinheiros e outras resino- deira de resinosas para fins similares e a forte concorrência de países terceiros,
sas criadores de produtos resinosos.
O sobreiro é uma árvore de porte médio, com uma copa ampla e com uma al-
tura média de 15 a 20 m. Pode atingir, em casos extremos, os 25 m de altura. O
tronco tem uma casca espessa e suberosa, vulgarmente designada por cortiça.
Devido ao seu grande teor de celulose, o eucalipto é explorado para obtenção Sabia que
de lucros na indústria do papel e, como tal, é plantado num sistema de mono- As indústrias de celulose,
cultura e colhido após 8 -10 anos. dos têxteis e de produtos
químicos são as três indús-
O Eucalipto tem um impacto ecológico devastador, uma vez que provoca uma trias mais poluentes em
diminuição da qualidade do solo e da quantidade de água disponível, prejudi- Portugal?
cando gravemente os habitats ecológicos. Além disso, exerce uma forte compe-
tição ecológica com as espécies autóctones.
Curiosidades:
Medidas Agro-Ambientais
• Aumentar a produtividade;
• Estabilizar os mercados;
A PAC foi criada nos anos 60, quando a Europa era deficitária de grande número
dos produtos alimentares. Para combater este facto, esta política debruçou-se
sobre os rendimentos internos, mediante operações de intervenção e sistemas
de protecção transfronteiriça, e apoiando os preços, o que possibilitou que a
União Europeia se convertesse no primeiro importador e o segundo exportador
mais importante de produtos agrícolas a nível mundial. Mas começaram a de-
tectar-se deficiências: excedentes da maioria dos produtos agrários e problemas
ambientais, provocados pelo uso abusivo de produtos químicos, o que desper-
tou tensões nas relações com países terceiros. Perante esta situação, havia já
o consenso geral da necessidade de uma reforma e, assim, ao longo da sua
história foi sofrendo várias alterações.
• No sector dos cereais, redução para metade dos incrementos mensais, sendo
mantido o actual preço de intervenção;
• Reformas nos sectores do arroz, do trigo duro, das frutas de casca rija, da
batata para fécula e das forragens secas.
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• Medidas agro-ambientais;
• Indemnizações compensatórias;
• Reforma antecipada.
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• Água;
• Ar.
• Solos argilosos: predomina a argila (60 %), tornando o solo muito pesado
e difícil de trabalhar. Podem ser muito férteis, uma vez que conservam bem
a água;
• Solos francos: os constituintes areia (45 %), limo (25 %) e argila (30 %)
estão equilibrados. São solos férteis, arejados e fáceis de trabalhar.
A maioria dos solos em Portugal Continental, com excepção das áreas de maior
pluviosidade, como, por exemplo, a Região de Entre Douro e Minho, apresenta
baixos níveis de matéria orgânica. Nas restantes regiões, as condições climaté-
ricas (pouca humidade e temperaturas elevadas) favorecem a perda de matéria
orgânica através da sua decomposição.
• Quanto é que cada cultura necessita de cada nutriente para atingir determi-
nada produção ou nível de qualidade;
5.1.5.1. Adubos
Dos adubos existentes os mais vulgarmente utilizados são, sem dúvida, os adu-
bos azotados. A seguir apresentam-se, em termos muitos gerais, algumas orien-
tações para que a fertilização que utilize adubos azotados seja realizada em
condições adequadas.
A utilização deste tipo de resíduo permite poupar recursos não renováveis usa-
dos na produção de fertilizantes e, além disso, contribui para a nutrição das
plantas e para aumentar a matéria orgânica do solo, melhorando a estabilidade
da estrutura do solo.
5.1.5.3. Novos correctivos orgânicos provenientes de RSU e lamas Resíduos Sólidos Ur-
Os compostos de RSU apresentam um carácter fertilizante associado à presença banos
de teores apreciáveis de azoto e fósforo e têm como limitação à sua utilização Resíduos sólidos domésti-
uma percentagem elevada de materiais não biodegradáveis, que resultam da cos, públicos, comerciais,
ausência da prática de uma política integrada da gestão de resíduos, pela au- nomeadamente os resídu-
sência de infra-estruturas que permitam à população poder concretizar a prévia os provenientes de estabe-
separação do lixo doméstico. lecimentos comerciais e do
sector de serviços, e outros
Em relação às lamas, devido à sua riqueza em azoto, fósforo e cálcio, elas po- resíduos que, pela sua
dem constituir uma fonte importante de nutrientes para as culturas. Depois de natureza ou composição,
devidamente compostadas, as lamas originam um produto higienizado e com sejam semelhantes aos re-
elevado teor em matéria orgânica estabilizada. Como factores limitativos da síduos domésticos.
aplicação de lamas na natureza refere-se a presença de metais pesados, micro-
organismos patogénicos e micropoluentes.
• Só podem ser aplicadas no solo lamas tratadas, ou seja, aquelas que tenham
sido sujeitas a prévio tratamento biológico, térmico ou químico, de forma a
eliminar organismos patogénicos e a reduzir o seu poder de fermentação,
que origina a libertação de odores;
• É obrigatória a análise às lamas e aos solos onde as mesmas vão ser aplicadas;
• A utilização das lamas como fertilizantes está condicionada pelo seu teor em
metais pesados, bastando que um deles exceda o limite máximo para que
seja proibida a sua utilização;
• O local a escolher para aplicar as lamas deve estar afastado 100 metros de
casas que estejam isoladas, 200 metros de povoações, 50 metros de poços
ou furos para rega e 100 metros de captações de água para consumo;
+ 100 m
+ 200 m
Captação para con- Poços de
sumo humano rega
+ 100 m + 50 m
• As instalações pecuárias devem permitir uma limpeza fácil e com baixo con-
sumo de água de lavagem, a fim de diminuir o grau de diluição dos dejectos
e a capacidade das fossas onde são armazenados;
Esquema 2 - Distâncias minímas que se deve respeitar num local onde temos
uma pilha de estrume
Campo Cultivado
Poço
+ 50 m
2m
Pilha de Estrume
+ 10 m
Rio
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o ar, e ser transportado pelo vento para longas distâncias, vindo posteriormente a de- PF
positar-se em culturas vizinhas, no próprio solo ou em rios e lagos, contaminando-os. Produto fitofarmacêutico
A acção dos produtos fitofarmacêuticos não poderá ser encarada como estanque e
isolada, mas antes com implicações ao nível das várias comunidades e ecossistemas.
• Respeite o período de não circulação das águas quando fizer aplicações di-
rectamente em valas ou canteiros de arroz;
• Deixe uma faixa de protecção aos rios e ribeiras e às ribeiras onde não apli-
que produtos fitofarmacêuticos;
• Garanta condições de armazenamento das embalagens que evitem a es- Sabia que
corrência de derrames, para que, em caso de acidente, o solo e a água não Os pneus usados podem
sejam contaminados. Escolha um local seco e impermeabilizado, situado a ser reciclados e transfor-
mais de 10 metros de distância de poços, furos, nascentes, rios e ribeiras, mados em novos produ-
valas ou condutas de drenagem; tos, como por exemplo,
pavimentos para estradas,
• Os eventuais excedentes de calda, depois de diluídos, e os excedentes da pisos industriais, solas de
lavagem de equipamentos devem ser aplicados até ao seu esgotamento em sapatos, sinalização rodo-
terreno com cobertura vegetal, beneficiando, assim, da retenção por parte viária e muitos mais.
das plantas;
• Escolha o produto menos tóxico para o Homem e que apresente menor risco
para os animais domésticos e o ambiente;
Quais os vários tipos de 2) Óleos usados: os óleos de lubrificação, resultantes de operações de substi-
resíduos agrícolas que um tuição por lubrificantes novos, contêm substâncias perigosas e não devem ser
agricultor produz na sua derramados no solo, em linhas de água ou em fossas de efluentes, nem utiliza-
actividade? E quais os des- dos como combustível em queimas.
tinos mais adequados?
3) Embalagens de produtos fitofarmacêuticos: são embalagens de produtos
que após utilização apresentam ainda constituintes perigosos para o Homem ou
animais, por isso, não devem ser abandonadas, queimadas ou enterradas, nem
mesmo seguir o destino das restantes embalagens.
• Enterrar no solo;
• Abandonar no solo;
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Práticas Correctas
• Faça uma limpeza grosseira dos resíduos (terra, restos de produtos), agrupe-
os, evitando a mistura de resíduos de vários tipos e arrume-os de forma a
ocuparem o menor espaço possível;
1) Pneus usados
2) Óleos usados
Pequenas quantidades
Quantidades superiores
A curto prazo, nos postos de venda, será fornecida informação sobre os locais
onde deverão ser entregues os referidos sacos.
Em relação aos plásticos não recicláveis, estes podem ser depositados no con-
tentor de recolha de resíduos domésticos e urbanos mais próximo, se forem em
pequena quantidade, ou, em caso de grandes quantidades, nos aterros para
Resíduos não perigosos (nas zonas de Setúbal, Leiria, Castelo Branco e Santa-
rém) ou no local de entrega do Sistema de Resíduos Urbanos disponível para
recepção de plásticos.
Outras Informações:
Transporte de Resíduos
O transporte deste tipo de resíduos pode ser efectuado pelo agricultor desde
que este se faça acompanhar da Guia de Acompanhamento de Resíduos (Mo-
delo INCM 1428), onde consta: o tipo de resíduo, a quantidade, a identificação
do transportador e do destinatário.
O agricultor deve utilizar apenas o que se encontrar mais próximo da sua ha-
bitação ou exploração para depositar pequenas quantidades, em situações es-
porádicas, de resíduos da exploração, equiparados aos resíduos domésticos e
urbanos e não contaminados com substâncias perigosas.
Ecopontos
Um bom uso da água de rega permite poupar um recurso escasso, sendo ne-
cessária uma menor quantidade para obter a mesma produção. O objectivo
principal é saber quando e quanto regar, de forma a adaptar, o mais possível, a
época e a quantidade de água de rega às necessidades das culturas, evitando
perdas desnecessárias.
A água deve ser fornecida à cultura com uma boa eficiência, reduzindo ao míni-
mo as perdas que se verificam ao longo do sistema de distribuição e na aplicação
na parcela. Por outro lado, a aplicação da água deve ser uniforme em toda a
parcela de rega. Sendo a água um factor escasso e sendo a agricultura o seu
maior utilizador, torna-se urgente gerir a rega de uma forma adequada e que
permita:
• Fazer o revestimento dos canais de rega para transporte de água ou usar Como pode contribuir para
tubagem estanque para evitar perdas; uma utilização racional da
água na sua exploração
• Utilizar os métodos de rega localizada, quando forem adequados; agrícola?
5.2.1. Reflorestação
Quando se pretende plantar árvores, existem factores essenciais a ter em aten-
ção, tais como:
• Capacidade de desenvolvimento;
• Custos de instalação;
• Nas faixas de protecção às linhas de água, que deverão ter uma largura mí-
nima de 10 metros a partir do limite das margens do leito, efectuar, quando
necessário, unicamente mobilizações de solo localizadas.
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http://europa.eu.int/comm/environment/nature/home.htm
www.dgpc.min-agricultura.pt
Este tipo de produtos não pode ser aplicado junto das linhas de água e o seu
manuseamento e armazenamento devem ser efectuados num local seco e im-
permeabilizado, a uma distância mínima de 10 metros de linhas ou captações
de água.
Para se realizar um controlo efectivo de variáveis ambientais, é necessário efec- Sabia que
tuar uma monitorização dos níveis de contaminação do solo, do ar, da água e apenas três litros de um
o controle do ruído. O âmbito deste manual reporta-nos para o controlo dessas produto solvente (para tin-
variáveis associadas à agricultura e, nesse caso, só vamos referir os métodos tas, por exemplo), podem
de controlo respeitantes à água, uma vez que é o único caso que a legislação contaminar 60 milhões de
contempla. litros de água subterrânea.
Água
• Nos fertilizantes químicos deverá ser utilizado o método de análise dos com-
postos azotados descrito na Directiva n.º 77/535/CEE, da Comissão de 22 de
Junho de 1977, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros
referentes aos métodos de amostragem e análise de fertilizantes, com a últi-
ma redacção que lhe foi dada pela Directiva n.º 89/519/CEE;
7.1. Compostagem
A compostagem é um processo biológico aeróbio (na presença de oxigénio) que
ocorre na Natureza, sem a intervenção do homem, em que a matéria orgânica
(excrementos de animais, restos de plantas) se decompõe dando origem a um
material semelhante ao húmus – o composto.
Lamas ETAR
Resíduos da Actividade
Agricola e Pecuária
O composto produzido neste processo pode ser utilizado como corrector dos
solos e na recuperação de solos áridos, uma vez que é um nutriente para as
plantas. Por exemplo, no lixo doméstico existe cerca de 40% de matéria orgâni-
ca que através da compostagem pode ser transformada em adubo natural.
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Vantagens Desvantagens
Redução do volume de resíduos enviado para Necessidade de deposição dos refugos inorgâ-
aterro; nicos em aterro
Aproveitamento da matéria orgânica (por exem- Só interessante para resíduos com elevada carga
plo do lixo doméstico) orgânica
7.1.4.1. Local
O local para montagem das pilhas de matéria-prima deve ser limpo e ligeira-
mente inclinado para facilitar o escoamento de águas de chuvas. Deve ter área
suficiente para a construção das pilhas e espaço para revolvimento das mesmas
e circulação de tractores com carretas e/ou camiões.
Tabela 11 – Quadro resumo dos resíduos que se pode ou não colocar no com-
postor
7.1.4.4. Temperatura
A temperatura tem um efeito sobre a taxa de consumo de oxigénio pelos micro-
organismos, tendo sido constatado que o valor óptimo ronda os 50 a 55ºC, mas
existem outros estudos realizados que sugerem valores entre 45 e 70ºC como
óptimos. Não há consenso e provavelmente não poderá haver um valor óptimo
de temperatura devido aos restantes factores que influenciam igualmente a de-
gradação.
Altas temperaturas têm sido consideradas necessárias para uma boa composta-
gem. No entanto, existem limites a controlar, porque uma temperatura excessiva
(80ºC) por longos períodos é prejudicial ao processo devido à inibição do cres-
cimento e mesmo à morte de microorganismos não tolerantes, reduzindo deste
modo a taxa de decomposição.
7.1.4.6. pH
Quando a matéria orgânica tem valores de pH que variam de 3 a 11, pode ser
compostada, apesar de valores próximos da neutralidade (5.5 a 8) serem con-
siderados os melhores porque é nesta faixa que os microorganismos melhor se
adaptam. Em termos práticos, o pH de uma pilha ou leira não pode ser alterado
por factores externos operacionais, pelo menos com facilidade. No entanto, ex-
periências realizadas têm constatado que o pH é auto regulado no processo de
compostagem, não merecendo, por isso, uma preocupação especial em contro-
lá-lo durante o processo de compostagem.
• Buraco na terra;
• Pilha;
• Cerca;
• Compostor de madeira;
• Compostor de balde;
• Compostor rotativo;
• Compostor comercial;
• Caixa de minhocas.
• Pôr uma camada de verdes, por exemplo: relva ou restos de cozinha, mais ou
menos do mesmo tamanho da dos castanhos;
• Por fim, a ultima camada é de castanhos. Funciona como barreira aos cheiros
e à invasão de animais indesejáveis.
A base do compostor deve ser colocada com o bordo lateral sobre uma superfí-
cie firme, de preferência pedra (ou outro material duro). Isto permite manter o
perímetro da base à superfície e garantir a circulação do ar. No entanto, a secção
central deve estar sobre terra para permitir a entrada de microorganismos para
o compostor e a saída das águas que se vão formando.
Boas Práticas Ambientais Agricultura | Página 62
Monitorização
Ao longo das semanas os materiais vão sendo decompostos e a pilha vai dimi-
nuindo de tamanho.
Utilização do Composto
7.2. Biogás
O biogás é uma mistura gasosa combustível, produzida através da digestão ana-
eróbia, ou seja, pela biodegradação de matéria orgânica por acção de bactérias
na ausência de oxigénio. É um processo natural que ocorre em pântanos, lagos
e rios, sendo uma parte importante do ciclo bio-geoquímico do carbono. Mas
quando é produzido na natureza, o biogás não pode ser utilizado como fonte
de energia. Por acção do Homem, a formação de biogás ocorre em aterros
sanitários, estações de tratamento anaeróbio de efluentes ou digestores de resí-
duos rurais. Nestes locais, a matéria orgânica presente nos resíduos é degradada
numa atmosfera isenta de oxigénio, onde vivem as bactérias anaeróbias que,
aliando outras condições favoráveis como temperatura, humidade e pH, produ-
zem naturalmente o biogás.
Em termos de energia:
Em termos de meio-ambiente:
Em termos económicos:
Apesar do custo inicial, numa perspectiva a longo prazo resulta num bom in-
vestimento uma vez que reduz gastos com electricidade, transporte de botijas
de gás, etc.
O digestor pode estar continuamente a produzir biogás e, para isso, tem de ser
reabastecido com uma certa frequência (todos os dias ou em dias alternados),
ou pode produzir ocasionalmente, sendo necessário abastecê-lo uma vez só.
7.2.3.2. O biofertilizante
Simultaneamente à obtenção do biogás, a digestão anaeróbia de matéria orgâ-
nica produz, como resíduo, uma substância com aspecto de lodo, que, quando
diluída, pode ser utilizada como fertilizante agrícola. Esse fertilizante, chamado
de biofertilizante, apresenta grande quantidade de azoto e de fósforo (princi-
pais componentes dos adubos industrializados), além da grande facilidade de
imobilização pelos microorganismos no solo devido ao avançado grau de de-
composição.
Curiosidades
• 0,613 L de gasolina;
• 0,553 L de diesel;
• 1,536 L de lenha;
• 12 Kg de estrume de porco;
• 20 Kg de lixo.
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A Agricultura Biológica
08.
Actualmente estas razões têm cada vez maior importância e a estas se acrescen-
tam outras, como os excedentes agrícolas na Europa, a falta de rentabilidade da
agricultura convencional e a procura do consumidor, motivada principalmente
pela falta de qualidade e segurança alimentar da produção convencional.
Em Portugal, Luís Alberto Vilar, agricultor, foi dos primeiros a divulgar a agricul-
tura biológica através dos seus artigos publicados no jornal “O Século” (a partir
de 31/7/1976) e na colecção “Agro-Sanus”. Na mesma altura, a Cooperativa
Unimave promove a produção e consumo de alimentos de agricultura biológica.
Nove anos mais tarde, é fundada a AGROBIO, uma associação de produtores,
consumidores e ambientalistas, caso inédito em Portugal.
Quando estes meios se revelarem insuficientes para assegurar uma nutrição Faça agricultura biológica!
adequada dos vegetais ou a correcção dos solos, são necessárias medidas com-
plementares. Contudo, só podem ser utilizados os fertilizantes orgânicos ou mi-
nerais enumerados na Parte A do Anexo II do Regulamento (CE) n.º2092/91,
que inclui, essencialmente, minerais naturais pouco solúveis e não obtidos por
síntese química.
Por último, podem ainda ser utilizados para melhorar o estado geral do solo ou
a disponibilidade de nutrientes no solo ou nas culturas preparados de micro-
organismos, não geneticamente modificados, desde que a necessidade de tal
utilização tenha sido reconhecida pelo Estado-Membro em causa.
Para que este processo seja um sucesso, existem vários factores que irão influen-
ciar o seu desenrolar, tais como:
Enquanto o equilíbrio entre solo, planta e meio ambiente não for atingido neste
período de conversão, são de esperar reduções nos rendimentos das parcelas.
Logo que este equilíbrio seja conseguido, as produções acabam por se equilibrar,
nunca chegando, contudo, aos níveis que a agricultura convencional atinge.
Para que o processo de conversão para agricultura biológica tenha êxito, é ne-
cessário obedecer a um “Plano de conversão”, realizado de acordo com uma
avaliação prévia da exploração agrícola (solo, historial de parcelas, antecedentes
químicos, culturas envolventes, possíveis fontes de contaminação química, al-
faias, estado sanitário da cultura, nível de produção, etc.).
Boas Práticas Ambientais Agricultura | Página 74
Neste plano devem constar as medidas técnicas que vão ser implementa-
das no terreno, de modo a:
Quinta da Comenda
Ervital
A Ervital localiza-se numa pequena aldeia – Mezio, num dos pontos mais altos
da Serra do Montemuro, a norte do centro de Portugal. A Ervital possui terre-
nos próprios que estão certificados desde há 10 anos, onde produz, segundo o
modo de produção biológico, a totalidade daquilo que comercializa em emba-
lagem com a sua marca.
A Herdade do Monte Ruas, com uma área de 530 hectares, localiza-se no con-
celho de Aljustrel em pleno coração da Planície Dourada, no Baixo Alentejo. A
sua produção agrícola encontra-se certificada pelo Modo de Produção Biológico
desde 2000, tendo como principais produtos galinhas, patos, vacas e porcas da
exploração que originam vitelos e leitões.
Quinta do Montalto
Quinta da Ferreirinha
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Boas Práticas Ambientais Agricultura | Página 78
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Enquadramento Legal
09.
Este Regulamento, que tem vindo a sofrer algumas alterações através de outros
[Reg. (CE) n.º1488/97 de 29 de Julho e Reg. (CE) n.º473/2002 de 16 de Março],
indica quais as substâncias activas autorizados neste modo de produção, bem
como as condições da sua utilização.
Embalagens
Floresta
Portaria n.º475/2001, D.R. n.º 108, I-B Série de 10 de Maio de 2001 - Apro-
va o Regulamento de Aplicação da Intervenção Medidas Agro-Ambientais do
RURIS
Página 81 | Boas Práticas Ambientais Agricultura
Óleos
Não existe legislação específica para a gestão deste fluxo de resíduos, pelo que
se aplica a legislação genérica, nomeadamente o DL n.º 239/97, de 9 de Setem-
bro, e a Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio
Pneus
Resíduos
Transporte
Utilização de Lamas
Zonas Vulneráveis
Anexo I
1. Tipos de nutrientes:
Azoto (N):
• Aumenta a produção.
Fósforo (P):
• Dá robustez à planta;
• Estimula a floração;
Potássio (K):
Cálcio (Ca):
Anexo II
Os gases naturais que existem na atmosfera formam uma cobertura que per-
mite que a luz do sol que chega à Terra não se perca toda para o exterior.
Esta cobertura de gás mantém o calor junto à superfície e aquece a atmosfera,
funcionando como uma estufa. É este efeito de estufa que, quando funciona
normalmente, mantém o nosso planeta.
Página 85 | Boas Práticas Ambientais Agricultura
A terra formou-se há cerca de 4 600 milhões de anos e desde então o clima tem
evoluído naturalmente, sendo insignificante a interferência dos seres vivos na
sua evolução. Os seres humanos aumentaram em cerca de 25% a quantidade
total de dióxido de carbono (CO2) existente na atmosfera, pela combustão de
combustíveis fósseis e pela destruição das florestas... isto em pouco mais de
100 anos. Se as emissões dos gases que contribuem para o efeito de estufa não
diminuírem, o clima equilibrado, que deu origem à civilização, pode tornar-se
desequilibrado, com as consequências negativas que se prevêem. Pela primeira
vez, as actividades do Homem estão a alterar o clima do nosso planeta.
Glossário
-A-
Áreas da Rede Natura 2000 - Constituída pelas áreas classificadas como Zonas
de Protecção Especial (ZPE) e pelos sítios que constam da Lista Nacional proposta
à Comissão Europeia para classificação como Zonas Especiais de Conservação
(ZEC).
Áreas Sociais - Áreas ocupadas por zonas urbanas e pequenos agregados po-
pulacionais, portos, aeroportos, equipamentos sociais e grandes vias de comu-
nicação.
Árvore florestal - Espécie lenhosa perene que na maturidade atinge pelo me-
nos cinco metros de altura e é constituída por um eixo principal, ou no caso
do regime de talhadia por múltiplas varas. Exclui: pomares frutícolas agrícolas;
oliveiras.
Aterro - Instalação física projectada para deposição final dos resíduos, de forma
a minimizar os impactes sobre a saúde pública e ambiente, incluindo a contami-
nação das águas subterrâneas e a criação de ratos ou insectos.
-B-
-C-
-D-
-E-
-F-
-G-
-I-
-L-
-M-
-O-
-P-
-R-
Rotação - Corresponde ao período de tempo que dista entre dois cortes finais
num povoamento em regime de talhadia.
-S-
-U-
Bibliografia
Netgrafia
http://www.idrha.min-agricultura.pt
http://www.min-agricultura.pt
http://www.confagri.pt
http://www.agroportal.pt
http://www.pontoverde.pt
http://www.dgf.min-agricultura.pt/
http://www.inresiduos.pt
http://europa.eu.int/comm/environment/nature/home.htm