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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................05
AGRICULTURA ....................................................................................................................06
Sistemas Agrícolas ...................................................................................................................06
TIPOS DE AGRICULTURA .................................................................................................07
AGRICULTURA MODERNA ..............................................................................................08
O que é Agricultura Moderna? .................................................................................................10
Agricultura Digital ...................................................................................................................11
Novidades que Revolucionaram a Produção Agrícola .............................................................12
Vantagens e Desvantagens .......................................................................................................14
Desafios da Agricultura Digital ................................................................................................14
USO DE AGROTOXICO NA AGRICULTURA .................................................................15
Histórico dos Agrotóxicos ........................................................................................................15
Tipos de Agrotóxicos ...............................................................................................................16
Classificação dos Agrotóxicos .................................................................................................16
Vantagens e Desvantagens .......................................................................................................17
Agrotóxicos e Meio Ambiente .................................................................................................18
Agrotóxicos e Apicultura .........................................................................................................18
Efeitos Sobre o Comportamento das Abelhas ..........................................................................19
Pulverização Aérea ...................................................................................................................20
Agrotóxicos no Brasil ..............................................................................................................20
Agrotóxicos nos Alimentos ......................................................................................................22
Doenças Causadas por Agrotóxicos .........................................................................................23
AGRICULTURA FAMILIAR ...............................................................................................24
Conceito ...................................................................................................................................24
Histórico ..................................................................................................................................24
Características ..........................................................................................................................26
Base legal .................................................................................................................................27
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O PNAE e a Agricultura Familiar ............................................................................................28
Importância da Agricultura Familiar ........................................................................................29
AGRICULTURA ORGÂNICA .............................................................................................29
O Solo ......................................................................................................................................29
Composição do Solo ................................................................................................................30
Importância do Solo .................................................................................................................30
Poluição do Solo ......................................................................................................................31
Características da Agricultura Orgânica ...................................................................................31
Vantagens da Agricultura Orgânica ..........................................................................................32
Desvantagens da Agricultura Orgânica ....................................................................................32
Agricultura Orgânica no Brasil ................................................................................................33
Alimentos Orgânicos ................................................................................................................33
Importância dos Alimentos Orgânicos .....................................................................................34
CERTIFICAR PARA AGREGAR VALOR .........................................................................35
Como ter uma produção Orgânica ...........................................................................................37
Registros e Certificações ..........................................................................................................37
Novos Produtos e Técnicas para Agregar Valores ...................................................................38
PRÁTICA DE COMPOSTAGEM ........................................................................................38
Compostagem – o que é? .........................................................................................................38
Por que fazer a Compostagem? ................................................................................................40
Condições necessárias para Realização da Compostagem ......................................................41
Material adequado para o processo de Compostagem .............................................................41
Vantagens do Uso da Compostagem ........................................................................................42
Como fazer a Compostagem ....................................................................................................42
Dicas Importantes ....................................................................................................................43
Qual o Tempo da Compostagem ..............................................................................................43
Fatores que Influenciam no Processo .......................................................................................44
Onde Aplicar o Composto ........................................................................................................45
Macro e Micronutrientes do Solo .............................................................................................46
INTEGRANDO COMPOSTAGEM E VERMICOMPOSTAGEM ..................................48
Compostagem ...........................................................................................................................48
Vermicompostagem ..................................................................................................................49
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Espécies de Minhocas ..............................................................................................................49
Substratos para Vermicompostagem ........................................................................................49
Tipos de Canteiros ....................................................................................................................51
Canteiro para Coleta de Bio-fertilizante ..................................................................................52
Manejo Durante a Vermicompostagem ....................................................................................52
Separação das Minhocas e do Vermicomposto ........................................................................53
Reciclagem das Minhocas ........................................................................................................54
REFERÊNCIAS......................................................................................................................56
LINKS DE ACESSO ...............................................................................................................57
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CURSO – AGRICULTOR ORGÂNICO E PRÁTICA EM
COMPOSTAGEM RURAL
INTRODUÇÃO
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AGRICULTURA
Os produtos mais produzidos no Brasil são: cana de açúcar, soja, café, laranja, cacau,
milho, arroz, trigo e algodão. É inegável que a atividade agrícola gera alguns problemas
ambientais desde as queimadas para a preparação do terreno, o que acarreta na diminuição de
espécies vegetais e animais,
desequilibrando o ecossistema. Além disso,
problemas como a contaminação do solo,
destruição da biodiversidade, das florestas e
erosão do solo, são alguns dos impactos
ambientais causados por esse tipo de
atividade.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/07/01/veja-perspectivas-para-os-principais-produtos-agricolas-na-safra-201920.ghtml
Sistemas Agrícolas
TIPOS DE AGRICULTURA
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com a utilização de substâncias, como adubos, fertilizantes químicos,
agrotóxicos e inseticidas. Além de utilizar técnicas modernas de cultivo,
manipulação genética de sementes e máquinas, utilizam mão-de-obra
especializada, como engenheiros, agrônomos e técnicos agrícolas.
3. Agricultura Orgânica (Biológica) – Surgida no século XX, a agricultura
orgânica, chamada de “cultivo verde”, visa, principalmente, o equilíbrio
ambiental e o desenvolvimento social dos produtores. Está intimamente
relacionada ao desenvolvimento sustentável. Dessa forma, os alimentos
orgânicos são cultivados por meio de um controle biológico de pragas. Técnicas
de baixo impacto ambiental são
utilizadas nesse sistema, como a
rotação de culturas, uso de adubo
verde (biológico) e compostagem de
matéria orgânica. Designaremos um
capítulo exclusivo a esse tipo de
agricultura. https://www.revistarural.com.br/2019/04/15/insumos-para-agricultura-organica/
4. Permacultura – Designa o
processo agrícola integrado ao meio ambiente que envolve a produção de plantas
semi permanentes e permanentes, considerando, sobretudo, os aspectos
energéticos e paisagísticos.
AGRICULTURA MODERNA
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definido como o conjunto de empresas que produzem insumos agrícolas, as propriedades rurais,
as empresas de processamento e toda a distribuição.
Entre os anos de 1980 e 1990, o nível tecnológico no campo subiu mais um degrau, com
a chegada do GPS, permitindo detectar e manejar variações dentro de um mesmo espaço
produtivo (a chamada agricultura de precisão), e do conceito de sustentabilidade. Importantes
características da Agricultura 3.0.
Após este longo processo de evolução das tecnologias no campo, o Século XXI marcou
a chegada de um novo período na história da produção agrícola mundial, conhecida como
Agricultura 4.0. Também chamada de agricultura digital, essa fase da agricultura tem início por
volta de 2010 e possui alto uso de tecnologia e inovação, possibilitando ao produtor
tomar decisões mais assertivas na gestão da lavoura a partir de dados gerados no dia a dia da
fazenda.
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O que é Agricultura Moderna?
• Em sua grande maioria, é constituída por profissionais que estão sempre em busca
de aprendizado e desenvolvimento de habilidades, participando de eventos e se
mantendo antenados às inovações;
• Agricultores são rápidos para agir e estão dispostos a investir em novos manejos,
ferramentas tecnológicas e insumos;
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Agricultura Digital
https://blog.conectaragro.com.br/5-dicas-p-implementar-agricultura-digital/
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insumos, ganhou o seu espaço, exigindo um apoio da ciência para impulsionar as tecnologias
na lavoura e no desenvolvimento de ferramentas que pudessem contribuir para os produtores
rurais em suas etapas produtivas.
Para se ter uma ideia, de acordo com o levantamento do IBGE – Instituto Brasileira de
Geografia e Estatística divulgado em julho de 2021, o País retomou o posto de maior produtor
de soja do planeta e colheu um recorde de mais 247 milhões de toneladas do grão na safra do
ano passado.
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A Agricultura Digital é revolucionária e não tem volta. É imprescindível confiar na
pesquisa. Na área médica, por exemplo, isso é feito muito bem, nenhum diagnóstico é dado sem
Vantagens e Desvantagens
Com o crescimento da população, é natural que tudo se atualize conforme o tempo vai
passando. Novos hábitos alimentares e o aumento da demanda por alimentos faz com que o
agronegócio impulsionado pelo agro digital, aprimorem os seus processos através dos
benefícios que as tecnologias 4.0 oferece para a agricultura, reduzindo custos, otimizando
métodos e aumentando a eficiência da qualidade na produção do campo com o apoio da
inteligência computacional das plataformas digitais.
Alguns desafios do Agro 4.0 são previstos para o produtor, que precisa se adequar às
ferramentas da agricultura digital que necessitam de conexão com internet para coletar e
processar dados e apoiar na tomada de decisão do dia a dia na lavoura. Nesse cenário, é
importante lembrar que devido às particularidades e desafios de um país tropical quanto ao
clima, incidência de pragas e doenças, a percepção de assertividade no manejo e aumento da
produtividade por área fez com que a percepção de que o manejo poderia ser mais eficiente
evoluísse.
No início deste século, entidades de pesquisa e a iniciativa privada, junto aos produtores
rurais brasileiros, investiram no desenvolvimento de ferramentas que tinham o
georreferenciamento como base operacional. O principal objetivo foi o de produzir mais por
hectare. A Agricultura de Precisão chegou, então, aos campos, oferecendo ferramentas de
automação que customizariam a produção em cada área agricultável, otimizando a utilização
de insumos. As particularidades de cada ponto da lavoura passaram a ser consideradas, e não
mais a lavoura como um todo. Surgiu ali, também, a aplicação por taxa variável.
Conforme mencionado acima, de acordo com as projeções das Organizações das Nações
Unidas (ONU), até 2050 a população mundial deve alcançar quase 10 bilhões de pessoas. Por
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isso, haverá o aumento da demanda por alimentos e o crescimento da pressão sobre os recursos
naturais. Para completar, ainda existe uma grande preocupação com as variações climáticas,
incêndios, seca ou excesso de chuva, entre outros problemas ambientais.
Diante disso, todo o setor agrícola terá que se preparar e se adaptar a esse novo mundo.
E as mudanças devem começar agora. No caso da agricultura moderna, estratégias de
sustentabilidade ligadas ao agronegócio já são uma realidade. Contudo, ainda precisam ser
adotadas por mais agricultores.
No que diz respeito à desafios, até mesmo a agricultura tradicional terá que se adaptar.
Tipos de cultivo baseados em manejos mais sustentáveis, incluindo técnicas e conceitos
de agroecologia, agricultura orgânica e biodinâmica, por exemplo, devem ser expandidos.
Além disso, será necessária uma ampla campanha educativa por todo o país. Dessa
forma, será mais fácil instruir, conscientizar e ajudar o produtor a fazer essa transição e
desenvolver uma produção mais sustentável. Lembrando que não importa o tipo de agricultura
adotada ou o tamanho da sua propriedade, todos terão que se adaptar a esse mundo mais
sustentável.
O uso desses produtos na agricultura se torna muito importante visto que impedem
danos nas plantações. Porém, é importante destacar que eles são tóxicos e venenosos.
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na agricultura visto o resultado que causavam em pragas, insetos e plantas chamadas de
“daninhas”.
Tipos de Agrotóxicos
• Herbicidas: utilizados para matar as plantas que são consideradas danosas para as
plantações. Exemplos: arsenito de sódio e cloreto de sódio.
• Fumigantes: usadas para controlar as bactérias do solo que podem afetar as plantações.
Exemplos: brometo de metila e cloropicrina.
A classificação mais comum dos agrotóxicos é em relação aos efeitos causados na saúde,
distribuídos entre números de I a IV, sendo I altamente tóxico e IV pouco tóxico.
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https://www.todamateria.com.br/agrotoxicos/
Vantagens e Desvantagens
Outra vantagem é em relação ao preço dos produtos cultivados com agrotóxicos, que se
apresentam menor no mercado. Os alimentos cultivados sem agrotóxicos são classificados
como orgânicos.
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Em relação às desvantagens, os agrotóxicos causam o desequilíbrio ambiental e ainda,
o desenvolvimento de diversas doenças.
O uso dos agrotóxicos polui diretamente o solo, as águas e ainda, pode causar estragos
irreversíveis para o meio ambiente. Isso implica no desequilíbrio dos ecossistemas, seja da
fauna ou da flora. Abaixo, esquema do movimento dos agrotóxicos em ecossistemas.
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Agrotóxico e Apicultura
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Do total de agrotóxicos consumidos no Brasil, cerca de 30% são inseticidas e, desses,
aproximadamente 40% são considerados tóxicos para as abelhas (FREITAS; PINHEIRO, 2010;
INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS, 2010).
Em suas doses letais, a maioria dos inseticidas exerce seus efeitos tóxicos nos insetos
através de alterações na fisiologia do sistema nervoso, levando à morte por hiperexcitação ou
paralisação das atividades. Os agrotóxicos, além do efeito de toxicidade que leva à morte, em
baixas concentrações causam efeitos subletais, originando alterações cognitivas que
desencadearão prejuízos na manutenção da colônia. Redução da movimentação e da
mobilidade, diminuição da capacidade de comunicação e de aprendizagem, dificuldades de
retorno à colônia, dificuldades no comportamento de forrageamento e na polinização foram
observados em abelhas tratadas com doses subletais de inseticidas (BORTOLLI et al., 2003;
DECOURTYE et al., 2005)
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É importante o criador de abelhas fazer observações e ficar atento aos seguintes
comportamentos do enxame que podem representar intoxicação por agrotóxicos: abelhas
mortas no entorno das caixas; redução no número de postura; diminuição da atividade de
forrageamento; defensividade em excesso, incapacidade de substituição da rainha; mortandade
e má formação das larvas.
Pulverização Aérea
A pulverização aérea pode representar a forma mais nociva dos agrotóxicos ao meio
ambiente e à saúde humana, principalmente quando estes não são aplicados conforme preveem
as normas de utilização do produto, causando a deriva de suas gotas que são transportadas pelo
vento para longas distâncias, inclusive atingindo áreas habitadas. A deriva dos agrotóxicos por
pulverização aérea ocorre em função da
temperatura, da velocidade do vento, da
umidade do ar e da altura do voo. Portanto,
altas temperaturas, ventos fortes e baixa
umidade do ar estão diretamente relacionados à
deriva de agrotóxicos. Nesse sentido,
recomenda-se que os horários de aplicação
sejam no início da manhã ou no final da tarde.
https://www.al.ce.gov.br/index.php/ultimas-noticias/item/60230-04-01-2016-bd01
Agrotóxicos no Brasil
Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que o Brasil é o maior
consumidor desses produtos no mundo, desde 2008.
A lei responsável pelo uso dos agrotóxicos no Brasil é a Lei Federal nº 7.802 que foi
proposta em 1989. Segundo ela:
https://www.todamateria.com.br/agrotoxicos/
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Agrotóxicos nos Alimentos
Uma vez sendo produtos utilizados diretamente nos sistemas agrícolas, os agrotóxicos
permanecem nos alimentos, mesmo depois de lavados. Portanto, nós ingerimos grande parte
dessas substâncias. Observe que o consumo contínuo desses produtos acarreta distúrbios e
diversas doenças.
https://www.todamateria.com.br/agrotoxicos/
O país ainda tem um grande problema com a falta de fiscalização, seja pela quantidade
permitida ou ainda, pela venda ilegal desses produtos. Os resíduos de agrotóxicos em alimentos
é uma preocupação relacionada com o uso de agrotóxicos. A qualidade dos alimentos é avaliada
e monitorada pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA).
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) são registradas 20 mil mortes por ano
devido o consumo de agrotóxicos.
A intoxicação por agrotóxicos pode gerar diversas doenças, das quais se destacam:
• Câncer e paralisia;
• Dificuldades respiratórias;
Vale lembrar que os trabalhadores rurais sofrem demasiado com os agrotóxicos. Isso
porque eles manuseiam esses produtos e, na maior parte das vezes, sem proteção adequada.
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AGRICULTURA FAMILIAR
Conceito
Histórico
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No entanto, existem diferenças entre países e regiões. Enquanto na China esses
produtores fornecem 80% dos alimentos, em países como Brasil e Nigéria essa marca não chega
a 10%.
A nova pesquisa traz estimativas sobre o tamanho das fazendas: cerca de 70% de todas
as propriedades rurais têm menos de um hectare (10 mil m2) e operam em apenas 7% de todas
as terras agrícolas. Outros 14% de propriedades que controlam 4% das terras, possuem entre
um e dois hectares, e outros 10% de todas as fazendas, com 6% da terra, têm entre dois e cinco
hectares. Enquanto isso, apenas 1% das fazendas do mundo possuem mais de 50 hectares,
operando mais de 70% das terras agrícolas do mundo. E quase 40% das terras agrícolas são
encontradas em fazendas com mais de 1000 hectares.
No Brasil, a agricultura familiar está presente em quase 85% das propriedades rurais do
país. Cerca de metade desse percentual está concentrado na região nordestina. O Nordeste é
responsável por cerca de 1/3 da produção total. No entanto, as dificuldades enfrentadas por
esses pequenos agricultores e a expansão do agronegócio tem levado a inúmeros problemas de
ordem social e econômica. A mecanização, por exemplo, é um fator determinante e que tem
levado ao êxodo rural de diversas famílias. Ela tem diminuído consideravelmente as taxas de
emprego no campo.
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Características
• Uso de métodos simples, tradicionais e sem muita tecnologia tais como: trator,
arado, enxada, máquina plantadeira manual, etc.;
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socioambiental. De tal modo, ela adota práticas de cultivo mais sustentáveis com a produção de
alimentos orgânicos. No entanto, o avanço da mecanização tem sido um agravante para o meio
ambiente, as populações e ainda, a fauna e flora do local. O uso de agrotóxicos e o
desmatamento para o cultivo de produtos (como a soja, por exemplo) tem causado grande
impacto ambiental em diversos ecossistemas.
Poluição, empobrecimento do solo e desertificação tem sido gerado pelo sistema atual
do agronegócio. Gradualmente, ele tem dominado o cenário de agricultura no país e
desestabilizado e afetado diretamente o ambiente. Portanto, programas e projetos do Governo
Federal têm sido primordiais para atuar na resistência das famílias, colaborando com a
qualidade de vida dessas pessoas, e sobretudo dos produtos cultivados em menor escala.
Destacam-se o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar),
PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Programa Garantia Safra.
Base legal
Em 2006, a Lei n.º 11 326 foi considerada um avanço na definição de políticas públicas
para o setor. Ela define as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura
Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Dentre outras coisas, estabelece conceitos,
princípios e diretrizes para a criação de uma política nacional consistente e eficiente ligada a
agricultura familiar e aos empreendimentos familiares rurais. Vejamos um trecho da referida
Lei:
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suas necessidades nutricionais durante o período letivo. Art. 4º da
Lei11.947, de 16 de junho de 2009.
Atualmente, o valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para
cada aluno é definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino:
• Creches: R$ 1,07
• Pré-escola: R$ 0,53
• Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,64
• Ensino fundamental e médio: R$ 0,36
• Educação de jovens e adultos: R$ 0,32
• Ensino integral: R$ 1,07
• Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral: R$ 2,00
• Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado no
contraturno: R$ 0,53
O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no Censo Escolar
realizado no ano anterior ao do atendimento. O Programa é acompanhado e fiscalizado
diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), pelo
FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e
pelo Ministério Público.
A referida Lei, determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios
e Distrito Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), deve ser utilizado para a compra de
gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou
de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades
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tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas. A aquisição dos produtos da Agricultura
Familiar poderá ser realizada por meio da Chamada Pública, dispensando-se, nesse caso, o
procedimento licitatório.
Vale destacar que a aquisição da agricultura familiar para a alimentação escolar está
regulamentada pela Resolução CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, atualizada pela
Resolução CD/FNDE nº 04, de 2 de abril de 2015, que dispõe sobre o atendimento da
alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do PNAE. Com base na
Resolução supracitada, a Coordenação Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar –
CGPAE/FNDE elaborou o Manual de Aquisição de Produtos da Agricultura Familiar para a
Alimentação Escolar.
AGRICULTURA ORGÂNICA
O Solo
Para quem pretende ser um agricultor orgânico, deverá ter como premissa compreender
a importância do solo para a vida humana em todos os aspectos possíveis.
Utilizamos o solo não somente para a produção da alimentação, mas também como
matéria prima para diversas construções. Além disso, o solo possui importantes funções, desde
o armazenamento e escoamento e infiltração da água na superfície, sendo um componente
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fundamental para o desenvolvimento de diversos ecossistemas. Por esse motivo, o manejo
adequado e a preservação do solo tornam-se tarefas essenciais, já que é um recurso natural não
renovável, ou seja, é limitado, e a exploração desenfreada pode acarretar muitos problemas
futuros.
Muita gente não sabe, as escolas não valorizam, mas a Lei Federal 7867, de 13 de
novembro de 1989, implementou no Brasil o “Dia Nacional da Conservação Solo” que é
comemorado todo dia 15 de abril. A data alerta para a importância desse recurso tão importante
para o desenvolvimento da vida na Terra, assim como a água, o ar, a fauna e a flora.
Composição do Solo
Existem diversos tipos de solo, resultantes da ação de elementos como a água, o clima e o
relevo. Ele está classificado em:
• Solo Arenoso;
• Solo Argiloso;
• Solo Orgânico.
Importância do Solo
Na Vida Humana – o solo participa quase que inteiramente, pois dele retiramos os
alimentos necessários para nossa sobrevivência. Além disso, utilizamos esse recurso na
construção civil, ou seja, na construção de casas, edifícios, dentre outros.
Para os Animais – tanto quanto para os seres humanos, o solo é um recurso muito
importante de desenvolvimento, pois é dele que eles retiram os alimentos para sobreviverem.
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Os alimentos orgânicos são produzidos pela ausência de produtos químicos
(agrotóxicos, inseticidas, adubos químicos). Já vimos anteriormente que o sistema de
agricultura mais utilizado (o convencional) afeta não somente o solo, empobrecendo-o, mas
também podem gerar diversas doenças nos seres humanos.
Poluição do Solo
A poluição do solo pode ocorrer de diversas maneiras, sendo que a ação humana tem
sido um importante fator de degradação.
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Vantagens da Agricultura Orgânica
• Manutenção da biodiversidade;
https://www.todamateria.com.br/agricultura-organica/
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Agricultura Orgânica no Brasil
Alimentos Orgânicos
https://www.portaldoagronegocio.com.br/ecologia/organico/noticias/consumo-de-alimentos-organicos-cresce-mais-de-50-no-brasil
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Em outras palavras e deixando bem claro, os alimentos orgânicos são aqueles que estão
isentos de produtos químicos, ou seja, de insumos artificiais. Isto porque, a agricultura
orgânica trabalha de modo sustentável, ou seja, respeitando as leis da natureza e prioriza
técnicas ecológicas mais justas tanto para o ser-humano, quanto para o meio ambiente.
Na agricultura orgânica, diversos métodos naturais são usados para enriquecer o solo
(adubação verde e orgânica), bem como combater as pragas e doenças nas plantações. De modo
que não são utilizados produtos químicos (agrotóxicos) ou fertilizantes sintéticos, preservando
assim, o solo e os lençóis freáticos. Esse tipo de agricultura reduz o impacto do aquecimento
global no mundo, uma vez que os sistemas orgânicos retêm uma quantidade maior de carbono
no solo.
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Infelizmente, questão recai sobre a saúde do ser humano, que fica à mercê das empresas
preocupadas principalmente com o lucro e não com a qualidade dos alimentos comercializados.
O veneno pulverizado nas plantas, ou os hormônios ingeridos pelos animais, permanecem
retidos nos alimentos que serão processados pelo nosso corpo.
Eles são produzidos em menor escala (em relação aos alimentos convencionais) e
demoram mais tempo para crescerem. As técnicas de cultivo ou criação de animais encarecem
muito os custos de produção. Por isso, poderia ser considerada uma desvantagem para quem
consome os alimentos orgânicos, o preço mais elevado dos produtos oferecidos. Todavia, esta
desvantagem é apenas aparente, pois os benefícios à saúde e ao meio ambiente faz toda a
compensação.
Para quem tem espaço em casa, uma boa alternativa é fazer uma horta e cultivar seus
próprios alimentos, livre de agrotóxicos e outras substâncias nocivas ao corpo.
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de escala devem reduzir os custos de produção, transformação, distribuição e comercialização
de produtos orgânicos, tornando-os mais acessíveis.
Os produtos orgânicos vêm ganhando grande popularidade por duas razões principais.
Em primeiro lugar, o consumidor percebe como alimentos saudáveis os livres de pesticidas e
fertilizantes. Em segundo lugar, eles contribuem para a preservação do meio ambiente.
Outro motivo que demonstra valer a pena o agricultor apostar na produção de orgânicos,
é que os consumidores estão cada vez mais interessados em sustentabilidade e em alimentos
mais saudáveis. E estão dispostos a pagar mais por esses diferenciais. Ou seja, os consumidores
que optam por consumir os orgânicos, não levam em consideração o preço mais alto em relação
aos produtos convencionais, haja vista que acreditam ser um investimento na saúde, pois ao
consumirem os produtos orgânicos estarão contribuindo para a saúde pessoal e para a melhoria
do planeta (NEVES, 2012).
O manejo na agricultura orgânica valoriza o uso eficiente dos recursos naturais não
renováveis, bem como o aproveitamento dos recursos naturais renováveis e dos processos
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biológicos alinhados à biodiversidade, ao meio ambiente, ao desenvolvimento econômico e à
qualidade de vida humana. Esta prática agrícola preocupa-se com a saúde dos seres humanos,
dos animais, das plantas e do solo, tendo como modelo de produção a adoção de técnicas
integradoras pouco agressivas ao meio ambiente e a aposta na diversidade de culturas.
Registros e Certificações
O registro formal dos produtos para a comercialização além das fronteiras do município,
estado ou país, é fundamental diante das exigências legais e da clientela. Além do registro
básico, a obtenção de selos e certificações de qualidade, denominação de origem e de alimento
orgânico garantem acesso a determinados nichos de mercado dispostos a pagar mais pela
garantia de qualidade e procedência.
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Novos Produtos e Técnicas para Agregar Valor
Bom lembrar que uma tendência mundial são os negócios verdes, ou seja, os empreendimentos
sustentáveis que tenham atividades de produção e distribuição baseadas em um
desenvolvimento socioambiental que promova melhorias nas comunidades e a sustentabilidade
das presentes e futuras gerações.
PRÁTICA DE COMPOSTAGEM
Compostagem – O que é?
O processo de compostagem
https://souresiduozero.com.br/2020/05/serie-compostagem-o-que-e-compostagem-institucional/
envolve transformações muito
complexas de natureza biológica e
química, promovidas por uma grande
variedade de microrganismos como
fungos e bactérias que vivem no solo.
Esses organismos obtêm, a partir da
degradação da matéria orgânica, o
carbono e os demais nutrientes
minerais, necessários para a sua
sobrevivência. Além desses compostos químicos, os microrganismos também necessitam de
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condições ideais de temperatura, umidade, disponibilidade de CO 2 e O2, que são desenvolvidas
naturalmente durante o processo. Os microrganismos provenientes do solo e dos restos vegetais
e animais, presentes durante a compostagem, liberam substâncias e compostos com
propriedades que melhoram o rendimento das culturas agrícolas, pelo fornecimento de
nutrientes às plantas e, ao mesmo tempo, promovem a melhoria das condições químicas, físicas
e biológicas do solo.
Em geral, os fertilizantes
orgânicos são constituídos por
uma diversidade de nutrientes,
pois se originam também de uma
grande variedade de resíduos
animais e vegetais. Outra grande
https://summitagro.estadao.com.br/noticias-do-campo/fertilizantes-organicos-sao-alternativa-para-a-crise/
vantagem dos compostos de
origem orgânica é a de que seus nutrientes, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos,
são liberados lentamente para o solo. Essa é uma característica interessante, pois as plantas
absorvem os nutrientes de que precisam, de acordo com as suas necessidades, ao longo de um
tempo maior. Assim, as plantas não são bem nutridas quando recebem adubos sintéticos, pois
estes são muito solúveis Seus nutrientes, em grande parte, são solubilizados rapidamente e
arrastados pelas águas da irrigação e, principalmente, das chuvas. Portanto, nesse caso, as
plantas têm pouco tempo para absorver os nutrientes dos adubos sintéticos.
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Por que fazer a Compostagem
O aumento populacional tem feito com que a demanda por alimentos seja cada vez
maior; portanto, o homem tem procurado aumentar a produção de alimentos. A criação de
animais (gado e aves) para a produção de leite, ovos e carnes e todos os seus derivados tem
aumentado muito no Brasil. No entanto, essas atividades agropecuárias geram grande
quantidade de restos culturais, resíduos agroindustriais e dejetos de animais, os quais se não
forem reciclados, provocam sérios problemas de poluição ambiental.
A Região Sul do Brasil caracteriza-se pela criação intensiva de frangos e outras aves de
corte. Durante o período de crescimento e engorda, as aves são mantidas em galpões, cujo
assoalho é coberto por uma camada espessa de serragem, chamada “cama de aviário”, que serve
de suporte para até seis lotes de frangos. Portanto, a cama permanece no galpão por
aproximadamente 300 dias e transforma-se, no final desse período, em um material rico em
nutrientes, principalmente nitrogênio, além de outros provenientes das excretas e dos restos de
ração.
https://www.cpt.com.br/cursos-medicina-veterinaria/artigos/compostagem-de-cama-de-aviario-aprenda-a-fazer
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Outro aspecto relevante desse tipo de esterco é o fato da sua aplicação diretamente sobre
o solo, sem prévia compostagem. Essa condição favorece o desenvolvimento de populações de
microrganismos, algumas vezes indesejáveis, que irão consumir os nutrientes disponíveis na
matéria orgânica, diminuindo as reservas nutritivas para as plantas, além de representar
contaminação para as águas, através do carreamento de partículas minerais e orgânicas de solo
com altas concentrações de nutrientes.
O local escolhido para fazer a compostagem deve: ser de fácil acesso; estar próximo de
onde está armazenado o material palhoso, que será usado em grande quantidade; estar próximo
a uma fonte de água, uma vez que o material será molhado à medida que as camadas vão sendo
colocadas e também quando o material será revolvido, o que acontecerá várias vezes durante o
processo de compostagem; estar em local com baixa declividade, até 5%, para facilitar o
preparo e o manejo da pilha de composto, mas que permita drenagem da água da chuva.
Importante: Os materiais que não devem ser usados para fazer compostagem são os seguintes:
madeira tratada com pesticidas contra cupins ou envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, couro,
plástico.
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Vantagens do Uso da Compostagem
1. Distribuir uma camada de palha e/ou capim no solo com 20 centímetros de altura
e 1,8 a 2,0 metros de largura ou mais, podendo o comprimento variar de acordo
com a quantidade de material a ser compostado;
2. Molhar bem antes de colocar outros materiais em cima;
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3. Misturar e umedecer os materiais a serem compostados: para cada 1m3 de
materiais (0,5 m3 de dejetos sólidos e 0,5 m3 de palhadas);
4. Formar a pilha até 1,20 m a 1,50 m de altura, com a mistura umedecida a 60%
(ao apertar a massa do composto com a mão não deve escorrer água);
5. Cobrir com palhada seca a pilha pronta, para manter a umidade e a temperatura.
Dicas Importantes
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/cartilha-agricultores-compostagem.pdf
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Fatores que Influenciam no Processo
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5. Tamanho das partículas: As partículas dos materiais não devem ser muito
pequenas, para evitar a compactação durante o processo, comprometendo a
aeração. Por outro lado, resíduos como colmos inteiros retardam a decomposição
por reterem pouca umidade e apresentarem menor superfície de contato com os
microrganismos (exemplo, colmos de milho). Restos de culturas de soja e feijão,
gramas, folhas, por exemplo, podem ser compostados inteiros;
6. Sementes, patógenos e metais pesados na compostagem: A presença de
sementes de plantas invasoras, pragas, patógenos e metais pesados, que
interferem na produção agrícola, são agentes indesejáveis. Esses agentes podem
ser eliminados no início do processo de compostagem mediante cuidados
específicos a cada um deles, obtendo-se um produto final com qualidade, ou seja,
livre desses agentes indesejáveis. Com relação aos patógenos e às sementes de
plantas invasoras, estes podem ser eliminados por meio do processo completo
da compostagem.
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/cartilha-agricultores-compostagem.pdf
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PROBLEMAS CAUSAS SOLUÇÃO
A temperatura Adicionar material rico
demora a aumentar alta de nitrogênio * em nitrogênio (esterco ou
leguminosas)
Revolver a leira e molhar a
Umidade baixa
com um chuveiro fino
Falta de oxigênio
Revolver a leira
(compactação)
Falta de oxigênio
Revolver a leira
(encharcamento)
Revolver a leira e
adicionar materiais secos
Odor desagradável Umidade em excesso
e porosos, como: folhas
secas, palha.
Revolver a leira e cobrir
Surtos de moscas Pouca condições de
com
sobre a pilha higiene no local
palhada
Geração de chorume Revolver a leira
Cheiro de amônia
Relação C/N imprópria Adequar relação de C/N
• Boro (B)
• Zinco (Zn)
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• Ferro (Fe)
• Manganês (Mn)
• Cobre (Cu)
• Molibdênio (Mo)
• Cloro (Cl)
Pelas raízes, para a maior parte dos elementos, as plantas conseguem absorver os
nutrientes e utilizá-los nos seus processos fisiológicos. No entanto, como esse estoque da
“geladeira” vai diminuindo, os agricultores utilizam adubos (fertilizantes) para repor todos os
nutrientes.
Além do sol e da água, o outro elemento fundamental para as plantas viverem bem são
os nutrientes. Geralmente estes nutrientes são absorvidos pela planta diretamente do solo.
Porém, para garantirmos plantas saudáveis e viçosas é sempre importante complementarmos
estes nutrientes através da adubação. A mesma pode ser feita através da adubação orgânica ou
com produtos compostos como os adubos Organominerais da linha FertiGarden ISLA.
Conheça na tabela abaixo os principais nutrientes e suas funções:
https://www.isla.com.br/empresa/como-cultivar--adubacao
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INTEGRANDO COMPOSTAGEM E VERMICOMPOSTAGEM
Compostagem
Os resíduos orgânicos domésticos podem ter muito valor após a compostagem, pois,
após esse processo, os restos de comida, cascas de frutas, papéis, grama, restos de folhagens,
restos de capina, pó de café, etc., podem servir como excelentes fontes de nutrientes para as
plantas, sem esforço e custo, em um pequeno espaço, melhorando inclusive as condições do
ambiente.
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compostagem. A quantidade de minhocas inoculadas pode ser em torno de um litro por metro
quadrado. Para facilitar o manejo, a inoculação das minhocas pode ser feita diretamente na pilha
da compostagem. Para assegurar-se de que os resíduos orgânicos estão numa fase em que as
minhocas terão adequada adaptabilidade e não haverá risco de fuga, sugere-se tomar uma
porção desses resíduos e acondicionar em caixas de 1 litro com 20 minhocas e deixar por uma
semana, observando seu comportamento. A adaptação das minhocas é mais rápida com a
utilização de estercos.
Vermicompostagem
Espécies de Minhocas
O resíduo orgânico que serve como alimento para minhocas, ao passar por seu trato
digestivo, sofre transformações que favorecem a formação de matéria orgânica estabilizada, ou
seja, de adubo orgânico conhecido como "húmus de minhoca" ou "vermicomposto". Para
iniciar-se na minhocultura, seja no campo ou na cidade, é fundamental que haja resíduo
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orgânico disponível na propriedade ou o mais próximo possível dela. O esterco bovino tem sido
o mais utilizado porque é de fácil manuseio e as minhocas se adaptam muito bem a ele, mas
também podem ser utilizados estercos de cavalo e de coelho. Resíduos vegetais, como capim
elefante, restos de capina, leguminosas e folhas também podem ser aproveitados. Para quem
está na cidade, resíduos domésticos como casca de vegetais e frutas cozidas ou não,
guardanapos de papel e resíduos orgânicos que normalmente vão para a lixeira podem ser
aproveitados.
A qualidade do
adubo produzido
depende da
qualidade do
resíduo orgânico
utilizado, bem como da forma como será manejado durante todo o processo de
vermicompostagem. Para o esterco bovino, que apresenta uma relação C/N em torno de 30, a
vermicompostagem pode levar de 30 a 40 dias. Para outros resíduos, com relação C/N acima
desse valor, o tempo será mais longo, especialmente, se não forem triturados. Para reduzir o
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tempo e facilitar o processo, recomenda-se, quando possível, triturá-los, por exemplo, em
picadeira para forragens, e misturá-los a outros resíduos com maior conteúdo de nitrogênio,
caso contrário, haverá risco à sobrevivência das minhocas. Uma mistura com outros resíduos
orgânicos em até 50% permite estabelecer ótimas condições biológicas e químicas para os
organismos decompositores. A adição de materiais ricos em nitrogênio, como as leguminosas,
pode trazer uma série de vantagens, desde que facilmente disponíveis. Por exemplo, a utilização
de palha de alta relação C/N, leucena e esterco, na proporção de 25% + 25% + 50%,
respectivamente, proporciona a produção de vermicomposto 30% mais rico em N e
considerável economia de esterco (SILVA, 1992).
Tipos de Canteiros
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Canteiro para Coleta de Bio-fertilizante
Para a coleta do biofertilizante, o fundo do canteiro deverá ser de alvenaria, com uma
inclinação de 12 cm em direção ao centro do canteiro, de forma a conduzir o líquido para uma
canaleta, que dispõe de uma tela protetora. O biofertilizante é recolhido num recipiente, o qual
deve ser retirado semanalmente, ou conforme a periodicidade da irrigação dos canteiros. Pode
ser acondicionado em garrafas "pet", por exemplo, e aplicado na produção de mudas em geral,
e em canteiros de hortaliças e pomar de frutíferas.
A umidade é fator limitante para o processo, pois as minhocas realizam trocas gasosas
através da epiderme. Portanto, o ideal é manter o nível de 60 a 70% de umidade, suficiente para
que, ao apertar uma amostra do substrato na mão, não escorra água.
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A sequência de imagens apresenta as etapas que constituem a vermicompostagem.
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REFERÊNCIAS
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https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-mercado-para-os-produtos-organicos-
esta-aquecido,5f48897d3f94e410VgnVCM1000003b74010aRCRD
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