A Apicultura Integrada Nos Ecossistemas Agrícolas e Florestais

Apicultura
2
Índice
1. A apicultura integrada nos ecossistemas agrícolas e florestais
2. Biologia da Colónia I
3. Biologia da Colónia II
4. Técnica apícola I
5. Técnica apícola II
6. Produtos apícolas
Apicultura
3
A apicultura integrada nos ecossistemas agrícolas e florestais
1. A apicultura integrada
nos ecossistemas
agrícolas e florestais
1.1. Caracterização do setor

1.2. Legislação
1.3. Relação com o ecossistema agrícola
1.4. Relação com o ecossistema florestal
4
1. A apicultura integrada nos
ecossistemas agrícolas e florestais
5
1. A apicultura integrada nos Evolução do número de colmeias a nível mundial
Fonte: FAO
84000000
83000000
No mundo
82000000
A apicultura é uma atividade zootécnica que
Número de colmeias
81000000
consiste na exploração racional de colónias de 80000000
abelha doméstica, Apis mellifera L., para fins
79000000
lucrativos.
78000000
Segundo dados da FAO, a nível mundial é 77000000

possível observar um aumento do número de 76000000
colmeias.
75000000
74000000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Apicultura
6
1. A apicultura integrada nos Evolução do número de colmeias em cada país a
nível mundial
ecossistemas agrícolas e florestais Fonte: FAO

11800000
No mundo
8950000
Número de colmeias
• Índia 7082732
• China 5885263
• Turquia
3341454
32000002980000 2900000
2740000
2450000
Países que apresentam maior número de

colmeias, representando, respetivamente de
14%, 11% e 8% do total mundial em 2014.
Apicultura
7
1. A apicultura integrada nos Evolução da produção de mel e de cera a nível
mundial
1700000 67000
No mundo
1650000 66000
O mel e a cera de abelha são alguns dos produtos 1600000
65000
que resultam desta atividade.
1550000
Toneladas
Toneladas
64000
Na última década foi possível verificar que tanto a 1500000
63000
produção mundial de cera como de mel tem vindo 1450000
a aumentar. Contudo é de salientar a quebra de 62000
1400000
produção de mel que ocorreu entre o ano 2013 e
1350000 61000
2014, em que a quantidade de mel passou de
1678455 toneladas para 1510566 toneladas, ou 1300000 60000
seja, uma quebra de 10%. 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Mel Cera
Apicultura
8
Em 2014 os principais países produtores de cera, a nível mundial, foram a Índia, a Etiópia e a Argentina, tendo sido
responsáveis por 34%, 8% e 7% da produção mundial, respetivamente.
Principais países mundiais produtores de cera de abelha

Fonte: FAO
22550
Toneladas
5344 4960
4053 4018
2500 2303 1869 1862 1700
Índia Etiópia Argentina Turquia República da Quénia Angola Republica Máxico Brasil
Coreia Unida da
Tanzânia
Apicultura
9
Relativamente ao mel, China, Turquia, Argentina, E.U.A. e Ucrânia, foram os principais países produtores. Se
considerarmos a totalidade dos países que integram a EU, no conjunto este representam o segundo maior produtor
mundial com um pouco menos de metade da produção da China.
Produção mundial de mel média 2010-2014 (1000 T)

Fonte: European Commission
Apicultura
10
Na europa
A União Europeia (UE) é o segundo maior produtor

mundial de mel produzindo cerca de 250 000 toneladas
por ano.
Contudo a quantidade de mel produzida não consegue
cobrir o seu próprio consumo.
Por exemplo:
Em 2015, a taxa de autossuficiência (produção UE/ano
dividida por (importações UE/ano + produção UE/não –
exportações UE/ano)) era de cerca de 60%.
Apicultura
11
1. A apicultura integrada nos Principais produtores de mel na UE em 2015
Fonte: Comissão ao Parlamento Europeu e ao
ecossistemas agrícolas e florestais Conselho

35,0
32,2
Na europa 30,7
Milhares de toneladas
A produção de mel está concentrada principalmente a Sul 23,4 23,00 22,5
da União Europeia, onde as condições climáticas são
18,00
mais favoráveis à apicultura.
Assim, os principais Estados-Membros produtores de mel
são:
• Roménia
• Espanha
• Hungria
• Dinamarca Roménia Espanha Hungria Dinamarca Itália Grécia França
• Itália.
Apicultura
12
Na europa
Na UE a produção de mel tem vindo a aumentar.
As variações que se verificam anualmente dependem das

condições climáticas.
Todavia estes níveis produtivos serão cada vez mais

difíceis de manter devido aos desafios relacionados com
o estado de saúde das abelhas e com a perda de habitats,
resultantes da intensificação da agricultura.
Apicultura
13
1. A apicultura integrada nos Importação de mel da EU por origem (em toneladas)
ecossistemas agrícolas e florestais Fonte: European Commission
Na europa
A UE é o principal importador de mel a nível mundial,

tendo-se mesmo verificado um aumento das importações
ao longo dos anos.
Os principais fornecedores de mel são:

• China;
• México;
• Ucrânia.
Apicultura
14
1. A apicultura integrada nos Exportações de mel da EU por destino
ecossistemas agrícolas e florestais Fonte: European Commission
Na europa
Os níveis de exportação da UE são muito baixos.
Em 2015 as exportações representaram apenas 8% da

produção total.
A UE exporta sobretudo para:

• Suíça;
• Arábia Saudita;
• Japão;
• E.U.A;
• Canadá. CURIOSIDADE
Em 2015, o preço unitário do mel exportado era de
5,77€/kg.
Apicultura
15
1. A apicultura integrada nos Evolução da produção de mel e de cera a nível
mundial

16000 640000
Na europa
15000 630000
Número de colmeias tem Aumentado
14000 620000
Número de apicultores Diminuído 13000 610000
• Espanha; 12000 600000

• França;
5 Estados-Membros com maior
• Grécia; 11000 590000
número de colmeias.
• Itália;
10000 580000
• Roménia.
2004-2006 2008-2010 2011-2013 2014-2016
Número de colmeias Número de apicultores
Apicultura
16
1.1. Caracterização do setor Apicultores Apiários Colmeias
Em Portugal Valor Valor Valor

% % %
absoluto absoluto absoluto
Em Portugal é possível verificar uma
grande dispersão da atividade Norte 3657 34% 9055 27% 211987 34%
apícola. Centro 3549 33% 8302 25% 126108 20%
O Norte é a região onde há um maior
Lisboa e Vale do Tejo 910 9% 2572 8% 42957 7%
número de apicultores, cerca de 34%
do total. A região do Continente com Alentejo 1214 11% 5331 16% 118576 19%
menor número de apicultores é o
Algarve 837 8% 7584 22% 1161216 19%
Algarve, contudo os apicultores
apresentam uma maior dimensão. Madeira 346 3% 650 2% 5503 1%
Açores 185 2% 382 1% 5052 1%
Apicultura
17
1. A apicultura integrada nos Número de apiários por apicultor
Fonte: Federação Nacional de Apicultores
ecossistemas agrícolas e florestais Portugueses (FNAP)

9
Em Portugal
Relativamente à dimensão das explorações, é possível

verificar que em média os apicultores nacionais detêm
3,60 apiários, sendo que apenas as regiões do Algarve 4
3,6
e do Alentejo se encontram acima da média com 9 e 4 3
apiários por apicultor respetivamente. 2 2 2 2
Algarve Alentejo Lisboa e Norte Centro Madeira Açores Média

Vale do
Tejo
Apicultura
18
1. A apicultura integrada nos Número de colmeias por apicultor
Fonte: Federação Nacional de Apicultores
ecossistemas agrícolas e florestais Portugueses (FNAP)

139
Em Portugal
98
90% do total dos apicultores são não profissionais e
estes são detentores de 41% do total de colmeias.
58 59
47
74% das explorações apresentam uma dimensão até 36
50 colmeias e 15% apresentam uma dimensão entre 27
16
50 e 150 colmeias.
Segundo a legislação nacional, um apicultor Algarve Alentejo Norte Lisboa e Centro Açores Madeira Média
profissional é aquele que detém mais de 150 colmeias. Vale do
Tejo
Apicultura
19
Em Portugal
Em comparação com o último triénio:

• O número de explorações com menos de 50 colmeias
diminuiu de 86% para 74%.
• O número de apicultores diminuiu de 34% para 14%
.
• O efetivo e as explorações com mais de 150 colmeias
aumentaram de 4% para 10% .
Apicultura
20
Em Portugal
Apicultura portuguesa:
• Maioritariamente constituída por pequenos
apicultores;
• Continua ainda a ser uma atividade por muitos
praticada como hobby
• Sobretudo no escalão inferior a 25 colmeias, é
fundamentalmente baseada no autoconsumo.
• Resultado dos últimos quadros comunitários e dos
apoios ao setor, o número de apicultores
verdadeiramente profissionais aumentou
significativamente nos últimos anos.
Apicultura
21
Em Portugal
Uma vez que a apicultura não é a atividade principal na maioria das explorações, a
produção é orientada para resultados de curto prazo, existindo um planeamento
estratégico e de orientação para o mercado muito rudimentar ou até praticamente
inexistente.
Em relação ao nível técnico, as explorações apresentam numerosos problemas,

nomeadamente:
• Efetivos de baixa produtividade,
• Falta de mão-de-obra especializada com experiência e conhecimentos técnicos
• Deficiências a nível de maneio sanitário
• Escasso maneio técnico: insuficiente substituição de rainhas, falta de controlo da
enxameação, escasso recurso à prática de transumância e inadequada instalação dos
apiários.
Apicultura
22
1.2. Legislação
23
1.2. Legislação
DECRETO – LEI nº 203/2005 de 25 de Novembro
• Estabelece o regime jurídico da atividade apícola

• Define a atividade apícola
• Determina as regras a seguir e as obrigações do apicultor
• Estabelece os procedimentos sanitários
ARTº 2
• «Apiário» o conjunto de colónias de abelhas nas condições adequadas de produção, incluindo o local de
assentamento e respetivas infraestruturas, pertencente ao mesmo apicultor, em que as colónias não distem da
primeira à última mais de 100 m.
• «Apiário comum» o local de assentamento de colónias de abelhas que pertencem a vários apicultores que
acordaram nessa partilha, com determinação de parte, e que não distem da primeira à última mais de 100 m.
Apicultura
24
1.2. Legislação
ARTº 3
• É obrigatória a declaração anual de existências, em período e modelo
a definir por despacho do Director-geral de Alimentação e
Veterinária.
• Decorre de 1 a 30 de Setembro
• A primeira declaração de existências deverá ser feita até 10 dias

úteis após Inicio de Atividade.
• Obrigatória a declaração de alterações ao registo de apicultor e de

existências até 10 dias uteis após a ocorrência. Registo online – idigital
www.ifap.pt
Apicultura
25
1.2. Legislação
• É obrigatória a aposição do número de registo do apicultor em local

bem visível do apiário.
Apicultura
26
1.2. Legislação
ARTº 5
Implantação dos apiários
1—Os apiários devem estar implantados a mais de:
a) 50 m da via pública;
b) 100 m de qualquer edificação em utilização.
2—Excetuam-se do disposto no número anterior os caminhos rurais e

agrícolas, bem como as edificações destinadas à atividade apícola do
apicultor detentor do apiário.
Apicultura
27
1. A apicultura integrada nos ANEXO 1
Quadro de densidade de instalação de colmeias
Categoria segundo o Distância de instalação
número de colmeias mínima do apiário
1.2. Legislação móveis por apiário mais próximo
De 11 a 30 400
De 31 a 100 800
ARTº 6 (Colmeias = 1, Núcleos e cortiços = 0,5 e nucléolos = 0)
1—A densidade de implantação de apiários deve estar em
conformidade com os parâmetros constantes do anexo I do
presente decreto-lei.
2—O número de colmeias por apiário tem como limite máximo

Limite legal
nacional as 100 colónias.
6—Para cálculo de distância entre apiários, (…) é considerada a

distância que é definida para o apiário de maior dimensão.
Limite do
ecossistema
Apicultura
28
29
Um ecossistema é constituído por:
Componente Componente
biótica abiótica
Organismos vivos Meio ambiente
que habitam uma (solo, clima,
determinada área água…)
Interações entre
as duas
componentes
Apicultura
30
Cultura
1.3. Relação com o ecossistema agrícola Água
Num ecossistema agrícola, ou agroecossistema Seres Vivos

o Homem apresenta um papel ativo uma vez que
participa da organização e gestão dos recursos.
Ambiente
Num agroecossistema, o objetivo principal
consiste em manusear a componente biótica Agro-ecossistema
para otimizar a captura de energia e transferi-la
para as pessoas através dos alimentos que são
obtidos.
Clima
Um dos processos determinantes para um Solo
ecossistema agrícola é a polinização, processo
onde as abelhas têm um papel fundamental.
Apicultura
31
Polinização
As flores podem ser:

• Hermafroditas – flores completas, ou seja, constituídas
por órgãos masculinos (estames) e femininos (carpelos)
• Unissexuais – flores só com órgãos masculinos ou só
com órgãos femininos.
Para garantir a produção de frutos e sementes e a

reprodução de diversas plantas, é necessário que ocorra a
reprodução, ou seja a união entre o grão de pólen (célula
masculina) e o óvulo (célula feminina). E para que este
fenómeno ocorra o pólen tem de ser transferido até à parte
feminina da flor, a isto se dá o nome de polinização.
Apicultura
32
Polinização
A polinização pode ser:

• Direta ou autopolinização, em que o pólen de uma
flor cai diretamente sobre o estigma dessa mesma
flor.
• Indireta, em que o pólen de uma flor cai sobre o
estigma de outra flor da mesma planta.
• Cruzada, em que a polinização ocorre entre flores
de plantas diferentes.
Apicultura
33
Polinização
Para que a polinização ocorra é necessária a ação de agentes de polinização, nomeadamente:
• Gravidade (sobretudo na polinização direta)

• Água
• Vento (polinização anemófila)
• Animais, como os morcegos por exemplo (polinização zoófila)
• Aves (polinização oritófila)
• Insetos (polinização entomófila)
Apicultura
34
A abelha como polinizador
Entre as espécies de plantas com flores, cerca de 88%

dependem, em algum momento, de animais
polinizadores.
CURIOSIDADE
Mais de ¾ das espécies utilizadas para a
produção de alimentos dependem da polinização
para uma produção de qualidade e em
quantidade.
Apicultura
35
Entre os insetos polinizadores destaca-se a abelha, que é

considerado um dos agentes mais adaptados, mais
eficientes e, por isso o mais importante no processo de
polinização. Existem mesmo casos de grande
interdependência entre espécies de plantas e os seus
respetivos polinizadores.
As abelhas são assim responsáveis pela polinização de

cerca de 70% das culturas agrícolas.
Apicultura
36
Contudo, as abelhas não visitam as flores com o intuito

de contribuir para a polinização, mas sim para suprir as
suas necessidades alimentares.
Para isso elas colhem o pólen, que é a sua fonte de
proteína, e o néctar que utilizam para produzir mel. Por
isso a atividade de polinização é uma ação involuntária
das abelhas, mas que é essencial à vida das plantas,
que apresentam flores com características como
cheiros, cores e sabores para as atrair.
Apicultura
37
38
As florestas, que ocupam cerca de 30% da superfície

terrestre, apresentam uma grande biodiversidade e
asseguram o equilíbrio ecológico. É nas florestas,
assim como noutros cobertos vegetais, que se realiza
a fotossíntese, processo realizado pelas plantas para a
produção de energia necessária para a sua
sobrevivência e de onde resulta a produção de
oxigénio a partir do dióxido de carbono. Para além
disto as florestas também desempenham funções
muito importantes quer a nível ecológico, quer
económico e mesmo social.
Apicultura
39
Processo de
Fotossíntese
Processo a partir do qual os
organismos autotróficos
fotossintéticos convertem a
matéria mineral (matéria-
prima inorgânica) em
matéria orgânica, utilizando
a energia luminosa. Este
processo é realizado por
plantas, algas, algumas
bactérias e cianobactérias.
A fotossíntese inclui a
fixação do dióxido de
carbono atmosférico, usado
na síntese de hidratos de
carbono, resultando na
libertação de oxigénio.
Apicultura
40
No plano de manutenção das florestas, as abelhas apresentam elevada

importância, pois sem a polinização a manutenção e conservação das
comunidades vegetais ver-se-ia negligenciada.
Pode ser indicado como exemplo o castanheiro, cuja polinização

cruzada é essencial para a preservação da espécie. Assim esta espécie
depende da ação das abelhas para a polinização e, consequente para a
produção de castanhas.
Para além disso, a apicultura constitui nos dias de hoje uma

importante atividade complementar dos ecossistemas florestais e na
gestão multifuncional da floresta. Ao mesmo tempo que gera riqueza a
partir de um recurso disponível, contribui ainda para a fixação da
população na floreta e para a sua valorização e proteção.
As abelhas contribuem assim para a preservação da biodiversidade.
Apicultura
41
Espécies Nome vulgar Distribuição geográfica Época de floração

Principais espécies florestais
Espécies indígenas
Pinus pinaster Aiton Pinheiro-bravo Península Ibérica, Sul da França, Março –Abril
Na tabela seguinte serão indicadas
Itália Ocidental, Ilhas do
as espécies florestais
Mediterrâneo Ocidental, Marrocos do
predominantes em Portugal, a Norte, Argélia e Tunísia.
respetiva distribuição geográfica e Pinus pinea L. Pinheiro-manso Península Ibérica, Sul de França, Abril – Maio
as épocas de floração. Itália e margens do Mar Negro.
Castanea sativa L. Castanheiro Península Ibérica, Itália, Balcãs, Ilhas Maio – Junho
do Mediterrâneo, Marrocos,
Inglaterra, Bélgica, Nordeste da
Turquia, Armênia, Geórgia,
Azerbaijão, Síria.
Ceratonia síliqua L. Alfarrobeira Do Egipto à Grécia, Sul da Europa, Julho – Outubro
Ilhas Mediterrânicas, Norte de África,
Sudoeste dos Estados Unidos, Havai,
Austrália e África do Sul.
Apicultura
42
Espécies indígenas
Quercus faginea Lambert Carvalho-português Portugal, Espanha, Marrocos, Argélia e Abril – Maio (subesp.
Tunísia. faginea)
Março – Junho (subesp.
broteroi)
Quercus pyrenaica Carvalho-negral Do oeste e sudoeste de França até a Abril – Maio
Willdenow Península Ibérica (Espanha e Portugal) e
Norte de Marrocos.
Quercus robur L. Carvalho-alvarinho Da Europa até ao norte e sul da Noruega e Abril – Maio
Suécia, e do sul até a parte norte da
Península Ibérica, Sul de Itália, Península
dos Balcãs e Turquia.
Quercus rotundifolia Azinheira Parte central-ocidental da bacia do Março – Junho
Lambert Mediterrâneo, cobrindo de Portugal e
Marrocos, as ilhas do Egeu e o oeste da
Turquia, expandindo-se também para o
norte até o norte da Itália e a França.
Quercus suber L. Sobreiro Países mediterrâneos da Argélia, França, Abril – Julho
Itália, Marrocos, Portugal, Espanha e
Tunísia.
Apicultura
43

Espécies não indígenas
Eucalyptus Eucalipto Portugal, Espanha, França, Novembro –
globulus Itália Março
Labillardière
Cryptomeria Criptoméria-do- Arquipélago japonês e zonas Fevereiro – Abril

japónica (L. f.) D. japão temperadas húmidas ao
Don longo do rio Yangtze, no sul
da China, Açores e Madeira.
Apicultura
44
Espécies J F M A M J J A S O N D Exemplo de um calendário
florístico
Pinus pinaster
Pinus pinea
Castanea sativa
Ceratonia síliqua
Quercus faginea (subesp. faginea)
Quercus faginea (subesp. broteroi)
Quercus pyrenaica
Quercus robur
Quercus rotundifolia
Quercus suber
Eucalyptus globulus
Cryptomeria japónica
Apicultura
45
Calendários florísticos
No calendário florístico as diversas espécies existentes na floresta. Esta ferramenta dará indicação de quando é
necessária a ação das abelhas na polinização.
Abaixo apresenta-se um exemplo de calendário florístico, utilizando as espécies florestais predominantes em
Portugal.
No subcoberto florestal existem ainda inúmeras espécies de interesse apícola, que enriquecem ainda mais a aptidão
apícola do ecossistemas florestais, tai como são as urzes, as silvas, o rosmaninho, a esteva….
Apicultura
46
Nome vulgar Nome Botânico Época Floração Flora não arbórea importante para a apicultura
ROSMANINHO + LAVANDULA stoechas MARÇO/JUN.
CASTANHEIRO JUNHO/JULHO
MAGORIÇA,TORGA ... + CALLUNA vulgaris MARÇO/NOV.
QUEIRÓ + ERICA umbellata MARÇO /JUL.
CARDOS + CARDUNS ssp. ABRIL /SET.
ALECRIM ROSMARIN. oficinallis FEVER./MAI.
ALFAZEMA LAVANDULA spicat JUNHO /JUL.
TOMILHO THYMUS vulgaris ABRIL/MAI
ESTEVA + CISTUS ssp. FEVER./ABR.
FAVEIRA VICIA fava FEV./MAR.
BORRAGEM ++ BORAGO oficinallis ABRIL/JUL.
URZES + ERICA ssp. ABRIL/JUL.
SILVA BRAVA + RUBUS ssp. MAIO/JUL.
Apicultura
47
Nome Vulgar Nome Botânico J F M A M J J A S O N D
Flora não arbórea importante para apicultura
URZE Erica carnea (calendário florístico)
NABO Brassica napus
URZE Erica arbórea
ESPINHEIRO Prunus espinosa
ESTEVA Cistos ladaníferos
ROSMANINHO Lavandula stechas
URZE (queiró) Erica umbellata
CASTANHEIRO Castanea sativa
SILVA Rubus
CARVALHO Quercos
URZE Erica tetralix
URZE Erica vaqans
URZE Erica ciliares
URZE Erica cineria
URZE Calluna vulgaris
Apicultura
48
Flora importante para a apicultura
Eucalipto Salgueiro Medronheiro
Acacia longifolia Acacia melanoxylon

Salgueiro
Apicultura
49
Rosmaninho
(Lavandula spp.)
Esteva (Cistus ladanifer) Urzes (Erica spp.)
Apicultura
50
Árvore do Incenso Castanea Sativa
Silva - Rubus sp. Esteva
Apicultura
51
Flora com pouca importância para a apicultura
Apicultura
52
Serão as plantas todas melíferas?.....

MELADA NECTAR
Estas espécies poderão produzir três diferentes tipos de
alimentos para as abelhas, que poderão à posteriori ser
transformados em produtos para alimentação humana:
• Polen (pólen)
• Nectar (mel)
PROPOLIS PÓLEN
• Melada (mel)
Apicultura
53
Flora apícola - porquê
BASE DA ALIMENTAÇÃO E PRODUÇÃO
• Necessidades de néctar (energia) e pólen (proteína)

….Antes de sair para o apiário • Disponibilidade de alimento condiciona o desenvolvimento das
colónias
e antes de programar as tarefas
o apicultor deve aprender a ler PROGRAMAÇÃO DO MANEIO
as flores e flora envolvente….. • Adequação do maneio à disponibilidade de alimento
ORIENTAÇÃO DA PRODUÇÃO
• Transumância
• Produção de lotes – monoflorais e multiflorais
Apicultura
54
CALENDÁRIO DE FLORAÇÃO (ex região Braga 2014)
Jan Dez
jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14 ago-14 set-13 out-13 nov-13 dez-13
Eucalipto
Nespereira
Mimosa ( Acácia)
Tojo
Salgueiro
Nabo e couves
Cerejeira
Ameixieiras
Pereira
Macieira
Pessegueiro
Borragem
Giesta amarela
Giesta branca
Esteva
Castanheiro
rosmaninho
Kiwi
Laranjeira
Trevo
Urze
Silva
Milho
Hera
Loureiro
Apicultura
55

A Apicultura Integrada Nos Ecossistemas Agrícolas e Florestais

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Apicultura

1. A apicultura integrada nos ecossistemas agrícolas e florestais

1.1. Caracterização do setor

Segundo dados da FAO, a nível mundial é 77000000

1.1. Caracterização do setor

Países que apresentam maior número de

1.1. Caracterização do setor

Principais países mundiais produtores de cera de abelha

Produção mundial de mel média 2010-2014 (1000 T)

A União Europeia (UE) é o segundo maior produtor

1.1. Caracterização do setor

Na UE a produção de mel tem vindo a aumentar.

As variações que se verificam anualmente dependem das

Todavia estes níveis produtivos serão cada vez mais

1.1. Caracterização do setor

A UE é o principal importador de mel a nível mundial,

Os principais fornecedores de mel são:

1.1. Caracterização do setor

Os níveis de exportação da UE são muito baixos.

Em 2015 as exportações representaram apenas 8% da

A UE exporta sobretudo para:

1.1. Caracterização do setor

Número de apicultores Diminuído 13000 610000

• Espanha; 12000 600000

Número de colmeias Número de apicultores

Em Portugal Valor Valor Valor

1.1. Caracterização do setor

Relativamente à dimensão das explorações, é possível

Algarve Alentejo Lisboa e Norte Centro Madeira Açores Média

1.1. Caracterização do setor

Em comparação com o último triénio:

Em relação ao nível técnico, as explorações apresentam numerosos problemas,

DECRETO – LEI nº 203/2005 de 25 de Novembro

• Estabelece o regime jurídico da atividade apícola

DECRETO – LEI nº 203/2005 de 25 de Novembro

• A primeira declaração de existências deverá ser feita até 10 dias

• Obrigatória a declaração de alterações ao registo de apicultor e de

DECRETO – LEI nº 203/2005 de 25 de Novembro

• É obrigatória a aposição do número de registo do apicultor em local

DECRETO – LEI nº 203/2005 de 25 de Novembro

2—Excetuam-se do disposto no número anterior os caminhos rurais e

2—O número de colmeias por apiário tem como limite máximo

6—Para cálculo de distância entre apiários, (…) é considerada a

Um ecossistema é constituído por:

Num ecossistema agrícola, ou agroecossistema Seres Vivos

As flores podem ser:

Para garantir a produção de frutos e sementes e a

A polinização pode ser:

Para que a polinização ocorra é necessária a ação de agentes de polinização, nomeadamente:

• Gravidade (sobretudo na polinização direta)

A abelha como polinizador

Entre as espécies de plantas com flores, cerca de 88%

A abelha como polinizador

Entre os insetos polinizadores destaca-se a abelha, que é

As abelhas são assim responsáveis pela polinização de

A abelha como polinizador

Contudo, as abelhas não visitam as flores com o intuito

As florestas, que ocupam cerca de 30% da superfície

No plano de manutenção das florestas, as abelhas apresentam elevada

Pode ser indicado como exemplo o castanheiro, cuja polinização

Para além disso, a apicultura constitui nos dias de hoje uma

As abelhas contribuem assim para a preservação da biodiversidade.