Você está na página 1de 94

MICROBIOLOGIA

CLÍNICA
SUMÁRIO

MEIOS DE CULTURA EM MICROBIOLOGIA CLÍNICA...........................................................5


1. MEIO DE CULTURA.........................................................................................................................................................5
2. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS MEIOS DE CULTURA.......................................................................................5
3. PREPARO DE MEIO DE CULTURA................................................................................................................................5
4. CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE CULTURA.............................................................................................................6
5. SELEÇÃO DOS MEIOS DE CULTURA...........................................................................................................................7
6. MEIOS DE CULTURA: INESPECÍFICOS.......................................................................................................................7
7. MEIOS DE CULTURA: ESPECÍFICOS...........................................................................................................................8

MÉTODOS DE CONTROLE DE CRESCIMENTO MICROBIANO.............................................10


1. CONCEITO......................................................................................................................................................................10
2. TERMOS IMPORTANTES............................................................................................................................................10
3. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO............................................................10

COLORAÇÕES EM MICROBIOLOGIA................................................................................16
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................16

PRINCIPAIS EXAMES MICROBIOLÓGICOS.......................................................................19

UROCULTURA.................................................................................................................19
1. INFECÇÃO DO SISTEMA URINÁRIO.........................................................................................................................19
2. CONCEITOS IMPORTANTES......................................................................................................................................19
3. COLETA DE URINA.......................................................................................................................................................19
4. TRANSPORTE DO MATERIAL URINÁRIO................................................................................................................20
5. PROCESSAMENTO DA URINA...................................................................................................................................21

COPROCULTURA............................................................................................................22
1. COLETA DE FEZES.......................................................................................................................................................22
2. INSTRUÇÕES DE COLETA E TRANSPORTE DE AMOSTRAS FECAIS ...............................................................25
3. PESQUISA DE CLOSTRIDIUM DIFFICILE, CRYPTOSPORIDIUM SP E ISOSPORA...........................................25
4. TRANSPORTE DO MATERIAL....................................................................................................................................25
5. PROCESSAMENTO DE FEZES....................................................................................................................................26
6. MEIOS DE CULTURA....................................................................................................................................................27
7. CRITÉRIOS DE REJEIÇÃO DE AMOSTRA.................................................................................................................27

AMOSTRAS DO TRATO RESPIRATÓRIO...........................................................................28


1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................28
2. TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR...........................................................................................................................28
3. PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR.................................................29
SUMÁRIO

4. TRANSPORTE DAS AMOSTRAS DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR.........................................................30


5. TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR............................................................................................................................31
6. PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR..................................................32
7. BAL OU LAVADO BRONCOALVEOLAR......................................................................................................................33

CULTURA DE LÍQUOR......................................................................................................34
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................34
2. INFECÇÕES ASSOCIADAS AO CATETER.................................................................................................................34
3. INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA................................................................................................................34
4. INFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL....................................................................................................35
5. PONTA DE CATETER ...................................................................................................................................................35
6. HEMOCULTURA............................................................................................................................................................36
7. LÍQUOR...........................................................................................................................................................................38

AMOSTRAS TRATO GENITAL E TECIDOS ........................................................................40


1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................40
2. TRATO GENITAL FEMININO.......................................................................................................................................40

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE COCOS GRAM POSITIVOS.......................................46


1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE STAPHYLOCOCCUS SPP...................................................................................46
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE STREPTOCOCCUS SPP. E ENTEROCOCCUS SPP........................................51

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE ENTEROBACTÉRIAS.................................................56


1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE ENTEROBACTÉRIAS E TÍPICAS DE ALGUMAS ESPÉCIES.........................56

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS


NÃO FERMENTADORAS.................................................................................................61
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE BACTÉRIAS NÃO FERMENTADORAS.............................................................61

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE MICOBACTÉRIAS.....................................................66


1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE MICOBACTÉRIAS................................................................................................66

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS LEVEDURIFORMES....................................70

FUNGOS LEVEDURIFORMES...........................................................................................70
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................70
2. ISOLAMENTO DE FUNGOS LEVEDURIFORMES....................................................................................................70
3. MEIOS DE CULTURA PARA FUNGOS........................................................................................................................71
4. IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS LEVEDURIFORMES................................................................................................71
SUMÁRIO

SUSCEPTIBILIDADE ANTIMICROBIANA...........................................................................76
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................76
2. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS TESTES DE SUSCEPTIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS............77

INFECÇÃO POR ESPIROQUETAS.....................................................................................81


1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ESPIROQUETAS...............................................................................................81

REFERÊNCIAS.................................................................................................................84
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 5

MEIOS DE CULTURA EM
MICROBIOLOGIA CLÍNICA
1. MEIO DE CULTURA
O meio de cultura é um modo empregado em laboratório a fim de cultivar os mi-
crorganismos, sendo constituído de substâncias para o seu crescimento e multiplicação,
podendo ser definido como um cultivo artificial, uma preparação química que apresenta
um conjunto de substâncias, formuladas de maneira adequada, capazes de promover o
crescimento bacteriano, em condições de laboratório.

2. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS MEIOS DE CULTURA


Figura 1 - Condições de Crescimento Bacteriano.

Fonte de
Fonte de Energia Sais Minerais
Carbono e Nitrogênio

Fatores de
Condições Físicas Esterilização
Crescimento

Fonte: Tortora GJ, Funke BR, Case CL. Microbiologia. Artmed, 20101.

3. PREPARO DE MEIO DE CULTURA


Figura 2 - Produção de Meio em Laboratório.

Etapa 1: Pesar o Etapa 2: Transfe- Etapa 3: Hidra-


meio artificial rir para um frasco tar o meio e agitar

Etapa 4: *Avolu- Etapa 5: **Fun-


mar com água dir o meio

* Avolumar = Adicionar água até o volume especificado pelo fabricante.

** Fundir = Aquecer o material até formar uma solução (dissolver o material sólido em água).

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019.


PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 6

4. CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE CULTURA

4.1. Estados Físicos dos Meios de Cultura

Líquidos Semi-sólidos Sólidos


• Sem ágar; • Ágar 0,5%; • Ágar 1,5%;
• Turvação. • Motilidade. • Colônias

4.2. Procedência dos Constituintes

Naturais ou Complexos Artificiais ou Sintéticos


• Composição química não definida;
• Composição química definida.
• Extratos.

4.3. Composição Química

Meios básicos Meios especiais


• Além de apresentarem os mesmos cons-
• Vai permitir, somente, o crescimento do
tituintes do meio básico, também, vão
microrganismo.
apresentar outros constituintes.

4.4. Quanto a Função

d Enriquecedor: permite o crescimento de microrganismos que necessitam de


fatores de crescimento, mas não provoca a inibição do crescimento de outros. Além
das fontes nutritivas usuais, podendo conter sangue, extratos teciduais e outros
substratos. Ex.: Caldo Tetrationato, Ágar Sangue (AS), Ágar Chocolate (AC), Meio
Lowenstein Jensen (LJ).
d Transporte: mantêm as propriedades do meio, a viabilidade dos microrganismos e
impede a contaminação. Ex.: Meio Stuart e Cary Blair.
d Indicador: é utilizado no estudo das propriedades bioquímicas das bactérias,
auxiliando, assim, sua identificação. O mais simples é aquele usado no estudo das
reações de fermentação. Ex.: Agar Triple Sugar Iron (TSI) e Agar Citrato de Simmons.
d Seletivo: possui substâncias que inibem o crescimento de certos microrganismos,
porém permite o crescimento de microrganismos específicos ou grupos específicos.
Ex.: Ágar MacConkey (MC) – Seletivo para Gram-negativo, Ágar Salmonela-Shigella
(SS) – Meio seletivo para Salmonela.
d Diferenciador: contêm substâncias que separa um grupo do outro, como grupos
redutores (carboidratos), meios cromogênicos. Ex.: Ágar Sangue (AS) – diferencial
para hemólise, Ágar MacConkey (MC) – diferencial para uso de lactose.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 7

4.5. Quando a forma de preparação

d Meio pronto para uso: disponível comercialmente já preparado, estéril e, também,


distribuído em placas, tubos ou frascos.
d Meio desidratado: formulação completa ou semi-completa (bases), disponível
comercialmente na forma desidratada (Liofilizado).
d Meio formulado: preparado no laboratório.

5. SELEÇÃO DOS MEIOS DE CULTURA


d Em geral é usado mais de um tipo de meio, no sentido de fornecer condições de
crescimento a todos os patógenos possíveis de estarem presentes.
d A escolha dos meios de cultura para o processamento inicial das amostras é muito
importante e está condicionada à flora patogênica desse local.
d Para cada caso, em particular, existem os meios utilizados rotineiramente na
semeadura primária.

6. MEIOS DE CULTURA: INESPECÍFICOS


Ágar Sangue
• Isolamento não específico de microrganismos.
• Verificação de hemólise causada pelos microrganismos, espe-
cialmente, de Streptococcus sp. e Staphylococcus sp.
Ágar Chocolate
• Isolamento não específico de microrganismos exigentes.
• Sangue hemolisado: libera nutrientes fundamentais para o cresci-
mento desses microrganismos.
• Ex: Haemophilus sp., Neisseria sp. entre outros.
Ágar Sabouraud
• Meio com nutrientes que favorecem o crescimento de diversos
fungos. Como o meio não é seletivo, pode ocorrer contaminação
bacteriana.
• Para evitar a contaminação bacteriana, alguns laboratórios e al-
guns meios já acrescentam a sua base um antibiótico (Ex: Genta-
micina ou Cloranfenicol).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 8

Ágar CLED
• Isolamento não específico e quantificação de microrganismos
(bactérias e leveduras) presentes em amostras de urina.
• Permite identificar a fermentação da lactose pelas colônias.
• Inibe o crescimento do véu de Proteus sp.
Ágar Mueller-Hinton
• Isolamento não específico de microrganismos.
• Meio padrão para a realização de antibiograma pelo método de
Kirby-Bauer (disco-difusão).

7. MEIOS DE CULTURA: ESPECÍFICOS


Ágar MacConkey
• Isolamento específico de bacilos gram-negativos (enterobacté-
rias e não fermentadores), além da observação de colônias fer-
mentadoras de lactose.
• Inibe o crescimento de microrganismos gram-positivos, especial-
mente, Enterococcus e Staphylococcus.
Ágar emb
• Meio de diferenciação seletivo, que tem por objetivo isolar e dife-
renciar bacilos entéricos gram-negativos (enterobactérias e ou-
tros bastonetes gram-negativos) (CÂMARA, 2013)2.
• O emb contém corantes de eosina e azul de metileno que inibem
bactérias gram-positivas (CÂMARA, 2013)2.
• Os coliformes produzem colônias pretas-azuladas. As colônias
de Salmonella e Shigella são incolores ou apresentam coloração
âmbar transparente. As colônias de Escherichia coli apresentam
reflexo verde metalizado (CÂMARA, 2013)2.
Ágar Manitol
• Isolamento específico de bactérias do gênero Staphylococcus.
• Meio com alta concentração de sal, além de ter em sua composi-
ção indicador de pH.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 9

Ágar Salmonella-Shigella
• Isolamento específico de bacilos, além da observação de colônias
fermentadoras de lactose. Usado com a finalidade de isolar espé-
cies de Salmonella e Shigella.
• Devido a alguns de seus componentes – Sais de Bile, Verde Bri-
lhante e Citrato de Sódio -, tem poder de inibição maior contra o
crescimento de Enterococcus e Staphylococcus. Tiossulfato de
Sódio e Citrato Férrico permitem evidenciar a coloração negra das
colônias de Salmonela spp.
Ágar hektoen
• É considerado um meio moderadamente seletivo e, particular-
mente, útil no isolamento de espécies de Shigella (BECTON DI-
CKINSON GMBH, 2013)3.
Ágar Cetrimide
• Isolamento específico de Pseudomonas aeruginosa;
• A cetrimida (brometo de cetiltrimetilamônio) é um composto qua-
ternário de amônio que inibe um grande número de bactérias in-
cluindo espécies de Pseudomonas, exceto Aeruginosa.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 10

MÉTODOS DE CONTROLE DE
CRESCIMENTO MICROBIANO
1. CONCEITO
O controle do crescimento microbiano envolve inúmeras aplicações práticas em di-
versas áreas das ciências biológicas e da saúde que vão desde o estudo da patogênese e
da quimioterapia de doenças infecciosas, bem como os métodos e meios utilizados para a
prevenção destas doenças. Portanto, um aspecto relevante do controle destas infecções é
o entendimento e o uso de medidas de esterilização, desinfecção e antissepsia.

2. TERMOS IMPORTANTES
d Esterilização: é o processo de destruição ou remoção total de todas as formas de
vida microbiana (vírus, bactérias, fungos e esporos) por meio de agentes físicos ou
químicos presentes num material.
d Desinfecção: é o processo de destruição ou remoção de microrganismos patógenos
em sua forma vegetativa por meio de agentes físicos ou químicos em ambientes e objetos.
d Antissepsia: é o processo de destruição ou remoção de microrganismos patógenos
em sua forma vegetativa por meio do emprego de antissépticos em tecidos vivos.
d Assepsia: é o conjunto de medidas empregadas para impedir que determinado
local, superfície, equipamento e/ou instrumento seja contaminado, permitindo viver
um ser vivo ou um meio inerte isento de bactérias.
d Degerminação: remoção dos micróbios de uma área limitada.
d Descontaminação: o tratamento de um objeto ou uma superfície, de modo a torná-
los seguros à manipulação.
d Sanitização: o tratamento que reduz o número de microrganismos a níveis seguros
de saúde pública.
d Limpeza: operação realizada para a remoção física de sujidades (detritos, insetos,
poeira) e microrganismos (parcial) presentes em áreas e instalações.

3. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE DO


CRESCIMENTO MICROBIANO

3.1. ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR

Todos os microrganismos apresentam uma temperatura máxima de crescimento,


acima da qual o crescimento é impossível, geralmente, porque uma ou mais estruturas-
-chave celulares são destruídas ou uma proteína-chave é desnaturada.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 11

A eficácia do calor como agente esterilizante é medida por:


d Ponto de morte térmica: é a menor temperatura em que todos os microrganismos
em uma suspensão líquida específica serão mortos em 10 minutos.
d Tempo de morte térmica: é o tempo mínimo em que todas as bactérias em uma
cultura líquida específica serão mortas, em uma dada temperatura. É fortemente
afetado pelo tamanho da população testada: um maior tempo é necessário para matar
todas as células de uma população grande, do que para uma população pequena.
d Tempo de redução decimal: período requerido para uma redução do 90% na
viabilidade de uma população microbiana, a uma dada temperatura. É independente
do número original de células.

3.1.1 Esterilização pelo calor úmido

d Fervura: Elimina a maioria das formas vegetativas dos patógenos bacterianos,


vírus, fungos e seus esporos, sendo o tempo de fervura (100ºC) variável para cada
grupo de microrganismos.

Figura 3 - Processo de Fervura.

Fonte: https://ik-ptz.ru/pt/diktanty-po-russkomu-yazyku--5-klass/chto-nazy-
vayut-kipeniem-zhidkosti-bolshaya-enciklopediya-nefti-i-gaza.html

d Autoclave: É o método usado para esterilizar itens que podem suportar altas
temperaturas e pressões. A autoclave é um dispositivo de aquecimento selado que
usa vapor sob pressão para matar os microrganismos. Quanto maior a pressão na
autoclave, maior a temperatura. A autoclave utiliza vapor a uma pressão de 15psi
(libras por polegada quadrada) para alcançar 121°C, temperatura a qual morrem os
endósporos termorresistentes após 15-20 min.

Figura 4 - Câmera de Pressão da Autoclave.

Fonte - https://dronline.com.br/autoclave-vitale-class-cd-21l
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 12

d Pasteurização: utiliza um aquecimento controlado para eliminar todas as bactérias


patogênicas e reduzir o número total de microrganismos presentes, incluídos os
deteriorantes, aumentando consideravelmente o prazo de validade.
y Pasteurização de alta temperatura e curto tempo (HTST): é a mais comum,
e consiste na elevação da temperatura do líquido para 71°C durante 15 segundos
pelo controle cuidadoso da taxa de fluxo, assim como do tamanho e da temperatura
da fonte de calor. Então, o liquido é rapidamente resfriado.
y Tratamentos de temperatura ultraelevada (UHT): aquecimento a 135°C por
1 minuto, podendo ser o líquido armazenado sem refrigeração por vários meses.
y Pasteurização em massa: ocorre quando o líquido é tratado em grandes
cubas a 63-66°C por 30 minutos. Este método é menos eficiente porque o líquido
se aquece e esfria lentamente, alterando o sabor do produto final.

3.1.2. Esterilização por calor a Seco

O calor seco mata por efeitos de oxidação.


d A chama direta esteriliza efetivamente a alça de inoculação, aquecendo o fio até
obter um brilho vermelho.
d A incineração é um modo efetivo de esterilizar e eliminar papel, copos, sacos e
vestimentas contaminadas.
d A esterilização em ar quente consiste em esterilizar os itens em um forno, a uma
temperatura de cerca de 170°C mantida por aproximadamente duas horas.

Figura 5 - Chama Direta.

Fonte: CIBIO – IB/UNICAMP. Cartilha, 20174.


PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 13

3.2. ESTERILIZAÇÃO POR FILTRAÇÃO

A filtração é a passagem de um líquido ou gás através de um filtro contendo poros


com um diâmetro médio de 0,2 µM que impedem a passagem de quaisquer células que
possam estar presentes. Um vácuo é criado no frasco coletor, e a pressão do ar força a
passagem do líquido pelo filtro. Gases ou líquidos sensíveis ao calor devem ser esterili-
zados por filtração. Vários tipos de filtros são utilizados rotineiramente na microbiologia:
d Um filtro de profundidade é uma lâmina ou camada fibrosa, confeccionada por
um conjunto aleatório de fibras de papel ou de borossilicato (vidro) sobrepostas. Os
filtros de profundidade são importantes para fins de biossegurança. O fluxo laminar
de biossegurança, com o fluxo de ar para dentro e para fora da câmara passando
através de um filtro de profundidade, denominado filtro HEPA (filtro de partículas de
ar de alta eficiência). Os filtros HEPA geralmente removem partículas-teste de 0,3 µm,
ou maiores, com eficiência maior que 99,9%.
d Os filtros de membrana são o tipo mais comum de filtros utilizados para a
esterilização de líquidos em laboratórios de microbiologia. Membranas filtrantes são
compostas por polímeros que suportam altas tensões, como ésteres de celulose ou
polímeros plásticos, produzidos de forma a apresentarem inúmeros poros diminutos
de apenas 0,1 mm de espessura. Os poros de um filtro de membrana incluem, por
exemplo, tamanhos de 0,22 μm e 0,45 μm, que são destinados a bactérias. A filtração
é realizada com o auxílio de seringa, compressor ou bomba de vácuo, para forçar a
passagem do líquido através do aparato de filtração até um recipiente coletor estéril.
d O filtro nucleoporo é confeccionado por filmes com espessura de 10 mm de
policarbonato tratados com radiação, sendo em seguida cauterizados com um produto
químico, gerando poros muito uniformes. Os filtros nucleoporos são geralmente
utilizados no isolamento de espécimes para microscopia eletrônica de varredura. Os
microrganismos são removidos de um líquido ou amostra natural, como a água de
um lago, e concentrados em um único plano no filtro, onde podem ser observados ao
microscópio.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 14

Figura 6 - Filtração por Membrana.

Fonte: CIBIO – IB/UNICAMP. Cartilha, 20174.

3.3. ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E IONIZANTE

d Radiação UV: o comprimento de onda entre 220 e 300 NM, é absorvida pelo
DNA e pode causar mutações ou outros sérios efeitos a ele, podendo levar à morte
do organismo exposto. A radiação UV é útil na desinfecção de superfícies e ar, no
entanto, tem baixo poder de penetração.

Figura 7 - Mecanismo da Radiação UV.

Fonte: CIBIO – IB/UNICAMP. Cartilha, 20174.

d Radiação Ionizante: Uma radiação eletromagnética que ioniza a água, formando


radicais hidroxila altamente reativos que reagem com os componentes orgânicos
celulares, especialmente o DNA. A radiação ionizante é normalmente gerada por uma
fonte de raios X e apresenta energia e poder de penetração suficientes para matar
os microrganismos em itens volumosos. A destruição dos endósporos com radiação
ionizante é mais difícil do que a de células vegetativas, e os vírus são mais difíceis de
serem destruídos do que as bactérias.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 15

Figura 8 - Mecanismo da Radiação Ionizante.

Fonte: Bonato CC, Elnecave RH; 20115.

3.4. ÁLCOOL 70%

Segundo o Center of Diaseses Control and Prevention (CDC), o álcool 70% é um de-
sinfetante de nível intermediário (BERNARDI; COSTA, 2017)6.
O álcool possui propriedades antimicrobianas, através dos seus mecanismos de
ação pela desnaturação proteica e interferência no metabolismo antimicrobiano. É um
produto que é barato, é fácil o manuseio e possui baixa toxicidade. Entretanto, ele possui
algumas limitações, como evaporação rápida e não apresenta ação residual (BERNARDI;
COSTA, 2017)6.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 16

COLORAÇÕES EM MICROBIOLOGIA
1. INTRODUÇÃO
Existem diferentes processos que permitem corar as bactérias, como:
1) Coloração simples: é utilizado somente um corante. Esse tipo de coloração se
baseia na diferença química entre as bactérias e o meio. Quando são coradas,
apresenta um contraste, tornando a forma e estrutura das células visíveis. Os
corantes mais utilizados são azul de metileno, cristal violeta e carbolfucsina
(TRENTO, 2018)7.
Figura 9 - Coloração simples.

Fonte: https://maestrovirtuale.com/o-que-e-coloracao-simples-destaques-recursos/.

2) Coloração diferencial: é utilizado mais de um corante, mordentes e diferenciador.


Esse processo se baseia na diferença química entre as estruturas celulares, que
vai determinar as diferentes reações para variadas bactérias de acordo com o
tipo de corante. Esse processo é muito utilizado para diferenciar as bactérias e
estruturas (TRENTO, 2018)7.
Figura 10 - Coloração diferencial.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Colora%C3%A7%C3%A3o_diferencial
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 17

3) Coloração especial: são utilizados na identificação de partes especificas dos


esporos, flagelos ou como revelador da presença de cápsulas (TRENTO, 2018)7.
A coloração pelo método de Gram possui caráter diagnóstico presuntivo de triagem
ou até mesmo confirmatório em alguns casos, constitui peça importante na triagem, er-
radicação e no controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Essa técnica é
simples, rápida e tem capacidade de resolução, permitindo o correto diagnóstico em cerca
de 80% dos pacientes em caráter de pronto atendimento em nível local. Os custos com
investimento e manutenção são consideravelmente baixos diante da eficácia alcançada
com os resultados imediatos dos testes.

Figura 11 - Coloração de Gram.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-2BGram%2B.jpg

O método de Ziehl-Neelsen é tradicionalmente usado em laboratórios para o diag-


nóstico de microbacterioses devido à sua simplicidade e rapidez (Tansuphasiri e Kla-
dphuang, 20028; Kim et al., 20039; Steingart et al., 200610). O método de Ziehl-Neelsen, se
executado corretamente, desde a coleta e processamento da amostra até a baciloscopia,
permite uma eficácia diagnóstica em 80% dos casos, e por esta razão não deve ser usado
como único meio de diagnóstico laboratorial para a tuberculose. Quanto ao diagnóstico
para tuberculose, a visualização de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) em esfrega-
ços corados mediante a técnica de Ziehl-Neelsen a partir de amostras de fezes, mucosa
intestinal ou gânglio linfático, é considerada como uma boa técnica de diagnóstico rápido
(European, 200011; Kalis et al., 200412; Stewart et al., 200413; Vaughan et al., 200514).

Figura 12 - Coloração de Ziehl-Neelsen.

Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABKSUAH-0.png
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 18

Figura 13 - Coloração de Ziehl-Neelsen.

Fonte: COELHO, A. C. et al. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., 2008.


PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 19

PRINCIPAIS EXAMES MICROBIOLÓGICOS

UROCULTURA
1. INFECÇÃO DO SISTEMA URINÁRIO
É definida como a colonização ou invasão microbiana de estruturas do trato urinário
abrangendo desde a uretra até os rins e que pode ser identificada pelo isolamento de
microrganismos na urina, uretra e rins (SALZANI et al., 2019).
Em mulheres idosas, a causa da infecção urinária é devido a redução dos níveis
de estrogênio e condições inadequadas e/ou precárias de higiene (CORRÊA; CAMARGO,
200415).
O diagnóstico clínico deve levar em conta os sinais clínicos, os achados das análi-
ses hematológicas e bioquímicas, a urianálise; a cultura de urina, dentre outros (SENIOR,
2006)16.
A urocultura é o exame mais importante para o diagnóstico, porque permite o isola-
mento do microrganismo que está causando essa infecção e o estudo da sua susceptibi-
lidade a antimicrobianos (SATO et al., 200517).

2. CONCEITOS IMPORTANTES
d Bacteriúria assintomática: crescimento de ≥ 1 bactéria em urino cultura em uma
contagem ≥  105 UFC/ml na ausência de sinais ou sintomas de infecção do trato
urinário (MENDES, 201918).
d Cistite: é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral, é causada pela
Escherichia coli (BRASIL, 201519).
d Pielonefrite: é uma doença inflamatória infecciosa causada por bactérias que
atingem o parênquima renal e o bacinete, porção do rim dilatada em forma de funil
(BRUNA, 202120).

3. COLETA DE URINA

3.1. Orientações necessárias

d A coleta deve ser feita pela manhã, preferencialmente, a primeira micção do dia,
ou então após retenção de duas a três horas.
d Não fazer uso de creme/óvulo vaginal nas 24 horas que antecedem o exame.
d No dia do exame, o paciente deve tomar banho pela manhã.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 20

d Lavar muito bem, com água e sabão a região gênito-urinária.


d Enxaguar com bastante água para tirar o sabão.
d Secar com toalha limpa.

3.2. Procedimento

3.2.1. Coleta para Crianças

d Lavar as mãos e calçar luvas de procedimentos.


d Antissepsia rigorosa prévia dos genitais com água e sabão neutro e posterior
secagem com gaze estéril.

3.2.2. Bacterioscopia, cultura de aeróbios e fungos e pesquisa de fungos

d Ideal jato médio, bem indicado em crianças que urinam sob comando, usado
também em lactentes.
d Em lactentes em que não se consegue colher através do jato médio, pode-se usar
o coletor de urina, porém ele deve ser substituído a cada 30 minutos e a cada troca a
antissepsia deve ser refeita.
d Casos especiais (recém-nascidos, lactentes de baixo peso e resultados
repetidamente duvidosos) é indicada a punção vesical suprapúbica, que deverá ser
realizada por um médico.

3.3. Coleta de Urina de Pacientes com Sonda Vesical de Demora

3.3.1. Bacterioscopia, cultura de aeróbio, fungos e pesquisa de fungos

d Antes de colher a urina, a sonda deve ser mantida fechada por um período de 1 a
2 horas.
d Fazer antissepsia no dispositivo da sonda com álcool 70%.
d Coleta de 30 a 60mL de urina, em frasco de boca larga estéril de tampa vermelha,
com uso de agulha e seringa estéreis.
d Não deve ser utilizada a urina contida na bolsa coletora.

4. TRANSPORTE DO MATERIAL URINÁRIO


Transportar as amostras imediatamente ao laboratório para:
d Assegurar a sobrevivência e isolamento do microrganismo, pois o laboratório de
microbiologia trabalha basicamente em função da viabilidade dos microrganismos.
d Evitar o contato prolongado dos microrganismos com anestésicos utilizados
durante a coleta, pois eles poderão exercer atividade bactericida.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 21

d Evitar erros de interpretação nas culturas quantitativas, principalmente urina e


lavado broncoalveolar.
d Consultar o laboratório para verificar a disponibilidade dos meios de transporte.

4.1. Tempo Crítico para Entrega da Amostra ao Laboratório e Meios de Transporte

Amostra Tempo Crítico Frascos de Transporte


Urina 1 h (15 à 30ºC) Pote coletos estéril

5. PROCESSAMENTO DA URINA
A identidade da bactéria infectante isolada na cultura de urina é um dos fatores in-
dicativos de infecção, porém não podemos esquecer que existem microrganismos que
colonizam frequentemente a uretra distal de pacientes, e que raramente causam ITUs.
Cerca de 10 a 20% das pacientes apresentam colonização da mucosa vaginal e da região
periuretral por enterobactérias por esta razão, além da identificação de bactérias uropató-
genas, a avaliação do número de unidades formadoras de colônias tornou-se um critério
importante na interpretação da urocultura, já que os microrganismos colonizantes geral-
mente apresentam-se em contagens baixas.

5.1. Técnica

Figura 14 - Semeadura Quantitativa.

Fonte: https://image.slidesharecdn.com/aula-de-meios-de- aulademeiosdecultura.

Meios de cultura: As placas com meio seletivo (Mac Conkey ou EMB) e outro meio não
seletivo (Ágar Sangue de Carneiro a 5%) deverão ser incubadas 24 horas a 35-37ºC, devendo
este período ser prolongado quando as condições clínicas justificarem ou quando houver
suspeita de infecção por Gram positivos (Enterococos e Streptococcus agalactiae ou leve-
duras). Atualmente utiliza-se muito o meio CLED, que permite crescimento das enterobac-
terias, impedindo o espalhamento dos Proteus, a maioria dos gram positivos e leveduras.
É prudente a leitura em 48-72 horas quando a contagem de leucócitos ou a bacterioscopia
sugerirem infecção urinária e não for verificado crescimento bacteriano em 24 horas.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 22

Figura 15 - Meios de Cultura.

Fonte: http://lcidiagnosticos.com.br/uploads/2016/03/Agar.jpg

Nos casos de suspeita clínica de ITU por anaeróbios, o material clínico adequado
para cultura é a urina obtida por punção supra púbica e semeada de acordo com as orien-
tações do manual para cultura de anaeróbios. Os principais agentes são a E. coli, Proteus
spp. e outras enterobactérias, sendo menos frequente o Enterococo. É controvertido o pa-
pel de Staphylococcus, Gardnerella, Haemophilus, Chlamydia, Mycoplasma, Trichomonas
e vírus.

COPROCULTURA
1. COLETA DE FEZES

1.1. Orientações Necessárias

d Devem ser coletadas no início ou fase aguda da doença, quando os patógenos


estão, usualmente, presentes em maior número e, preferencialmente, antes da
antibioticoterapia.
d Utilizar frascos com conservante (por exemplo, COPROTEST ou PARATEST) que
são sistemas integrados para coleta com conservante e transporte de material fecal.
d Recomenda-se que o exame seja feito em até 10 dias após a adição da amostra
fecal no líquido diluente/conservante.

1.2. Procedimento

d Coletar as fezes e colocar em um frasco contendo salina glicerinada tamponada,


fornecido pelo laboratório, uma quantidade equivalente a uma colher de sobremesa.
Preferir sempre as porções mucosas e sanguinolentas.
d Retirar frações de fezes em diferentes partes do bolo fecal (início, meio e fim).
d Informar o turno da coleta ao laboratório (manhã, tarde ou noite).
d Se a amostra não for entregue no laboratório em até uma hora após a coleta,
conservar em geladeira a 4ºC, no máximo por um período de 12 horas.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 23

NOTA: Identificar o material com todas as informações padronizadas e enviar ao la-


boratório o mais rápido possível juntamente com a solicitação médica devidamente pre-
enchida.
Caso às fezes sejam coletadas num frasco contendo MIF (mertiolate, iodo e formol)
não é necessário colocar na geladeira, pois o líquido é conservante. É aconselhável enca-
minhar o material ao laboratório logo após o fim da coleta. No MIF, as amostras são con-
servadas por até 30 dias à temperatura ambiente.

1.3. Coleta de Swab Retal

d Para a coleta de amostras usando Swab retal, o Swab deverá ser umedecido em
solução fisiológica, água de injeção ou no próprio meio de Cary Blair.
d Este Swab umedecido será introduzido na ampola retal do paciente (+/- 2 CM),
comprimindo-o com movimentos rotatórios suaves, em toda a extensão da ampola.
Em seguida, introduzir o Swab no meio de Cary Blair.
d Todo material coletado deverá ser previamente identificado e mantido à
temperatura ambiente até o momento de transportá-lo ao laboratório à temperatura
ambiente, entre 24 a 72 horas.
d Após 72 horas manter sob refrigeração até no máximo 5 dias.
d O meio de transporte Cary Blair permite a sobrevivência dos vibriões por até quatro
semanas. Entretanto, recomenda-se que o material coletado seja encaminhado
ao laboratório o mais breve possível, porque são pesquisadas, também, outras
Enterobactérias que poderão perder a viabilidade após a coleta.
d Todas as amostras deverão ser encaminhadas ao laboratório com o máximo de
informações disponíveis. Estas informações devem constar da ficha de exames
laboratoriais para vigilância epidemiológica.

1.4. Coleta de Swab Fecal

d Coletar as fezes em frascos de boca larga e limpos e esterilizados ou bem lavados


e secos. Não utilizar substâncias químicas na desinfecção destes frascos.
d Colocar o Swab do meio de transporte Cary Blair no frasco contendo fezes e,
realizando movimentos circulares, embeber o Swab com o material fecal.
d Colocar o Swab de volta no tubo no meio de transporte.

1.5. Coleta de Amostra “in natura”

d Coletar as fezes (2–3 ML ou 3–5g) em frascos de boca larga e limpos. Utilizar,


preferencialmente, frasco estéril. Se utilizar outro tipo de frasco, deve ser limpo e
seco (não utilizar substâncias químicas na limpeza).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 24

d Identificar a amostra, cadastrar no GAL e encaminhar ao laboratório dentro de


duas horas após a coleta à temperatura ambiente.

1.6. Pesquisa de Sangue Oculto

Também conhecida por sangue oculto e sangue nas fezes. É um exame que repre-
senta uma alternativa não invasiva, de baixo custo, fácil operacionalidade e boa efetivida-
de na investigação de sangramentos causados por doenças gastrointestinais. Portanto, é
um exame útil no rastreamento do câncer colorretal ou de seus precursores benignos, os
pólipos, mesmo em indivíduos sem qualquer sintoma.

1.6.1. Preparo do Paciente

d Não precisa de dieta específica para coleta das fezes.


d Coletar as fezes durante três dias consecutivos ou a critério médico.
d Coletar uma pequena porção de fezes frescas, sem uso de substâncias laxativas
e sem contaminação da urina.
d Coletar em frascos de boca larga com tampa de rosca.
d Encaminhar ao laboratório no mesmo dia, ou no máximo, até o dia seguinte, desde
que conservado em geladeira.
d Não se deve adicionar substâncias conservantes à amostra de fezes.
Restrições à pesquisa de sangue oculto: este exame não deve ser realizado em pa-
cientes com sangramento visível, com suspeita de câncer colorretal, com idade inferior a
40 anos, já rastreado por colonoscopia ou com resultado de pesquisa positiva na expec-
tativa de um novo teste negativo.

Figura 16 - Pesquisa de Sangue Oculto.

Fonte: sc01.alicdn.com/kf/ HTB1FvlvIpXXXXbrXVXXq6xXFXXXD.jpg


PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 25

2. INSTRUÇÕES DE COLETA E TRANSPORTE


DE AMOSTRAS FECAIS
Instrumento Método Transporte Viabilidade
Introduzir o swab no es- Cary Blair
fíncter anal (+/- 2cm) apli- Cary Blair: 24-72h em
cando-se movimentos ro- (Se a temperatura de
temperatura ambiente.
tatórios suaves, em toda a transporte for muito eleva-
Swab retal da (>35ºC), recomenda-se Após 72 horas: sob refri-
extensão da ampola retal,
para que haja absorção do enviar sob refrigeração em geração (4 - 8ºC) por até
material. Em seguida, colo- caixa térmica COM bate- 5 dias.
car no meio Cary Blair. rias geladas)

Cary Blair
Imediatamente após eva- Cary Blair: 24-72h em
(Se a temperatura de
cuação, retirar 02 a 03g temperatura ambiente.
transporte for muito eleva-
Swab fecal de fezes do coletor com o da (>35ºC), recomenda-se Após 72 horas: sob refri-
swab e introduzi-lo no meio enviar sob refrigeração em geração (4 - 8ºC) por até
de Cary Blair. caixa térmica COM bate- 5 dias.
rias geladas)
Recipientes de boca larga
e limpos e/ou esterilizados
Coletar as fezes na quanti- (coletores). Até 2 horas em tempera-
Fezes in natura
dade de 2-3ml ou 3-5g. tura ambiente.
Caixa de transporte, SEM
baterias de gelo.
Observação: Essa instrução acompanha o transporte Cary Blair quando solicitado.

Fonte: Lima EG et al., 201921.

3. PESQUISA DE CLOSTRIDIUM DIFFICILE,


CRYPTOSPORIDIUM SP E ISOSPORA
d Coletar uma pequena porção de fezes frescas em frascos de boca larga com
tampa de rosca.
d Encaminhar ao laboratório no mesmo dia, ou no máximo, no dia seguinte, desde
que conservado em geladeira.
d Não se deve adicionar substâncias conservantes à amostra de fezes.

4. TRANSPORTE DO MATERIAL
Transportar as amostras imediatamente ao laboratório para:
d Assegurar a sobrevivência e isolamento do microrganismo, pois o laboratório de
microbiologia trabalha basicamente em função da viabilidade dos microrganismos.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 26

d Evitar o contato prolongado dos microrganismos com anestésicos utilizados


durante a coleta, pois eles poderão exercer atividade bactericida.
d Consultar o laboratório para verificar a disponibilidade dos meios de transporte.

4.1. Meios de Transporte

d Salina glicerinada e tamponada é indicada para Salmonella e Shigella.


d Cary Blair é indicado para todos os patógenos bacterianos intestinais, exceto
Shigella. No caso do Clostridium difficile, as fezes devem ser congeladas a menos
20°C ou submetidas ao teste rapidamente.
d Fezes e aspirados gastrointestinais podem ser transportados sob refrigeração em
frascos estéreis, e biópsias podem ser conservadas com um pouco de salina em
frasco estéril. Em geral, o meio de transporte inviabiliza a pesquisa de leucócitos nas
fezes, sugestivo de agente invasor.
d Materiais inapropriados para processamento: fezes ou material do trato digestivo
transportado a temperatura ambiente sem meio de transporte, Swab seco ou sem
sinais de fezes, biópsias secas.

4.2. Tempo Crítico para Entrega da Amostra ao Laboratório e Meios de Transporte

Amostra Tempo Crítico Frascos de Transporte


Fezes 12 h (15 à 30ºC) Cary Blair

5. PROCESSAMENTO DE FEZES
Figura 17 - Semeadura Primária.

Fonte: slideplayer.com.br/slide/CULTURASEMEADURA+PRIMARIA.jpg.

Objetivo: Obtenção de colônias isoladas. É importante não cruzar as estrias (não


tocar a alça na estria anterior), para reduzir o inóculo a cada estria e obter as colônias iso-
ladas. Pode-se, alternativamente, flambar a alça entre as estrias e tocar a ponta da estria
anterior, arrastando um pequeno inóculo para a próxima estria.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 27

6. MEIOS DE CULTURA
d Ágar Mac Conkey e Ágar Eosin Metilene Blue (EMB) são meios diferenciais, mas
não seletivos entre os Gram negativos entéricos.
d Ágar Salmonella-Shigella funciona bem para as Salmonella, mas pode inibir
Shigella.
d Ágar Xilose-Lisina-Desoxicolato (XLD) é recomendado para Salmonella e Shigella,
mesmo as mais exigentes.
d Ágar Hektoen Entérico (HE) é adequado para Salmonella e Shigella.
d Ágar Verde Brilhante (VB) é seletivo para Salmonella sp, mas não é indicado para
Salmonella typhi e S. paratyphi.
d Ágar Sulfito de Bismuto (Wilson & Blair) é seletivo para Salmonella.

7. CRITÉRIOS DE REJEIÇÃO DE AMOSTRA


d Fezes em meio de transporte acima do prazo.
d Fezes in natura coletadas a mais de 2 horas.
d Uso de antimicrobiano, antes da coleta.
d Amostras sem identificação.
d Amostras sem registro no GAL.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 28

AMOSTRAS DO TRATO RESPIRATÓRIO


1. INTRODUÇÃO
A maioria das infecções de vias aéreas superiores são autolimitadas, de etiologia
viral, porém, outras são provocadas por bactérias e exigem tratamento antimicrobiano.
Serão consideradas IVAS (infecções de vias aéreas superiores) infecções da laringe, na-
sofaringe, orofaringe, nariz, seios paranasais e ouvido médio. Como muitas vezes são in-
distinguíveis clinicamente, o diagnóstico laboratorial é fundamental. Considerando-se as
diferentes topografias associadas às infecções hospitalares, as localizadas no trato respi-
ratório inferior, têm grande importância pela frequência em que ocorrem e pela morbidade
associada. Estas infecções são classificadas basicamente em quadros de traqueobron-
quite e pneumonia.

2. TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR

2.1. Procedimento

d Lavar as mãos e calçar luvas de procedimentos.


d Solicitar ao paciente que abra bem a boca.
d Instruir o paciente que respire profundamente e abaixar a língua do paciente com
um abaixador de língua.
d Introduzir o Swab estéril, fazer esfregaços sobre as amígdalas e faringe posterior,
evitando tocar na língua e na mucosa bucal.
d Procurar o material nas áreas com hiperemia, próximas aos pontos de supuração
ou remover o pus ou a placa, colhendo o material da mucosa abaixo.
d Coletar a amostra exatamente na área inflamada, evitando outros sítios na
cavidade oral.

2.2. Nasofaringe

2.2.1. Procedimento

d Antes da coleta, limpar a narina retirando as secreções das paredes laterais e


posteriores. Pode ser solicitado ao paciente que retire o excesso de secreção nasal,
com auxílio de um lenço ou papel toalha.
d Introduzir o Swab fino em uma das narinas até encontrar resistência na parede
posterior, girando o Swab em contato com a nasofaringe por cerca de 10 segundos.
d Imediatamente introduzir o Swab no meio de transporte específico (Stuart ou
AMIES). Não refrigerar a amostra e encaminhar o mais breve possível ao laboratório.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 29

2.3. Nasal

2.3.1. Procedimento

d Lavar as mãos e calçar luvas de procedimentos.


d Introduzir o swab estéril na narina do paciente até que seja encontrada resistência.
d Rodar o swab contra a mucosa nasal.
d Repetir o processo na outra narina.
d OBS: caso a narina esteja muito seca, umedecer o swab em solução fisiológica
estéril.

3. PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS DO


TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
Os meios de cultura mais utilizados para semeadura, de materiais obtidos das vias
aéreas superiores são o Ágar Chocolate (com sangue de cavalo) e Ágar Sangue incuba-
dos em atmosfera de 5% de CO2, e Ágar MacConkey. Na rotina, não se recomenda fazer
enriquecimento, nem fazer uso de meios seletivos.
Na suspeita de infecções por anaeróbios usar meios e condições apropriadas para
o cultivo destas bactérias. Para cultura do bacilo diftérico é recomendável encaminhar a
Laboratório de Saúde Pública. O meio seletivo é o meio de Ágar Sangue Cistina-Telurito.
O bacilo também cresce em Ágar Sangue, sendo opcional fazer enriquecimento em Ágar
Loeffler Azul de Metileno.

O agente mais frequente de faringite bacteriana é o Streptococ-


cus pyogenes. Em pacientes hospitalizados o trato respiratório
superior pode ser colonizado por Pseudomonas aeruginosa, Aci-
netobacter spp., Klebsiella pneumoniae e outras enterobactérias.
Faringite Esses micro-organismos não são patógenos de faringe e não
devem ser reportados nos resultados de rotina. Porém se o pa-
ciente for imunocomprometido, e houver solicitação do médico,
essas bactérias serão consideradas para laudo e teste de sensi-
bilidade.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 30

Nasofaringe: o material coletado para diagnóstico da infecção


deve ser aspirado através do nariz; utilizado para o diagnósti-
co de coqueluche, Mycoplasma e alguns casos de difteria. Para
a detecção de meningococo a amostra deve ser coletada com
swab ou por aspiração e semeada imediatamente em meios ade-
quados. Deve ser lembrado que para detecção de portadores de
meningococo, deve ser coletado material com zaragatoa de ara-
Nasofaringe e me, e semeado imediatamente em meios adequados.
Mucosa Nasal Nariz: 20 a 25% dos indivíduos sadios são portadores de Sta-
phylococcus aureus no nariz, e no ambiente hospitalar esta taxa
pode aumentar. Alguns autores associam a colonização nasal
por este micro-organismos com o aumento do risco de infecção
hospitalar em pacientes submetidos a cirurgias e a programas
de diálise peritoneal contínua (CADP). Nestes casos de risco, co-
lher material das narinas para pesquisa de Staphylococcus au-
reus, com teste de susceptibilidade à mupirocina.

4. TRANSPORTE DAS AMOSTRAS DO


TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
d O material coletado deve ser identificado separadamente para cada sítio a ser
processado (CSV BACTERIOLOGIA, 202122).
d O material que foi coletado por aspiração com volume maior ou igual a 5 mL,
pode ser inserido no frasco de hemocultura e enviado em até 12 horas à temperatura
ambiente em caixas térmicas apropriadas (CSV BACTERIOLOGIA, 202122).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 31

5. TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR

5.1. Escarro

5.1.1. Procedimento

Figura 18 - Coleta de Escarro.

Fonte: scontent-ort2-2.cdninstagram.com

5.2. Lavado Broncoalveolar (BAL)

5.2.1. Procedimento

d Utilizado para obtenção do agente etiológico das pneumonias associadas à


ventilação mecânica e em pacientes imunodeprimidos, sendo considerado o método
mais fidedigno para investigação microbiológica do trato respiratório inferior.
d O material deverá ser obtido antes das biópsias e de escovados para se evitar
excesso de sangue.
d Procedimento realizado por equipe médica especializada.
d Nesse procedimento são injetados aproximadamente 100 ML de solução fisiológica
estéril utilizando o canal do broncoscópio. Após 03 a 05 minutos, é recuperado, por
aspiração, um volume de no mínimo 40% do volume injetado.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 32

d Esta coleta pode ser feita em dois ou mais frascos estéreis. É importante que se
anote nos frascos a ordem da obtenção das amostras.
d O tempo de transporte da amostra é essencial devendo estar em torno de 30
minutos, sendo o máximo aceitável de 2 horas em temperatura ambiente.

Figura 19 - Lavado Bronco Alveolar.

Fonte: quantocusta.org/broncoscopia-exame.jpg

6. PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS DO


TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR
Amostras aceitáveis Amostras inaceitáveis
Escarro Saliva (enviada como escarro)
Lavado bronco-alveolar, escovado brôn- Swab endotraqueal, cânula ou tubo endo-
quico e biópsia brônquica traqueal

6.1. Escarro

No caso da necessidade do processamento da amostra nestas condições, é reco-


mendável uma observação no laudo final do exame, dizendo que o material coletado está
contaminado com material de orofaringe. Faz-se exceção a esta regra, escarro com o ob-
jetivo de diagnosticar presença de micobactérias, vírus, fungos (Paracocidioidis brasilien-
sis, Histoplasma spp., etc.) e aqueles provenientes de pacientes imunodeprimidos.
d Pneumocistis carinii: Para diagnóstico de pneumonia por Pneumocistis carinii
em pacientes com HIV ou imunossuprimidos, o escarro pode ser útil em mais de
50% dos casos, pelo uso da coloração de Giemsa ou Gomori methenamina prata ou
azul de toluidina ou ainda de imunofluorescência com anticorpos monoclonais que
apresentam uma sensibilidade de 80% e especificidade de 90%.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 33

d Legionella pneumophilia: Para diagnóstico de legionelose (Legionella pneumophlia)


o escarro ou outros materiais, obtidos por vias invasivas ou não, podem ser úteis no
diagnóstico pela imunofluorescência direta com anticorpos monoclonais.
d Chlamydia pneumoniae: Os recursos imunológicos para teste no escarro
(Elisa e imunofluorescência) oferecem baixa sensibilidade e especificidade para
caracterização da pneumonia por Chlamydia pneumoniae. Quando agentes como
Mycobacterium tuberculosis, Legionella spp., e Pneumocistis carinii são encontrados
no escarro, devem ser considerados patogênicos, independente da avaliação de
qualidade do escarro.
A amostra deve ser encaminhada diretamente ao laboratório e se não processada no
prazo de 1-2 horas pode resultar em perda de patógenos fastidiosos e em proliferação de
bacilos Gram negativos (enterobactérias e não fermentadores).

7. BAL ou Lavado Broncoalveolar


No lavado bronco-alveolar recupera-se 5 a 10 vezes o volume de bactérias do esco-
vado, visto que a diluição de 1mL de secreção se faz em 10 a 100mL de soro fisiológico,
de forma que a contagem de 104 UFC/ML a partir do material recebido no laboratório,
representa 105 a 106 UFC/ML na secreção pulmonar.
Em pacientes com forte suspeita clínica de pneumonia, valores a partir 102-103 de
cada agente isolado para escovado e 103-104 UFC/mL para o lavado podem também ser
significativos; o uso de antimicrobianos estaria recomendado.

Figura 20 - Contagem de Bactérias Viáveis.

Fonte: image.slidesharecdn.com/crescimento-bacteriano-73-638.jpg?cb
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 34

CULTURA DE LÍQUOR
1. INTRODUÇÃO
A presença de microrganismos viáveis no sangue do paciente pode levar a um con-
siderável aumento da morbidade e da mortalidade. Devemos também lembrar que este
fato representa uma das mais importantes complicações do processo infeccioso, o que
torna a hemocultura um exame de significativo valor preditivo de infecção. Embora qual-
quer infecção localizada possa se disseminar para o sangue, a bacteremia e/ou fungemia
geralmente são, mais frequentemente, devidas a dispositivos intravasculares (cateteres),
infecções abdominais, infecções dos tratos respiratório e urinário. Bacteremia e fungemia
são termos que simplesmente identificam a presença de bactérias ou fungos no sangue.

2. INFECÇÕES ASSOCIADAS AO CATETER


O cateter é um dispositivo utilizado para fluidoterapia, administração de fármacos,
produtos sanguíneos, alimentação parentérica, monitorização hemodinâmica ou reali-
zação de outras técnicas de substituição renal, entre outros. Apesar de ser uma técnica
benéfica para o paciente, seu uso, também, pode estar associado a riscos, como o sur-
gimento de infecções nosocomiais da corrente sanguínea. A suspeita de infecção ocorre
quando há presença de bacteremia ou inflamação do local que o cateter está inserido.
Após confirmação, é necessário fazer hemocultura para identificação do agente (SILVA;
OLIVEIRA; RAMOS, 200923).

Figura 21 - Infecções associadas ao cateter.

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2298953/.

3. INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA


Pode ser causada por bactérias ou por fungos. São classificadas em:
d Primária: Inoculação direta do microrganismo na corrente sanguínea.
d Secundária: O microrganismo se desloca de um sítio para a corrente sanguínea.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 35

4. INFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL


As infecções do SNC podem ocorrer devido a diferentes patógenos, como os vírus,
bactérias, fungos e parasitas (FERNANDES; VALLER, 201424).
O diagnóstico da infecção do SNC é baseado nas manifestações clínicas dos pacien-
tes (febre, cefaleia, irritação meníngea, síndrome de hipertensão intracraniana e achados
focais). Assim, os principais exames utilizados para diagnóstico são exames do líquido
cerebroespinhal e de imagem (FERNANDES; VALLER, 201424).

5. PONTA DE CATETER

5.1. Procedimento

d Fazer uma rigorosa antissepsia da pele ao redor do cateter seguindo as normas


preconizadas para a retirada deste.
d Remover o cateter e assepticamente cortar 5 cm da parte mais distal, ou seja, a
que estava mais profundamente introduzida na pele. Não usar tesouras embebidas
em soluções antissépticas.
d Colocar a ponta do cateter em um frasco cônico graduado estéril fornecido pelo
laboratório. O material deve ser transportado imediatamente ao laboratório para que a
microbiota original seja mantida. A presença de um número maior ou igual a 15 colônias
de um único tipo de bactéria sugere que a ponta de cateter pode ser fonte de infecção.

5.2. Transporte do material biológico

d Colocar o pedaço de cateter de forma asséptica num frasco estéril, sem meio
de cultura e transportar imediatamente em temperatura ambiente ao laboratório
evitando sua excessiva secagem (no máximo 1 hora após a coleta).
Obs. Não há significado clínico estabelecido para cultura de ponta de cateter sem
hemocultura simultânea.

5.3. Processamento das Amostras

5.3.1. Cultura Semiquantitativa da Superfície de Cateter (Método de Maki)

É o método mais utilizado para determinar a relação entre colonização do cateter e


infecção. O segmento do cateter é rolado (evitar esfregar) 4 a 5 vezes sobre a superfície
de uma placa de ágar sangue, com auxílio de uma pinça estéril. Após incubação durante
18-24 horas à 37°C, é realizada uma análise quantitativa, e a detecção de 15 UFC ou mais
colônias é correlacionada com o fato de o cateter constituir a fonte de infecção. Técnicas
quantitativas pareadas ou não com hemocultura periférica são mais específicas que as
técnicas semiquantitativas.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 36

Figura 22 - Semeadura por Rolamento (Método de Maki).

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com/images

5.4. Técnicas Quantitativas

Segmento de cateter (lúmen e/ou superfície externa):


d Cultura do lúmen: o lúmen do cateter pode ser cultivado injetando-se salina no
seu interior com uma agulha.
d Cultura da superfície externa: agita-se no mixer o segmento do cateter em
salina. Faz-se cultura quantitativa (semeia-se 100µl do lavado em Ágar sangue). É
considerado significativo quando a contagem for ≥ 102 UFC pelo segmento de cateter
analisado.

6. HEMOCULTURA

6.1. Procedimento

d Colher antes da administração de antibióticos.


d Lavar as mãos e secá-las.
d Remover os selos da tampa dos frascos de hemocultura e fazer assepsia prévia
nas tampas com álcool 70%.
d Garrotear o braço do paciente e selecionar uma veia adequada. Esta área não
deverá mais ser tocada com os dedos. Fazer a antissepsia com álcool 70% de forma
circular e de dentro para fora.
d Aplicar solução de iodo (tintura de iodo 1% a 2% ou PVPI 10%) também com
movimentos circulares e de dentro para fora. Para ação adequada do iodo, deixar
secar por um a dois minutos antes de efetuar a coleta.
d Coletar a quantidade de sangue e o número de amostras recomendados de acordo
com as orientações descritas ou se discriminadas no pedido médico.
d Remover o iodo do braço do paciente com álcool 70% para evitar reação alérgica.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 37

d Identificar cada frasco com todas as informações padronizadas e enviar ao


laboratório, juntamente com a solicitação médica devidamente preenchida.

Figura 23 - Coleta de Hemocultura.

Fonte: kurin.com/uploads/Collection-from-a-peripheral-IV-catheter.jpg

6.2. Transporte de Material Biológico

d Nunca refrigerar o frasco.


d Manter o frasco em temperatura ambiente e encaminhar o mais rápido possível
para o laboratório.
d Identificar o tubo com o nome do paciente, material, data e hora da coleta.

6.3. Processamento das Amostras

d Embora amplamente utilizada por razões de custos, não é a metodologia mais


indicada, por ser mais trabalhosa, além de favorecer a possibilidade de contaminação
das amostras examinadas.
d Além do frasco contendo caldo BHI ou peptona de soja, o meio manual mais
interessante inclui uma fase líquida e outra sólida, como o meio de Castañeda,
permitindo a observação de crescimento na superfície do ágar.
d Um mínimo de sete dias de incubação e agitação moderada dos frascos são fatores
importantes para uma maior positividade das amostras; pelo menos três subcultivos
enriquecidos em ágar chocolate deve ser realizados durante este prazo. Tanto os
frascos de hemocultura como os subcultivos, devem ser mantidos a temperatura de
36 a 37°C.
d O primeiro subcultivo pode ser feito após 24 horas de incubação, o segundo após
72 horas e o terceiro após uma semana.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 38

d A grande maioria dos microrganismos é isolada nas primeiras 72 horas após a


coleta do sangue. Em suspeitas diagnósticas de microrganismos de crescimento mais
lento, períodos mais prolongados de incubação devem ser indicados. Comumente
incuba-se à temperatura entre 35 a 37°C.
d A observação dos frascos pode ser feita diariamente, procurando-se evidências
macroscópicas de crescimento de microrganismos como: hemólise, turbidez,
produção de gás, bolhas, película de crescimento, grumos, etc.

7. LÍQUOR

7.1. Procedimento

d A coleta deve ser realizada por equipe médica especializada.


d Recomenda-se jejum.
d Após antissepsia correta da pele, realizar a coleta. Caso a coleta permita a
disponibilidade de material apenas para um tubo, este deve ser estéril e o laboratório
de microbiologia deverá ser o primeiro a manipulá-lo.
d Colher no mínimo 2 mL de líquor e enviar ao laboratório imediatamente.
d O material para cultura não deve ser colocado em geladeira.

Figura 24 - Coleta do Líquor.

Fonte: img.medicalexpo.es/images_me/photo-g/96129-9272474.jpg

7.2. Transporte de Material Biológico

d O meio de transporte é o ágar chocolate em tubo inclinado fornecido pelo Lacen.


d Deve ficar acondicionado em geladeira em sacos plásticos para evitar
ressecamento.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 39

d Antes de usar, retirar o meio da geladeira, checar a validade e deixar por 30 minutos
na bancada ou colocar na estufa a 36 ± 1°C para a temperatura equilibrar com a do
ambiente.
d Identificar o tubo com o nome do paciente, material, data e hora da coleta.

7.3. Processamento das Amostras

d Os tubos na rotina hospitalar, devem ser usados na seguinte sequência:


y 1º exame bioquímico.
y 2º exame de Celularidade.
y 3º exame Microbiológico.
d Entretanto, a coleta da amostra em tubos específicos para cada um desses exames,
aumenta a sensibilidade do exame micológico e, por isso, deve ser recomendada.
OBS: O Líquor deve ser sempre concentrado por centrifugação (1500 a 2000 RPM
por 10 minutos). Os materiais coletados como “swabs” devem ser eluidos em solução sa-
lina e, também, devem ser centrifugados. O sedimento obtido é o material adequado para
o exame microscópico e semeadura em meios de cultura.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 40

AMOSTRAS TRATO GENITAL E TECIDOS


1. INTRODUÇÃO
Os microrganismos que colonizam o trato genital feminino incluem lactobacilos, dif-
teróides, Gardnerella vaginalis, Staphylococcus coagulase negativos, Staphylococcus
aureus, Streptococcus agalactiae, Enterococcus spp., estreptococos alfas e gama he-
molíticos, Escherichia coli e leveduras. A uretra masculina, normalmente, contém relativa-
mente poucos microrganismos encontrados na pele, tais como: estafilococos, micrococ-
cus, corynebactérias e estreptococos alfa hemolíticos.
As infecções cutâneas envolvem uma grande diversidade de agentes etiológicos e
mecanismos patogenéticos múltiplos. Tais infecções podem ser tanto monomicrobianas,
tais como feridas infectadas por estafilococos, ou polimicrocrobianas, como em algumas
condições gangrenosas causadas por estreptococos microaerófilos e anaeróbios.

2. TRATO GENITAL FEMININO

2.1. Secreção Vaginal

2.1.1. Procedimento

Figura 25 - Coleta de Secreção Vaginal.

Fonte: 1.bp.blogspot.com/2Bgenital%2Bfemininabiomedicina.png.

2.1.2. Orientações Necessárias

d Não fazer uso de creme e/ou óvulo vaginal.


d Não fazer uso de ducha vaginal e/ou lavagem interna nas 48 horas anteriores do
exame.
d Recomenda-se que a paciente não esteja menstruada.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 41

d A paciente deve estar em abstinência sexual por 02 dias, pelo menos.


d Cada instituição deverá ter suas normas de coleta particularizadas de acordo com
o tipo de sistema utilizado (manual x automatizado) e do tipo de paciente.
d Não estar fazendo uso de antibióticos ou quimioterápicos.
OBS: A coleta deste material deve ser feita preferencialmente pela manhã, sem que a
paciente tenha feito higiene íntima e que esteja há pelo menos 02 horas sem urinar.

2.1.3. Exame a Fresco

d Colher material do canal vaginal com um swab, colocá-lo em um tubo com 1 mL


de solução fisiológica estéril, e homogeneizar.

2.1.4. Bacterioscopia

d Colher material do canal vaginal com um swab e fazer um esfregaço de forma


homogênea, rolando o swab sobre a lâmina.

2.1.5. Cultura de aeróbio e fungos

d Inserir um swab estéril no canal vaginal e rodar por alguns segundos sobre o fundo
do saco. Retirar e introduzir no meio de transporte amies com carvão.

2.2. Secreção Endocervical

2.2.1. Procedimento

Figura 26 - Coleta de Secreção Endocervical.

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com/imagesIQm6P0jJvT4
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 42

2.3. Secreção uretral

2.3.1. Homens

2.3.1.1. Procedimento

Figura 27 - Coleta de Secreção Uretral Masculina.

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com/imagesIQm6P0jJvT4

2.3.1.2. Exame a fresco

d Utilizar o mesmo swab que foi colhida a bacterioscopia e colocá-lo em um tubo


com 1 mL de solução fisiológica estéril.

2.3.1.3. Bacterioscopia

d Fazer a expressão do pênis (desde a base), para que a secreção se exteriorize,


com um swab comum estéril, realizar a coleta introduzindo-o, se possível, de 2 a 3
cm no canal uretral e fazer um esfregaço de forma homogênea, rolando o swab sobre
a lâmina.

2.3.1.4. Cultura de aeróbios e fungos

d Introduzir um swab alginatado estéril se possível a 4 cm no canal uretral e fazer


cuidadosamente movimentos rotatórios. Colocar o swab em meio de transporte
Amies com carvão.

2.3.2. Mulheres

2.3.2.1. Procedimento

d Lavar as mãos e calçar luvas de procedimentos.


d Estimular a eliminação da secreção massageando delicadamente a uretra contra
a superfície púbica através da vagina.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 43

2.3.2.2. Exame a fresco

d Colher o material da uretra com swab estéril, colocá-lo em um tubo com 01 mL de


solução fisiológica estéril, e homogeneizar.

2.3.2.3. Bacterioscopia

d Colher o material da uretra com um swab estéril e fazer um esfregaço de forma


homogênea, rolando o swab sobre a lâmina.

2.3.2.4. Cultura de aeróbios e fungos

d Colher o material com swab estéril e colocá-lo em meio de transporte amies com
carvão.

2.4. Orientações necessárias

d O paciente não deve manter relação sexual por 48 horas anteriores a coleta.
d Não tomar banho antes da coleta.
d Não fazer uso de medicamentos tópicos nas 12 horas que antecedem o exame.
d Estar no mínimo 02 horas sem urinar.
d Informar medicamentos em uso nos últimos 07 dias.

2.5. Esperma

2.5.1. Procedimento

2.5.1.1. Bacterioscopia, cultura de aeróbio, fungos e pesquisa de fungos

d O material é coletado por processo de masturbação.


d O paciente deve ejacular dentro de um frasco de boca larga e estéril.

2.5.1.2. Orientações necessárias

d O paciente deve estar no mínimo por 48 horas em abstinência sexual.

2.6. Processamento da Amostra do Trato Genital

2.6.1. Infecções do Trato Genital

2.6.1.1. Candidíase vulvovaginal

A candidíase vulvovaginal não é tradicionalmente considerada como doença sexu-


almente transmitida, pois ocorre em mulheres celibatárias e a Candida spp. Também faz
parte da microbiota vaginal normal. Episódio individual de candidíase vulvovaginal parece
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 44

não estar relacionado à faixa etária nem ao número de parceiros ou frequência de relações
sexuais.

2.6.1.1.1 Diagnóstico Laboratorial

d Exame direto a fresco e/ou após coloração pelo método de Gram.


d Exame colpocitológico pelo Papanicolau.
d Isolamento em meios de cultura comuns (Ágar Sangue, Ágar Sabouraud).
d Antifungigrama com drogas específicas: miconazol, fluconazol, ketoconazol,
itraconazol, clotrimazol e nistatina.
d Pesquisa de Candida albicans por metodologia de sondas de DNA.

2.6.2. Tricomoníase

A Trichomonas vaginalis afeta aproximadamente 180 milhões de mulheres em todo o


mundo. Em muitos países industrializados a prevalência da tricomoníase tem diminuído.
A Trichomonas vaginalis é identificada em 30-40% dos homens, parceiros sexuais de mu-
lheres infectadas. Ela, também, está associada com outras doenças sexualmente trans-
mitidas. Na mulher, a tricomoníase varia de portadora assintomática até doença aguda
inflamatória.

2.6.2.1 Diagnóstico Laboratorial

d Exame direto a fresco e/ou após coloração pelo Gram.


d Exame colpocitológico pelo Papanicolau.
d Isolamento em meios de cultura específicos (Roiron, Kupferberg, Diamond).
d Pesquisa pela metodologia de sondas de DNA.

2.6.3. Vaginose Bacteriana

É a mais frequente causa de vaginite em mulheres sexualmente ativas. Além da Gar-


dnerella vaginalis outras bactérias estão envolvidas, tais como: Mobilluncus spp., Bacte-
roides spp. e Mycoplasma hominis.

2.6.3.1. Diagnóstico Laboratorial

d pH vaginal > 4,5; odor desagradável após a adição de KOH 10% à secreção.
d Bacterioscópico pelo Gram: ausência ou diminuição de leucócitos e de lactobacilo,
presença de “clue-cells”, grande quantidade de bacilos Gram-variáveis (lábeis).
d Pesquisa pelo uso de metodologia de sondas de DNA.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 45

2.6.4. Gonorreia

A gonorreia é uma doença antiga e o agente, Neisseria gonorrhoeae, foi descrito por
Neisser em 1879. O sucesso e a persistência histórica do gonococo como patógeno am-
plamente distribuído se deve ao fato de que o homem é o único hospedeiro natural e a
forma de transmissão mais comum é a via sexual.

2.6.4.1 Diagnóstico Laboratorial

d Detecção de antígenos por Elisa.


d Isolamento em meios de cultura específicos (Thayer-Martin ou similar).
d Identificação das colônias através de provas bioquímicas manuais ou
automatizadas, Imunofluorescência direta ou coaglutinação.
d Técnicas moleculares como pesquisa pela metodologia de sondas de DNA ou por
técnicas de amplificação (PCR).
d Pesquisa de β-lactamase.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 46

h
ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO
DE COCOS GRAM POSITIVOS
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE STAPHYLOCOCCUS SPP.
Staphylococcus são cocos gram positivos que crescem num padrão parecido com o
de cachos de uva (podendo aparecer em espécimes clínicos como células únicas, pares,
ou pequenas cadeias).
d Imóveis
d Não esporulam
d Algumas cepas capsuladas
d Resistem a meios com alta concentração salina
O gênero consiste, atualmente, em 49 espécies e 27 subespécies (Murray et al, 2016),
muitas das quais são encontradas na pele e mucosa humana.
As espécies associadas a doenças no homem são S. aureus, S. epidermidis, S. ha-
emolyticus, S. lugdunensis e S. saprophyticus.
O S. aureus é a espécie humana mais comum a produzir a enzima coagulase, e, por-
tanto, essa propriedade é um teste diagnóstico útil, a maioria das outras espécies de Sta-
phylococcus não produzem a coagulase e são referidos coletivamente como Staphylococ-
cus coagulase-negativo.

1.1. Staphylococcus aureus

1.1.1. Isolamento

As colônias de estafilococos são, geralmente, de crescimento mais rápido, lisas, bu-


tirosas e convexas, com borda contínua e coloração branco-porcelana ou cinzas, podem
ter pigmento amarelo ou amarelo-alaranjado, podendo apresentar hemólise.

Figura 28 - S. aureus com padrão de hemólise

Fonte: biomedicinaemacao.com.br/2015/02/staphylococcus-aureus-caracteristicas.html
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 47

1.1.2. Identificação

1.1.2.1. Teste de Fermentação do Manitol

1
2

Fazer pequenos círculos no


ágar com a colônia suspeita

Incubar a 35±2ºC por 18 - 24 h

Fonte: https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/artigo_1.html

d Micrococcus sp.
d Staphylococcus coagulase negativo.
d S. aureus.

1.1.2.2. Prova da Catalase

Tem por finalidade verificar a presença da enzima catalase, que decompõe H2O2 em
água e O2 e, desta forma distinguir os grupos estafilococos e estreptococos.
Retira-se uma colônia do meio de cultura. Colocar a colônia sobre uma lâmina de
vidro e adicionar uma gota de (água oxigenada).

+ Staphylococcus spp.

- Streptococcus spp.

Fonte: aia1317.fandom.com/pt-br/wiki/Bacteriologia_m%C3%A9dica:_estudo_do_g%C3%AAnero_Streptococcus
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 48

1.1.2.3. Teste da Oxidase

Os Staphylococcus são oxidase negativo, logo, é mais um teste para auxiliar na iden-
tificação do gênero. Micrococcus spp. são positivos.

Fonte: telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22086/mod_resource/content/1/manualNeisseria.pdf

1.1.2.4. Prova da Coagulase


a) Em tubo: Verifica se o microrganismo possui a coagulase (ou fator aglutinante)
livre e ligada, que reagindo com um fator plasmático, forma um complexo, que atua
no fibrinogênio do plasma formando a fibrina.

S. coagulase negativo

0,5 mL de plasma Adicionar colônia direta- S. aureus


mente no plasma. Incubar
a 35±2ºC em estufa ou ba-
nho-maria incubar por 24 h

Fonte: slideplayer.com.br/amp/2333667/

b) Lâmina: Verifica se o microrganismo possui a coagulase (ou fator aglutinante)


ligada na superfície da parede celular, que reagindo com o fibrinogênio do plasma,
causa a coagulação do mesmo.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 49

S. coagulase negativo S. aureus

2 gotas de salina em uma


lâmina; emulsionar uma
colônia isolada a ser tes-
tada; colocar uma gota
de plasma e misturar.

Fonte: slideplayer.com.br/slide/288814/

1.1.2.5. Teste de Resistência a Novobiocina

Utilizado para diferenciação entre S. saprophyticus e S. epidermidis, sendo o primei-


ro resistente a novobiocina.

Semear como antibiograma em ágar Müel-


ler-Hinton; colocar um disco de novobioci-
na 5 µg/mL; Incubar a 35±2ºC por 18 - 24 h

Resistente: 6-12 mm de halo (S. saprophyticus);


Sensível: ≥16 mm (S. epidermidis).
Fonte: edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5520156/mod_resource/con-
tent/1/COCOS%20G%20Pos%20e%20Neg%202020.pdf

1.1.2.6. Teste de Uréase

Utilizado para diferenciação entre S. epidermidis e S. haemolyticus.


O S. epidermidis é capaz de converter ureia em amônia, levando a uma mudança de
cor no meio devido a presença de um indicador (vermelho de fenol).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 50

d Amostra é inoculada no meio.


d Incubar a 35 °C por 18-24 horas e observar o resultado.
d S. epidermidis: positivo com mudança de cor.
d S. haemolyticus: sem alteração no meio.

Fonte: news-medical.net/life-sciences/Biochemical-Tests-for-Microbial-Identification-(Portuguese).aspx

1.1.2.7. Distinção Entre Sthapylococcus spp. e Micrococcus spp.


a) Na coloração de gram:

Fonte: biomedicinaemacao.com.br/2015/02/staphylococcus-aureus-caracteristicas.html

b) No teste da oxidase:
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 51

c) No teste de resistência à bacitrina:

Fonte: slideplayer.com.br/slide/8292355/

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE STREPTOCOCCUS


SPP. E ENTEROCOCCUS SPP.
Os gêneros Streptococcus e Enterococcus são um conjunto de cocos gram positivos
tipicamente arranjados em pares ou em cadeias. Maioria das espécies são anaeróbios
facultativos, e alguns precisam de uma atmosfera acrescida de dióxido de carbono (cap-
nofilia).
Ambos os gêneros são catalase negativo e imóveis.

Fonte: unirio.br/ib/dmp/nutricao-integral/aulas-praticas/Tecnicas%20de%20Semeadura%20-%202019.2.pdf

Em suma, os Streptococcus β-hemolíticos (hemólise completa) são classificados pelo


Grupo de Rebeca Lancefield. Os α-hemolíticos (hemólise incompleta) e os γ-hemolíticos
(sem hemólise) são classificados por testes bioquímicos. O último grupo é referido como
grupo viridans.
Os Enterococcus (coco entérico) foram previamente classificados como Streptococ-
cus do grupo D, por possuírem o mesmo antígeno de parede do grupo, um ácido teicóico
de glicerol.
Atualmente, são 54 espécies no gênero, no entanto, poucos são patógenos de impor-
tância humana. As espécies mais comumente importantes são Enterococcus faecalis e En-
terococcus faecium. Enterococcus gallinarum e Enterococcus casseliflavus são coloniza-
dores comuns do TGI e são importantes por conta da resistência intrínseca à vancomicina.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 52

2.1. Grupo de Rebeca Lancefield

GRUPO ESPÉCIES REPRESENTATIVAS DOENÇAS


Faringite, infecções de pele e tecidos
S. pyogenes moles, bacteremia, febre reumática,
A
glomerulonefrite aguda.
Grupo S. anginosus Abscessos.
Doenças neonatais, endometrite, in-
fecções de feridas, ITU, bacteremia,
B S. agalactiae
pneumonia, infecções de pele e tecido
mole.
C S. dysgalactiae Faringite, glomerulonefrite aguda.
Grupo S. anginosus Abscessos.
F, G
S. dysgalactiae Faringite, glomerulonefrite aguda.
Fonte: ufjf.br/ppgpmi/files/2010/04/aula-microbiologia2.pdf

A classificação recebeu o nome por conta da pesquisadora Rebecca Lancefield que


desenvolveu o esquema de classificação sorológica em 1933. As cepas β-hemolíticas
possuem antígenos específicos dos grupos nas paredes celulares, a maioria deles são
carboidratos. Esses antígenos podem ser prontamente detectados por ensaios imunoló-
gicos e tem sido úteis para rápida identificação de alguns estreptococos patogênicos.

2.1.1. Padrões de Hemólise


1) β -hemolíticos: é caracterizado pela lise completa das hemácias que rodeiam
a colônia, ocorrendo uma zona transparente (zona de lise total) ao redor da
colônia.
2) α-hemolíticos: é caracterizado por uma hemólise parcial, associada com a perda
parcial de hemoglobina pelas hemácias, ocorrendo uma zona cinza-esverdeada
no meio de cultura ao redor da colônia.
3) γ-hemolíticos: é caracterizado pela ausência de hemólise.

Fonte: microbiologyinfo.com/camp-test-principle-uses-procedure-result-interpretation/
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 53

2.1.2. Identificação de α-hemolíticos

Para diferenciação entre S. pneumoniae e os estreptococos do grupo Viridans são


realizados dois testes: sensibilidade a optoquina e o teste da bile solubilidade.
a) Prova de optoquina

Preparar uma sus- S. pneumoniae


pensão com a colô- Semear em ágar. Após cresci-
nia e salina corres- mento, adicionar disco de op-
pondendo 0,5 na es- toquina, incubar em capnofilia
cala de McFarland

Fonte: slideplayer.com.br/slide/8292355/

Resultado: S. pneumoniae é sensível a optoquina ≥14mm (se halo entre 8 e 13 rea-


lizar bile solubilidade, se positivo confirma S. pneumoniae). Grupo viridans: resistente a
optoquina e bile resistente.

b) Bile solubilidade
Detergentes fracos têm a capacidade de lisar o S. pneumoniae, eles ativam enzimas
auto líticas produzidas por ele, acelerando a reação lítica das bactérias. A turvação gerada
pela bactéria ficará límpida ou parcialmente assim após adição dos sais biliares.

C T

1ª cepa 2ª cepa
Preparar uma suspensão bacteriana densa, separar dois
tubos de ensaio com transparência adequada para ob-
servar a presença de suspensão bacteriana. Marcar um
com “C” (tubo controle) e outro com “T” (tubo teste);

Fonte: biomedicinapadrao.com.br/2012/10/desafio-da-semana-especial-microbiologia.html
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 54

A segunda imagem representa o resultado: 1ª cepa: resultado negativo S. do grupo


viridans, 2ª cepa com resultado positivo S. pneumoniae.

2.1.3. Identificação de β-hemolíticos

Grupo A (Streptococcus pyogenes): sensível a bacitracina.

Outras cepas

S. pyogenes

Semear como antibiograma em ágar Müeller-Hinton


ou ágar sangue de carneiro; colocar um disco de ba-
citracina 0,04 U; Incubar a 35 a 37ºC por 18 - 24 h

Fonte: biomedicinapadrao.com.br/2012/08/discos-para-identificacao-bacteriana.html

Grupo B (Streptococcus agalactiae): Fator CAMP - o grupo B intensifica a capacidade


de hemólise do S. aureus formando uma “seta” próximo a estria do microrganismo.

A – Grupo B

A estria percorrendo toda a placa é do S. aureus.

Fonte: microbiologyinfo.com/camp-test-principle-uses-procedure-result-interpretation/

2.1.3.1. Gama ou não-hemolíticos

O teste da bile esculina e do NaCL a 6,5% tem como objetivo diferenciar o Enterococ-
cus spp. e Streptococcus grupo D (bile esculina positiva), tolerância ao NaCl 6,5% apenas
enterococos.
Somente os estreptococos do grupo B (Streptococcus agalactiae) e D (Enterococcus
spp. e Streptococcus bovis) não apresentam hemólise (ANVISA, 2004).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 55

Fonte: slidetodoc.com/isolamento-e-identificao-dos-estreptococos-importncia-clnica-dos/
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 56

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO
DE ENTEROBACTÉRIAS
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE ENTEROBACTÉRIAS
E TÍPICAS DE ALGUMAS ESPÉCIES
As enterobactérias são o maior grupo de bacilos gram-negativos de importância mé-
dica. São encontrados no solo, água, plantas, e fazem parte da microbiota intestinal da
maioria dos animais, incluindo seres humanos.
Causa uma variedade de doenças humanas, incluindo um quarto a um terço das bac-
teremias, mais de 70% das ITUs e muitas infecções intestinais.
d Não esporulam
d Anaeróbios facultativos
d Catalase positivo
d Fermentam glicose
d Reduzem nitrito a nitrato
d Oxidase negativo
A ausência de atividade de citocromo oxidase é uma característica importante, pois
pode ser avaliada rapidamente com um teste simples e diferencia as enterobactérias de
outros bacilos gram-negativos (resultado positivo: não-fermentadores; negativo: entero-
bactérias fermentadoras ou não-fermentadoras). Algumas espécies são fermentadoras
de lactose, essa característica é utilizada para diferenciar alguns patógenos entéricos que
não fermentam lactose ou o fazem vagarosamente.

Fermentadores: Enterobactérias (Es-


cherichia, Klebsiella, Enterobacter, Ci- Não fermentadores: Salmo-
trobacter e Serratia) - colônias rosa- nella, Shigella e Yersinia spp.
-arroxeado em Ágar MacConkey.

Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gar_MacConkey

Algumas enterobactérias, a exemplo da Klebsiella, são mucoides, com cápsula pro-


eminente.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 57

Fonte: veja.abril.com.br/saude/kpc-nao-e-mais-mortifera-que-outras-superbacterias/

Também é possível observar no grupo a formação de véu (ex: Proteus spp.).

Fonte: microbiologia.icb.usp.br/cultura-e-extensao/textos-de-divulgacao/bacterio-
logia/biologia-molecular/proteus-mitologia-microbiologia-e-mutacao/

Presença de pigmentação (Serratia marcensces):

Fonte: en.wikipedia.org/wiki/Serratia_marcescens

1.1. Identificação

Baseia-se, principalmente, na presença ou não de diferentes enzimas codificadas


pelo material genético dos cromossomos bacterianos. Estas enzimas podem ser detec-
tadas por meios especiais utilizados em técnicas de cultivo in vitro. São chamadas de
provas bioquímicas.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 58

a) Meio TSI: Fácil interpretação, é o meio mais clássico, composto de glicose (base),
lactose e sacarose (ápice). Pode ocorrer:
y Base amarela e ápice púrpura/amarela: fermentação apenas da glicose.
y Base amarela e ápice amarela: fermentação de dois ou três açucares.
y Bolhas ou meio fragmentado: presença de gás.
y Presença de precipitado negro: H2S positivo.

Meio sem inóculo

Fonte: https://microimunoliga.blogspot.com/2016/09/14-identificacao-de-enterobacterias.html

b) Prova do Citrato: Permite diferenciar microrganismos atendendo à sua capacidade


para usar o citrato como única fonte de carbono.
y Azul ou crescimento: citrato positivo.
y Verde: citrato negativo.

Fonte: http://microbiologiabrasil.blogspot.com/2009/01/prova-da-utilizao-do-citrato.html

c) Prova de Fenilalanina: Detecta bactérias capazes de desaminar a fenilalanina.


y Positivo: cor verde escuro na superfície.
y Negativo: meio inalterado.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 59

Fonte: http://adamogama.blogspot.com/2012/07/desaminacao-da-fenilalanina.html

d) Prova do SIM (Sulfato, Indol, Motilidade):


y Sulfato: separa organismos que podem utilizar tiossulfato de sódio, reduzindo
a sulfito liberando H2S (se positivo o meio fica enegrecido).
y Indol: determina organismos que produzem tripotofanase para hidrolisar o
aminoácido triptofano a indol, amônia e ácido pirúvico (após a adição do reagente
de Kovacs se positivo muda de cor para rosa ou vermelho).
y Motilidade: demonstra motilidade (presença de flagelos), habilidade para se
disseminar pelo meio (se positivo, há crescimento além da punctura).

(A): indol positivo, motilidade negativa, H2S negativo;

(B): SIM negativo;

(C): indol negativo, motilidade (?), H2S positivo;

(D): indol negativo, motilidade positiva, H2S negativo;

(E): SIM positivo.

Fonte: https://pt.slideshare.net/JoaoMaarcos/microbiologia-meios-de-cultivo-e-provas-de-identificao

e) Prova da Lisina: A descarboxilação da lisina causa aumento do pH o que faz com


que o meio se torne roxo.

Fonte: https://pt.slideshare.net/JoaoMaarcos/microbiologia-meios-de-cultivo-e-provas-de-identificao
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 60

f) Prova de Urease: Caso haja hidrolise da ureia, haverá formação de amônia que
eleva o pH do meio provocando uma mudança de cor para o vermelho.

Fonte: https://pt.slideshare.net/JoaoMaarcos/microbiologia-meios-de-cultivo-e-provas-de-identificao

g) Prova do Vermelho de Metila (VM): Avalia a presença de bactérias que fermentam


glicose produzindo vários ácidos, desta forma, o pH se mantém baixo, fazendo com
que haja mudança de cor devido ao indicador vermelho de metila.

Fonte: http://microbiologiabrasil.blogspot.com/2009/01/prova-de-voges-proskauer-vp.html

h) Teste de Voges-Proskauer (VP): O teste identifica a via fermentativa


butilenoglicólica, formando acetoína, butilenoglicol e alguns ácidos.

Fonte: http://adamogama.blogspot.com/2012/07/voges-proskauer-vp.html
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 61

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO
DE BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS
NÃO FERMENTADORAS
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE BACTÉRIAS
NÃO FERMENTADORAS
Os bacilos gram-negativos não fermentadores são um grupo com as seguintes ca-
racterísticas:
d Aeróbios
d Não esporulam
d Não fermentam carboidratos

Os principais gêneros causadores de infecções são:


d Pseudomonas
d Acientobacter
d Complexo Burkholderia
d Stenotrophomonas
d Chryseobacterium

A Pseudomonas aeruginosa e o Acinetobacter baumanii são comumente encontra-


das causando bacteremia e no trato respiratório em pacientes hospitalizados.

1.1. Métodos de Identificação


a) TSI: Fácil interpretação, é o meio mais clássico, composto de glicose (base),
lactose e sacarose (ápice).
y Não fermentadores: não há alteração de coloração pelo tubo.
y Pode haver formação de H2S e de gás.

Fermentadores

Fonte: https://microimunoliga.blogspot.com/2016/09/14-identificacao-de-enterobacterias.html
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 62

b) Prova de Fermentação-Oxidação: Os meios of-glicose e hugh-Leifson são


utilizados para distinguir entre anaeróbios e aeróbios, os aeróbios realizam oxidação
da molécula de glicose usando oxigênio.

Fonte: encurtador.com.br/jwyKL

c) Prova de oxidase: A atividade de citocromo oxidase é uma característica importante


pois pode ser avaliado rapidamente com um teste simples:
y Resultado positivo: não fermentadores; negativo: enterobactérias fermenta-
doras ou não-fermentadoras.

Fonte: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo3/identificacao2.htm

d) Prova do SIM (Sulfato, Indol, Motilidade):


y Sulfato: separa organismos que podem utilizar tiossulfato de sódio, reduzindo
a sulfito liberando H2S (se positivo o meio fica enegrecido).
y Indol: determina organismos que produzem tripotofanase para hidrolisar o
aminoácido triptofano a indol, amônia e ácido pirúvico (após a adição do reagente
de Kovacs se positivo muda de cor para rosa ou vermelho).
y Motilidade: demonstra motilidade (presença de flagelos), habilidade para se
disseminar pelo meio (se positivo, há crescimento além da punctura).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 63

(A): Indol positivo, motilidade negativa, H2S negativo.

(B): SIM negativo.

Não produzem H2S (apenas gênero Shewanella spp.).

Fonte: https://pt.slideshare.net/JoaoMaarcos/microbiologia-meios-de-cultivo-e-provas-de-identificao

e) Prova de Crescimento a 42ºC: Em caldo TSB avalia-se o crescimento a 42º C,


ocorre turbidez no meio ou aumento de densidade bacteriana.

Ágar Müeller-Hinton

Fonte: https://www.docsity.com/pt/curva-e-taxa-de-crescimento-bacteriano/7210366/

f) Formação de Pigmento: Algumas espécies são fermentadoras de lactose, essa


característica é utilizada para diferenciar alguns patógenos entéricos que não
fermentam lactose ou o fazem vagarosamente.
g) Prova de Produção de Gelatinase: Determina a capacidade do microrganismo de
produzir gelatinase. Se positivo observa-se um halo leitoso ao redor da colônia.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 64

Fonte: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo3/identificacao11.htm

1.2. O teste em caldo

Em tubo suplementado com gelatina é inoculada a bactéria, após incubação a 37ºC


24-48h as culturas seguem para geladeira por 15-30 minutos.
Se a gelatina foi hidrolisada o meio permanece líquido (resultado positivo), se não há
gelatinase o meio se torna sólido (resultado negativo).

A-Teste negativo (sólido).

B-Teste positivo (líquido).

C-Teste positivo (líquido).

Fonte: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo3/identificacao11.htm

1.3. Identificação das Principais Espécies


a) Pseudomonas aeruginosa: é uma bactéria aeróbia não fermentadora que origina
sua energia de processos oxidativos de carboidratos a partir da fermentação. Pode
crescer em meios de cultura contendo somente acetato como fonte de carbono e
sulfato de amônio como fonte de nitrogênio. Forma colônias redondas e lisas de
coloração esverdeada fluorescente. Em geral, a identificação dessa bactéria baseia-
se na morfologia das colônias, na positividade da oxidase, na presença de pigmentos
característicos e no crescimento a 42ºC (SIQUEIRA, 200225).
b) Complexo Burkholderia cepacia: as espécies do gênero Burkholderia são bacilos
gram-negativos não fermentadores de glicose, de formato reto ou ligeiramente
curvados. Essas bactérias são aeróbias, catalase positiva e a maioria são oxidase
positiva. Não formam esporos e são móveis pela presença de um ou mais flagelos
polares (FEHLBERG, 201426).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 65

c) Complexo Acinetobacter baumannii: são cocobacilos no gram. As colônias são


translúcidas, convexas, possuem bordas irregulares com cor rosada. São oxidase
negativa, imóveis e resistentes a penicilina.
d) Stenotrophomonas: as colônias são amarelas-pálidas ou esverdeada. São oxidase
negativa, lisina carboxilase positiva, móvel e resistente a maioria dos antibióticos.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 66

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO
DE MICOBACTÉRIAS
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE MICOBACTÉRIAS
O gênero em questão tem as seguintes características:
d Imóveis
d Não esporulam
d Aeróbios
d Gram-positivos
d Bacilos
d Parede celular de ácido micólico
d Álcool ácidoresistentes
A coloração de Ziehl-Nielsen possível apenas devido a presença do ácido micólico da
parede celular é importante pois apenas cinco gêneros de ácido resistentes são importan-
tes (Nocardia, Rhodococcus, Gordonia, Tsukamurella, Mycobacteria).
As mycobactérias possuem uma parede celular rica em lipídeos, que é responsável
por várias propriedades da bactéria (resistência a ácido; crescimento lento; resistência a
detergentes, antibióticos comuns; resposta imune do hospedeiro; antigenicidade).
d Proteínas da Parede
d Derivados protéicos purificados (PPD)
d Avaliação da exposição pelas Mycobacterias
As propriedades de crescimento e morfologia das colônias são usadas para uma
classificação preliminar das mycobactérias.
O complexo M. tuberculosis (M. tuberculosis, M. leprae, M. africanum, M. bovis) são
bactérias de crescimento lento.
As micobactérias chamadas de micobactérias não causadoras de tuberculose tem
taxas de crescimento variada, podendo ser rápido (menos de sete dias), ou lento (mais de
sete dias).

1.1. Isolamento e identificação de micobactérias


a) Baciloscopia: Aproximadamente metade de todos os espécimes com cultura
positiva para ácido resistentes são detectados por microscopia. Portanto, a
positividade corresponde a alta infectividade, e possui alta especificidade.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 67

d Coloração de Ziehl-Neelsen:

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9cnica_de_Ziehl-Neelsen

1) Confeccionar o esfregaço seguindo as técnicas atuais de biossegurança


2) Cobrir a lâmina com fucsina fenicada.
3) Aquecer a lâmina até emissão de vapores (é importante não deixar ferver).
4) Aguardar 5 a 8 minutos.
5) Lavar com água corrente.
6) Cobrir a lâmina com álcool-ácido 3% até descorar totalmente o esfregaço.
7) Lavar com água corrente.
8) Cobrir a lâmina com azul de metileno durante 1 minuto.
9) Lavar com água corrente.
10) Secar.
11) Observar.

d Coloração de Kynioun

Fonte: https://maestrovirtuale.com/coloracao-de-kinyoun-fundacao-e-tecnicas/

1) Prepara-se um esfregaço homogêneo.


2) Deixa-se secar à temperatura ambiente.
3) Fixa-se o material do esfregaço passando 3 a 4 vezes pela chama de um bico
de Bunsen.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 68

4) Cobre-se a superfície do esfregaço com solução de fucsina fenicada de Kinyoun.


5) Lava-se em água corrente para eliminar a fucsina excedente.
6) Cobre-se toda a superfície do esfregaço com a solução de álcool-ácido. Se o
esfregaço estiver ainda com a cor vermelha ou rosada, descora-se novamente.
Considera-se descorado o esfregaço, quando suas partes mais grossas
conservarem somente um ligeiro tom rosado. Essa operação dura, em geral,
dois minutos.
7) Lava-se a lâmina da mesma forma como se procedeu depois da coloração com
a fucsina, com cuidado para não desprender a película.
8) Cobre-se toda a superfície do esfregaço com solução de azul de metileno
durante 30 segundos a 1 minuto.
9) Lava-se, da mesma forma como se indicou para a fucsina, tanto o esfregaço
como a parte inferior da lâmina.
10) Coloca-se a lâmina com o esfregaço para cima, sobre papel limpo, para secar à
temperatura ambiente ou em estufa a 35º C.
11) Observa-se ao microscópio com objetiva de imersão (100x).

b) Corante fluorescente auramina-rodamina: O método depende de um microscópio


de fluorescência para leitura, que é mais sensível, pois as áreas fluorescentes são
visíveis em pouca ampliação, e a presença das micobactérias confirmadas em alta
ampliação.

Fonte: https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/24643/mod_resource/content/2/
NOVO%20Anexo%208%20MICROSCOPIA%20COM%20AURAMINA%20%281%29.pdf

1.2. Cultura

O crescimento in vitro das micobactérias é complicado pelo fato que a maioria dos
isolados crescem devagar e podem ser confundidos pelas bactérias de rápido crescimen-
to que colonizam o sítio.
Portanto, é importante realizar a descontaminação de amostras de sítios não esté-
reis: o Método de Petroff modificado é o método padrão (NaOH a 4%), o método de Ogawa-
-Kudoh é outra opção.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 69

As micobactérias podem tolerar tratamento alcalino que elimina bactérias isolando-


-as seletivamente.

Lowestein-Jensen: contem ovo Middlebrook: não contem ovo

Fonte: https://www.thermofisher.com/order/catalog/product/R08500

1.3. Outros métodos para identificação

d PCR.
d GeneXpert: teste rápido molecular.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 70

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE
FUNGOS LEVEDURIFORMES

FUNGOS LEVEDURIFORMES

1. INTRODUÇÃO
Leveduras são fungos capazes de colonizar o homem e animais e, frente à perda do
equilíbrio parasita-hospedeiro, podem causar diversos quadros infecciosos como formas
clínicas localizadas ou disseminadas. Os fungos leveduriformes são caracterizados por
serem eucariontes e possuírem apenas um núcleo. Além disso, possuem aspecto pastoso
ou cremoso, sendo formando por organismos unicelulares de funções reprodutivas e ve-
getativas. Esses organismos eucariontes não toleram pH alcalino (CAXIAS, 202127).

Figura 29 - Fungos Leveduriformes.

Fonte: 3.bp.blogspot.com/640/Tipos%2Bde%2BFungos.png

2. ISOLAMENTO DE FUNGOS LEVEDURIFORMES


A identificação dos fungos, de modo ideal, deve contemplar o gênero e a espécie; po-
rém, muitas vezes, isso não é possível, pelo grau de dificuldade e complexidade do exame.
Nestes casos, a identificação do grupo de fungos , se faz suficiente para o diagnóstico de
micose, por exemplo zigomicetos, feo-hifomicetos, dermatófitos, leveduras, etc O isola-
mento de um fungo em meio de cultura não significa, necessariamente, que ele é o agente
etiológico da infecção. A presença de fungos na microbiota (flora) de pacientes, por ex.
Candida sp e no meio ambiente, por ex. Aspergillus sp, pode resultar em cultura positiva.
Isto explica o grande número de culturas positivas para fungos, a partir de uma amostra
biológica. A relação entre o fungo isolado em meio de cultura e sinais e sintomas, é critério
clínico-epidemiológico.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 71

3. MEIOS DE CULTURA PARA FUNGOS


O meio básico em laboratório de micologia é o ágar Sabouraud dextrose (ASD).
Existem meios presuntivos que indicam presença de certos grupos de fungos ou
determinados gêneros, como por exemplo, ágar contendo compostos fenólicos para Cryp-
tococcus sp. (ágar contendo sementes de niger ou Guizzotia abssinica), ou ágar especial
para dermatófitos (Dermatophyte Test Medium). Existem ainda, meios presuntivos, por
reação enzimática e colorimétrica, de espécies de Candida spp (Candida Medium, Chro-
mAgar, Biggy Agar, etc). São meios mais caros que ASD e além disso, sua maior aplicação
é no isolamento primário de leveduras, a partir de amostras biológicas muito contamina-
das, tais como: secreção vaginal, fezes e urina. A identificação, no entanto, é feita somen-
te, após análise morfológica e fisiológica.

4. IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS LEVEDURIFORMES

4.1. Prova de Assimilação e Fermentação

Nessa prova são usados dois meios na forma desidrata (Yeast Nitrogen Base e Yeast
Carbon Base) ou formulados. A levedura é semeada “pour plate”, homogeneizando-se 2
ml de uma suspensão de colônias, a cada meio fundido ou semeada nas superfícies de
cada um dos meios, previamente, distribuídos em 2 placas de Petri. São então adicionadas
pequenas alíquotas de diferentes carboidratos que servem de fonte de carbono, sobre a
superfície do meio isento de carbono. Várias substâncias, incluindo álcoois, proteínas e
aminoácidos servem de fontes de nitrogênio e são colocadas sobre a superfície do meio
isento de nitrogênio. Após incubação à temperatura ambiente ou 25°C, por período de uma
semana, a levedura irá assimilar e crescer em volta de determinadas fontes, de acordo
com o metabolismo característico de sua espécie. A leitura é feita pelo halo de turvação
resultante do crescimento e indica prova de assimilação positiva para a respectiva fonte.
Os resultados são comparados a tabelas existentes na bibliografia recomendada e um
exemplo simplificado consta na tabela abaixo (ANVISA, 2004).

4.2. Prova cromogênicas

O meio cromogênico é utilizado para diferenciação de Candida albicans, C. Krusei e


C. Tropicalis e outras espécies. Esse meio permite a identificação do microrganismo de
acordo com a coloração que este apresenta no meio semeado (MORAES; PAES; HOLANDA,
201028).
A interpretação dos resultados é feita com base na cor e no aspecto típico das colô-
nias (MORAES; PAES; HOLANDA, 201028).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 72

Cor e aspecto típico da colônia Microrganismo pré-identificado


Verde Candida albicans
Azul-metálico Candica tropicalis
Rosa,rugosa Candida krusei
Branco à violeta Outras espécies
Fonte: http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/cap4.pdf

Figura 30 - Meio cromogênico.

Fonte: https://www.lojanetlab.com.br/reagentes-e-meios/cromogenicos-desidra-
tados/agar-cromogenico-e-coli-coliformes-500gr-k25-1340-kasvi

4.3. Prova da urease

d Semear uma alçada da levedura na superfície do meio de urease (ágar ureia de


Christensen) (ANVISA, 2004).
d Incubar à temperatura de 37ºC (ANVISA, 2004).
d A mudança da cor do meio para rosa bispo em 24 h, indica reação positiva (ANVISA,
2004).
d A reação positiva para urease, junto com análise morfológica permite identificação
presuntiva de Cryptococcus sp. Leveduras do gênero Rhodotorula são também urease
positiva, mas como em regra, apresentam colônias com pigmento avermelhado ou
salmão, são facilmente distinguidas de Cryptococcus sp. Outros gêneros incluindo
Candida sp, produzem urease, mas tem outras características para sua identificação
(ANVISA, 2004).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 73

Figura 31 - Prova da urease.

Fonte: http://crescendoemcultura.blogspot.com/2015/

4.4. Prova da fenoloxidase

A produção da enzima fenol-oxidase é testada com ágar-Guizotia abyssinica a base


de níger. Esse extrato contém ácido caféico que serve de substrato para a fenol-oxidase.
As leveduras, quando crescem em meios contendo esses compostos, produzem, em dois
a cinco dias, colônias pretas ou marrons (FERREIRA e ÁVILA, 200129).

Figura 32 - Prova da fenoloxidase.

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Prova-da-fenoloxidase-demons-
trando-fraca-pigmentacao-da-colonia-de-C-albidus_fig3_285164648

4.5. Prova da canavanina glicina azul de bromotimol

O meio CGB é usado para diferenciar C. Neoformans vars. Neoformans e grubiii de C.


Neoformans var. Gattii (LEAL, 201630). Esse teste é baseado em dois parâmetros metabó-
licos:
d assimilação de glicina como única fonte de carbono (LEAL, 201630);
d resistência a canavanina (LEAL, 201630).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 74

O resultado é positivo quando a cor amarela-esverdeada do meio se torna azul-co-


balto devido a alcalinização do meio através da amônia liberada durante a degradação da
glicina (LEAL, 201630).

Figura 33 - Prova de CGB.

Fonte: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232010000400007

4.6. Prova de formação de tubo germinativo

A partir de uma alçada da colônia isolada, fazer uma suspensão em tubo de ensaio
contendo 0,5 ml de soro humano (pode-se usar também soro estéril de bovino, cavalo
ou coelho). Incubar a 37ºC durante período máximo de 3 horas. Este prazo é importante
porque, após esse período, outras espécies de Cândida e de outros gêneros, formam tam-
bém tubo germinativo. Depositar então, uma gota da suspensão sobre lâmina, cobrir com
lamínula e examinar ao microscópio óptico. A presença de tubo germinativo, na forma de
pequeno filamento que brota do blastoconídio, sem formar constricção com a célula-mãe,
permite a identificação presuntiva de Cândida albicans (ANVISA, 2004).

Figura 34 - Prova de tubo germinativo.

Fonte: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_7_2004.pdf

4.7. Prova de formação de clamidósporo

d Depositar 3 ml de ágar-fubá fundido, sobre uma lâmina contida sobre um suporte


dentro de uma placa de Petri. O suporte para a lâmina pode ser um bastão de vidro,
outra lâmina ou apenas dois palitos de madeira (ANVISA, 2004).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 75

d Após solidificação do meio, semear a levedura, com auxílio de uma agulha em “L”,
fazendo 2 estrias paralelas. Recobrir as estrias com lamínula esterilizada (ANVISA,
2004).
d Fazer uma câmara úmida, acrescentando 2 ml de água destilada estéril na placa,
ou embebendo um algodão estéril, para evitar dessecação do meio, durante o período
de incubação da prova (ANVISA, 2004).
d Tampar a placa e após 24h, 48h e 72h, examinar a preparação em microscópio
ótico (ANVISA, 2004).
A presença de hifas hialinas, septadas e ramificadas, característica o gênero Cândi-
da e se houver formação de clamidósporos indica Cândida albicans. Formação exclusiva
de artrósporos permite identificação de Geotrichum, mas quando são formados também
blastoconídios trata-se de Trichosporon (ANVISA, 2004).

Figura 35 - Prova de formação de clamidósporos.

Fonte: https://pt.slideshare.net/marcosnala/identificao-convencional-de-fungos-filamentosos1

4.8. Prova da cápsula ou da tinta da China

É utilizado para a pesquisa de leveduras capsuladas do gênero Cryptococcus sp. em


qualquer material clínico, que se tornam mais evidentes contra o fundo negro proporcio-
nado pelas partículas de carbono presentes na tinta nanquim ou tinta da china. O princípio
do método é corar todo o material em negro, permitindo o fácil reconhecimento das leve-
duras encapsuladas, que permanecem claras. Esse achado é indicativo de criptococose,
embora não permita garantir que as leveduras estejam viáveis. Sua viabilidade terá que
ser avaliada pela confirmação por realização da cultura para fungos, visto que podem per-
manecer identificáveis no exame direto por um longo tempo, mesmo após o tratamento,
sem, no entanto, serem viáveis (MINAS GERAIS, 201831).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 76

Figura 36 - Prova da cápsula ou da tinta da China.

Fonte: https://cientistasfeministas.wordpress.com/tag/cryptococcus-criptococo-
se-doenca-fungica-cryptococcus-neoformans-criptococcus-gattii/

SUSCEPTIBILIDADE ANTIMICROBIANA
1. INTRODUÇÃO
O teste de susceptibilidade aos antimicrobianos (TSA) é um dos testes mais impor-
tantes realizados na microbiologia, pois avalia a sensibilidade de diferentes microrganis-
mos frente a diferentes agentes antimicrobianos (SEJAS; SILBERT; REIS; SADER, 200332).
Os resultados desse teste auxiliam na escolha da terapia adequada, na monitoração da
evolução da resistência bacteriana e na implantação de medidas de controle que evitem a
disseminação de bactérias multirresistentes (ANVISA, 200833).
Os testes de sensibilidade são indicados para qualquer organismo responsável por
um processo infeccioso que exija terapia antimicrobiana, quando é impossível predizer
a sensibilidade desse organismo, mesmo conhecendo a sua identificação. Os testes de
sensibilidade são indicados, com maior frequência, quando se acredita que o organismo
causador pertence a uma espécie capaz de apresentar resistência aos agentes antimicro-
bianos normalmente usados.
O inóculo mais utilizado nesses testes é o 0,5 da escala de McFarland. Ela tem uma
turvação bem fraca, quando comparada com as outras escalas.
Diversos métodos laboratoriais podem ser utilizados para medir a sensibilidade in
vitro das bactérias aos agentes antimicrobianos. Em muitos laboratórios de microbiologia
clínica, utiliza-se rotineiramente o método de disco-difusão em ágar para testar os pató-
genos mais comuns e de crescimento rápido.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 77

2. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS TESTES DE


SUSCEPTIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS

2.1. Difusão em disco ou de Kerby Bauer

O método de disco-difusão é uma das abordagens mais antigas para realização de


testes de sensibilidade aos antimicrobianos e permanece como um dos mais amplamente
utilizados na rotina dos laboratórios clínicos. Os testes de disco-difusão baseados apenas
na presença ou ausência de um halo de inibição, sem consideração do tamanho do halo,
não são aceitáveis. Só podem ser obtidos resultados confiáveis com testes de disco-di-
fusão que usam o princípio de metodologia padronizada e medidas do diâmetro do halo
de inibição correlacionados às concentrações inibitórias mínimas (CIMs) com cepas reco-
nhecidamente sensíveis e resistentes a diversos agentes antimicrobianos.
É realizado dispensando os discos de antimicrobianos sobre a placa de ágar após a
aplicação do inóculo bacteriano com aproximadamente 1 a 2 x 10  UFC/mL. Uma placa
de 150 mm pode conter até 12 discos de antimicrobianos, que são feitos de papel-filtro
impregnado com antimicrobianos em concentrações fixas e distribuídos comercialmen-
te (ANVISA, 200833).
1) As placas são incubadas por 16 a 24 horas em ar ambiente ou a 5% de CO2 a
35±2 ºC (dependendo do gênero bacteriano e do antimicrobiano testado) antes
dos resultados serem determinados (ANVISA, 200833).
2) Os diâmetros dos halos de inibição do crescimento bacteriano ao redor de cada
disco são mensurados em milímetros. Estes são relacionados à sensibilidade
da amostra bacteriana e à velocidade de difusão do antimicrobiano no ágar
(ANVISA, 200833).
3) Na prática, os  resultados  do teste de disco-difusão são interpretados
comparando o valor do halo de inibição com os critérios publicados pelo CLSI.
Desta maneira, as amostras bacterianas são categorizadas em sensíveis,
resistentes ou intermediárias (ANVISA, 200833).
4) O teste não fornece um resultado quantitativo, mas sim qualitativo. Na maioria
das situações clínicas, o teste qualitativo é suficiente para orientar a escolha
terapêutica (ANVISA, 200833).
As vantagens da realização desse teste são (ANVISA, 200833):
d Fácil execução
d Reprodutível
d Reagentes de baixo custo
d Resultado de fácil interpretação
d Flexibilidade na escolha do antimicrobiano
d Flexibilidade na escolha do antimicrobiano
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 78

Entretanto, existem desvantagens, como (ANVISA, 200833):


d Não padronização do método para algumas combinações de microrganismos e
agente antimicrobiano.
d Pode não ser um método adequado para a detecção de mecanismos de resistência
devido a produção de β-lactamases e de outros mecanismos mais complexos.

Figura 37 - Disco-Difusão.

Fonte: media.istockphoto.com/disk-diffusion-test-picture-id528309866

2.2. Diluição

O método de diluição em caldo considera a relação entre a proporção de crescimento


do microrganismo inoculado no meio líquido e a concentração da substância ensaiada. A
avaliação é comparada frente a um padrão biológico de referência. Entende-se por propor-
ção a densidade da turbidez provocada pelo crescimento microbiano. O método fornece
resultados quantitativos e não é influenciado pela velocidade de crescimento dos micror-
ganismos. Nesse método de diluição, duas metodologias podem ser empregadas, são elas
macro e micro diluição. A macro diluição envolve testes em tubos de ensaio, com um volume
do meio de cultura variando em uma faixa de 1 a 10 ml, essa metodologia consome muito
tempo e requer grande espaço no laboratório gerando uma grande quantidade de resíduos,
o que faz com que esta metodologia seja pouco utilizada. No micro diluição é utilizado mi-
croplacas com 96 poços, utilizando um volume de meio de cultura entre 0,1 a 0,2 ML.

Figura 38 - Método de Diluição (Macro & Micro).

Fonte: docplayer.com.br/docs-images/76/74141878/images/55-0.jpg
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 79

2.2.1. Micro diluição

d As placas de micro diluição podem conter o antimicrobiano liofilizado ou congelado,


e são inoculadas com o auxílio de um dispositivo plástico com o propósito de obter-
se uma concentração bacteriana final de aproximadamente 5 x 104 - 105 UFC/ML por
poço da placa de micro diluição.
d Os painéis de micro diluição devem permanecer incubados a 35 ± 2ºC por 16 a 20
horas (dependendo do gênero bacteriano e do antimicrobiano testado).
d Após a incubação, a leitura da placa, com a determinação da CIM, será realizada
visualmente, de preferência com o auxílio de um espelho parabólico, que amplifica a
imagem e facilita a leitura.
Em vez da utilização de diversos tubos contendo meio de cultura e antimicrobiano,
a técnica de micro diluição em caldo utiliza placas plásticas estéreis, com 96 poços, com
o fundo em formato de “U”, para permitir melhor visualização do crescimento bacteriano.
Nesta placa, um número variável de antimicrobianos, em torno de 12 drogas, é colocado
em distintas concentrações (4 a 8 diluições logarítmicas).

2.2.2. Macro diluição

d Tipicamente, oito ou mais concentrações do agente antimicrobiano são preparadas


em um volume final de 1 a 2 ml por tubo.
d Os tubos contendo antimicrobianos são, então, inoculados com uma suspensão
bacteriana padronizada em torno de 5 x 105 unidades formadoras de colônias (UFC)
por ml.
d Após o período de incubação de 16 a 20 horas, a 35 ± 2ºC, dependendo do gênero
bacteriano e do antimicrobiano testado, os tubos são inspecionados visualmente
para evidenciar o crescimento bacteriano que se traduz em um aumento da turbidez.
d Um tubo límpido demonstra que não houve crescimento bacteriano e
representa a concentração inibitória mínima (CIM), ou seja, a menor concentração
de antimicrobiano capaz de inibir o crescimento bacteriano. A CIM é, geralmente,
expressa em microgramas/ml.

2.3. Epsilométrico

O teste epsilométrico é o método manual ideal para operações de antibiograma de


rotina para a confirmação da produção de metalo-beta-lactamase e confirmação da pro-
dução de metilase 16S rRNA para isolados que apresentaram resistência ao antimicrobia-
no amicacina. Consiste num gradiente de concentração de antibióticos pré-definido colo-
cado numa fita plástica, que é utilizada para determinar a Concentração inibitória mínima
(MIC) de antibiótico.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 80

Este teste baseia-se na difusão do gradiente antimicrobiano no ágar para a determi-


nação da sensibilidade da amostra bacteriana ao antimicrobiano testado (ANVISA, 200833).
As principais vantagens desse teste são (ANVISA, 200833):
d Flexibilidade na escolha dos agentes antimicrobianos a serem testados.
d Fácil execução e o fornecimento de resultado quantitativo (CIM).
As desvantagens são (ANVISA, 200833):
d Alto custo das fitas.
d Número limitado de antibióticos testados por placa.

Figura 39 - Teste Epsilométrico (Etest®).

Fonte: data:image/jpeg/9j/4AAQSkZJRgABCEQ
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 81

INFECÇÃO POR ESPIROQUETAS


1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ESPIROQUETAS
Espiroquetas são bactérias anaeróbias gram-negativas, que possuem formato es-
piral, são relativamente longas, finas, flexíveis e se movimento por rotação e flexão (PJE,
2021).
Alguns gêneros importantes fazem parte deste grupo, tais como: Borrelia (a espécie
Borrelia burgdorferi casa a doença de Lyme), Leptospira (a espécie Leptospira interrogans
causa a leptospirose), Treponema (a espécie Treponema pallidum causa a sífilis) e Spi-
rillum (a espécie Spirillum minus causa a febre da mordida do rato) (ARAUJO, 2021).
SÍFILIS
A sífilis é uma doença infecciosa crônica, que acomete, praticamente, todos os ór-
gãos e sistemas. O agente etiológico da sífilis é a bactéria Treponema pallidum.

1.1. Transmissão e Etiopatogenia

É transmitida por via sexual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis congênita)


pela placenta da mãe para o feto. Outras formas de transmissão mais raras e com menor
interesse epidemiológico são por via indireta (objetos contaminados, tatuagem) e por
transfusão sanguínea (AVELLEIRA; BOTTINO, 200634).
O treponema penetra através de abrasões decorrentes de relação sexual, após isso o
treponema atinge o sistema linfático regional e, por disseminação hematogênica, outras
partes do corpo. O organismo, então, monta uma resposta de defesa local, resultando em
erosão e exulceração no ponto de inoculação, enquanto a disseminação sistêmica resulta
na produção de complexos imunes circulantes que podem depositar-se em qualquer ór-
gão. Entretanto, a imunidade humoral não tem capacidade de proteção. A imunidade ce-
lular é mais tardia, permitindo ao T. pallidum multiplicar e sobreviver por longos períodos
(AVELLEIRA; BOTTINO, 200634).

1.2. História Natural da Doença

A sífilis possui evolução lenta, porém quando não tratada, alterna períodos sinto-
máticos e assintomáticos, com características clínicas, imunológicas e histopatológicas
distintas, divididas em três fases: sífilis primária, sífilis secundária e sífilis terciária (SU-
MIKAWA et al., 2010).
d Sífilis primária: Após a infecção, ocorre um período de incubação entre 10 e 90
dias. O primeiro sintoma é o aparecimento de uma lesão única no local de entrada
da bactéria. A lesão denominada cancro duro ou protossifiloma é indolor, tem a base
endurecida, contém secreção serosa e muitos treponemas. A lesão primária se cura
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 82

espontaneamente, num período aproximado de duas semanas. (SUMIKAWA  et al.,


2010).
d Sífilis Secundária: Quando a sífilis não é tratada na fase primária, evolui para sífilis
secundária, período em que o treponema já invadiu todos os órgãos e líquidos do
corpo. Nesta fase, aparece como manifestação clínica o exantema (erupção) cutâneo,
rico em treponemas e se apresenta na forma de máculas, pápulas ou de grandes
placas eritematosas branco-acinzentadas denominadas condiloma lata, que podem
aparecer em regiões úmidas do corpo (SUMIKAWA et al., 2010).
d Sífilis Latente: Se não houver tratamento, após o desaparecimento dos sinais
e sintomas da sífilis secundária, a infecção entra no período latente, considerado
recente no primeiro ano e tardio após esse período. A sífilis latente não apresenta
qualquer manifestação clínica (SUMIKAWA et al., 2010).
d Sífilis Terciária: A sífilis terciária pode levar dez, vinte ou mais anos para se
manifestar. A sífilis terciária se manifesta na forma de inflamação e destruição de
tecidos e ossos. É caracterizada por formação de gomas sifilíticas, tumorações
amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas, que também podem acometer
qualquer parte do corpo, inclusive no esqueleto ósseo. As manifestações mais graves
incluem a sífilis cardiovascular e a neurossífilis (SUMIKAWA et al., 2010).

1.3. Testes para o diagnóstico laboratorial da sífilis

1.3.1. Provas Diretas

Demonstram a presença do T. pallidum e são consideradas definitivas, pois não es-


tão sujeitas à interferência de mecanismos cruzados, isto é, falso positivo (AVELLEIRA;
BOTTINO, 200634).
d Exame em Campo Escuro: O teste consiste no exame direto da linfa da lesão.
O material é levado ao microscópio com condensador de campo escuro, em que é
possível, com luz indireta, a visualização do T. pallidum vivo e móvel. É considerado
um teste rápido, de baixo custo e definitivo. A sensibilidade varia de 74 a 86%, podendo
a especificidade alcançar 97% dependendo da experiência do avaliador (AVELLEIRA;
BOTTINO, 200634).
d Pesquisa Direta com Material Corado: Os métodos utilizados são: Fontana-
Tribondeau, método de Burri, Giemsa e Levaditi. No método de Fontana-Tribondeau
após a coleta da linfa é feito um esfregaço na lâmina com adição da prata. A prata
por impregnação na parede do treponema torna-o visível. O método de Burri utiliza
a tinta da China (nanquim). Na coloração pelo Giemsa o T. pallidum cora tenuamente
(palidamente), sendo difícil a observação da espiroqueta; e, por fim, o método de
Levaditi usa a prata em cortes histológicos. Todos os métodos de coloração são
inferiores ao campo escuro (AVELLEIRA; BOTTINO, 200634).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 83

d Imunofluorescência Direta: Exame altamente específico e com sensibilidade


maior que 90%. Praticamente elimina a possibilidade de erros de interpretação com
treponemas saprófitas. É chamado de DFA-TP (diret fluorescent-antibody testing for
T. pallidum) (AVELLEIRA; BOTTINO, 200634).

1.4. Provas Sorológicas

O T. pallidum no organismo promove o desenvolvimento de dois tipos de anticorpos:


as reaginas (anticorpos inespecíficos IgM e IgG contra cardiolipina), dando origem aos
testes não treponêmicos, e anticorpos específicos contra o T. pallidum, que originaram
os testes treponêmicos. Os testes não treponêmicos são úteis para triagem em grupos
populacionais e monitorização do tratamento, enquanto os treponêmicos são utilizados
para confirmação do diagnóstico (AVELLEIRA; BOTTINO, 200634).
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 84

REFERÊNCIAS

1. Tortora GJ, Funke BR, Case CL. Microbiologia. Artmed, 2010.


2. Câmara B. Ágar EMB (Eosin Methylene Blue). 2013 [acesso em: 02 jan. 2021]. Disponível
em: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2013/02/agar-emb-eosin-methylene-blue.
html.
3. Becton Dickinson GMBH (Alemanha). BD Hektoen Enteric Agar (HE Agar). 2013 [acesso
em: 02 jan. 2021]. Disponível em: https://www.bd.com/resource.aspx?IDX=9065.
4. UNICAMP. CIBIO – IB/UNICAMP. Disponível em: www.ib.unicamp.br/cibio/cartilha.
5. Bonato CC, Elnecave RH. Alterações tireoidianas associadas à radiação externa em
crianças e adolescentes. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. 2011; 55(6): 359-366.
6. Bernardi GA, Costa TCM. Avaliação da atividade antimicrobiana do álcool 70% em
superfícies contaminadas. Journal of Infection Control [s. l]. 2017; 6(4): 1-11.
7. Trento Angelo. COLORAÇÕES USADAS EM MICROBIOLOGIA [Monografia (Especialização)
- Curso de Microbiologia Clínica]. 2018. 13 f. São José do Rio Preto: Academia de Ciência
e Tecnologia; 2018.
8. Tansuphasiri U, Kladphuang B. Evaluation of sputum staining by modified cold method
and comparison with Ziehl-Neelsen and fluorochrome methods for the primary diagnosis
of tuberculosis. Southeast Asian J. Trop. Med. Public Health. 2002; 33: 128-135.
9. Kim SC, Kang SI, Kim DW et al. Development and evaluation of an automated stainer for
acid-fast bacilli. Med. Engin. Physics. 2003; 25: 341-347.
10. Steingart KR, Henry MNGV et al. Fluorescence versus conventional sputum smear
microscopy for tuberculosis: a systematic review. Lancet Infect. Dis. 2006; 6: 570-581.
11. EUROPEAN Commission (SANCO/B3/R16). Possible links between Crohn’s disease and
paratuberculosis. Brussels: Report of the Scientific Committee on Animal Health and
Animal Welfare. 2000; 76.
12. Kalis CHJ, Collins MT, Barkema HW et al. Certification of herds as free of Mycobacterium
paratuberculosis infection: actual pooled faecal results versus certification model
predictions. Prev. Vet. Med. 2004; 65: 189-204.
13. Stewart DJ, Vaughan JA, Stiles PL et al. A long-term study in Merino sheep experimentally
infected with Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis: clinical disease, fecal
culture and immunological studies. Vet. Microbiol. 2004; 104: 165-178.
14. Vaughan JA, Lenghausb C, Stewart DJ et al. Development of a Johne’s disease infection
model in laboratory rabbits following oral administration of Mycobacterium avium
subspecies paratuberculosis. Vet. Microbiol. 2005; 105: 207-213.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 85

15. Corrêa L, Camargo LFA. Infecções do Trato Urinário. São Paulo: Lemos; 2004. 4-24.
16. Senior DF. Urinay tract infection. Praga/República Checa: Comunicação apresentada no
31st World Small Animal Veterinary Congress WSAVA; 2006.
17. Sato AF, Svidzinski AE, Consolaro MEL, Boer CG. Urinary nitrite and urinary-tract infection
by gram-positive cocci. J. Bras. Patol. Med. Lab. 2005; 41(6): 397-404.
18. Mendes ICM.  Saiba o que é bacteriúria assintomática e como combatê-la. 2019
[Acesso em: 02 jan. 2021]. Disponível em: https://pebmed.com.br/saiba-o-que-e-
bacteriuria-assintomatica-e-como-combate-la/#:~:text=Bacteri%C3%BAria%20
a s s i n t o m% C 3 % A1t i c a% 2 0 % C 3 % A 9 % 2 0 d e f i n i d a% 2 0 c o m o , d e% 2 0 i n f e c% C 3 -
%A7%C3%A3o%20do%20trato%20urin%C3%A1rio.
19. BRASIL. Ministério da Saúde. Cistite. 2015 [acesso em: 02 jan. 2021]. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2044-cistite#:~:text=Cistite%20%C3%A9%20
uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20e,ou%20os%20rins%20(pielonefrite.
20. Bruna MHV. Pielonefrite. Acesso em: 02 jan. 2021. Disponível em: https://drauziovarella.
uol.com.br/doencas-e-sintomas/pielonefrite/#:~:text=Pielonefrite%20%C3%A9%20
uma%20doen%C3%A7a%20inflamat%C3%B3ria,dilatada%20em%20forma%20de%20funil.
21. LIMA EG (Org.) et al. Manual de coleta, acondicionamento e transporte de amostras para
exames laboratoriais. 5. ed. Fortaleza: SESA; 2019.
22. CSV BACTERIOLOGIA. MANUAL DE MICROBIOLOGIA. Acesso em: 03 jan. 2021. Disponível
em: http://www.csvlab.com.br/download/Manual-de-Microbiologia.pdf.
23. Silva AJR, Oliveira FMD, Ramos MEP. Infecção associada ao Cateter Venoso Central –
Revisão da Literatura. Revista Referência. 2009; 2(11): 125-134.
24. Fernandes GC, Valler L.  Infecções do sistema nervoso central. 2014 [acesso em: 03
jan. 2021]. Disponível em: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5823/
infeccoes_do_sistema_nervoso_central.htm.
25. Siqueira FS. Mecanismos de resistência a ß-Lactâmicos em Pseudomonas
aeruginosa. Revista do Biomédico. 2002; 94(1): 24-24.
26. Fehlberg LCC.  Complexo Burkholderia cepacia: Identificação, Caracterização do Perfil
de Sensibilidade aos Antimicrobianos e Avaliação dos Mecanismos de Resistência a
Trimetoprim/Sulfametoxazol [Tese de Doutorado - Curso de Medicina]. 185 f. São Paulo:
Universidade Federal de São Paulo; 2014.
27. Caxias M.  Características dos fungos filamentosos e leveduriformes. Acesso em:
06 jan. 2021. Disponível em: https://ibapcursos.com.br/caracteristicas-dos-fungos-
filamentosos-e-leveduriformes/#:~:text=Os%20fungos%20de%20leveduriformes%20
s%C3%A3o,de%20fun%C3%A7%C3%B5es%20reprodutivas%20e%20vegetativas.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 86

28. Moraes AML, Paes RA, Holanda VL. Micologia. In: Teva A et al. Conceitos e métodos para
a formação de profissionais em laboratórios de saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: Epsjv; Ioc;
2010. Cap. 4. 399-496.
29. Ferreira W, Ávila SLM. Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e
Auto-Imunes. 2. ed. São Paulo: Guanabara-Koogan; 2001.
30. Leal AL.  Diferenciação das espécies Cryptococcus neoformans Cryptococcus gattii
utilizando a metodologia de PCR multiplex e determinação do perfil epidemiológico de
pacientes com meningite criptocócica [Dissertação de Mestrado - Curso de Biotecnologia].
100 f. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2016.
31. MINAS GERAIS. IPSEMG. Realizar A Pesquisa De Cryptococcus Neoformans Em Amostras
Clínicas. 2018 [acesso em: 06 jan. 2021]. Disponível em: file:///C:/Users/prisc/Downloads/
pop_lab_mic_-_016.pdf.
32. Sejas LM, Silbert S, Reis AO, Sader Hélio S. Avaliação da qualidade dos discos com
antimicrobianos para testes de disco-difusão disponíveis comercialmente no Brasil. Jornal
Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. 2003; 39(1): 27-35. FapUNIFESP (SciELO).
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s1676-24442003000100006.
33. ANVISA.  Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos. 2008 [acesso em: 06 jan. 2021].
Disponível em: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_
praticas/modulo5/introducao.htm.
34. Avelleira JCR, Bottino G. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. Anais Brasileiros de
Dermatologia. 2006; 81(2): 111-126.
35. Acourt CHD, Garrard CS, Crook D, Bowler I, Conlon C. Microbiology lung surveillance in
mechanically ventilated patients using non-directed bronquial lavage and quantitative
culture. Quarterly J Med. 1993; 86: 635-648.
36. Ambler RP. The structure of β-lactamases. Philosophical Transactions of the Royal
Society B: Biological. 1980; 289: 321-331.
37. Amsel R, Totten PA, Spiegel CA, Chen KS, Eschenbach DA, Holmes KK. Nonspecific
vaginitis: diagnostic criteria and microbial and epidemiologic associations. Am J Med.
1983; 74: 14-22.
38. Andrade LN. Genética e epidemiologia molecular de enterobactérias produtoras de
KPC no Brasil [Tese de Doutorado em Ciências Farmacêuticas]. Ribeirão Preto: Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2011.
39. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de Microbiologia Clínica para
o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. Módulo IV Descrição dos Meios de Cultura
Empregados nos Exames Microbiológicos. 2004.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 87

40. ANVISA. Corrente Sanguínea: critérios nacionais de infecções relacionadas à assistência


à saúde. Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. 2009
[acesso em: 03 jan. 2021]. Disponível em: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/
manuais/correntesanguinea.pdf.
41. ANVISA. Detecção e Identificação de Bactérias de Importância Médica. 2004 [acesso em:
04 jan. 2021]. Disponível em: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/
mod_5_2004.pdf.
42. Araujo M. Bacteriologia. Acesso em: 08 jan. 2021. Disponível em: https://www.infoescola.
com/biologia/bacteriologia.
43. Araujo MRE. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação
dos resultados. J. Infect. Control. 2012; 1(1): 08-19.
44. Balows A, Hausler WJ, Herrmann KL, Isenberg HD, Shadomy HJ. Manual of clinical
microbiology. 5. ed. Washington/DC: American Society for Microbiology; 1991.
45. Barbosa RC et al. Beta-Lactamase de Espectro Estendido: Prevalência e Comparação de
Métodos de Screening. Semina: Ci. Biol. Saúde. 2000; 20/21(2): 17-24.
46. Barenfanger J. Improving the clinical utility of microbiology data: an update. Clin Microbiol
Newsl. 2003; 25(1): 1-8.
47. Baron EJ, Cassel GH, Duffy LB. Laboratory diagnosis of female genital tract infection. In:
Cumitech 17A: American Society for Microbiology, Washington DC, 1993:1–28.
48. Baron EJ, Finegold SM. Bailey & Scott’s diagnostic microbiology. 8. ed. St. Louis: CV
Mosby; 1990.
49. Baselski VS, Wunderink RG. Bronchoscopic diagnosis of pneumonia. Clin Microbiol Rev.
CLINICAL MICROBIOLOGY REVIEWS, Oct. 1994, p. 533-558
50. Beekmann SE, Diekema DJ, Chapin KC, Doern GV. Effects of Rapid Detection of Bloodstream
Infections on Length of Hospitalization and Hospital Charges. J. Clin. Microbiol. 2003;
41(7): 3119-3125.
51. Bennett JV, Brachman PS. Hospital Infections. 4. ed. Lippincott-Raven; 1998.
52. Bernstein JM. Treatment of community-acquired pneumonia. IDSA Guidelines CHEST.
1999; 115: 9S-13S.
53. Boop CA. Manual of clinical microbiology. 7. ed. Washington/DC: Ed. Murray, American
Society for Microbiology; 1999.
54. Bowler PG, Duerden BI, Armstrong DG. Wound Microbiology and associated approaches
to wound management. Clin Microbiol ver. 2001; 14: 244-269.
55. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância sanitária, Microbiologia Clínica para o Controle
de infecção relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 8: Detecção e identificação de
fungos de importância médica. Brasília: Anvisa; 2013.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 88

56. BRASIL. Ministério da Saúde. Classificação de Risco dos Agentes Biológicos. 2017
[acesso em: 07 jan. 2021]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
classificacao_risco_agentes_biologicos_3ed.pdf.
57. BRASÍLIA. Ministério da Saúde. Leptospirose: diagnóstico e manejo clínico. Diagnóstico
e Manejo Clínico. 2014 [acesso em: 08 jan. 2021]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/leptospirose-diagnostico-manejo-clinico2.pdf.
58. Bush K, Jacoby GA, Medeiros AA. A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure. Antimicrobial Agents and Chemotherapy.
1995; 39: 1211-1233.
59. Bush K, Jacoby GA. Updated functional classification of β-lactamases. Antimicrobial
Agents and Chemotherapy. 2010; 54: 969-976.
60. Centro de Medicina Diagnóstica Fleury. Manual de Exames. São Paulo: Fleury; 2003.
61. Chagas TPG. Detecção de bactérias multirresistentes aos antimicrobianos em esgoto
hospitalar no Rio de Janeiro [Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical]. Rio de
Janeiro: Instituto Oswaldo Cruz; 2011.
62. Comitê de Coleta de Sangue da SBPC/ML e BD Diagnostics – PreanalyticalSistems.
Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / ML para Coleta de Sangue
Venoso. São Paulo; 2005.
63. Diagnóstico Laboratorial das Micoses Humanas (Fonte multimídia). Rossana Setti, 2005.
64. Baron EJ (Coord). CUMITECH 17A. Washington/DC: American Society for Microbiology;
1993.
65. Dunlap, Madigan, Martinko. Microbiologia de Brock. 12. ed. Editora: Artmed; 2010.
66. Dzidic S, Suskovic J, Kos B. Antibiotic resistance Mechanisms in Bacteria: Biochemical
and Genetic Aspects. Food Technology Biotechnology. 2008; 46(11): 11- 21.
67. Eschenbach DA, Hillier SR, Critcholow C, Stevens C, Derouen T, Pollock HM, Schachter J.
Laboratory diagnosis of female genital tract infection. CUMITECH 17 (Coord. Rubin SJ).
Washington/DC: American Society for Microbiology; 1983.
68. Evangelista ET, Beilstein HR. Laboratory diagnosis of gonorrhoea. CUMITECH 4A
(Coord. Abramson C). Washington/DC: American Society for Microbiology; 1993.
69. Ferreira T, Costa VC, Pereira NG. Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento de Leptospirose.
Acesso em: 08 jan. 2021. Disponível em: file:///C:/Users/prisc/Downloads/diretrizes%20
de%20leptospirose%20-%20hucff.pdf.
70. Figueiral ACD, Faria MGI. Klebsiella pneumoniae Carbapenemase: um problema sem
solução. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. 2015; 9(1): 45-48.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 89

71. Florentino M, Verdinelli M, Fiod-Neto M. Aplicação de análise estatística multivariada em


duas “amostra controle” usados no controle de qualidade na bioquímica clínica. Acesso
em: 07 jan. 2021. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_
a0270.pdf.
72. Fluit A, Visser M, Schmitz F. Molecular detection of Antimicrobial Resistance. Clinical
Microbiology Reviews. 2001; 14(4): 837-862.
73. Fogaça JRV. Exatidão e Precisão. Acesso em: 07 jan. 2021. Disponível em: https://www.
preparaenem.com/quimica/exatidao-precisao.htm#:~:text=A%20exatid%C3%A3o%20
mostra%20que%20o,de%20pesquisa%20sejam%20jogados%20fora.
74. Forbes BA, Sahm DS, Weissfeld AS. Bayley & Scott’s Diagnostic Microbiology. 10. ed. St.
Louis: C.V. Mosby Co; 1998.
75. Freitas FJO. Epidemiologia de β-Lactamases Adquiridas do tipo AmpC em Isolados Clínicos
Humanos de Enterobacteriaceae [Dissertação de Mestrado - Curso de Microbiologia
Clínica]. 131 f. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2011.
76. Goiânia. Gerência De Saúde e Prevenção. MANUAL DE ELABORAÇÃO MAPA DE RISCOS.
2012 [acesso em: 07 jan. 2021]. Disponível em: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/
arquivos/2012-11/manual-de-elaboracao-de-mapa-risco.pdf.
77. Gomes TR.  Resistência induzível ou constitutiva MLSb em isolados clínicos de
Staphylococcus aureus resistentes à Meticilina [Monografia de Especialização - Curso
de Ciências Biológicas]. 31 f. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia; 2017.
78. Holmes KK. Diagnosis and clinical manifestations of bacterial vaginosis. Am J Obstet
Gynecol. 1988; 158: 819–828.
79. Hoog GS, Guarro J, Figueras MJ, Gene J. Atlas of Clinical Fungi. 2. ed. Holanda: CBS,
Utrecht; 2000.
80. Hospital Das Clínicas – FMUSP (São Paulo). GUIA DE BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS.
2015 [acesso em: 07 jan. 2021]. Disponível em: https://limhc.fm.usp.br/portal/wp-
content/uploads/2015/11/Manual_Guia_de_Boas_Praticas.pdf.
81. Ishak R, Linhares AC, Ishak MOG. Biossegurança No Laboratório. Rev. Inst. Med. Trop.
1989; 31(2): 126-131.
82. Kane J, Summerbell R, Sigler L, Krajden S, Land G. Laboratory handbook of Dermatophytes:
a Clinical Guide and Laboratory Manual of Dermatophytes and Other Filamentous Fungi
from kin, Hair and Nails. Belmont/Ca: Star Publishing Co; 1997.
83. KASVI (São José do Pinhais).  Biossegurança em Laboratórios de Análises Clínicas.
2015 [acesso em: 07 jan. 2021]. Disponível em: https://kasvi.com.br/biosseguranca-
laboratorios/.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 90

84. Koneman EW, Allen SD, Dowell-Junior VR, Sommers HM. Diagnóstico Microbiológico
Texto e Atlas Colorido. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. 1488 p.
85. Kurtzman CP, Fell JW. The Yeasts – A taxonomic study. Amsterdam/Holanda: Elsevier
Science BV; 1998.
86. Kwon-Chung KJ, Bennett JE. Medical Mycology. 1992.
87. LABNETWORK. Controles e calibradores: qual a importância desses materiais para um
laboratório?  2019 [acesso em: 07 jan. 2021]. Disponível em: https://www.labnetwork.
com.br/noticias/controles-e-calibradores-qual-a-importancia-desses-materiais-para-
um-laboratorio/.
88. Lacaz CS, Porto E, Martins JEC, Heins-Vaccari EM, Melo NT. Tratado de Micologia Médica.
9. ed. São Paulo: Sarvier; 2002.
89. Lacaz CS, Porto E, Heins-Vaccari EM, Melo NT. Guia Para Identificação de Fungos
Actinomicetos e Algas de interesse médico. 8. ed. São Paulo: Sarvier; 1998.
90. Laffeneur K, Janssens M, Charlier J, Avesani V, Wauters G, Delmée M. Biochemical and
susceptibility tests useful for identification of nonfermenting Gram-negative rods. J Clin
Microbiol. 2002; 40(3): 1085-1087.
91. Larone DH. Medically Important Fungi: A guide to Identification. 3. ed. Washington/DC:
2000.
92. Livermore DM. Beta-lactamases in laboratory and clinical resistance. Clin Microbiol Rev.
1995; 8(4): 557-84.
93. Livermore DM, Woodford N. The β -lactamase threat in Enterobacteriaceae, Pseudomonas
and Acinetobacter. Trends Microbiol. 2006; 14: 413-20.
94. Lopes HJJ. Garantia e Controle da Qualidade no Laboratório Clínico. 2003 [acesso em: 07
jan. 2021]. Disponível em: http://www.goldanalisa.com.br/arquivos/%7B8530AFBA-AE96-
4413-90EE-9C929C896B39%7D_Garantia_e_Controle_da_Qualidade_no_Laboratorio_
Clinico%5B1%5D.pdf.
95. Trabulsi LB, Alterthum F. Microbiologia. 5. ed. Atheneu; 2009.
96. Madigan MT et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed; 2016. 937 p.
97. OMS. Manual de Segurança Biológica em Laboratórios – OMS. 3. ed. Genebra, 2004.
98. Martinko JM, Dunlap PV, Clark DP. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed;
2010.
99. Martins CRF  et al.  Técnica de Coloração de GRAM. 2001 [acesso em: 02 jan. 2021].
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/115_03gram.pdf.
100. Mayer G. Genetic Exchange. Microbiology and Immnology On-line. 2010.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 91

101. Mc Faddin JF. Biochemical tests for identification of medical bacteria. Ed. William &
Wilkins Co. Baltimore; 1980.
102. Medeiros EAS, Wey SB, Guerra CM. Diretrizes para a Prevenção e o Controle de Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde. São Paulo: Comissão de Epidemiologia Hospitalar,
Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo; 2005
103. Melo DB. Padrão clonal e perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos de cepas de
Escherichia coli isoladas de alimentos e de espécimes clínicas [Dissertação de Mestrado
- Ciência de Alimentos]. Salvador: Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da
Bahia; 2010.
104. Miller JM. A guide to specimen management in clinical microbiology. 2. ed. Washington:
American Society Microbiology; 1999.
105. Murray P. Manual of Clinical Microbiology. 9. ed. Washington: ASM Press; 2016
106. Koneman EW et al. Color Atlas and Textbook of Diagnostic Microbiology. 7. ed. Wolters
Kluwer; 2017
107. NCCLS. Performance Standards for Antimicrobial Disk Susceptibility Tests. Approved
Standard. 8. ed. NCCLS document M2-A8 (ISBN 1-56238- 485-6). 2003.
108. Neihardt F. Bacterial genetics. In: McGraw Hill (Org.). Sherris Medical Microbiology - An
introduction to infectious diseases. 4. ed. Nova Iorque: 2004. 53 – 74.
109. Neu H, Gootz T. Antimicrobial Chemotherapy. In: Baron S (Org.). Medical Microbiology. 4.
ed. Galveston: 1996. Cap. 11.
110. Oliveira KRP.  β-lactamases na família Enterobacteriaceae: métodos de detecção e
prevalência [Dissertação de Mestrado - Curso de Medicina]. 89 f. Rio Grande do Sul:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2008.
111. Ostrosky EA, Mizumoto MK, Lima MEL, Kaneko TM, Nishikawa SO, Freitas BR. Métodos
para avaliação da atividade antimicrobiana e determinação da concentração mínima
inibitória (CMI) de plantas medicinais, Revista Brasileira de Farmacognosia. 2008; 18(2):
301-307.
112. Paterson DL, Bonomo RA. Extended-spectrum β-lactamases: a clinical update. Clin
Microbiol Ver. 2005; 18: 657-86.
113. Pereira AS et al. Avaliação da acurácia de testes laboratoriais para detecção de amostras
de Klebsiella pneumoniae produtora de betalactamase de espectro estendido.  Jornal
Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. 2003; 39(4): 301-308. FapUNIFESP
(SciELO). DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s1676-24442003000400007.
114. Pitout JD, Laupland KB. Extended-spectrum beta-lactamase producing Enterobacteriaceae:
an emerging public-health concern. Lancet Infect Dis. 2008; 8: 159-66.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 92

115. PJE.  Espiroquetas. Acesso em: 08 jan. 2021. Disponível em: https://pjetreina.tjmg.
jus.br/Publico/MP_CX-1-2-3/PIC%20n.%200090.19.000013-4%20VALE/CAIXA%20
1/1%20Pen%20Drive%20ID%20CEAT%20%2834471974%29/Op%20Brmadinho-Vale%20
Ponto2%20Fase1/relatorios%20dos%20notebooks/Report_Files/files/subfolder6/
Carved%20[12019200].pdf.
116. Anvisa. Resolução da Diretoria Colegiada n° 343, de 13 de dezembro de 2002. Agencia
Nacional de Vigilância Sanitária. 2002.
117. Ribeiro MC. Microbiologia pratica: roteiro e manual: bactérias e fungos. São Paulo:
Atheneu; 2000.
118. Rice L, Bonomo R. Genetic and Biochemical mechanisms of bacterial. In: Viclor Lorian MD
(Org.). Antibiotics in Laboratory Medicine. 5. ed. Nova Iorque: 2005. 441-476.
119. Sahm DF, Washingyon Ii JA. Antibacterial susceptibility tests: Dilution methods. In: Balows
A, Hauser, WJ, Hermann KL, Isenberg HD, Shamody HJ. Manual of clinical microbiology.
5.ed. Washington/DC: American Society for Microbiology.1991; 1105-1116.
120. Sanches C. Importância da implantação das normas de biossegurança em laboratórios.
2016 [acesso em: 07 jan. 2021]. Disponível em: https://www.labnetwork.com.br/especiais/
importancia-da-implantacao-das-normas-de-biosseguranca-em-laboratorios/.
121. Santos RV, Ribeiro FKC. MANUAL DE BIOSSEGURANÇA. 2017 [acesso em: 07 jan. 2021].
Disponível em: https://saude.es.gov.br/Media/sesa/LACEN/Manuais/MANUAL%20
DE%20BIOSSEGURAN%C3%87A%20LACEN-ES%20REV%2002.pdf.
122. Schrenkenberger PC. Practical approach to the identification of glucose nonfermenting
Gram-negative bacilii: a guide to identification. 2. ed. CACMLE: University of Illinois,
College of Medicine at Chicago; 1996.
123. Silva JR.  O que é controle de qualidade laboratorial?  2019 [acesso em: 07 jan. 2021].
Disponível em: https://www.pixeon.com/blog/o-que-e-controle-de-qualidade-
laboratorial/.
124. Simões L  et al. Leptospirose – Revisão.  Pubvet. 2016 jan; 10(2): 138-146. Editora MV
Valero. DOI: http://dx.doi.org/10.22256/pubvet.v10n2.138-146.
125. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Studdarth - Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica.
10. ed. Editora Guanabara Koogan.
126. Souza DM.  Detecção De Mecanismos De Resistência [Monografia (Especialização)
- Curso de Microbiologia Clínica]. 12 f. São José do Rio Preto: Academia de Ciência e
Tecnologia; 2013.
127. Souza PRM.  Concordância entre o exame micológico direto e cultural em infecções
ungueais dos pés por dermatófitos. 2007 [Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina].
55 f. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2007.
PRODUTO ÚNICO - MICROBIOLOGIA CLÍNICA 93

128. Strohl WA, Rouse H, Fischer BD, Harvey RA(Coord.). Microbiologia ilustrada. Porto Alegre:
Artmed; 2004.
129. Thayer JD, Martin JE. A seletive medium for the cultivation of Neisseria gonorrhoeae and
Neisseria meningitidis. Public Health Rep. 1964; 79: 49-57.
130. Tortora GJ, Funke BR, Case Cl. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed; 2010.
131. UNILAB (São Francisco do Conde).  Gestão da Qualidade em laboratórios de análises
clínicas: entenda!  2019 [acesso em: 08 jan. 2021]. Disponível em: https://www.unilab.
com.br/materiais-educativos/artigos/qualidade/gestao-da-qualidade-em-laboratorios-
de-analises-clinicas-entenda/#:~:text=Portanto%2C%20o%20controle%20de%20
qualidade,tempo%20ao%20empregar%20processos%20padronizados.
132. Veiga. Os antibióticos na prática clínica. Lisboa: Infecon; 1984.
133. Von Nowakonsky A, Silva CRN, Melhem MSC. Fungos e Aids: diagnóstico de infecções
oportunistas. Ministério da Saúde, Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente
Transmissíveis e Aids, Série Telelab nº 22. 2001.
134. Zaha JR, Lortholary O, Martin C, Potel G, Plesiat P, Nordmann P. Addressing the challenge
of extended-spectrum beta-lactamases. Curr Opin Investig Drugs. 2009; 10: 172-80.
135. Zaitz C, Campbell I, Marques SA, Ruiz LRB, Souza VM. Compêndio de Micologia Médica.
Rio de Janeiro: Medsi; 1998.
136. Zgoda JR, Porter JR. A convenient microdilution method for screening natural products
against bacteria and fungi. Journal of Pharmaceutical Biology. 2001; 39(3): 221- 225.
137. Weinstein MP, Doern GV. A Critical Appraisal of the Role of the Diagnosis of Bloodstream
Infections. J. Clin. Microbiol. 2011; 49: S26-S29.
138. Wright G. Bacterial resistance to antibiotics: Enzymatic degradation and modification.
Advanced Drug Delivery Reviewa. 2003; 57: 1451-1464.

Você também pode gostar