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COMPLEMENTAR
QUÍMICA ANALÍTICA
SUMÁRIO
1. METODOLOGIA ANALÍTICA......................................................................................... 4
2. MÉTODOS TITULOMÉTRICOS...................................................................................... 6
2.1 Requisitos para uma reação química ser usada como base de um método volumétrico...................6
2.2 Solução-Padrão..............................................................................................................................6
4. EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE.......................................................................................... 13
5. EQUILÍBRIO OXIRREDUÇÃO...................................................................................... 14
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 34
Química Analítica 4
1. METODOLOGIA ANALÍTICA
Os avanços recentes, na área farmacêutica, viabilizaram a produção de novos
fármacos, que necessitam de métodos analíticos para sua determinação quantitativa
em produtos farmacêuticos. O desenvolvimento de métodos que permitam quantificar
fármacos em matérias-primas e produtos acabados é fundamental para o controle de
qualidade desses produtos no âmbito da indústria farmacêutica nacional e internacional.
A escolha do procedimento baseia-se em vários fatores, que incluem a estrutura e
características do fármaco, pureza, quantidade de amostra e finalidade da análise, bem
como a disponibilidade de equipamentos e reagentes. O desenvolvimento de métodos
envolve a avaliação e otimização de condições, incluindo etapas de preparação da
amostra, detecção e quantificação. A escolha do método deve levar em consideração
fatores como sua adequação à substância analisada, em determinada forma farmacêutica
e condições, como disponibilidade de instrumentos e equipamentos, rapidez, custo
reduzido, simplicidade e baixo risco ocupacional e ambiental. Posteriormente, a validação
é necessária para demonstrar, por meio de estudos experimentais, que o método atende
às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade e reprodutibilidade
dos resultados obtidos.
A especificidade do método analítico indica sua capacidade de diferenciar e quantificar
o analito, na presença de outros constituintes da amostra que, inclusive, poderiam interferir
na sua determinação, como adjuvantes, impurezas, produtos de degradação ou mesmo
outra substância ativa.
A linearidade corresponde à capacidade do método analítico para demonstrar que
os resultados obtidos são diretamente proporcionais à concentração da substância sob
análise.
A precisão representa o grau de concordância entre os resultados de análises
individuais de uma mesma amostra homogênea, em idênticas condições de ensaio. É
determinada pela repetibilidade, precisão intermediária e reprodutibilidade. A repetibilidade
é efetuada, por meio de várias análises, nas mesmas condições, em curto intervalo de
tempo. Essa determinação deve ser feita, a partir de, no mínimo, seis determinações na
concentração estabelecida correspondente a 100%. A precisão intermediária expressa
o efeito das variações por eventos, como diferentes dias, analistas ou equipamentos. A
reprodutibilidade se refere ao uso do procedimento analítico, em diferentes laboratórios,
como parte de estudo colaborativo. A precisão normalmente é expressa pelo Desvio-
Padrão Relativo percentual (DPR %).
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Desenvolvimento do
Seleção do Método
Método Escolhido
Recuperação e Calibração
Especificidade e Linearidade
Sensibilidade e
Robustez
Limite de Detecção
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2. MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Os métodos titulométricos são procedimentos quantitativos, baseados na medida
da quantidade de um regente de concentração conhecida, que é consumida pelo analito.
Procedimento no qual uma solução padrão ou solução de referência é cuidadosamente
adicionada à outra solução que contém o analito, até que se complete a reação. A quantidade
de solução-padrão necessária, para completar a reação, indica-nos a quantidade de analito
presente.
Figura 2. Titulação7
2.2 Solução-Padrão
É uma solução de concentração exatamente conhecida, indispensável para realizar
análises volumétricas. É a solução que será usada para a comparação das concentrações.
É um composto cuja
É composto com alto grau pureza pode ser
de pureza que serve como estabelecida por análise
referência na titulação. química e que serve como
referência na titulação.
y Padrão Primário
É um reagente puro o suficiente para ser pesado e usado diretamente. Apresenta
um alto grau de pureza que serve como referência na titulação. A precisão do método é
criticamente dependente das propriedades desse composto. Quando o reagente titulante
ou solução-padrão é um padrão primário, ele pode ser preparado diretamente, isto é,
o reagente é pesado com a maior precisão possível e dissolvido em água destilada ou
deionizada, sendo a diluição realizada a um volume definido em balão volumétrico
Estabilidade à atmosfera
Baixo custo
y Padrão Secundário
São substâncias que têm sua concentração determinada por análise química
e também são utilizadas como referência em análises volumétricas. Quando não há
disponível um padrão primário, usa-se uma solução de um reagente (padrão secundário)
com concentração aproximada da desejada para titular uma massa conhecida de um
padrão primário.
A padronização é a titulação realizada, para determinar a concentração do titulante,
que será utilizado para uma análise futura. Na padronização, a solução preparada com o
padrão secundário tem a sua concentração determinada com precisão.
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Figura 3. Solução8
3.1 Eletrólitos
Uma propriedade físico-química importante das soluções é a sua condutividade
elétrica. Condutividade elétrica é a capacidade das soluções de conduzir uma corrente
elétrica, em razão do movimento relativo de íons presentes na solução. A água pura exibe
uma pequena condutividade elétrica pela baixa concentração dos íons hidrogênio, H+ e
hidróxido, OH-. As soluções aquosas, em geral, podem exibir condutividades maiores ou
iguais à da água pura, dependendo da natureza do soluto.
Substâncias que, em solução aquosa, não alteram a condutividade da água são
denominadas de não eletrólitos. Os não eletrólitos usualmente são solúveis em água, mas
não formam íons em solução. Por exemplo, a sacarose (açúcar), C12H22O11, ou o etanol (álcool
comum), C2H5OH, comportam-se como não eletrólitos ao serem dissolvidos em água,
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A + B� C + D
A classificação das reações em reversíveis ou irreversíveis é convencional. Cada reação é mais ou menos
reversível, porém, em muitos casos, essa reversibilidade é tão insignificante, que pode ser desprezada. Então, a
reação é considerada praticamente irreversível.
4. EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE
A classificação de certas substâncias, como ácidas ou básicas, teve sua origem na
observação de algumas propriedades físicas e químicas que esses compostos conferem às
suas soluções aquosas e de algumas características organolépticas dessas substâncias.
Os ácidos são substâncias eletrolíticas de sabor azedo, que reagem com diversos
metais (os chamados metais ativos), liberando gás hidrogênio; reagem também com
carbonatos liberando gás carbônico, avermelham o papel de tornassol e destroem as
propriedades das bases. As bases são substâncias eletrolíticas amargas, escorregadias
ao tato, deixam o papel de tornassol azul e destroem as propriedades dos ácidos.
As teorias sobre ácidos e bases foram propostas, para explicar o comportamento
dessas substâncias, baseando-se em algum princípio mais geral. As principais teorias são
de Arrhenius (1887), de Brönsted-Lowry (1923) e de Lewis (1923).
Arrhenius
y Ácidos -produção de H+
y Bases - produção de OH-
Bronsted-Lowry
y Ácidos - doador de H+
y Bases - aceptor de H+
Lewis
5. EQUILÍBRIO OXIRREDUÇÃO
Uma reação de oxidação-redução ou de oxirredução ocorre quando os reagentes
sofrem uma variação no número de oxidação. Na oxidação há uma perda de elétrons, e o
processo resulta no aumento no número de oxidação da espécie, enquanto que, na redução
há um ganho de elétrons, e o processo resulta na diminuição no número de oxidação. Como
elétrons livres não existem em solução, condição da eletroneutralidade, uma oxidação
(perda de elétrons) tem que ser sempre acompanhada da correspondente redução
(ganho de elétrons). A espécie que causa a oxidação é denominada agente oxidante ou,
simplesmente, oxidante, e a que causa a redução é o agente redutor ou redutor. Para uma
oxidação ocorrer, o agente oxidante precisa receber um ou mais elétrons da substância
que está sendo oxidada, logo o agente oxidante sofre uma redução. Inversamente, um
agente redutor é oxidado em uma reação química de oxirredução.
Por exemplo, na reação direta
O íon ferro (III), Fe3+ é reduzido pelo agente redutor íon estanho (II), Sn2+ e o íon estanho
(II), Sn2+ é oxidado pelo agente oxidante íon ferro (III), Fe3+.
É conveniente escrever as reações de oxirredução em duas etapas, denominadas
semi-reações. Uma semi-reação é a representação individual do processo de oxidação ou
de redução. A reação (1) pode ser entendida como a soma de duas semi-reações, desde
que devidamente balanceadas:
No processo global, o número de elétrons doados tem que ser igual ao número de
elétrons recebidos, portanto a semi-reação do ferro tem que ser multiplicada por 2.
2 Fe 3 + + 2e - � 2 Fe2 +
Sn2 + � Sn4 + + 2e
_______________________________
2 Fe 3 + + Sn2 + � 2 Fe2 + + Sn4 +reação de oxirredução
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6. EQUILÍBRIO ENVOLVENDO
ÍONS COMPLEXOS
Os átomos dos metais apresentam configurações eletrônicas com poucos elétrons
de valência e alguns orbitais vazios. Quando o átomo de um metal perde os seus elétrons
de valência, transformando-se em um íon, pode ligar-se a outro íon formando ligações de
natureza iônica. Porém seus orbitais vazios podem receber pares de elétrons de uma outra
espécie, que os tenha disponíveis, resultando em uma ligação covalente.
Assim, a formação de um complexo se dá pelo compartilhamento de pares de elétrons
entre um íon metálico e uma espécie capaz de fornecer esses elétrons. Essa reação pode
ser tratada segundo a teoria ácido-base de Lewis.
Na formação do complexo, o íon metálico age como um ácido de Lewis, recebendo
o par de elétrons, e a espécie que os fornece, ou seja, o ligante, age como uma base de
Lewis. Por exemplo, na reação entre o íon cobre (II), Cu2+, e as moléculas de amônia NH3.
Cada NH3 atua como uma base de Lewis e contribui com o seu par de elétrons isolado
para a formação de uma ligação covalente coordenada que une o nitrogênio ao cobre. O
complexo resultante consiste, portanto de 4 moléculas de amônia coordenadas ao íon
central cobre (II), Cu2+.
3 Erros Grosseiros – são ocasionados pela falta de atenção, pouco treino ou falta de
perícia do operador. Por exemplo, uma troca de algarismos ao registrar um valor lido.
São geralmente fáceis de detectar e eliminar;
Dizemos que uma medição tem um erro positivo (erro com sinal “+”, ou medição
“adiantada|”), se o seu valor for superior ao valor que obteríamos na tal medição ideal.
Pelo contrário, se obtivermos um valor inferior ao ideal, diremos que o erro é negativo (erro
com sinal “-“, ou medição “atrasada”).
Por vezes, é muito útil apresentar valores relativos, quando se exprimem erros
de medições. A forma mais usual de apresentação é indicar os erros relativos em
porcentagem (%):
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Erroabsol
uto
Erro relativo = x100%
dadeiro
Valorver
Erroabsol
uto
Erro relativo = x106 ppm
dadeiro
Valorver
Essa última notação é útil, quando se está na presença de valores muito pequenos,
o que é típico dos laboratórios em que se efetuam medições de elevado grau de rigor (por
exemplo, em laboratório de calibração). É, contudo uma notação não normalizada e que
tem vindo a ser desaconselhada pelos organismos internacionais ligados à metrologia e
às normas técnicas.
Ao simétrico algébrico do erro dá-se o nome de “correção”:
Correção = - Erro
Esse termo resulta do fato de que, se souber que uma dada medição está afetada por um
determinado erro, o valor correto pode ser obtido mediante a correção desse resultado.
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8. SOLUBILIDADE E PRODUTO
DE SOLUBILIDADE
Dissolução Dispersão das partículas do soluto em um solvente.
Solvatação Na solubilização de compostos que formam íons, ocorre a solvatação,
que consiste na interação da parte negativa do solvente com os cátions e interação da
parte positiva do solvente com os ânions, de modo que várias moléculas do solvente
envolvem os íons.
É importante saber que a solvatação não é permanente: quando ocorre a formação
do corpo de fundo, passa a ter um equilíbrio entre a fase sólida e a fase aquosa, ou seja, o
sólido dissolve formando os íons e os íons se ligam formando o sólido. Nesse caso, o ΔG
do sistema é 0, pois ele está em equilíbrio.
Relação com a temperatura Para que ocorra solubilização, o ΔG para esse processo
deve ser negativo (processo deve ser espontâneo). Portanto, como a temperatura interfere
no valor de ΔG, ela também influencia na solubilidade. Para analisarmos essa influência,
precisamos avaliar dois casos distintos.
Solubilização de sólidos Na solubilização de sólidos, um aumento da temperatura
aumenta a solubilidade, porque, na mudança de um sólido (com fortes interações
intermoleculares que mantêm as moléculas firmemente unidas) para uma solução (com
moléculas dispersas pelo solvente), ocorre um aumento de entropia (ΔS > 0), de modo que
o termo –TΔS seja negativo. Assim, um aumento de temperatura aumenta o módulo de um
termo negativo, no cálculo da Energia Livre de Gibbs, tornando-a cada vez menor, ou seja,
cada vez mais negativa (ou mais próxima do zero, se antes fosse positiva).
Solubilização de gases Na solubilização de gases, um aumento da temperatura
diminui a solubilidade, porque, na mudança de um gás (com moléculas bastante
espalhadas e com fracas interações entre si) para um solução (na qual o espaço em que
as moléculas estão confinadas é menor, de modo que elas tenham uma maior interação
entre si e consequente maior organização do sistema), ocorre uma diminuição de entropia
(ΔS <0) , de modo que o termo –TΔS seja positivo. Assim, um aumento de temperatura
aumenta o módulo de um termo positivo, no cálculo da Energia Livre de Gibbs, tornando-a
cada vez maior, ou seja, cada vez mais positiva (ou mais próxima do zero, se antes fosse
negativa).
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S=hxp
em que S = solubilidade
h = constante de Henry (depende do soluto, do solvente e da temperatura)
p = pressão parcial do gás
Produto de solubilidade (Kps) É a constante de equilíbrio entre a fase sólida e a fase
dissolvida (ou seja, é calculado em soluções saturadas, para que haja o equilíbrio em
questão). Em outras palavras, é o produto entre as concentrações dos íons para o
qual a solução está saturada (com ou sem corpo de fundo).
Sulfeto (S-2) Insolúveis Li, Na, K, Rb, Cs, NH4+, Ca, Mg, Sr, Ba
Nem sempre o precipitado obtido está em uma forma adequada para a pesagem:
AgNO3
DIMETILGLIOXIMA
precipita em meio ácido
Reagente específico para o
cloreto, brometo, iodeto e
Ni2+ em meio básico
tiocinato
3 De solubilidade suficientemente baixa, para que não haja perda significativa do analito,
durante a filtração e a lavagem (precipitado obtido deve ser altamente insolúvel);
Determinação de:
Quelato é um complexo cíclico formado por um cátion ligado por dois ou mais grupos contidos em um único ligante
y Retiram elétrons dos agentes redutores; y Doam elétrons para os agentes oxidantes;
y São reduzidos; y São Oxidados;
y Diminuição do número de oxidação; y Aumento do número de oxidação.
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13.2 Semi-Reações
Uma reação global de oxidação-redução pode ser dividida em dois componentes
denominadas de semi-reações ou semiequações que demostram qual espécie recebe
elétrons e qual espécie doa elétrons.
REFERÊNCIAS
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2. Harris DC. Análise química quantitativa. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC; 2005.
3. Skoog DA, Holler FJ, Nieman TA. Princípios de análise instrumental. 5 ed. São Paulo:
Bookman; 2002.
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Paulo: Thomson; 2006.
5. Vogel AI, Mendham J, Denney RC, Thomas JDBEMJK. Vogel: análise química quanti-
tativa. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC; 2002.
Fonte de Figuras
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