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SUMÁRIO
ÁCIDOS E BASES............................................................................................................11
1. ÁCIDOS E BASES DE BRONSTED-LOWRY......................................................................................... 11
2. ÁCIDOS E BASES DE LEWIS............................................................................................................. 12
3. FATORES QUE AFETAM A ACIDEZ E BASICIDADE DOS COMPOSTOS................................................ 12
HIDROCARBONETOS......................................................................................................14
1. CLASSIFICAÇÃO.............................................................................................................................. 14
2. CLASSIFICAÇÃO ADICIONAL DAS CADEIAS FECHADAS................................................................... 16
3. NOMENCLATURA............................................................................................................................. 17
REAÇÕES DE ADIÇÃO......................................................................................................20
1. REAÇÃO ORGÂNICA......................................................................................................................... 20
2. REAÇÕES DE ADIÇÃO....................................................................................................................... 20
3. AMIDAS........................................................................................................................................... 34
4. REAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO A CARBOXILA....................................................................................... 35
5. REATIVIDADE DOS DERIVDOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS............................................................... 35
ESTEREOQUÍMICA..........................................................................................................46
1. QUIRALIDADE.................................................................................................................................. 46
2. ENANTIÔMEROS.............................................................................................................................. 46
3. DIASTEREOISÔMEROS.................................................................................................................... 49
4. SUBSTÂNCIAS MESO....................................................................................................................... 49
5. LUZ PLANO POLARIZADA................................................................................................................ 50
HETEROCÍCLICOS...........................................................................................................63
1. NOMENCLATURA............................................................................................................................. 63
2. HETEROCÍCLICOS NÃO AROMÁTICOS.............................................................................................. 63
3. HETEROCÍCLICOS AROMÁTICOS..................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS.................................................................................................................66
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 4
É a força de atração entre espécies com cargas opostas Íons. Dessa forma, íons
com carga positiva são denominados cátions (formados pela perda de elétrons) e íons
com carga negativa são denominados ânions (formados pelo ganho de elétrons) (CAREY,
2011).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 5
Assim, as ligações iônicas são formadas entre íons de cargas opostas. Por exemplo,
na figura 2 é possível observar dois íons: o Na e o Cl. O sódio possui, somente, um elétron
na camada de valência, sendo assim é mais fácil para o sódio doar 1 elétron do que ganhar
7 elétrons. Já o íon cloro possui 7 elétrons na camada de valência, necessitando receber
1 elétron para atingir a sua estabilidade. Sendo assim, o íon Na perde um elétron (Na+) e o
Cl ganha 1 elétron (Cl-) (CAREY, 2011; KHAN ACADEMY, 2021).
O modelo de ligação química covalente foi proposto por G. N. Lewis (CAREY, 2011):
“O compartilhamento de dois elétrons por dois átomos de hidrogênio permite que
cada um deles tenha uma configuração eletrônica estável, de camada fechada, análoga à
do hélio.”
2. INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
As interações intermoleculares ocorrem quando moléculas se atraem ou se repelem
entre si, sem quebrar ou formar novas ligações químicas (ROCHA, 2001).
Essas interações intermoleculares estão relacionadas ao estado físico, dessa forma
dependendo de como as moléculas interagem, as substâncias podem ter diferentes esta-
dos físicos, solubilidade, ponto de fusão e ebulição, densidade e até a tensão superficial
dos líquidos (MARIA, 2019).
Tipos de Forças Intermoleculares:
d Dipolo-dipolo: moléculas que possuem átomos diferentes; os elétrons não são
compartilhados de maneira equivalente. Assim, em uma molécula que é composta por
átomos de diferentes eletronegatividades, os átomos com menor eletronegatividade
ficam com carga parciais positivas e os mais eletronegativos ficam com cargas
parciais negativas, resultando na polarização das ligações. Por exemplo, o oxigênio
é mais eletronegativo que o átomo de carbono, assim, os elétrons tendem a ser mais
atraídos para o oxigênio, com isso a ligação C=O terá uma carga parcial negativa no
oxigênio e uma carga parcial positiva no carbono. Assim, os lados opostos de um
dipolo se atraem, dando origem às interações dipolo-dipolo (ROCHA, 2001).
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d Íon dipolo: são interações entre um íon e uma molécula (MARIA, 2019).
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2. SUBSTITUINTES
d Grupos Retiradores de Densidade Eletrônica: São os grupos com átomos que são
muito eletronegativos e, dessa forma, retiram a densidade eletrônica por indução (O
MUNDO DA QUÍMICA, 2021). Os principais são:
y NO2
y CN
y CF3
y HSO3
y CHO
y Cl
y Br
d Grupos Doadores de Densidade Eletrônica: Grupos constituídos de átomos pouco
eletronegativos doam densidade eletrônica por indução (O MUNDO DA QUÍMICA,
2021). Os principais são:
y H
y Metais
y PH3
y BH2
Por conta dessa atração, os átomos de carbono ficam carregados, conforme a figura
abaixo (DIAS, 2021).
Por conta dos carbonos 1 e 5 apresentarem maior densidade eletrônica, eles acabam
afastando os elétrons da ligação com o carbono 2 em direção ao centro da estrutura quí-
mica, resultando no efeito indutivo positivo (DIAS, 2021).
ÁCIDOS E BASES
1. ÁCIDOS E BASES DE BRONSTED-LOWRY
As reações entre ácidos e bases de Bronsted-Lowry é feita através da doação de pró-
tons. Assim, um ácido de Bronsted-Lowry é uma substância que pode doar um próton e
uma base de Bronsted-Lowry é uma substância que pode receber um próton (SOLOMONS;
FRYHLE; SNYDER, 2018).
A molécula ou íon que é formado quando um ácido perde seu próton é denominada
de base conjugada. Já a molécula ou íon que se forma quando uma base recebe um próton
é chamada de ácido conjugado (SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2018).
A expressão do equilíbrio de um ácido e uma base pode ser descrita através de uma
constante de equilíbrio (SILVA, 2021). A constante de equilíbrio dos ácidos é:
Além disso, a constante Ka, também, pode ser expressa na forma logarítmica, ori-
ginando o pKa. Por conta do sinal negativo, quanto menor o pKa, maior a constante de
equilíbrio (Ka) e, mais forte é o ácido (BRONDANI, 2019).
Assim, o estudo do equilíbrio dos ácidos e bases permite avaliar a força destes, ou
seja, a capacidade que os ácidos têm de doar próton e as bases de receberem prótons.
Com isso, quando o Ka ou Kb são baixos, significa que a base ou o ácido se dissocia pou-
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 12
co, sendo então considerados ácido e base fracos. Entretanto, quando o Ka ou Kb são
altos, significa que a base ou o ácido se dissocia muito, sendo então considerados ácido
e base fortes (SILVA, 2021).
HIDROCARBONETOS
Hidrocarbonetos são compostos formados somente por carbono e hidrogênio, com
fórmula geral CxHy. (PAVANELLI, 2014; BATISTA, 2021).
1. CLASSIFICAÇÃO
3. NOMENCLATURA
É formado basicamente por três partes:
Número de Tipo de
Prefixo Infixo Função Sufixo
carbonos ligação
1C Met Simples an Hidrocarboneto _o
2C Et Dupla en Álcool _ol
3C Prop Tripla in Aldeído _al
4C But Cetona _ona
5C Pent Ácido carboxílico _oico
6C Hex Éter _oxi_
7C Hept Éster _ato de _ila
8C Oct Amina _amina
9C Non Amida _amida
10C dec
Fonte: PAVANELLI, 2014.
REAÇÕES DE ADIÇÃO
1. REAÇÃO ORGÂNICA
d Nucleófilo: é qualquer espécie química, neutra ou negativa, que tenha um par de
elétrons livres (MELO, 2021).
d Eletrófilo: é um átomo ou molécula que aceita um par de elétrons para formar uma
ligação covalente (MELO, 2021).
2. REAÇÕES DE ADIÇÃO
As reações de adição ocorrem quando átomos de outros elementos são adicionados
à molécula orgânica.
Esse tipo de reação ocorre em compostos insaturados, a exemplo dos alcenos, alci-
nos e acadieno, pois quando ocorre a reação de adição, a ligação pi entre dois átomos de
carbono que apresentam ligação insaturada é quebrada e os elétrons passam a ser com-
partilhados através da ligação sigma (FOGAÇA, 2021).
SUBSTITUIÇÃO NUCLEÓFILICA:
MECANISMO DE REAÇÃO (SN1 E SN2)
Um Nucleófilo (Nu:) substitui um grupo de saída (GS) na molécula que sofre a subs-
tituição (substrato) (SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2018).
2. HALETOS DE ALQUILA
Possui um átomo de halogênio ligado a um átomo de carbono. Os haletos de alquila
podem ser classificados como primários, secundários ou terciários, de acordo com o nú-
mero de grupos de átomos de carbono (R) diretamente ligados ao carbono que contém o
halogênio (SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2018).
2.1. Nomenclatura
1) Identificar e nomear a cadeia principal
2) Identificar e nomear os substituintes
3) Numerar a cadeia principal e atribuir um localizador para cada substituinte
4) Organizar os substituintes em ordem alfabética
Observação!
O estado de transição da primeira etapa tem a participação apenas do substrato e o
estado de transição da segunda etapa tem a participação do carbocátion e nucleófilo.
Nas reações que envolvem duas etapas é importante ficar atento a dois conceitos:
d A etapa lenta é a que determina a velocidade global da reação (SILVA, 2018).
d A etapa lenta é a que apresenta a maior energia livre de ativação (SILVA, 2018).
Assim, é possível observar no diagrama abaixo, que a energia livre de ativação da
primeira etapa é maior do que a energia livre de ativação da segunda etapa, dessa forma,
a saída do grupo abandonador é a etapa lenta da reação de SN1, sendo, portanto, determi-
nante da velocidade global da reação (SILVA, 2018).
Levando em consideração que a velocidade da reação é proporcional a concentração
do substrato, a expressão da velocidade de uma reação SN1 é:
V= k[substrato]
2) Estrutura do substrato:
y SN1: Na a reação SN1 é formado o carbocátion como intermediário, dessa
forma, quanto mais estável for o carbocátion, mais favorável será a reação SN1
(SILVA, 2018).
y SN2: Nessa reação, a formação do intermediário se dá através do ataque
nucleofílico à face oposta do grupo abandonador, assim é necessário que esta
face esteja livre para a aproximação do nucleófilo. Dessa forma, quanto menor o
impedimento estérico da face oposta ao grupo abandonador, mais favorável será
a reação SN2 (SILVA, 2018).
3) Reatividade do nucleófilo: podem ser classificados em fortes ou fracos de
acordo com alguns critérios, como:
y Nucleófilos carregados são mais fortes do que nucleófilos neutros (SILVA,
2018).
y A nucleofilicidade diminui ao longo do mesmo período da tabela periódica
(SILVA, 2018).
y Quando o átomo nucleofílico é o mesmo, a nucleofilicidade será paralela à
basicidade (SILVA, 2018).
y A nucleofilicidade aumenta com o período da tabela periódica. Assim, à
medida que o período aumenta, os átomos apresentam mais camadas eletrônicas,
aumentando a densidade e favorecendo a reação SN2 (SILVA, 2018).
4) Solvente da Reação: é muito importante nas reações SN1 por meio da constante
dielétrica (capacidade quem um solvente tem em separar ou isolar cargas
elétricas opostas). Um dos mecanismos das reações nucleofílicas SN1 envolve
a etapa lenta, que é caracterizada pela saída do grupo abandonador e formação
do carbocátion, dessa forma, solventes que possuem constante dielétrica alta
irão se separar e se isolar do carbocátion de maneira eficiente (SILVA, 2018).
Figura 41 - Solventes que favorecem reações de SN1.
1.1. Reações
d Dois elétrons da ligação C-H vizinha formam uma ligação π e um próton (H+) é
eliminado (MCMURRY, 2016).
2. ALDEÍDO
São compostos orgânicos que apresentam um oxigênio ligado ao carbono por uma
dupla ligação e um hidrogênio ligado ao mesmo carbono. O grupo funcional do aldeído é
chamado de carbonila (C=O) (PAVANELLI, 2014).
3. CETONA
As cetonas possuem o grupo carbonila no meio da cadeia (PAVANELLI, 2014).
Em reações de adição nucleofílica os aldeídos são mais reativos que as cetonas, por
conta de razões estéricas e eletrônicas. Assim, estericamente o aldeído possui apenas um
substituinte ligado a carbonila, já a cetona possui dois substituintes ligados a carbonila,
sendo assim um nucleófilo se aproxima mais facilmente do aldeído. Eletronicamente, os
aldeídos são mais reativos que as cetonas por causa da maior polarização do grupo car-
bonila dos aldeídos (MCMURRY, 2016).
2. ESTER
2.1. Nomenclatura
São derivados dos nomes dos ácidos (com terminação -ato ou – oato) e dos álcoois
(com a terminação -ila). A parte do nome derivado do ácido vem primeiro (SOLOMONS;
FRYHLE; SNYDER, 2018).
A esterificação é uma reação que ocorre entre um ácido e um álcool, gerando como
produto éster e água. A formação de água se dá através da reação da hidroxila do ácido
carboxílico com o hidrogênio da hidroxila do álcool primário (NAHRA, 2018).
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3. AMIDAS
3.1. Nomenclatura
2. COMPOSTOS NITROGENADOS
2.1. Aminas
As aminas são derivadas da amônia em que um (amina primária), dois (amina secun-
dária), ou os três hidrogênios (amina terciária) foram substituídos por grupos alquila ou
arila (VOLLHARDT et al., 2013).
2.2. Amidas
A função orgânica das amidas é caracterizada pela substituição dos átomos de hi-
drogênio da amônia por radicais acila e ligação direta do nitrogênio com um grupo carbo-
nila (PAVANELLI, 2014).
Quando uma amida é colocada em uma solução com um ácido inorgânico e água,
ocorre a chamada hidrólise de amida em meio ácido. Inicialmente, forma-se o grupo oxia-
mônio (água + grupo amino da amida) e a presença do cátion hidrônio (H+) e de um ânion
(X-) provenientes do ácido. O hidrônio, então, desloca o amônio, formando um ácido carbo-
xílico. O cátion amônio livre na solução após ter sido deslocado pelo hidrônio une-se aos
ânions (X-) provenientes do ácido, formando um sal inorgânico (DIAS, 2021).
2.3. NITRILAS
2.3.1. Nomenclatura
3. COMPOSTOS SULFURADOS
São compostos orgânicos que possuem um ou mais átomos de enxofre (S) em sua
estrutura (FOGAÇA, 2021).
3.1. Tiol.
ISOMERIA CONSTITUCIONAL
E GEOMÉTRICA
Isomeria é a propriedade de compostos com a mesma fórmula molecular de existi-
rem como compostos diferentes. É caracterizada por compostos orgânicos que compar-
tilham a mesma fórmula molecular, porém são compostos diferentes porque seus átomos
se ligam de forma diferente ou se arranjam de forma diferente no espaço tridimensional
(SILVA, 2018).
Figura 68 - Isomeria.
1. ISOMERIA CONSTITUCIONAL
Isômeros planos são compostos que apresentam a mesma fórmula molecular, mas
diferentes fórmulas estruturais planas (PAVANELLI, 2014).
Esse tipo de isomeria pode ser dividido em 5 classificações:
d De cadeia ou de núcleo
d Posição
d Função
d Compensação ou metameria
d Dinâmica ou tautomeria
2) Isômeros de posição: são aqueles que pertencem a mesma função, mas diferem
pela posição do grupo funcional (SILVA, 2018).
Figura 70 - Exemplo de isomeria de posição.
2. ISOMERIA ESPACIAL
Ocorre em compostos que apresentam a mesma fórmula molecular, mas diferem na
fórmula estrutural espacial (PAVANELLI, 2014).
A isomeria espacial pode ser classificada em isomeria cis-trans e isomeria óptica
(PAVANELLI, 2014).
O descritor “cis” designa que os dois grupos estão do mesmo lado da ligação dupla
e o descritor “trans” designa que os dois grupos estão do lado oposto da ligação dupla
(SILVA, 2018).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 44
A regra para determinar quem é “cis” e “trans” é a mesma dos compostos acíclios
(PAVANELLI, 2014).
ESTEREOQUÍMICA
A estereoquímica é o ramo da química que estuda aspectos tridimensionais das mo-
léculas (BRONDANI, 2015).
1. QUIRALIDADE
É a propriedade que objetos possuem de existirem em duas formas, em que uma é
a imagem da outra refletida no espelho e essa imagem não é sobreponível. Dessa forma,
objetos que apresentam quiralidade são chamados de quirais (SILVA, 2018). Entretanto,
quando o objeto se sobrepõe a sua imagem no espelho é denominado de aquiral (BRON-
DANI, 2015).
Assim como os objetos, moléculas também podem ser quirais, apresentando isome-
ria ótica (isomeria espacial em que um dos esteroisômeros tem a estrutura da imagem do
outro isômero refletida no espelho e essa imagem são sobreponíveis (SILVA, 2018).
2. ENANTIÔMEROS
São moléculas que não são idênticas às suas imagens especulares. Os enantiôme-
ros são resultado da presença de um carbono tetraédrico ligado a quatro substituintes
diferentes (MCMURRY, 2016).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 47
2.1. Nomenclatura
O mais comum é desenhar duas ligações no plano do papel, uma ligação para frente
do plano do papel (cunha preenchida) e uma ligação para trás do plano do papel (cunha
tracejada) (BRONDANI, 2015).
3. DIASTEREOISÔMEROS
São esteroisômeros que não são imagens especulares um do outro. Os diastereoisô-
meros podem ser QUIRAIS ou AQUIRAIS (BRONDANI, 2015).
4. SUBSTÂNCIAS MESO
São substâncias que possuem dois ou mais centros estereogênicos, mas a molécula
como um todo é aquiral (BRONDANI, 2015).
Pode-se obter a luz polarizada passando a luz natural por um polarizador ou por
uma substância polarizadora (FOGAÇA, 2021). Essa luz polarizada é usada para estudar a
atividade óptica dos compostos orgânicos. Quando ela atravessa determinada substância
pode provocar:
1) A vibração do plano da luz polarizada é desviada para a direita: Isso significa que
o composto é opticamente ativo e ele constitui o isômero óptico denominado
de dextrogiro (FOGAÇA, 2021).
2) A vibração do plano da luz polarizada é desviada para a esquerda: Isso significa
que o composto é opticamente ativo e ele constitui o isômero óptico denominado
de levogiro (FOGAÇA, 2021).
3) A vibração do plano da luz polarizada não é desviada: Isso significa que o
composto é opticamente inativo. Pode ser uma mistura racêmica (50% do
dextrogiro e 50% do levogiro) ou ser uma substância que não possui atividade
óptica (FOGAÇA, 2021).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 51
COMPOSTOS AROMÁTICOS
E POLINUCLEARES
1. BENZENO
A palavra “aromático” é utilizada para referir-se à classe de compostos que contêm
anéis de seis membros com três ligações duplas como a do benzeno (MCMURRY, 2016).
1.1. Nomenclatura
Muito dos benzenos monossubstituídos são nomeados pela adição da palavra “ben-
zeno” em um prefixo que indica o substituinte (VOLLHARDT et al., 2013).
O nome genérico dos benzenos é areno. Um areno usado como substituinte é cha-
mado de grupo arila e abreviado como Ar. O substituinte arila mais simples é chamado de
fenila (C6H5) (VOLLHARDT et al., 2013).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 53
2. CRITÉRIOS DE AROMATICIDADE
1) Geometria molecular: é um importante parâmetro para determinar a
aromaticidade, que está relacionada com sistemas que possuem arranjos
cíclicos de elétrons deslocalizados, enquanto que a antiaromaticidade está
associada a sistemas que possuem estruturas eletrônicas localizadas. Assim,
a determinação dos comprimentos de ligação fornece informação sobre a
extensão da deslocalização eletrônica em moléculas. A deslocalização ou
mobilidade eletrônica não está associada apenas com os elétrons π, mas
também com elétrons σ ou pode apresentar um caráter misto de ambos
(CARAMORI; OLIVEIRA, 2009).
2) Critérios magnéticos: estão fundamentados, determinando a aromaticidade
dos compostos, por meio da distribuição eletrônica, níveis de energia e na
polarizabilidade dos átomos (NATÁLIA PETRIN, 2014).
3) Critérios energéticos: os compostos aromáticos possuem estabilização
energética em comparação com aqueles que não apresentam aromaticidade
(CARAMORI; OLIVEIRA, 2009). A estabilização energética pode ser separada em
dois tipos:
y Estabilização termodinâmica (energias de ressonância
y Estabilização cinética (comportamento reacional)
3. REGRA DE HUCKEL
A regra de Huckel diz que uma molécula só é aromática se possuir um sistema de
conjugação monocíclico e plano que contenha um total de 4n+2 elétrons π, onde n é um
número inteiro (0, 1, 2...). As moléculas com 4n elétrons π (4, 8, 12, 16...) não podem ser
aromáticas, apesar de serem cíclicas, planas e aparentemente conjugadas (MCMURRY,
2016). Veja alguns exemplos abaixo.
O ciclobutadieno possui 4 elétrons π e é antiaromático, pois os anéis estão localiza-
dos em duplas ligações ao invés de estarem em torno do anel (MCMURRY, 2016).
Figura 88 - Ciclobutadieno.
Figura 89 - Benzeno.
4. CRITÉRIOS DE ANTIAROMATICIDADE
Os critérios da IUPAC para antiaromaticidade são os seguintes:
d A molécula tem que ser cíclica (RODRIGUES, 2018).
d A molécula tem que ser planar (RODRIGUES, 2018).
d A molécula tem que ter um sistema conjugado de electrões π completo no anel
(RODRIGUES, 2018).
d A molécula tem que ter 4n electrões π, em que n tem que ser número inteiro
(RODRIGUES, 2018).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 55
Vários substituintes podem ser introduzidos no anel aromático por meio das rea-
ções de substituição nucleofílica, como halogênio (-CL, -Br, -I), um grupo nitro (-NO2), um
grupo de ácido sulfônico (-SO3H), um grupo hidroxila (-OH), um grupo alquila (-R) ou um
grupo acila (-COR) (MCMURRY, 2016).
1. MECANISMO GERAL
Os elétrons π do benzeno reagem com eletrófilos fortes, formando um intermediário,
que é o carbocátion conhecido como íon arênio (SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2018).
d Etapa 1: o eletrófilo toma dois elétrons do sistema de seis elétrons π do benzeno,
formando uma ligação δ com um dos átomos de carbono do anel benzênico
(SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2018).
d Etapa 2: um próton é removido do átomo de carbono do íon arênio que tem o
eletrófilo, restaurando a aromaticidade do anel (SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2018).
Alquilação Acilação
2.1. Halogenação
Apesar do bromo reagir rapidamente com alquenos, ele é um eletrófilo muito fraco
para reagir em velocidade apreciável com o benzeno sem a presença de um catalisador.
Assim, é necessário a presença do elemento ferro (Fe) na mistura da reação para aumentar
a eletrofilicidade do bromo (Br2). Nessa reação o ferro não age como catalisador, em vez
disso, ele reage primeiro com o Br2 para gerar o tri-brometo de ferro (FeBr3) (KLEIN, 2016).
Figura 92 - Halogenação.
2.2. Nitração
Realiza a introdução do grupo nitro (-NO2) em anéis aromáticos. Para realizar a re-
ação de nitração em compostos aromáticos são necessários reagentes potentes como
H2SO4/HNO3.
A primeira etapa é a geração de um eletrófilo forte, neste caso NO2+. Esta espécie é
gerada através da interação dos dois ácidos: o H2SO4, que é ácido mais forte, protona o
HNO3, que desidrata (perde água) (BRONDANI, 2015).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 57
Após, o íon nitrônio, que é muito reativo, se combina com o benzeno para levar ao
produto nitrado. O benzeno ataca a carga positiva do nitrogênio, levando ao mesmo tem-
po a quebra de uma ligação π N=O. Ocorre a formação do intermediário catiônico e, após
a eliminação de um próton, a aromaticidade é restituída e o produto nitrado é formado
(BRONDANI, 2015).
Figura 94 - Nitração.
2.3. Sulfonação
O ácido sulfônico produzido é um ácido quase tão forte quanto ácido sulfúrico (mais
forte que HCl) e pode ser isolado como um sal de sódio (BRONDANI, 2015).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 58
Figura 96 - Sulfonação.
2.4. Dessulfonação
2. FENÓIS
São compostos que têm um grupo hidroxila ligado diretamente a um anel benzênico
ou benzenoide aromático (CAREY et al., 2011).
A propriedade mais característica dos fenóis é a sua acidez. Os fenóis são mais áci-
dos do que os álcoois e menos ácidos do que os ácidos carboxílicos (CAREY et al., 2011).
Apenas quando o substituinte é fortemente retirador de elétrons, como o grupo nitro,
uma alteração substancial na acidez pode ser notada. As constantes de ionização de um
o- e p-nitrofenol são milhares de vezes maiores do que aquelas do fenol. Um grupo nitro,
em orto ou em para, estabiliza muito o íon fenóxido, o que permite que uma parte da carga
seja transportada para seus próprios oxigênios (CAREY et al., 2011).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 61
3. REAÇÕES DO BENZENO
Figura 102 - Reações do benzeno.
HETEROCÍCLICOS
Compostos heterocíclicos são aqueles que possuem no anel um elemento diferente
do carbono, ou seja, um oxigênio, um enxofre ou um nitrogênio, sendo estes os mais co-
muns (MEDEIROS, 2015).
1. NOMENCLATURA
Heterocíclicos Saturados: derivados dos correspondentes carbocíclicos, utilizando
os prefixos: Aza (nitrogênio), Oxa (oxigênio), Tia (enxofre), Fosfa (fósforo), etc. (VOLLHAR-
DT et al., 2013).
Os nomes comuns dos heterocíclicos, também, são muito utilizados. Veja os exem-
plos abaixo.
3. HETEROCÍCLICOS AROMÁTICOS
Pirrol, furano e tiofeno são 1-hetero-2,4-ciclo-pentadienos. Eles têm uma unidade
butadieno ligada por um heteroátomo com hibridação sp2 que tem pares de elétrons livres.
Os elétrons π destes sistemas são deslocalizados em uma estrutura aromática com 6 elé-
trons (VOLLHARDT et al., 2013).
PRODUTO ÚNICO - QUÍMICA ORGÂNICA 65
REFERÊNCIAS
1. Augusto J. Reações de Compostos Aromáticos. Acesso em: 23 fev. 2021. Disponível em:
https://iqm.unicamp.br/sites/default/files/Aula%2013%20Rea%C3%A7%C3%B5es%20
Arom%C3%A1ticos%20%283%29.pdf.
2. Batista C. Forças intermoleculares. Acesso em: 10 fev. 2021. Disponível em: https://www.
todamateria.com.br/forcas-intermoleculares/.
3. Batista C. Hidrocarbonetos. Acesso em: 13 fev. 2021. Disponível em: https://www.
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