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Cooperativa escola dos alunos do Centro de Educação

Profissional “Dario Geraldo Salles – CEDUP”


COOPERSALLES

ELETRICIDADE
- ELE -

MÓDULO: I

Curso: Técnico em Eletrotécnica.

Nome: __________________________ Turma: ______


Autores: Prof. Alexandre Postól Sobrinho e Prof. Nazareno de Oliveira Pacheco
Direitos autorais cedidos à Coopersalles para o ano de 2015, sendo que a elaboração da apostila é de inteira
responsabilidade dos autores e co-autores.
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“DARIO GERALDO SALLES” – COOPERSALLES.

SUMÁRIO

1 PARTÍCULAS FUNDAMENTAIS DA MATÉRIA ......................................................... 1


1.1 Carga elétrica das partículas ........................................................................................ 2
1.1.1 Curiosidade......................................................................................................... 2
1.2 Carga elétrica elementar e quantidade de carga elétrica.............................................. 3
1.3 Condutores e Isolantes ................................................................................................. 5
1.4 Exercício: ..................................................................................................................... 5
2 TIPOS DE ELETRIZAÇÃO .............................................................................................. 6
2.1 Eletrização por atrito.................................................................................................... 6
2.2 Eletrização por contato ................................................................................................ 7
2.3 Eletrização por indução ............................................................................................... 8
2.4 Exercício ...................................................................................................................... 8
2.5 Fenômenos da eletrostática .......................................................................................... 9
2.6 Resumindo ................................................................................................................. 10
2.7 Pêndulo Elétrico......................................................................................................... 10
2.8 Eletroscópio ............................................................................................................... 10
2.9 Exercícios................................................................................................................... 11
3 DDP, CORRENTE ELÉTRICA E FEM .......................................................................... 13
3.1 Diferença de potencial ............................................................................................... 13
3.2 Corrente elétrica......................................................................................................... 14
3.3 Força eletromotriz...................................................................................................... 15
4 FONTES DE FORÇA ELETROMOTRIZ....................................................................... 16
4.1 Símbolos de fontes de FEM....................................................................................... 16
4.2 Célula Primária ou Célula Voltaica ........................................................................... 16
4.3 Pilha Seca................................................................................................................... 18
4.3.1 Pilha de zinco-carbono ..................................................................................... 18
4.3.2 Pilha Alcalina ................................................................................................... 19
4.4 Célula Secundária ou Bateria de Acumuladores........................................................ 19
4.4.1 Generalidades ................................................................................................... 19
4.4.2 Bateria de Chumbo-ácido ................................................................................. 19
4.4.3 Reações químicas na descarga.......................................................................... 19
4.4.4 Reações químicas na carga ............................................................................... 20
4.4.5 Informações complementares ........................................................................... 21
4.4.6 Bateria de Níquel – Cádmio ............................................................................. 21
4.4.7 Bateria de Ferro-Níquel .................................................................................... 22
4.4.8 Bateria de Mercúrio .......................................................................................... 22
4.5 Par Termoelétrico ...................................................................................................... 22
4.6 Aplicações do Efeito Termoelétrico .......................................................................... 23
4.6.1 Pilha Termoelétrica........................................................................................... 23
4.6.2 Termômetro Termoelétrico............................................................................... 23
4.6.3 Informações complementares ........................................................................... 24
4.7 Gerador Piezoelétrico ................................................................................................ 24
4.7.1 Célula Fotovoltaica........................................................................................... 26
4.7.2 Gerador Eletromecânico ................................................................................... 27
4.8 Exercício .................................................................................................................... 29
5 INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA............................................................... 29
5.1 Exemplo ..................................................................................................................... 29
5.2 Exercícios................................................................................................................... 31
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5.3 Densidade de Corrente............................................................................................... 31


5.4 Exercícios................................................................................................................... 33
5.5 Efeitos da Corrente Elétrica ....................................................................................... 33
5.5.1 Efeito Térmico.................................................................................................. 33
5.5.2 Efeito Luminoso ............................................................................................... 33
5.5.3 Efeito Fisiológico ............................................................................................. 34
5.5.4 Campo Magnético Produzido pela Corrente Elétrica ....................................... 35
5.5.5 Efeito Químico ................................................................................................. 35
6 LEI DE OHM ................................................................................................................... 35
6.1 Representação Gráfica da Lei de Ohm ...................................................................... 36
6.2 Resistência Elétrica.................................................................................................... 37
6.2.1 De que depende a resistência elétrica de um condutor? ................................... 38
6.2.2 Exercícios ......................................................................................................... 40
6.2.3 Resistência Interna de Fontes de Fem .............................................................. 41
6.3 Variação da Resistência com a Temperatura ............................................................. 42
6.3.1 Observações:..................................................................................................... 45
6.4 Exercícios................................................................................................................... 46
7 RESISTORES................................................................................................................... 46
7.1 Resistor de Carbono................................................................................................... 46
7.2 Resistor de Fio ........................................................................................................... 46
7.3 Potenciômetro e Reostato .......................................................................................... 47
7.4 Código de Cores......................................................................................................... 48
7.5 Exercícios................................................................................................................... 50
8 CIRCUITOS ELÉTRICOS .............................................................................................. 50
8.1 Circuito Elétrico Série ............................................................................................... 51
8.2 Circuito Elétrico Paralelo........................................................................................... 51
8.3 Circuito Elétrico Misto .............................................................................................. 52
8.4 Resistência Equivalente ............................................................................................. 52
8.4.1 Resistência Equivalente de Circuito Associado em Série ................................ 53
8.4.2 Resistência Equivalente de circuito Associado em Paralelo ............................ 54
8.4.3 Resistência Equivalente de Associação Mista.................................................. 56
8.4.4 Dicas para Resolução de Circuitos Mistos ....................................................... 58
8.5 Curto–Circuito ........................................................................................................... 59
8.6 Exercícios................................................................................................................... 61
8.7 Cálculo de Corrente e Tensão no Circuito Série........................................................ 64
8.8 Exercícios................................................................................................................... 65
8.9 Cálculo de correntes e Tensão no Circuito Paralelo .................................................. 65
8.10 Exercícios ............................................................................................................... 67
9 Leis de Kirchhoff.............................................................................................................. 67
9.1 1ª Lei de Kirchhoff ................................................................................................... 67
9.2 Exercícios................................................................................................................... 69
9.3 2a- Lei de Kirchhoff ................................................................................................... 69
9.4 Exercícios................................................................................................................... 71
9.5 Calculo de Correntes e Tensões em circuitos Mistos ................................................ 71
9.6 Exercícios................................................................................................................... 73
10 Potência Elétrica ............................................................................................................ 74
10.1 Exercícios ............................................................................................................... 75
10.2 Outras Unidades para Potência .............................................................................. 75
10.3 Exercícios ............................................................................................................... 76

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10.4 Potências Parciais em Circuitos Série, Paralelo e Misto........................................ 76


10.4.1 Potências no Circuito Série............................................................................... 76
10.4.2 Potências no Circuito Paralelo.......................................................................... 77
10.4.3 Potências no Circuito Misto. ............................................................................ 79
10.5 Exercícios ............................................................................................................... 79
10.6 Trabalho Elétrico.................................................................................................... 80
10.7 Exercícios ............................................................................................................... 81
10.8 O quilowatt-hora (kWh) ......................................................................................... 81
10.9 Exercícios ............................................................................................................... 82
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 84
11 Respostas dos exercícios propostos............................................................................... 85

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1 PARTÍCULAS FUNDAMENTAIS DA MATÉRIA

Toda matéria existente no universo é composta por imensos aglomerados de partículas


que, dependendo de como são agrupadas, originam uma infinidade de substâncias que se
apresentam com diferentes aspectos em relação a: densidade, cor, cheiro, grau de dureza,
maleabilidade, porosidade, consistência, etc...
Como exemplo, fornecemos a substância água (H2O). Se conseguirmos pegar porções
cada vez menores desta substância que ainda possa ser chamada de água, então, teremos
chegado à molécula de água.
Portanto, molécula é a menor porção de uma sustância que ainda conserva as
suas propriedades.
É evidente que não podemos efetuar a tarefa acima descrita, pois as dimensões de
uma molécula fogem a nossa percepção devido às suas minúsculas dimensões.
No entanto, imagine se pudéssemos dividir a molécula de água, nesse momento não
mais existiria uma molécula de água, mas sim dois átomos de hidrogênio e um átomo de
oxigênio.

Assim, concluímos que as moléculas são formadas por átomos e estes, por sua vez, são
as partículas que caracterizam os elementos da natureza. Atualmente, são mais de cem
elementos químicos diferentes.
A palavra átomo, em grego, significa indivisível, mas com o advento da física nuclear,
tornou-se possível a divisão de um átomo, gerando a famosa e polêmica energia atômica ou
energia nuclear.
Assim, concluímos que um átomo não é uma partícula única. Ele é composto por
outras partículas elementares que são os prótons, elétrons e nêutrons. A disposição dessas
partículas, conforme a teoria atômica proposta pelo físico dinamarquês Niels Bohr (1885 –
1962), é a seguinte:

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1.1 Carga elétrica das partículas

Os prótons e elétrons possuem uma interessante propriedade de atração e repulsão.


Prótons se repelem. Elétrons com elétrons também se repelem. E prótons com elétrons se
atraem.

As propriedades de atração e repulsão entre prótons e elétrons são chamadas de


propriedade elétricas.
Para diferenciar essas propriedades, convencionou-se que o próton apresenta carga
elétrica positiva e o elétron carga elétrica negativa. Os nêutrons, por não apresentarem
propriedades de atração ou repulsão, não apresentam carga elétrica.

Concluímos então que: Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e de sinais


apostos se atraem.
Em um átomo, normalmente temos número de prótons igual ao número de elétrons.
Nesta situação, o átomo apresenta uma carga resultante nula, pois:
Os elétrons e prótons apresentam mesmo valor de carga elétrica, porém de sinais
contrários.
Sendo assim, dizemos que: Quando um átomo possui igual número de prótons e
elétrons, ele está eletricamente neutro.

1.1.1 Curiosidade

- O diâmetro do núcleo de um átomo é de 10-12 cm (0,000000000001 cm).


- O diâmetro do átomo envolvendo a eletrosfera é de 10-8 cm (0,00000001 cm).
- Se o núcleo do átomo fosse do tamanho de uma laranja, os elétrons estariam em
órbitas afastadas até 500m do núcleo.
- Na mesma proporção acima, o espaço entre os núcleos dos átomos que compõe a
matéria seria de mais ou menos 1 km, sendo o restante praticamente espaço vazio,
uma vez que os elétrons possuem massa muito reduzida.
- Se os núcleos dos átomos que compõem o planeta terra fossem unidos, poderia ser
reduzido o diâmetro da terra para alguns metros.
- Os buracos negros são, na verdade, grandes concentrações de massa, cuja força
gravitacional suga todo tipo de energia ao seu redor, inclusive a luz.
- O elétron é um combinado de massa e energia, cuja trajetória ao redor do núcleo
não é perfeitamente definida.
- A velocidade de um elétron em torno de um núcleo é de ordem de 100 km/s.
- A massa de um próton é 1836 vezes maior que a de um elétron.
- Além dos prótons, elétrons e nêutrons existe ainda em torno do núcleo uma
centena de outras partículas, a maioria delas sendo subproduto de reações
nucleares e com existência extremamente curta (alguns são os neutrinos, e
positrons, o méson pi...).

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1.2 Carga elétrica elementar e quantidade de carga elétrica

Se um átomo pode se apresentar em algumas situações com número de elétrons


diferente do número de prótons, é óbvio que um corpo qualquer também o pode. Isto porque
qualquer objeto físico é formado por átomos. Sendo assim:
Toda vez que um corpo apresentar número de elétrons diferente do número de
prótons, ele estará eletricamente carregado, ou seja, estará eletrizado.
Se o número de prótons for maior que o número de elétrons, o corpo estará carregado
positivamente.

No entanto, nem sempre um átomo está neutro. Quando um átomo perde um ou mais
elétrons, sua carga resultante fica positiva, pois o número de prótons supera o número de
elétrons. Portanto:
Quando um átomo apresenta número de prótons maior que o número de
elétrons, dizemos que ele é um íon positivo ou cátion.

Por outro lado, um átomo pode também ganhar elétrons e se ionizar negativamente.
Quando um átomo apresenta número de prótons menor que número de elétrons,
dizemos que ele é um íon negativo ou ânion.

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Se o número de elétrons for maior que o número de prótons, o corpo estará carregado
negativamente.

No entanto, podemos ter dois corpos iguais e carregados com mesmo sinal, mas com
diferença no número de cargas apresentadas.

Para se estabelecer padrões de comparação entre corpos carregados, criou-se o


conceito de quantidade de carga.
Quantidade de carga elétrica é uma grandeza escalar que expressa quantas
unidades padrões de carga um corpo apresenta.
A quantidade de cargas é representada por q e sua unidade padrão no sistema MKS é o
Coulomb (C).
A menor quantidade de carga elétrica que podemos ter é a carga do elétron (qe) que,
aliás, é a mesma do próton (qp) em módulo. Por essa razão, a carga do elétron é chamada de
carga elétrica elementar e equivale a:

- -19 +
qe = e = -1,6x10 C qp = e = +1,6x10 -19 C

Como se vê, a carga de um elétron em Coulombs é muita pequena. Isto quer dizer que
para obtermos um Coulumb são necessários muitos trilhões de elétrons. Adiante iremos
calcular mais precisamente este número.

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1.3 Condutores e Isolantes

Segundo o modelo atômico de Niels Bohr, os elétrons giram em órbitas distintas ao


redor do núcleo, em regiões denominadas camadas de energia. Cada camada comporta certo
número de elétrons.
Quando em um átomo faltam poucos elétrons para completar a última camada a
tendência desse átomo é de receber elétrons de outros átomos. Se por outro lado um átomo
por natureza apresenta a última camada com poucos elétrons, a tendência desse átomo é de
ceder esses elétrons a outros átomos.

Os metais são elementos que por natureza apresentam poucos elétrons na última
camada. Por essa razão, esses elétrons ficam fracamente ligados ao átomo. Basta um pouco de
energia cedida a esses elétrons que eles se desprendem de suas órbitas, passando a circular
livremente entre átomos, ou assumindo órbitas em outro átomo. Esses elétrons são chamados
elétrons livres.
Essa energia que será cedida pode ser a própria temperatura ambiente e por essa razão,
num metal à temperatura ambiente, teremos com certeza elétrons livres circulando.
Portanto: Elétrons livres são os elétrons das últimas camadas que podem se
desvincular facilmente do átomo, passando a circular livremente no material.
Os materiais que possuem elétrons livres são chamados de condutores de
eletricidade.
São bons condutores de eletricidade os metais e algumas soluções químicas.
Os materiais que não permitem a locomoção fácil das cargas elétricas são
chamados de isolantes.
São isolantes: o plástico, a madeira, a borracha, o vidro, a porcelana, etc...

1.4 Exercício:

Faça e entregue um resumo do assunto estudado.

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2 TIPOS DE ELETRIZAÇÃO

Podemos obter corpos eletrizados através de 3 processos distintos que são:


1. Eletrização por atrito
2. Eletrização por contato
3. Eletrização por indução

2.1 Eletrização por atrito

Por eletrizar dois corpos de naturezas diferentes, atritando-os entre si. Por exemplo,
um bastão de vidro quando atritado a um pedaço de lã, ambos ficam eletrizados.
Convencionou-se dizer, desde a época de Benjamin Franklin, que o vidro fica carregada
positivamente e a lã negativamente.

Quando outros materiais são atritados entre si, descobre-se que tipo de carga eles
adquiriram, comparando com um bastão de vidro atritado com lã. Como o bastão de vidro está
carregado positivamente, e baseando-se no principio de atração e repulsão entre cargas
elétricas, pode-se aproximar o bastão do corpo carregado e verificar se há atração ou repulsão.
Se houver atração, significa que o corpo em questão está carregado negativamente. Se por
outro lado houver repulsão, então o corpo terá o mesmo tipo de carga que o vidro, ou seja,
positiva.

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2.2 Eletrização por contato

Como o próprio nome já diz, este tipo de eletrização consiste no contato entre um
corpo carregado e um neutro.

Observe que houve na verdade um partilhamento de cargas elétricas.


Depois do contato, o bastão que estava carregado ficou com menor quantidade de
cargas, ao passo que a esfera que estava neutra ficou carregada.
Vamos agora admitir que o bastão esteja carregado positivamente. Como sabemos, as
cargas positivas são os prótons e estes não podem se deslocar.
O que ocorrerá então?

Muito simples para que os dois corpos fiquem em equilíbrio, e uma vez que na esfera
existem elétrons livres, esses passarão para o bastão, atraídos pelas cargas positivas.
.

Isso fará com que a esfera fique carregada positivamente, pois perdeu elétrons,
enquanto que o bastão continuara carregado positivamente, porém com menor quantidade de
cargas, uma vez que boa parte delas foi anulada pelos elétrons que saíram da esfera.

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Nos três casos anteriores, as cargas na esfera metálica ficam uniformemente


distribuídas. O que ocorreria se a esfera fosse isolante?
Simplesmente as cargas ficariam concentradas na região onde houve o toque, isto
porque no isolante não há como os elétrons se propagarem

2.3 Eletrização por indução

Neste tipo de eletrização, também precisamos de um corpo previamente carregado.


Por exemplo, tomemos uma esfera metálica neutra a um bastão carregado, estando a esfera
apóia sobre um suporte isolante.

Ao aproximarmos o bastão da esfera, os elétrons livres presentes na mesma serão


repelido, uma vez que o bastão se encontra carregado negativamente. E assim eles irão se
concentrar no outro extremo da esfera. Automaticamente o lado da esfera próximo do bastão
fica com uma concentração de cargas positivas. Nesta situação, dizemos que a esfera está
polarizada.
Então, ligamos à terra o lado direito da esfera.

A terra é um corpo que pode teoricamente fornecer ou receber um número


indeterminado de cargas elétricas, justamente por seu porte extremamente superior a qualquer
corpo de dimensões manipuláveis pelo homem. Sendo assim as cargas negativas da esfera se
deslocam para a terra. Em seguida, retiramos o fio terra e afastamos o bastão carregado, e
assim, acabamos de obter uma esfera eletrizada por indução.

Observe que as cargas positivas se distribuem uniformemente na esfera metálica após


o afastamento do bastão eletrizado. No entanto, isso não quer dizer que os prótons se
deslocaram. O que ocorreu foi que os elétrons livres ainda presentes na esfera se deslocaram,
a fim de tornar homogênea a distribuição de cargas.

2.4 Exercício

Faça e entregue um resumo sobre o assunto estudado.


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2.5 Fenômenos da eletrostática

Você já experimentou esfregar uma caneta na manga da camisa e aproximá-la de


pequenos pedaços de papel?
Ou passar o pente no cabelo e fazer o mesmo? Se você ainda não fez, não perca tempo.
Experimente agora! Você verá que pequenos pedaços de papel serão atraídos pelo pente ou
pela caneta. Qual a explicação para isso?
Vejamos: Quando você esfrega a caneta num tecido ou o pente, na verdade você os
está eletrizando por atrito. Então, ao aproximar esses objetos carregados aos pedaços de papel,
fará com que os mesmo fiquem polarizados, ou seja, com uma concentração de cargas
diferentes em extremos opostos.

Como o papel é isolante, não chega a haver deslocamento de cargas em seu interior,
mas sim um afastamento orbital dos elétrons. Esse afastamento se dá de acordo com o sinal do
corpo carregado obedecendo ao princípio de atração e repulsão entre cargas elétricas.

Observamos, então, que de um lado temos a caneta carregada negativamente e de


outro lado, o papel carregado positivamente na região próxima da caneta. Sendo assim, só
pode haver atração entre ambos. Então, os pedacinhos de papel acabam grudando na caneta.

Mas por que, então, passado algum tempo eles se soltam da caneta? Acontece que,
após o contato, há transferência de cargas como foi visto na eletrização por contato. E,
portanto, caneta e papel passam a ter cargas de mesmo sinal, ocorrendo à repulsão entre eles.

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2.6 Resumindo

Ao aproximarmos uma caneta eletrizada aos pedaços de papel, inicialmente haverá


atração, pois o papel fica polarizado.
Então, ocorre o contato entre ambos, que faz com que o papel adquira cargas do
mesmo sinal que as da caneta, ocorrendo em seguida à repulsão.

2.7 Pêndulo Elétrico

O pêndulo elétrico é um dispositivo simples que permite descobrir se um corpo está ou


não eletrizado. É constituído de uma bolinha de isopor suspensa por um fio, como é mostrado
abaixo.

Quando aproximamos dele um corpo carregado, ocorrerá o mesmo que como o papel e
a caneta eletrizada, ou seja, a bolinha será atraída pelo corpo carregado.

Se o corpo carregado chegar a tocar a bolinha de isopor, haverá transferência de


cargas, tornando a bolinha também carregada e com o mesmo sinal. Isso fará com que a
bolina seja repelida logo após o toque.

2.8 Eletroscópio

O eletroscópio, assim como o pêndulo, também é utilizado para descobrir se um corpo


está ou não eletrizado. Seu esquema é apresentado a seguir:
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As folhas condutoras estão normalmente unidas pela ação da gravidade.


Quando aproximamos um corpo, carregado positivamente, por exemplo, ocorrerá que
as cargas negativas presentes tanto na haste quanto nas folhas serão atraídas para perto do
corpo carregado, ou seja, os elétrons livres se deslocam para a esfera condutora do
eletroscópio. Com isto, as lâminas condutoras ficam carregadas positivamente e
conseqüentemente repelir-se-ão.

Se o corpo carregado for agastado, novamente teremos uma distribuição homogênea


de cargas no eletroscópio e as lâminas, ficando neutras, voltam a se unir pela ação da
gravidade.
No entanto, se o corpo carregado tocar a esfera do eletroscópio, cargas negativas do
eletroscópio passam para o corpo carregado. Assim, o eletroscópio fica carregado
positivamente e mesmo que o corpo carregado seja agastado, as folhas do eletroscópio
permanecerão afastadas.

2.9 Exercícios

Assinale a alternativa correta:

1- Um bastão de borracha é eletrizado por atrito com um pedaço de tecido:


a. ( ) Somente o tecido fica eletrizado;
b. ( ) Somente a borracha fica eletrizada;
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c. ( ) Ambos se eletrizam com cargas de mesmo sinal;


d. ( ) Ambos ficam com a mesma quantidade de cargas, porém de sina contrário.

2- Quando dois corpos condutores um carregado e outro neutro entram em contato:


a. ( ) Ambos ficam com igual quantidade de cargas;
b. ( ) Ambos ficam carregados com o mesmo sinal;
c. ( ) Só haverá troca de cargas se o corpo carregado estiver negativo;
d. ( ) Ficam unidos, pois existe atração entre eles.

3- Um condutor neutro está à terra. Se aproximarmos dele um corpo carregado


negativamente, podemos afirmar que através do fio condutor:
a. ( ) Subirão elétrons;
b. ( ) Descerão;
c. ( ) Subirão prótons;
d. ( ) Descerão prótons.

4- Um eletroscópio encontra-se carregado positivamente. Se aproximarmos do eletroscópio


um corpo carregado negativamente:
a. ( ) As folhas se repelirão mais;
b. ( ) As folhas se fecham parcialmente;
c. ( ) As folhas se fecham totalmente;
d. ( ) As folhas permanecem como estavam antes.

5- Um corpo carregado negativamente, aproximado a outro corpo, verifica-se que há atração


entre eles. Podemos concluir que o outro corpo:
a. ( ) Está carregado positivamente;
b. ( ) Está carregado negativamente;
c. ( ) Pode estar neutro;
d. ( ) Necessariamente está neutro.
6- Um corpo A é aproximado a um pêndulo carregado positivamente e verifica-se que há
atração. Um corpo B é então aproximado ao pêndulo e há repulsão entre eles. Podemos
concluir que:
a. ( ) A está carregado negativamente;
b. ( ) B é capaz de atrair A;
c. ( ) B é capaz de repelir A;
d. ( ) A está neutro.

7- No esquema abaixo, quando aproximamos o corpo carregado no extremo do bastão, a


bolinha carregada positivamente é repelida. Concluímos que:
a. ( ) O bastão é isolante;
b. ( ) O corpo é positivo;
c. ( ) O corpo é negativo;
d. ( ) A situação é impossível.

8- Considere quatro esferas A, B, C e D. Observa-se experimentalmente que A repele B, que


A atrai C, que C repele D e que D está carregada positivamente. Então:
a. ( ) A e B estão carregadas negativamente;
b. ( ) A e C têm cargas de mesmo sinal;
c. ( ) A repele D;
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d. ( ) B está carregado positivamente.

9- O eletroscópio é um dispositivo destinado a:


a. ( ) Medir a quantidade de cargas de um corpo;
b. ( ) Neutralizar as cargas elétricas;
c. ( ) Indicar a presença de cargas elétricas;
d. ( ) Armazenar cargas elétricas.

10- Se no centro de uma esfera oca introduzimos um corpo carregado positivamente,


podemos concluir que:
a. ( ) O lado externo da esfera ficará carregado negativamente;
b. ( ) O lado interno da esfera ficará carregado negativamente;
c. ( ) A esfera ficará carregada positivamente;
d. ( ) A esfera ficará carregada negativamente.

3 DDP, CORRENTE ELÉTRICA E FEM

3.1 Diferença de potencial

Diferença de potencial é um estado físico em que dois corpos possuem a tendência de


permutar cargas elétricas entre si. No exemplo acima, o corpo “A” está carregado
positivamente e o corpo “B” negativamente. O corpo “A” está, portanto, com falta de elétrons
e o corpo “B”, com excesso de elétrons.

Sendo assim, pela lei natural do equilíbrio o corpo “B” tende a ceder elétrons para o
corpo “A”, até que o equilíbrio seja estabelecido. Então, entre os corpos “A” e “B” existe uma
diferença de potencial ou, abreviadamente, ddp.
No entanto, para haver diferença de potencial, não é necessário que as cargas dos dois
corpos sejam de sinais contrários. Nos exemplos abaixo, os corpos apresentam diferença de
potencial entre si:

a)

b)

c)

d)

No caso “a”, o corpo “A” tem a tendência de ceder elétrons para o corpo “B”, até que
ambos fiquem com mesma quantidade de cargas.
No caso “b”, o corpo “B” tem a tendência de ceder elétrons ao corpo “A”, até que o
equilíbrio seja satisfeito. (Lembre-se de que só os elétrons podem se deslocar).
No caso “c”, o corpo “B” encontra-se neutro. Assim, o corpo “A” tem a tendência de
ceder elétrons ao corpo “B”.
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No caso “d”, o corpo “B” é que tem tendência de ceder elétrons ao corpo “A”.
A diferença de potencial é uma grandeza cuja unidade no sistema internacional de
unidades é o volt (V). A ddp é medida com um instrumento chamado voltímetro.

3.2 Corrente elétrica

Em um condutor qualquer, os elétrons livres executam uma série de movimentos


desordenados, estimulados por minúsculas quantidades de energia fornecidas pela luz, por
radiação ou pela própria temperatura ambiente.

Se esse condutor for utilizado para fazer uma conexão entre dois corpos com diferença
de potencial, então esse movimento de elétrons deixará de ser desordenado.

Isto porque o corpo carregado negativamente irá ceder elétrons ao corpo carregado
positivamente, através do caminho oferecido pelo fio condutor. Então, nesse fio condutor
teremos o que se chama de corrente elétrica.
Portanto: Corrente elétrica é o movimento ordenado de cargas elétricas em um
condutor sujeito a uma ddp.
Como vemos no esquema acima, o fluxo de cargas se dá do corpo negativo para o
corpo positivo, ou do pólo negativo para o pólo positivo.
No entanto, antigamente, quando o conhecimento acerca da estrutura atômica da
matéria era pouco, o sentido da corrente elétrica não era conhecido. Foi então convencionado
um sentido para ela. E nessa convenção, admitia-se que o fluxo de cargas elétricas se
processava do pólo positivo para o pólo negativo. Esse sentido ficou conhecido como sentido
convencional de corrente. Obviamente que nos metais, onde a corrente elétrica é devida ao
deslocamento ordenado dos elétrons, o sentido convencional está errado. Porém, nas soluções
iônicas e nos semicondutores utilizados nos componentes eletrônicos, a corrente elétrica não é
constituída apenas por deslocamento de elétrons. É também devido ao deslocamento de cargas
positivas e, portanto, nesses casos, o sentido convencional está correto. O sentido da corrente
nos metais, ou seja, do pólo negativo para o pólo positivo é chamado sentido eletrônico da
corrente.
Resumindo: O sentido eletrônico ou real da corrente admite que o deslocamento
de cargas se dê do polo negativo para o pólo positivo.

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O sentido convencional de corrente admite que o deslocamento de cargas se dê do


pólo positivo para o polo negativo.

A corrente elétrica é avaliada por uma grandeza chamada de intensidade de corrente


elétrica (I) cuja unidade é o Ampére (A).
Em nosso estudo, analisaremos os fenômenos elétricos baseados no sentido
convencional de corrente, seguindo a tendência entre os autores nacionais e internacionais.

3.3 Força eletromotriz

Vimos que uma corrente elétrica surge quando efetuamos uma conexão elétrica com
um fio condutor entre dois corpos com diferença de potencial.

No entanto, essa corrente elétrica seria de curta duração, apenas alguns segundos ou
menos. Isto porque os dois corpos rapidamente entrariam em equilíbrio e, portanto, cessaria o
deslocamento de cargas.

Entretanto, se algum mecanismo se encarregar de manter a ddp entre os dois corpos,


repondo as cargas que se deslocaram, então teremos uma corrente fluindo indefinidamente
pelo fio condutor. Esse mecanismo é chamado de força eletromotriz (FEM).

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Assim: Força eletromotriz é uma energia que faz com que a diferença de
potencial se mantenha constante entre dois corpos ou entre dois pólos.
A unidade da FEM no SI é também o Volt (V).
Um dispositivo capaz de gerar uma força eletromotriz é chamado de fonte de força
eletromotriz.

4 FONTES DE FORÇA ELETROMOTRIZ

As fontes de fem são dispositivos capazes de gerar FEM, e estudaremos as seguintes:

1. Cédula primária ou 4. Par termoelétrico;


célula voltaica: 5. Cristal piezoelétrico;
2. Célula secundária; 6. Gerador eletromecânico;
3. Pilha seca; 7. Célula fotovoltaica

4.1 Símbolos de fontes de FEM

bateria ou geradores de corrente contínua

gerador de corrente alternada (gerador eletromecânico).

bateria ou geradores de corrente contínua variável

4.2 Célula Primária ou Célula Voltaica

A Célula Voltaica é constituída por uma solução de ácido sulfúrico, onde são
mergulhadas duas placas, uma de zinco e outra de cobre. É assim chamada porque foi
inventado pelo físico italiano Alessandro Volta, em 1799.
O funcionamento dessa fonte será detalhado a seguir:
Quando as placas metálicas são colocadas em contato com o ácido, liberam seus íons
na solução. Essa é uma característica presente na maioria dos metais, porém a quantidade de
íons liberados varia conforme o metal. Assim, quando entram em contato com o ácido, o
zinco libera certa quantidade de íons positivos bivalentes Zn++. Com isso, cada íon Zn++ deixa
na placa de zinco dois elétrons, que antes formavam um átomo neutro de zinco.

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Portanto, em torno da placa de zinco ficam espalhados muitos íons de zinco e,


conseqüentemente, a placa de zinco fica carregada negativamente. Os íons de zinco não são
liberados indefinidamente, pois a partir de um ponto a quantidade de íons de zinco presente
em torno da placa é tanta que qualquer íon que tente se liberar será imediatamente repelido de
volta para a placa de zinco.
Com o cobre ocorre o mesmo, ou seja, ele em presença de ácido libera íons positivos
bivalentes de cobre Cu++, porém em menor número do que o zinco. Então, a placa de cobre
também fica carregada negativamente. Como a placa de zinco ficou com um número de
elétrons maior do que a de cobre percebemos então entre elas uma diferença de potencial,
sendo que em relação ao zinco, o cobre está menos negativo ou podemos dizer que o cobre
está com potencial positivo em relação ao zinco.
Se agora quisermos aproveitar essa ddp existente entre as duas placas para fazer
acender uma lâmpada, por exemplo, vejamos o que ocorre.
No momento em que a lâmpada é ligada, os elétrons que estão presentes em maior
quantidade na placa de zinco deslocam-se através da lâmpada para a placa de cobre, na
tentativa de igualar seus potenciais.

Esse deslocamento de cargas constitui uma corrente elétrica e a lâmpada acende. Um


raciocínio mais profundo poderia nos levar a concluir que a lâmpada em pouquíssimo tempo
iria apagar tão logo o deslocamento de elétrons equilibrasse o potencial entre as placas.
No entanto, a lâmpada permanecerá acesa por um longo período de tempo, o que quer
dizer que a diferença de potencial entre as placas continua se mantendo no mesmo valor.
Como isso acontece?
O responsável por esse fenômeno é o acido sulfúrico. No momento em que a corrente
começa a circular pela lâmpada, as moléculas do ácido se dissociam em íons de hidrogênio e
sulfato, conforme a reação:

H2SO4  2H+ + SO4 - -

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O íon SO4 - - se dirige para o zinco, reagindo com ele e formando o sulfato de zinco,
em cuja reação sobram dois elétrons:

SO4 - - + Zn  ZnSO4 + 2 elétrons

Dessa forma, cada íon SO4- - contribuirá para que a diferença de potencial entre as
placas se mantenha a mesma.
Por outro lado, os íons H+ (2 para cada íon SO4- -) se dirigem para o cobre, onde
recebem um elétron cada, transformando-se em um átomo neutro de hidrogênio:

H+ + elétron  H

Em seguida, se unido dois a dois formam moléculas de hidrogênio que se desprendem


junto à placa de cobre.
Resumindo: Os elétrons que os íons SO4- - liberam na placa de zinco são enviados
através da lâmpada até a placa de cobre, onde são cedidos aos íons H+ para formarem gás
hidrogênio.
Com o funcionamento da fonte, o zinco vai gradativamente sendo consumido e
transformado em sulfato de zinco.
Logo, a duração da fonte está condicionada à placa de zinco.

4.3 Pilha Seca

4.3.1 Pilha de zinco-carbono

A pilha seca de zinco-carbono é um tipo de célula primária, cuja solução ácida é uma
pasta e o invólucro é um cilindro de zinco que funciona como terminal negativo. O terminal
positivo é um cilindro de carvão, colocado no interior do cilindro oco de zinco. Preenchendo o
espaço entre os dois, vai a solução ácida que é um composto de cloreto de amônia, cloreto de
zinco e dióxido de manganês. Pelas mesmas razões expostas no item anterior, formam-se íons
que carregam o invólucro de zinco negativamente e o bastão de carvão positivamente,
surgindo uma tensão de 1,5V entre eles.

Quando conectamos uma carga aos terminais da pilha, surge uma corrente elétrica
devido à diferença de potencial entre o pólo positivo e negativo. Isso desencadeia uma nova
reação química necessária para manter essa ddp constante.

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Com isso, entre outras coisas liberar-se hidrogênio junto ao bastão de carvão. O
hidrogênio tenderia a criar uma película isolante sobre o carvão, inutilizando a pilha. No
entanto, o dióxido de manganês, presente na solução, absorve o hidrogênio, liberando assim o
bastão de carvão. Porém, com o tempo, essa película prevalecerá e a pilha irá se tornar cada
vez mais fraca.
A reação química que produz energia numa pilha seca é:

Zn + 2NH4 Cl + 2H2O  ZnCl2 + 2NH4 OH + H2

4.3.2 Pilha Alcalina

A pilha alcalina é assim chamada por conter um eletrólito alcalino de hidróxido de


potássio. É formada por um eletrodo negativo de zinco e um eletrodo positivo de dióxido de
manganês e a tensão que gera também é de 1,5V. A durabilidade de uma pilha alcalina é
muito maior que a de uma pilha de zinco-carbono, no entanto, seu custo é maior.
Esse tipo de pilha, com pequenas, diferenças construtivas, pode adquirir a propriedade
de ser recarregada, sendo então enquadrada na categoria de célula secundária.

4.4 Célula Secundária ou Bateria de Acumuladores

4.4.1 Generalidades

É um tipo de fonte cuja principal característica de vantagem em relação à célula


primária é o fato de poder ser recarregada.

4.4.2 Bateria de Chumbo-ácido

O tipo mais comum de bateria de acumuladores ou simplesmente “bateria” é a de


chumbo, cuja utilização é amplamente difundida, principalmente em veículos.
É constituída de placas de chumbo e peróxido de chumbo ligado em série, imersas em
solução de ácido sulfúrico.

4.4.3 Reações químicas na descarga

Quando imersos no ácido, o chumbo adquire polaridade negativa e o peróxido de


chumbo, positivo. Quando a bateria começa a fornecer energia, o chamamos de operação de
descarga, ocorrem às seguintes reações:

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O ácido sulfúrico se dissocia em íons positivos hidrogênio H+ e íons negativos


bivalentes SO4- -.

H2 SO4  SO4- - + 2H +

Em seguida, 1 íon SO4 - - se dirige para a placa chumbo, onde reage com ele formando
sulfato de chumbo e liberando dois elétrons:

Pb + SO4 + PbSO4 + 2 elétrons

Os elétrons provenientes dessa reação constituirão a corrente elétrica que irá circular
pela lâmpada. Esses elétrons chegarão à placa positiva constituída peróxido de chumbo, onde
os íons H+ já estar aguardando para se transformarem em átomos hidrogênio. Esse hidrogênio
reagirá com o peróxido de chumbo, transformando-o óxido de chumbo e formando água.

2H + PbO2  PbO + H2O

O óxido de chumbo, por sua vez, reage imediatamente com o ácido sulfúrico,
formando mais água:

PbO + H2SO4  Pb SO4 + H2O


+
Resumindo: O íon SO ao chegar à placa de chumbo, dá origem ao sulfato de chumbo
4
que permanece retido na placa, porem é insolúvel. Isso que dizer que durante o
funcionamento a placa de chumbo vai gradativamente se transformando em sulfato de
chumbo. Por outro lado, com a chegada do íon hidrogênio à placa de peróxido de chumbo,
esta vai se transformando gradativamente em sulfato de chumbo enquanto a concentração de
ácido sulfúrico diminui, uma vez que irá sendo transformada em água.
Com o tempo de uso, a camada de sulfato de chumbo sobre as placas vai se
intensificando, impedindo o contato dessas com o ácido. Isso faz com que a diferença de
potencial diminua e a corrente que a bateria é capaz de fornecer fique cada vez menor, até
praticamente desaparecer, não é necessário substituir as placas, como célula primária. Basta,
para isso, proceder ao que chamamos operação de recarga.

4.4.4 Reações químicas na carga

Fazendo uso de outro gerador de fem, cuja ddp seja ligeiramente maior do que à
bateria a ser recarregada, podemos recompor sua carga, fazendo a ligação mostrada abaixo:

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Nesta situação, o fluxo de elétrons passa a ser em sentido contrário ao da operação de


descarga. Com isso, ocorre a seguinte reação:

2PbSO4 + 2H2O  Pb + PbO2 + 2H2SO4

Podemos ver que essa reação recupera o chumbo e o peróxido de chumbo, além do
ácido sulfúrico que havia sido gasto durante a descarga.

4.4.5 Informações complementares

Para carregar uma bateria, precisamos gastar energia obtida através de outra fonte. Por
outro lado, quando utilizamos a bateria, ela nos fornece energia. Dessa forma, a bateria nada
mais é do que um armazenador de energia, pois ao carregarmos a bateria, fornecemos a ela
energia elétrica que é armazenada em forma de energia química. Quando utilizarmos a
bateria, a energia química é transformada em energia elétrica. No entanto, nem toda energia
elétrica que fornecemos à bateria é recuperada na descarga. Ocorrem perdas neste processo.
Em média, uma bateria consegue devolver na descarga 80% da energia que recebeu na carga.
Comercialmente as baterias são especificadas pela sua capacidade e sua força
eletromotriz ou tensão.
A capacidade da bateria nos revela a carga total que ela é capaz de fornecer. É dada
pelo produto da intensidade da corrente (A) que fornece pelo tempo durante o qual deve
fornecer até descarregar. Essa capacidade é dada em Ampéres-hora.
Baterias comuns têm capacidade variando de 30 a 120 A- h.
Uma bateria de 80 A-h é capaz de fornecer uma corrente de 1A durante 80 horas, 2A
durante 40 horas, ou 4A durante 20 horas. No entanto nunca se deve solicitar de uma bateria
uma corrente muito alta durante muito tempo. Por exemplo, a bateria acima não conseguiria
fornecer 80A durante uma hora, apesar de o produto ser igual a 80A –h. Nesse caso a bateria
seria rapidamente descarregada (em alguns minutos).
Quanto à força eletromotriz, cada conjunto de placas de chumbo e peróxido de
chumbo possui uma tensão de 2,1 volts. Em uma bateria encontramos esses conjuntos que são
chamados de elementos, associados em série para formar as conhecidas baterias de 6 volts ou
12 volts (na verdade 3x 2,1 = 6,3 volts e 6x 2,1 = 12,6 volts).
Podemos saber se uma bateria está carregada ou não, medindo a tensão de cada
elemento. Se estiver carregada, deverão resultar 2,1 volts entre os elementos. Se estiver
descarregada, essa tensão será menor, porém nunca se deve deixar que fique menor que 1,8
volts, pois deixar que a bateria se descarregue muito é prejudicial à sua vida útil.
Outra maneira de se testar a carga de uma bateria é pela densidade do ácido. Vimos
que durante a descarga, a concentração de ácido sulfúrico vai diminuindo. Com isso, sua
densidade também diminui. Medindo a densidade do ácido saberemos qual é o nível de carga
da bateria. Existem, no comércio, densímetros especiais com graduações que indicam o estado
da bateria.

4.4.6 Bateria de Níquel – Cádmio

Nesta, o eletrólito é o hidróxido de potássio, o eletrodo negativo é o hidróxido de


níquel e o positivo é o óxido de cádmio. Nesta bateria, a tensão é de 1,25V, sendo fabricada
em diversos tamanhos, inclusive sobre a forma de pastilhas. A bateria de níquel cádmio é
seca, ou seja, seu eletrólito é pastoso. Isto lhe confere as mesmas características da pilha
alcalina, ou de zinco carbono no que diz respeito à versatilidade no uso.

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Seu uso é difundido em equipamentos, portáteis de comunicação (walkie-talkie),


lanternas, etc...

4.4.7 Bateria de Ferro-Níquel

Também chamada de bateria de Edison, possui configuração e características de


bateria de chumbo ácido. Sua tensão entre os elementos é de 1,4V quando carregada. Quando
a tensão cai para 1,0V entre os elementos, a bateria deve ser recarregada. É constituída de
uma placa de níquel e hidrato de níquel (positiva) e uma de ferro (negativa). Assim com na
bateria de chumbo-ácido, durante o funcionamento são desprendidos gases hidrogênio.
Conseqüentemente, o nível do eletrólito deve ser completado esporadicamente. A bateria de
ferro-níquel é mais leve e mais resistente do que a de chumbo-ácido e sua principal aplicação
é na indústria.

4.4.8 Bateria de Mercúrio

Há basicamente dois tipos. Um deles é chato na forma de pastilha e outro com formato
cilíndrico parecido com as pilhas convencionais de zinco-carbono.
A tensão nessa bateria é de 1,35V, no entanto, pode ser obter tensões maiores
associando várias células chatas num mesmo recipiente. A durabilidade dessas baterias é boa
e por essa razão são bastante utilizadas em aparelhos cujo consumo de energia seja baixo,
como relógio, aparelhos para surdez, instrumentos digitais, etc...

4.5 Par Termoelétrico

Suponhamos que dois pedaços de certo metal “X” sejam associados às extremidades
de outro pedaço de metal de natureza diferente “Y”.

Os metais podem ser, por exemplo, o cobre e o ferro. Nesta situação submetemos as
duas junções ou soldas a temperaturas diferentes t1 e t2; surgirá entre essas duas junções uma
ddp, isso porque cada material apresenta capacidades diferentes para liberar elétrons livres,
quando sujeitos a uma variação de temperatura. Esse fenômeno é conhecido por efeito
termoelétrico ou efeito Seebeck. O dispositivo obtido pela junção dos metais é chamado par
termoelétrico. A fem gerada é pequena, chegando ao máximo a alguns milésimos de volt.
Esse fem depende da natureza dos metais empregados e da diferença de temperatura entre as
junções.
Quando as diferenças de temperatura são pequenas essas fem, que é gerada é
diretamente proporcional a essa diferença de temperatura. Quando as diferenças de
temperatura são grandes, a fem gerada deixa de ser diretamente proporcional, passando a ser
regida por uma equação do tipo:

fem = a + b (t1 + t 2)2

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Onde: a, b e c são constantes.

No entanto, a equação acima é válida quando se mantém uma junção à temperatura


constante, variando a temperatura na outra junção. Isso porque a fem obtida em diferentes
níveis de diferença de temperatura é diferente. Por exemplo, não se obtém a mesma fem com
uma diferença de temperatura de 20°C – 30°C do que aquela que se obteria com uma
diferença de 100°C – 110°C, apesar de a diferença ser a mesma, ou seja, 10°C.

4.6 Aplicações do Efeito Termoelétrico

4.6.1 Pilha Termoelétrica

Como vimos, a fem gerada no par termoelétrico é pequena. No entanto, podemos


multiplicar essa fem se fizermos diversos pares termoelétricos conectados em série. Dessa
forma, as FEM's geradas por cada par são somadas, obtendo-se a energia suficiente para
acender pequenas lâmpadas ou acionar pequenos dispositivos. Esse dispositivo é chamado de
pilha termoelétrica.

4.6.2 Termômetro Termoelétrico

Conhecendo-se a diferença de temperatura entre as junções, pode-se determinar a fem


gerada entre as mesmas. Da mesma forma, se introduzir uma das junções em um forno, por
exemplo, mantendo a outra junção à temperatura ambiente, podemos calcular, pela fórmula
apresentada anteriormente, a temperatura em que o forno se encontra, conhecendo-se a ddp

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que será gerada entre as junções. Ou podemos medir diretamente essa temperatura em um
voltímetro, cuja escala esteja convenientemente graduada em unidades de temperatura.
Essa é a mais importante e difundida aplicação do efeito termoelétrico

4.6.3 Informações complementares

O par termoelétrico é um dispositivo reversível. Isto é, se através de uma fonte externa


fizermos circular uma corrente elétrica pelas junções, teremos o aquecimento de uma delas e o
resfriamento de outra. Ou seja, ao circular corrente elétrica pelas junções, ocorre uma
diferença de temperatura entre elas. Esse fenômeno é chamado de Efeito Peltier.

Uma célula fotoelétrica utiliza materiais semicondutores diferentes e uma célula


termoelétrica utiliza metais diferentes. Quando a luz ou o calor são removidos, a fem cai para
zero.

4.7 Gerador Piezoelétrico

Alguns cristais encontrados na natureza, como o quartzo, a turmalina e os sais de


Rochelle, possuem uma interessante propriedade de produzir uma ddp quando submetidos a
uma variação de pressão. Essa propriedade é chamada de efeito “piezoelétrico” e foi
descoberto pelos irmãos Curie, em 1880.

No entanto, essa ddp só permanece enquanto a pressão está variando (aumentando ou


diminuindo). Por exemplo, se pressionarmos um cristal e o mantivermos pressionado, a ddp
gerada será momentânea, ou seja, ela só aparece nos instantes iniciais, quando a pressão está
variando. O ponteiro do voltímetro teria se deslocado à direita da escala e, em seguida,
retornado à posição de repouso no centro da escala. Se retirarmos essa pressão ou
tracionarmos o cristal, observamos o mesmo efeito, porém a polaridade da ddp gerada será

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contrária. Isso quer dizer que o ponteiro do voltímetro defletirá para a esquerda
momentaneamente.
A ddp gerada em um cristal depende da natureza do cristal e da intensidade da pressão
ou tração aplicada ao mesmo.
O efeito piezoelétrico também é reversível, ou seja, se aplicarmos a um cristal em
repouso uma ddp, ele se expandirá ou contrairá dependendo da polaridade da tensão aplicada.

Esse efeito é utilizado para produzir ultra-sons, que são ondas sonoras, cuja freqüência
é superior a 20.000 Hz ou 20 kHz. Esses sons não são captados pelo ouvido humano, que só
consegue perceber entre 16 Hz e no máximo 20.000Hz. Os ultra-sons foram produzidos pela
primeira vez utilizando-se o efeito “piezoelétrico”, em 1917, por Paul Langevin. Para se
produzir ultra-som utiliza-se uma fonte de fem, cuja polaridade seja invertida numa
freqüência superior a 20.000Hz (tensão alternada) aplicada a um cristal de quartzo. Com isso,
o cristal sofre contrações e expansões conforme as variações da polaridade da tensão aplicada.
Essas vibrações mecânicas produzem então ultra-sons.

Os ultra-sons encontram muita aplicação na medicina, no tratamento de tumores e


pedra nos rins.
Na mecânica, os ultra-sons são utilizados para detectar defeitos internos em peças.
Também são utilizados para a limpeza de objetos delicados, como relógios, óculos, pulseiras,
etc.
Outras aplicações do gerador piezoelétrico são: agulhas de toca-disco, microfones de
cristal, osciladores para transmissores, etc...

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As agulhas de toca-discos são cristais piezo elétricos que são submetidos à variação de
pressão ao percorrerem os sulcos dos discos. Isto faz gerar DDP's proporcionais a essas
pressões sofridas nos sulcos, sendo esses sinais elétricos amplificados e decodificados por
circuitos eletrônicos de maneira a reproduzir os sons que foram “impressos” no disco.
Os microfones de cristal, bem como os demais tipos de microfones, são dispositivos
que também ficam sujeitos à variação de pressão. Neste caso, quando falamos próximos ao
microfone, fazemos com que o deslocamento de ar provoque essas variações de pressão, que
geram no cristal DDP's proporcionais a essas pressões. Essas DDP's ou sinais elétricos são
gravados em fitas ou imediatamente convertidos novamente em sons, reproduzidos num alto-
falante.

4.7.1 Célula Fotovoltaica

A célula fotovoltaica baseia-se no princípio de que alguns materiais, sob a ação da luz,
são capazes de liberar elétrons. Esses materiais são chamados de fotossensíveis. O zinco. O
potássio e o óxido de césio são exemplos de materiais fotossensíveis.
A figura abaixo mostra em corte uma célula fotovoltaica.

Quando a luz incide sobre a fotocélula, os elétrons de ambos os materiais são


estimulados. Se o nível de estimulação for suficientemente alto, a energia adquirida por esses
elétrons faz com que esses se libertem de suas órbitas, transformando-se em elétrons livres.
Esses elétrons, por sua vez, dirigem-se à camada de materiais N, tornando-a carregada
negativamente, enquanto a camada de material P se carrega positivamente. Daí surge a ddp
entre os extremos da célula, mostrada no desenho pelos sinais + e -.
Célula fotovoltaica é alvo atualmente de esforços concentrados de pesquisas nos
principais países desenvolvidos, para torná-la uma fonte de energia economicamente
competitiva com outras fontes. Os resultados são animadores. O custo inicial de instalação de
unidades geradoras solares vem caindo com o avanço da tecnologia, o que faz com que cada
vez mais cresça o interesse pelo uso desse tipo de fonte.
A principal vantagem desse tipo de fonte é que não causa nenhum tipo de poluição.
Além do mais a energia do sol é grátis e praticamente inesgotável.
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Atualmente, o emprego de células solares está se difundindo muito em sistemas de


comunicação, equipamentos e máquinas para a agricultura, sistemas de iluminação, sistemas
de irrigação e sinalização.
Isso sem falar nos satélites artificiais, laboratórios espaciais; e nas calculadoras e
relógios solares, etc..

4.7.2 Gerador Eletromecânico

Esse é o tipo de gerador utilizado para produção de energia em larga escala. É desse
tipo de gerador que provém toda a energia elétrica que utilizamos em nossos lares, no
comércio e na indústria.
Seu funcionamento é simples e baseia-se no movimento relativo entre um condutor e
um imã.
Imã é um objeto capaz de atrair alguns tipos de metais, entre eles o ferro. Um imã
sempre apresenta dois pólos: o norte e o sul.

A região em torno do imã, onde podemos perceber seus efeitos, é chamada de campo
magnético. O campo magnético é representado por linhas imaginárias que chamamos de
linhas de força, cujo sentido de fluxo é do pólo norte para o pólo sul.

Quando um condutor qualquer “corta” linhas de força ao se deslocar dentro do campo


magnético, aparece nele uma força eletromotriz. Essa força eletromotriz depende da
velocidade relativa entre o condutor e o campo isso quer dizer que podemos movimentar
também o imã, mantendo o condutor fixo. A fem gerada também depende da “potência” do ia
e do número de condutores sob a ação do campo magnético.

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É evidente que os geradores das usinas não têm a mesma configuração básica ilustrada
anteriormente, apesar do princípio de funcionamento ser o mesmo. Nos grandes geradores,
temos um conjunto de bobinas convenientemente interligadas e dispostas numa carcaça em
forma de cilindro oco, que chamamos de estator. É dentro desse estator que gira o rotor, que é
na verdade um possante eletroímã, fazendo com que os condutores que compõem a bobina
sejam “cortados” pelas linhas de força do eletroímã, produzindo-se então a fem desejada.

Eletroímã é um imã produzido através da corrente elétrica. Seu estudo será detalhado
mais adiante

Nas usinas de grande porte, os geradores são enormes, seus diâmetros passam de uma
dezena de metros e sua potência chega a centenas de MW.
Por exemplo, a Usina de Itaipu tem 18 geradores de 700 MW cada um. Isso quer dizer
que um único gerador de Itaipu é capaz de aceder 7 milhões de lâmpadas de 100W juntas.
A energia obtida nos geradores eletromecânicos não é do mesmo tipo que a obtida nas
pilhas ou baterias. Nessas últimas, a corrente elétrica é dita corrente contínua (CC), pois o
fluxo de cargas elétricas sempre se dá num único sentido. Já nos geradores eletromecânicos,
obtemos a chamada corrente alternada (CA) que consiste num deslocamento de cargas ora

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para um lado, ora para outro lado, dentro do condutor. Esse vai-e-vem da corrente alternada é
muito rápido. A geração dessa energia no Brasil é feita na freqüência de 60 hertz, o que quer
dizer que a corrente muda de sentido dentro do condutor 120 vezes a cada segundo.

4.8 Exercício

Faça uma pesquisa sobre fontes de Força Eletro Motriz e entregue um relatório.

5 INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA

Como vimos, quando conectamos uma carga a uma fonte de fem, estabelece-se um
acorrente elétrica. Dependendo do tipo da carga e do valor da fem da fonte, essa corrente
poderá assumir diferentes intensidades. Isso quer dizer que a corrente elétrica pode ser
avaliada quantitativamente por uma grandeza que denominamos de intensidade de corrente
elétrica.
Portanto: Intensidade de corrente elétrica é a razão entre a quantidade de cargas que
passa numa seção transversal e o respectivo tempo gasto para fazê-lo.

∆Q
Ou matematicamente: I =
∆t

Onde: I = intensidade de corrente em Ampéres (A)


∆Q = quantidade de cargas elétricas em coulombs(C)
∆t = intervalo de tempo em segundos (s)

5.1 Exemplo

1) Em um condutor, a quantidade de carga que passa por uma seção transversal em 30


segundos é igual a 150 C. Qual a intensidade da corrente elétrica?

Dados: ∆ Q = 150 C e ∆t = 30 s

∆Q 150
I= ∴ I= I = 5A
∆t 30

2)Durante 6 minutos, a quantidade de carga que passa por uma seção transversal de um
condutor é de 900C. Qual a intensidade de corrente no condutor?

Dados: Q = 900C e t = 6 min = 6 x 60 = 360 s

∆Q 900
I= = ∴ I = 2,5A
∆t 360
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Em muitas situações nos deparamos com valores de grandezas que são muito grandes
ou muito pequenos, o que dificulta a manipulação desses números. Nessas circunstâncias
podemos optar por potência de dez ou utilizarmos os múltiplos e submúltiplos. Muitas vezes
os utilizamos e nem percebemos.
Por exemplo, a distância entre duas cidades normalmente não é dada em metros, que é
a unidade padrão de comprimento no sistema internacional de unidade (SI). Isso porque o
metro torna-se unidade pequena para representar essas distâncias. Por essa razão, prefere-se
utilizar o quilômetro (km) que, como se sabe, representa mil metros. Assim, ao invés de
dizermos que uma cidade dista de outra 50.000 metros, dizemos que essa distância é de 50
quilômetros (50 km).
Da mesma forma ninguém compra no açougue 2.000 gramas de carne e sim 2
quilogramas de carne (kg). Vemos que em ambos os casos o quilo (k) indica que a unidade da
grandeza foi multiplicada por mil.
Outros exemplos de múltiplos e submúltiplos utilizados corriqueiramente: megawatt
(MW), quilovolt (kV), milímetro (mm), miligrama (mg), centímetro (cm), microcoulomb
( µ C) etc...
Os múltiplos e submúltiplos padronizados e seus respectivos valores encontram-se na
tabela abaixo:

Prefixo Símbolo Fator


yocto y 10 -24
zepto z 10 -21
atto a 10 -18
femto f 10 -15
pico p 10 -12
nano n 10 - 9
micro µ 10 - 6
mili m 10 -3
Unidade
Quilo k 103
Mega M 106
Giga G 109
Tera T 1012
Peta P 1015
Exa E 1018
Zetta Z 1021
Yotta Y 1024

Múltiplos e submúltiplos decimais das unidades do SI, utilizados na área técnica.

Exemplo 1: Passar para os múltiplos ou submúltiplos adequados:

10.000V = 10 x 103 = 10 kV
1.000.000 W = 1 106 = 1 MW
0,00000002 F = 20 x 10 – 9 = 20 nF

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Exemplo 2: Passar para o múltiplo ou submúltiplo solicitado:

40mA → µ A 40 mA = 40.10 – 3 = 40.000 µ A


150 MV → kV 150MV = 150. 106 = 150.000 x 103 = 150.000 kV
0,02 µ A → nA 0,02 µ A = 0,02 x 10-6 = 20 x 10 – 9 = 20 nA
2200 nF → µ F 2200 nF = 2200 x 10- 9 = 2,2 x 10 – 5 = 2,2 µ F

5.2 Exercícios

1. Converta para o múltiplo e submúltiplo solicitado:

a) 100 A ............. → kA h) 2 Tg ............... → kg


b) 0,3 V .............. → mV i) 20 MW .......... → GW
c) 400G W.......... → MW j) 100 nC............ → pC
d) 420 mg ........... → g k) 20 mA............ → µA
e) 500 kW .......... → MW l) 0,02 C ............ → nC
f) 250 µ A.......... → nA
g) 3300 pF.......... → nF

2. Agora que você já conhece os múltiplos e submúltiplos, resolva os seguintes problemas:

a) Em um condutor, a intensidade de corrente é de 50 mA. Qual é a carga que passa em um


tempo de 10 s?
b) Qual a intensidade de corrente em um condutor, sabendo-se que passam por uma
determinada seção transversal do mesmo 200 kC num tempo de ¾ de horas?
c) Quantos milisegundos são necessários para que passem por uma determinada seção
transversal de um condutor, uma carga de 250 µ C, quando a intensidade de corrente for de
50 mA?
d) Sabendo-se que a carga do elétron é igual a 1,6 x 10- 19 C, quantos elétrons passam em
100ms por uma seção transversal de um condutor atravessado por uma corrente de 950
nA?

5.3 Densidade de Corrente

Admitamos dois condutores de diâmetros diferentes, e consequentemente de seções


diferentes.

CONDUTOR A CONDUTOR B

Se fizermos com que ambos os condutores sejam percorridos pela mesma intensidade
de corrente, então com certeza o número de cargas elétricas que circularão pelo condutor “A”
é o mesmo que do condutor “B”.

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Porém, no condutor “A” as cargas ficarão mais concentradas, visto que sua seção
transversal é menor do que a do condutor “B”. Dizemos então que a densidade de corrente
elétrica no condutor “A” é maior que a do condutor “B”. Portanto:
A densidade de corrente elétrica é a relação entre a intensidade de corrente e a área da
seção transversal do condutor.
Ou matematicamente:

I
d=
S

Onde:
d = densidade de corrente elétrica dada em A/mm2
I = intensidade de corrente elétrica dada em A
S = área de seção transversal do condutor dada em mm2

A densidade de corrente é uma grandeza muito útil, pois não se pode fazer circular ou
condutor uma corrente muito elevada. Isso porque um dos efeitos da corrente elétrica é o
aquecimento e se a intensidade de corrente elétrica for muito alta num condutor cuja área da
seção transversal seja pequena, pode ocorrer a queima do condutor ou de sua isolação. Por
exemplo, os condutores de cobre esmaltado, utilizados para bobinamento de motores e
transformadores, não admitem densidade de corrente superior a 6 Amm2, sob pena de causar
danos à isolação, em função do aquecimento demasiado. Já nos condutores com isolamento
termoplástico, utilizados em instalações elétricas, admitem uma densidade bem maior,
principalmente se a instalação for aparente, o que permite que o condutor dissipe calor com
mais facilidade para o meio ambiente.
Vamos ver alguns exemplos de cálculos envolvendo a densidade de corrente:

Exemplo 1: Sabendo-se que determinado condutor suporta uma densidade máxima de


10 A/mm2 sem dano algum. Qual deverá ser a mínima seção transversal necessária a esse
condutor para que possa alimentar um chuveiro que absorve 25 A?
Dados: d = 10 A/mm2 I = 25 A
d= ∴S= ∴ S = 2,5 mm2
I I 25
S=
S d 10
O condutor deverá possuir uma seção de no mínimo 2,5 mm2.

Exemplo 2: Qual a maior intensidade de corrente que podemos admitir em um


condutor de 0,5 mm de diâmetro, sabendo-se que a densidade de corrente máxima que ele
suporta sem se danificar é de 5 A/mm2?

Dados: d = 5 A/mm2 φ = 0,5 mm


Se o diâmetro é 0,5 mm, então devemos calcular a seção pela seguinte fórmula:

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π .φ 2 π . 0,5 2
S= = = 0,196 mm2
4 4
d=
I
∴ I = d.S ∴ I = 5.0,196 => I = 0,98A
S

5.4 Exercícios

a) Calcule a densidade de corrente em um condutor circular que possui raio 0,2mm e por ele
circula uma corrente de 8A.
b) Calcule qual deve ser a seção de um condutor por onde passam 300mC a cada 600 µ s, a
fim de que a densidade de corrente seja de 10A/mm2.
c) Qual a intensidade de corrente em um condutor circular de diâmetro 0,8 mm quando a
densidade assumir um valor de 3A/mm2?
d) Uma lâmpada de 100W absorve uma corrente de 0,78A. Qual o número máximo de
lâmpadas de 100W que poderemos alimentar simultaneamente com um fio de seção 1,5
mm2 sem ultrapassar a densidade de 10A/mm2?
e) Utilizando-se condutores de isolação termoplástica, cuja densidade de corrente máxima
admissível é de 8A/mm2, para alimentar um chuveiro que absorve 21A. Pergunta-se:
Pode-se utilizar fio 1,5mm2 para alimentar esse chuveiro? Por quê?

5.5 Efeitos da Corrente Elétrica

A corrente elétrica, ao circular em um condutor, apresenta alguns efeitos que


descrevemos agora:

5.5.1 Efeito Térmico

Sempre que uma corrente elétrica passa por um condutor faz com que este condutor
sofra um aquecimento. Este fenômeno é conhecido como “efeito Joule” e será estuda mais
adiante.

5.5.2 Efeito Luminoso

A corrente elétrica, ao passar com muita intensidade por um condutor suficiente para
levá-lo a um estado de quase incandescência, é capaz de gerar luz.
É o que acontece com as lâmpadas incandescentes. Essas são compostas por um
filamento de tungstênio dentro de um bulbo de vidro onde se faz o vácuo. O vácuo é
necessário para que o filamento não chegue a se queimar, pois sem a presença de oxigênio,
não há fogo.

Assim, o filamento atinge uma temperatura altíssima (em torno de 2700°C) sem se
queimar e produz luz. No entanto, a maior parte da energia absorvida por uma lâmpada
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incandescente é transformada em calor (efeito Joule). Com isso, a eficiência luminosa de uma
lâmpada incandescente é baixa.
Outro tipo de lâmpada bastante comum é a fluorescente. Ela é constituída de um tubo
de vidro contendo uma pequena quantidade de gás raro (normalmente o argônio), umas
gotículas de mercúrio e um filamento.

Quando a lâmpada é ligada, o filamento se aquece e libera elétrons devido à alta


tensão que é aplicada nos extremos do bulbo, por alguns instantes, através de um reator. Esses
elétrons ionizam o gás que se torna condutor e o mercúrio se vaporiza. A corrente flui através
do gás ionizado, não necessitando mais da alta tensão. O fluxo dos elétrons pelo gás excita os
elétrons dos átomos de mercúrio que mudam de órbita, emitindo uma radiação luminosa
ultravioleta. Como a radiação ultravioleta não é visível, é necessário que o bulbo seja
revestido por um pó fluorescente que absorva essa radiação, causando a luminescência.
A eficiência luminosa de uma lâmpada fluorescente é muito maior que a de uma
lâmpada incandescente, pois quase não há aquecimento.

5.5.3 Efeito Fisiológico

A corrente elétrica tem ação, de modo geral, sobre todos os tecidos vivos, pois estes
são formados por substâncias coloidais e os colóides sofrem a ação da eletricidade. Mas é
particularmente importante a ação da corrente elétrica sobre os músculos e os nervos.
Na ação sobre os nervos devemos distinguir a ação sobre os nervos sensitivos e sobre
os nervos motores. A ação sobre os nervos sensitivos nos dá a sensação de dor. A ação sobre
os nervos motores nos dá uma comoção (choque) que se manifesta por uma contração
muscular à paralisação do membro atingido. Então, a passagem da corrente elétrica pelo corpo
humano produz uma reação que chamamos de choque elétrico. A intensidade do choque
depende da intensidade de corrente, que por sua vez depende de uma séria de fatores, dentre
os quais:
- Diferença de potencial da fonte;
- Parte do corpo atingida;
- Estado do indivíduo (mãos suadas, corpo molhado, pés em chão úmido, corte na
pele, resistência do organismo etc...).

Em instalações residenciais de 127V e 220V normalmente os choque não são


perigosos. No entanto, sob condições críticas propiciadas pelos itens acima citados, um
choque poderá ser perigoso ou até fatal, especialmente se a vítima tiver problemas cardíacos.
Uma corrente elétrica em torno de 3mA já é perceptível ao passar pelo corpo humano,
sendo que até 25mA não causa influência sobre os batimentos cardíacos.
Com intensidade entre 25 a 80mA ocorre a perda dos sentidos, irregularidade cardíaca
com parada cardíaca ainda reversível. Uma das piores consequências é a fibrilação ventricular
que é um batimento descompassado do coração, sem possibilidade de retorno. Isso ocorre

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numa faixa de correntes entre 80 a 300mA. Acima de 300mA ocorrem queimaduras, parada
cardíaca reversível, arritmias e perdas dos sentidos.

5.5.4 Campo Magnético Produzido pela Corrente Elétrica

Quando uma corrente passa em um condutor, produz em torno desse um campo


magnético que pode exercer as mesmas influências que um imã. Esse campo magnético será
estudado mais adiante.

5.5.5 Efeito Químico

Quando uma corrente elétrica passa por uma solução ácida, ocorre a dissociação do
ácido numa ação que se chama eletrólise.

6 LEI DE OHM

Em 1827, George Simon Ohm demonstrou com uma fonte de fem variável ligada a um
condutor que à medida que variava a ddp sobre o condutor variava também a intensidade de
corrente que circulava no mesmo. Em seus registros, Ohm percebeu que o quociente entre a
ddp e a intensidade de corrente se mantém constante. Se aplicarmos:

Uma tensão “E” no condutor surge uma corrente “I”. Se variarmos essa tensão para
“E2”, a corrente será “I2”, de tal maneira que:

E1 E2 E
= = = constante
I1 I2 I

A essa constante o nome de “resistência elétrica” e é representada pela letra “R”.


Portanto:
E
=R
I
Onde:
I = intensidade de corrente em (A)
E = tensão elétrica em volts (V)
R = resistência elétrica em OHMS ( Ω )

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Portanto: Resistência elétrica é o quociente entre a diferença de potencial e a


corrente elétrica em um condutor.
O símbolo utilizado em eletricidade para representar resistência elétrica é o seguinte:

O inverso da resistência é uma grandeza chamada condutância. A condutância


representa a facilidade elétrica. É representado por G e sua unidade é o Siemens (S).
Matematicamente:

1 1
G= =R=
R G

O instrumento que mede resistência elétrica é chamado de Ohmímetro.

Exemplos:
1. Calcular a intensidade de corrente em um condutor, cuja resistência é 10 Ω submetido a
uma tensão de 30 V.

E 30
I= I= = 3A
R 10

2. Calcular a tensão a que foi submetida uma resistência de 100 Ω , sabendo-se que a
corrente que circula é de 500 mA.

I = 500mA
E = R.I
E = 100.500.10 -3 => E = 50V

6.1 Representação Gráfica da Lei de Ohm

Vimos que a lei de Ohm expressa a relação existente entre a tensão, a corrente e a
resistência. Podemos mostrar graficamente as variações de uma grandeza com relação à outra
e a partir daí extrair conclusões. Por exemplo, sabemos da fórmula I = E/R que a corrente
aumenta com o aumento da tensão, mantendo-se a resistência constante. O gráfico da variação
da corrente em função da tensão (I = f (E)) ficará do tipo mostrado abaixo.

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No exemplo mostrado, o valor da resistência é constante e igual a 200 Ω . Concluímos


E 20 40 60 80 100
que o valor é esse, pois R = = = = = = = 200Ω
I 0 .1 0 .2 0 .3 0 .4 0 .5
Quando uma resistência permanece sem se alterar com os valores de tensão aplicada,
diz-se que ela é uma “resistência Ôhmica”.

Se quisermos agora mostrar em um gráfico, como varia a corrente em função da


resistência (I= f (R)), mantendo a tensão constante, teremos algo como o que é mostrado no
gráfico acima.
Observamos que a corrente depende da resistência na proporção inversa, pois quanto
menor a resistência, maior é o valor da corrente. Neste caso, a tensão é 40 V, pois E= R.I =
20.2 = 40.1 = 60.0,67 = 80.0,5 = 100.0,4 = 40 V.
Podemos representar graficamente a dependência da tensão com a resistência (E=
f(R)), mantendo a corrente constante.

O valor da corrente é de 0,25A, pois:

E 10 20 30 40 50
I= = = = = = = 0,25Ω
R 40 80 120 160 200

6.2 Resistência Elétrica

Vimos que quanto maior a resistência elétrica, menor é a intensidade de corrente. No


entanto, o que representa fisicamente a resistência elétrica e que materiais possuem resistência
elétrica?
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Respondendo primeira à última pergunta, todos os materiais possuem resistência


elétrica, uns mais, outros menos. Inclusive os chamados bons condutores de eletricidade
apresentam resistência elétrica, é claro, de baixo valor. Os isolantes, por sua vez, por
impedirem a passagem da corrente elétrica, são elementos que apresentam resistência muito
alta.

Quanto ao significado físico de resistência elétrica, podemos dizer que advém da


estrutura atômica do elemento em questão. Isso quer dizer que um material que possua
poucos elétrons livres, dificultará a passagem da corrente, pois essa depende dos elétrons
livres para se processar (nos sólidos). No entanto, também os bons condutores de eletricidade
apresentam certa resistência elétrica, apesar de terem elétrons livres em abundância. A
explicação para essa oposição à passagem da corrente elétrica nesses materiais é que, apesar
de existirem elétrons livres em grande número, eles não fluem livremente pelo material. Ou
seja, no seu trajeto, eles sofrem constantes colisões com os núcleos dos átomos, o que faz com
que o seu deslocamento seja dificultado. Na verdade os núcleos não estão estáticos. Eles
vibram excitados pela temperatura ambiente, o que faz com que se tornem uma espécie de
“barreira” à passagem dos elétrons livres.

6.2.1 De que depende a resistência elétrica de um condutor?

Em um condutor filamentar, a resistência depende basicamente de quatro fatores: do


comprimento do fio, da área da seção transversal do fio, do material e da temperatura.
Experiências mostram que quanto maior o comprimento de um condutor, maior sua
resistência e quanto maior a seção de um condutor, menor sua resistência. Também pode se
provar que condutores de mesmo comprimento e mesma seção, mas de materiais diferentes,
possuem resistências diferentes. Quanto à influência da temperatura, será visto em um
capítulo à parte, mais adiante.
A equação matemática que determina o valor da resistência em função do
comprimento, da seção e do material é a que segue:

Onde:
R = resistência do condutor [ Ω ];
I = comprimento do condutor [m];
S = área da seção transversal [mm2];
ρ = resistividade ou resistência específica [ Ω mm2/m].

A resistência é um valor característico de cada material, e na verdade representa a


resistência que um condutor desse material apresenta tendo 1m de comprimento e 1m2 de área
de seção transversal. A seguir fornecemos uma tabela com os valores de resistividade de
alguns materiais:

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Material ρ [Ω mm 2 / m]
Cobre 0.017
Alumínio 0.029
Prata 0,016
Mercúrio 0,980
Platina 0,110
Ferro 0,100
Tungstênio 0,056
Constantan 0,500
Níquel–Cromo 1,100
Niquelina 0,300
Carbono 60,00
Zinco 0,060
Aço 0,130
Níquel 0,100
Obs.: Os valores nesta tabela são aproximados, pois a precisão depende da composição
exata do material e da temperatura de ensaio.

Exemplos:

1- Calcular a resistência de um condutor de constantan que possui 5m de comprimento e área


da seção transversal igual a 1,5mm2.

l = 5m
ρ = 0,50 Ω mm2/m
S = 1,5mm2

ρ .l
=> R = 1,67 Ω
5 2,5
R= ∴ R = 0,50. ∴ R=
S 1,5 1,5

2- Calcular qual deve ser o diâmetro de um condutor circular de cobre para que apresente
uma resistência de 2 Ω quando o comprimento do fio é 100m.

l = 100m
R= 2 Ω
ρ = 0,017 Ω mm2/m
S=?

ρ.l 0,017* 100 1,7


S= S= S= ∴ S = 0,85.mm2
R 2 2
π ⋅ ο/ 2 4.S 4.0,85
S= ο/ 2 = ο/ = ο/ 2 = 1,08 mm =>
4 π π ο/ = 1,04mm

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3- Um condutor de níquel-cromo de 10m de comprimento e seção 0,5mm2 é submetido a


uma tensão de 12V. Qual o valor da intensidade de corrente no condutor?

S = 0,5mm2
l = 10m
ρ = 1,1 Ω mm2/m
E = 12 V
I=?
ρ.l 1,1*10 11
R= ∴R= = = 22Ω
S 0,5 0,5

E 12
I= ∴I = I = 0,55A
R 22

6.2.2 Exercícios

a) Calcule o comprimento que deve ter um condutor de alumínio de seção 2.5mm2, a fim de
que apresente resistência de 2 Ω .
b) Qual deve ser o comprimento de um condutor de cobre de 1,0mm2 de seção transversal,
para que apresente a mesma resistência que possui um condutor de níquel-cromo de
mesma seção e com 5m de comprimento?
c) Uma rede de distribuição trifásica possui 10km de comprimento e é feita com cabos de
alumínio de 6mm2 de seção. Calcule a resistência que um ohmímetro indicaria se dois fios
fossem conectados entre si no outro extremo na rede.

d) Um determinado condutor apresenta 10 Ω de resistência. Se pegarmos outro condutor que


seja do mesmo material e que tenha o dobro da seção e a terça parte do comprimento do
primeiro, com quantos ohms ficará esse condutor?
e) Se um condutor apresentando um diâmetro “X” possui uma resistência de 5 Ω , qual será a
resistência de outro condutor de mesmo material, mesmo comprimento, porém com
diâmetro “2X”?
f) Calcule a resistência de um tubo de ferro de 30m de comprimento, cujo diâmetro externo
é de 5mm e o interno é de 3mm.

g) Calcule a diferença de potencial nos extremos de uma barra de cobre de 15m de


comprimento e seção 2 x 6mm, quando esta for percorrida por uma corrente de 130A.
h) Qual a resistividade de uma liga que apresenta uma resistência de 10 Ω com um
comprimento de 50m e seção 1,5mm2?
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6.2.3 Resistência Interna de Fontes de Fem

Vimos que uma corrente elétrica, quando circula por um circuito, exige que a fonte de
fem que o alimenta movimente igual quantidade de cargas internamente em sentido contrário,
a fim de manter essa corrente circulando. Com isso, podemos afirmar que a corrente que
circula pelo circuito e exatamente a mesma que circula internamente à fonte.
Também vimos que sempre haverá uma oposição à passagem da corrente por onde
quer que esteja circulando, pois todos os materiais oferecem resistência à passagem da
corrente.
Portanto, a lógica nos leva a concluir que também a fonte de fem oferece resistência à
passagem da corrente elétrica, a qual chamamos de resistência interna da fonte.

A resistência interna de uma fonte normalmente é baixa e seu valor depende do tipo e
potência da fonte. No entanto, apesar de ser de pequeno valor, freqüentemente essa resistência
é levada em consideração nos cálculos, pois influi significativamente como um todo.
Representamos a resistência interna de uma fonte como uma resistência comum ligada
em série com a fonte.

Note que a fonte agora é o conjunto formado pela resistência interna e pela parte que
efetivamente gera força eletromotriz, ou seja, a fonte é o que está dentro do retângulo
tracejado.
Vejamos um exemplo de cálculo:

Para calcular a corrente do circuito, aplicamos a lei de Ohm.

E
I=
R

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Portanto, o “R” da fórmula é a resistência total que a corrente tem que percorrer. E
essa resistência será a soma das duas resistências que compõem o circuito, pois se trata de um
circuito série. Assim, a corrente será:

I=
E
=
12
∴ I = 0,461 A
R 26

E se quisermos saber agora qual a tensão a que está sujeita a resistência de 24 Ω ?


Novamente aplicamos a Lei de Ohm e devemos estar cientes de que o que diz essa Lei
é que uma tensão é igual ao produto de uma resistência por uma corrente, não importando
como denominamos cada uma dessas grandezas. Assim, para diferenciarmos a tensão na
resistência da fem da fonte, chamaremos Vr à tensão na resistência.
Então:

Vr = R. I => Vr = 24.0,46 => Vr = 11,06 V

Veja que apesar da força eletromotriz da fonte ser 12V, na resistência “R” nós temos
11,06V. essa tensão não deveria ser a mesma?
Sim, deveria ser a mesma se a fonte não possuísse uma resistência interna. No entanto,
essa resistência interna também fica sujeita a uma tensão dada pela Lei de Ohm.

Vri = V. I => Vri = 2.0,461 => Vri = 0,922V

A essas tensões que surgem nessas resistências chamamos de quedas de tensão.


Assim temos os seguintes valores no circuito:

Observe que a fem da fonte é de 12V e a ddp resultante em seus terminais é de


11,06V.

6.3 Variação da Resistência com a Temperatura

Como foi visto anteriormente, os fatores que influenciam na resistência de um


condutor são o comprimento, a seção, a resistividade e a temperatura os três primeiros já
l
foram estudados (R = ρ ).
S
Veremos agora como a temperatura pode afetar a resistência de um condutor.
Vimos que a resistência que um condutor oferece ao fluxo de elétrons é devido aos
núcleos dos átomos do material que compõem o condutor, que fazem com que os elétrons se
choquem contra eles, dificultando assim sua passagem.

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Essa dificuldade é ainda aumentada pelo fato desses núcleos estarem vibrando em
torno de sua posição. Acontece que, se aumentarmos a temperatura do condutor, aumenta a
agitação desses átomos, fazendo com que haja mais choques dos elétrons em seu percurso. E
se há mais choques, a dificuldade dos elétrons em se deslocar pelo condutor é maior, ou seja,
a resistência é maior. Dessa maneira, quanto maior a temperatura, maior é o estado de
agitação dos átomos e conseqüentemente maior é a resistência apresentada pelo condutor.
Esse fenômeno ocorre com a maioria dos materiais, porém com intensidades diferentes em
cada um. Isso que dizer que alguns materiais são mais influenciados pela temperatura do que
outros.
Podemos calcular a resistência que determinado condutor irá apresentar a certa
temperatura. Para isso, precisamos de antemão conhecer o coeficiente térmico do material.
O coeficiente térmico de um material é um valor obtido experimentalmente, que
indica quantos ohms aumenta a sua resistência por grau de temperatura para cada ohm
inicial.
Estes valores são encontrados em tabelas para todos os tipos de materiais. No entanto,
para você entender melhor esse conceito, vamos supor que queremos determinar o coeficiente
térmico de determinada liga metálica. Para isso, precisamos de um condutor dessa liga que
apresente exatamente 1 Ω à temperatura ambiente (20°C). Em seguida, com um termômetro
de precisão e um forno, fazemos com que esse condutor sofra um acréscimo de temperatura
de 1°C. Aí medimos o novo valor de resistência que esse condutor apresenta nessa
temperatura. Vamos admitir que esse valor medido seja 1,005 Ω . Significa então que houve
um acréscimo de 0,005 Ω por °C por Ω inicial desse condutor (0,0005 Ω /°C Ω = 0,005°C -1).
Então, o coeficiente térmico desse material é 0,005 °C – 1 .

Conhecendo-se agora o coeficiente térmico dessa liga, podemos prever qual a


resistência que esse condutor terá a qualquer temperatura. Por exemplo, a 22°C, a resistência
será 1,010 Ω ; a 23°C, será 1,015 Ω e assim por diante.
No entanto, se quisermos saber a resistência de um condutor, que apresente
inicialmente 50 Ω , a uma temperatura de 200°C, por exemplo, torna-se difícil fazermos as
contas mentalmente. Neste caso, é melhor equacionarmos o problema para obtermos uma
resposta mais facilmente.
A resistência do condutor irá aumentar proporcionalmente à sua resistência inicial
(R20), à variação da temperatura a que for submetido (θ - 20) e ao coeficiente térmico.
Então:

Rθ = R20[1+ ∝ (θ - 20)]

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Onde:
Rθ = resistência que o condutor terá à temperatura de θ° C [ Ω ]
R20 = resistência que o condutor apresenta na temperatura ambiente [ Ω ]
θ = temperatura final do condutor [°C]
∝ = coeficiente térmico do condutor [°C – 1]

A seguir, fornecemos uma tabela com os coeficientes térmicos de alguns materiais.

Material α [ o C −1 ]
Prata 0,00380
Alumínio 0,00390
Cobre 0,00400
Chumbo 0,00420
Ferro 0,00600
Mercúrio 0,00920
Platina 0,00320
Tungstênio 0,00480
Níquel-Cromo 0,00016
Carbono -0,00030
Níquel 0,00500
Niquelina * 0,00023
Manganina** 0,00003
Constantan*** 0,00000
Latão 0,00150

* Liga composta de cobre, manganês e níquel.


** Liga composta de cobre a manganês.
*** Liga composta de níquel cobre e zinco.

Exemplo 1:
Calcular a resistência que um condutor de alumínio irá apresentar na temperatura de
250°C, sabendo-se que a 20°C sua resistência é de 5 Ω .

Dados:
R20 = 5 Ω
θ = 250 °C
∝ A l = 0,0039 °C –1
Rθ = ?
Rθ = R250 = R20 [1 + ∝ (θ - 20] R250 = 5 [1 + 0,0039 (250 – 20)]
R250 = 5 [1 + 0, 897] R250 = 9,485 Ω

Exemplo 2:
Um condutor de tungstênio, apresentando 25 Ω na temperatura ambiente, é
introduzido em um forno cuja temperatura é desconhecida. Em seguida, é medida a sua
resistência, obtendo-se um valor igual a 32 Ω . Qual a temperatura do forno?

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Dados:
R20 = 25 Ω
Rθ = 32 Ω
∝ = 0,0048 °C –1
θ=?
Rθ = R 20 [1 + ∝ (θ - 20)] 32 = 25 [1 + 0,0048 (θ - 20)]

32
= 1 + 0,48 (θ - 20) 1,28 – 1 = 0,0048 (θ - 20)
25
0,28
= θ - 20 θ - 20 = 58,33 θ = 58,33 + 20 θ = 78,33°C
0,0048

6.3.1 Observações:

As fórmulas aqui apresentadas podem também ser utilizadas para se determinar a


resistência de condutores submetidos a resfriamento. Quando um condutor é aquecido, a sua
resistência aumenta, obviamente quando é resfriado, sua resistência diminui.
Então podemos diminuir a resistência de um condutor, diminuindo-se gradativamente
a sua temperatura. Alguns metais, como o chumbo e o mercúrio, conseguem “zerar” sua
resistência com temperaturas extremamente baixas, próximas do zero absoluto. Porém, com a
maioria dos metais isso não ocorre, pois seriam necessárias temperaturas inferiores ao “zero
absoluto”, o que não é possível.
Zero absoluto: menor temperatura que pode ser atingida por um corpo e corresponde
a -273 °C
Os materiais que conseguem atingir o estado em que sua resistência é igual a zero,
adquirem a propriedade da supercondutibilidade.
Reservamos um capitulo mais adiante para algumas abordagens sobre os
supercondutores.
Existem também alguns materiais como o carbono e alguns semicondutores que
apresentam comportamento contrário ao da maioria dos materiais com relação à temperatura.
Nesses materiais, a resistência diminui com o aumento da temperatura. Por essa razão, o
coeficiente térmico desses materiais é negativo.

Exemplo 3:
Calcular a que temperatura um condutor de ferro deve ser resfriado, a fim de que
apresente à metade de sua resistência a temperatura ambiente.
R20 = R
Re = R/2
∝ Fé = 0,0060°C-1
θ=?

Re = R20 [1 + ∝ (θ - 20)]
R R [1 + 0,0060 (θ - 20)] R 1 + 0,0060 (θ - 20) 1
= = - 1 = 0,0060 (θ - 20)
2 2R 2
- 0,5
= θ - 20 - 83,33 = θ - 20 θ = - 83,33 + 20 θ = - 63,33°C
0,0060

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6.4 Exercícios

a) Calcular a resistência que um condutor de cobre irá apresentar na temperatura de 100°C,


sabendo-se que sua resistência a 20°C é de 2 Ω .
b) Calcule a temperatura que deve atingir um condutor de chumbo, a fim de que sua
resistência seja aumentada em 30%.
c) Um condutor de níquel cromo, que a 20°C apresenta um comprimento de 1,5m e um
diâmetro de 0,8mm, é submetido a uma tensão de 20V em seguida, utilizando-se um
amperímetro de precisão, é medida a intensidade de corrente que por ele circula, obtendo-
se um valor de 5,88A. Qual é a temperatura que se encontra o condutor?
d) Calcule a temperatura em que o cobre se torna supercondutor (resistência igual a zero).
e) Com um condutor de níquel-cromo de 0,8mm2 de seção transversal, isolado com um
verniz especial, é construído um resistor (mostrado abaixo). Admitindo-se que o
espaçamento entre as espiras seja desprezível, calcule a resistência que oferecerá esse
resistor na temperatura ambiente.

f) Uma lâmpada incandescente apresenta uma resistência de 15 Ω na temperatura ambiente.


Quando ligada à tensão de 127V, a corrente é de 0,78A. Sabendo-se que o filamento da
lâmpada é de tungstênio, calcule a temperatura assumida pela lâmpada durante seu
funcionamento.

7 RESISTORES

Como vimos, a resistência é a oposição à passagem da corrente. Quando quisermos


limitar uma corrente a certo valor, devemos ter um valor adequado de resistência. Para isso,
existem à disposição no comércio elementos chamados de resistores.
Os resistores são, portanto, elementos especialmente fabricados para oferecerem certa
resistência elétrica. Os resistores mais comuns são os de carbono e suas dimensões variam de
acordo com a quantidade de calor que eles deverão dissipar quando em funcionamento; os
menores possuem comprimento em torno de 5mm e os maiores chegam a algum centímetro.
Os valores de resistores variam desde 0,1 Ω até 22 M Ω .

7.1 Resistor de Carbono

7.2 Resistor de Fio

Outro tipo de resistor é o de fio enrolado. Neste caso, a resistência é obtida geralmente
por um fio de níque-cromo enrolado sobre um cilindro cerâmico. Normalmente o conjunto é
recoberto por um material cerâmico ou por um esmalte especial. Os valores típicos destes
resistores variam desde 1 Ω até 100 k Ω esses resistores são em geral empregados quando se
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deseja aplicar correntes mais elevadas, pois a quantidade de calor que eles podem dissipar em
função de sua configuração física é bem maior que a dos resistores de carbono.

7.3 Potenciômetro e Reostato

Os resistores são elementos cujos valores de resistência não são disponíveis


comercialmente em qualquer valor. Quando necessitamos de uma resistência cujo valor não se
encontre no comércio, podemos utilizar os potenciômetro ou os reostatos.
Os potenciômetros são dispositivos que podem fornecer resistências de qualquer valor,
compreendido dentro de certos limites.

Os potenciômetros normalmente são constituídos por uma trilha de carbono, um braço


deslizante e três terminais.

Quando o braço desliza no sentido horário, a resistência entre os pontos A e B


aumenta. Por outro lado, entre os pontos B e C ocorre uma diminuição no valor da resistência.
E entre os pontos A e C a resistência é sempre constante, independente da posição do cursor
que corresponde ao maior valor de resistência que se pode obter no componente.
Como regra geral, os potenciômetros são usados quando a corrente requerida é de
baixo valor, assim como os resistores de carbono. Por essa razão, ambos são bastante
empregados nos circuitos eletrônicos.
Existe também um modelo mais simples desse dispositivo denominado “trim-pot”. A
diferença é que o “trim-pot” não possui eixo longo para se realizar o ajuste do valor da
resistência, como no potenciômetro. no trim-pot a resistência é ajustada através de uma chave
de fenda ou de uma “rodinha” acoplada ao mesmo.
Quando se necessita resistência para valores de corrente mais elevada, utiliza-se o
reostato. O princípio do reostato é o mesmo que o do potenciômetro ou do trim-pot, com a
diferença de que o elemento resistivo é um fio, normalmente níquel-cromo. Evidentemente os
reostatos são bem maiores que os potenciômetros, podendo chegar até 0,5 m de comprimento.

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7.4 Código de Cores

Existe no mercado uma faixa bastante ampla de valores de resistores de carbono


(0,1 Ω a 22 M Ω ). No entanto esses resistores não são disponíveis em qualquer valor. Os
valores comerciais desses resistores são os seguintes: 1,0 – 1,2 – 1,5 – 1,8 – 2,2 – 2,7 – 3,3 –
3,9 – 4,7 – 5,6 – 6,8 – 8,2 – 9,1 e seus múltiplos, sendo que o menor valor é 0,1 Ω e o maior
valor comercial é 9,1 M Ω .
Estes valores são expressos através de anéis coloridos no resistor. Para se identificar o
valor de um resistor, devemos conhecer o significado de cada anel colorido. Neste processo,
chamado de “código de cores”, cada cor representa um número. As cores utilizadas e os
números que representam são as seguintes:

COR 1° ANEL 2° ANEL 3° ANEL 4° ANEL


PRETO - 0 x1 -
MARROM 1 1 x10 1%
VERMELHO 2 2 x102 2%
LARANJA 3 3 x103 3%
AMARELO 4 4 x104 4%
VERDE 5 5 x105 -
AZUL 6 6 x106 -
VIOLETA 7 7 - -
CINZA 8 8 - -
BRANCO 9 9 - -
OURO - - x10 –1 5%
PRATA - - x10 –2 10%
S/COR - - - 20%

Tomemos como exemplo, um resistor que possua os seguintes anéis coloridos:

O primeiro anel é sempre aquele mais próximo de uma das extremidades do corpo do
resistor. Portanto, neste exemplo, é o verde.

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Para identificarmos o valor do resistor, tomamos as duas primeiras cores na seqüência:


verde e azul.
Sabendo-se que o número que representa o verde é o 5 e o azul é o 6, temos então: 56
O terceiro anel colorido é o multiplicador. Devemos então multiplicar o número obtido
com as duas primeiras cores, pelo número que corresponde ao terceiro anel colorido. Vemos
na tabela que quando o terceiro anel é marrom, o número que deve ser multiplicado é 10.
Então, o valor do resistor será:

R = 56 x 10 = 560 Ω

O quarto anel colorido representa a tolerância do resistor. Isto quer dizer que o valor
obtido, no caso 560 Ω , pode não ser o valor real de resistência que esse resistor apresenta. O
fabricante admite uma margem de erro que, nesse resistor, é de 10% (prata) para mais e
menos. Isto é:

R = 560 ± 10%; Como 10% de 560 são 56, então:

↔ - 56 = 504 Ω
560 ↓
← + 56 = 616 Ω

Isto quer dizer que qualquer valor que esse resistor possua, desde que esteja nessa
faixa de 504 Ω a 616 Ω , é tolerável.
Vejamos mais um exemplo:

Neste caso, o valor do resistor e a tolerância serão:

R = 47 x 104 = 470 x 103 Ω ± 5% ou R = 470 k Ω ± 5%

Os resistores mais comuns no comércio são os de tolerância 5% e 10%. Existem ainda


resistores especiais com 5 anéis coloridos.
Nesse caso, identifica-se o valor componde-se as três primeiras cores e multiplicando-
se pela quarta. A quinta é a tolerância. Esses resistores possuem tolerância de 1%.

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7.5 Exercícios

a) Complete a tabela a seguir:


Item 1° Anel 2° Anel 3° Anel 4° Anel Valor
1 marrom preto preto prata
2 1,2M Ω ± 5%
3 cinza marrom laranja -
4 vermelho vermelho marrom ouro
5 180 Ω ± 10%
6 0,15 Ω ± 5%
7 azul cinza vermelho ouro
8 47k Ω ± 20%
9 270k Ω ± 10%
10 10k Ω ± 5%

b) Um reostato de 500 Ω está com o cursor na posição indicada abaixo. Com um ohmímetro
é medida a resistência entre os pontos A e B, obtendo-se um valor igual a 180 Ω . Qual é a
resistência entre os pontos B e C?

8 CIRCUITOS ELÉTRICOS

Um circuito elétrico consiste em um percurso para a corrente elétrica, e é constituído


no mínimo por uma fonte, uma carga e os condutores que fazem a ligação. Um exemplo de
circuito elétrico é a mostrada abaixo, constituído por fios condutores, uma bateria, uma
lâmpada e ainda um interruptor.

O circuito acima pode ser mais facilmente representado através de um diagrama, em


que utilizarmos os seguintes símbolos:

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Então, o mesmo circuito fica assim representado:

8.1 Circuito Elétrico Série

Um circuito elétrico é constituído de cargas (que podem ser resistores, lâmpadas etc...)
ligadas conforme mostra o diagrama abaixo:

Nesse exemplo temos três resistências ligadas em série; no entanto, podemos ter
quantas resistências quisermos.
A característica principal do circuito série é que todos os componentes são percorridos
pela mesma intensidade de corrente e a tensão aplicada ao circuito se divide
proporcionalmente aos valores de resistência.
Devido ao fato de apresentar um único caminho à passagem da corrente, o circuito
elétrico série deixa de funcionar se alguns dos componentes ou dos fios de ligação forem
interrompidos. Portanto, os componentes dependem uns dos outros para funcionarem.
Um exemplo de circuito série são alguns tipos de iluminação natalina.

8.2 Circuito Elétrico Paralelo

O circuito elétrico paralelo possui uma configuração, como é mostrada abaixo:

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Observamos, agora que a corrente elétrica tem vários caminhos a percorrer. Dessa
forma, cada resistor será percorrido por uma intensidade diferente (a não ser que todas as
resistências sejam iguais).
Nesse circuito, cada resistor fica sujeito à tensão da fonte e trabalha independente dos
outros. Por essa razão, as instalações elétricas domiciliares, industriais e comerciais utilizam
todos os seus componentes ligados em paralelo.

8.3 Circuito Elétrico Misto

O circuito misto, como o próprio nome já sugere, é uma mistura do circuito série e
paralelo: o circuito misto pode assumir infinitas configurações conforme veremos mais
adiante. O circuito misto mais simples é o mostrado abaixo:

8.4 Resistência Equivalente

Vamos supor que um determinado circuito, composto por várias resistências, absorve
da fonte um corrente “I”. Se substituirmos esse circuito

Por uma única resistência, cujo valor ôhmico absorva dessa fonte a mesma corrente
“I”, então teremos encontrado a resistência equivalente desse circuito.

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Portanto: Resistência equivalente é o valor de uma única resistência que oferece a


mesma oposição à passagem da corrente do que todas as outras da associação juntas.
Veremos a seguir os métodos para se determinar a resistência equivalente de circuito
série, paralelo e misto.

8.4.1 Resistência Equivalente de Circuito Associado em Série

Se ligarmos esse circuito a uma fonte, a corrente elétrica que irá circular deverá vencer
a oposição oferecida por R1, por R2 e R3, pois só existe um caminho para a corrente. Então a
oposição total oferecida à passagem de corrente é a soma das oposições que cada resistor irá
oferecer.
Portanto: Em um circuito elétrico série, a resistência equivalente é dada pela
soma de todas as resistências componentes da associação.
No caso acima, a resistência equivalente (Re) será:

Re = R1 + R2 + R3

Para um número qualquer de resistência (n) a equivalente será:

Re = R1 + R2 + R3 +... Rn

Exemplo: Calcular a resistência equivalente da associação abaixo:

Re = R1 + R2 + R3 + R4 Re = 100 + 20 + 70 + 15 Re = 205 Ω

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8.4.2 Resistência Equivalente de circuito Associado em Paralelo

Em um circuito paralelo, quanto mais resistências tivermos, mais caminhos para


corrente teremos. Conseqüentemente, menor é a oposição total à passagem da corrente.

A resistência equivalente de um circuito associado em paralelo é dada pela seguinte


fórmula:

1 1 1 1 1
= + + + ... + ou Re =
1
Re R 1 R 2 R 3 Rn 1 1 1 1
+ + + ... +
R1 R 2 R3 R n

Portanto: A resistência equivalente de associação em paralelo é dada pelo inverso


da soma dos inversos das resistências componentes.

Exemplo: Calcular a resistência equivalente da associação abaixo:

1 1
Re = = =
1 1 1 1 1 1
+ + + +
R1 R 2 R 3 100 20 50

Observe que a resistência equivalente resultou em um valor menor do que a menor


resistência do circuito. Isso sempre ocorrerá no circuito paralelo.
Podemos obter outras fórmulas, a partir da fórmula geral, para os casos particulares de
associação paralela. É o caso quando temos apenas duas resistências em paralelo. Pela
fórmula geral, temos:

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1
Re =
1 1
+
R1 R 2

Tirando o mínimo múltiplo comum, temos:

1 R 1 .R 2
Re = onde: Re =
R1 + R2 R1 + R 2
R 1 .R 2
Se tivermos “n” resistências de valores iguais “R”, a resistência equivalente será igual a:

1
Re =
1 1 1 1
+ + + ... +
R R R R
Então:
1 R
Re = => Re =
1 + 1 + 1 + 1 + ... + 1 n
R
Onde:
R = Valor de uma das resistências
n = n° de resistências componentes

Exemplo:

Determinar a resistência equivalente da associação abaixo:

R
Como os valores de R2 a R5 são iguais, empregaremos a fórmula para essa parte do
n
circuito. Fica então:

R 200
Re1 = = ∴ Re1 = 50 Ω
n 4

Conseqüentemente o circuito ficará reduzido ao seguinte:

A resistência equivalente do circuito será agora determinada pela fórmula para duas
resistências:
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R1 •R 2
Re =
R1 + R 2

Nesse caso, R2 da fórmula é agora Re1. Portanto:

Re =
R 1 • Re1
R 1 + Re 2
∴ Re = 100 • 50 5000
=
100 + 50 150
=> Re = 33,3 Ω

8.4.3 Resistência Equivalente de Associação Mista

Para a resolução de circuitos mistos não existem fórmulas específicas. Como


dissemos, os circuitos mistos adquirem inúmeras configurações, o que torna impossível
generalizar uma fórmula para sua resolução. Portem, uma vez que os circuitos mistos são uma
composição de circuitos serie e paralelos, podemos utilizar suas fórmulas para resolvê-los.
Basta identificarmos quais resistências estão em série e quais estão em paralelo no circuito
misto e resolvemos por partes.
Por exemplo, tomemos o circuito abaixo:

R1 = 100 Ω
R2 = 20 Ω
R3 = 120 Ω
R4 = 60 Ω
R5 = 180 Ω
R6 = 180 Ω
R7 = 10 Ω

Também sabemos que duas resistências estão em paralelo quando os dois terminais de
uma delas estão ligados diretamente nos dois terminais da outra.

R1 e R2 estão em paralelo R1 e R2 não estão em paralelo.

Vejamos no exercício anterior quais as resistências que estão em série ou em paralelo.


- R1 e R2 estão em série.
- R5 R6 e R7 estão em paralelo.

Portanto, podemos resolver inicialmente R1 e R2 em série ou se preferirmos, R5, R6 e


R7 em paralelo. Vamos fazer o equivalente de R1 e R2, chamando-o de Re1.

Re1 = R1 + R2 ∴ Re1 = 100 + 20 => Re1 = 120 Ω

Chamando de Re2 o equivalente de R5, R6 e R7:

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Re2 =
1
1
1 1
∴ Re = 2
1
1
1 1
=
1
0,00556 + 0,00556 + 0,1
+ + + +
R5 R6 R7 180 180 10

Re2 = 9 Ω

Redesenhado o circuito já com os equivalentes parciais Re1 e Re2, teremos:

Agora vemos que Re1 e Re2 em paralelo e que R4 e Re2 estão em série. Portanto:

1 1 1
Re3 = = = Re3 = 60 Ω
1
+
1 1
+
1 0,0083 + 0,0083
R1 R 3 120 120
R
Poderíamos ter encontrado Re3 pela fórmula uma vez que Re1 e R3 são iguais a
n
120 Ω , o resultado seria igual:

Re3 =
R
=
120
∴ Re3 = 60 Ω
n 2

Fazendo agora o equivalente entre R4 e Re2:

Re4 = R4 + Re2 = 60 + 9 ∴ Re4 = 69 Ω

Redesenhando o circuito:

Logo, a resistência equivalente do circuito será:

Re = R3 + Re4 = 60 + 69 Re4 = 129 Ω

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8.4.4 Dicas para Resolução de Circuitos Mistos

Freqüentemente encontramos circuitos cuja configuração inicial dificulta a


identificação de quais componentes estão em série ou em paralelo. Nesses casos é interessante
redesenharmos o circuito de uma maneira diferente sem, no entanto, alterar nenhuma ligação
entre os componentes. Por exemplo:

Uma das técnicas para se modificar a configuração do circuito é a seguinte: Imagina-se


o circuito com as ligações feitas com fio rígido e que podemos entortar, curvar e encurtar
esses fios a nossa vontade, porém sem alterar as ligações. Podemos, então, “puxar” o ponto de
junção entre R1 e R2 (b) para baixo (até c), conforme mostrado a seguir.

Se você observar bem, verá que o circuito não se alterou. Além do mais, aquele
condutor que antes unia os pontos b e c agora não tem mais utilidade, podendo ser eliminado.
Podemos, ainda, unir os pontos “A” e “D”, ficando com o seguinte circuito:

ou ainda:

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Assim descobrimos que R1, R2 e R3 encontram-se em paralelo.


Outra maneira de se modificar o circuito é numerar os terminais das resistências,
dispondo-as de forma conveniente e refazendo as mesmas ligações.

Dispondo as resistências sob outras formas:

Como vemos no circuito original, existe ligação entre os pontos 1,4,5 e 2,3 e 6.
portanto, o circuito se resume ao mostrado abaixo:

8.5 Curto–Circuito

O curto-circuito ocorre quando ligamos um condutor diretamente aos bornes de uma


fonte.

Quando isso ocorre, surge uma corrente de intensidade muito elevada que passa por
esse condutor. Isso porque a resistência que o condutor oferece é muito pequena, (basta
calcular: R= ρ l /s) com isso, a corrente (I = E/R) é alta. Nessas condições, o restante das

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resistências ligadas à fonte, fica praticamente sem corrente, pois o caminho oferecido pelo
condutor (curto-circuito) é infinitamente melhor que o restante do circuito.
A resistência equivalente do circuito acima, então, é igual a zero (desprezando a
resistência do condutor que é muito pequena).
Por exemplo, o circuito abaixo está em curto-circuito. O caminho para a corrente é o
mostrado, e a resistência equivalente é igual a zero.

No entanto, podemos ter no circuito apenas uma ou duas resistências em curto-


circuito. A resistência equivalente é então calculada normalmente, desprezando-se as
resistências que estão em curto.

Exemplo:

Neste caso, só as resistências R5 e R6 estão em curto-circuito. Desprezam-se essas duas


resistências, o circuito fica:

ou ainda

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8.6 Exercícios

1. Calcule o valor da resistência equivalente dos circuitos abaixo:

a) Ω

Ω Ω R5=30 Ω

Ω Ω Ω
b)
Ω Ω

Ω Ω

c) Ω

Ω Ω
Ω Ω

d)

e) Ω



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f) Ω

Ω Ω

g)

h)

5. Determinar o valor da resistência incógnita.

a)


Ω Ω



b)
Ω Ω


Ω Ω

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c) Ω Ω


3. Qual a resistência equivalente entre os pontos:
4.

a) AeB
b) BeC
c) CeA
d) AeD
e) DeC

4. A circunferência abaixo é feita metade com fio de níquel cromo e metade com fio de
niquelina, ambos de 0,25 mm2 de seção. Sabendo-se que o diâmetro da circunferência é de
1m, calcule a resistência equivalente entre os pontos A e B.

níquel cromo niquelina

B
5. Calcule o valor de “R”:

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8.7 Cálculo de Corrente e Tensão no Circuito Série

Quando aplicamos uma tensão em um circuito série, circula uma corrente que obedece
à Lei de Ohm. Essa corrente, ao atravessar as resistências do circuito, fará com que apareça
em cada uma delas uma diferença de potencial. Essa diferença de potencial que surge nos
terminais das resistências é chamada de “queda de tensão”. E é fácil entender como ela
aparece.

A Lei de Ohm nos diz que o produto de uma resistência por uma corrente resultam em
uma tensão. Logo, em cada resistência teremos a aplicação da Lei de Ohm.
Ou seja:

V1 = R1. I V2 = R 2. I V3 = R 3. I

Observe que a corrente que passa em cada resistência é a mesma, pois se tratando de
um circuito série, só existe um caminho à passagem da corrente. Veja também que podemos
aplicar a Lei de Ohm ao circuito como um todo. Nesse caso teríamos:

E= Re. I
Onde Re = resistência equivalente do circuito.
Como Re = R1 + R2 + R3, podemos escrever:
E = (R1 + R2 + R3). I
Aplicando a propriedade distributiva, obtemos: E = R1. I + R2. I + R3. I
Onde concluímos que: E = V1 + V2 + V3

Assim: No circuito série, a tensão aplicada é igual à soma das quedas de tensão em cada
componente.

Quanto à polaridade das quedas de tensão, sempre o lado da resistência que estiver
mais próximo ao pólo positivo da fonte será também positivo, conforme mostra a figura.

Exemplo:

1. Calcular a corrente e as quedas de tensão no circuito abaixo:

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E = Re . I ∴ I = ∴ I=
E 100
= 0,5A
Re 60 + 30 + 110
V1 = R1 . I ∴ V1 = 60.0,5 ∴ V1 = 30 V
V2 = R2 . I ∴ V2 = 30.0,5 ∴ V2 = 15V
V3= R3. I ∴ V3= 110.0,5 ∴ V3 = 55V
Observe que: 30 + 15 + 55 = 100V = E

2. Calcular a fem da fonte, a corrente e as quedas de tensão:

V3 = R 3 . I ∴ I = ∴ I = 20 I = 0,4A
V3
R3 50
V1 = R1 . I ∴ V1 = 20.0,4 ∴ V1 = 8V
V2 = R2 . I ∴ V2 = 30.0,4 ∴ V2 = 12V
E = V1 + V2 + V3 ∴ E = 8 + 12 + 20 ∴ E = 40V

8.8 Exercícios

a) Calcular a corrente e as quedas de tensão nos componentes:

b) Calcular o valor de I, R3, V1. V3, V4, e E:

8.9 Cálculo de correntes e Tensão no Circuito Paralelo

Quando em um circuito paralelo é aplicada uma fem, cada componente do circuito fica
sujeito à mesma tensão. A corrente que circula em cada componente obedece à Lei de Ohm.

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As corrente são calculadas por:

E E E E
I1 = I3 = I2 = IT =
R1 R3 R2 Re

Lembre-se que a resistência equivalente do circuito paralelo é:

1
Re =
1 1 1
+ +
R1 R 2 R 3
Portanto:

E 1 1 1
IT = = E( + + ), Logo: IT = I1+ I2 + I3
1 R1 R 2 R 3
1 1 1
+ +
R1 R 2 R 3

Ou seja: No circuito paralelo, a soma das correntes em cada componente é igual à


corrente total.

Exemplo: Calcular as correntes no circuito abaixo:

I1 =
E 100
= ∴I
1 = 2A I2 =
E 100
= ∴I 2 = 1A I3 =
E
=
100
∴I
3 = 0,5A
R1 50 R 2 100 R 3 200

IT = I1 + I2 + I3 ∴I T = 2 + 1 + 0,5 ∴I T = 3,5A

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8.10 Exercícios

a) Calcular as Correntes no circuito abaixo:

b) Calcular a tensão aplicada ao circuito e as demais correntes:

Ω Ω
9 LEIS DE KIRCHHOFF

As Leis de Kirchhoff derivam de proposições já conhecidas da Eletricidade. São bastante


úteis na resolução de circuitos em geral. Antes de apresentar-mos as Leis de Kirchhoff, que
são duas, vamos aprender alguns conceitos indispensáveis para aplicarmos corretamente essas
leis.
Bipolo: é qualquer elemento de circuito constituído de dois terminais.
Pode ser uma fonte, uma resistência, etc..
Nó: é a interligação entre três ou mais bipolos.
Circuito elétrico: conjunto de bipolos eletricamente interligados.
Ramo: é o trecho entre dois nós consecutivos.
Malha: é qualquer caminho fechado dentro de um circuito elétrico.

Tomemos como exemplo o seguinte circuito elétrico:

Neste circuito temos dois nós (A e B); três ramos, sendo o primeiro formado por R1,
E1 e R4, o segundo constituído por R2 e o terceiro por R3 e E2. Temos também três malhas: a
primeira constituída pelo caminho fechado, formado por E1, R1, R2 e R4; a segunda
constituída por R2, R3 e E2 e a terceira por E1, R1, R3, E2 e R4.
Esclarecidos estes conceitos, passemos ao enunciado das Leis de Kirchhoff.

9.1 1ª Lei de Kirchhoff

“Em um nó qualquer de um circuito elétrico, a somatória das correntes que chegam é


igual à somatória das correntes que saem.”
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Matematicamente:

Σ IChegam = Σ ISaem

Neste caso: I1 + I2 + I5 = I3 + I4

Exemplo: Calcular o valor das incógnitas:

Para resolvermos, devemos aplicar a 1ª Lei de Kirchhoff a cada nó. Devemos escolher
um nó onde tenhamos apenas uma incógnita. Neste caso, o nó A é o único que apresenta uma
incógnita. Então:

Σ IChegam = Σ ISaem
8 = 2 + I1 + 3 → 8 – 2 – 3 = I1 → I1 = 3A

Agora que I1 é conhecido, o nó B apresenta uma só incógnita:

Σ IChegam = Σ ISaem
I1 = 1 + I2 → 3 = 1 + I2 → I2 = 2A

Aplicando agora ao nó C:

1 + I2 = I3 → 1 + 2 = I3 → I3 = 3A

No nó D:

I3 + 2 = I4 → 3 + 2 = I4 → I4 = 5A

E finalmente no nó E:

I4 + 3 = I5 → 5 + 3 = I5 → I5 = 8A

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9.2 Exercícios

Calcular o valor das correntes incógnitas:

a)

b)

9.3 2a- Lei de Kirchhoff

“Em uma malha, a somatória das forças eletromotrizes aplicadas é igual à somatória
das quedas de tensão”.
Matematicamente: ∑ E = ∑ R. I

Exemplo 1

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Exemplo 2

Exemplo 3

Exemplo de cálculo:

Para resolver, aplicamos a 2a- Lei de Kirchhoff a cada malha. Devemos escolher
inicialmente uma malha onde tenhamos apenas uma incógnita. Por exemplo, a malha formada
pela fonte R1, R2 e R4.
Então:

∑E= ∑ R . I
E = V1 + 30 + 20 ∴ 100 = V1 + 30 + 20 ∴ V1 = 50V

Na malha formada pela fonte R5 e R4:


E = V3 + 20 ∴ 100 + V3 + 20 ∴ V3 = 80V

Na malha formada pela fonte R5 e R3:


E = V3 + V2 ∴ 100 = 80 + V2 ∴ V3 = 20V

E, finalmente, na malha formada pela fonte e R2:


E = V4 ∴ 100 = V4 ∴ V4 = 100V

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Observe que V4 é igual à própria tensão da fonte, pois está ligada diretamente em
paralelo a ela. Da mesma forma, a tensão V2 é igual à tensão na resistência R4, pois estão
ligadas em paralelo. E ainda a tensão V3 é igual à soma de V1com a tensão na resistência R2,
pois R5 está em paralelo com o conjunto formado por R1 e R2.

9.4 Exercícios

Calcular as tensões que faltam nos circuitos abaixo:

a)

b)

9.5 Calculo de Correntes e Tensões em circuitos Mistos

Seja o circuito misto mostrado abaixo:

Desejamos calcular todas as correntes e todas as quedas de tensão do circuito.


Sabemos que a corrente total do circuito é a própria I1, pois R1 está em série com o restante do
circuito. Sabemos também da lei de Ohm que a corrente total é obtida pelo quociente entre a
tensão total (E) e a resistência equivalente do circuito (Re).

E
Ir = I1 =
Re

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Logo, o primeiro passo é calcular a resistência equivalente do circuito. Esta será:

 (R + R 4 ) • R 2 
Re = R1 +  3  ∴ Re = 100 +  (120 + 180) • 300  => Re = 250 Ω
 R3 + R4 + R2   120 + 80 + 300 

Obs.: Se você não entendeu essa fórmula, calcule por partes e chegará ao mesmo
resultado.
Então, a corrente I1 será:

E 250
11 = IT = = ∴ I1 = 1A
Re 250
Podemos calcular de imediato V1 fazendo:

V1 = R1 . I1 ∴ V1 = 100.1 ∴ V1 = 100V

Para calcular V2, que corresponde à tensão entre os pontos A e B (VAB), empregamos a
2a- Lei de Kirchhoff à malha formada por E, R1 e R2.

E = V1 + V2 ∴ 250 = 100 + V2 ∴ V2 = 150V

Uma outra maneira de calcular V2 ( que é igual à VAB) seria a aplicação da Lei de
Ohm. Sabemos que a corrente total passa por R1 e também passa pelas três resistências
restantes. Portanto, a corrente total passa pela equivalente das três resistências que se
encontram entre os pontos A e B. A lei de Ohm será então aplicada à resistência equivalente
RAB. Essa resistência é RAB = 150 Ω ( 120 Ω + 180 Ω em paralelo com 300 Ω ).
Assim VAB será:
VAB = I1 . RAB = 1 . 150 => VAB = V2 = 150V

Isso confirma o valor obtido pela Lei de Kirchhoff. Para calcular a corrente I2,
novamente aplicamos a lei de Ohm.

V2 150
I2 = ∴ I2 = ∴ I2 = 0,5A
R2 300

As correntes I3 e I4 são iguais, pois pertencem a um mesmo ramo. Podemos calcular


por:
VAB
I3 = I4 = ∴I3 = I4 = 150 ∴ I3 = I4 = 0,5A
R3 + R4 120 + 180

Também poderíamos ter encontrado essas correntes pela 1a- Lei de Kirchhoff aplicada
no nó A:

I1 = I2 + I3 => 1 = 0,5 + I3 => I3 = I4 = 0,5A

E por último as quedas de tensão em R3 e R4.


V3 = R3. I => V3 = 120. 0,5 => V3 = 60V
V4 = R4. I => V4 = 180. 0,5 => V4 = 90V
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Observe que V3 + V4 = VAB


Estude mais uma vez a resolução desse problema e tente resolve-lo sozinho, sem olhar
na apostila:
Como já dissemos em outra oportunidade, os circuitos mistos se apresentam sob as
mais diferentes formas. Sendo assim, não há procedimento especifico a ser seguido em sua
resolução. No entanto, algumas dicas podem ajudar:

1º Identifique os nós com letras para que fique mais fácil a denominação de tensões (ex.:
VAB . VCD etc...)
2º Atente bem para o que o problema pede e quais são os dados.
3º Identifique no problema alguma parte onde possa ser aplicada a Lei de Ohm ou as Leis
de Kirchhoff.
4º Cuide ao aplicar a Lei de Ohm a uma parte do circuito. Lembre que a queda da tensão
no componente (por ex.: R5) é igual ao produto de seu valor Ôhmico (R5) pela corrente
que passa por ele (por ex.: I2). Nesse caso: V5 = R5. I2
5º Seja organizado!!!

9.6 Exercícios

a) Calcule todas as correntes e as quedas de tensão no circuito abaixo:

E= 60V
R1 = 120 Ω
R2 = 30 Ω
R3 = 70 Ω
R4 = 40 Ω

b) Calcule todas as correntes e as quedas de tensão no circuito abaixo:

E = 12V
R1 = 2,2K Ω
R2 = 1,2K Ω
R3 = 2,7K Ω
R4 = 1,0K Ω
R5 = 3,3K Ω
R6 = 2,7K Ω

c) Calcule as correntes e as quedas de tensão nos resistores e a tensão da fonte:

R1 = 20 Ω
R2 = 180 Ω
R3 = 100 Ω
R4 = 20 Ω
R5 = 30 Ω

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d) Calcule as correntes e as quedas de tensão nos resistores e a tensão da fonte:

R1 = 10 Ω
R2 = 20 Ω
R3 = 40 Ω
R4 = 50 Ω
R5 = 30 Ω

10 POTÊNCIA ELÉTRICA

A potência é uma grandeza elétrica extremamente importante. É a potência que, entre


outras coisas, determina o quanto uma máquina é capaz de produzir, o quanto uma lâmpada é
capaz de emitir luz, o quanto um chuveiro é capaz de aquecer a água, etc...A potência também
é responsável pelo tamanho ou volume do equipamento ou máquina. Normalmente, quanto
maior a potência maior são as dimensões da máquina ou equipamento.
A potência elétrica em circuitos de corrente contínua ou em circuitos resistivos é dada
pelo produto da tensão pela corrente.

P - potência elétrica ativa em watt (W)


P = E. I E - tensão elétrica em volt (V)
I - intensidade de corrente em Ampére (A)

Podemos obter, a partir da Lei de Ohm, outras fórmulas para calcular a potência:
E
Substituindo I = na fórmula P = E. I, temos:
R
E E2
P = E. => P=
R R

Substituindo E = R.I na fórmula P = E. I temos:

P = R. I. I => P = R. I2

Essa última forma nos revela que a potência é diretamente proporcional à resistência e
ao quadrado da corrente, sendo comumente conhecida como Lei de Joule.

Exemplo

1- Calcular a potência desenvolvida por uma fonte que faz circular em uma resistência de
100 Ω uma corrente de 2A.

I = 2A
R = 100 Ω
P = I2. R ∴ P = 22. 100 ∴ P = 400W

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2- Calcular a potência absorvida por um resistor de 1,2k Ω submetido a uma tensão de 10V.

R = 1,2 k Ω = 1200 Ω
E = 10 V
E2
P= ∴ P = 0,083W
R

10.1 Exercícios

a) Calcular a corrente absorvida por uma lâmpada de 150W/130V.


b) Calcular a corrente absorvida por um chuveiro de 4000W/120V.
c) Calcular o valor Ôhmico de uma resistência que dissipa 50W quando a tensão aplicada
é 235V.
d) Calcular a máxima corrente que pode circular em uma resistência de 1/4W sendo seu
valor igual a 47k Ω , sem causar danos à mesma.
e) Calcular a máxima tensão que pode ser aplicada a um resistor de 3,3k Ω , 1/2W, sem o
danificar.
f) Qual a resistência de um chuveiro de 2400W/110V?
g) Qual a resistência a 20°C de uma lâmpada incandescente de 100W / 130V, sabendo
que sua corrente de partida é 9 vezes maior que a corrente nominal?
h) Um condutor, de uma instalação residência , de cobre 1,5mm2 e 60m de comprimento
é percorrido por uma corrente de 12A. Qual a perda por efeito Joule nesse condutor?

10.2 Outras Unidades para Potência

Vimos que a unidade de potência no SI é o Watt. No entanto, existem na prática outras


unidades que o hábito e a tradição insistem em manter em usa. São elas o HP (Curse Poder) e
o CV (Cavalo Vapor). Essas unidades são utilizadas principalmente para indicar a potência de
motores elétricos. A relação entre o HP e o Cv com o WATT é:

1 HP = 746W
1 CV = 736W

Para calcular qualquer grandeza onde tenhamos envolvidos valores de potência dados
em HP e CV, devemos antes de qualquer coisa converte-los para WATT.

Por exemplo:

1 - Calcular a corrente absorvida por um motor de 5CV ligado em 127V.

E = 127V
P = 5CV = 5 x 736 ∴ P = 3680W
P 3680
I = ∴I = ∴ I = 28,97
E 127

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2- Calcular a potência em HP de um motor de 160Cv.

P = 160CV = 160.736 = 117.760W


1 HP = 746W
P = 117.760W P =
117.760
746
∴ P = 157,85HP
10.3 Exercícios

a) Calcular a potência em CV de um motor de 45KW;


b) Calcular a corrente absorvida por um motor de 2HP ligado a 220V;
c) Calcular quantos CV correspondem a 30HP;
d) Calcular a potência em HP de um dínamo que é capaz de fornecer 31A com uma tensão de
12V.
e) Calcular quantos HP correspondem 10CV.

10.4 Potências Parciais em Circuitos Série, Paralelo e Misto

10.4.1 Potências no Circuito Série

Em um circuito série, como já foi visto, a corrente é uma só. Se quisermos calcular as
potências parciais em cada resistência, podemos utilizar a fórmula:

P = R.I2

Dessa forma, teremos as seguintes potências parciais:

P1 = R1 . I2
P2 = R2 . I2
P3 = R3 . I2
P4 = R4 . I2

É evidente que podemos também utilizar as outras fórmulas de potência. No entanto,


não é um cálculo tão imediato, pois precisamos das quedas de tensão em cada resistor. Nesse
caso, as potências podem ser calculadas por:

P1 = V1 . I = V12 /R1
P2 = V2. I = V22/R2
P3 = V3 . I = V32/R3
P4 = V4 . I =V42/R4

Quanto à potência total do circuito, calculamos pela resistência equivalente ou pela


corrente e tensão aplicada.

Pt = E.I
Pt = E2/Re
Pt = I2 . Re

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Da última fórmula, podemos obter uma conclusão:

Pt = I2 . (R1 + R2 + R3 + R4 ...) =

I 2 .R1 2 2
I 2 .R 4 ...
+ I .R 2 + I .R 3 +
P1 P2 P3 P4

Logo: Pt = P1 + P2 + P3 + P 4

Assim concluímos que a potência total num circuito série é igual à soma das potências
parciais.

Exemplo: Calcular as potências parciais e total do circuito abaixo:

Re = R1 + R2 + R3 = 20 + 50 + 30 Re = 100 Ω

E 40
I= = => I = 0,4A
Re 100
P1 = I2. R1 ∴ P1 = 0,42. 20 ∴ P1 = 3,2W
P2 = I2. R1 ∴ P2 = 0,42. 50 ∴ P2 = 8,0W
P3 = I2. R3 ∴ P3 = 0,42. 30 ∴ P3 = 4,8W
Pt = I2 . Re ∴ Pt = 0,42.100 ∴ Pt = 16W

Só para confirmar:
Pt = P1 + P2 + P3 Pt = 3,2 + 8,0 + 4,8 Pt = 16W

10.4.2 Potências no Circuito Paralelo

No circuito paralelo, a tensão é a mesma para todos os componentes. Assim, podemos


utilizar a fórmula de potência que envolve a tensão, ou seja:
E2
P=
R

As potências parciais serão:

P1 = E2 / R1
P 2 = E2 / R 2
P 3 = E2 / R 3

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Se quisermos utilizar outras fórmulas de potência, devemos calcular antes as correntes


em cada componente, então teremos:

P1 = E. I1 = I12. R1 P2 = E. I2 = I22. R2 P3 = E. I3 = I32. R3

Para a potência total temos:

E2
Pt = E. It Pt = Pt = I2t . Re
Re
Da Segunda fórmula, vamos concluir a respeito da relação entre potência parcial e
total do circuito paralelo.

E2 1 1 1 1
Pt = = E2. = E2.( + + )
Re Re R1 R2 R3

E2 E2 E2
Pt = + + ou Pt = P1 + P2 + P3
R1 R2 R3
P1 P2 P3

Portanto, no circuito paralelo também a soma das potências parciais é igual à potência
total do circuito.

Exemplo: Calcular as potências parciais e total no circuito

20 Ω 60 Ω 100 Ω
120 V

E2 1202
P1 = = P1 = 720W
R1 20
E2 1202
P2 = = P2 = 240W
R2 60
E2 1202
P3 = = P3 = 144W
R3 20
1
Re = Re = 13,043 Ω
1 1 1
+ +
20 60 100
E2 1202
Pt = Pt = Pt = 1104 W
Re 13,043

Confirmando: Pt = P1 + P2 + P3 Pt = 720 + 240 + 144 Pt = 1104W

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10.4.3 Potências no Circuito Misto.

Para o circuito misto, podemos empregar qualquer uma das fórmulas de potência,
desde que se torne o cuidado de observar a que corrente ou a que tensão se refere o
componente em questão. Vejamos o exemplo:
Calcular a potência parcial e total no circuito abaixo:

O primeiro passo é calcular as correntes ou tensões em cada componente.

E
It = I1 = Re = 84 Ω
Re
180
It = I1 = = 2,14A
84
V2 = VAB = It . RAB V2 = 2,14.24 V2 = 51,4V
V
I2 = 2 I2 = 51,4 I2 = 1,286A
R2 40
VAB 51,4
I3 = I4 = I3 = I4 = I3 = I4 = 0,857A
R2 + R4 20 + 40

As potências podem agora ser calculadas por:

P1 = I12 . R1 P1 = 2,142 . 60 P1 = 274,78W


P2 = I22 . R2 P2 = 1,2862 . 40 P2 = 66,15W
P3 = I32 . R3 P3 = 0,8572 . 20 P3 = 14,69W
P4 = I42 . R4 P4 = 0,8572 . 40 P4 = 29.38W
Pt = It2 . Re Pt = 2.142 . 84 Pt = 384,69W

Se somarmos as potências parciais, veremos que também no circuito misto elas


equivalem a potência total.

P1 + P2 + P3 + P4 = 274,78 + 14,69 + 29,38 = 385W = Pt

10.5 Exercícios

1- Calcule as potências parciais e totais nos circuitos abaixo:

a)

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b)

c)

d)
R1 = 100 Ω
R2 = 50 Ω
R3 = 70 Ω
R4 = 90 Ω
R5 = 120 Ω

e)

R1 = 20 Ω
R2 = 10 Ω
R3 = 50 Ω
R4 = 60 Ω

f)
R1 = 47 Ω
R2 = 33 Ω
R3 = 22 Ω
R4 = 68 Ω
R5 = 56 Ω
R6 = 82 Ω

10.6 Trabalho Elétrico

Quando uma carga elétrica se desloca através de um condutor, ela o faz impelida por
uma força de origem elétrica. Portanto, um trabalho elétrico é realizado sobre essa carga para
deslocá-la de um ponto para outro do condutor. Esse trabalho é diretamente proporcional à
quantidade de cargas transportadas e à diferença de potencial entre os pontos inicial e final.

I = ∆Q ∴ ∆ Q = I. ∆ t
∆t

Portanto: τ = ∆ Q. VAB τ = I. ∆ t. VAB ou τ = VAB . I. ∆ t


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Onde:
VAB = ddp entre os pontos A e B (V)
I = intensidade de corrente (A)
∆t = intervalo de tempo (s)
τ = trabalho elétrico (J)
Ou ainda, sabemos que o produto de uma tensão por uma corrente nos dá como
resultado uma potência.
Assim:
VAB . I = P

Logo: τ = P. ∆ t
Onde:
P = potência em watts (W)

Observe que a unidade de trabalho poderia ser watt.segundo (W.s) obtida do produto
das unidades de potência e tempo.

Exemplo:
1- Calcular o trabalho elétrico realizado por uma fonte cuja fem é igual 30V, para fazer
circular uma corrente de 2,5A em um resistor durante 5 minutos.

fem = VAB = 30V I = 2,5 A ∆ t = 5 min = 5 x 60 = 300s

τ = VAB . I. t τ = 30.2,5.300 τ = 22500J = 22,5kJ

2- Um receptor transforma a energia elétrica recebida em energia mecânica numa proporção


de 240kJ a cada 10 minutos. Sabendo-se que a corrente absorvida pelo mesmo é de 2A,
calcular qual a sua tensão de alimentação.

τ = 240kJ = 240000 J I = 2A T = 10min = 600s

τ = VAB . I . t 240000 = VAB. 2.600 VAB = 200V

Portanto, o referido receptor está sendo alimentado com uma tensão de 200V.

10.7 Exercícios

a) Calcular a energia elétrica dissipada em um resistor de 100 Ω , alimentado por uma


tensão de 130V durante 5 horas.
b) Calcular a quantidade de cargas que devem passar por um resistor de 50 Ω durante 2
minutos, a fim de que o trabalho realizado seja de 200J.
c) Calcular a energia entregue e um receptor durante um dia, alimentado por uma tensão
de 15V, cuja corrente é de 250mA.

10.8 O quilowatt-hora (kWh)

Vimos que a unidade do trabalho elétrico é o Joule, e que essa unidade poderia ser o
WATT.SEGUNDO obtida do produto das unidades de potência e tempo. O que ocorre é que o
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Joule ou o watt.segundo torna-se uma unidade muito pequena para a maioria das aplicações
práticas, porque o segundo é um lapso de tempo, muito pequeno para a percepção humana.
Sendo assim, utiliza-se à hora como unidade de tempo e a conseqüente unidade do trabalho
elétrico fica sendo o WATT.HORA (Wh) ou ainda o QUILO. WATT-HORA (kWh), que é
mil vezes maior.

1 kWh = 1000 Wh
1 Wh = 3600 J

O quilowatt-hora tornou-se então a unidade padrão de energia elétrica para as


concessionárias. Portanto, a energia que nós consumidores pagamos às concessionárias de
energia é medida em kWh. Vejamos alguns exemplos de cálculos.

Exemplo:
1- Calcular a energia elétrica consumida em 3 horas por um chuveiro de 2400W.

P = 2400W τ =P.t
∆ t = 3h τ = 2400 . 3
τ =? τ = 7,2 kWh

2- Calcular o trabalho elétrico realizado por um motor de 1HP ligado em 127V durante 20
minutos.

P = 1 HP = 746W τ = P . ∆t
t = 20min = 0,33h τ = 746 . 0,33
τ =? τ = 248,4 kWh

3- Considerando o custo do kWh = R$ 0,34, calcule quanto custa um ganho de 15 minutos


num chuveiro de 3000W.

P = 3000W τ =P.t
t = 15min = 0,25h τ = 3000 . 0,25
τ =? τ = 750 Wh τ = 0,75 kWh
1 kWh – R$ 0,34
0,75 kWh – X X = R$ 0,34 . 0,75 = R$ 0,225
Portanto, um banho de 15 minutos custa R$ 0,23

10.9 Exercícios

a) Calcule o trabalho elétrico realizado por uma fonte de 10V que alimenta uma
resistência de 5 Ω durante 3 horas.
b) Calcular a energia elétrica utilizada por 2 lâmpadas de 40W ligadas durante 6 horas.
c) Calcular quanto custa mensalmente deixar acesa uma lâmpada de 150W, toda noite,
durante 7 horas? 1 kWh = R$ 0,34
d) Calcular o gasto mensal de uma residência, cujas cargas e tempos de utilização se
encontram na tabela abaixo, considerando o custo do kWh = R$ 0,34

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Potência Trabalho Custo


Carga/Potência Quantidade. Utilização
Total (kWh) R$
Lâmpada 40W 4 2h/dia
Lâmpada 60W 4 4h/dia
Lâmpada 100W 8 4h/dia
Chuveiro 3300W 2 1h/dia
Máquina de Lavar 1HP 1 3h/semana
Geladeira 0,5HP 1 10h/dia
Ferro Elétrico 1200W 1 4h/semana
TV 100W 2 2h/dia
Freezer 0,5HP 1 15h/dia
Aquecedor 3000W 1 10h/mês
Microondas 1200W 1 5h/mês
Lava Louças 1200W 1 1h/dia

TOTAL

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REFERÊNCIAS

1. VALDENBURGH, Van. Eletricidade básica. 1ªedição. Ed.Ao Livro Técnico S/A, 1988.
Volume 3
2. MILEAF, Harry. Eletricidade. Ed. Martins Fontes, São Paulo. 1982, Volume I
3. MILEAF, Harry. Eletricidade. Ed. Martins Fontes, São Paulo. 1982. Volume II
4. MILEAF, Harry. Eletricidade. Ed. Martins Fontes, São Paulo. 1982, volume III
5. MILEAF, Harry. Eletricidade, Ed. Martins Fontes, São Paulo. 1982, Volume VI
6. MORETTO, Vasco Pedro. Física em módulos de ensino-Eletricidade. Ed. Ática, São
Paulo.
7. FOWLER, Richard J. Eletricidade Princípios e Aplicações. Ed. McGraw-Hill, São Paulo.
1992, Volume 1.
8. YAMAMOTO, Kazuhito. Os alicerces da física – Eletricidade. Ed. Saraiva, São Paulo.
1989, Volume 3
9. GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. Ed. MacGraw – Hill, São Paulo. 1985.

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11 RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Exercícios 2.8 g) 131,58 Ώ


1-d Exercícios 6.5 h) 333,33 Ώ
2-b a) 2,64 Ώ 2 – a) 50 Ώ
3-b b) 91,42 °C b) 79,4Ώ
4 – b, d c) 248,65 °C c) 32 Ώ
5-c d) -230 °C 3 – a) 33,33 Ώ
6-b e) 8,57 Ώ b) 66,67 Ώ
7-b f) 2072,08 °C c) 100 Ώ
8-a d) 33,33 Ώ
9-c Exercícios 7.3 e) 66,67 Ώ
10-b a - 1) 10 ⋅ Ώ ±10% 4 - 1,48 Ώ
2) marrom 5 – 100 Ώ
Exercícios 5.1 vermelho
1 – a) 0,1 kA verde Exercícios 8.8
b) 300 mV ouro a) I = 2 mA
c) 400000 MW 3) 81 k Ώ ±20% V1 = 4 V
d) 0,42g 4) 220 Ώ ±5% V2 = 10 V
e) 0,5 MW 5) marrom V3 = 6 V
f) 250000 nA cinza V4 = 10 V
g) 3,3 nF marrom
h) 2000000000 kg prata b) I = 0,33 A
i) 0,02G W 6) marrom R3 = 66,67 Ώ
j) 100000 pC verde V1 = 33,33 V
k) 20000 µA prata V3 = 22,22 V
l) 20000000 nC ouro V4 = 16,67 V
7) 6700 Ώ ±5% E = 172,22 V
2 – a) 0,5 C 8) amarelo
b) 74,07 A violeta Exercícios 8.10
c) 5 ms laranja a) IT = 19,92 mA
d) 5,9375x1011 e- s/cor I1 = 5,00 mA
9) vermelho I2 = 1,67 mA
Exercícios 5.3 violeta I3 = 10,0 mA
a) 63,66 A/mm2 amarelo I4 = 5,00 mA
b) 50 mm2 prata I5 = 1,25 mA
c) 1,51 A 10) marrom
d) 19 lâmpadas preto b) E = 150 V
e) Não. laranja I1 = 5,0 A
Ultrapassa dmáx do fio. ouro I2 = 7,5 A
b) 320 Ώ IT = 15 A
Exercícios 6.2 Exercícios 9.1
a) 172,41 m a) I1 = 10 A
b) 323,53 m Exercícios 8.6 I2 = 1 A
c) 96,67 Ώ 1 – a) 69,23 Ώ I3 = 6 A
d) 1,67 Ώ b) 250 Ώ I4 = 4 A
e) 1,25 Ώ c) 5,5 k Ώ I5 = 5 A
f) 0,239 Ώ d) 25 Ώ I6 = 4 A
g) 2,76 V e) 700 Ώ
h) 0,3 Ώmm2/m f) 6,67 Ώ b) I1 = 1 A

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I2 = 2 A I5 = 2 A P3 = 11,89 W
I3 = 1 A V1 = 73,33 V P5 = 68,96 W
I4 = 5 A V2 = 300 V b) P1 =28,699 mW
V3 = 200 V P2 = 63,138 mW
Exercícios 9.2 V4 = 40 V P3 = 134,885 mW
a) V1 = 130 V V5 = 60 V P4 = 94,707 mW
V2 = 60 V E = 373,33 V PT = 321,429 mW
V3 = 60 V d) I1 = 5,6 A c) P1 = 125 W
V4 = 250 V I2 = 2,0 A P2 = 250 W
b) V1 = 30 V I3 = 1,0 A P3 = 20,83 W
V2 = 30 V I4 = 2,6 A PT = 395,83 W
V3 = 40 V I5 = 3,0 A d) P1 = 625,00 W
V4 = 30 V V1 = 56 V P2 = 1250,00 W
V2 = 40 V P3 = 170,89 W
Exercícios 9.4 V3 = 40 V P4 = 219,72 W
a) IT = 2,6 A V4 = 130 V P5 = 520,83 W
I1 = 0,5 A V5 = 90 V P6 = 286,44 W
I2 = 0,6 A E = 186 V e) P1 = 500 W
I3 = 0,6 A P2 = 71,82 W
I4 = 1,5 A Exercícios 10.1 P3 = 107,05 W
V1 = 60 V a) 1,15 A P4 = 89,21 W
V2 = 18 V b) 33,33 A P5 = 768,08 W
V3 = 42 V c) 220,9 Ώ f) P1 = 222,95 W
V4 = 60V d) 2,31 mA P2 = 65,79 W
b) IT = 6,90 mA e) 40,62 V P3 = 43,86 W
I1 = 3,50 mA f) 5,04 Ώ P4 = 36,90W
I2 = 3,50 mA g) 18,78 Ώ P5 = 11,64 W
I3 = 3,40 mA h) 97,92 W P6 = 7,93 W
I4 = 2,80 mA PT = 392,06 W
I5 = 0,58 mA Exercícios 10.3
I6 = 0,58 mA a) 61,14 cv Exercícios 10.7
V1 = 7,70 V b) 6,78 A a) 3.042 kJ
V2 = 4,20 V c) 30,41cv b) 1,369. 1020 elétrons
V3 = 9,18 V d) 0,499 HP c) 324 kJ
V4 = 2,82 V e) 9,86 HP
V5 = 1,90 V Exercícios 10.9
V6 = 1,56 V a) 60 Wh
c) I1 = 3,66 A b) 480 Wh
I2 = 1,66 A Exercícios 10.5 c) R$ 9,55
I3 = 2 A a) P1 = 47,56 W d) R$ 217,20
I4 = 2 A P2 = 9,51 W

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