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ATOMISTICA
Elaborada:
Dácio do Nascimento
Joinville
08/2013
2
SUMÁRIO
1-Ligações Químicas
Alumínio
1.1-Ligações Iônicas
+ -
Raio (nm) Na Cl
atômico 0,190 0,026
Iônico 0,060 (+1) 0,181 (0,181)
Covalente 0,154 0,099
9
1.2-Ligações Covalentes
A ligação covalente entre dois átomos iguais é dita apolar, pois nela os elétrons
são compartilhados de maneira igual, nenhum dos átomos tem mais força que
o outro para atrair o elétron para si. A fórmula estrutural ficaria: H - H.
Para a formação do CO2 temos:
• 8O 2 – 6 6C 2 - 4
11
a b
Fig. 1.11 – Os elementos “A” e “B” (a) unidos por ligação covalente (b).
12
Energia Comprimento
Tipo
(nm)
kJ/mol kcal/mol
890 212 CΞC 0,12
680 162 C=C 0,13
535 127 C=O 0,12
500 119 O-H 0,10
450 107 C-F 0,14
435 104 C-H 0,11
435 104 H-H 0,074
430 102 N-H 0,10
375 89 O - Si 0,16
370 88 C-C 0,154
360 86 C-O 0,14
340 81 C - Cl 0,18
305 73 C-N 0,15
250 60 N-O 0,12
220 52 O-O 0,15
160 38 F-F 0,14
1.3-Ligações Metálicas
As ligações metálicas, como o próprio nome diz, são típicas dos materiais
metálicos. São ligações fortes. Os átomos dos metais têm, em geral, de um a
três elétrons no seu último subnível. Estes elétrons não estão fortemente
ligados ao núcleo e podem libertar-se facilmente, ou seja, Os átomos dos
elementos metálicos apresentam forte tendência a doarem seus elétrons de
última camada. A tendência de receber ou dar elétrons é medida pela sua
eletronegatividade varie.
Eletronegatividade é a capacidade que um átomo tem, de atrair elétrons de
outro átomo quando os dois formam uma ligação química.
Podemos dizer que a eletronegatividade depende de dois fatores: tamanho do
átomo e número de elétrons na última camada.
a) Quanto menor é o átomo, maior é sua capacidade de atrair elétrons, já
que a distância destes ao núcleo é menor.
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Um fato importante que deve ser levado em conta quando se estuda o metal é
que, à medida que aumentam os elétrons de valência (elétrons da última
camada) e a atração dos mesmos pelo núcleo, aumenta a tendência dos
átomos de formarem ligações covalentes. Desta forma alguns metais de
transição (que apresentam subnível d incompleto) como o ferro, o níquel e o
tungstênio, por exemplo, podem apresentar frações significativas de ligações
covalentes, o que é, em parte, responsável pelos altos pontos de fusão destes
materiais.
Tempo
Platina Ouro
Fig. 1.14 - A distribuições dos elétrons dos subníveis mais elevados (elétrons
mais externos) oferece características particulares ao sólido cristalino como
seu brilho e condutividade elétrica.
2- Materiais
1.800
Idade Polímeros
até os dias atuais
Contemporânea
Fig. 2.2 – Evidencia um mesmo produto com embalagens confeccionadas em diferentes tipos
de materiais.
Dentre estes, um dos mais importantes são os materiais metálicos, onde será
estudado a metalurgia física, ou seja, os tipos de metais, suas propriedades e
fenômenos ( mecanismos ) que venha a ocorrer com este material. A
metalurgia física busca as explicações para os fatos observados na prática. Os
fatores que impulsionam o desenvolvimento dos materiais são os seguintes:
Técnico Buscando sempre o maior desempenho de um componente.
Ambiental Devido a elevada taxa de poluição no mundo, os produtos
tendem a ser produzidos em materiais recicláveis e, portanto não poluentes. No
primeiro mundo isto já é realidade, nos outros países isto tende a ocorrer,
porém o tempo será maior.
Cultural Vários produtos são campeões de venda devido ao seu design (
forma ), por estar na moda ou porque outras pessoas comentam que este
produto é melhor do que o outro.
Econômico Um produto será bem aceito se apresentar qualidade
associado a um baixo custo.
Estratégico Depende das reservas que se possua de um determinado
material. Portanto um aço para uma determinada aplicação pode variar a sua
composição conforme o país, onde poderá ser substituído um elemento
escasso por outro abundante sem alterar a qualidade do aço.
2.2-Metais
Os materiais metálicos são substâncias inorgânicas formadas a partir da
composição de um ou mais elementos da família dos metais, podendo
apresentar também elementos não metálicos. Assim, metais como o ferro,
cobre, alumínio, níquel e titânio constituem exemplos de materiais metálicos e
tem posição definida na tabela periódica. Como exemplo de materiais não
metálicos e que podem fazer parte da composição dos metais temos o
carbono, o nitrogênio e o oxigênio.
Uma das aplicações mais recentes dos materiais cerâmicos está na indústria
automobilística como componente do motor. Suas propriedades de resistência
ao desgaste, resistência ao calor, baixo coeficiente de atrito e baixo peso são
vantajosos do ponto de vista de eficiência mecânica.
Também muito importante é a propriedade relacionada com isolamento térmico
que estes materiais apresentam, não só utilizando-os em motores como em
fornos para a fusão e tratamentos térmicos dos metais e suas ligas.
2.4-Polímeros
Fig. 2.8- Tabela periódica onde é destacado os elementos que compõe os polímeros
2.5-Compósitos
Estrutura Propriedades
Material
Conduti-
Ligação Cristalinidade Estabilidade Mecânica
bilidade
Iônica,
Cerâmico Amorfa, cristalina Alta Média Média
covalente
Covalente, Amorfa,
Polimérico Baixa Baixa Baixa
vander Waals semicristalina
Degrada com
8 17
solventes, 10 a 10 0,01 a 0,5 1 a 70 1 a 1400
Polimérico
altas
temperaturas
Suscetível a
-8 -7
Metálico corrosão, 10 a 10 10 a 400 100 a 1700 1 a 60
oxidação
2.6- Biomateriais
São utilizados para recompor partes do corpo humano que foram
danificadas por doença ou acidente. Devem ser compatíveis com os tecidos
humanos, isto é, não podem liberar substâncias tóxicas quando em contato
com fluidos ou tecidos do corpo humano.
CERÂMICAS
POLIMÉRICOS
METAIS
2.7-Semicondutores
Compõe todos os componentes eletrônicos em um computador. Possuem
propriedades elétricas intermediárias de um material condutor e um isolante. As
suas propriedades elétricas são extremamente sensíveis à presença de
impurezas-dopantes, estas controlam a condutividade. Podem ser combinados
27
entre si para gerar propriedades eletrônicas e óticas sob medida. São utilizados
na indústria eletrônica para fabricar circuitos integrados, lasers, detectores e
célula solares.
a b
Fig. 2.13 – circuito integrado (a) “Wafer” polido de Si (b).
2.8-Pontos Críticos.
Cerâmicas
Vidro para janelas Transparência óptica, isolamento térmico.
SiO2-Na2O
Semicondutores Transistores e
Comportamento elétrico único
Silício circuitos integrados
2.9.1-Processamento e desempenho
O processamento é conjunto de técnicas para obtenção de materiais com
formas e propriedades específicas, já o desempenho é a resposta do material
a um estímulo externo. O processamento do material produz a forma
29
Fig. 2.17- Três amostras de alumina (Al2O3) processadas por diferentes rotas.
Da esquerda para a direita: (i) monocristal (transparente), (ii) policristal denso
(translúcido) e ( iii) policristal poroso (opaco).
30
2.9.3-Estrutura
Estrutura
Elétrons ao redor
Estrutura Grãos Partícula de
do núcleo
Cristalina 2ª fase
32
a b
Fig. 2.20 – Esquema de uma rocha (a) e uma rocha real.
Gema são minerais belos e raros que possuem um elevado valor comercial.
Os minerais metalíferos são minerais ou mistura de minerais com um
conteúdo metálico rentável. Visto que sua utilidade, isto é, a sua
explorabilidade comercial, depende de fatores variáveis com o tempo o
conceito de mineral metalífero não está ligado a determinados minerais ou
rochas em particular.
O minério é uma massa mono (mineral) ou polimineral (rocha) de onde se
pode extrair economicamente um ou mais materiais. A ganga é a parte
descartável no processamento industrial dos minérios que sobre após a
separação do mineral de interesse.
A jazida é a região geográfica da crosta terrestre onde ocorre uma quantidade
considerável de um determinado minério de um elemento ou composto
(material).
33
a b
Fig. 2.21 – Exemplo de minerais (a)Hematita – Fe O em (b) Bauxita, uma
2 3
rocha – Al O (parte visada)
2 3
Eficiência direta
Refino e Fusão
Eficiência total
Combustível
(GJ/t)
(GJ/t)
(GJ/t)
Metal
3- Estrutura cristalina
Diâmetro igual à
raio iônico da valência considerada
para materiais cerâmicos;
raio covalente para materiais
poliméricos
raio no estado isolado, para os
metais
Fig. 3.1 Localização dos raios dos átomos conforme o tipo de ligação
a b c
Fig. 3.2 – Representação esquemática de um reticulado cristalino (a), (b) dois
planos cristalinos de estrutura cúbica e (c) uma célula unitária hexagonal.
35
a b c
Fig. 3.4 – Mostra as estruturas cúbicas simples (a), corpo centrado (b) e face centrada (c).
(4R)2 = a2 + a2
(4R)2 = 2a2 a = 2R 2
4R = a 2
a= 4 R
2
FEA = 4/3
3 3
FEA = 2 . 4/3 R FEA = 2 . 4/3 R FEA = 0,68
3 3
( 4R 3 ) 64R .3 3 32 3 FEA = 68 % sólido
3 27 9
Uma estrutura cúbica simples possui uma relação entre raio atômico e o
parâmetro de rede como sendo (a=2r), com um átomo dentro da célula
eutética. O número de coordenação é 6 com FEA de 0,52, os metais polônio e
-Mn.
As faces superior e inferior da célula unitária são compostas por seis átomos
que formam hexágonos regulares e que se encontra com um único átomo no
centro da face. Outro plano que fornece três átomos adicionais para célula
unitária está localizado entre os planos superior e inferior.
Metais de estrutura hexagonal compacta são Berílio (T<1250ºC), Cobalto
(T<427ºC), cério Ce (-150ºC<T<-10ºC), Titânio, Magnésio, zinco, cádmio,
zirconio, háfnio(T>1950ºC).
Alguns metais e não metais podem ter mais de uma estrutura cristalina
dependendo da temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como
polimorfismo.
Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças
na densidade e mudanças de outras propriedades físicas.
Exemplos de materiais que exibem polimorfismo são:
Ferro, titânio, carbono (grafite e diamante), SiC (chega ter 20 modificações
cristalinas), etc...
Na temperatura ambiente, o ferro têm estrutura CCC: número de coordenação
8, fator de empacotamento de 0,68 e um raio atômico de 1,241 Å.
A 911°C, o ferro passa para estrutura CFC: número de coordenação 12, fator
de empacotamento de 0,74 e um raio atômico de 1,292 Å.
A 1392°C, o ferro passa novamente para CCC.
A direção cristalina é definida como uma linha entre dois pontos, ou um vetor.
São definidas a partir da origem, suas coordenadas são dadas pelos pontos
que cruzam o cubo unitário.
Procedimento:
1. Determine as coordenadas de 2 pontos (a,b,c) que caem nesta direção,
devem ser medidas em termos dos parâmetros de rede.
2. Subtrair o ponto inicial do ponto final.
3. Se estes pontos forem fracionados se deve multiplicar ou dividir esses três
números por um fator comum, tal que os três números resultantes sejam os
menores inteiros possíveis.
4. Representar os números entre colchetes [uvw].
Uma família de direções é representada desta forma <uvw>.
42
Como existem quatro planos {111} diferentes e dentro de cada plano três
direções <110> independentes. Isto é: 4 x 3 = 12 sistemas de deslizamento
{111} <110>.
Tabela 3.3 – densidade planar para alguns planos na estrutura CFC e CCC
n : ordem de difração
: comprimento de onda de raios-X
Pode assumir apenas um valor (monocromático)
Pode assumir muitos valores raios-x (policromático)
dhkl : distância interplanar.
Pode assumir diferentes valores, em função do conjunto de planos que
difrata o feixe de raio-X
sen: ângulo de incidência dos raios-X.
Pode variar continuamente dentro de uma faixa
Pode variar aleatoriamente em função da posição relativa dos diversos
monocristais que formam uma policristalina.
Tabela 3.4 – Índices de Miller dos planos difratores nas redes CCC e CFC
Para CCC, as duas primeiras famílias de planos difratores são {110} e {200}
então:
O tipo mais simples de liga é a solução sólida. Uma solução sólida é um sólido
formado por dois ou mais elementos dispersos numa única fase. A estrutura do
cristal é mantida.
Em uma liga, o elemento presente em menor concentração denomina-se soluto
e aquele em maior quantidade, solvente. Geralmente, existem dois tipos de
soluções sólidas:
1. Substitucionais
2. Intersticiais.
Impurezas. É impossível existir um metal consistindo de um só tipo de átomo
(metal puro). As técnicas de refino atualmente disponíveis permitem obter
metais com um grau de pureza no máximo de 99,9999%.
A solução sólida ocorre quando a adição de átomos do soluto não modifica a
estrutura cristalina nem provoca a formação de novas estruturas, esta união é
chamada solução sólida, sendo de dois tipos:
1. Raio atômico: os raios atômicos dos elementos não devem diferir mais do
que cerca de 15%.
Ra = raio do soluto ou metal de adição
Rm = raio do solvente ou metal base 0,85 Ra/Rm 1,15
A B
Fig. 3.29 – Evidencia a solução sólida substitucional com distribuição ao acaso
(A) e ordena (B)
O Módulo de Young é uma constante para cada metal ou liga, sendo que
quanto maior o seu valor menor a deformação plástica e maior a rigidez. O
módulo de elasticidade é determinado pelas forças de ligação entre os átomos,
sendo afetado pela temperatura, quanto maior a temperatura menor o módulo
de Young. O módulo de cisalhamento corresponde a 35% do módulo de
Young.
200ºC 90%E
425ºC 75%E
540ºC 65%E
650ºC 60%E
E = s Tensão de escoamento módulo de
Deformação Young
55
Defeitos
Volumétricos
Defeitos
Pontuais
Defeitos
Superficiais
Defeitos
Lineares
Não é possível criar um material livre desse tipo de defeito. Podem ser
introduzidos pelas vibrações térmicas dos átomos em temperaturas elevadas,
durante o processamento do material, e pela introdução de impurezas (átomos
estranhos) ou pela formação de liga. Abrangem os casos onde ocorre
individualmente o deslocamento de átomos, átomos extras ou falta de átomos
em posições isoladas.
Os defeitos pontuais em metais são:
● Lacunas ou vazios.
● Auto intersticial.
● Átomos intersticiais.
● Átomos substitucionais.
Auto
Intersticial
Vazio
A B C
Fig. 3.34 – Átomos intersticial e substitucional (A). Distorção provocada no
reticulado cristalino quando há um vazio (B) ou um elemento intersticial (C).
Fig. 3.35 - Defeitos pontuais: (a) lacuna, (b) átomo intersticial, (c) átomo
substitucional pequeno, (d) átomo substitucional grande, (e) defeito de Frenkel,
(f) defeito de Schottky. Todos estes defeitos perturbam o “perfeito” arranjo
atômico dos átomos vizinhos.
Classificação:
Discordância em linha, cunha ou aresta (edge dislocation).
Discordância em espiral, hélice ou parafuso (screw dislocation)
Discordância combinada ou mista (mixed dislocation)
Escorregamento (“slip”)
Fig. 3.37 - (a) O cristal perfeito, (b) Um semiplano extra de átomo sé inserido
no cristal, (c) o vetor de Burgers b necessário para fechar a volta em torno da
discordância.
.
Plano de
deslisamento
A B C
Fig. 3.38 – (A) Discordância aresta DC, Positiva. (B) Circuito de Burgers na
discordância aresta. (C) O tê invertido () indica uma discordância cunha
positiva, enquanto tê normal “T” indica uma discordância cunha negativa.
Tensão de
cisalhamento
Tensão de
cisalhamento
2- Contorno de Grão
Corresponde à região que separa dois ou mais cristais de orientação diferente.
No interior de cada grão, todos os átomos estão arranjados segundo um único
modelo e única orientação, caracterizada pela célula unitária.
Nos materiais metálicos, os contornos de grão formam-se durante a
solidificação, quando os cristais gerados a partir de diferentes núcleos,
crescem simultaneamente e se encontram.
Todos os grãos possui uma orientação diferente. A forma de um grão de um
sólido é usualmente controlada pela presença de grãos vizinhos durante a
solidificação. No interior de cada grão, todos estão arranjados segundo um
único modelo e uma única orientação, caracterizada pela célula unitária.
Entretanto no contorno de grão, entre dois grãos adjacentes, uma zona de
transição que não está alinhada com nenhum dos grãos, na qual prevalece a
desordem.
Há um empacotamento atômico menos eficiente nos contornos de grão. Devido
à sua energia mais elevada e estrutura mais aberta, os contornos de grão são
regiões mais favoráveis à nucleação e ao crescimento de precipitados.
.
Fig. 3.48 – Evidencia os defeitos de contorno de grão.
A B C
Fig. 3.49 - Mostra esquemáticamente o desalinhamento dos planos cristalinos
entre dois grãos( A ), evidendia o desajuste dos átomos ( B ) e a microestrutura
granular após ataque quimico ( C ).
Impurezas são segregadas no contorno de grão por causa do seu maior estado
de energia.
Nos materiais metálicos ou cerâmicos, os contornos de grão podem ser
identificados numa amostra preparada (lixada, polida e atacada quimicamente)
do material com linhas escuras. Os contornos de grão são corroídos mais
rapidamente do que os grãos, originando-se, assim, pequenos sulcos ao longo
dos contornos de grão.
O contorno de grão acomoda mais facilmente os átomos de soluto (maior ou
menor que o átomo do solvente) do que as lacunas e as discordâncias no
interior dos grãos. Os interstícios no contorno de grão são os maiores vazios
em uma célula unitária, tendo elevada energia quando em contato com agente
corrosivo é o local preferencial para a corrosão. Os átomos desta região são do
tipo superfície, tendo grande quantidade de energia. Qualquer alteração de
fase no estado sólido (CFCCC) inicia-se no local de maior energia contorno
de grã ).
3- Interface:
Fronteiras entre duas fases diferentes. Uma superfície não é apenas a externa,
mas toda a interface que possa existir dentro do material como uma inclusão
não metálica que possui estrutura cristalina diferente do metal base.
67
Fig.
3.52 – Evidência a microestrutura de um aço inoxidável ABNT 304 recozido,
destaca-se os contornos de grão maclados.
68
(c) (d)
Fig. 3.53 – Aplicação de tensão em um cristal perfeito (a) pode causar um
deslocamento dos átomos, (b) resultando na formação de uma macla. (c)
Maclas de deformação (forçadas pelo carregamento mecânico). (d) Maclas no
cobre.
5- Tamanho de grão
O tamanho de grão dos materiais policristalinos é importante, já que a área de
contornos de grão tem um efeito importante nas propriedades, especialmente
na resistência mecânica.
O tamanho de grão de um material metálico pode ser alterado pela temperatura
ou deformação mecânica (laminação, trefilação, extrusão e forjamento). Quanto
maior for à temperatura ou o tempo de tratamento térmico maior será o
tamanho de grão.
A diminuição do tamanho de grão aumenta o número dos contornos de grão.
Contornos de grão impedem o movimento de discordâncias com o
consequente aumento da resistência do material.
A observação estrutural pode ser:
• Observação da macroestrutura: a olho nu ou com baixos aumentos (até
~10X).
• Observação da microestrutura: microscopia óptica e microscopia eletrônica.
69
>15º
<15º
Equação de Hall-Petch:
Sendo:
y: limite de escoamento
o e k: constantes do material
d: diâmetro médio dos grãos
70
um átomo atravessa o contorno de grão para uma posição mais estável (menor
energia). Os átomos se movem para a superfície côncava, onde são mais
estáveis, pois possuem ali mais vizinhos, logo menor será a sua energia;
considera-se que o universo se encontre em equilíbrio, portanto tende a
estabilidade ou seja a menor energia possível.. Como consequência, o
contorno de grão se movimenta em direção ao centro da curvatura (figura
3.59). Os grãos pequenos tendem a ter convexidade mais pronunciada que os
grãos maiores, logo eles alimentam o crescimento dos grãos maiores,
tendendo a desaparecer.
Fig. 3.59 – Mostra o deslocamento dos átomos para a parte côncava (A) e que
os contornos de grão se movem na direção do centro de curvatura (setas). Daí
resulta o desaparecimento eventual dos grãos pequenos.
72
Exemplos:
1. Inclusões: Impurezas estranhas, podem estar presentes devido a reações
de formação entre os elementos que compõem a liga metálica ou podem ser
incorporados acidentalmente.
2. Porosidade: origina-se devido a presença ou formação de gases.
3. Fases: devido à presença de impurezas (ocorre quando o limite de
solubilidade é ultrapassado).
73
(a) (b)
Fig. 3.63 – (a) Liga com pequeno intervalo de solidificação, tendo uma
solidificação em casca. (b) Liga com grande intervalo de solidificação, tendo
uma solidificação pastosa
A B
Fig. 3.64 - (A) Ferro Fundido Cinzento Perlítico, a microestrutura é composta
por veios de grafita numa matriz perlítica. Cada grão de perlita, por sua vez, é
constituído por lamelas alternadas de duas fases: ferrita (ferro-) e cementita
(ou Fe3C).
(B) Microestrutura da liga Al-Si-Cu-Mg, mostrando diversas fases precipitadas.
74
A B
C
Fig. 3.65- (A) Inclusões alumina em aço laminado.(B) Superfície de ferro puro
durante o seu processamento por metalurgia do pó obtida em MEV e MO(6).
Figura 3.67 - Estrutura com interface coerente. (a) dois cristais com composição
química diferente, mas com o mesmo cristal. (b) duas fases diferentes com o
mesmo parâmetro de rede. (c) interface coerente com leves tensões coerentes
adjacentes. (d) interface semicoerente, há desajuste na interface de acomodação
por uma série de discordância em cunha.(e) interface incoerente
tem que mudar de direção, o que envolve muitas distorções locais na rede
cristalina. A fronteira é uma região desordenada, o que faz com que os planos
de deslizamento sofram descontinuidades. Como um material com grãos
menores tem mais fronteiras de grão, ele será mais resistente.
Para muitos materiais, é possível encontrar uma relação entre o limite de
escoamento (y) e o tamanho médio de grão (d)
Equação de Hall-Petch:
Sendo:
y: limite de escoamento
o e k: constantes do material
d: diâmetro médio dos grãos
3.9- Difusão
Energia de ativação: Energia exigida para iniciar uma reação, tal com difusão.
4-Solidificação
4.1- Nucleação
4.1.1-Nucleação Homogenia
G = 4r3Gsl + 4r2sl
3
onde:
G = variação de energia total no sistema
Gsl = variação de energia de volume liberado pela transformação
sólido líquido, devendo ser um valor negativo (indicando que o sistema libera
energia para solidificar) e é uma função cúbica (por ser volumétrica) do raio da
partícula que se cristalizou.
sl = energia necessária para formar a nova superfície sólida, sendo
positiva (indicando que o sistema deve aumentar sua energia para criar a
interface) e é uma função ao quadrado (por ser superficial) do raio da partícula
que se cristalizou.
Este processo de nucleação se baseia no fato de que uma formação de uma
partícula sólida em qualquer lugar em um metal líquido homogêneo provoca
uma variação de energia livre do sistema em consideração (Gsl = Gs – Gl ),
representando as energias livres do sólido e do líquido na transformação de
fase líquido para sólido.
A variação de energia total no sistema (G) determina se um fenômeno irá ou
não ocorrer, quanto mais negativo for o seu valor maior será a estabilidade do
composto.
G menor que zero mudança de fase espontânea
G igual a zero está em equilíbrio
G maior que zero mudança de fase impossível
r < r* r > r*
Para reduzir a energia livre Para reduzir a energia livre
deve ocorrer a dissolução do deve ocorrer o crescimento do
núcleo núcleo.
Estes núcleos são instáveis, Partículas com r>r* são
denominados como clusters estáveis denominados núcleos.
(agrupamento de átomos) ou
embriões.
Fig. 4.11 - Relação entre a energia livre de formação (G) de um núcleo e o seu
raio R. Sendo:
Rc Raio crítico mínimo para crescimento espontâneo do núcleo.
A Energia de ativação a ser vencida para crescimento espontâneo do
núcleo.
Os núcleos são formados por choques de átomos, onde o cristal (núcleo) deve
ter um determinado tamanho (Rc). Os núcleos menores que Rc são instáveis,
para crescer têm que aumentar a energia livre (contrário a natureza), portanto
tendem a se dissolver. Isto atua como barreira a solidificação denominada
energia de livre de ativação (A).
Os núcleos iguais e/ou maiores que Rc são estáveis, para crescer tem que
diminuir a energia livre (favorável a natureza), portanto tendem a crescer
espontaneamente reduzindo a energia de livre de ativação (A). O tamanho do
raio critico pode ser obtido pela seguinte equação:
R* = - 2 sl / Gv
R* = - 2 slTf / Lsl T
G* = 16 3 sl * Tf 2
3 L2sl * T2
Esta relação mostra que quanto maior for o superesfriamento, menor será o
raio do núcleo para que a solidificação seja iniciada. Para ocorrer a nucleação
homogênea, o líquido deve ser super-resfriado lentamente até chegar a um
superesfriamento da ordem de 0,8Ts; na prática o superesfriamento varia entre
Ts e 0,98Ts. Esta diferença é explicada pelo fato de o inicio da solidificação
ocorrer de forma heterogenia, uma vez que a barreira para a nucleação é
energia da interface sólido / líquido.
Quanto maior a extração de calor maior será o G, é acompanhado com a
redução A (energia livre de ativação), portanto menor será o raio crítico para a
formação do núcleo.
Todo o processo de solidificação ocorre por nucleação e crescimento de
cristais a partir de um líquido superesfriado.
O superesfriamento depende:
91
Da espessura da peça
Da temperatura de início de solidificação
Do número de núcleos
Do raio crítico/energia de ativação
Da extração de calor
4.2- Grãos
4.2.1-Interfaces de solidificação
Foi mencionado anteriormente que, nos metais puros é necessário certo grau
de superesfriamento para que a nucleação ocorra. O mesmo ocorre para que o
cristal continue a crescer na interface sólido/líquido. Se o metal estiver à
temperatura de fusão não ocorre crescimento efetivo do cristal.
Quanto maior o grau de superesfriamento mais rápido é o crescimento. A taxa
de crescimento depende da temperatura na interface sólido/líquido, que por
sua vez é função da taxa à qual o calor latente liberado durante a cristalização,
é removido. Isto resulta em um gradiente de temperatura no metal líquido, que
consequentemente afeta a forma do cristal. Os tipos de gradiente de
temperatura possíveis de encontrar estão esquematizados na figura abaixo.
Fig. 4.23- Desenvolvimento de uma dendrita: (a) núcleo esférico. (b) interface
instável. (c) formação dos braços primários na direção <100>. (d) formação dos
braços secundários e ternários
.
98
4.2.2-Superesfriamento constitucional.
Considerando uma liga binária de composição Co, figura 4.26. De acordo com
o diagrama de fases o primeiro sólido que se forma tem a composição C1,
rejeitando para a fase líquida átomos de soluto, até que esta fase atinja a
concentração C2 junto à interface sólido/líquido, momento em que a fase sólida
tem então a composição Co.
A temperatura da fase líquida varia com a distância à interface de acordo com
a curva 1 da figura 4.26c, mas se o gradiente de temperatura real nas
99
4.2.5-Tipos de grãos
Fig. 4.40 - Tipos de grãos no alumínio fundido. (a) Grãos colunares, exceto na
zona coquilhada. (b) Colunar e equiaxial. (c) Completamente equiaxial.
(a) (b)
Figura 4.45 – Influencia da velocidade de solidificação sobre a variação de
temperatura durante a solidificação em liga resfriada em areia (a) e coquilha
(b).
A B
Fig. 4.48 – exemplos de estruturas segregadas. (A) variação de teores de
carbono
115
5-Contração
A B C D
Fig. 5.1 - Mostra as contrações ( líquida-B, solidificação-C e sólida-D ) de uma
peça com massalote.
Projeto do molde:
Lingoteira: utilização de uma peça postiça (de material refratário) no topo
da lingoteira, chamada de “cabeça quente” ou “massalote”. O Material
refratário retém o calor por um tempo mais longo e corresponderá à
região que solidificará por último, concentrando o vazio nesta região,
que será posteriormente eliminada do lingote.
Molde de peças:
Utilização de um “alimentador”, a entrada do metal líquido através de
canais é feita numa seção mais ampla, que alimenta as menos
espessas, o alimentador ficará com excesso de metal líquido,
concentrando o vazio nesta região, que será eliminada posteriormente.
a b
Fig. 5.3 - Mostra um rechupe na peça (a) eliminado por massalote (b).
Fig. 5.4 mostra o mecanismo de formação dos rechupes e sua eliminação por
meio de resfriador.
A - Após o vazamento, forma-se progressivamente uma casca de metal
sólido cuja espessura varia por efeito dos ângulos.
B - Formação de uma nova camada de metal sólido sobre a anterior.
C - A seção fina termina a solidificação obstruindo a alimentação.
D - O volume de metal líquido prossegue a sua contração, formando um
vazio, pois não pode receber metal líquido para compensar essa contração.
E - Peça totalmente sólida, evidenciando o rechupe
F - O uso de resfriador acelera a solidificação da parte maciça, direcionando
a solidificação.
118
6- Diagramas de fase.
o Insolubilidade.
119
Fig. 6.1 - Ilustração de fases e solubilidade: (a) As três formas da água: sólida,
líquida e gasosa; (b) água e álcool têm solubilidade ilimitada; (c) Sal e água
possuem solubilidade limitada; (d) Água e óleo não possuem solubilidade.
Fig. 6.3 – Evidencia a solubilidade do zinco no latão, sendo que até 30%Zn a
0ºC um material homogeneo (latão ), acima deste teor ocorre a precipitação
de um composto de Cu+Zn.
Fig. 6.4 - Diagrama de fases da solução água e sal. Mostra como diminui a
temperatura de solidificação da água, ao se aumentar a quantidade de sal
até 23,3%. Esta propriedade é usada para evitar a formação de gelo nas
estradas européias durante o inverno.
Sistema Heterogêneo: contém mais de uma fase. Cada fase terá suas
propriedades individuais. Existirá uma fronteira entre as fases com
mudança bruscas nas características de propriedades físicas e/ou
químicas.
(a) uma fase de Fe- (b) duas fases: Fe- + cementita (perlita)
não tem tempo suficiente para atingir o estado de equilíbrio. Neste caso,
as fases presentes são metaestáveis.
Fig. 6.7 – Mostra em relação aos níveis energéticos de uma fase instável (a),
metaestável (b) e estável ou equilíbrio (c).
a b
Fig. 6.8 - Diagrama de fases de substâncias puras – água
Fig. 6.13 - Relação entre a contração de um metal que não apresenta eutético
Com o decréscimo da temperatura de solidificação.
Entre a parede do molde que possui uma casa sólida e o centro ainda liquido
neste intervalo de solidificação coexistem a fase sólida e líquida caracterizando
a zona pastosa (figura 6.14). Neste caso, o metal se solidifica por camadas
espessas o que gera microporosidade espalhadas de difícil eliminação.
126
a b
Fig. 6.15 - Curva de resfriamento de um metal puro (a) e para uma liga binária
Fig. 6.18 - Sistemas com isomorfo, com mínimo (esquerda) e com máximo
(direita)
A figura 6.19 apresenta um diagrama isomorfo normal dos metais “A” e “B”, no
qual será feito o estudo de solidificação com 30% do metal ”B” mais 70%
do metal “A”.
WL = C - Co W = Co- CL
C - CL C - CL
Cálculo da distribuição dos elementos nas fases cobre e níquel na fase liquida
(W L) e sólida (W ) :
Como a difusão no estado sólido é muito mais lenta que no estado líquido é de
se esperar que o ajuste das composições se de mais rapidamente no estado
líquido não havendo tempo suficiente para homogeneização de composições
no estado sólido.
Em situação industrial as taxas de resfriamento são elevadas (condição fora do
equilíbrio) os elementos não dispõem de tempo para difundir e atingir e manter
o estado de equilíbrio.
Na figura 6.32, considerando a mesma liga anterior, mas agora na condição
fora do equilíbrio. A liga “X” na temperatura To se encontra no estado líquido,
resfriando para as temperaturas T1, T2 e T3 respectivamente teremos um
136
sólido de composições respectivas de ’1, ’2 e ’3 já que não houve tempo
suficiente para se atingir as composições 1, 2 e 3 da condição de
equilíbrio.
Na temperatura T4 deveria ser o término da solidificação, mas ainda existe um
líquido remanescente e a composição da fase sólida é ’4.
Quando a temperatura cai para T5 temos o final de solidificação pois o ultimo
cristal solidificado tem composição ’5 igual a liga X.
85% Sb a 525ºC
80% Sb a 500ºC
60% Sb a 400ºC
50% Sb a 375ºC
14% Sb a 290ºC
Fig. 7.2 – Mostra colônias de perlita em liga eutética com e sem solidificação
direcional em liga Al-Cu. A estrutura é eutética constituída de um fundo claro de
alumínio () a fase escura éCuAl2 ().
7.1- Eutético sem solubilidade parcial
Liga 1 Liga eutética constituída por 60% do metal B mais 40% do metal A.
O metal na temperatura T1 apresenta a composição 60%B, ao resfria para a
temperatura T2 todo o líquido se solidifica em eutético, como os dois elementos
são insolúveis a estrutura será constituída alternadamente por laminas
alternadas dos elementos A e B podendo ser paralelas, ao acaso ou globular.
141
Quando a liga tem uma composição afastada do ponto eutético, com grande
intervalo de solidificação, a solidificação tende a se realizar pôr camadas
espessas (gerando microporosidade). É o caso da liga 1.
Fig. 7.8 – Relação entre a liga em análise com o ponto eutético e o intervalo de
solidificação
Liga 2 Liga hipoeutética constituída por 20% do metal B mais 80% do metal
A. Uma liga para solidificar deve ter a composição eutética (60%B na figura
7.9), em liga hipoeutética temos excesso do elemento “A” e um teor insuficiente
do elemento B para gerar a fase eutética. O excesso do elemento “A” deve ser
retirado de solução do líquido, este gera a fase primária ou proeutética. Na
temperatura T2 é gerada uma fase sólida denominada de núcleo primário, este
é constituído 100% do elemento “A” (excesso na liga). Na temperatura T3 a
fase sólida passa a ser denominado de dendrita primária de “A”, nota-se gora
que a composição do líquido passou de 20%B para 40%B, devido a dendrita
retirar parte do elemento “A” de solução do líquido. Na temperatura T4 o liquido
atinge composição eutética gerando a fase eutética, a estrutura se mantém até
chegar na temperatura ambiente sendo constituída por dendrita primária de A
(DpA) com a fase eutética em volta E(A+B).
Liga 3 Liga eutética constituída por 90% do metal B mais 10% do metal A.
A mesma situação da liga 2 irá ocorrer nesta liga, a unida diferença é que
teremos agora excesso do elemento “B” em vez do elemento “A”. A fase
primária irá retirar de solução agora o elemento “B”, gerando respectivamente o
a fase primária denominada de núcleo e posteriormente dendrita de “B”,
retirando de solução este elemento até que seja obtida a composição eutética.
Após a reação eutética a estrutura será constituída por dendrita primária de “B”
(DpB) com a fase eutética em volta E(A+B).
143
Fig. 7.12 – Diagrama com eutético dos metais chumbo ( Pb ) mais arsênio (As).
144
Fig. 7.13 – Diagrama com eutético dos metais sódio ( Na ) mais rubídio ( Rb ).
Fig. 7.14 – Diagrama com eutético dos metais tório ( Th ) mais titânio ( Ti ).
Fig. 7.15 – Diagrama com eutético dos metais alumínio (Al) mais estanho (Sn).
145
Fig. 7.16 – Diagrama com eutético dos metais prata ( Ag ) mais silício ( Si ).
Um elemento pode ser solubilizado pôr outro, no estado sólido, até um limite
máximo de saturação. Como nas soluções líquidas o limite de saturação
depende da temperatura e no caso dos eutéticos, a máxima saturação se dá,
de uma forma geral, à temperatura de reação eutética.
Considerando dois elementos “A” e “B”( figura 7.17 ), podemos admitir que:
Figura 7.17(A), Solubilidade parcial no ramo eutético esquerdo. A fase
consiste em uma solução sólida rica em A; ela possui B como soluto
(substitucional ou intersticial). A solução sólida forma um campo AFC,
o elemento “A” por sua vez é insolúvel no elemento “B” gerando uma
reta BGE.
Figura 7.17(B), Solubilidade parcial no ramo eutético direito. A fase
consiste em uma solução sólida rica em B; ela possui A como soluto.
(substitucional ou intersticial). A solução sólida forma um campo BGE,
o elemento “B” por sua vez é insolúvel no elemento “A” gerando uma
reta AFC.
Figura 7.17(C), Solubilidade parcial nos dois ramos do eutético. Agora o
elemento “A” é dissolve parcialmente o elemento “B” e “B” solubiliza
parcialmente o elemento “A”. Sendo formados respectivamente dois
campos (ACF) e (BGE) sempre a partir da esquerda para a direita,
há diagramas com mais fases (, , , , etc...).
146
Fig. 7.17 – Tipos de sistemas com eutético com solubilidade parcial no estado
sólido. A – No ramo da esquerda. B – No ramo da direita. C
Fig. 7.18 – Sistemas com eutético com solubilidade parcial no estado sólido.
A Figura 7.19 apresenta um diagrama com eutético, onde são indicadas 4 ligas,
onde terão estruturas diferente na temperatura ambiente. As figuras 7.20, 7.21,
7.22 e 7.23 mostram a solidificação destas ligas, já as figuras 7.24 a 7.29
apresentam diagramas com eutéticos para vários metais.
Fig. 7.22 – Estudo de solidificação, liga 3 da figura 7.19. Esta liga não cruza a
reação eutética, portanto não há reação eutética, apenas teremos grãos ao
cruzar a linha sólidus. Esta estrutura prossegue até chegar na linha solvus
onde a solubilidade é ultrapassada, gerando novamente a fase s (secundário)
com 95%B a 0ºC preferencialmente no contorno de grão (discordância) ou
dentro ou grão se haver pontos para nuclear (inclusões).
Fig. 7.23 – Estudo de solidificação, liga 4 da figura 7.19. Esta liga não cruza a
reação eutética, portanto não há reação eutética, apenas teremos grãos até a
temperatura ambiente, pois a linha solvus não é ultrapassada.
149
A B
Fig. 7.25 – Estruturas na temperatura ambiente de uma liga alumínio – silício
hipoeutética (A) e hipereutética (B).
150
A B C
Fig. 7.26 – Estruturas na temperatura ambiente de uma liga alumínio-silício
com alta (superior) e baixa velocidade de resfriamento (inferior) em ligas
hipoeutética (A), eutética (B) e hipereutética (C).
Fig. 7.27 – Diagrama com eutético dos metais prata (Ag) mais germânio (Ge).
Fig. 7.28 – Diagrama com eutético dos metais cádmio (Cd) mais chumbo (Pb).
151
Fig. 7.29 – Diagrama com eutético dos metais chumbo (Pb) mais estanho (Sn).
Fig. 7.30 – Diagrama com eutético dos metais cobre (Cu) mais prata (Ag).
Fig. 7.31 – Diagrama com eutético dos metais A+B na condição de equilíbrio.
Fig. 7.32 – Diagrama com eutético dos metais A+B fora do equilíbrio.
Fig. 7.33 – Diagrama com eutético dos metais A+B fora do equilíbrio.
Líquação
Pode ocorrer por descuido no tratamento térmico, fusão parcial (líquação ou
queima) ao longo dos contornos de grão ou no espaço interdendrítico da fase
. Quando ocorre superaquecimento em ligas com constituinte eutético o inicio
da fusão ocorre na temperatura do eutético. Por essa razão a temperatura dos
tratamentos térmicos de homogeneização é selecionada abaixo da temperatura
eutética (50ºC). No caso de ligas terciárias observar se este novos elemento
forma eutéticos e sua temperatura, pois há a possibilidade de formar eutéticos
secundários em temperaturas inferiores ao eutético principal, promovendo a
líquação.
Fig. 7.37- ferro fundido branco eutético tendo na estrutura uma fase primária de
austenita e fase eutética.
Análise da possível microestrutura pode ser feitos com base nas velocidades
de crescimento das fases concorrentes. Na figura 7.41(a), as três regiões
sombreadas representam a zona acoplada simétrica. A composição desta
região dependente da velocidade de solidificação da liga, onde a fase eutética
cresce mais rapidamente com sob um baixo superesfriamento do que as
dendritas da fase α ou β. Note-se que o alargamento da zona acoplada perto
da temperatura eutética é observado apenas em solidificação direcional.
velocidade da fase eutético voltar a ser superior, mas a estrutura plana não é
possível, ocorrendo o crescimento equiaxial acoplado. Se uma das fases
eutéticas é facetada, o crescimento desta fase e consequentemente a do
eutético é amenizado. A Dendrita da outra fase pode crescer mais rapidamente
do que o eutético, mesmo para a composição eutética.
Consequentemente, microestruturas puramente eutéticas pode ser obtido
apenas com composições hipereutéticas. Isto é exemplificado na figura 7.41(b),
para o caso da fase β facetado em uma zona acoplada assimétrica.
Saindo fora do ponto peritética haverá excesso de uma das fases que existirão
após a reação peritética. Uma liga hiperperitética no diagrama ferro carbono
apresenta excesso de líquido, logo após a reação peritética teremos ferro gama
mais líquido. Em liga hipoperitética há excesso de dendritas de ferro delta,
após a reação peritética teremos ferro gama e ferro delta remanescente.
É um sistema onde um líquido gera uma fase sólida e um segundo líquido com
composição diferente é gerado.
Fig. 8.4 – Diagrama de equilibrio dos elementos cobre-berílio com uma reação
eutetóide a 575ºC com 6% de berilio.
8.5-Compostos Intermediários
8.6-Diagramas complexos
Material metálico mais usado pelo homem (90% aços e suas ligas) possuem
excelentes propriedades mecânicas e baixo custo
Nenhum outro sistema foi estudado com tanto detalhe e suas transformações
no estado sólido são variadas e interessantes.
As ligas à base de ferro são denominadas ligas ferrosas e as ligas à base de
outros metais são designadas por ligas não-ferrosas.
As fases presentes, após resfriamento muito lento de ligas ferro-carbono,
podem ser identificadas nos diagramas de fases Fe-C metaestável e estável.
Reação eutética
1153 oC
Líquido (4,26% CE ) E( + GRAFITA) 4,26%CE
Eutetóide
739 oC
(0,68%CE) E( + GRAFITA )0,68%CE
167
Fig. 9.5 – Destaca a reação eutética (linha- ECF) em seção do diagrama ferro
carbono metaestável, destacando as fases temperaturas e composições
quimicas. Ledebutita na temperatura ambiente constituida por ilhas de perlita
(escura) envolvidas por cementita (clara).
169
Fig. 9.6 – Destaca a reação eutetóide (linha- PS) em seção do diagrama ferro
carbono metaestável, destacando as fases temperaturas e composições
quimicas.
FERRO DELTA ( )
Fase que apenas existe em alta temperatura, acima de 1392ºC. Possui
estrutura cristalina cúbica de corpo entrado-CCC e solubilidade máxima de
0,08%C a 1493oC, também conhecida como ferrita delta.
FERRO GAMA ( )
Fase que existe entre 1493ºC e 723ºC, sendo denominada como austenita.
Apresenta uma estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CFC) é uma
solução sólida de ferro contendo intersticialmente átomos de C, B e N, o
restante dos elementos Formam solução sólida substitucional. A máxima
solubilidade de carbono na austenita é de 2,06% C a 1147oC.
Na temperatura de 723º sofre transformação alotrópica em perlita. A austenita
não é magnética, sendo uma fase ideal para processos de conformação
mecânicos como forjamento, laminação, extrusão e de extrema importância no
tratamento térmico, pois solubiliza todas as outras fases do aço. As suas
propriedades são baixas, tendo dureza equivalente ao chumbo na temperatura
ambiente, é dúctil, não magnética e possui grãos poligonais.
FERRO ALFA ( )
Fase existente abaixo de 911ºC apresenta estrutura cristalina cúbica de corpo
centrado (CCC). É uma solução sólida semelhante a austenita, porem com
menor solubilidade em carbono, a máxima solubilidade ocorre a 723ºC com
0,025% C e na temperatura ambiente é de apenas 0,008% C.
A ferrita é proveniente da transformação alotrópica da austenita ao cruzar a
linha A3 (linha GOS-figura 33). A temperatura de 769oC é denominada de linha
A2 (Ponto Curie), acima desta temperatura a ferrita perde seu magnetismo, a
variação do carbono oscila entre 0%C a 0,512%C.
As propriedades mecânicas da ferrita são baixas, sendo a dureza de 90HB, o
alongamento chega a 50%, a resistência a tração oscila entre 280-300 N/mm2,
é uma fase maleável e alta resistência ao impacto.
171
CEMENTITA ( Fe3C )
Na presença de elementos de liga denomina-se carboneto, sua estrutura é
ortorrômbica de face centrada (OFC), possui 12 átomos de ferro mais 4 de
carbono com um teor de carbono de 6,687% C.
As propriedades características da cementita é a elevada dureza (700 HB) que
proporciona alta resistência ao desgaste, mas o seu Alongamento é nulo. A
resistência a tração é de apenas 150 N/mm2e baixa resistência ao impacto.
Os aços podem apresentar a cementita em três formas:
Cementita secundária (Fe3CS) Esta cementita é formada durante o
resfriamento da austenita ao cruzar a linha ACM (linha ES-figura33). Fase
característica de aço hipereutetóide, onde ocorre a redução de
solubilidade de carbono na austenita produzirá esta fase fragilizante no
contorno de grão.
Fig. 9.10 - Mostra uma estrutura ferrítica com cementita terciária em contorno
de grão (esquerda) e cementita secundária (linha clara e contínua) em contorno
de grão da perlita (direita).
PERLITA
É um composto constituído por 88% (ferrita) e 12% Fe3C, dispostos
alternadamente em laminas de e Fe3C com espessura raramente superior a
1 micro. O intervalo entre as lamelas depende da velocidade de resfriamento.
Sua fratura é de coloração clara de onde vem sua denominação. Possui como
elementos básicos o ferro, carbono (acima de 2,06%), silício (em baixa
quantidade). Mesmo sendo um ferro fundido não apresenta grafita, quase todo
o carbono fica na forma combinada denominada cementita (Fe 3C). Todo o ferro
fundido branco apresenta reação eutética o que não ocorre com os aços. O
líquido com 4,3% de carbono a 1147º se solidifica em um eutético constituído
pôr austenita (2,06%C) mais cementita (6,687%C), também denominado
ledeburita, pode ser encontrada na forma de glóbulos ou bastonetes (autenita).
Ao chegar na reação eutetóide a austenita se transformara em perlita, portanto
a ledeburita será constituída pôr perlita mais cementita. A ledeburita apresenta
baixas propriedades mecânicas devido ao volume de cementita (60%), suas
características principais são:
Baixa resistência mecânica.
174
Fig. 9.17 - Ferro Branco de baixa liga a estrutura constituídas por dendritas pró-
eutetóides são envolvidas pelo eutético de austenita (perlita) + M3C (fase
continua)
Fig. 9.18 - Ferro Branco eutético de alta liga, a fase eutética é constituída por
carbonetos isolados de M7C3 + austenita (fase continua), tendo maior
tenacidade e maior dureza dos carbonetos.
178
Fig. 9.19 - Ferro Branco hipereutético de alta liga, a estrutura é constituída por
dendritas próeutetóides de carboneto M7C3, são grosseiros e poligonais. A fase
eutética é refinada, o que eleva a tenacidade.
9.2.3- Aços
linha A1 até a temperatura ambiente será constituída pôr cementita mais perlita
(fig.9.25C) alterando apenas a proporção entre eles.
A B C
Fig.9.25 – Três estágios na formação da estrutura de um aço hipereutetóide.
(A) ao cruzar a linha Acm, nucleação da cementita. (B) entre as linhas Acm e
A1, crescimento da cementita. (C) linha A1 ocorre a formação da perlita.
Estrutura até a temperatura ambiente constituída pôr perlita mais cementita.
Tabela 9.1- Relação entre o teor de carbono do aço ao carbono e sua matriz
para temperatura de 723ºC.
Vamos exemplificar para um aço com teor de carbono 0,2%C, ou seja um aço
1020. O resultado se encontram na tabela 9.3.
a b
Fig.9.31 – Aço completamente ferrítico (a). Aço ferrítico com presença de
cementita terciária em contorno de grão (b).
a b
Fig.9.32 – Estrutura de um aço 1010(a) e 1020 (b).
a b
Fig.9.33 – Estrutura de um aço 1040(a) e 1060 (b).
188
a b
Fig.9.34 – Estrutura de um aço 1080(a) e um hipereutetóide (b).
So S* 1 .
Δt
46,4So-1
So
Fig. 9.41 – Evidencia o efeito da velocidade no espaçamento interlamelar e na
resistência de um aço.
V = KDc (Δt)2
192
Ferrita
idiomorfa
Ferrita
alotriomorfa
Ferrita
crescimento
lateral
Quanto maior o superesfriamento menor será o raio critico, logo portanto maior
será a nucleação e o refino das ferritas de widmanstatten
Planos incoerentes e
semicoerentes Equiaxial e alotriomorfo
possuem velocidades
de crescimento
similar
10-BIBLIOGRAFIA