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APOSTILA DE MINERALOGIA MACROSCÓPICA

Ana Paula Meyer


Professora do curso Técnico em Mineração e Engenharia de Minas
IFES/Campus Cachoeiro de Itapemirim

INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO - IFES


Maio/2012
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo -IFES

ORGANIZAÇÃO:

Ana Paula Meyer

TABELAMENTO DOS MINERAIS:

Bianca Christian Medeiros Sales


Lorena Correia Borges
Willinéya Pina Barbosa Oliveira Silva
Kethleen Pereira de Abreu

REVISÃO DE TEXTO:

Carlos Roberto Pires Campos


Reginaldo Alex Calçavara

M612a Meyer, Ana Paula.


2012 Apostila de mineralogia macroscópica/Ifes Campus
Cachoeiro de Itapemirim. / Ana Paula Meyer. -- 2012.
53 f.; il.; 30 cm

Inclui bibliografia.

1. Mineralogia. 2. Geologia. I. Instituto Federal do Espírito


Santo. II. Título.

CDD 21 - 549

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ÍNDICE
2 – Definições e Conceitos..........................................................................................................7
Ligações atômicas ..................................................................................................................10
3 – Estrutura Interna dos Minerais .............................................................................................1
4 - Ambientes geológicos formadores de minerais .................................................................4
5 - Propriedades Físicas dos Minerais ......................................................................................5
Hábito......................................................................................................................................5
Clivagem ................................................................................................................................8
Dureza (D)..............................................................................................................................8
Tenacidade ...........................................................................................................................10
Densidade Relativa(d) ou peso específico .....................................................................10
Magnetismo ......................................................................................................................... 11
5.1- Propriedades relacionadas à luz ...................................................................................... 11
Cor ......................................................................................................................................... 11
Diafaneidade........................................................................................................................ 11
Brilho ..................................................................................................................................... 11
Cor de traço .........................................................................................................................12
6 - Relação entre composição química e estruturas dos minerais .....................................15
Isoestruturalismo ............................................................................................................15
Polimorfismo .....................................................................................................................15
Pseudomorfismo ..............................................................................................................16
Solução sólida .........................................................................................................................16
7 - Classificação dos minerais ..................................................................................................17
7.1- Elementos nativos ..............................................................................................................17
Metais .......................................................................................................................................17
Semi–Metais ............................................................................................................................17
Não-Metais ...............................................................................................................................18
7.2- Sulfetos .................................................................................................................................18
7.3- Óxidos ...................................................................................................................................20
7.4- Hidróxidos ............................................................................................................................21
7.5- Sulfossais .............................................................................................................................21
7.6- Carbonatos ..........................................................................................................................22
7.7- Sulfatos SO4-3 ....................................................................................................................23
7.8 – Haletos................................................................................................................................23
7.9- Boratos .................................................................................................................................24
7.10- Fosfatos PO4-3 .................................................................................................................24

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7.11- Tungstatos WO4-3 ............................................................................................................25


7.12-Silicatos ...............................................................................................................................26
Nesossilicatos..........................................................................................................................27
Sorossilicatos ..........................................................................................................................29
Ciclossilicatos ..........................................................................................................................29
Filossilicatos ............................................................................................................................32

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Bens minerais comuns em residências. (Fonte: PROVEDA, 2007,


modificado). ...................................................................................................................................8
Figura 2: Estrutura atômica do cloreto de sódio – halita NaCl. (Fonte: DRUPE, 2002). ..9
Figura 3: Configuração de um átomo de carbono, prótons e nêutrons no núcleo atômico
e os orbitais de elétrons. (Fonte: DRUPE, 2002). ...................................................................9
Figura 4: Classificação Periódica dos Elementos Químicos .................................................2
Figura 5: Modelos de estruturas cristalinas e a estrutura atômica da Halita originada a
partir do empacotamento cúbico de átomos de sódio e cloro. (Fonte: Polite, 1992). .......1
Figura 6: Quatorze retículos espaciais de Bravais. (Fonte: TEIXEIRA et al. 2009). ..........2
Figura 7: Mostra arranjos com número de coodenação 4, 6 e 8. O número de
coodenação de um íon corresponde ao número de seus vizinhos diretos na estrutura
cristalina. (Fonte: TEIXEIRA et al. 2009). .................................................................................3
Figura 8: Relação entre o raio iônico de cátions e ânions. (Fonte: Press et al, 2007). .....3
Figura 9: Ambientes geológicos possíveis para a formação de minerais. ..........................4
Figura 10: Forma prismática. (Fonte: BONGIOVANNI, et al. 1994). ....................................6
Figura 11: Ilustra várias formas prismáticas. (Fonte: BONGIOVANNI, et al. 1994). ..........6
Figura 12: Estrutura atômica de átomos de carbono no mineral grafita (a) e no mineral
diamante (b). (Fonte: Drupe, 2002). ........................................................................................15
Figura 13: Formação de veios hidrotermais. Fase residual magmática rica em voláteis
percola pelas encaixantes remobilizando elementos químicos e precipitando devido ao
resfriamento do fluido.(Fonte: DRUPE, 2002). ......................................................................18
Figura 14: Representações da estrutura fundamental tetraédrica dos minerais
silicáticos. (Fontes: Drupe, 2002; Teixeira et al.2009). .........................................................26
Figura 15: Estrutura atômica em folhas dos filossilicatos. (Fonte: Drupe, 2002). ............32
Figura 16: Estrutura atômica dos minerais da classe dos silicatos. (Fonte:Teixeira et al,
2009). ............................................................................................................................................34

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Escala de dureza dos minerais. ..............................................................................8


Quadro 2: Exemplos de minerais polimorfos. ........................................................................15
Quadro 3: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos metais .......................17
Quadro 4: Propriedades físicas do mineral arsênio. .............................................................17
Quadro 5: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos não metais. ..............18
Quadro 6: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos sulfetos. ....................19
Quadro 7: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos óxidos. ......................21
Quadro 8: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos hidróxidos. ...............21
Quadro 9: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos sulfossais. ................21
Quadro 10: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos carbonatos.............22
Quadro 11: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos sulfatos. ..................23
Quadro 12: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos haletos. ..................23
Quadro 13: Propriedades físicas do mineral Bórax. .............................................................24
Quadro 14: Propriedades físicas dos principais minerais da classe dos fosfatos. ..........24
Quadro 15: Principal mineral da classe dos tungstatos e suas propriedades físicas......25
Quadro 16: Relaciona as subespécies do mineral granada. ...............................................27
Quadro 17: Relaciona os minerais do grupo das micas.......................................................33
Quadro 18: Relação dos minerais da série do feldspato plagioclásio. ..............................36

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ÍNDICE DE FOTOS

Fotos 1 e 2: Hábitos dos minerais: (a) laminar, (b) bodrioidal, (c) bipirâmidal, (d)
prismático hexagonal com terminação em pirâmide, (e) prismático quadrático (f)
romboédrico, (g) prismático hexagonal............................................................................7
Foto 3: Hábitos dos minerais: (h) prismático alongado, (i) agregados fibrosos radiados,
(j) acicular, (l) fibroso........................................................................................................7
Foto 4:Calcita exibindo clivagem em três planos formando romboedros.........................9
Foto 5: muscovita apresentando clivagem em uma direção formando folhas................9
Foto 6: topázio apresentando uma direção de clivagem perpendicular ao comprimento
do mineral.........................................................................................................................9
Foto 7: Quartzo exibindo fratura conchoidal....................................................................9
Foto 8: Brilho dos minerais: a, b, c - minerais de brilho não metálico; d, e, f - minerais
de brilho metálico............................................................................................................13
Foto 9: (a) Muscovita: mineral translucido; (b) hematita: mineral opaco. Minerais de
brilho metálico além de apresentarem brilho do metal também são opacos.................13
Foto 10: Minerais apresentando brilho vítreo: (a) calcita, (b) quartzo, (c) fluorita..........14
Fotos 11 e 12: Minerais apresentando brilho sedoso.....................................................14
Foto 13: Enxofre apresentando brilho resinoso..............................................................14

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1 - INTRODUÇÃO

Geologia é uma palavra grega que significa pensamento ou ciência da Terra. A


geologia geral estuda a dinâmica da Terra, os fenômenos atuantes no interior do
planeta (endógenos) bem como os da superfície (exógenos).
Os processos endógenos formam e modificam, a composição e a estrutura da
Terra por meio das correntes de convecção no manto e formação de magma (placas
tectônicas). Já os exógenos agem através da água, vento, gelo e força gravitacional,
modificando a superfície do planeta (LEINZ e AMARAL, 2003).
Apesar de os fenômenos endógenos e exógenos constituírem fontes de energia
distintas, ambos estão intimamente ligados, sendo efetivos no equilíbrio dinâmico do
Planeta. Desta forma os processos endógenos e exógenos são responsáveis pela
formação dos recursos minerais e energéticos, fonte de matéria prima para o
desenvolvimento da sociedade.
A ciência geológica pode ser compartimentada em diversos outros ramos como
a petrologia, estratigrafia, hidrogeologia, cristalografia, geologia estrutural, geologia
econômica, mineralogia, entre outros.
A mineralogia estuda os minerais, materiais sólidos inorgânicos da natureza,
através das suas propriedades físicas e químicas. Assim, a ciência mineralógica é um
campo de estudo da geologia que relaciona intimamente o conhecimento geológico
com os conhecimentos da física e a química.
Partindo do pressuposto que o reconhecimento dos minerais é imprescindível
para o os trabalhos de pesquisa, extração e beneficiamento do bem mineral,
realizamos, nesta apostila, uma compilação dos principais assuntos acerca da
mineralogia, sobretudo no campo da mineralogia macroscópica, listando os principais
grupos de minerais e as propriedades diagnósticas das principais espécies minerais
representativas de cada grupo.
Desta forma, a apostila tem como objetivo orientar, através de noções básicas, o
estudo da mineralogia macroscópica, auxiliando o aluno no desenvolvimento da
disciplina de mineralogia.

2 – Definições e Conceitos

O conhecimento mineralógico faz parte da civilização humana. Documentos


históricos demonstram que há cerca de 5.000 anos o homem já fundia metais e
também negociava gemas. Atualmente, as sustâncias naturais são indispensáveis para
a saúde e o padrão de vida do homem. A Figura 1 mostra, de forma esquemática, como
as substâncias minerais são utilizadas pelo homem.
De acordo com a definição mineral é um elemento ou composto químico, natural
e inorgânico. Portanto, a composição é definida, e pode ser expressa por fórmula
química, sendo que os átomos constituintes estão arranjados tridimensionalmente, de
maneira organizada e repetitiva (Figura 2).
As substâncias originadas por atividades ou processos biológicos (animal ou
vegetal), a exemplo do carvão, âmbar, marfim, pérola, petróleo, ou qualquer outra
substância em que não se aplique alguma das definições acima citadas a cerca dos
minerais, devem ser denominadas mineralóides.

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ELEMENTO Minerais e rochas utilizados


1 Tijolo Argila
2 Argamassa Calcário, areia e brita
3 Fundações Calcário, areia, brita, magnetita e hematita
4 Contrapiso Calcário, areia, brita
5 Telhado Argila
6 Calha Esfalerita (zinco) ou petróleo ( PVC)
7 Caixa d’água Amianto (quando de fibra) ou calcário ( quando de cimento) existem
também caixas d’água de plástico/pvc – de petróleo)
8 Fiação Cobre (calcopirita), alumínio (bauxita) e petróleo (capas e condutores
de PVC)
9 Pintura Petróleo, argila, calcário, diatomito, rútilo e illmenita
10 Lâmpadas Scheelita, alumínio, quartzo e feldspato
11 Aparelhos elétricos Quartzo, silicio metálico e germânio
12 Vaso Argila
13 Cama Hematita, magnetita calcopirita e petróleo
14 Chuveiro Calcopirita, esfalerita, argila, talco, e agalmatolito (isolante)
15 Encanamento Hematita, magnetita calcopirita, esfalerita e petróleo
16 Louça sanitária Argila, filito e feldspato
17 Eletrodomésticos Alumínio, calcopirita, quartzo e petróleo
18 Botijão de gás Hematita, magnetita, pirolusita, gás natural ou de petróleo
19 Azulejos Caulim e feldspato
20 Automóvel Hematita, magnetita, bauxita, cromita e petróleo
21 Revestimento Argila, feldspato e óxidos metálicos (pigmentos)
22 Janelas/ Hematita, magnetita, bauxita, calcopirita e cassiterita
Esquadrias

Além dessas substâncias, o homem utiliza diversos bens minerais no seu dia-a-dia, por
exemplo: Alimentação – sal, fosfato, potássio, calcário e nitrato;
Embalagens – Alumínio, ferro, estanho, argila e talco;
Saúde e higiene – água, argila, talco, calcita e gipso;
Transportes – ferro, manganês, petróleo, níquel e titânio;
Energia – Petróleo, carvão e urânio.
Cosmético _ talco e micas.

Figura 1: Bens minerais comuns em residências. (Fonte: PROVEDA, 2007, modificado).

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Cl

Na

Figura 2: Estrutura atômica do cloreto de sódio – halita NaCl. (Fonte: DRUPE, 2002).

Os minerais são formados por átomos. Átomo é a menor unidade de um


elemento que guarda suas propriedades físicas e químicas.
No centro de todo átomo (Figura 3) encontra-se um núcleo, que contém as
partículas prótons e nêutrons, responsáveis pela massa atômica. Ao redor do núcleo
ocorre uma nuvem de elétrons em movimento. As massas dessas partículas são tão
pequenas que podem ser desconsideradas.
Em cada átomo, o número de elétrons é igual ao número de prótons e dessa
forma o átomo se torna um elemento neutro.
O número de prótons de um átomo representa o seu número atômico.
A soma de prótons e nêutrons representa a massa atômica de cada átomo.
Apesar de o número de prótons ser constante, átomos do mesmo elemento químico
podem apresentar diferentes números de nêutrons, o que confere diferentes massas
atômicas para um mesmo elemento.
Os elétrons encontram-se confinados em camadas concêntricas ao redor do
núcleo. O número máximo de elétrons que pode ocupar uma dada camada é fixo.
Quando uma camada contém o número máximo de elétrons, ela se torna muito
estável, para alcançar essa estabilidade, os átomos compartilham, ou transferem,
elétrons entre si.

Figura 3: Configuração de um átomo de carbono, prótons e nêutrons no núcleo atômico e os orbitais de


elétrons. (Fonte: DRUPE, 2002).

Os compostos químicos são formados por átomos carregados eletricamente e


assim chamados de íons. Os íons com carga elétrica positiva (significa que o átomo
cedeu elétrons) são denominados de cátions, íons com carga negativa (significa que o
átomo ganhou elétrons) são denominados de ânions.
As cargas são representadas como índices sobrescritos após o símbolo químico

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do elemento. Exemplo: Li +1
A Figura 4 apresenta a classificação periódica dos elementos químicos.

Ligações atômicas

As forças que mantêm os átomos unidos em um mineral são elétricas. Os tipos dessas
ligações são responsáveis pelas propriedades físicas e químicas dos minerais, e
subdividem em:

Ligação Iônica – Ocorre quando um ou mais elétrons na camada de valência de


um átomo são transferidos para a camada de valência de outro.
Ex: Halita

Ligação Covalente – É a força entre dois átomos que preencheram sua última
camada pelo compartilhamento de um ou mais elétrons. O compartilhamento de
elétrons é a mais forte das ligações químicas.
Ex: Diamante

Ligação Metálica – Átomos de elemento metálico têm forte tendência a perder


elétrons. Uma das teorias que procuram explicar o mecanismo de ligação entre átomos
metálicos é a teoria da nuvem eletrônica, segundo a qual os elétrons periféricos
formam uma nuvem eletrônica, ligada fracamente aos núcleos, não mostrando
afinidade com nenhum núcleo em particular, estando livres para se moverem através
das estruturas. Essa nuvem de elétrons livres que envolve ao cátions é capaz de
transmitir as energias térmica e elétrica.
Ex: ouro

Ligação Van der Walls – Moléculas polares possuem dipolos permanentes que
se atraem, sendo que os polos positivos de algumas moléculas atraem os polos
negativos de outras, Exemplo:

H-Cl H-Cl
+ - + -

H-Cl H-Cl
+ - + -

Esse tipo de ligação também pode existir entre moléculas apolares. Devido às
mudanças de temperatura e pressão, ocorre um ligeiro deslocamento das cargas
elétricas. Um par de elétrons de uma ligação simples desloca-se em direção ao átomo
mais eletronegativo e desse modo a molécula torna-se polarizada.

Não há força de atração Forças de atração dipolo induzido

- + - +
- + - +

Um exemplo de ligação de Van der Walls ocorre no mineral grafita.

Nos minerais, a ocorrência de apenas um tipo de ligação é rara, sendo que o


mais freqüente é sempre dois ou mais tipos de ligações coexistirem. Dessa forma, os
minerais apresentarão propriedades distintas em diferentes direções.
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Figura 4: Classificação Periódica dos Elementos Químicos
1A Metais Alcalinos Actinídeos H ← Gasoso 8A
1 2
Metais Alcalinos-terrosos Outros metais C ← Sólido
1 H He
Hidrogênio 2A Metais de transição Não-Metais Hg ← Líquido 3A 4A 5A 6A 7A Hélio
3 4 5 6 7 8 9 10
2 Li Be Lantanídeos Gases nobres Rf ← Desconhecido B C O F
N Ne
Lítio Berílio Boro Carbono Nitrogênio Oxigênio Flúor Neônio
11 12 ┌───────────── Elementos de transição ─────────────┐ 13 14 15 16 17 18
3 Na Mg Al Si P S Cℓ Ar
Sódio Magnésio 3B 4B 5B 6B 7B ┌───── 8B ─────┐ 1B 2B Alumínio Silício Fósforo Enxofre Cloro Argônio
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
4 K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Potássio Cálcio Escândio Titânio Vanádio Cromo Manganês Ferro Cobalto Níquel Cobre Zinco Gálio Germânio Arsênio Selênio Bromo Criptônio
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
Rubídio Estrôncio Ítrio Zircônio Nióbio Molibdênio Tecnécio Rutênio Ródio Paládio Prata Cádmio Índio Estanho Antimônio Telúrio Iodo Xenônio
55 56
57 - 71
52 53 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
6 Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
*
Césio Bário Háfnio Tântalo Tungstênio Rênio Ósmio Irídio Platina Ouro Mercúrio Tálio Chumbo Bismuto Polônio Astato Radônio
87 88 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
89-103
7 Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Uun Uuu Uub Uut Uuq Uup Uuh Uus Uuo
**
Frâncio Rádio Rutherfórdio Dúbnio Seabórgio Bório Hássio Meitnério Ununílio Ununúnio Unúmbio Ununtrio Ununquádio Ununpentio Ununhexio Ununséptio Ununóctio

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
* 6 La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Lantânio Cério Praseodímio Neodímio Promécio Samário Európio Gadolínio Térbio Disprósio Hólmio Érbio Túlio Itérbio Lutécio
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103
** 7 Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lw
Actínio Tório Protactínio Urânio Netúnio Plutônio Amerício Cúrio Berquélio Califórnio Einstênio Férmio Mendelévio Nobélio Laurêncio

1 ←Número atômico
H ←Símbolo atômico www.tabela.oxigenio.com
Hidrogênio ←Nome do Elemento

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3 – Estrutura Interna dos Minerais

O arranjo atômico dos minerais resulta da disposição regular dos átomos,


portanto, a posição dos átomos dentro da estrutura cristalina de um determinado
mineral é previsível e ocorre de forma repetitiva. Dessa maneira, a estrutura cristalina
se forma a partir de repetições de grupamentos atômicos, sendo esses grupamentos
designados de células unitárias (Figura 5). Na prática, a observação da célula unitária
se faz através da análise de difratometria de raio X. Célula unitária é um agrupamento
mínimo de átomos que se repete no espaço configurando uma estrutura atômica maior
formando o mineral. Cada mineral é, então, formado pelo empilhamento de uma
determinado tipo célula unitária.
Modelos de células unitárias

Cl

Na

Célula
unitária

Estrutura atômica da Halita


Na realidade, os íons estão bastante próximos,
no arranjo de maior estabilidade possível.
Cada íon positivo fica cercado de íons negativos
e, reciprocamente, cada íon negativo fica cer-
cado de íons positivos.

Figura 5: Modelos de estruturas cristalinas e a estrutura atômica da Halita originada a partir do


empacotamento cúbico de átomos de sódio e cloro. (Fonte: Polite, 1992).

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Em 1848, Bravais demonstrou que as substâncias cristalinas são formadas por


quatorze tipos geométricos possíveis de células unitárias. As células unitárias diferem
umas das outras pelos comprimentos das arestas e pelos ângulos (α, β e γ) entre as
arestas. A Figura 6 ilustra os 14 retículos espaciais de Bravais. Algumas células são
formadas por pontos (átomos) apenas nos vértices, outras podem apresentar pontos
nos vértices, nas faces e/ou no centro das figuras.
Então, cada mineral, cerca de 3.000 espécies catalogadas (WERNICK, 2004), é
formado a partir do empilhamento organizado de um dos tipos de célula unitária
identificada por Bravais.

Figura 6: Quatorze retículos espaciais de Bravais. (Fonte: TEIXEIRA et al. 2009).

O empacotamento dos átomos, na estrutura cristalina é governado pelo tamanho


dos íons e o tamanho dos íons está relacionado ao número de elétrons e a sua carga.
Quanto maior o número de elétrons maior também será o tamanho do íon.
Quanto mais elétrons um elemento perde para tornar-se um cátion, maior a atração
elétrica do núcleo sobre os elétrons remanescentes, portanto, menor o tamanho do íon.
Dessa forma, os ânions tendem a ser maiores que os cátions, sendo os ânions
os ocupantes da maior parte da estrutura cristalina dos minerais e os espaços entre os
ânions ocupados pelos cátions.
Para formar uma estrutura cristalina é necessária a união de íons com cargas

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opostas (cátions e ânions). Cada ânion tende a reunir em torno de si o número máximo
de cátion que sua carga e o seu tamanho permitem. Exemplo:
Na estrutura do mineral halita (NaCl), cada íon de Cl- tem seis íons de sódio Na+
vizinho e, aí, dizemos que o cloro está em coordenação 6 com o sódio, Figura 7.
A repetição das combinações entre ânions e cátions no espaço forma a estrutura
cristalina dos minerais.
O número de coordenação dependerá da razão entre o raio catiônico e o raio
aniônico (Figura 8).

Figura 7: Mostra arranjos com número de coodenação 4, 6 e 8. O número de coodenação de um íon


corresponde ao número de seus vizinhos diretos na estrutura cristalina. (Fonte: TEIXEIRA et al. 2009).

1,40 1,40 1,81 1,84

O-2 F -1
Cl -1
S -2

0,15 0,27 0,53 0,65 0,72 0,73 0,99 1,00 1,38


C+4 Si+4 Al +3 Fe+3 Mg+2 Fe+2 Na+1 Ca+2 K+1

Figura 8: Relação entre o raio iônico (dado em 108+ cm) de cátions e ânions. (Fonte: Press et al, 2007).

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4 - Ambientes geológicos formadores de minerais

Os minerais podem ser formados a partir de (Figura 9):

Precipitação:

(Fonte: DRUPE, 2002)

Cristalização a partir de vapor:

(Fonte: PRESS et al. 2007)

Cristalização a partir de liquido magmático:

(Fonte: PRESS et al. 2007)

Figura 9: Ambientes geológicos possíveis para a formação de minerais.

As transformações ocorridas nas rochas metamórficas também são


responsáveis pela formação de minerais através da cristalização durante a blastese
(transformações minerais ocorridas no estado sólido).
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A substituição dos minerais antigos pelos novos requer a dissolução das


estruturas cristalinas antigas, havendo uma redistribuição dos elementos químicos dos
minerais constituintes da rocha protólito. Nesse processo, várias reações químicas
envolvendo os minerais são possíveis. Exemplos:

calcita (CaCO3) + quartzo (SiO2) = wollastonita (CasiO3) + CO2

pirofilita Al2Si4O10(OH)2 = cianita Al2SiO5 + quartzo (SiO2) + H2O

5 - Propriedades Físicas dos Minerais

As propriedades físicas consistem em uma série de características, passíveis de


visualização e determinação em campo, importantes para o reconhecimento dos
minerais. A forma com que os minerais se apresentam na natureza (suas propriedades)
dependem diretamente do tipo de elemento químico e da estruturação atômica de cada
mineral. Dessa forma, cada espécie mineral apresentará um conjunto de características
particulares, reflexo da relação existente entre composição e estruturação atômica, que
permite identificá-lo entre os demais. As propriedades físicas dos minerais consistem
em: hábito, clivagem, fratura, densidade, dureza, tenacidade, cor, brilho, cor de traço e
magnetismo, as quais serão detalhadas a seguir.

Hábito
Aspecto externo dos minerais. A forma com que o mineral se configura na
natureza depende, em parte, da sua estrutura interna (do arranjo tridimensional das
células unitárias) e, também, das condições de pressão e temperatura durante a
cristalização. Dessa forma, um mineral pode apresentar mais de um hábito.
Uma determinada espécie de mineral terá sempre o mesmo tipo de célula
unitária, no entanto, a forma de empilhamento dessa célula pode mudar, por exemplo:
o mineral magnetita possui célula unitária cúbica, podendo apresentar hábito cúbico ou
octaédrico ( bipirâmidal)

Hábitos mais freqüentes:


Granular: quando o mineral consiste em um agregado de grãos pequenos ou grandes.
Compacto: mineral composto por agregados granulares finos.
Lamelar: hábito semelhante à lâmina.
Foliado: quando o mineral se separa facilmente em folhas.
Acicular: cristais delgados semelhante à agulha.
Radial: grupos de cristais radiados.
Dendrítico ou arborescente: ramos delgados divergentes semelhantes à planta.
Globular: cristais radiados formando grupos esféricos.
Botrioide: formas globulares agrupadas semelhantes a um cacho de uva.
Drúsico: superfície coberta por uma camada de cristais pequenos.
Colunar: semelhante a colunas.
Fibroso: cristais semelhantes a fibras.
Tabular ou ripiforme: cristais delgados semelhantes a ripas.

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Estalactítico: quando o mineral ocorre como cones ou cilindros pendentes.


Concêntrico: quando o mineral ocorre em camadas circulares superpostas umas
sobre as outras.
Concreções: minerais sob a forma de massas esféricas.
Geodo: quando a cavidade é revestida por mineral, mas não é completamente cheia.
Maciço: quando o mineral é desprovido de faces, sem qualquer aparência peculiar
como as descritas anteriormente.
Além desses hábitos peculiaresm os minerais também podem ser reconhecidos
pelos hábitos prismáticos (hábitos na forma de prismas).
Prismas são sólidos limitados por duas superfícies poligonais convexas de n
lados, paralelas e congruentes, e por n superfícies determinadas por paralelogramos,
conforme a Figura 10 abaixo:

Figura 10: Forma prismática. (Fonte: BONGIOVANNI, et al. 1994).

As superfícies convexas são chamadas de base; os lados dessas superfícies


são as arestas da base.
As superfícies determinadas por paralelogramos são chamadas de faces
laterais; os lados dessas superfícies que não estão contidos nas bases são as arestas
laterais.A distância entre as superfícies poligonais é a altura do prisma.
Os prismas são designados pelo número de lados das bases (Figura 11).

Figura 11: Ilustra várias formas prismáticas. (Fonte: BONGIOVANNI, et al. 1994).

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Dessa forma, os minerais podem apresentar hábito prismático hexagonal,


trigonal, octaédrico, cúbico, romboédrico entre outros. A Fotos 1, 2 e 3 apresentam
hábitos mais freqüentes encontrados nos minerais.

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Clivagem
O mineral apresenta clivagem quando, submetido a uma força, rompe-se de
modo a produzir superfícies planas e lisas. A clivagem depende da estrutura cristalina
do mineral e ocorre paralelamente aos planos dos átomos (FOTOS 4, 5 e 6), onde as
ligações atômicas são mais fracas.
Ex: clivagem lamelar da Muscovita e romboédrica da Calcita.

Fratura
É a tendência de um mineral de se quebrar ao longo de superfícies irregulares
(FOTO 7).
Tipos de fraturas:
Fibrosa
Conchoidal ou concoide
serrilhada

Dureza (D)
A dureza é a resistência que a superfície lisa do mineral oferece ao ser riscada.
Quanto mais forte as forças da união entre os átomos, tanto mais duro será o mineral.
Os valores de dureza relativa são obtidos pela facilidade ou dificuldade com a qual um
mineral risca o outro.
A dureza de qualquer mineral pode ser obtida por meio da utilização da escala
de dureza de Mohs, a qual relaciona empiricamente a dureza de dez minerais mais
comuns em ordem crescente (Quadro 1).

Escala de Mohs
Dureza (D) Mineral
1 Talco
2 Gipsita

3 Calcita

4 Fluorita

5 Apatita

6 Ortoclásio
7 Quartzo

8 Topázio

9 Corindon

10 Diamante

Quadro 1: Escala de dureza dos minerais.


Obs: Minerais com dureza de 1 a 2 são riscados com a unha.
Minerais com dureza até 5 são riscados pelo aço e pelo vidro.
Minerais de dureza 6 e 7 são riscados pelo topázio.
Minerais com dureza de 8 a 10 cortam o vidro.

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Uma mesma espécie de mineral pode apresentar clivagem e fratura,


isso dependerá dos tipos de ligações atômicas existentes na sua estrutura.

Tenacidade
É a resistência que um mineral oferece ao ser quebrado, moído ou dobrado.

Quebradiço - Mineral se rompe ou pulveriza facilmente. Exemplo: calcita e halita.

Maleável - Mineral pode ser martelado para produzir lâminas. Exemplo: ouro.

Séctil - Mineral pode ser cortado em aparas adelgaçadas com um canivete. Exemplo:
prata.

Dúctil – Quando o mineral pode ser estirado para formar fios. Exemplo: cobre nativo.

Flexível - Mineral que se encurva, mas não retorna a sua forma primitiva quando cessa
a pressão. Exemplo: talco.

Elástico - Mineral que, depois de ter sido encurvado, retorna a sua posição original, ao
cessar a pressão. Exemplo: micas.

Densidade Relativa(d) ou peso específico


A densidade relativa de uma substância cristalina (mineral) depende de dois
fatores:
- A espécie de átomos de que é composto, exemplo:

Siderita FeCO3 d-3,96


calcita Ca CO3 d- 2,72

Nesse caso, os minerais têm o mesmo empacotamento atômico, no entanto,


devido à presença de elementos químicos com diferentes pesos atômicos, o mineral
que é formado por elementos químicos de maior peso atômico, também, apresenta a
maior densidade.

- E a maneira pela qual os átomos estão empacotados entre si, exemplo:

grafita C d- 2,2
diamante C d- 3,5

Nesse outro caso, os minerais compartilham do mesmo elemento químico, porém, com
arranjos atômicos diferentes. O mineral que apresenta uma maior união atômica, maior
adensamento atômico, deverá, também, apresentar a maior densidade.

A densidade relativa de um mineral é um número que exprime a relação entre


seu peso e o de volume igual de água.
Ex: Se um mineral tem densidade relativa igual a 2, isto significa que esse mineral pesa
2X mais que o mesmo volume de água.
A determinação do peso específico é obtida a partir da pesagem do mineral no
ar (Par) e na água (Págua). Os valores devem ser aplicados à fórmula:

d = (Par)/ (Par)- (Págua)

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Magnetismo
É a capacidade de um mineral, em seu estado natural, de ser atraído por um
imã. Os minerais que apresentam essa característica são chamados de
paramagnéticos. Entre os minerais mais comuns, são mencionados apenas dois com
essa característica: magnetita Fe3O4 e pirrotita Fe1-xS. Minerais que não são atraídos
pelo imã são designados de diamagnéticos. Contudo, os minerais compostos por ferro
são atraídos no campo magnético de eletroímãs poderosos e, dessa forma, podem ser
separados de outros grãos minerais que não apresentem essa suscetibilidade
magnética.

5.1- Propriedades relacionadas à luz

Cor
A cor dos minerais é uma de suas propriedades mais importantes. Contudo
muitos minerais não exibem uma cor constante.
A mudança de cor, na maioria das vezes, reflete a entrada de elementos intrusos
na estrutura cristalina do mineral. Esses elementos mesmo que em quantidades
mínimas na composição do mineral podem alterar a sua cor. Dessa forma, um mineral
pode exibir ampla gama de cores, sem qualquer alteração aparente na composição. Os
elementos: cromo, ferro e lítio são exemplos de elementos que podem mudar a cor do
mineral quando presentes na sua composição, mesmo que em quantidades mínimas.
Assim, os minerais podem ser considerados:

Idiocromáticos→ quando se apresentam na natureza com uma única cor. Exemplo:


mineral malaquita, um carbonato de cobre que se apresenta sempre na cor verde.

Alocromáticos→ podendo ser encontrados na natureza com mais de uma cor, por
exemplo, o mineral calcita que pode ser azul, cinza, branco, amarelo, rosa e incolor.

Diafaneidade
É a capacidade com que a luz atravessa um objeto. Dessa forma os minerais
podem ser classificados como:
Transparentes: é possível a observação de um objeto através do mineral;
Translúcidos: capaz de transmitir a luz difusamente;
Opaco: o mineral é impenetrável à luz visível

Brilho
O brilho é a capacidade de os minerais refletirem a luz. Os minerais podem ser
divididos em minerais de brilho metálico, quando este apresentar um brilho parecido
com metal. Esses minerais são completamente opacos à luz. Os minerais de brilho
não metálico, além de não apresentarem brilho de metal, transmitem a luz, podendo
ser transparentes ou translúcidos (FOTOS 8 e 9).

Tipos de brilho demonstrados por minerais não-metálicos:

●Vítreo

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●Resinoso
●Nacarado ou perláceo
●Gorduroso
●Sedoso
As FOTOS 10, 11, 12 e 13 mostram alguns dos tipos de brilho não metálico
encontrados nos minerais:
A observação do brilho dos minerais deve ser feita em superfícies frescas, sobretudo
os minerais metálicos que podem tornar-se embaçados (oxidados) com o tempo.

Cor de traço
É a cor do pó deixado pelo mineral em uma placa de porcelana branca
despolida. A cor do traço do mineral não tem relação com sua a cor.
Minerais com dureza superior à da porcelana (7) não são pulverizados ao serem
pressionadas contra a mesma, dessa forma, o traço é caracterizado como incolor.

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6 - Relação entre composição química e estruturas dos minerais

Cada mineral é resultado de uma combinação exclusiva entre composição


química e empacotamento atômico e, dessa maneira, apresentam propriedades físicas
distintas. Contudo, um composto químico pode apresentar mais de uma forma de
empacotamento (Polimorfismo), ou compostos químicos diferentes podem apresentar
o mesmo empacotamento atômico (isoestruturalismo).
Isoestruturalismo
Fenômeno observado a partir do ensaio de difração de raios –X. Ex: A fluorita
(Ca F2) e a uraninita (UO2) são minerais isoestruturais. Nesses minerais, os cátions
Ca+2 e U+4 coordenam oito ânions, ou seja, em torno de cada cátion de cálcio
encontram-se oito ânions de flúor e em entorno dos cátions de urânio encontram-se,
também, oito ânions de oxigênio.
Polimorfismo
Esse fenômeno acontece quando uma substância se cristaliza em mais de uma
estrutura atômica (Figura 12), isso ocorre devido às diferentes temperaturas e pressões
atuantes durante a cristalização da substância. O Quadro 2 relaciona alguns minerais
polimorfos.

(b)
(a)

Figura 12: Estrutura atômica de átomos de carbono no mineral grafita (a) e no mineral diamante (b).
(Fonte: Drupe, 2002).

Densidade
Composição Mineral Sistema cristalino Dureza
relativa
C Diamante Cúbico 10 3,52
Grafita Hexagonal 1 2,23
Pirita Cúbico 6 5,02
FeS2
Marcassita Ortorrômbico 6 4,89
Quartzo de baixa temperatura Romboédrico 7 2,65
SiO2
Quartzo de alta temperatura Hexagonal 7 2,53

Quadro 2: Exemplos de minerais polimorfos.

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Pseudomorfismo

Ocorre quando um mineral tem a forma de outro mineral. Isto se dá quando um


mineral é alterado de forma tal que a sua composição e estrutura interna são
modificadas, enquanto a aparência externa se mantém. Esse fenômeno pode ocorrer a
partir dos seguintes processos:

-Substituição: Os elementos químicos do mineral são removidos gradativamente e


substituídos por outros simultaneamente, não ocorrendo reações químicas entre eles.
Exemplo: madeira petrificada
-Incrustação: Os cristais de um determinado mineral são revestidos por outra espécie
mineral. Exemplo: cristas hexagonais e quartzo revestidos por pirita.
-Alteração: Neste caso, pode ocorrer uma remoção parcial de elementos químicos do
mineral ou a adição parcial de elementos químicos, propiciando a transformação do
mineral primário em um novo mineral, porém a forma do mineral primário é mantida.
Exemplo: martita: cristais octaédricos de magnetita alterados para hematita.

Solução sólida

Em determinados minerais, podem ocorrer substituições catiônicas frequentes,


permanecendo a estrutura cristalina e o ânion ou grupo aniônico. Nestes casos
formam-se os grupos de minerais, como, por exemplo, o grupo das olivinas constituído
pela Fayalita Fe2SiO4 e Forsterita Mg2SiO4. Este fenômeno é designado de solução
sólida em que um cátion, no caso Fe+2, pode ser substituído total ou parcialmente por
outro cátion, Mg+2. Dessa forma, a composição química da olivina é expressa pela
fórmula (Mg,Fe)2SiO4. Assim, quando ocorrer no mineral substituição de um elemento
por outro, os símbolos químicos desses elementos aparecem escritos entre parêntese
e separados por vírgula.
A substituição de um elemento por outro, na estrutura cristalina, é determinada
pelos seguintes fatores:

-Tamanho atômico: A substituição ocorrerá quando a diferença entre o tamanho dos


elementos for inferior a 15%. Quanto maior a diferença entre o tamanho dos íons, mais
difícil será a substituição.
-Carga elétrica: A substituição de um elemento se torna mais fácil quando os íons
possuem cargas iguais. Quando as cargas não são iguais como no caso da
substituição do Al+3 pelo Si+4 nos feldspatos, deve ocorrer uma outra substituição em
outra parte da estrutura, para manter sua neutralidade.
Contudo, em temperaturas altas, ocorre uma maior tolerância quanto à
substituição atômica, pois temperaturas elevadas propiciam um afrouxamento da
estrutura cristalina permitindo que as substituições ocorram entre átomos de tamanhos
distintos.Nos feldspatos formados sob baixas temperaturas, a substituição entre Na +
(raio= 0,97 A° e K+ (raio= 1,37A°) é limitada, porém sob temperaturas da ordem de
1000°C, podem ocorrer substituições completas de Na AlSi 3O8 albita por KAlSi3O8
ortoclásio.

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7 - Classificação dos minerais

A classificação dos minerais é fundamentada na sua composição química sendo


que, a base para a divisão dos minerais em classes é o ânion ou grupo aniônico
dominante. Os minerais que possuem o mesmo ânion ou grupo aniônico apresentam
semelhanças mais fortes e mais claramente acentuadas do que as partilhadas pelos
minerais que contém o mesmo cátion dominante.
Os minerais relacionados pela dominância do mesmo ânion tendem a ocorrer
junto ou em ambientes geológicos semelhantes.
De acordo com os critérios mencionados, os minerais podem ser divididos em 12
classes, descritas a seguir.

7.1- Elementos nativos

São minerais formados por um único tipo de elemento químico. Os minerais da


classe dos elementos nativos podem ser subdivididos em: metais, semi-metais e não
metais.

Metais
Esses minerais são constituídos por elementos químicos classificados como
metais e dessa forma, apresentam ligações metálicas que permitem a esses minerais
serem maleáveis, sécteis, dúcteis, condutores elétricos com dureza e ponto de fusão
baixos. O Quadro 3 relaciona as propriedades físicas de determinados minerais da
classe dos elementos nativos metais.

Mineral Aspectos diagnósticos Ocorrência


Ouro Hábito octaédrico ou dendrítico, D :2,5 - 3, d: 19,3, Filões hidrotermais.
Au Brilho: metálico, Cor: amarela.
Prata Hábito: em escamas ou maciço, D: 2,5 - 3, d: 10,5, Filões hidrotermais.
Ag Fratura serrilhada, Brilho: metálico, cor e Traço:
banco da prata.
Cobre Hábito: cúbico, dendrítico, escamas e maciço, D: 2,5 - Filões e mais frequente em zonas
Cu 3, d: 8,9, Fratura serrilhada, Cor: vermelho frequente, oxidadas.
Brilho apagado devido ao embasamento.
Platina Pt Hábito granular ou em escamas, D: 4 - 4,5, d: 21,4, Relacionada à rochas ultrabásicas
Cor: cinza, Brilho: metálico como os dunitos.

Quadro 3: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos metais.

Semi–Metais
São comparativamente frágeis e piores condutores de calor e de eletricidade do
que os metais nativos, isso, devido ao tipo de ligação atômica que consiste na metálica
e na covalente. A Quadro 4 relaciona as propriedades físicas do mineral semi-metal
arsênio.

Arsênio Hábito: maciço, estalactítico, D: 3,5, d:5,7, clivagem em Filões hidrotermais.


As um plano, Cor: branco e cinza escuro quando
embasado, Traço: cinza

Quadro 4: Propriedades físicas do mineral arsênio.

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Não-Metais

Mineral Aspectos diagnósticos Ocorrência / uso


Enxofre S Habito: maciço ou como incrustações terrosas, D: 1,5 - Nas bordas das crateras de
2,5, d: 2,05 - 2,09, Brilho: resinoso, Cor: amarelo vulcões. Utilizado na fabricação
de fertilizantes inseticidas e
explosivos.
Grafita Frequentemente encontrada em massas laminadas D: Ocorrem em rochas
C 1 - 2, marca facilmente o papel e suja os dedos, d: 2,2, metamórficas como mármore,
Brilho metálico e as vezes terroso, cor entre o preto e o filitos e xistos. Utilizado na
cinza, Traço preto. fabricação de cadinhos
refratários para a indústria de
aço, lubrificantes e lápis
Diamante Hábito: octaédrico, D: 10, Brilho adamantino, os cristais Ocorre em peridotitos alterados
C naturais apresentam um aspecto gorduroso conhecidos como Kimberlito.
característico, presença de clivagem octaédrica, d: 3,5, Utilizado como abrasivo e gema.
cor geralmente amarelo pálida a incolor.

Quadro 5: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos não metais.

7.2- Sulfetos

Esta classe consiste, na maior parte, em combinações de metais com enxofre.


Os sulfetos formam importante classe de minerais que incluem a maioria dos minérios
e ocorrem em veios hidrotermais (Figura 13). A Quadro 6 relaciona as propriedades
físicas de determinados minerais da classe dos sulfetos.

Figura 13: Formação de veios hidrotermais. Fase residual magmática rica em voláteis percola pelas
encaixantes remobilizando elementos químicos e precipitando devido ao resfriamento do fluido.(Fonte:
DRUPE, 2002).

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Mineral Aspectos diagnósticos Ocorrência / Uso


A forma mais comum é o cubo. D: 2,5, d: 7,4 - 7,6, Brilho:
Galena metálico reluzente, Traço: cinza do chumbo, Cor: cinza. Veios hidrotermais. Fonte
PbS de chumbo.
Forma comum de cubo, também pode-se apresentar na Veios hidrotermais. Fonte
Pirita forma granular e maciça, D: 6,5, d: 5,02, Brilho: metálico, de S.
FeS2 Cor: amarelo do latão, Traço: esverdeado ou preto-
acastanhado.
Usualmente maciça. D: 3,5 - 4, Brilho: metálico; Cor:
Calcopirita amarelo do latão; Traço: preto esverdeado. d: 4,1- 4,3. Veios hidrotermais.
CuFeS2 Obs:Distingue-se da pirita por ser mais mole e do ouro por Importante minério de
ser mais quebradiça. cobre.
Praticamente sempre maciça, podendo ser também Veios hidrotermais.
Pirrotita granuloso ou lamelar. D: 4, Brilho: metálico, Cor: bronze;
FeS Traço: preto, d: 4,58 - 4,65.
Obs: Magnética.
Cristais prismáticos estriados ou granulares. D 5,5 - 6,
Arsenopirita Brilho: metálico,Cor: branco da prata, Traço: preto, d: 5,9 - Veios hidrotermais.
FeAsS 6,2. Minério de arsênio.
Comumente de granulação fina e maciça. D: 2,5 - 3,
Calcocita Brilho: metálico, Cor: cinza do chumbo, embasando-se Veios hidrotermais.
CuS2 quando exposta ao ar de modo a torna-se preto, Traço: Importante minério de
preto acinzentado: d: 5,5 - 5,8. cobre.
Hábito: maciço, botrióide, D: 3,5 - 4, d: 3,9 - 4,1, Brilho: não
metálico e resinoso. Cor: Quando pura, tem cor branca. Veios hidrotermais.
Esfalerita Comumente amarela indo do castanho para o negro, Importante minério de
ZnS escurecendo à medida em que aumenta a quantidade de zinco.
ferro presente, Traço: branco a amarelo e castanho.

Marcassita Hábito: tabular, piramidal, nodular, concreções fibro-radiais, Formada por soluções
FeS2 D:6 - 6,5, d: 4,89, Brilho: Metálico,Cor: amarelo, pálido do ácidas a temperaturas
bronze, quase branco, quando oxidada trona-se amarela a inferiores a 450ºC, sendo
pardacenta, Cor de traço: preto acinzentado. abundante em
argilitos,carvão mineral e
calcários.
Usada na frabricação de
ácido sulfúrico e
ornamentação
Cobaltita Hábito: cubos com faces estriadas, granular, maciço, Filões de alta
CoAsS compacto, Clivagem: perfeita em uma direção, D: 5,5, d: 6 - temperatura.
6,3, Brilho: metálico, Cor: prateado tendento par o vermelho Fonte de cobalto
Cor de traço: preto acinzentado.
Molibdenita Hábito: laminar, maciço ou em escamas, lâminas flexíveis Gerada por processos
MoS2 mas não elásticas, Clivagem: em folhas, D: 1 - 1,5, d: 4,7 - magmáticos,
4,8, Brilho: Metálico, Cor: Cinza, Cor de traço: preto metamórficos, e
acinzentado a esverdeado, hidrotermais; encontrada
em granitos, pegmatitos,
metacalcários, etc.
Importante mineral de
minério de molibdênio,
utilizado como
lubrificante, fertilizante,

Quadro 6: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos sulfetos.

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7.3- Óxidos

Os minerais dessa classe contêm um metal em combinação com o oxigênio.


Esta classe de minerais, que corresponde a quase 4% do volume da crosta terrestre,
constitui as principais jazidas de minério de ferro (hematita, magnetita e goethita) de
cromo (cromita); manganês (pirolusita, manganita, criptomelana e psilomelana), de
estanho (cassiterita), de alumínio (bauxita) e de titânio (anatásio, ilmenita e rutilo). O
Quadro 7 relaciona as propriedades físicas de alguns minerais da classe dos óxidos.

Mineral Aspecto Diagnóstico Ocorrência / Uso


Mineral acessório em rochas metamórficas.
Hábito: Prismáticos barricóides, agregados
Coríndon Utilizado como pedra preciosa. São diversas as
granulares, ou grãos dispersos;
Al2O3 variedades, que normalmente são definidas
D: 9, d: 3,9 - 4,1, Brilho: Vítreo a adamantino,
pela coloração, sendo as principais: rubi
Cor: variada (incolor, branco, cinza, vermelho,
(vermelho vivo), safira (azul). O coríndon não
azul, amarelo etc.),
utilizável em joalheria é usado como abrasivo.

Hábito: tabular, granular, laminar, botrioide,


compacto, terroso, D: 5,5 - 6,5, d: 4,9 - 5,3, É o mais importante minério de ferro. Usada
Hematita
Fratura: Subconchoidal a ausente, Brilho: também em pigmentos e como pó para polir.
Fe2O3
Metálico, Cor: Vermelho-sangue, cinza
metálico a preto, Cor de traço vermelho.

Hábito: prismáticos, granular ou maciça, D: 6


– 7, d: 6,8 - 7,1, Brilho:adamantino e fosco, Encontrada comumente em pegmatitos e em
Cassiterita
Cor: marrom a preto, às vezes amarelo, veios hidrotermais e em depósitos de placeres.
SnO2
vermelho, cinza, branco a quase incolor, É o mais importante e praticamente o único
Traço: cinza, castanho esverdeado ou incolor. minério de estanho que se explora.
Distingue-se pela densidade elevada, brilho
adamantino.
Hábito: usualmente maciça e botrióide,
Clivagem: boa, D: 5,5, d: 9 -9,7, Brilho: Encontrada em granitos e pegmatitos.
submetálico com aspecto de piche; Cor: Importante para preparação de todos os
Uraninita preto, marrom-aveludado, cinza-aço, Cor de compostos de U e principalmente na obtenção
(picheblenda) traço: preto acastanhado. do Ra (rádio), muito procurado para combater
UO2 câncer e para importantes usos técnicos e
Caracteriza-se pelo seu brilho de piche, científicos.
densidade elevada, cor de traço preto
acastanhado e forte radiatividade.
Hábito: Octaédrico, cúbico, maciço e granular;
D: 5,5 – 6; d: 5,1, Brilho: metálico Encontrada em rochas magmáticas e mais
Magnetita
Cor: Preto, Cor de traço: preto. comumente em rochas metamórficas. Um
Fe3O4
Caracteriza-se pelo seu forte magnetismo, e importante minério de ferro.
Cor de traço preto.
Hábito: Octaédrico, maciça, granular, D: 5,5;
d: 4,6, Brilho: metálico a submetálico, Cor:
Cromita- É o único minério de cromo importante.
preto a preto acastanhado. Distingue-se
FeCr2O4 usualmente pelo seu brilho submetálico, traço
castanho a preto, forma octaédrica.
Pirolusita Usualmente em fibras, maciça, em películas
MnO2 Mineral supérgeno que compõe os minérios de
dendríticas e botrióidal, D: 1-2, d: 4,75, Brilho
manganês
metálico, Cor e Traço: preto.

Hábito: tabular, maciça, compacta, também Encontrada em gnaisses ou em grandes


em grãos como areia, D: 5,5 – 6, d: 4,7, massas como produto de segregação
Ilmenita
Brilho: metálico, Cor: preto, Cor de traço: magmática, também como acessórios nas
FeTiO3
preto a vermelho acastanhado. rochas ígneas. É um dos constituintes das
areias pretas, associada com a magnetita,
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rútilo, zircão e monazita.


Hábito: cristais prismáticos com terminações Encontrado em granitos, pegmatitos, gnaisses,
bipiramidais e estriados verticalmente, D: 6- mica xisto e em mármores. Utilizado em ligas
Rutílo 6,5, d: 4,18 – 4,25, Brilho: adamantino a metálicas em como pigmentos.
TiO2 submetálico, Cor: vermelho, castanho
avermelhado a preto, Traço: castanho pálido.

Quadro 7: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos óxidos.

7.4- Hidróxidos
São definidos pela presença da hidroxila. A Quadro 8 relaciona as propriedades
físicas de determinados minerais da classe dos hidróxidos.

Mineral Aspecto Diagnóstico Ocorrência / Uso


Mineral supérgeno utilizado
Hábito: maciço, botrioide e estalactítico; Clivagem:
como minério de ferro,
Goethita Perfeita, D: 5 - 5,5; d: 3,3 - 4,3, Brilho: Adamantino,
pigmentos.
HFeO2 Cor: castanho amarelado a castanho marrom.
Cor de traço: castanho amarelado.
Concentrações granulares arredondadas, maciça,
Bauxita terrosa semelhante à argila, D: 1-3; d: 2- 2,5; Ocorre como produto do
mistura de óxidos de Brilho: terroso, Cor: Branco, cinza, amarelo e intemperismo e é utilizado
alumínio hidratados de vermelho, reconhece-se facilmente pela sua forma como minério de Alumínio.
composição indefinida granular.

Quadro 8: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos hidróxidos.

7.5- Sulfossais
Neste grupo, os semi-metais desempenham um papel mais ou menos igual ao
dos metais, na estrutura e, nestas condições, os sulfossais podem ser considerados
sulfetos duplos. Os minerais desse grupo ocorrem em filões hidrotermais de baixa a
moderada temperatura, associados à prata. O Quadro 9 relaciona as propriedades
físicas de determinados minerais da classe dos sulfossais.

Mineral Aspecto Diagnóstico Ocorrência / Uso


Pirargirita Hábito: maciço, compacto e granular, D: Minério de prata.
Ag3SbS3 2,5, d: 5,85, brilho adamantino, Cor:
entre o vermelho intenso e o preto,
Traço: vermelho.

Tetraedrita Frequentemente em cristais Minério de prata mais comum


(Cu,Fe,Zn,Ag)12Sb4S13 tetraédricos, também maciça e granular, entre os sulfossais.
D: 3 - 4,5, d: 4,6 - 5,1, brilho metálico,
Cor; entre o preto acinzentado e o
preto, Traço entre o preto e o castanho.

Quadro 9: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos sulfossais.

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7.6- Carbonatos

Resultam da combinação do CO3 com metais, ou da reação do ácido carbônico


com esses elementos. O Quadro 10 relaciona as propriedades físicas de determinados
minerais da classe dos carbonatos.

Mineral Aspectos Diagnósticos Ocorrência / Uso


Hábito: romboédrico, granular, compacta,
terrosa e sob a forma de estalactites,
Clivagem perfeita romboédrica. Mineral formador de rocha (calcário e
Calcita
D: 3, d: 2,7, Brilho: vítreo, Cor: transparente, mármore), empregado na fabricação de
(Ca,Mg)CO3
branco,cinza, vermelho, azul e amarelo. cimentos e cal para argamassa.
Apresenta efervescência no ácido clorídrico
frio.

Hábito: romboédrico, granular e compacto, Mineral formador de rocha (calcário e


Clivagem: perfeita romboédrica, D: 3,5 – 4, mármore). Usada no corretivo de solos ácidos,
d: 2,85, Brilho: vítreo a nacarado; Cor: usada preparação de revestimentos refratários
Dolomita de conversores, nos processos básicos de
róseo, podendo ser incolor, branco, cinzento,
(Mg,Ca)CO3 fabricação de aço, entre outros.
verde, castanho e preto.

Hábito: compacto e em massas granulares; Ocorre comumente em veio, sendo utilizada


Clivagem: perfeita romboédrica, D: 3,5 – 5, como fonte de magnésio para a fabricação de
Magnesita
d: 3,0-3,2, Brilho: Vítreo, Cor: branco, produtos químicos industriais.
MgCO3
cinzento, avermelhado, amarelo e castanho.

Hábito: piramidal acicular, tabular, e


geminados pseudo-hexagonais, agregados
reniformes, colunares e estalactíticos, Brilho:
Aragonita vítreo, Cor: incolor, branca, amarela, D: 3,5 – Muito menos comum que a calcita, associada
CaCO3 4,0, d: 2,95. Distingue-se da calcita por às fontes termais.
apresentar dureza e densidade mais elevada
e também pela ausência de clivagem
romboédrica.
Hábito: romboédrico, granular e compacto; Ocorre em veios com prata, chumbo, cobre e
Clivagem: romboédrica, D: 3,5 – 4, d: 3,5 – outros minerais de manganês. Uso: minério de
Rodocrosita
3,7, Brilho: vítreo; Cor: Rósea a castanho- manganês de pouca importância e gema.
MnCO3
escuro.

Hábito: Botrióide, fibroso, raramente como


cristais; Clivagem: Perfeita; D: 3,5 – 4, d: 3,9 Minério de cobre supérgeno encontrada nas
Malaquita
– 4,03, Brilho: Entre adamantino e vítreo e porções oxidadas dos filões de cobre.
Cu2CO3(OH)2
nos cristais sedoso; Cor: Verde intensa.
Apresenta efervescência no ácido clorídrico.

Hábito: botrióide e compacto; Clivagem: Minério de cobre supérgeno encontrada nas


Azurita Ausente; D: 3,5 – 4, d: 3,77, Brilho: Vítreo; porções oxidadas dos filões de cobre.
Cu3(CO3)2OH2 Cor: Azul-celeste intenso. Apresenta
efervescência no ácido clorídrico.

Quadro 10: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos carbonatos.

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7.7- Sulfatos SO4-3


Os minerais dessa classe constituem-se em sulfatos hidratados e anidros. O
Quadro 11 relaciona as propriedades físicas de determinados minerais da classe dos
sulfatos.

Mineral Aspectos Diagnósticos Ocorrência / Uso


Cristais tabulares formando losango, lâminas Mineral encontrado usualmente
grossas, granular e terrosa. D: 3 - 4,5, d: 4,5 em filões metálicos utilizado para
consideravelmente pesada para um mineral não a obtenção de hidróxido de
Barita metálico, Clivagem: romboédrica, Brilho: vítreo a bário, o qual é usado em
(BaSO4) nacarado,Cor: incolor, branco com matizes azuis, pigmentos, fabricação de papéis
amarelo e vermelho,. e refinação de açúcar.

Este mineral ocorre como


Hábito: fibroso, tabular, maciça e granular. D: 2, d: produto de evaporação de águas
2,32, Brilho: vítreo, nacarado e sedoso, Clivagem: salgadas podendo também se
laminar, fratura: fibrosa, Cor: incolor, cinza, amarela, recristalizar em filões na forma
Gipsita
vermelho. Espato cetinado é um gipso fibroso com de espato cetinado. Usado na
(CaSO4)2H2O
brilho sedoso, Selenita é um gipso com clivagem fabricação do Gesso.
em lâminas, incolor e transparente.

Quadro 11: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos sulfatos.

7.8 – Haletos
A classe química dos haletos caracteriza-se pela predominância dos íons
halogênicos eletronegativos, Cl, Br, F e I.

Mineral Aspectos Diagnósticos Ocorrência / Uso


Ocorre em camadas extensas oriundas
Hábito: cúbico ou em massa cristalinas
da precipitação das águas dos oceanos
granulares, clivagem cúbica, D: 2,5, d: 2,16,
interestratificadas com rochas
Halita Brilho: vítreo. Cor: incolor ao branco, quando
sedimentares. Associada ao gipso,
NaCl impura pode exibir tonalidades de amarelo,
silvita, anidrita, calcita,. Uso: utilizado na
vermelho, azul e púrpura, apresenta gosto
industria química sendo fonte de sódio e
salgado.
cloro
Hábito: usualmente em massas cristalinas
Ocorre sob as mesmas condições da
granulares, D: 2, d: 1,99, Brilho vítreo, Cor: incolor
Silvita halita, porém é muito mais rara. Uso:
ao branco, tonalidades de azul, amarelo ou
KCl principal fonte de potássio utilizado
vermelho quando impura. Sabor mais amargo do
como fertilizante.
que a halita.

Usualmente maciça, D: 2,5, d: 2,95 – 3,0, Brilho Ocorre em veios. Por ter baixo ponto de
vítreo a gorduroso, Cor: incolor ao branco, Brilho fusão, é usada como fundente Como
Criolita
vítreo. O índice de refração é próximo ao da água não é muito abundante, é também
Na3AlF6
e, por esse motivo, o pó do desse mineral quase obtida artificialmente a partir da fluorita.
desaparece quando imerso em água.

Encontra-se comumente em veios


associados a minerais de chumbo e
Hábito:cúbico, maciça e granular, D: 4, d: 3,18,
prata. É comum em calcários e
Fluorita Brilho: vítreo, Cor: verde claro, amarelo, verde
dolomitos, em menor importância em
CaF2 azulado e púrpuro, também: incolor, branco, rosa,
pegmatitos.
azul e castanho, Clivagem octaédrica.
Utilizada na fabricação do aço, vidros e
na preparação do ácido fluorídrico.

Quadro 12: Propriedades físicas de alguns minerais da classe dos haletos.

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7.9- Boratos

Devido à tendência de formar rede de triângulos BO3 , o boro é considerado na


fabricação do vidro como um “formador de redes”, sendo usado na preparação de
vidros especiais de peso leve e alta transparência à radiação energética. O Quadro 13
relaciona as propriedades físicas de minerais de bórax.

Mineral Aspectos Diagnósticos Ocorrência / Uso


É o mineral mais comum entre os
boratos, sendo formado a partir da
Cristais prismáticos grandes e
evaporação de lagos salgados e
também como incrustações,
Bórax também como eflorescência sobre o
Clivagem: perfeita em uma direção,
Na2B4O710H2O solo de regiões áridas. Utilizado como
D: 2 - 2,5, d: 1,7, Brilho: vítreo, Cor:
antiséptico e preservativo, na
incolor ou branco
medicina, como solvente de óxidos
metálicos nas soldas.
Mineral normalmente associado com o
Hábito: acicular, extremamente finos
Ulexita bórax na forma de crostas em regiões
ou em massas reniformes, com
NaCaB5O6(OH)6. áridas. É usado como matéria-prima
aspecto de "bola de algodão" D: 1,5
5H2O (importante) para a obtenção do ácido
- 2,5, d: 1,7 - 1,96, Cor: branco
bórico

Quadro 13: Propriedades físicas do mineral Bórax.

7.10- Fosfatos PO 4 -3

Os fosfatos incluem numerosas espécies minerais de composição bem variada,


embora a quantidade em peso desses elementos na crosta da Terra seja relativamente
pequena, resultando em grande numero de minerais raros.

Mineral Aspectos Diagnósticos Ocorrência / Uso

Hábito: massas granulares,


Mineral acessório, encontrado em
freqüentemente como areia; D: 5 -
Monazita alguns granitos, gnaisses e pegmatitos,
5,5, d: 5 - 5,3, Brilho: resinoso, Cor:
(Ce,La,Y,Th)PO4 utilizado como fonte de tório.
Castanho amarelado a avermelhado.

Hábito: prismático alongado


usualmente terminado por pirâmide;
Mineral acessório amplamente
D: 5, d: 3,15 - 3,20, Brilho: Vítreo a
Apatita distribuído por todas as rochas.
resinoso. Cor: usualmente verde a
(Ca5(F,Cl,OH) (PO4)3
castanho.

Lazulita Usualmente maciça e granular e


Mineral raro usualmente encontrado em
(Mg,Fe)Al2(PO4)2(OH)2 compacta, D: 5-5 - 5, d: 3 -3,1, Brilho:
quartzitos. Utilizada como gema.
vítreo, Cor: azul celeste.

Quadro 14: Propriedades físicas dos principais minerais da classe dos fosfatos.

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7.11- Molibdatos Mo e Tungstatos WO 4-3

O Molibdato (Mo) pode ocorrer como sulfeto (MoS2) devido a sua afinidade com
o S e em muitos casos a combinação com o oxigênio aparece confinada à zona de
oxidada dos depósitos. Já o W ocorre quase exclusivamente em combinação com o
oxigênio, formando os tungstatos. O sulfeto de tungstênio WS2 (tungstite) é muito
raro.Os minerais desta classe química distribuem-se em dois grupos isoestruturais
principais: o grupo da volframita e da scheelita.

Mineral Aspectos Diagnósticos Ocorrência / Uso


Volframita Hábito: Laminar, colunar, maciço, tabular, Origina-se em diques de pegmatitos e
(Fe,Mn)WO4 granular, Clivagem: Perfeita em uma direção, veios de quartzo, normalmente ligados
D: 4-4,5, d: 7,1 - 7,5, Brilho: Metálico a a corpos graníticos. Ocorre
resinoso, Cor: Preto (ferberita) e castanho normalmente junto com cassiterita nas
escuro (hübnerita), Cor de traço: do quase últimas fases da cristalização, podendo
preto ao castanho. também associar-se a veios com cobre,
manganês, scheelita, fluorita, hematita e
rodocrosita. Fonte de tungstênio
Scheelita Hábito: bipiramidal, maciço e granular, Encontra-se Scheelita nos pegmatitos
CaWO4 Clivagem em duas direções, D: 4,5 – 5, d: 5,9 – graníticos, nos depósitos metamórficos
6,1, Brilho: vítreo a adamantino, Cor: branco, de contato e nos filões de minérios de
amarelo, verde e castanho. alta temperatura associados com
rochas graníticas. Fonte de Tungstênio.
Powelita Hábito: pismático, piramidal, Clivagem: Distinta Formado a partir da oxidação de
Ca(Mo,W)O4 em três direções, D: 3,5 - 4,0, d: 4,2 - 4,3, molibdenita. Fonte de molibdênio.
Fratura: Conchoidal, Brilho: Adamantino a
resinoso, Cor: Amarelo

Quadro 15: Principal mineral da classe dos tungstatos e suas propriedades físicas.

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7.12-Silicatos

Os elementos mais abundantes na crosta terrestre são: oxigênio, silício,


alumínio, ferro, cálcio, magnésio, sódio e potássio. Entre esses, o destaque maior é
para os elementos oxigênio, silício e alumínio e, dessa forma, a classe mineral dos
silicatos (SiO2) é de maior importância, pois , com algumas exceções de menor
significação, todos os minerais desta classe são formadores de rocha.

Unidade fundamental dos Silicatos e tipos de ligações

A unidade fundamental sobre a qual se baseia a estrutura de todos os silicatos


consiste em quatro íons de oxigênio e um de silício, formando um tetraedro regular
(Figura 14).
A poderosa ligação que une os íons de oxigênio e silício é, literalmente, o cimento que
mantém unida a crosta da Terra. Esta ligação pode ser estimada como sendo como
50% iônica e 50% covalente.
A força de qualquer ligação silício-oxigênio isolada é a metade exata da energia
total de ligação disponível no íon de oxigênio. Cada íon de oxigênio tem, portanto a
potencialidade de ligar-se com outro íon de silício e de entrar em outro agrupamento
tetraédrico unindo, assim, os grupos tetraédricos através do oxigênio compartilhado.
Esta participação pode envolver um, dois, três ou todos os quatro íons de oxigênio no
tetraedro, dando origem a uma diversidade de configurações estruturais. Em nenhum
caso, todavia, na natureza, três ou mesmo dois oxigênios são compartilhados entre
dois tetraedros adjacentes.

Si

Figura 14: Representações da estrutura fundamental tetraédrica dos minerais silicáticos. (Fontes: Drupe,
2002; Teixeira et al.2009).

Dependendo do grau de polimerização e da amplitude da participação do


oxigênio entre os tetraedros, a estrutura dos silicatos pode consistir em tetraedros
independentes, duplos, em grupos tetraédricos múltiplos, cadeias, cadeias duplas,
folhas ou armações tridimensionais. Fundamentado no grau de polimerização dos
tetraedros de sílica, os minerais silicatos podem ser divididos em: nesossilicatos,
sorosilicatos, ciclossilicatos, inossilicatos, filossilicatos e tectossilicatos, apresentados a
seguir.

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Nesossilicatos

Os minerais dessa classe possuem tetraedros de SiO4 isolados e unidos entre


si, somente, por ligações iônicas, através de cátions intersticiais.
Exercício proposto: Faça uma tentativa de representação da estruturação tetraédrica
desses minerais.

Grupo das Olivinas (Mg,Fe) 2 SiO 4

Caso de solução sólida:


Forsterita Mg2(SiO)4

Fayalita Fe2 (SiO)4

Hábito granular, Brilho vítreo, Fratura concoide, Cor: verde, D: 6,5 – 7, d: 3,27 -4,37.
Ocorrência: Mineral formador de rocha ígnea ferro-magnesiana.

Grupo das granadas

Hábito em grãos arredondados, D: 6,5 – 7,5, Brilho: vítreo a resinoso, Cores


avermelhadas são as mais comuns, podendo ocorrer, também, na cor amarela e verde.
Ocorrência/uso: Alguns granitos e rochas metamórficas de médio a alto grau – xisto e
gnaisse. Utilizada como gema.
Devido à mudanças dos elementos químicos na estrutura, o mineral granada
pode ser dividido em subespécies isoestruturais, relacionadas na Quadro 16. A
mudança dos elementos químicos na estrutura leva, também, a mudança de cor da
granada.

Subespécie Composição Densidade relativa


Piropo Mg3Al2(SiO4)3
3,51
Almandina Fe3Al2(SiO4)3
4,25
Espessartita Mn3Al2(SiO4)3
4,18
Grossulária Ca3Al2(SiO4)3
3,53
Andratita Ca3Fe2(SiO4)3
3,75
Uvarovita Ca3Cr2(SiO4)3
3,77

Quadro 16: Relaciona as subespécies do mineral granada.

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Andaluzita Al Al O(SiO 4 ) - Al 2 (SiO 5 )

Hábito prismático quase quadrado, D: 7,5, d: 3,16 – 3,20, Brilho: vítreo, Cor: vermelho a
castanho avermelhado e verde oliva.
Ocorrência/uso: Forma-se a partir de metamorfismo de rochas aluminosas. Empregada
na confecção de velas para motores, porcelanas refratárias e gema.

Sillimanita Al Al O SiO4

Cristais delgados, fibroso, D: 6 – 7, d: 3,23, Cor: castanho, verde pálido e branco Brilho:
vítreo, uma direção de clivagem.
Ocorrência/uso: Mineral raro encontrado nas rochas metamórficas de alto grau como
gnaisses.

Cianita Al Al O SiO 4

Cristais compridos, tabulares e agregados laminares, Clivagem em uma direção,


mineral com duas durezas: D: 5 paralelamente ao comprimento dos cristais e D: 7 em
ângulo reto ao comprimento dos cristais, Brilho: vítreo a nacarado, Cor azul.
Ocorrência/uso: Mineral acessório em gnaisses e xistos. Empregada na confecção de
velas para motores, porcelanas refratárias e gema.

Topázio Al SiO 4 (F,OH) 2

Cristais prismáticos terminados em pirâmides, com faces estriadas, Clivagem basal,


Brilho: vítreo, Cor: incolor, amarelo e rosa, azulado e esverdeado D: 8, d: 3,4 -3,6 .
Ocorrência/uso: Mineral formado a partir de vapores contendo flúor durante os últimos
estágios da solidificação das rochas ígneas. Utilizado como gema.

Estaurolita Fe 2 Al 9 O 7 (SiO 4 ) 4 (OH)


Cristais prismáticos com terminações em cunha ou em geminados na forma de cruz, D:
7 – 7,5, d: 3,65 – 3,75, Brilho resinoso a vítreo, Cor: castanho avermelhado,
esverdeado a preto.
Ocorrência/uso: Mineral acessório em xistos. Utilizado como gema.

Dumortierita (Al,Fe) 7 O 3 (BO 3 )(SiO 4 ) 3

Raramente em cristais nítidos, agregados fibrosos a colunares radiados, D: 7, d: 3,26 –


3,36, Brilho: vítreo, Cor: azul, violeta e rosa.
Ocorrência/uso: Encontrada em xistos e gnaisses e nos diques de pegmatitos. Utilizada
na manufatura de porcelanas

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Sorossilicatos

Caracterizam-se por grupos tetraédricos duplos, isolados, formados pelos dois


tetraedros de SiO4 compartilhando, entre si, um único oxigênio.
Exercício proposto: Faça uma tentativa de representação da estruturação tetraédrica
desses minerais.

Epídoto Ca (Al,Fe) Al 2 O (SiO 4 )(SiO 7 )(OH)


Hábito: prismático, granular, fibroso, D: 6-7, d: 3,35 – 3,45, Brilho: vítreo, Cor: verde
amarelado, Clivagem: em duas direções.
Ocorrência/uso: Formado a partir do metamorfismo de calcários impuros e também
através da alteração de minerais de feldspato, piroxênio, anfibólio e biotita.

Ciclossilicatos

Nos ciclossilicatos os tetraedros de SiO4 estão polimerizados formando figura


fechada com forma de anéis, hexagonais, trigonais e quadrados.
Exercício proposto: Faça uma tentativa de representação da estruturação tetraédrica
desses minerais.

O empilhamento dos anéis de tetraedros de sílica, unido por cátions, permite aos
minerais dessa classe um hábito prismático com clivagem perpendicular ao
comprimento do mineral.

Berilo Be 3 Al 2 (Si 6 O 1 8 )

Hábito prismático hexagonal com faces estriadas verticalmente, D: 7,5 – 8, d: 2,75 –


2,80, Clivagem basal imperfeita, Brilho: vítreo, Cor: verde azulado amarelo, rosa,
branco e incolor.
Ocorrência/uso: Ocorre em pegmatitos e também em xistos. Utilizado como gema
(esmeralda, água marinha, morganita) e fonte do elemento berilo.

Turmalina Na, Ca, Al, Fe 3 , A l 6 (BO 3 ) 3 (Si 6 O 18 ) (OH) 4

Formas prismáticas com faces estriadas verticalmente e seção transversal semelhante


a um triângulo com vértices arredondados, D: 7 – 7,5,d:3,0 – 3,25, Brilho: vítreo a
resinoso, Fratura: conchoidal.
Ocorrência/uso: Ocorre em pegmatitos. Utilizado como gema.

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Cordierita Mg 2 Al 3 (Al Si 5 O 18 )

Hábito: granular e maciço, D 7 – 7,5,d: 2,60 – 2,66, Brilho: vítreo, Cor: tonalidades de
azul. Ocorrência/uso: Ocorre como mineral acessório em granitos, gnaisses e xistos.
Utilizada como gema (safira de água).

Inossilicatos

Cadeia Simples – Família dos Piroxênio


A estrutura desses minerais é constituída por faixas paralelas de silício – oxigênio,
unidas por ligações iônicas através de cátions.
Exercício proposto: Faça uma tentativa de representação da estruturação tetraédrica
desses minerais.

Diopsídio (Ca,Mg) (Si2O6)


Cristais prismáticos, mostrando seção transversal com 8 lados ou quadrada, também
maciço e granular; D : 5 – 6, d: 3,2- 3,3, Cor : branco a verde claro, Brilho: Vítreo,
Clivagem prismática formando ângulo de 87° e 93°.
Ocorrência/uso: Mineral encontrado em metamorfismo de contato em mármores.
Usado como gema.

Espodumênio (Li,Al)Si2O6)

Hábito: tabular, estriado verticalmente, usualmente cristais bem desenvolvidos, D: 6,5 –


7, d: 3,15- 3,20 Brilho : Vítreo, Cor: Branco, cinza, amarelo e verde, Clivagem
prismática formando ângulo de 87° e 93°.
Ocorrência/uso: Mineral raro encontrado em pegmatitos. É matéria-prima importante na
obtenção de lítio empregados em cerâmica e fabricação de vidro. As variedades
transparentes, e de bela coloração, constituem pedras preciosas de grande valor.

Augita (Ca,Mg,Al )2(Si,Al)2O6

Hábito: prismático com quatro e oito lados, lamelar e granular, D: 5 – 6, d:3,2 –


3,4,Brilho: Vítreo, Cor: verde escuro a preto, Clivagem prismática formando ângulo de
87° e 93°.
Ocorrência/uso: Piroxênio mais comum e formador de rochas ígneas ferro-
magnesianas.

Rodonita (Mn,Ca,Fe)SiO3

Hábito: tabular, maciça e granular, D: 5,5 – 6, d: 3,4 – 3,7, Brilho : Vítreo,


Cor: vermelho róseo e castanho, Clivagem prismática formando ângulo de 87° e 93°.
Ocorrência/uso:Ocorre associada a outros minerais de manganês e minérios de ferro.
Utilizadas como gema.

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Wollastonita CaSiO3
Hábito: tabular, maciço e compacto e fibroso, D: 5 – 5,5, d:2,8 – 2,9, Brilho: vítreo a
nacarado nas superfícies de clivagem. Cor: incolor, branca e cinza, Clivagem prismática
formando ângulo de 87° e 93°.
Ocorrência/uso: Ocorre em metamorfismo de contato em mármores.

Cadeia Dupla– Família dos Anfibólios

Fileira duplas de silício – oxigênio estão unidas por ligações iônicas através de cátions.
Íons de OH ocupam os espaços vazios, resultante das junções das cadeias.
Exercício proposto: Faça uma tentativa de representação da estruturação tetraédrica
desses minerais.

Hornblenda Ca2Na(Mg,Fe)4(Al,Fe,Ti)AlSi8AlO22(OH,O)2

Hábito: Colunar hexagonal, fibrosa ou grânulos grossos, D: 5-6, d:3,2, Brilho: Vítreo, as
variedade fibrosas exibem brilho sedoso, Cor: Verde escuro a preto. Clivagem
prismática formando ângulo de 56° e 124°.
Ocorrência/uso: Mineral formador de rochas ígneas e metamórficas. Quando bem
cristalizada, pode ser usada como gema.

Tremolita Ca 2Mg5(Si,Al)8O22(OH)2

Hábito: laminar e agregados fibrosos radiados, D: 5-6, d: 3,0 - 3,3, Brilho: Vítreo a
sedoso, Cor: varia do branco a verde claro na actinolita, quando o ferro ferroso substitui
o magnésio na quantidade de 2% , Clivagem prismática formando ângulo de 56° e
124°.
Ocorrência/uso: Encontrada em mármores dolomíticos impuros e em talco xistos. Usa-
se a variedade fibrosa como asbesto.

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Filossilicatos

Todos os minerais desta classe têm hábito achatado, ou em escamas e clivagem


distinta em folhas. Apresentam dureza e densidade relativamente baixas. As lamelas de
clivagem podem mostrar flexibilidade e mesmo elasticidade.
Todas estas peculiaridades características originam-se da predominância na
estrutura da folha silício-oxigênio (Figura 15).

estruturação vista em planta estruturação vista em perfil

Hidroxilas
Folhas de silicatos

Cátions intersticiais

Folhas de silicatos

Figura 15: Estrutura atômica em folhas dos filossilicatos. (Fonte: Drupe, 2002) .

Grupo dos Argilo-minerais

Usualmente o termo argila é empregado quando se faz referência a um material


terroso de granulação fina, que se torna plástico ao ser misturado com uma quantidade
pequena de água. Esses minerais são tão finos que é impossível identificá-los
macroscopicamente. Com o auxilio das técnicas de raios X, notou-se que as argilas
são constituídas, predominantemente por silicatos de alumínio hidratados.
Com base na capacidade de absorver líquido e na composição química os
argilo-minerais podem ser classificados em quatro famílias:

Caolinitas Al2Si2O5(OH)4

Illitas KAl4(Al,Si7O20)(OH)4

Montmorillonitas (1/2Ca, Na)0,7(Al,Mg,Fe)4[(Si,Al)4O10]2(OH)4 n(H2O)

Vermiculitas (Mg,Ca)0,7(Mg,Fe,Al)8[Si, Al)4O10] 2(OH)48(H2O)

Ocorrência/uso: Minerais supérgenos derivados da alteração de silicatos de alumínio.


É matéria prima-básica na indústria cerâmica, para a fabricação da porcelana, louça
sanitária, carga na fabricação de papel, carga para gesso para parede, constituinte do
cimento Portland branco, em tintas, entre outras utilizações.

A Montimorillonita e um tipo de argila com capacidade de absorver moléculas de água


entre as folhas produzindo expansão acentuada da estrutura (bentonita).

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Grupo das Serpentinas

Serpentina Mg(Si4O10)OH8
Hábito placoide e fibroso, D: 2 - 2,5, d: 2,2Brilho: Gorduroso nas variedades maciças e
sedoso nas variedades fibrosas,Cor: verde, branco, bege.
Ocorrência/uso: Formado a partir da alteração hidrotermal de silicato magnesiano. A
crisotila (hábito fibroso) constitui o mais apreciado tipo de amianto. A maior quantidade
é empregada na fabricação de materiais de cimento-amianto. Antigorita (hábito em
placas) é usada na confecção de objetos de adorno, como vasos e cinzeiros, como
fundente na siderurgia.

Grupo das Micas


Mineral Aspectos diagnósticos Ocorrência/Uso
Mineral comum em granitos,
D: 2 – 2,5, d:2,76- 3,1, Cor: pegmatitos e xistos. Quando em
incolor, transparente e beje clara, escamas minúsculas são
Muscovita KAl2Si3AlO10(OH,F)2
Brilho: vítreo, sedoso anacarado, denominadas de sericita.
uma direção de clivagem Empregada como material
perfeita. isolante em aparelhos
domésticos.
Usualmente em massas
Flogopita laminadas, D: 2,5 - 3,0, d:2,86-
K(Mg,Fe2)3Si3AlO10(OH,F)2 3,1, Cor: pardo amarelo co Produto do metamorfismo em
reflexos do cobre, Brilho: vítreo a calcários magnesianos.
anacarado, uma direção de
clivagem perfeita
Usualmente em massas
Mineral formador de rocha
Biotita laminadas, D: 2,5 - 3,0, d:2,8-
amplamente distribuído
K2(Mg,Fe2+)6-4(Fe3+,Al, Ti)0-2Si6- 3,2, Cor: verde escuro, castanho
ocorrendo em rochas ígneas e
5Al2-3O20(OH,F)4 a preto, Brilho: vítreo a
metamórficas como xistos e
anacarado, uma direção de
gnaisses.
clivagem perfeita
Usualmente em massas
Lepidolita laminadas, D: 2,5 - 4,0, d:2,8-
Mineral raro encontrado em
K2(Li,Al)56Si67Al21O20(OH,F)4 3,0, Cor: róseo a lilás, Brilho:
pegmatitos.
vítreo a anacarado, uma direção
de clivagem perfeita.
Usualmente em massas
Margarita laminadas, D: 3,5- 5, d: 3,0- 3,1,
Produto de alteração do
Ca2 Al4(Si4Al4O20)(OH)4 Cor: róseo branco e cinza, Brilho:
coríndon.
vítreo a anacarado, uma direção
de clivagem perfeita
Hábito: micáceo, Clivagem
Formada por processos
perfeita em uma direção,
pneumatolíticos, hidrotermais e
Fucksita D: 2 - 2,5
metamórficos Ocorre em rochas
K(Al,Cr)2Si3AlO10(OH,F)2 d: 2,7 - 3,1, Brilho: Vítreo a
como pegmatitos, xistos e
sedoso, Cor: Verde-erva a verde-
gnaisses.
esmeralda

Quadro 17: Relaciona os minerais do grupo das micas.

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Grupo das cloritas

Clorita Mg3(Si4,O10(OH)2Mg3(OH)6

Usualmente em escamas minúsculas, lâminas flexíveis e não elásticas, D: 2-2,5, d: 2,6


– 2,9, Brilho: vítreo a nacarado, Cor: verde
Ocorrência/uso: Mineral secundário originado a partir de silicatos de alumínio, ferro e
magnésio.

Talco Mg3(Si4O10)(OH)2

Hábito: Pode ser compacto ou em lâminas delgadas e flexíveis, porém não é elástico,
material séctil, D:1, d: 2,7- 2,8, Brilho: Nacarado ou sedoso, Cor: Verde pálido, amarelo
ou cinza-esverdeado.
Ocorrência/uso: Mineral secundário formado a partir da alteração hidrotermal de
silicatos de magnésio. Utilizado como pedra sabão, na indústria de papel, e cerâmica,
moldes refratários, branqueador para algodão, velas para automóveis, produtos
medicinais e cosméticos.

Tectossilicatos

É o grupo dos silicatos mais importante volumetricamente, uma vez que, perfaz
quase 75% do volume ocupado pela crosta terrestre. Os minerais da classe dos
silicatos são constituídos por tetraedros de SiO4 ligados tridimensionalmente, de
maneira que todos os oxigênios dos vértices dos tetraedros são compartilhados com os
tetraedros vizinhos, resultando uma estrutura fortemente unida, estável, em que a
relação Si:O é de 1:2 (Figura 14). Fazendo parte dessa subdivisão dos silicatos
aparecem os grupos ou famílias da sílica, feldspatos, feldspatóides, escapolita e
zeólita.

Figura 16: Estrutura atômica dos minerais da classe dos silicatos. (Fonte:Teixeira et al, 2009).

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Grupo da Sílica

Este grupo abrange minerais compostos basicamente por SiO 2, um composto


eletricamente neutro o qual não contém outras unidades estruturais a não ser o
tetraedro.

Quartzo SiO2

Cristais prismáticos pontiagudos hexagonais com faces estriadas horizontalmente e


também maciço, Fratura: conchoidal, D: 7, d: 2,65, Brilho: Vítreo, Cor: Incolor, branco,
púrpura, preto, cinza, leitoso, etc
Ocorrência/uso: Mineral formador de rochas ígneas com excesso de sílica, rocha
sedimentares e metamórficas. Utilizado como gema, areia para construção civil,
fabricação de vidro e abrasivos.

Variedades de Quartzo decorrentes da variação de cor no mineral

Cristal de Rocha
Quartzo incolor com cristais bem desenvolvidos.

Quartzo Rosa
Quartzo de coloração rósea; cujo agente corante são as impurezas de Titânio.

Quartzo Esfumaçado
A cor escura resulta da exposição à radiação.

Citrino
Quartzo de coloração amarelo-claro.

Quartzo Leitoso
Quartzo de coloração branca leitosa, pela presença de minúsculas inclusões fluidas.

Olho de Tigre
Quartzo fibroso, amarelo, pseudomorfo sobre o mineral Crocidolita

Ametista
Quartzo cor de púrpura ou violeta. Seu agente corante são impurezas de Ferro Férrico.

Variedades criptocristalinas / amorfa do Quartzo

Agregados de cristais diminutos de difícil reconhecimento individualizados. Usualmente


não podem ser diferenciadas umas das outras sem a ajuda do microscópio.

Calcedônia
Variedade fibrosa, de coloração cinza, Brilho céreo muitas vezes em formas mamilares.
Ocorre a partir de soluções aquosas, revestindo cavidades nas rochas.

Crisoprásio
Calcedônia de coloração verde-maçã, determinada pela presença de óxido de níquel.

Ágata
Apresenta camadas alternadas de calcedônia e opala, ou quartzo criptocristalino,
concêntricas de diferentes colorações.
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Sílex
Apresenta coloração escura, usualmente ocorre em nódulos no calcário; apresenta
fratura concóide e arestas cortantes.

Opala SiO2.nH2O

Hábito: maciça, botrioidal e estalactítico, Fratura: conchoidal, D: 5-6, d: 1,9-2,2; Brilho:


vítreo, Cor: muito variável, mostrando jogo de cores, muitas vezes tem o efeito leitoso
opalescente.
Ocorrência/uso: Ocorre revestindo cavidades em rochas ígneas e sedimentares nas
quais se depositou pela atividade de águas quentes. Usada como gema.

Grupo dos Feldspatos

Formam um dos grupos de minerais mais importantes, por serem grandes formadores
de rochas; são silicatos de alumínio com potássio, sódio, cálcio e raramente, Bário.

Ortoclásio K(AlSi3O8)

Cristais prismáticos retangulares, D: 6, d: 2,57, Clivagem: distinta (duas direções,


fazendo um ângulo de 90º), Brilho: Vítreo, Cor: Branco, Cinza, Vermelho. A adularia é
uma variedade incolor translúcida a transparente, a sanidina é uma variedade vidrada
encontrada como fenocristais em rochas ígneas.
Ocorrência/uso: Amplamente distribuído ocorrendo em rochas ígneas com elevada
pressão, rochas sedimentares (arcózios e conglomerados) e metamórficas (gnaisses).
Empregado principalmente na manufatura de porcelana.

Microclínio K(AlSi3O8)

Cristais prismáticos retangulares apresentando geminação, D: 6, d: 2,54 - 2,57,


Clivagem: Perfeita formando ângulo de 89°30’, Brilho: vítreo, Cor: Branco, Amarelo
Claro e Vermelho. A variedade verde é conhecida com Amazonita
Ocorrência/uso: Amplamente distribuído, ocorrendo em rochas ígneas, rochas
sedimentares (arcózios e conglomerados) e metamórficas (gnaisses). Empregado
principalmente na manufatura de porcelana. A Amazonita é polida e usada como gema.
Série do Feldspato Plagioclásio
Os Feldspatos Plagioclásios, também chamados de Feldspatos Calco-Sódico, formam
uma série completa de solução sólida desde a Albita pura (Sódico), até a Anortita pura
(Cálcico).

Mineral NaAlSi3O8 CaAl2Si2O8


Albita 100 - 90 0 - 10
Oligoclásio 90 - 70 10 - 30
Andesina 70 - 50 30 - 50
Labradorita 50 - 30 50 - 70
Bytownita 30 - 10 70 - 90
Anortita 10 - 0 90 - 100

Quadro 18: Relação dos minerais da série do feldspato plagioclásio.

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São geralmente encontrados nas rochas sob formas xenomórficas,


apresentando geminação, planos de clivagem com ângulo de 93°34’ na albita e 94°12’
na anortita, D: 6, d:2,62 na albita e 2,76 na anortita, Brilho: vítreo a nacarado, Cor:
branco, cinza, amarelo claro, menos comum esverdeado e vermelho.
Ocorrência/uso: Amplamente distribuído e mais abundante que os fedspatos
potássicos, ocorrendo em rochas ígenas, rochas metamórficas (gnaisses) e mais
raramente nas sedimentares. Empregado principalmente na manufatura de porcelana.
As variedades apresentando opalescência são lapidadas e vendidas como pedra-da-
lua e pedra-do-sol.

Grupo dos Feldspatóides

Grupo de minerais quimicamente semelhantes aos feldspatos, por também


serem aluminossilicatos de Potássio, de Sódio e de Cálcio; porém a principal diferença
química reside no conteúdo de Sílica. Os Feldspatóides são caracterizados como
insaturados em sílica e ricos em álcalis, possuem proporção de sílica nitidamente
inferior.

Leucita K(AlSi2O6)

Hábito: trapezoédrica e granular, D: 5,5 - 6, d: 2,45 - 2,50, Brilho: vítreo; Cor: branco a
cinzento, reage com o ácido clorídrico.
Ocorrência/uso: Mineral raro ocorrendo apenas nas rochas ígneas extrusivas
desprovidas de quartzo. Constitui-se em importante matéria-prima para as indústrias de
vidro e cerâmica.

Nefelina (Na K)(AlSiO4)

Hábito: maciço, compacto e granular, D: 5,5 – 6, d: 2,55 - 2,65, Clivagem: distinta,


Brilho: vítreo (nos cristais) e graxo (nas variedades maciças), Cor: incolor, branco,
amarelo (nos cristais) e cinza esverdeado e avermelhado (nas variedades maciças),
reage com o ácido clorídrico.
Ocorrência/uso: Mineral raro ocorrendo apenas nas rochas ígneas desprovidas de
quartzo. É usada na fabricação de vidros, cerâmica.

Sodalita Na4(SiAlO4)3Cl

Hábito: Maciço e granular, D: 5,5 – 6, d: 2,15-2,3, Clivagem: Dodecaédrica, Brilho:


vítreo, Cor: usualmente azul, também em branco, cinza e verde.
Ocorrência/uso: Mineral formador de rocha, comparativamente raro, associados a
nefelina e outros feldspatóides. Utilizada como gema e artigos ornamentais.

Lazurita (Na,Ca)8(Al,Si)12O24(S,SO2)

Hábito: Maciço e compacto, D: 5 - 5,5, d: 2,4 - 2,45,Clivagem: dodecaédrica, Brilho:


vítreo, Cor: azul celeste, azul esverdeado
Ocorrência/uso: Mineral raro ocorrendo usualmente em mármores como produto de
metamorfismo de contato associado à pirita. O lápis-lazúli é um mistura de lazurita,
calcita, piroxênio e pirita. Utilizado como gema.

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Família das zeólitas

São silicatos hidratados de alumínio com sódio e cálcio, apresentam D: entre 3,5 - 5,5,
d: 2,0 – 2,4, trata-se de minerais secundários, encontrados em cavidades de rochas
ígneas básicas, cujas cores podem variar entre o branco, incolor, amarelo e vermelho.

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REFERÊNCAIS E BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

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