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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ACIDENTE RADIOATIVO EM STORYBROOKE

ANDERSON GOMES RA: 3065189065


DINAEL APARECIDO RA: 3045904476
WAGNER LEE DOS RA: 6000009779
WILSON BRENO RA: 9327653976

Anápolis
Novembro/2016

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ACIDENTE RADIOATIVO EM STORYBROOKE

ANDERSON GOMES RA: 3065189065


DINAEL APARECIDO RA: 3045904476
WAGNER LEE DOS RA: 6000009779
WILSON BRENO RA: 9327653976

Produção de texto em grupo (PTG) como requisito para


conclusão da disciplina de seminário-2º semestre, sob
orientação do tutor à distância Jefferson.

Anápolis
Novembro/2016

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Sumário

1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................6

2.HISTÓRIA DA ENERGIA NUCLEAR..............................................................................7

3.CONCEITOS DE RADIOTIVIDADE.................................................................................9

3.1 RADIOTIVIDADE.........................................................................................................9

3.2 MATERIAIS RADIOATIVOS.....................................................................................9

4. ACIDENTE COM MATERIAL RADIOATIVO............................................................12

4.1 CHERNOBYL 26 DE ABRIL DE 1986.....................................................................12

4.1.1 Plano de ação e medidas mitigadoras.................................................................12

4.2 EUA...............................................................................................................................13

4.2.1 Plano de ação e medidas mitigadoras................................................................13

4.3 JAPÃO...........................................................................................................................14

4.3.1 PLANO DE AÇÃO E MEDIDAS MITIGADORAS.........................................14

4.4 EUA 1979......................................................................................................................15

4.5 JAPÃO 1982..................................................................................................................15

4.6 RÚSSIA 1993................................................................................................................16

4.7 JAPÃO 1999..................................................................................................................16

4.8 JAPÃO...........................................................................................................................16

4.9 FRANÇA 2008..............................................................................................................17

4.10 ACIDENTES NO BRASIL........................................................................................17

5. TIPOS DE ACIDENTE................................................................................................19

5.1 ACIDENTES CRITICOS............................................................................................19

5.2 DETERIORAÇÃO TÉRMICA..................................................................................19

5.3 TRANSPORTE.............................................................................................................19

5.4 FALHA NO EQUIPAMENTO...................................................................................20

3
5.5 ERRO HUMANO.........................................................................................................20

5.6 PERDA DA FONTE.....................................................................................................21

5.7 OUTROS.......................................................................................................................21

6. EXTRAÇÃO........................................................................................................................22

7. ENRIQUECIMENTO DO URÂNIO................................................................................23

8. TRANSPORTE E ARMAZENAGEM.............................................................................24

9. APLICAÇÕES DA ENERGIA NUCLEAR.....................................................................25

9.1 ELEMENTO COBUSTIVEL......................................................................................26

9.2 COMBUSTIVEL SOLIDO.........................................................................................26

9.3 MOX..............................................................................................................................26

9.4 SAIS FUNDIDOS.........................................................................................................27

10. LICENCIAMENTO.........................................................................................................28

10.1 CRITÉRIOS DE SEGURANÇA ADOTADOS PARA AS USINAS


NUCLEARES ANGRA 1, ANGRA 2 E ANGRA 3.........................................................28

10.1.1 Considerações gerais..........................................................................................28

10.1.2 Segurança no projeto..........................................................................................30

10.1.3 Principios de projeto para o sistema de segurança.........................................32

11. ACIDENTE NA USINA DE STORYBROOKE CALCULOS.....................................37

12. O COMPORTAMENTO DA EMPRESA......................................................................39

12.1 O CONHECIMENTO DA EMPRESA SOBRE OS RISCOS DA ATIVIDADE.39

12.2 A EMPRESA SEUS COMPROMISSOS E OS IMPACTOS SOCIAIS...............41

13. ELEMENTOS QUIMICOS UTILIZADOS PELA USINA..........................................43

13.1 TÓRIO.........................................................................................................................43

13.2 PROACTÍNIO............................................................................................................43

13.3 URÂNIO......................................................................................................................44

13.4 NEPTÚNIO.................................................................................................................44

13.5 PLUTÔNIO.................................................................................................................45

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13.6 AMERÍCIO.................................................................................................................45

13.7 CÚRIO.........................................................................................................................46

13.8 BERQUÉLIO..............................................................................................................46

13.9 CALIFORNIO............................................................................................................47

13.10 EISNTÊNIO..............................................................................................................47

13.11 FERMIO...................................................................................................................47

13.12 ISOTOPOS...............................................................................................................48

13.13 FISSÃO NUCLEAR.................................................................................................49

13.14 RADIAÇÃO NOS SERES VIVOS.........................................................................51

14. ATUAÇÃO MEDICA NO ACIDENTE DO CESIO 137..............................................53

14.1 FASE DE EMERGÊNCIA........................................................................................53

14.2 COMO FOI A ASSISTÊNCIA MEDICA AOS RADIOACIDENTADOS...........54

14.3 DESCONTAMINAÇÃO DOS PACIENTES...........................................................56

14.4 RADIOPROTEÇÃO..................................................................................................56

14.5 CONTAMINAÇÃO...................................................................................................56

14.6 SINDROME AGUDA................................................................................................56

15. RETIRADA E GUARDA DOS RESÍDUOS O CESIO 137 EM GOIÂNIA..........57

16. CONCLUSÃO...................................................................................................................61

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................62

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1.INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como principal objetivo principal a pesquisa sobre acidentes
ocorridos em usinas nucleares, como em StroyBrooke em 15 de março de 2016, para que se
tenha uma melhor compreensão dos estudos da ocorrência de novos eventos em um a usina
nuclear, faz se necessário o entendimento de como funciona a radiação por meio dos fatos
histórico relatados pelos diversos cientistas ao longo dos últimos séculos. Após estas
pesquisas trataremos da extração do mineral, manuseio e enriquecimento do combustível para
uso nas usinas, certamente aprendemos se tratar de uma energia ecologicamente limpa, mas
em diversos acidentes pelo mundo demonstram que apesar de toda segurança envolvida ainda
oferece riscos durante a produção.
Os cálculos realizados após vazamentos do combustível nuclear em um acidente
mostram que apenas algumas gramas lançadas ao meio ambiente, tornará o ambiente inóspito
por um longo período de tempo, também realizamos o levantamento a respeito da questão de
saúde dos trabalhadores e comunidades próximas bem como o efeito ao organismo do ser
humano que for contaminado e medidas mitigadoras, e pó fim foi realizado os cálculos
provenientes da remoção das embalagens dos resíduos provenientes do acidente com o Césio -
137, dessa forma como futuros engenheiros realizar o estudo, opinar e propor soluções para o
que aconteceu na cidade americana ou em Goiânia será um excelente aprendizado.

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2.HISTÓRIA DA ENERGIA NUCLEAR

Na história as idéias atomísticas constam do quinto século antes de cristo, nela relata
Demócrito que a partícula de átomo e indivisível, impenetrável e dotada de movimento
próprio; Anos mais tarde físicos chegam a conclusão de que os átomos transportam cargas
elétricas, e em razão disso surge a classificação periódica onde os átomos são distribuídos em
função de seus pesos atômicos.
Em 1896, o francês Henri Becquerel descobriu a radioatividade, ele estudava os
efeitos da luz solar sobre determinados materiais fluorescentes, como o minério de urânio. À
espera da melhora do tempo, que se apresentava nublado, guardou a amostra do minério numa
gaveta. Ao retirá-la, alguns dias mais tarde, Becquerel observou que a pedra havia emitido
radiações mesmo no escuro e obteve a primeira prova da existência da radioatividade natural.
Descobriu-se que a radiação, emitida por determinados fonte radioativa podia atravessar
corpos opacos, podendo assim ser impressionadas em chapas fotográficas. No século XX
Rutherford apresenta demonstrações de que o átomo apresenta neutralidade ao emitir e
absorver átomos em suas camadas. As teorias da relatividade aliada à mecânica quântica
formaram importantes ferramentas para desenvolvimento da física nas áreas atômica e
nuclear, a primeira desintegração artificial foi realizada por Rutherford onde houve
bombardeio de átomos de nitrogênio com partículas alfa em consequência houve a produção
de oxigênio 17 e a saída de um próton, ficando assim evidente a existência de elétrons em seu
interior. Vale apena destacar que durante estudos nucleares houve a participação de brasileiros
em especial Cezar lattes que participou efetivamente de algumas descobertas, dada esta
grande notoriedade ao retornar ao Brasil motivou-se a criação do centro de pesquisa físicas
(CBPF), atualmente CNPQ.
Outro importante fato histórico importante foi o de Enrico Fermi que ao substituir a
proteção de chumbo por parafina fez com que se multiplicasse o efeito dos nêutrons,
tornando-os mais rápidos e agindo como moderador; A partir de 1941 destaca-se uma maior
participação dos americanos nos projetos nucleares, o aumento da produção de urânio e a
sugestão de construção de um reator nuclear como objetivo de melhor aproveitar o plutônio A
termalização de nêutrons foi utilizada na construção do 1º reator nuclear em 1947 nos Estados
Unidos. Enquanto isso na Alemanha Fritz Strassnas e Olto hasn realizavam a maior
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descoberta para a física nuclear que foi a fissão do núcleo, a conclusão foi a de que o
elemento bário foi responsável pela fissão do urânio, notou se grande entusiasmo por parte de
Eisnten e Wheley em utilizar a energia liberada pela fissão nuclear.
O principal empecilho encontrado foi colocação da forma geométrica do
combustível no reator e o da escolha de um bom moderador para os nêutrons, o moderador
escolhido foi o grafite devido seu grau de pureza, Fermi sugeriu a utilização de barra de
cádmio que apresentam grandes seções de choque para os nêutrons, a partir daí entrou em
operação o 1º reator nuclear com reação em cadeia auto-sustentável.

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3.CONCEITOS DE RADIOTIVIDADE

3.1 RADIOTIVIDADE

E um fenômeno que algumas substancias químicas possuem, de emanar radiação,


entre suas propriedades estão a de transpor corpos opacos, impressionar placas fotográficas,
ionizar gases, e produzir fluorescência.

3.2 MATERIAIS RADIOATIVOS

Os materiais radioativos são os compostos que tem como características converter seu
átomo em outro, adquirindo assim uma maior estabilidade. A radioatividade encontrada nos
elementos pode ser natural, artificial ou induzida. Os estudos realizados sobre o fenômeno da
radioatividade, a partir do final do século XIX, comprovaram a existência de três tipos de
radiações emergentes do interior dos átomos: os raios alfa, os raios beta e os raios gama.
Raios alfa (a). De natureza eletropositiva e identificados como feixes de núcleos de
hélio, os raios alfa são altamente energéticos e emitidos pelos elementos radioativos a
milhares de quilômetros por segundo. São também chamados partículas alfa. Apesar de seu
elevado conteúdo energético, possuem baixa penetrabilidade e são facilmente detidos por
folhas de papel, de alumínio e de outros metais.
Raios beta (b). Também chamados de partículas beta, de carga negativa (b+, elétrons)
ou positiva (b-, pósitrons), os raios beta são identificados como partículas de alta energia
expelidas pelos núcleos de átomos radioativos. Essas partículas não são constituintes do
núcleo, mas surgem durante o decaimento beta, quando o núcleo emite elétrons (ou pósitrons)
ou captura um elétron orbital para adquirir estabilidade. As partículas beta possuem menor
energia que as alfa, mas apresentam maior poder de penetração, razão pela qual ultrapassam a
barreira das lâminas metálicas finas usadas para deter as partículas alfa. Para isolar a radiação
beta, é necessário usar lâminas muito mais espessas.
Raios gama (g). Eletricamente neutros e constituídos de radiação eletromagnética
(fótons) de freqüência superior ao do espectro da luz visível e a dos raios X, os raios gama são
emitidos quando os núcleos efetuam transições, por decaimento alfa, de estados excitados

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para os de energia mais baixa. Sua energia e capacidade de penetração dificultam a
manipulação. A excessiva exposição dos tecidos vivos a esses raios ocasiona malformações
nas células, que podem provocar efeitos irreversíveis.
Atualmente sabe-se que existem também radiações devidas a fissão espontânea do
núcleo, que são observadas em núcleos pesados como os de urânio, plutônio e netúnio. Essa
radiação ocorre devido à quebra espontânea do núcleo em dois núcleos mais leves, com
liberação de nêutrons.
Os principais métodos de detecção dessas radiações são a câmara de Wilson, que
permite efetuar um traçado da trajetória das partículas radioativas num gás saturado de vapor
d’água; os contadores Geiger-Müller e de outros tipos, que determinam o número de
partículas radioativas que atravessam certa região do espaço; e as câmaras de ionização,
generalização dos contadores Geiger-Müller, que distinguem a passagem das partículas por
meio de pulsos de carga elétrica que produzem nos dispositivos de detecção.
Propriedades dos materiais radioativos. Após a confirmação das hipóteses enunciadas
por Ernest Rutherford e Frederick Soddy, segundo as quais a radioatividade resulta da
transmutação de elementos químicos em outros, o próprio Soddy e Kasimir Fajans
enunciaram as leis que levam seus nomes e que determinam os produtos finais de uma
decomposição radioativa, resumidas na chamada lei do deslocamento radioativo: o átomo
radioativo que decai pela emissão de uma partícula alfa se transforma num elemento químico
diferente, com dois prótons a menos em seu núcleo e com quatro unidades de massa atômica a
menos; se o decaimento resulta da emissão de uma partícula beta, seu número atômico se
eleva uma unidade. Por exemplo, uma emissão alfa de urânio produz tório, que por emissão
beta produz um átomo de protactínio.
A instabilidade dos núcleos atômicos, espontânea ou induzida, reduz, por emissão de
radioatividade, a massa do material radioativo, que se transforma de forma progressiva em
outra substância. A velocidade de transmutação de um elemento radioativo é determinada pela
constante de desintegração, ou tempo de vida, valor que mede a probabilidade de um átomo
radioativo sofrer uma transformação na unidade de tempo considerada, e o tempo de meia-
vida (semidesintegração), definido como o tempo necessário para que uma quantidade de
substância radioativa reduza sua massa à metade.
A natureza probabilística da desintegração radioativa conduz à definição do
conceito de meia-vida dos elementos — a média aritmética dos tempos de vida dos átomos do
elemento radioativo antes de sofrerem decaimento. Os períodos de semidesintegração oscilam

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entre milésimos de segundos (por exemplo, nas variedades do polônio e o astato) e bilhões de
anos (como nos isótopos mais estáveis do urânio e do tório).
As transformações sofridas pelos elementos radioativos, existentes na natureza num
total de aproximadamente quarenta, permitem agrupá-los em três séries, chamadas séries de
desintegração radioativa, nas quais os elementos se convertem uns nos outros por sucessivas
emissões alfa e beta (a emissão gama não produz intrinsecamente alterações nucleares:
(1) Série do urânio, a partir do isótopo 238 do urânio e cujos primeiros elementos são
o tório (234), o protactínio (234), o urânio (234), o tório (230), o rádio (226) e o radônio
(222). O átomo final da série é o chumbo (206), não radioativo.
(2) Série do tório, iniciada com o isótopo 232 do tório e seguida de rádio (228), actínio
(228), tório (228), rádio (224) e outros átomos, até terminar com o chumbo estável (208).
(3) Série do actínio, a partir do isótopo 235 do urânio, que se transforma
sucessivamente em tório (231), protactínio (231), actínio (227), tório (227), frâncio (223) etc.,
até finalizar no chumbo estável (207).
Esta seqüência é empregada nos processos de fusão ou ruptura nuclear.

Há ainda uma quarta série, a série do netúnio, que começa com o isótopo 237 do
netúnio, que tem meia-vida de dois milhões de anos. Os elementos que integram essa série
não ocorrem naturalmente; são produzidos artificialmente por reações nucleares. Nas séries
radioativas, as emissões alfa reduzem em quatro unidades a massa atômica de um isótopo,
expressa entre parênteses, enquanto que na emissão beta se conserva a massa atômica e se
modifica somente a natureza dos átomos.

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4. ACIDENTE COM MATERIAL RADIOATIVO

4.1 CHERNOBYL 26 DE ABRIL DE 1986

O reator número 5 da usina soviética de Chernobyl, na Ucrânia, explodiu durante um


teste de segurança, causando a maior catástrofe nuclear civil da história e deixando mais de 25
mil mortos, segundo estimativas oficiais. O acidente recebeu a classificação de nível máxima,
7. O combustível nuclear queimou durante 10 dias, jogando na atmosfera radionuclídeos de
uma intensidade equivalente a mais de 200 bombas atômicas iguais à que caiu em Hiroshima;
Tres quartos da Europa foi contaminada pela nuvem radioativa que se espalhou.

4.1.1 Plano de ação e medidas mitigadoras

 de 26 de abril até 5 de maio de 1986 - a maior parte da radiação foi emitida nos
primeiros dez dias. Inicialmente houve predominância de ventos norte e noroeste. No final de
abril o vento mudou para sul e sudeste. As chuvas locais frequentes fizeram com que a
radiação fosse distribuída local e regionalmente.
 de 27 de abril a 5 de maio de 1986 - aproximadamente 1800 helicópteros jogaram
cerca de 5000 toneladas de material extintor, como areia e chumbo, sobre o reator que ainda
queimava.
 27 de abril de 1986 - os habitantes da cidade de Pripyat foram evacuados.
 28 de abril de 1986, 23 horas - um laboratório de pesquisas nucleares
da Dinamarca anunciou a ocorrência do acidente nuclear em Chernobyl.
 29 de abril de 1986 - o acidente nuclear de Chernobyl foi divulgado como notícia pela
primeira vez, na Alemanha.
 até 5 de maio 1986 - durante os 10 dias após o acidente, 130 mil pessoas foram
evacuadas.
 6 de maio de 1986 - cessou a emissão radioativa.
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 de 15 de maio a 16 de maio de 1986 - novos focos de incêndio e emissão radioativa.
 23 de maio de 1986 - o governo soviético ordenou a distribuição de solução de iodo à
população.
 Novembro de 1986 - o "sarcófago" que abriga o reator foi concluído. Ele destina-se a
absorver a radiação e conter o combustível remanescente. Considerado uma medida
provisória e construído para durar de 20 a 30 anos, seu maior problema é a falta de
estabilidade, pois, como foi construído às pressas, há risco de ferrugem nas vigas.
 1989 - o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6 da usina.
12 de dezembro de 2000 - depois de várias negociações internacionais, a usina de Chernobyl
foi desativada.

4.2 EUA

Em Three Mile Island (Pensilvânia), uma falha humana impediu o resfriamento


normal de um reator, cujo centro começou a derreter. Os dejetos radioativos provocaram uma
enorme contaminação no interior do recinto de confinamento, destruindo 70% do núcleo do
reator. Um dia depois do acidente, um grupo de ecologistas mediu a radioatividade em volta
da usina. Sua intensidade era oito vezes maior que a letal. Cerca de 150 mil pessoas foram
evacuadas das proximidades do local. O acidente foi classificado no nível 5 da escala
internacional de eventos nucleares (INES), que vai de 0 a7.

4.2.1 Plano de ação e medidas mitigadoras

As falhas mecânicas foram criadas pela falha inicial dos operadores do reator em
reconhecer a situação como um acidente de perda de líquido refrigerante devido a treino
inadequado e fatores humanos como erros de desenho industrial relacionados com a presença
de indicadores ambíguos na sala de controlo no interface do utilizador da central. O âmbito e
complexidade do acidente tornou-se claro no decurso de cinco dias, quando empregados da

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Metropolitan Edison, oficiais do estado da Pensilvânia e membros da Comissão Nuclear
Reguladora dos Estados Unidos tentavam compreender o problema, comunicavam a situação
para a imprensa e comunidade local, decidiam se o acidente requeria uma evacuação de
emergência e por fim davam conta do fim da crise.
No final, o reator foi de novo controlado, apesar de maiores detalhes do acidente só
terem sido descobertos mais tarde, seguindo extensas investigações por uma comissão
presidencial e pela Comissão Nuclear Reguladora. O Relatório da Comissão Kemeny
concluiu que "ou não haverá casos de câncer ou o número será tão pequeno que nunca será
possível detectá-los. A mesma conclusão é aplicável para outros efeitos de saúde." Alguns
estudos epidemiológicos posteriores ao acidente suportaram a conclusão de que a liberação de
radiação no acidente não teve efeitos perceptíveis na incidência de cancro nos residentes perto
do reator, apesar de estas descobertas terem sido contestadas por uma equipe de
pesquisadores.

4.3 JAPÃO

O terremoto de 9 pontos da Escala Richter que atingiu o Japão em 11 de março,


causou estragos na usina nuclear Daiichi, em Fukushima, cerca de 250 quilômetros ao norte
de Tóquio. Explosões em três dos seis reatores da usina deixaram escapar radiação em níveis
que se nível 5 da escala internacional de eventos nucleares (INES) pelas autoridades
japonesas.

4.3.1 Plano de ação e medidas mitigadoras

Medições realizadas pelo Ministério da Ciência e Educação do Japão nas áreas do


norte do Japão entre 30 e 50 km da área apresentaram níveis altos de césio radioativo,
suficientes para causar preocupação. Alimentos produzidos na área foram proibidos de serem
vendidos. Foi sugerido que as medições mundiais de iodo-131 e de césio-137indicaram que os
lançamentos radioativos de Fukushima são da mesma ordem de grandeza que os lançamentos
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de isótopos do desastre de Chernobyl em 1986; O governo de Tóquio recomendou que a água
da torneira não deve ser usada temporariamente para preparar alimentos para crianças.
Contaminação por plutônio foi detectada no solo em dois locais da central nuclear.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou em 27 de março que os
trabalhadores da central foram internados por precaução, em 25 de março, por terem sido
expostos a níveis de radiação entre 2 e 6 Sv em seus tornozelos quando em pé na água na
unidade 3. A reação internacional ao acidente também era preocupante. O governo japonês e a
TEPCO (empresa japonesa de energia elétrica) têm sido criticados por má comunicação com
o público e esforços de limpeza improvisados. Especialistas dizem que uma força de trabalho
de centenas ou mesmo milhares levariam anos ou décadas para limpar a área. Em 20 de
março, o chefe de gabinete do secretário Yukio Edano anunciou que a estação seria desativada
tao logo acabasse a crise.

4.4 EUA 1979

O vazamento de uranio em uma instalação secreta perto de Erwin (tennessee)


contaminou cerca de 1000 pessoas.

4.5 JAPÃO 1982

Quatro vazamentos na usina nuclear de tsuruga província de fukui a 300 quilometro de


Toquio,278 pessoa foram contaminadas pela radiação.

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4.6 RÚSSIA 1993

Uma explosão na usina de reprocessamento de combustível irradiado em tonsk-7


cidade secreta da Sibéria Ocidental, provocou a formação de uma nuvem e a projeção de
matérias radioativas. O número de vítimas é desconhecido. A cidade, hoje chamada de
Seversk, é fechada e só pode ser visitada a convite. Possui diversos reatores nucleares e
industrias química para separação e enriquecimento e reprocessamento de plutônio e uranio.

4.7 JAPÃO 1999

A mesma usina voltou a ser palco de um novo acidente nuclear em 30 de setembro de


1999, devido a erro humano, provocando a morte de dois técnicos. Mais de 600 pessoas,
funcionários e habitantes dos arredores, foram expostos à radiação e cerca de 320 mil pessoas
foram evacuadas. Os dois técnicos haviam provocado uma reação nuclear descontrolada, ao
utilizar uma quantidade de urânio muito superior à prevista durante o processo de fabricação.

4.8 JAPÃO

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Na usina nuclear de Mihama a oeste de Toquio um vapor não radioativo vazou por um
encanamento que se rompeu devido a um processo de corrosão.

4.9 FRANÇA 2008

Durante um a operação de manutenção em um dos reatores da usina nuclear de


Tricastin, no sul da França, substâncias radioativas vazaram, contaminando muito levemente
uma centena de empregados. Segundo autoridades francesas, as substâncias chegaram a
atingir dois rios próximos ao local. Autoridades chegaram a proibir o consumo de agua e
pesca nos rios próximos.

4.10 ACIDENTES NO BRASIL

No Brasil, merece destaque dois acidentes bastante representativos: o acidente com o


Césio137 em Goiânia e o da Usina Santo Amaro ou Nuclemon, em São Paulo. Na tabela
abaixo, uma relação dos principais acidentes no Brasil geralmente ocorrendo por falhas na
segurança e irresponsabilidade de dirigentes: No Brasil, merece destaque dois acidentes
bastante representativos: o acidente com o Césio137 em Goiânia e o da Usina Santo Amaro
ou Nuclemon, em São Paulo. Na tabela abaixo, uma relação dos principais acidentes no Brasil
geralmente ocorrendo por falhas na segurança e irresponsabilidade de dirigentes:

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5. TIPOS DE ACIDENTE

5.1 ACIDENTES CRITICOS

O acidente em Chernobyl é um exemplo de acidente crítico e de escape de energia em


reatores nucleares. No acidente de menor escala em Sarov, um homem trabalhando
com urânio altamente enriquecido sofreu irradiação quando tentava realizar uma experiência
com uma esfera de material físsil. O acidente de Sarov é interessante porque o sistema
permaneceu em estado crítico durante muitos dias até que pudesse ser detido. Este é um
exemplo de um acidente de âmbito limitado em que poucas pessoas podem sofrer ferimentos,
já que não se produz escape de radioatividade. Um exemplo bem conhecido deste tipo de
acidente ocorreu no Japão em 1999.

5.2 DETERIORAÇÃO TÉRMICA

São os produzidos por operação fora dos limites de temperatura de funcionamento de


um reator. Por exemplo, em Three Mile Island, o vazamento do líquido de refrigeração uma
vez interrompida a reação nuclear, em um reator de água pressurizada, produziu um
acréscimo de temperatura por falta de água para resfriá-lo. Como resultado o combustível
nuclear sofreu danos e a estrutura interna do reator fundiu-se.

5.3 TRANSPORTE
Acidentes de transporte podem causar uma liberação de radioatividade
resultando na contaminação ou danos na blindagem causando irradiação direta.
Em Cochabamba um aparelho de radiografia com raios gama com defeito foi transportado
num ônibus de passageiros como carga. A fonte gama estava fora da blindagem, e irradiou
alguns passageiros.
No Reino Unido, foi revelado em um recente caso judicial que uma fonte
de radioterapia foi transportada de Leeds a Sellafield em blindagem com defeito. A blindagem
tinha uma abertura na parte inferior. Considerou-se que nenhum ser humano foi seriamente
ferido pela radiação que escapou.
19
5.4 FALHA NO EQUIPAMENTO

Falha no equipamento é um tipo de acidente possível. Recentemente em Białystok,


na Polônia, os dispositivos eletrônicos associados a um acelerador de partículas, usado para o
tratamento de câncer, tiveram um mau funcionamento. Isto levou pelo menos um paciente a
sofrer sobre-exposição. Embora a falha inicial fosse simples (um diodo semi condutor), ela
desencadeou uma série de eventos que levaram a ferimentos por radiação.
Outra causa relatada de acidentes é a falha do software de controle, como nos casos
envolvendo o equipamento de radioterapia Therac-25: a eliminação do intertravamento de
segurança por hardware em um novo modelo expôs um defeito não detectado previamente
no software de controle, o qual poderia levar os pacientes a receber doses excessivas de
radiação sob condições de ajuste específicas.

5.5 ERRO HUMANO

O erro humano foi responsável por muitos acidentes. Por exemplo, uma pessoa que
calcula erradamente a atividade da fonte de teleterapia. Isto levaria o paciente a receber a dose
errada de raios gama. No caso de acidentes de radioterapia, uma sub-exposição é um acidente
tanto quanto uma sobre-exposição, já que os pacientes não receberiam os benefícios do
tratamento prescrito. Também os seres humanos cometem erros, enquanto operam
equipamentos e instalações, que têm resultado em overdoses de radiação, tal como nos
acidentes de Nevvizh e Soreq.
Em 1956, o físico canadense Louis Slotin, do Projeto Manhattan, realizou um
experimento de risco conhecido como “cutucando o rabo do dragão” que envolvia dois
hemisférios de berílio reflector de nêutrons, mantidos juntos em torno de um núcleo
de plutônio levando à sua criticalidade. Os hemisférios foram distanciados por uma chave de
fendas, que escorregou e levou a uma reação em cadeia, enchendo a sala com radiação danosa
e um flash de luz azul (devido à ionização do ar). Slotin, por reflexo, separou os hemisférios
em reação ao flash de luz azul, evitando radiação adicional aos demais trabalhadores
presentes na sala. Porém Slotin absorveu uma dose letal de radiação e morreu na semana
seguinte.

20
5.6 PERDA DA FONTE

Acidentes por perda de fonte são aqueles em que uma fonte radioativa é perdida,
roubada ou abandonada. A fonte pode então causar danos a seres humanos ou ao ambiente.
Por exemplo, ver o evento em Lilo onde fontes foram abandonadas pelo exército soviético.
Outro caso ocorreu em Yanango, onde uma fonte de radiografia foi perdida. Também
em Samut Prakarn uma fonte de teleterapia de cobalto foi perdida e em Gilan, no Irã, uma
fonte de radiografia feriu um soldador. Porém o melhor exemplo deste tipo de evento é
o acidente de Goiânia que ocorreu no Brasil

5.7 OUTROS

Alguns acidentes desafiam classificações. Estes acidentes acontecem quando o


inesperado acontece com uma fonte radiativa. Por exemplo, se um pássaro pega uma fonte
radiativa contendo rádio de uma janela e voa longe com ela, retornando ao seu ninho e então o
pássaro morre brevemente de irradiação direta e este seria o caso de um pequeno acidente
com radiação. Se o ato de colocar a fonte na janela por um humano foi o evento que permitiu
à ave o acesso à fonte, não é claro como tal acidente deveria ser classificado (se como uma
perda de fonte ou alguma coisa mais).

21
6. EXTRAÇÃO

O BRASIL é o segundo maior produtor de urânio do mundo e ocupa a sexta posição


em termos de reserva, o urânio brasileiro é processado por meio de diluição em ácido
sulfúrico e como resultado obtém-se uma pasta de cor amarelada que será enriquecida em seu
isótopo.

Durante o processo de retirada de urânio nas minas trabalhador fica exposto a um


envenenamento de baixa intensidade, durante o processo de retirada há inalação e absorção
pela pele, no caso dos efluentes utilizados na remoção de urânio das minas não se constatou
nenhum impacto ao meio ambiente, porem os isótopos 226 e 228 do elemento radio
apareceram em águas subterrâneas provenientes dos despejos de resíduos da lixiviação. Com
o objetivo de estudar a degradação ambiental das atividades mineradoras desde o tratamento
até a disposição dos rejeitos é preciso saber o quanto entra e o quanto sai dessa radioatividade;
outra etapa é a de estimar matematicamente, os resultados vão indicar a necessidades de
medidas de controle. Vale destacar a indústria de fosfato, na qual as concentrações de urânio e
tório apresentam se na rocha fosfática, que pode apresentar quantidades de isótopos 226 e 228
de rádio. Com determinação da CNEN, o IRD vem realizando uma pesquisa, com objetivo de
garantir a proteção do trabalhador, e avaliar possíveis impactos decorrentes da atividade
mineradora. Convém ressaltar que todas atividades de extração de elementos radioativos
apresentam riscos à saúde do trabalhador.

22
7. ENRIQUECIMENTO DO URÂNIO

O urânio encontrado na natureza precisa de tratamento industrial, pois, se sua


concentração for só de urânio- 235 for acima de 90%, ele não poderá ser utilizado devido à
reação em cadeia muito rápida e de difícil controle, mesmo um a pequena fração se tornaria
um a bomba atômica. Para o enriquecimento de urânio foram desenvolvidas várias técnicas
entre elas o processo de difusão gasosa e de ultracentrifugação, e o processo a laser (este
ainda em fase de pesquisa). Por ser atividades de tecnologias muito avançadas os países que
as detêm não compartilha suas informações com outras nações.

23
8. TRANSPORTE E ARMAZENAGEM

Para o transporte de materiais radioativos é necessário a elaboração de um relatório de


análise de segurança, conhecido como plano geral de transporte (PGT), no qual constara as
ações de segurança a quantidade e números de viagens, o responsável pelo transporte, o
destinatário e o supervisor de radioproteção, todos estes dados devem ser enviados e
apresentados a CNEN. As matérias a serem transportados devem ser estar descritos na
ficha de segurança bem como o número ONU associado a tais materiais, e o número de risco.
Todo o material devera terá identificação de reatividade, solubilidade, toxidade dentre outros
subsidiários a classe 7.
O veículo de transporte deverá contar com equipamentos destinados a uma eventual
emergência bem como unidades de apoio kit de emergência para controle e mitigação de
danos ambientais, todo o trajeto e horários previsto para transporte deve ser seguido à risca
pelo condutor.
A armazenagem de material radioativo, deve ser de tal forma que minimize o percurso
do local de armazenagem até o local de manipulação e que impossibilite acesso de pessoas
não autorizadas, o armazém deve ser blindado e sinalizado e constantemente monitorado
quanto à contaminação, deve-se manter atualizados todos os registros das fontes contidas no
local bem como registros das retiradas pelos responsáveis, quando se tratarem de líquidos
radioativos estes devem estar em embalagens hermeticamente vedadas e inquebráveis

24
9. APLICAÇÕES DA ENERGIA NUCLEAR

A energia nuclear pode ser utilizada para diferentes atividades, sendo a mais conhecida
a sua transformação em energia elétrica. Dentro de um reator nuclear e colocado o elemento
combustível onde se processa a reação de fissão nuclear, essa reação química gera uma
enorme fonte de calor que é convertida em energia mecânica e posteriormente em energia
elétrica. A grande vantagem é que se utiliza pouco material para geração de energia elétrica.

A utilização de radioisótopos nas áreas farmacêuticas e da agricultura e indústria tem


múltiplos benefícios, como principal propriedade podemos destacar o poder de destruir as
células nocivas presentes no organismo, quando injetados na forma de isótopos radioativos
possibilita identificá-los em determinados locais do organismo, como exemplo prático
podemos citar o uso do iodo 131(I-131) de meia vida de oito dias, quando ingerido por um
paciente ele se aloja na glândula tiróide, e quando se utiliza um detector para verificar o
mesmo pode se ver sua absorção pela glândula.

Na agricultura podemos utilizar para controle de pragas bem como para preservação
de alimentos, o procedimento é realizado em uma instalação radioativa chamado de irradiador

25
de grande porte, onde se utiliza uma fonte de CO-60, vale ressaltar que este processo está
regulamentado junto da ANVISA (agencia nacional de vigilância sanitária).

Na indústria é mais conhecido como radiografia (gamagrafia), e plenamente utilizado


no controle de qualidade e de inspeções em aeronaves, para verificar eventuais trincas e de
fadiga em partes metálicas sujeitas a grandes esforços

9.1 ELEMENTO COBUSTIVEL

No caso do urânio extraído da jazida de Caetité/BA ele enviado ao Canadá onde é


transformado em gás, logo após é enviado para Holanda onde o gás é enriquecido e retorna ao
Brasil onde é transformado em pastilhas de oxido cerâmico, O combustível a ser utilizado na
usina nuclear dependera exclusivamente do tipo de reator onde será empregado, para reatores
de água pressurizada (PWR) e de agua fervente (BWR) o combustível e fabricado a partir de
Urânio natural.

9.2 COMBUSTIVEL SOLIDO

O dióxido de urânio (UO2) é uma combustível base de óxidos pode ser utilizado em
reatores PWR e BWR sendo empregado na forma de pastilhas, como característica ele possui
baixa condutividade térmica, o resulta em uma elevada temperatura na região das pastilhas.

9.3 MOX

26
Mox é um combustível obtido a partir da mistura de plutônio e urânio natural, ou seja,
esta empobrecido, e quando misturado ao plutônio adquiri a forma similar de quando esta
enriquecido, atualmente é muito utilizado nos reatores pelo mundo.

9.4 SAIS FUNDIDOS

São combustíveis dissolvidos em um produto refrigerante, eles são empregados nos


nas usinas nucleares cujo os reatores são de sais fundidos, a sua temperatura gira em torno
705º C e seu ponto de ebulição chega a 1500ºC.

Soluções aquosa de sais de urânio, é muito pouco utilizado devido ao grande risco de
acidente, já que em seu estado favoreceria a rápida dispersão:

Nitreto de urânio é um combustível de alto valor e boa condutividade elétrica, é muito


utilizado em projetos de reatores fabricados pela NASA.

27
10. LICENCIAMENTO

Atualmente no Brasil uma series de exigências devem ser seguidas antes mesmo do
início das obras onde será construída. As Usinas nucleares quando da sua constituição ficam
submissas as leis de cada pais que por sua vez, são regidas por tratados internacionais, nos
quais constam que a atividade nuclear será para uso e fins pacíficos. No Brasil não é diferente
além de seguir os tratados internacionais, as atividades nucleares são fiscalizadas e
autorizadas pela CNEN(Comissão de energia nuclear) que autoriza utilização de material
nuclear, sendo necessário ainda a liberação por parte do órgão de meio ambiente
IBAMA(instituto brasileiro do meio ambiente e recursos naturais renováveis) o que assegura
que a usina foi projetada de forma a oferecer aos seus trabalhadores a máxima segurança,
após a elaboração do RIMA, o IBAMA pode decidir pela liberação ou não do início das
instalações através da LP(licença previa), sendo atendido todos os requisitos para proteção do
meio ambiente é concedido à licença de instalação (LI) e posteriormente tendo atendido
todos os requisitos de segurança e proteção do meio ambiente e postergada à licença de
operação da usina nuclear.

10.1 CRITÉRIOS DE SEGURANÇA ADOTADOS PARA AS USINAS


NUCLEARES ANGRA 1, ANGRA 2 E ANGRA 3

10.1.1 Considerações gerais

De todas as atividades industriais, a geração de energia elétrica em usinas nucleares é


uma das que oferecem menos risco. O pensamento e atitude dominante é a melhoria contínua,
que é sempre possível melhorar a segurança.
As usinas que constituem a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, CNAAA,
foram projetadas e construídas dentro dos mais rigorosos critérios de segurança adotados
internacionalmente. Seu licenciamento ambiental está a cargo do IBAMA, e o nuclear está a
cargo da CNEN, obedecendo rigorosamente à legislação vigente no país.

28
No projeto e na operação da CNAAA a segurança ganha prioridade absoluta, e de
acordo com a Política de Gestão Integrada da Segurança da Eletrobrás Eletronuclear, “A
Segurança Nuclear é prioritária e precede a produção, não devendo nunca ser comprometida
por qualquer razão”. Tem-se como meta deste esforço satisfazer o objetivo principal que é
proteger os indivíduos, a sociedade e o meio ambiente contra o risco radiológico.
As usinas nucleares possuem sistemas de segurança redundantes, independentes,
fisicamente separados e de tecnologias diversas, em condições de prevenir acidentes e,
também, de resfriar o núcleo do reator em situações normais ou de emergência. Na situação
improvável de perda de controle do reator em operação normal, esses sistemas de segurança
entram automaticamente em ação para impedir condições operacionais inadmissíveis.
Além de todos esses sistemas, as usinas nucleares de Angra têm sistemas de segurança
passivos, que funcionam sem que precisem ser acionados por dispositivos elétricos. Esses
sistemas são as numerosas barreiras protetoras de concreto e aço, os edifícios de contenção,
que protegem as usinas contra impactos externos tais quais terremotos, maremotos,
inundações e explosões, ou aumento da pressão no interior da usina.
No importante processo de treinamento para os profissionais das usinas, destaca-se o
licenciamento dos Operadores das Salas de Controle. Eles recebem treinamento sistemático
em sala de aula, na usina e em simulador. Além disso, precisam ser licenciados pela Comissão
Nuclear de Energia Nuclear, CNEN. Os operadores de Angra 1 passam por um rigoroso
treinamento realizado nos Estados Unidos e na Europa, onde utilizam simuladores
compatíveis com a Sala de Controle da usina. A Eletronuclear possui em Mambucaba
(município de Paraty) um simulador que é uma réplica da sala de controle de 3 Angra 2. Lá,
todos os operadores da usina são treinados, podendo-se reproduzir todas as situações que
ocorrem durante o funcionamento normal da Usina ou em situações anormais e simular
emergenciais. Operadores de diversos países têm sido treinados neste simulador. Para Angra
3, um simulador específico está em fase de especificação e compra. Sala de controle da usina
Angra 1.
Além dos rígidos critérios adotados nas fases de projeto e de operação, há um plano de
emergência que abrange uma área com raio de quinze quilômetros em torno da CNAAA. Esse
plano, que envolve, além da Eletronuclear, os órgãos da Defesa Civil, a CNEN, o Exército, a
Marinha, a Aeronáutica e diversas empresas de prestação de serviços, contempla todas as
medidas para proteção dos trabalhadores e da população no caso de um acidente nuclear,

29
inclusive até a necessidade de evacuação ordenada. Por isso, periodicamente são feitos
exercícios simulados para que se possa testar o seu funcionamento.
Além dos processos de auto avaliação implementados pela Eletronuclear, as usinas
são sistematicamente auditadas pelos órgãos reguladores nacionais - a CNEN mantém
profissionais residentes que têm acesso a todos as atividades e documentos – e são avaliadas
periodicamente por organismos internacionais, como a Agência Internacional de Energia
Atômica, IAEA, e a Associação Mundial de Operadores Nucleares, WANO (World
Association of Nuclear Operators). As usinas também travam um intenso intercâmbio com
outros organismos nacionais e internacionais na busca da melhoria contínua.

10.1.2 Segurança no projeto

No projeto de uma central nuclear, a concentração e foco da engenharia na segurança


são fundamentais. Tem-se como meta deste esforço satisfazer o objetivo principal que é
proteger os indivíduos, a sociedade e o meio ambiente contra o risco radiológico. Este
objetivo é atingido com a adoção de medidas em diferentes níveis, no projeto, fabricação,
construção e operação como detalhado a seguir.
Condições de acidente são evitadas mediante a observância rigorosa dos requisitos de
projeto, fabricação e operação especificados para aumentar a segurança tais como:
- Margens de segurança adequadas no projeto de sistemas e componentes da central
nuclear;
- Seleção cuidadosa dos materiais, juntamente com ensaios abrangentes (ex.: testes
não destrutivos e de integridade) dos mesmos;
- Garantia da qualidade abrangente durante a fabricação, a montagem e o
comissionamento;
- Controle repetido e independente do nível de qualidade alcançado;
- Supervisão da qualidade ao longo da vida útil da central mediante inspeções
periódicas de rotina;
- Facilidade de manutenção de sistemas e componentes da central nuclear;
- Monitoração confiável das condições operacionais;
- Registro avaliação e utilização das experiências adquiridas durante a operação – na
própria usina e na indústria como um todo - com o fim de aprimorar a segurança;
- Treinamento rigoroso e abrangente do pessoal de operação.

30
Ações Corretivas: A indicação e registro de falhas diretamente na sala de controle
possibilitam que as funções de controle de processo, sejam atuadas pelo pessoal de operação.
A fim de minimizar o recurso às ações manuais, existem sistemas de limitação, além dos
sistemas de controle, que iniciam contramedidas corretivas em situações anormais no sentido
de retorno à condição normal de operação.
Controle de Acidentes: Apesar das precauções tomadas para evitar acidentes, postula-
se, quando os sistemas são dimensionados, que ocorrerão eventos anormais improváveis,
chamados "acidentes básicos de projeto" durante a vida útil da central nuclear. Os acidentes
postulados que a central deve ser capaz de suportar e que devem ser controlados são:
- Acidentes originados no interior da central, tais como ruptura de uma tubulação
principal de refrigerante, de vapor principal ou de água de alimentação, falha do sistema de
controle do reator, e
- Acidentes devido a impactos externos: terremoto, onda de pressão devido à explosão.
Considerar como condições de projeto a ocorrência de acidentes e os meios para
controlá-los é uma característica do projeto de centrais nucleares que excede à prática usual
da indústria comercial e que, em contrapartida, confere à indústria nuclear um grau de
segurança muito acima do usual na indústria convencional. Com esta finalidade específica,
são dimensionados dispositivos de segurança descritos a seguir.
Barreiras Passivas: A contenção segura da radioatividade produzida na fissão nuclear
é obtida mediante uma série de barreiras que agem para proporcionar "defesa em
profundidade".
− A barreira mais interna dos produtos de fissão é o combustível, ou seja, o próprio
dióxido de urânio. Na sua maior parte, os produtos de fissão ocupam posições vazias na
estrutura cristalina da pastilha onde são retidos. Apenas uma pequena fração dos produtos de
fissão voláteis e gasosos é capaz de escapar da estrutura do combustível.
− Para impedir que esta parcela atinja o refrigerante, as pastilhas são colocadas dentro
de tubos de revestimento estanques
− O sistema de refrigeração do reator se apresenta como mais uma barreira estanque e
evita liberação de radioatividade para dentro da esfera de contenção. Esquema das barreiras
físicas que compõem a defesa em profundidade
− Afim de impedir a liberação não controlada de radioatividade para o meio ambiente
na hipótese de vazamentos postulados no sistema de refrigeração do reator, este está fechado
dentro de uma esfera de contenção estanque de aço.

31
− Para proteger a contenção contra impactos externos, por exemplo ondas de pressão
resultantes de explosões, dispõe-se do prédio do reator, em concreto, como última barreira.
Dispositivos de Segurança Ativos: A eficácia das barreiras precisa ser mantida não só
durante a operação normal e sob condições anormais, mas também na hipótese de acidentes
postulados, de modo que a proteção do meio ambiente e do pessoal de operação esteja
assegurada sob todas as circunstâncias.
Para controlar estes acidentes básicos de projeto, sistemas de segurança ativos que
têm sua ação coordenada pelo sistema de proteção do reator.
O sistema de proteção do reator monitora continuamente as principais variáveis de
processo da central e inicia contramedidas de segurança sempre que forem iminentes
condições de risco.
O sistema de desligamento rápido do reator utiliza barras de controle absorvedoras de
nêutrons, sustentadas magneticamente em posição retirada fora do núcleo durante a operação
em potência. Além disso, existe um segundo sistema diverso de desligamento, capaz de
desligar o reator mediante injeção de solução de ácido bórico, absorvedor de nêutrons, no
refrigerante.
O sistema de isolamento da contenção veda a mesma contra a atmosfera externa, no
decorrer de acidentes durante os quais se espera a presença de radioatividade dentro da
contenção. Todas as tubulações que penetram através da parede de contenção (salvo aquelas
utilizadas por sistemas que controlam e mitigam o acidente) são bloqueadas por, pelo menos,
duas válvulas de isolamento montadas em série.
O sistema de remoção de calor residual assume a tarefa de refrigerar o núcleo do
reator também na hipótese de um acidente com perda de refrigerante. Bombas de injeção de
segurança de alta pressão são capazes de compensar pequenas perdas de refrigerante. As
bombas de remoção de calor residual, de baixa pressão, compensam perdas maiores e
removem a longo prazo o calor residual gerado no reator desligado.
Se o sistema secundário, ou seja, o circuito água/vapor da turbina for afetado por um
acidente com falha do sistema operacional normal de suprimento de água de alimentação, o
sistema de água de alimentação de emergência garantirá o suprimento continuado dos
geradores de vapor.
O sistema de suprimento de energia elétrica de emergência garante o abastecimento
dos sistemas relacionados com a segurança se o conjunto turbo gerador cessar de gerar a

32
demanda interna de energia da central durante um acidente e a rede externa de energia elétrica
não mais estiver disponível.

10.1.3 Principios de projeto para o sistema de segurança

Para assegurar a alta confiabilidade dos sistemas de segurança, são observados os


seguintes princípios de projeto: − Redundância As consequências de falhas simples aleatórias
são controladas mediante aplicação do princípio de redundância. Redundância significa que
componentes e sistemas importantes são instalados em número maior do que seria necessário
para cumprir suas funções. Um exemplo é do tipo "2 entre 5" (ou "5 x 51%"). Isto significa
que, se funcionarem pelo menos 2 dos 5 subsistemas disponíveis, quando necessário, o
sistema de refrigeração de emergência do núcleo será ainda capaz de desempenhar a sua
função de segurança.
Nas considerações a respeito da redundância supõe-se que, por ocasião do acidente
hipotético:
• Um subsistema esteja paralisado para manutenção ou reparo
• Outro subsistema falhe
• Os subsistemas remanescentes deverão ser capazes de atender às condições
anormais, de modo que o sistema global deverá ser pelo menos do tipo 3 x 111%. Com o
projeto de 5 circuitos usado para o reator de 1311 MW (Angra 2 e Angra 3), a subdivisão dos
sistemas de segurança em troncos de 5 x 51% é mais conveniente.
Evitam-se falhas de modo comum, tais como erros de fabricação, em áreas específicas
do sistema de proteção do reator mediante aplicação do princípio da diversidade. Diversidade
implica na utilização de diferentes grandezas físicas de medida ou na utilização de
equipamentos de fabricantes diferentes para cumprir uma mesma finalidade.
Para protegê-los contra falhas que possam afetar os sistemas adjacentes, os
subsistemas redundantes são separados fisicamente entre si. Assim, a ocorrência de danos
como incêndios, inundações decorrentes, por exemplo, de rupturas de tubulações, ficarão
sempre restritos a uma redundância não comprometendo a função do sistema.
Em certos casos, a aplicação do princípio "fail-safe" proporciona proteção adicional.
Sempre que possível, os sistemas de segurança são projetados de tal maneira que falhas nos
próprios sistemas ou no suprimento de energia elétrica, iniciem ações direcionadas para o lado

33
seguro. Por exemplo, as barras de controle caem desligando o reator no caso de falta de
energia interna da usina.
Ações para controle de ocorrências anormais são iniciadas automaticamente, não se
contando com a atenção e a capacidade de tomada de decisões corretas por parte da equipe de
operação. Em Angra 2 e Angra 3, por exemplo, a fim de minimizar a probabilidade de
decisões incorretas tomadas sob pressão nos primeiros minutos após o início da ocorrência,
todas as funções essenciais de segurança são operadas automaticamente desde o início do
incidente até o mínimo 31 minutos após, ficando desnecessárias as ações manuais.
O atendimento a requisitos de qualidade rigorosos confere ao projeto da Usina alto
grau de confiabilidade, proporcionando operação contínua e segura.
Os dispositivos de segurança incorporados ao projeto asseguram a possibilidade de
controle de acidentes cuja ocorrência, embora extremamente improvável, é postulada como
base de projeto. Princípios de segurança em nível internacional permeiam todo o projeto.
Desta forma, pode-se afirmar que a operação das usinas nucleares brasileiras é segura e que a
probabilidade de ocorrência de um acidente com consequência para o meio ambiente é
extremamente reduzida em comparação com outras atividades industriais convencionais.
Construídas numa região com probabilidade muito baixa de ocorrência de eventos
sísmicos, as usinas de Angra foram projetadas para resistir a terremotos. Diversos sistemas
garantem, de forma segura, o desligamento das usinas após qualquer abalo que atinja as
especificações consideradas no seu projeto.
Esse projeto se baseia em normas de segurança internacionais, que consideram uma
aceleração horizontal na rocha de 1.11 g (aceleração da gravidade, 10 m/s2). Especialistas da
PUC/RJ e do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP (IAG/USP) estimam que a
probabilidade de ocorrência de um abalo dessa proporção nas proximidades da Central
Nuclear é de uma a cada 51 mil anos.
A CNAAA possui uma Estação Sismográfica equipada com aparelhos modernos que
monitoram, identificam e analisam os eventos sísmicos locais e regionais. Essa Estação é
operada, desde 2002, pelo pessoal do IAG-USP e monitora continuamente qualquer vibração
no sítio das usinas e registra todos os eventos. Ela permite determinar o epicentro, a
magnitude e as demais características de qualquer evento sísmico, além de indicar o nível de
aceleração na região da Central Nuclear.
Esses registros, aliados aos catálogos sísmicos disponíveis, confirmam a baixa
sismicidade da região de Angra. Além disso, cada usina possui instrumentação sísmica

34
própria e independente para monitoramento dessas acelerações. Caso ocorra um abalo, que
ultrapasse 11% das acelerações estimadas no projeto, um alarme é disparado na sala de
controle onde sua intensidade pode ser identificada imediatamente. Nesse caso, os valores de
aceleração são analisados para calcular seu impacto na Usina. Se as acelerações atingirem
51% dos valores de projeto, a Usina deve ser inspecionada para verificar a existência de
algum dano.
O maior terremoto registrado na região Sudeste, nas últimas décadas, ocorreu em 22
de abril de 2118, atingiu 5,2 graus na escala Richter e teve seu epicentro no Oceano Atlântico,
a 215 km da cidade de São Vicente, no litoral paulista, e a 315 km da Central Nuclear
Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). O nível das acelerações registrado na Estação
Sismográfica de Angra dos Reis foi de 1,1117 g, (2% do valor de projeto), e inferior ao nível
mínimo acima do qual passaria a ser registrado na instrumentação sísmica das próprias usinas
(1,11 g).
Três fatores são determinantes para medir a intensidade local de um evento sísmico: a
magnitude do terremoto, à distância em relação ao epicentro e a profundidade em que ocorre
o abalo. Por exemplo, um terremoto de magnitude 5 na escala Richter, com o epicentro no
local das usinas, não provocaria acelerações superiores às previstas no projeto. Para tanto,
seria necessário que ocorresse um abalo de magnitude 5 a menos de 12 km; ou um terremoto
de magnitude 6 a menos de 37 km da Central Nuclear.
A possibilidade de um tsunami (maremoto) atingir o litoral brasileiro na região
Sudeste é mínima. Um evento desta natureza é provocado na maioria das vezes em
decorrência de um abalo sísmico de grande magnitude (superior a 7.1) no mar, em que o foco
esteja pouco profundo e em regiões de borda de placas tectônicas que se movem uma em
direção à outra, gerando ondas que podem alcançar grande amplitude nas regiões costeiras
próximas. Este fenômeno é o que ocorreu em várias ocasiões no Pacífico e no episódio do
Japão de 11 de março de 2011.
A região Sudeste do litoral brasileiro está situada na placa tectônica Sul Americana,
que se afasta da placa tectônica Africana. Portanto, no oceano Atlântico Sul, não existem as
condições necessárias para gerar os tsunamis (maremotos). Consideração de Terremotos e de
Movimentos de Mar no Projeto das Usinas de Angra Projeto toma por base os registros
históricos de ocorrência de sismos (área de interesse311km em torno da instalação)
Possibilidade mínima de tsunamis no Brasil - costa brasileira distante de bordas de
placas tectônicas; - placas tectônicas no Atlântico Sul em movimento de afastamento Proteção

35
contra Movimentos de Mar MOLHE DE PROTEÇÃO ondas de 5m + 6,38m + 8,11m +
1,51m - 1,578m +1,197m 1 CNG 1 CNG níveis de maré de projeto (estudos ENCAL e
COPPETEC) elevação do mar na interação onda-molhe altura máxima de onda para tempo de
recorrência de 51 anos + 5,11m + 5,61m cota de acesso aos prédios de segurança cota de
construção lado mar lado terra projeto do Molhe para contenção de ondas de até 5m 13 5.
Geração de Energia Nuclear Os átomos de Urânio.

36
11. ACIDENTE NA USINA DE STORYBROOKE CALCULOS

Após a revolução industrial, a grande explosão demográfica pelo mundo fez com que
se aumentasse o consumo dos recursos naturais, o uso da energia elétrica na indústrias e
residência, está totalmente atrelada ao uso dos recursos naturais. No início para atender essa
demanda foram construídas grandes barragens para receber uma hidrelétrica em consequência
inúmeros impactos ambientais foram registrados a fauna e flora.

A busca pela geração de energia a partir de fontes que gerem menos impactos no meio
ambiente, fez com que as constituições das usinas nucleares se tornassem uma realidade,
entretanto os acidentes ocorridos em várias usinas nucleares pelo mundo põem em cheque o
uso desta fonte de energia. Na cidade americana de Storybrooke na noite de 15/03/16 ocorreu
uma série de explosões em um dos reatores nuclear, no momento cerca de 23 trabalhadores
perderam suas vidas, e muitos outros perderam a vida nos meses seguintes a tragédia; A usina
trabalhava com urânio-235 e a partir das explosões foi lançado para a atmosfera cerca de 128
gr, tornando o local inabitável, técnicos realizando medidas estabeleceram que após o
decaimento de 1/16 da quantidade inicial o local poderia voltar a ser habitado novamente.
Sabendo que o urânio-235 tem sua meia vida de 21 anos podemos utilizar da formula a seguir
para realizar o cálculo de quando o local poderá voltar a ser habitado novamente.

Formula: M (t) =M0 *(2) ^-t/p


Onde:
M0-quantidade (massa) inicial de material radioativo.
t- Tempo decorrido.
p-valor da meia vida do material radioativo considerado
Realizando os cálculos:
1/16=2^-t/21
16^-1=2^-t/21
2^-4=2^-t/21
-4=-T/21
t=21*4

37
t= 84 meses

Demonstrando graficamente, podemos visualizar de como é o decaimento radioativo:

QUANTIDADE DE MESES EM QUE O LOCAL


PODERA VOLTAR A SER HABITADO

0 A 21 MESES 21 A 42 MESES 42 A 63 MESES 63 A 84 MESES

RADIOTIVIDADE SEMIDESINTEGRAÇÃO Colunas1


Histograma Radioatividade por meses

QUANTIDADE DE MESES EM QUE O LOCAL


PODERA VOLTAR A SER HABITADO

0 A 21 MESES 21 A 42 MESES 42 A 63 MESES 63 A 84 MESES

RADIOTIVIDADE SEMIDESINTEGRAÇÃO Colunas1


Gráfico de barras Radioatividade

38
12. O COMPORTAMENTO DA EMPRESA

12.1 O CONHECIMENTO DA EMPRESA SOBRE OS RISCOS DA


ATIVIDADE

Para analisarmos essa situação precisamos levar em conta algumas informações com
as seguintes:
Os Estados Unidos e a França emitiram declaração conjunta em 29 de agosto
expondo seus pontos de vista comuns sobre a responsabilidade civil nuclear. A Declaração
Conjunta sobre Responsabilidade Civil por Danos Nucleares, anunciada no mesmo dia em
comunicado à imprensa do Departamento de Energia dos EUA, inclui o apoio dos dois países
à criação de um regime de responsabilidade nuclear global, possibilitando a compensação
adequada das vítimas de acidentes nucleares, como determinado no Plano de Ação para
Segurança Nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A declaração conjunta é resultado de discussões entre os Estados Unidos e a França
durante o último ano que culminaram na assinatura da declaração conjunta pelo secretário de
Energia dos EUA, Ernest Moniz, e o ministro de Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e
Energia da França, Philippe Martin. “A assinatura dessa declaração conjunta pelos dois países
é um grande marco na direção de uma recomendação importante da AIEA: a criação de um
regime de responsabilidade nuclear global, e conclamo todos os países a adotar as medidas
necessárias para aderirem”, disse Moniz.
“Além disso, essa declaração reconhece a importância de colocar a Convenção sobre
Compensação Suplementar por Danos Nucleares (CSC) em vigor como medida inicial. Os
Estados Unidos estão trabalhando para colocar a CSC em vigor nos próximos 12 meses”,
disse Moniz.
Especificamente, a declaração conjunta expressa o compromisso dos Estados Unidos e
da França de:

• Trabalhar juntos no sentido de alcançar um regime global baseado nas relações


previstas em tratados entre os Estados Unidos, a França e outros países que possam ser
afetados por um acidente nuclear.

39
• Coordenar suas ações para incentivar a adesão aos instrumentos internacionais
aperfeiçoados de responsabilidade nuclear, inclusive, quando apropriado, à Convenção de
Paris revisada (junto com a Convenção de Bruxelas revisada) ou à Convenção de Viena
revisada, o que pode estar vinculado ao protocolo conjunto e à CSC, tendo como medida
inicial a entrada em vigor da CSC.
• Incentivar os países a terem leis nacionais que incorporem plenamente os princípios
internacionais, inclusive o direcionamento de toda a responsabilidade por danos nucleares
exclusivamente ao operador com base na responsabilidade objetiva, e os aperfeiçoamentos
recentes desses princípios, bem como melhores práticas destinadas a melhorar a compensação
por danos nucleares.
Os Estados Unidos e a França concordaram que tais ações dos Estados Unidos, da
França e de outros países garantirão compensação adequada e justa às vítimas de danos
nucleares decorrentes de acidentes nucleares e criarão a confiança mundial necessária para o
desenvolvimento de energia nuclear e atividades industriais relacionadas, informou o
Departamento de Energia.

Por ser uma empresa americana e de acordo com os tratados acima e outros que
conhecemos, que são citados na mesmo texto a empresa não poderia estar em funcionamento
se o grupo de engenheiros responsáveis não tivesse conhecimento e treinamento para os riscos
das atividades como exemplo temos os projetos aplicados em Angra 1,2,3, como citamos no
item 10.1 onde relacionamos toda a fase de projeto para Angras funcionarem em um pais no
qual as leis não são tão seguidas a risca como nos EUA.
Segurança de alta pressão são capazes de compensar pequenas perdas de refrigerante.
As bombas de remoção de calor residual, de baixa pressão, compensam perdas maiores e
removem a longo prazo o calor residual gerado no reator desligado. Se o sistema secundário,
ou seja, o circuito água/vapor da turbina for afetado por um acidente com falha do sistema
operacional normal de suprimento de água de alimentação, o sistema de água de alimentação
de emergência garantirá o suprimento continuado dos geradores de vapor. O sistema de
suprimento de energia elétrica de emergência garante o abastecimento dos sistemas
relacionados com a segurança se o conjunto turbo gerador cessar de gerar a demanda interna
de energia da central durante um acidente e a rede externa de energia elétrica não mais estiver
disponível.

40
12.2 A EMPRESA SEUS COMPROMISSOS E OS IMPACTOS SOCIAIS

Ao nosso ver a empresa em questão está deixando a desejar em seus compromissos


sociais pois se em Chernobyl como podemos ler pela reportagem abaixo, não acreditam que o
concreto e chumbo sejam suficiente para o isolamento da radiação do citado acidente, como
que podemos acreditar que apenas concreto seja suficiente para deter a radiação de
StoryBrooke, e essa vegetação crescerá? Se conseguir germinar e for vegetação frutífera as
pessoas que se alimentarem desses frutos provavelmente podem ser contaminados, ao nosso
ver também se a empresa responsável não isolar totalmente os resíduos ela interfere nas
questões éticas. Quanto as questões políticas podemos ver também através da reportagem
abaixo pois, são os próprios Estados Unidos estão financiando um projeto na Ucrânia, a
equipe a responsável pela usina estão indo em desacordo com o que o próprio pais acredita.
Como podemos refletir com o texto abaixo
Um gigantesco arco de 32 mil toneladas, revestido de aço inoxidável, está sendo
construído próximo à região onde aconteceu o maior desastre nuclear da história: Chernobyl,
na Ucrânia. A idéia é utilizar a estrutura para eliminar definitivamente o risco de
contaminação radioativa no local, cobrindo qualquer resquício que tenha sobrado do acidente.
As informações são do jornal The New York Times. O projeto foi criado porque os
engenheiros não acreditam mais na segurança do sarcófago de concreto e chumbo que hoje
guarda o local. O arco gigante será construído para segurar a radiação de Chernobyl por cerca
de 100 anos. Depois desse período, os cientistas acreditam que haverá tecnologia adequada
para extrair o combustível do reator e depositá-lo em um lugar seguro, eliminando a ameaça
constante no local. E além de medidas que poderiam ser tomadas antes do acidente como
temos em Angra e citamos no item 10.1.3 Princípios de projeto para os sistemas de segurança
para assegurar a alta confiabilidade dos sistemas de segurança.
Apesar de a usina apresentar estratégias, as mesmas são falhas como citamos acima,
pois da forma que trataram os resíduos não são suficientes para afirmar que esse não
interferiram em impactos ambientais, como já pesquisamos pois o mesmo poderá atingir a
vegetação e dessa forma esta tem grande chance de atingir a população e pode atingir lençóis
freáticos e até contaminar populações mais distantes portanto para conseguirmos minimizar
precisamos repensar a forma de isolamento dos resíduos.

41
Exemplos: Poderiam seguir o que está sendo planejado para Chernobyl e também a
forma que foi executada em Goiânia após o Césio 137, em Goiânia foi removido toda
vegetação ao invés de cobrir a área com vegetação, sendo todos animais sacrificados, e outras
medidas que são relatadas no decorrer dos textos abaixo.

42
13. ELEMENTOS QUIMICOS UTILIZADOS PELA USINA

13.1 TÓRIO

O tório é um elemento químico de símbolo T. e de número atômico igual a 90, com


massa atômica aproximada de 232,0 u. À temperatura ambiente, o tório encontra-se no estado
sólido. Foi descoberto em 1828 por Jöns Jacob Berzelius.
Símbolo: T.
 Número atômico: 90
 Ponto de fusão: 1.755 °C
 Massa atômica: 232,03806 u ± 0,00002 u
 Raio de Van der Waals: 250 pm
 Descobrimento: 1828
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 6d2
 Ponto de ebulição: 5.000º C
 Densidade: 11.66g/cm3 (17º C)
 Estados de oxidação: +5
 Baixa solubilidade água
 Configuração eletrônica Rn 6d27s2

13.2 PROACTÍNIO

O protactínio é um elemento químico de símbolo Pa e de número atômico igual a 91,


com massa atômica aproximada de 231,0 u. À temperatura ambiente, o protactínio encontra-
se no estado sólido.
 Símbolo: Pa
 Descobrimento: 1917
 Massa atômica: 231,03588 u ± 0,00002 u
 Número atômico: 91

43
 Ponto de fusão: 1.568 °C
 Configuração eletrônica: [Rn] 5f26d17s2
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 Insolúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 6d1 7s2 5f2

13.3 URÂNIO

O urânio, é um elemento químico de símbolo U e de massa atômica igual a 238 u,


apresenta número atômico 92, é um elemento natural e comum, muito mais abundante que a
prata.
 Símbolo: U
 Massa atômica: 238,02891 u ± 0,00003 u
 Número atômico: 92
 Elétrons por camada: 2,8,18,32,21,9,2
 Descobrimento: 1789
 Configuração eletrônica: [Rn] 5f36d17s2
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo,
é facilmente hidrolisado a cloreto de uranila (menos Solúvel) e oxidado a dióxido de urânio
(insolúvel), o que reduz a absorção do urânio.
 A solubilidade é elevada no caso do tetracloreto de urânio e acetato de uranila e
baixa para diuranato de amônio. Apesar de tetracloreto de urânio ser altamente solúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 6d1 7s2 5f3

13.4 NEPTÚNIO

O neptúnio ou netúnio é um elemento químico sintético de símbolo Np, com número


atômico 93. A sua massa atômica é 237.0582 u. À temperatura ambiente, o neptúnio encontra-
se no estado sólido. É o quarto elemento da família dos actinídios.
 Símbolo: Np
 Massa atômica: 237 u
 Configuração eletrônica: [Rn] 5f56d17s2

44
 Número atômico: 93
 Ponto de fusão: 638,8 °C
 Número CAS: 7539-99-8
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 Insolúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 6d1 7s2 5f5

13.5 PLUTÔNIO

O plutónio ou plutônio é um elemento químico representado pelo símbolo Pu e de


número atómico igual a 95. À temperatura ambiente, o plutónio encontra-se no estado sólido.
 Símbolo: Pu
 Número atômico: 95
 Elétrons por camada: 2,8,18,32,25,8,2
 Massa atômica: 255 u
 Descobrimento: 1950
 Ponto de fusão: 639,5 °C
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 Insolúvel
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 7s2 5f6

13.6 AMERÍCIO

O amerício é um elemento químico radioativo e transurânico com símbolo Am e


número atômico 95.
 Símbolo: Am
 Número atômico: 95
 Massa atômica: 253 u
 Configuração eletrônica: [Rn] 5f77s2
 Descobrimento: 1955
 Ponto de fusão: 1.176 °C
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo

45
 Insolúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 7s2 5f7

13.7 CÚRIO

O cúrio é um elemento químico de símbolo Cm, de número atômico 96 com massa


atômica 257 u. É um elemento metálico, sintético, transurânico, do grupo dos actinídeos.
 Símbolo: Cm
 Massa atômica: 257 u
 Número atômico: 96
 Ponto de fusão: 1.357 °C
 Número CAS: 7550-51-9
 Descobrimento: 1955
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 Insolúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 7s2 5f8

13.8 BERQUÉLIO

O berquélio ou berkélio é um elemento químico de símbolo Bk, número atômico 97


que apresenta massa atômica igual a [257] u. É um elemento metálico, sintético, transurânico,
pertencente ao grupo dos actinídeos na tabela periódica dos elementos.
 Símbolo: Bk
 Ponto de ebulição: 709,8 °C
 Descobrimento: 1959
 Massa atômica: 257 u
 Número atômico: 97
 Configuração eletrônica: [Rn] 5f97s2
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 Insolúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 7s2 5f9

46
13.9 CALIFORNIO

O califórnio é um elemento químico de símbolo Cf, número atômico 98 e de massa


atômica igual a [251] u.
 Símbolo: Cf
 Descobrimento: 1950
 Massa atômica: 251 u
 Número atômico: 98
 Ponto de fusão: 898,8 °C
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 Descobridores: Glenn Theodore Seaborg, Albert Ghiorso
 Insolúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 7s2 5f10

13.10 EISNTÊNIO

O einstênio ou einsténio é um elemento químico de símbolo Es, número atômico 99 e


com massa atômica [252] u. É um elemento metálico, transurânico e radioativo, pertencente
ao grupo dos actinídeos.
 Símbolo: Es
 Elétrons por camada: 2, 8, 18, 32, 29, 8, 2
 Massa atômica: 252 u
 Número atômico: 99
 Ponto de fusão: 860 °C
 Descobrimento: 1952
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 Insolúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 7s2 5f11

13.11 FERMIO

47
O férmio é um elemento químico sintético, de símbolo Fm, número atômico 100 com
massa atômica [257] u. É radioativo, metálico, transurânico, e faz parte do grupo dos
actinídeos. Foi descoberto em 1955 por uma equipe liderada por Albert Ghiorso.
 Símbolo: Fm
 Número atômico: 100
 Elétrons por camada: 2,8,18,32,30,8,2
 Descobrimento: 1953
 Massa atômica: 257 u
 Configuração eletrônica: [Rn] 5f127s2
 Série química: Metal, Elemento do 7º período, Metal pesado tóxico, Actinídeo
 Solúvel
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 5s2 3d10 5p6 5s2 5d10 5p6 6s2 5f 15 5d10 6p67s2 5f 15 7s2 5f12

13.12 ISOTOPOS

(1) Série do urânio, a partir do isótopo 238 do urânio e cujos primeiros elementos são
o tório (235), o protactínio (235), o urânio (235), o tório (230), o rádio (226) e o radônio
(222). O átomo final da série é o chumbo (206), não radioativo.
(2) Série do tório, iniciada com o isótopo 232 do tório e seguida de rádio (228), actínio
(228), tório (228), rádio (225) e outros átomos, até terminar com o chumbo estável (208).

(3) Série do actínio, a partir do isótopo 235 do urânio, que se transforma


sucessivamente em tório (231), protactínio (231), actínio (227), tório (227), frâncio (223) etc.,
até finalizar no chumbo estável (207).
Esta sequência é empregada nos processos de fusão ou ruptura nuclear.

Há ainda uma quarta série, a série do netúnio, que começa com o isótopo 237 do
netúnio, que tem meia-vida de dois milhões de anos. Os elementos que integram essa série
não ocorrem naturalmente; são produzidos artificialmente por reações nucleares. Nas séries
radioativas, as emissões alfa reduzem em quatro unidades a massa atômica de um isótopo,
expressa entre parênteses, enquanto que na emissão beta se conserva a massa atômica e se
modifica somente a natureza dos átomos.

48
Urânio:
Isótopos mais estáveis

Ed
Meia- M
iso AN Me PD
vida D
V
232
5,51 58
sintético 68,9 a ε Th
U 5
233 229
5,90 T
sintético 159 200 a ε
U 9 h
235 230
0.0055 T
255 500 a ε -
U % h
235 231
0.7205 7,038×10 5.67 T
8
α
U % a 9 h
238 235
99.2752 5,568×10 5.27 T
9
α
U % a 0 h

Sabemos que o elemento urânio é encontrado na natureza na forma combinada.


O isótopo mais abundante de urânio (238U) não possui um grande poder de fissão. Mas
sabemos que o isótopo de urânio ( 235U) possui um grande poder de sofrer fissão nuclear. A
probabilidade deste isótopo do urânio ser fissionado é da ordem de mil vezes maior que
qualquer outro elemento. A matéria prima para a fabricação de combustível nuclear nos
reatores nucleares é o UO2, este óxido é muito pobre em urânio físsil (235U), isto é que pode
sofre fissão nuclear. Aproximadamente 0,7% dos átomos de urânio presente neste oxido são
urânio físsil, sendo assim necessário o enriquecimento de urânio, ou seja, a separação do
urânio físsil do urânio não físsil. Dentre os processos de enriquecimento de urânio apenas dois
processos se destacam industrialmente, sendo a difusão gasosa e a ultracentrifugação. O
processo de difusão gasosa consiste em comprimir o hexafluoreto de urânio (UF 6) através de
membranas porosas, associadas em série a fim de separar o 235U do 238U. No processo de
ultracentrifugação, a separação é feita através da força centrifuga.
Para as usinas, o porcentual de enriquecimento é de 3% a 5%. Para mover submarinos,
por exemplo, precisa-se de Urânio enriquecido a 20%. Com 95% de concentração de U-235
49
produz-se uma bomba atômica Fissão do núcleo de urânio - 235U, gerando dois novos núcleos,
dois nêutrons livres e grande quantidade de energia.

13.13 FISSÃO NUCLEAR

A fissão nuclear é uma reação que ocorre no núcleo de um átomo. Geralmente o


núcleo pesado é atingido por um nêutron, que, após a colisão, libera uma imensa quantidade
de energia. No processo de fissão de um átomo, a cada colisão são liberados novos nêutrons.
Os novos nêutrons irão colidir com novos núcleos, provocando a fissão sucessiva de outros
núcleos e estabelecendo, então, uma reação que denominamos reação em cadeia.
Um parâmetro importante para analisar a estabilidade de um núcleo é a razão entre o
número de prótons e o número de nêutrons. Por um lado, a falta de nêutrons pode tornar a
distância entre prótons tão pequena que a repulsão se torna inevitável, resultando na fissão do
núcleo. Por outro lado, como a força nuclear é de curto alcance, o excesso de nêutrons pode
acarretar uma superfície de repulsão eletromagnética insustentável, que também resultaria na
fissão do núcleo. Assim, um dos principais fatores para a estabilidade do núcleo é que
tenhamos N = Z.
Quando o isótopo urânio-235 (235U) recebe um nêutron, ele passa para um estado
excitado que corresponde ao urânio-236 (236U). Pouco tempo depois esse novo núcleo
excitado se rompe em dois novos elementos. Esse rompimento, além de liberar novos
nêutrons, libera uma grande quantidade de energia.
Os nêutrons provenientes do rompimento do núcleo excitado vão encontrar novos
núcleos, gerando, portanto, uma reação em cadeia. A fim de que os novos nêutrons liberados
encontrem novos núcleos, para assim manter a reação em cadeia, após a fissão do núcleo de
urânio, deve-se ter uma grande quantidade de urânio-235. Como a concentração de urânio-
235 no mineral urânio é pouca, obtém-se o urânio 235 em grande escala através do processo
de enriquecimento do urânio.

50
A fissão nuclear de um átomo de urânio libera grande quantidade de energia, cerca de
200 mev. Se for descontrolada, a reação será explosiva – é o que acontece com as bombas
atômicas.

13.14 RADIAÇÃO NOS SERES VIVOS

A medida que a radiação penetra nos tecidos, como nos materiais, vai perdendo
energia através de uma série de colisões e interações ao acaso com os átomos e moléculas que
lhe atravessam o caminho. No caso dos materiais não estávamos interessados nos efeitos da
radiação no absorvedor. No caso dos tecidos vivos, estas alterações devem ser consideradas,
porque influenciam o funcionamento das células.
Estas colisões originam íons (elétrons arrancados) e radicais químicos reativos que
rompem ligações, causando alterações em moléculas vizinhas. A distribuição das ionizações
ao longo do trajeto depende da energia, da massa e da carga da radiação. Cada tipo de
radiação, então, perde energia de maneira peculiar.
Por exemplo, geralmente, os raios X e gama (que são eletricamente neutros) se
caracterizam por um baixo gradiente de transferência linear de energia, ou seja, geram poucos
íons ao longo do seu trajeto e penetram profundamente nos tecidos. Já as partículas dotadas de
carga se caracterizam por uma transferência linear mais elevada e menor penetração.

51
Essa densidade de liberação de energia está relacionada à capacidade de provocar
lesões (danos). Desta forma as radiações com alta transferência linear (por exemplo, prótons e
partículas alfa) produzem, em geral, um dano maior que as radiações de baixa transferência
linear de energia (raios X e raios gama, por exemplo). A figura 6 mostra o efeito das
radiações, com alta e baixa taxa de transferência de energia, nos organismos vivos.
Os efeitos biológicos das radiações ionizantes podem ser do tipo somático e isto
significa que seus efeitos aparecem na própria pessoa que recebeu a radiação, ou hereditários
o que significa que aparecerão em seus filhos sendo o resultado do dano ocasionado nas
células reprodutoras da pessoa que recebeu a radiação.

Os efeitos somáticos podem ser imediatos, se a dose absorvida for muito alta, em torno
de 1 Gray, e recebida toda de uma só vez. Os sintomas são náusea e vômito. Isto é conhecido
como síndrome da radiação. Doses absorvidas acima de dois Grays podem levar a morte. À
medida que a dose aumenta, as chances de sobrevivência diminuem.
Já os efeitos somáticos tardios são resultado de pequenas doses, mas continuadas num
longo intervalo de tempo. São casos que ocorrem em pessoas ocupacionalmente expostas,
como os radiologistas e mineiros de urânio, por exemplo. Estes efeitos são: maior incidência
de câncer, possibilidade de formação de catarata e há certas evidências de que a expectativa
de vida seja levemente reduzida.
A investigação de efeitos somáticos, como por exemplo alguns tipos de câncer e a
leucemia, nos leva a questionar a existência de um limiar de radiação que seja responsável
pelo desencadeamento desses efeitos.
A tendência atual, gerada pelos resultados de experimentações com doses
consideradas baixas, é de não aceitar a existência de um limiar de segurança absoluta. Pelo
contrário, postula-se que haja uma relação contínua entre exposição e risco.
52
14. ATUAÇÃO MEDICA NO ACIDENTE DO CESIO 137

14.1 FASE DE EMERGÊNCIA

Acidentes envolvendo o 137Cs podem ocorrer nas áreas de indústria, medicina ou


pesquisa, mas são raros. Daí a importância que assume o ocorrido em Goiânia, fato agravado
por ter envolvido um grande número de pessoas e atingido área de extensão significativa.
Notificado o acidente, a equipe médica foi imediatamente acionada para compor a Operação
Césio-137. Inicialmente, foram chamados os profissionais pertencentes aos quadros dos
organismos que controlam o uso de material radioativo no País (CNEN – Comissão Nacional
de Energia Nuclear, NUCLEBRÁS – Empresas Nucleares Brasileiras S / A, FURNAS –
Furnas Centrais Elétricas S / A, entre outros), bem como os profissionais da Secretaria de
Saúde do Estado de Goiás. Coube à equipe médica, auxiliada por funcionários do setor de
Proteção Radiológica dos mencionados órgãos oficiais, o trabalho de orientação e triagem,
internação hospitalar, transferência e pesquisa. O desafio estava lançado. O trabalho da equipe
médica teve início com a identificação de locais e pessoas acidentadas, obedecendo às
seguintes etapas:
a) Primeiros Socorros nos Focos de Contaminação – procedeu-se à localização de
áreas e de pessoas contaminadas onde houvesse parte do material radioativo. Ali, nos focos,
foram feitas as primeiras medicações e foi providenciado o isolamento das áreas atingidas. A
partir daí as pessoas eram encaminhadas para o Estádio Olímpico;
b) Monitoração, Triagem, Descontaminação e Encaminhamento – no Estádio
Olímpico, foram monitoradas 112.800 pessoas, com os seguintes objetivos: identificar e
confirmar a presença de contaminação; adotar as primeiras medidas de descontaminação, bem
como de retirada dos bens pessoais contaminados (roupas, sapatos, etc.); e encaminhar o
paciente, quando necessário, para os hospitais;
c) Internação – no Hospital Geral de Goiânia, os pacientes eram avaliados de acordo
com a severidade dos seus graus de contaminação e/ou das suas radiolesões. Obteve-se ali a
história clínica daquelas pessoas para que fosse avaliado o grau de envolvimento que cada um
tivera com o elemento radioativo. Exames laboratoriais foram feitos para a contagem
hematológica, bem como a monitoração externa, visando determinar a presença de possível
contaminação externa e/ou interna. Para o Hospital Naval Marcílio Dias – unidade de apoio
53
para acidentes radioativos - pertencente à Marinha Brasileira - e localizado no Rio de Janeiro,
foram encaminhados 15 pacientes do acidente de Goiânia. Essas transferências obedeceram
aos seguintes critérios: comprometimento hematológico (baseado em exame laboratorial do
sangue periférico); severidade de radiodermites (eritema, bolhas, formação e aparecimento de
úlceras, bem como necrose tecidual); e intensidade de contaminação interna e de
contaminação externa, ambas baseadas na história do contato, no resultado da monitoração de
corpo interno e na dosimetria citogenética. O Centro de Emergências em Radiação do
Hospital Marcílio Dias foi fundamental para a recuperação e o tratamento das vítimas –
processo impossível de se realizar em Goiânia, já que a cidade que não dispõe de tal unidade
especializada ou de recursos técnicos e humanos especializados em Medicina das Radiações.
Infelizmente, dentre os 15 pacientes transferidos, 05 óbitos ocorreram, a despeito da
colaboração de importantes personalidades da área médica internacional, que também haviam
colaborado no acidente de Chernobyl (URSS). Em âmbito internacional, foram mobilizados
esforços junto aos organismos que atuam na área de Saúde e Energia Nuclear, cabendo
ressaltar as seguintes entidades: AIEA, OMS, OAK RIDGE UNIVERSITY.

14.2 COMO FOI A ASSISTENCIA MÉDICA AOS


RADIOACIDENTADOS

O tratamento oferecido às vítimas à época do ascendente, em 1987, baseou-se nas


normas internacionais de descontaminação, isolamento e terapêutica. Assim, após a triagem e
o encaminhamento do paciente, iniciava-se o tratamento médico. As técnicas de
descontaminação utilizadas foram: banhos mornos com sabão neutro; uso de ácido acético
para tornar a substância radioativa solúvel e facilitar sua remoção; aplicação de dióxido de
titânio associado à lanolina, em locais onde havia maior quantidade de material radioativo
(palma das mãos e planta dos pés); uso de métodos abrasivos para descontaminação de pele,
(pedra-pomes, buchas de nylon, etc.), aplicação de resinas de trocas iônicas que eram
colocadas em luvas e botas plásticas para descontaminação de mãos e pés. O isolamento no
Hospital Geral de Goiânia, dos pacientes contaminados, obedeceu a critérios recomendados
pela proteção radiológica e consistia na divisão de um andar do Hospital em três diferentes
áreas. Especial atenção foi dada à área considerada “fria”, onde se situava a estrutura da
Proteção Radiológica com o contador de corpo inteiro, as salas de reunião, o local para a troca
de roupa dos médicos, paramédicos, físicos da Proteção Radiológica e de apoio (limpeza,
laboratório, secretaria e administração). Uma barreira definia o limite da área “crítica” (local
54
onde se encontravam os quartos dos pacientes, o posto de enfermagem, os sanitários dos
pacientes, a sala de exercícios e a sala de lazer). Todos os materiais, inclusive as vestimentas,
que atravessassem a área eram monitorizados. Diariamente, eram efetuadas medidas de
descontaminação naquela área considerada crítica. Um filtro de ar funcionava
ininterruptamente para que se soubesse o grau de contaminação do ar. Se, durante as
medições, alguma área se apresentasse com alto grau de contaminação, imediatamente a
equipe da Proteção Radiológica procedia a descontaminação com material abrasivo. A área
era liberada só após tal procedimento. Medidas de segurança também eram efetuadas em
outras áreas do Hospital (laboratório, lavanderia e salas de cirurgia) para a detecção de
contaminação residual. Os dejetos dos pacientes eram coletados em frascos plásticos e
analisados rotineiramente em laboratório de rádio química, no Rio de Janeiro. Este
procedimento proporcionava uma ideia das medidas terapêuticas necessárias a
descontaminação interna. Rejeitos foram estocados em tonéis de aço e considerados lixo
radioativo. As medidas terapêuticas adotadas tinham por objetivo a eliminação do material
radioativo do organismo do paciente, bem como a promoção de sua saúde, ou seja, minimizar
os efeitos do material radioativo e evitar consequências piores. Além dos métodos de
descontaminação já citados, lançou-se mão de outros recursos, tais como exercícios físicos e
banhos de sol. O uso de medicamentos destinados a acelerar a eliminação do Cs137 foi
satisfatório, pois houve a diminuição da contaminação verificada no contador de corpo
inteiro, bem como para a avaliação da quantidade de material radioativo eliminado pelas
excretas (urina e fezes). Durante a terapêutica, utilizou-se o ferrocianeto férrico, também
conhecido como “Azul da Prússia” em doses que variavam de 1,5 g a 20g, sendo que efeitos
colaterais foram observados em vários pacientes (constipação, epigastralgia e dores
musculares). Como, no organismo, o comportamento do 137Cs é similar ao do potássio (K),
outra tentativa de removê-lo foi feita utilizando-se diuréticos. Esse procedimento não foi
determinado somente pela capacidade que o diurético tem de eliminar metais alcalinos (K,
Cs), mas também pelo controle que tal droga poderia dar à hipertensão verificada em vários
pacientes. Assim sendo, utilizou-se Furosemida (50 mg / dia) e Hidroclorotiazida (50 a 100
mg / dia). Concomitantemente ao uso de tais drogas, logrou-se tentar a remoção do Cs137
mediante a hidratação forçada. Cada paciente ingeria, aproximadamente, 3.000 ml de
líquido/dia, entre água e sucos de frutas ricas em potássio. O uso de antibióticos de amplo
espectro, bem como de fungicidas obedeceu à indicação recomendada para cada caso. A

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utilização de métodos cirúrgicos para remoção de áreas desvitalizadas esteve sujeita à estrita
prescrição médica, obedecendo-se critérios de risco / benefício para o paciente.

14.3 DESCONTAMINAÇÃO DOS PACIENTES

1 Banho com Água e sabão


2 Permanganato de Potássio
3 Ácido Acético
5 Dióxido de Titânio + Escovação

14.4 RADIOPROTEÇÃO

1 roupa especial – tecido grosso e avental


2 Botas (tecido, Plástico)
3 Luvas (02 Pares)
5 Gorro e mascaras
5 Destino de excretas
6 Filmes e Canetas Domesticas

14.5 CONTAMINAÇÃO

1- Ingestão
2- Inalação
3- Absorção pele com solução de continuidade

14.6 SINDROME AGUDA

Aplasia de Medula Óssea – Depressão Hematológica

2 Gy Depressão medular moderada Recuperação espontânea

5 GY Depressão medular severa Recuperação mais difícil

Infecção e hemorragia podem ser fatal

56
 5GY Depressão medular mais severa
 Recuperação espontânea muito difícil
 Maioria morrem por infecção e hemorragia

15. RETIRADA E GUARDA DOS RESÍDUOS O CESIO 137 EM


GOIÂNIA

Em visita realizada a superintendência Leide das neves Ferreira fomos acompanhados


pela historiadora e professora Suely, onde podemos conhecer os fatos históricos e aprofundar
nossos conhecimentos por meio de material fornecido pela fundação, do que é considerado o
maior acidente radiológico do mundo, a abertura da cápsula de césio-137.
A meia vida do césio-137 é de 33 anos, ele provoca serias lesões ao organismo
humano sendo 25 vezes maior, nos casos onde são absorvidas ou ingeridas, deve ser
administrado remédio com objetivo de provocar a eliminação imediata do organismo.
Em um breve relato de fatos históricos descreveremos como se deu o acidente: dois
catadores de produtos recicláveis ao adentrar a um imóvel em ruínas, que se tratava de um
antigo instituto de radiologia, descobriram materiais muito pesados, ferro, chumbo, etc. Com
o objetivo de vender aqueles objetos e arrecadar algum dinheiro eles removeram aqueles
artefatos sem saber de que se tratava de uma cápsula que continha Material radioativo, após a
remoção as partes foram vendidas em um ferro velho na cidade de Goiânia-Goias. A abertura
do invólucro que continha o elemento radioativo, foi realizada ali no ferro velho, aquele pó
que emitia uma luz intensa e o fato de brilhar a noite chamou muito a atenção e o proprietário
do ferro velho que passava pelo corpo e dos demais funcionários acabou por levar para dentro
de sua residência. Logo após a exposição os indivíduos deste fato histórico começaram com
os primeiros sintomas da contaminação náuseas, vômitos, queda de cabelos, alterações
hematológicas e radiolesões.

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Fonte: O autor em visita a fundação leide das neves

A esposa do dono do ferro velho se sentindo mal diariamente atribui aquela


enfermidade a chegada daquela peça em sua residência, ela tomou uma decisão a qual foi
muito importante, ela pegou aquele artefato e o levou a vigilância sanitária.

Partindo-se de pressupostos, um dos técnicos solicitou a um engenheiro que


verificasse aquele material, ele utilizou de um equipamento que no primeiro momento só iria
identificar como material radioativo, mas não se sabia qual era o grau de emissão de radiação,
partindo se dessa primeira leitura, solicitaram a presença de técnicos da CNEN. Após a
chegada da equipe especializada, iniciaram os trabalhos de isolamento e monitoramento e
descontaminação.
Dentre as pessoas contaminadas estava a pequena leide das neves Ferreira, que se
alimentava no momento em que teve contato com resíduos de césio-137, e tornou-se uma das
vítimas fatais a única vítima a ingerir césio-137.
As retiradas dos materiais contaminados geraram cerca de 6000 toneladas de rejeitos
do acidente radiológico em Goiânia, eles foram separados e classificados como a seguir:
-Solo, entulho sucatas (85%)
-Papel, plásticos, tecidos (11%)
-Animais, Frutos madeiras (5%)

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Os rejeitos foram colocados em embalagens de maneira a blindar umas às outras, após
os trabalhos de descontaminação foi realizado o cálculo de atividade de todas embalagens.
Esse lixo atômico foi acondicionado em 2900tambores e 1200 caixas, revestidas de aço e
protegidas por uma camada de 10 cm de concreto, betonita e revestida internamente por
emulsão asfáltica. O restante da cápsula foi envolta uma matriz de cimento com pintura
externa em poliuretano alifático.

Fonte: O autor em visita a secretaria e fundação leide das neves

Por meio dos dados coletados pressupõem-se que a soma de um tambor cheio de
resíduos e de uma caixa tenha seu peso entorno de 3,2 ton. Através destes dados coletados
podemos realizar os cálculos para saber quanto pesa cada caixa e cada tambor:
Dados:
Peso total de lixo 6000000 Kg
Caixa nos contêineres 1200 unidades
Tambores nos contêineres 2900 unidades
Peso de uma caixa e um tambor 3200 Kg
Peso do tambor pt
Peso da caixa pc
Desenvolvendo temos:

(2900-1200) *pt+ (1200*3200) =6000000


(2900-1200) *pt=6000000- (2900*1200)
Pt= (6000000- (1200*3200)) / (2900-1200)
Pt = (6000000-3850000)/1700
Pt= 2160000/1700

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Pt= 1271

Pc=3200-1271
Pc=1929

Portanto o peso de cada caixa nos contêineres pesa 1929 Kg, já o tambor tem o peso
de 1271 kg

Nas imagens abaixo podemos ver imagens de quando o deposito em abadia de Goiás
ainda era provisório e depois a imagem de quando o deposito se tornou definitivo para os
rejeitos do césio-137.

Fonte: autor em visita a fundação Leide


Ferreira das Neves.

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16. CONCLUSÃO

Como pudemos observar através de nossa pesquisa teórica bem como ao analisar a
SGA, a energia nuclear é uma das alternativas energéticas mais debatidas no mundo:
descobrimos que energia nuclear não é renovável, uma vez que a sua matéria-prima são
elementos químicos, como o urânio, extraídos de minerais Desta forma podemos enumerar
vantagens e desvantagens: As Vantagens não contribui para o efeito de estufa (principal), não
polui o ar com gases de enxofre, nitrogênio, particulados, etc.; não utiliza grandes áreas de
terreno: a central requer pequenos espaços para sua instalação; não depende da sazonalidade
climática (nem das chuvas, nem dos ventos); pouco ou quase nenhum impacto sobre a
biosfera; grande disponibilidade de combustível; é a fonte mais concentrada de geração de
energia; a quantidade de resíduos radioativos gerados é extremamente pequena e compacta; a
tecnologia do processo é bastante conhecida; o risco de transporte do combustível é
significativamente menor quando comparado ao gás e ao óleo das termoelétricas; não
necessita de armazenamento da energia produzida em baterias. Mas também podemos
enumerar várias desvantagens necessidade de armazenar o resíduo nuclear em locais isolados
e protegidos, necessidade de isolar a central após o seu encerramento, é mais cara quando
comparada às demais fontes de energia; os resíduos produzidos emitem radioatividade durante
muitos anos, dificuldades no armazenamento dos resíduos, principalmente em questões de
localização e segurança; pode interferir com ecossistemas; grande risco de acidente na central
nuclear, como o da nossa SGA e todos os outros citados aqui, Mas não podemos deixar de
lembrar também que ao contrário do que muita gente pensa, a energia nuclear não é uma
energia suja;os impactos ambientais causados pela deposição do resíduo radioativo não são
muito maiores que os impactes do lago de uma hidrelétrica.
De uma forma geral esse trabalho contribui bastante para nosso aprendizado através da
pesquisa bem como a nossa visita em Goiânia, no Leide de Almeida Neves, conseguimos
dessa forma um aprendizado maior sobre Usinas Nucleares bem como os elementos químicos
utilizados pelas mesmas e seus isótopos.

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