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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES PARICÁ E ANGELIM VERMELHO,


ATRAVÉS DO ULTRA-SOM, EM PEÇAS COM E SEM CARREGAMENTO
DE FLEXÃO APLICADO

LUCIANE APARECIDA DERNER

FLORIANÓPOLIS,
NOVEMBRO DE 2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES PARICÁ E ANGELIM VERMELHO, ATRAVÉS


DO ULTRA-SOM, EM PEÇAS COM E SEM CARREGAMENTO DE FLEXÃO
APLICADO

LUCIANE APARECIDA DERNER

BANCA EXAMINADORA:

Profº Dr. Carlos Alberto Szücs (Orientador)

Profª Dra. Ângela do Valle (UFSC)

Profª Dra. Poliana Dias de Moraes (UFSC)

FLORIANÓPOLIS,
Novembro de 2008.
“Sou um pouco de todos que
conheci, um pouco dos lugares
que fui, um pouco das saudades
que deixei, sou muito das coisas
que gostei. Entre umas e outras
errei, entre muitas e outras
conquistei”

Ramon Hasman

ii
AGRADECIMENTOS

À minha família.
À minha mãe Lisete, pelo amor e apoio incondicional e ao meu pai Polidório, pela
inspiração, mesmo que já tenha partido.
À minha irmã Ana Luiza e ao seu Anselmo que me acompanharam nesse trajeto.
Ao Xande, pela compreensão, companheirismo, contribuição, enfim, pela parceria.

Aos professores: Profº Dr. Carlos Alberto Szücs, Profª Dra. Ângela do Valle, Profª
Dra. Poliana Dias de Moraes, representantes do Grupo Interdisciplinar de Estudos da
Madeira – GIEM, que possibilitaram a utilização da estrutura do laboratório.

Ao doutorando Rodrigo Figueiredo Terezo, pela doação da madeira de paricá, bem


como a valiosa colaboração durante todas as etapas do trabalho.

Aos colegas do GIEM, em especial o Manuel, o Saulo e o Élbio pelo auxílio nos
ensaios.

iii
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14

2. OBJETIVOS............................................................................................................ 16

2.1. OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 16


2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 16

3. A IMPORTÂNCIA DA MADEIRA ........................................................................... 17

3.1. MECANISMO DE ABSORÇÃO DE CARBONO.............................................................. 18


3.2. FLORESTA PLANTADA ......................................................................................... 20

4. DICOTILEDÔNEAS ................................................................................................ 23

4.1. O PARICÁ ........................................................................................................... 24


4.2. ANGELIM VERMELHO ........................................................................................... 27

5. MÉTODOS NÃO-DESTRUTIVOS PARA AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES


FÍSICO-MECÂNICAS DA MADEIRA ............................................................................. 29

5.1. A TÉCNICA DO ULTRA-SOM ................................................................................... 31

5.1.1. Velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas .................................. 33


5.2. DETERMINAÇÃO DAS CONSTANTES ELÁSTICAS DA MADEIRA .................................... 35

5.2.1. O emprego da técnica do ultra-som para obtenção das constantes


elásticas da madeira ............................................................................................... 38
5.3. ASPECTOS ANATÔMICOS QUE INFLUENCIAM AS PROPRIEDADES DA MADEIRA ............ 40

5.3.1. Nós ........................................................................................................... 41


5.3.2. Inclinação da grã....................................................................................... 41
5.3.3. Presença de medula ................................................................................. 41
5.3.4. Fatores referentes aos corpos-de-prova que afetam a propagação das
ondas ultra-sônicas ................................................................................................. 42
5.4. EFEITO DO CARREGAMENTO NO TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS ULTRA-
SÔNICAS ....................................................................................................................... 49

6. CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA ........................................................................... 49

iv
6.1. ORIENTAÇÕES DA NBR 7190/97 QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA ................ 51
6.2. CLASSIFICAÇÃO ATRAVÉS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS ...................................... 56
6.2.1. Orientações da NBR 15521/07 quanto à classificação da madeira .......... 59

7. MATERIAL E EQUIPAMENTOS ............................................................................ 63

7.1. MATERIAL .......................................................................................................... 63


7.1.1. O paricá .................................................................................................... 63
7.1.2. O angelim vermelho .................................................................................. 64
7.2. EQUIPAMENTOS .................................................................................................. 66
7.2.1. Aparelho de ultra-som............................................................................... 66
7.2.2. Máquina universal de ensaios................................................................... 67
7.2.3. Higrômetro resistivo .................................................................................. 67

8. METODOLOGIA ..................................................................................................... 68

8.1. CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE PARICÁ ATRAVÉS DO ULTRA-SOM............................. 68


8.1.1. Amostragem.............................................................................................. 68
8.1.2. Determinação da umidade ........................................................................ 69
8.1.3. Determinação da velocidade de propagação das ondas na direção
longitudinal (VLL) .................................................................................................... 69
8.1.4. Correção da velocidade de propagação das ondas na direção
longitudinal para a condição saturada (VLLsat) ...................................................... 70
8.1.5. Determinação da constante elástica de rigidez na direção longitudinal -
CLL 70
8.2. CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES PARICÁ E ANGELIM VERMELHO ATRAVÉS DE
ENSAIOS DESTRUTIVOS .................................................................................................. 70

8.2.1. Amostragem.............................................................................................. 71
8.2.2. Determinação da umidade (U%) ............................................................... 71
8.2.3. Determinação da densidade aparente (ρ12%) ......................................... 72
8.2.4. Ensaio de compressão paralela às fibras ................................................. 72
8.2.5. Ensaio de Flexão ...................................................................................... 75

v
8.2.6. Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de ondas
ultra-sônicas ............................................................................................................ 77

9. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 81

9.1. VERIFICAÇÃO DA VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DO ULTRA-SOM NAS PEÇAS DE


ANGELIM VERMELHO EM DUAS CONDIÇÕES DE UMIDADE: SATURADA E SECA ........................ 81

9.2. EFEITO DO CARREGAMENTO À FLEXÃO NO TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS


ULTRA-SÔNICAS. ........................................................................................................... 81

9.2.1. Tratamento estatístico dos dados ............................................................. 87


9.3. ENSAIOS DESTRUTIVOS ....................................................................................... 90
9.4. ENQUADRAMENTO DA ESPÉCIE PARICÁ NA TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DA NBR
15521/07 ..................................................................................................................... 91

10. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 96

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 98

ANEXO 1 – PARÂMETROS CLASSIFICATÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO DAS


PEÇAS DE PARICÁ ATRAVÉS DA NBR 15521/07 E DA NBR 7190/97 ................... 103

ANEXO 2 – RESISTÊNCIA E MÓDULO DE ELASTICIDADE À COMPRESSÃO


PARALELA ÀS FIBRAS PARA ESPÉCIE PARICÁ. .................................................. 108

ANEXO 3 – RESISTÊNCIA E MÓDULO DE ELASTICIDADE À FLEXÃO PARA AS


ESPÉCIES PARICÁ E ANGELIM VERMELHO........................................................... 110

ANEXO 4 – TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS ULTRA-SÔNICAS NAS


ESPÉCIES PARICÁ E ANGELIM VERMELHO, MEDIDO SIMULTANEAMENTE AO
CARREGAMENTO À FLEXÃO. .................................................................................. 113

ANEXO 5 – EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DAS MÉDIAS DO TEMPO DE


PROPAGAÇÃO DO ULTRA-SOM MEDIDOS DURANTE CARGA DE 50% DA
CARGA MÁXIMA DE FLEXÃO DA ESPÉCIE PARICÁ (28 ANOS) PARA ANÁLISE
ESTATÍSTICA DOS DADOS. ...................................................................................... 122

vi
ANEXO 6 – GRÁFICOS DA ANÁLISE DO TEMPO DE PROPAGAÇÃO DO ULTRA-
SOM MEDIDO DURANTE O CARREGAMENTO À FLEXÃO EM ZONAS
VARIADAS DE SOLICITAÇÃO (ZONA TRACIONADA, ZONA COMPRIMIDA E
LINHA NEUTRA) PARA AS ESPÉCIES PARICÁ E ANGELIM VERMELHO. ............ 124

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Processo de formação do tecido lenhoso (Fonte: SZÜCS, 2008). ............ 19


Figura 2 - Floresta plantada pela Tramontina no Pará (paricá com 1,5 anos
consorciado com Mogno). Fonte: TEREZO (2007) ............................................ 23
Figura 3 - Várias formas da espécie paricá (Schizolobium amazônicum Huber ex.
Ducke). (Adaptado de TEREZO, 2008). ............................................................. 27
Figura 4 - Várias formas da espécie angelim vermelho (Dinizia excelsa Ducke). ..... 29
Figura 5 - Velocidades de ultra-som para materiais ortotrópicos. (Fonte: PUCCINI,
2002). ................................................................................................................. 34
Figura 6 - Esquema da ortotropia da madeira com seus três eixos principais. ......... 35
Figura 7 – Sylvatest - Equipamento de ultra-som (Fonte: TEREZO, 2004). ........... 39
Figura 8 - Fatores anatômicos que influenciam as propriedades da madeira. .......... 40
Figura 9 – Influência da umidade na velocidade de propagação da onda na direção
longitudinal. (Adaptado de BUCUR, 1995 apud TEREZO, 2004). ..................... 43
Figura 10 - Variação da velocidade de propagação (m/s) de ondas longitudinais em
função da relação base/altura em corpos-de-prova de Sapin Douglas. ............. 46
Figura 11 - Variação da velocidade de propagação de ondas longitudinais (m/s) em
função da relação L/λ em corpos-de-prova de Hêtre. ........................................ 47
Figura 12 - Secagem das peças de angelim Vermelho (Dinizia excelsa Ducke)....... 65
Figura 13 - Medidor de umidade da marca BOLLMANN. .......................................... 67
Figura 14 - Técnica para a tomada dos tempos de propagação de ondas ultra-
sônicas nas pranchas de paricá. ........................................................................ 69
Figura 15 - Corpo-de-prova para ensaio de compressão paralela às fibras. ............. 73

vii
Figura 16 - Diagrama de carregamento para determinação da rigidez da madeira à
compressão (Adaptado da NBR 7190/97).......................................................... 74
Figura 17 - Corpo-de-prova para ensaio de flexão (Adaptado na NBR 7190/97). ..... 75
Figura 18 - Diagrama carga x flecha na flexão (Adaptado na NBR 7190/97). ........... 76
Figura 19 - procedimento adotado para a medida dos tempos de propagação durante
aplicação da carga de flexão.............................................................................. 78
Figura 20 - Leituras de tempo de propagação de ondas ultra-sônicas durante o
carregamento à flexão em diferentes pontos da seção transversal. .................. 79
Figura 21 - posicionamento dos transdutores nas regiões com diferentes esforços
solicitantes. ........................................................................................................ 80
Figura 22 - Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao
carregamento à flexão na zona comprimida das peças de paricá. .................... 82
Figura 23 - Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao
carregamento à flexão em diferentes zonas de solicitação (ZC-ZT-LN) das peças
de paricá. ........................................................................................................... 84
Figura 24 – Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao
carregamento à flexão em diferentes zonas de solicitação (ZT-ZC-LN) das peças
de paricá. ........................................................................................................... 84
Figura 25 – Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao
carregamento à flexão em diferentes zonas de solicitação (ZC-ZT-LN) das peças
de angelim vermelho. ......................................................................................... 85
Figura 26 -Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao
carregamento à flexão em diferentes zonas de solicitação (ZT-ZC-LN) das
peças de angelim vermelho. .............................................................................. 85
Figura 27 - Corpo-de-prova com inclinação da grã superior a 6º (graus). ................. 86
Figura 28 - Quantidade de amostras nas classes de resistência conforme parâmetro
de classificação (NBR 15521/07). ...................................................................... 94
Figura 29 - Ocorrência (%) das amostras nas classes de resistência, considerando
classificação através da NBR 15521/07 e da NBR 7190/97. ............................. 94
Figura 30 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som
analisado na Zona tracionada para a espécie paricá. ...................................... 125

viii
Figura 31 -Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som
analisado na Zona comprimida para a espécie paricá. .................................... 126
Figura 32 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som
analisado na Linha neutra para a espécie paricá. ............................................ 127
Figura 33 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som
analisado na Zona Tracionada para a espécie angelim vermelho. .................. 128
Figura 34 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som
analisado na Zona comprimida para a espécie angelim vermelho. .................. 129
Figura 35 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som
analisado na Linha neutra para a espécie angelim vermelho. ......................... 130

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Propriedades físicas e mecânicas da madeira de paricá aos 6 e 10 anos


de idade. ............................................................................................................ 25
Tabela 2 - Coeficientes de Poisson Médios para Coníferas e Dicotiledôneas. ......... 37
Tabela 3 - Comprimentos mínimos sugeridos de acordo com a freqüência do
transdutor adotado na medição.......................................................................... 48
Tabela 4 – Classes de resistência das dicotiledôneas. ............................................. 53
Tabela 5 - Valores de Kmod,1. .................................................................................. 54
Tabela 6 - Valores de Kmod,2. .................................................................................. 54
Tabela 7 - Valores de Kmod,3. .................................................................................. 55
Tabela 8 - Classes de resistência da norma SIA 164. ............................................... 57
Tabela 9 - Faixa de velocidades para classificação de peças estruturais das espécies
Sapin e Epicéa com teor de umidade 12%, de acordo com as classes de
resitência da norma SAI 164, segundo SANDOZ (1990). .................................. 57
Tabela 10 - Classes de rigidez de peças estruturais de madeira da espécie Eucalipto
Citriodora utilizando a velocidade de propagação da onda na condição saturada
e em equilíbrio com ar. ....................................................................................... 58

ix
Tabela 11 - Comparação múltipla dos valores de módulo de elasticidade entre tipos
de ensaios. ......................................................................................................... 59
Tabela 12 – Classificação por ultra-som da madeira de dicotiledônea. .................... 62
Tabela 13 - Quantidade de corpos-de-prova para a análise do efeito do carregamento
à flexão no tempo de propagação do ultra-som. ................................................ 80
Tabela 14 - velocidade de propagação do ultra-som determinada para as peças de
angelim vermelho em duas condições de umidade: saturada e seca. ............... 81
Tabela 15 - Valores médios dos tempos de propagação do ultra-som medidos
durante o carregamento à flexão dos corpos-de-prova de paricá avaliados na
Zona comprimida. .............................................................................................. 83
Tabela 16 - Análise estatística – média dos tempos de propagação do ultra-som
medidos na Zona tracionada das amostras de paricá com 19 e 28 anos, com
carga de 200 kgf. ............................................................................................... 88
Tabela 17 - Análise estatística – média dos tempos de propagação do ultra-som
medidos na Zona comprimida das amostras de paricá com 19 e 28 anos, com
carga de 200 kgf. ............................................................................................... 89
Tabela 18 - Resultados dos ensaios destrutivos realizados para o paricá (19 e 28
anos). ................................................................................................................. 90
Tabela 19 - Resultados do ensaio de flexão, realizado para as espécies: paricá (19 e
28 anos) e angelim vermelho. ............................................................................ 91
Tabela 20 - Valores médios da classificação da espécie paricá, através da NBR
15521/07 e classe de resistência definida através da NBR 7190/97. ................ 92
Tabela 21 – Valores médios da classificação através da NBR 15521/07, adotando-se
a umidade determinada conforme a NBR 7190/97. ........................................... 93
Tabela 22 - Comparação entre as classe de resistência determinadas através da
NBR 15521/07 e a resistência à compressão paralela às fibras (fco). ............... 95
Tabela 23 - Parâmetros classificatórios e Classificação das peças de paricá através
da NBR 15521/07 e NBR 7190/97 ................................................................... 104
Tabela 24 - Resistência e módulo de elasticidade à compressão paralela à fibras
para espécie paricá. ......................................................................................... 109

x
Tabela 25 – Resistência e módulo de elasticidade à flexão paralela para espécie
paricá. .............................................................................................................. 111
Tabela 26 - Resistência e módulo de elasticidade à flexão paralela para espécie
angelim vermelho. ............................................................................................ 112
Tabela 27 – Tempo de propagação do ultra-som medido na Zona comprimida
simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie paricá. ................... 114
Tabela 28 - Tempo de propagação do ultra-som medido na Zona tracionada
simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie paricá. ................... 115
Tabela 29 -Tempo de propagação do ultra-som medido em Zonas variadas
simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie paricá. ................... 116
Tabela 30 -Tempo de propagação do ultra-som medido na Zona comprimida
simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie angelim vermelho. . 117
Tabela 31 -Tempo de propagação do ultra-som medido na Zona tracionada
simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie angelim vermelho. . 118
Tabela 32 - Tempo de propagação do ultra-som medido nas Zonas Variadas
simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie angelim vermelho. . 120
Tabela 33 – Exemplo de determinação das médias do tempo de propagação do ultra-
som medidos durante carga de 50% da carga máxima de flexão da espécie
paricá (28 anos) para análise estatística dos dados. ....................................... 123

xi
RESUMO

Apesar de todo potencial apresentado pela madeira, tanto no aspecto


funcional como no ambiental, no Brasil, este material ainda é tratado tecnicamente
com descaso. Dentre os principais fatores que prejudicam a utilização adequada
deste material destaca-se a falta de classificação da madeira, a qual é dificultada
pelas particularidades anatômicas deste material. Neste sentido, destacam-se os
ensaios não destrutivos, que permitem avaliar a característica interna dos materiais
sem alterar sua capacidade de uso final. O objetivo principal deste trabalho está em
caracterizar a espécie paricá através do ultra-som e verificar o seu enquadramento
na tabela de classificação da norma brasileira – NBR 15521 – Ensaios não
destrutivos – Ultra-som – Classificação mecânica de madeira serrada de
dicotiledôneas. Paralelamente a esse estudo, será avaliado o efeito do
carregamento à flexão (NBR 7190/97) no tempo de propagação de ondas ultra-
sônicas em duas espécies de dicotiledôneas: paricá (19 e 28 anos) e angelim
vermelho.
De forma geral, foi satisfatório o enquadramento da espécie paricá na tabela
de classificação da NBR 15521/07, através da caracterização não destrutiva. Além
disso, não foi constatado efeito significativo do carregamento à flexão no tempo de
propagação de ondas ultra-sônicas, para ambas as espécies.

xii
ABSTRACT

Despite all potential presented by Wood, both in terms of functional regard and
the environment, in Brazil, this material is still technically treated with neglect. Among
the main factors affecting the proper use of this material there is a lack of
classification of wood, which is hampered by the anatomical particularity of this
material. In this sense, it is the non-destructive tests, which measure the internal
characteristics of the materials without altering the ability to use end. The main
purpose of this study is to characterize the kind paricá through ultrasound and check
your fitting in the framework of the standard classification of Brazilian - NBR 15,521 –
Non destructive test - Classification of lumber from dicotyledons. In parallel with this
study, will assess the effect of loading the flexion (NBR 7190/97) in time for the
propagation of ultrasonic waves in two species of dicotyledons: paricá (19 and 28
years) and red angelim.
In general, was satisfactory the fitting ot paricá in the framework of the standard
classification of NBR 15521/07, through non-destructive characterization. Moreover,
no significant effect was found to bending of the load in time for the propagation of
ultrasonic waves, for both species.

xiii
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

1. INTRODUÇÃO

Há séculos que, em diversas partes do mundo, a madeira vem sendo utilizada como
material em setores como: construção civil, indústria naval e moveleira. Dentre os
principais consumidores, pode-se citar os países asiáticos e europeus. Enquanto isto
no Brasil, desde a sua colonização, nunca foi dada a devida valorização a este nobre
material. Nem mesmo após a vinda de imigrantes europeus onde a madeira era um
dos principais materiais utilizados na construção de casas.

Tal situação se perpetua até os dias atuais. Apesar de todo potencial florestal
brasileiro é notório o preconceito que a madeira enfrenta inclusive por profissionais
da área, que resistem em aceitá-la como material tecnológico, e, conseqüentemente,
desconsideram os requisitos técnicos indicados para o seu emprego.

Sabe-se que o Brasil é um dos principais fornecedores de madeira tropical em todo o


mundo, entretanto, no cenário nacional este material é tratado tecnicamente com
descaso. Apesar de ter um uso muito difundido, a madeira é pouco conhecida
quando se trata da identificação anatômica e propriedades mecânicas
(BARTHOLOMEU, 2001).

Dentre os principais fatores que prejudicam a utilização adequada deste material


destaca-se a falta de classificação da madeira. Por ser um material de origem natural
sua formação é diretamente influenciada pelo ambiente ao qual está inserido. Deste
modo, considerando-se a multiplicidade de espécies das florestas brasileiras que
apresentam as mais variadas propriedades, não se tem como garantir a espécie e
tampouco a classe de resistência de um material fornecido por uma madeireira.

14
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Para GONÇALVES e BARTHOLOMEU (2000) esta realidade cria uma enorme


dificuldade para os engenheiros, arquitetos e construtores que, via de regra, também
não estão aptos a trabalhar com a madeira. Acostumados às madeiras
tradicionalmente usadas em estruturas, em geral esses profissionais adotam
determinados valores conhecidos, de resistência e elasticidade, em seus projetos.
Os autores defendem ainda que a classificação prática das peças estruturais poderia
auxiliar na minoração dos desperdícios e contribuir para um emprego mais racional
da madeira no Brasil.

Outro aspecto importante é o fato de que em virtude da exploração meramente


extrativista de florestas nativas, principalmente no norte do país, as principais
espécies utilizadas até hoje estão em risco de extinção. Surgem então, as florestas
plantadas com espécies alternativas para suprir a demanda de mercado, das quais,
diferentemente das espécies tradicionais, pouco se sabe sobre o comportamento
físico-mecânico.

Torna-se, então, de grande importância conhecer o comportamento destas espécies


em regime de plantios florestais, visando a diminuição de perdas, melhoramento
genético e do manejo florestal, criando-se condições para o desenvolvimento de
novos produtos para os desbastes silviculturais a que são submetidos (TEREZO,
2007).

Para tanto, destacam-se os Ensaios não destrutivos que, dentre outras vantagens,
permitem avaliar a característica interna dos materiais. ROSS et al. (1994) define
como avaliação não destrutiva (“non-destructive evaluation – NDE”) de materiais a
ciência da identificação de propriedades físicas e mecânicas de peças de
determinado material, sem alterar sua capacidade de uso final e com possibilidade
de utilização desta informação para tomar decisões a respeito das aplicações mais
apropriadas.

15
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Existem diversos métodos que podem ser utilizados para avaliação não destrutiva.
BODIG (2000) destaca os considerados como importantes: (1) observação visual; (2)
observação auditiva; (3) emissão de ondas de baixa freqüência; (4) método da
deflexão; (5) Radiação Gama; e (6) Método do Raio-X. Destes, o método do ultra-
som será a técnica abordada no presente trabalho.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

No cenário nacional, as pesquisas sobre o uso do ultra-som para a caracterização de


espécies de madeira são bastante recentes, contudo, promissoras. Neste sentido, o
objetivo principal do presente trabalho está em caracterizar a espécie paricá através
do ultra-som e verificar o seu enquadramento na tabela de classificação da norma
brasileira – NBR 15521 – Ensaios não destrutivos – Ultra-som – Classificação
mecânica de madeira serrada de dicotiledôneas.

2.2. Objetivos específicos

➔ Avaliar o efeito do carregamento à flexão (NBR 7190/97) no tempo de


propagação de ondas ultra-sônicas em duas espécies de dicotiledôneas: paricá
(19 e 28 anos) e angelim vermelho;

➔ Analisar se há diferença significativa entre as diferentes idades de crescimento


do paricá (19 e 28 anos), no que se refere à medição no tempo de propagação
de ondas simultaneamente ao carregamento à flexão;

➔ Verificar se ocorre diferença significativa entre o tempo de propagação de


ondas do ultra-som, com as leituras realizadas em diferentes zonas de
solicitação (tracionada e comprimida);

16
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

➔ Caracterizar o paricá através de ensaios destrutivos, de modo a se determinar


os seguintes parâmetros: umidade, densidade aparente (12%), módulo de
elasticidade à flexão e resistência característica à compressão paralela às
fibras;

➔ Caracterizar o paricá através de ensaios não destrutivos, para se obter os


seguintes parâmetros: velocidade de propagação longitudinal das ondas ultra-
sônicas (VLL), constante elástica longitudinal (CLL) e teor de umidade;

➔ Verificar o enquadramento do paricá na tabela de classificação apresentada


pela norma brasileira – NBR 15521 – Ensaios não destrutivos – Ultra-som -
Classificação mecânica de madeira serrada de dicotiledôneas.

3. A IMPORTÂNCIA DA MADEIRA

Conforme SZÜCS (2005), a madeira, um material formado dentro do processo


fisiológico do crescimento das árvores, é o único material utilizado na construção
civil, que é de fonte renovável.

Sob o ponto de vista ambiental, a madeira desempenha importante função ecológica,


desde quando é ainda um componente da árvore até quando passa a ser utilizada
como material.

A princípio, a árvore, que é parte integrante das florestas, influencia o ecossistema


de várias maneiras, dentre elas: absorção de carbono, manutenção do clima,
proteção de nascentes de rios, interação com outros animais e vegetais. Tal situação
se prolonga após sua morte, quando ocorre a conversão do xilema em substrato que
servirá a outras formas de vida (insetos, fungos), e ainda, os caules servirão de
abrigo para diversos animais (TARCÍSIO, 2008).

17
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Posteriormente, como material a madeira se destaca por seu processo produtivo ter
demanda de baixo consumo energético, quando comparado a outros ciclos
industrializados, uma vez que não há fabricação e sim beneficiamento. Este é, sem
dúvida, um dos fatores que caracterizam sua sustentabilidade. Um aspecto
interessante é que em países produtores de aço e cimento, que são materiais de
fonte não renovável, as reservas diminuem com o passar do tempo. Ao passo que,
em nações produtoras de madeira, as reservas podem aumentar por intermédio das
florestas plantadas.

No que se refere à funcionalidade, esse material é reconhecido e valorizado em


diversas partes do mundo pela indústria da construção por apresentar propriedades
como: resistência mecânica elevada em relação ao peso próprio, facilidade de
usinagem, resistência química apreciável, excelentes propriedades de isolamento
térmico.

3.1. Mecanismo de absorção de carbono

Fazendo-se uma breve abordagem sobre este tema, destaca-se que a fotossíntese é
o processo de síntese orgânica a partir do qual os vegetais transformam a energia
luminosa em energia química e a armazenam em compostos orgânicos denominados
alimentos (AFUBRA - Associação dos Fumicultores do Brasil).

A seguinte expressão apresenta o processo químico da fotossíntese:

CO2 + 2 H2O LUZ CH2O + O2 + H2O (1)


clorofila

onde: H2O = água; CO2 = dióxido de carbono; CH2O = fórmula mínima da glicose –
(CH2O) 6; O2 = oxigênio.

18
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Nota-se que para formar seu próprio alimento através do processo da fotossíntese, a
planta necessita de três componentes básicos: água (proveniente do solo), dióxido
de carbono (absorvido da atmosfera), e luz do sol.

SZÜCS (2005) explica que a seiva bruta retirada do solo sobe pelo alburno até as
folhas, onde se processa a fotossíntese produzindo a seiva elaborada que desce
pela parte interna da casca, o floema, até as raízes. Parte desta seiva elaborada é
conduzida radialmente até o centro do tronco por meio dos raios medulares, onde o
excesso vai sendo depositado, dando origem ao cerne.

A Figura 1 ilustra o processo de nutrição (formação) da árvore, que através da


fotossíntese desenvolve as cadeias de celulose, as quais originam os elementos
anatômicos da madeira:

Figura 1 - Processo de formação do tecido lenhoso (Fonte: SZÜCS, 2008).

Portanto é imperativa a realização de estudos, bem como a divulgação maciça dos


resultados, principalmente no que tange a elaboração de bens duráveis de madeira.
Os quais, propiciam a fixação do carbono capturado por um período prolongado,
contribuindo assim, de maneira mais eficiente para a redução do efeito estufa.

19
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

3.2. Floresta Plantada

Sabe-se que desde o período colonial grande parte da madeira utilizada nas
construções provinha de florestas nativas. No entanto, diante de uma nova realidade
que retrata a devastação destas matas, incluindo o risco de extinção de algumas
espécies é fundamental uma nova postura no que se refere à fonte deste material.
Sob este aspecto, tem-se a possibilidade da formação de novas reservas de madeira
através do plantio de florestas, as quais, dentre outras vantagens, contribuem
significativamente para duas questões: (1) absorção e fixação de carbono; (2)
combate ao desmatamento.

Para GONÇALVES e BARTHOLOMEU (2000) o Brasil sempre foi marcado pelo


desmatamento indiscriminado e pela falta de preocupação com a preservação e
recuperação das espécies nativas. Esta devastação se deve a vários fatores, dentre
eles, a falta de preparo técnico da indústria madeireira. Aliado a isto, a falta de
conhecimento do material, por parte dos profissionais que se utilizam da madeira, faz
com que haja tendência de se utilizar as mesmas espécies até seu total
desaparecimento.

Conforme pronunciamento da então Ministra do Meio Ambiente Marina Silva, foi no


início do século 20 que teve origem o processo sistemático e perseverante de
desenvolvimento da Silvicultura moderna do Brasil (publicado pela ABRAF –
Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas).

Ainda segundo o Ministério do Meio Ambiente, o desenvolvimento da silvicultura do


Brasil esteve associada de forma marcante a dois fatores:

➔ a intervenção forte do estado brasileiro através de pesados programas de


incentivo fiscal e financiamento público;
➔ estabelecimento de cadeias produtivas altamente verticalizadas e
concentradas.

20
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Este processo produziu excelentes resultados, mas também deixou lacunas


fundamentais:

➔ país de maior biodiversidade do planeta pouco desenvolveu a silvicultura de


suas espécies nativas;
➔ a participação dos pequenos produtores é pequena, o que desfavorece a
distribuição de renda e benefícios;
➔ conflitos socioambientais relacionados ao desenvolvimento da silvicultura não
são raros.

No Brasil, a maior parte das florestas plantadas é formada por espécies exóticas:
pinus e eucalipto. Atualmente, estima-se que a área de plantações florestais no
Brasil atinge aproximadamente 5,7 milhões de hectares, e se localiza
predominantemente nas regiões sul e sudeste do país.

Para HOEFLICH e TUOTO (2007) o desenvolvimento tecnológico da silvicultura de


espécies de rápido crescimento no Brasil guarda uma estreita relação com um
programa estratégico setorial criado pelo governo federal (FISET – Fundo de
Investimento Setorial) na década de 60. Na época, o FISET tinha o propósito de
alavancar diferentes segmentos industriais no país, em especial a indústria de
celulose e papel e a indústria siderúrgica.

Ainda conforme estes autores, as contribuições dos plantios florestais favorecem


vários setores da sociedade, dentre os quais pode-se citar:

➔ econômico: onde estimativas indicam que o setor florestal brasileiro baseado


em florestas plantadas contribuiu, em 2006, com pouco mais de 2% do PIB
nacional e respondeu por um valor bruto da produção anual da ordem de R$ 57
bilhões;

21
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

➔ social: com relação à geração de empregos, acredita-se que o setor florestal


baseado em florestas plantadas gera mais de 4,3 milhões de postos de
trabalho, entre empregos diretos e indiretos;

➔ ambiental: a atividade silvicultural nas plantações florestais oferece


importantes benefícios ambientais, pois resulta na conservação e proteção de
cerca de 4 milhões de hectares entre áreas de proteção permanente e reserva
legal sem nenhum custo aos cofres públicos. É reconhecido também que as
plantações florestais prestam importantes serviços ambientais como, por
exemplo: regulação dos recursos hídricos e seqüestro de CO2.

Entretanto, com o fim dos incentivos fiscais para o reflorestamento, as empresas


tiveram que arcar com os custos de seus empreendimentos, com prazos
inadequados, mesmo para as espécies de rápido crescimento, pagando juros
incompatíveis com atividade e, assim mesmo, sujeitando-se a níveis de garantias e
carências que agem como desestímulo ao reflorestamento (TEREZO, 2007).

No que se refere a plantios de florestas nativas, pouco se desenvolveu. Para SADY


(2006) a prioridade do uso de espécies nativas nas florestas plantadas tornou-se
letra morta na prática, na medida em que a minimização dos custos e a maximização
dos lucros induziu ao uso intensivo e massivo do eucalipto pelas grandes produtoras
de celulose.

Esse mesmo autor ainda enfatiza sobre os riscos que florestas de plantas exóticas
podem representar, pois, segundo o mesmo, eliminam a biodiversidade nativa
porque competem pelos nutrientes, ressecam o solo pelo seu intenso uso da água e
afastam a vida selvagem.

No entanto, diante deste cenário pouco favorável, TEREZO (2007) comenta que em
virtude das pressões mundiais para a preservação da Amazônia, a floresta plantada
com espécies nativas e de rápido crescimento na região norte do Brasil tornou-se

22
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

uma opção economicamente viável e tem crescido (apesar de lentamente) ao longo


dos últimos 15 anos. Dentre estas espécies nativas que estão sendo plantadas em
regime de consórcio (Figura 2) e povoamento puro, pode-se citar: mogno, ipê, jatobá,
cedro, sumaumeira, freijó e paricá. Sendo que esta última será a espécie de regime
de plantio que será estudada neste trabalho.

Figura 2 - Floresta plantada pela Tramontina no Pará (paricá com 1,5 anos consorciado com
Mogno). Fonte: TEREZO (2007)

Face ao exposto, nota-se que as florestas plantadas, principalmente com espécies


nativas, promovem benefícios em diversos setores da sociedade, como: ambiental,
econômico e social. Diante disto, constata-se a importância do desenvolvimento e
incentivo desta cultura, bem como, o estudo do comportamento das espécies de
plantios florestais.

4. DICOTILEDÔNEAS

Conforme SZÜCS (2005), o termo angiosperma vem do grego: “aggeoin” significando


“vaso” e “sperm”, “semente”. São vegetais mais evoluídos. Possuem raiz, caule,

23
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

folhas (latifoleadas), flores e frutos. Os frutos protegem as sementes e fornecem


substâncias nutritivas que enriquecem o solo onde as sementes germinarão.

Este grupo – angiosperma - pode ser dividido em duas grandes classes: as


monocotiledôneas e dicotiledôneas, tendo em vista o número de cotilédones (folha
embrionária).

As dicotiledôneas são designadas como madeira dura e internacionalmente


denominada de “hard woods”. Nesta categoria encontram-se as principais espécies
utilizadas na construção civil no Brasil (SZÜCS, 2005).

No presente trabalho, serão estudadas duas espécies de dicotiledôneas, que são:


paricá e angelim vermelho. Sendo que a primeira será avaliada mais
detalhadamente.

4.1. O paricá

O paricá (Schizolobium amazônicum Huber ex. Ducke) é também denominado:


bandarra, faveira, faveira-branca, guapuruvu. Sendo que sua ocorrência no Brasil se
dá na região amazônica.

Esta espécie apresenta uma árvore de grande porte (de 20 a 30 m de altura).


Segundo Ducke (1949) o paricá ocorre em mata primária e secundária de terra-firme
e várzea. Pertencente a família Leguminosae, ocorre em todo o Brasil, com exceção
da Região Sul (CARVALHO e VIÉGAS, 2004 apud TEREZO, 2007).

QUISEN (1999) apud TEREZO (2004) descreve que o paricá possui crescimento
inicial vigoroso, chegando aos quinze anos com 55 cm de diâmetro à altura do peito
(DAP), e aproximadamente 150 a 340 m³/hectare, dependendo da densidade do
plantio.

24
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Recentemente, TEREZO e SZÜCS (2008) realizaram um estudo das propriedades


físicas, mecânicas e anatômicas do paricá com madeiras jovens (6 e 10 anos) , e
concluíram que esta espécie possui qualidades as quais permitem a sua utilização
em peças estruturais, considerando a sua resistência à compressão paralela às
fibras (C-20) e sua rigidez, esta equivalente à do eucalyptus grandis. Entretanto, os
autores fazem uma ressalva sobre as limitações das dimensões das madeiras com
pouca idade. A Tabela 1 expõe os valores médios das propriedades físico-
mecânicas:

Tabela 1 - Propriedades físicas e mecânicas da madeira de paricá aos 6 e 10 anos de idade.


EUCALYPTUS
PROPRIEDADES 6 ANOS 10 ANOS NATIVA *
GRANDIS **
Densidade (g/cm³) 0,328 0,313 0,490 0,640
MOE (comp. // - MPa) 11.932 12.403 - 12.813
MOR (comp. // - MPa) 23,80 24,38 34,70 40,03
MOE (flexão - MPa) 9.322 9.634 8.200 -
MOR (flexão - MPa) 44,68 53,05 56,20 -
MOE (comp. ⊥ - MPa) 248,22 215,62 - -
MOR (comp. ⊥ - MPa) 2,69 2,28 - -
MOR (tração // - MPa) 63,49 43,88 - 70,2
MOR (fendilhamento –
0,35 0,41 - -
MPa)
MOR (cisalhamento –
1,81 2,05 1,10 7,00
MPa)
(adaptado de TEREZO e SZÜCS, 2008)

De um modo geral, essa espécie apresenta as seguintes propriedades:

➔ CARACTERÍSTICAS GERAIS: conforme SOUZA (2005) et al. apud COLLI


(2007), a madeira de paricá é macia, leve, com textura grossa, grã direita e
irregular, cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro;

25
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

➔ TRABALHABILIDADE: de acordo com o IPT (Instituto de Pesquisas


Tecnológicas do Estado de São Paulo), esta espécie possui as seguintes
características de processamento:

a) aplainamento: fácil;
b) furação: fácil;
c) fixação: moderadamente fácil;
d) colagem: fácil;
e) secagem: moderadamente difícil com defeitos;
f) desdobro: fácil;
g) torneamento: difícil;
h) lixamento: fácil;
i) acabamento deficiente.

➔ DURABILIDADE: sua durabilidade natural é considerada como suscetível ao


ataque fungos e microorganismos;

➔ PRESERVAÇÃO: a madeira de paricá é considerada de fácil tratabilidade;

➔ USOS: O seu uso é quase exclusivo na produção de miolo de laminados e


compensados, sendo também aplicado em embalagens e paletes. Além disso,
segundo Lê Cointe (1947) apud LIMA et al. (2003) o paricá é utilizado para
forros, palitos, canoas e papel.

26
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

A Figura 3 apresenta o paricá de várias formas:

Figura 3 - Várias formas da espécie paricá (Schizolobium amazônicum Huber ex. Ducke).
(Adaptado de TEREZO, 2008).

4.2. Angelim vermelho

A espécie angelim vermelho (Dinizia excelsa Ducke) ocorre na região amazônica,


principalmente nos Estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Pará e Roraima. Ocorre
comumente em solos sílicoargilosos ou argilosos, e se apresenta como uma das
árvores mais altas da floresta amazônica. Os nomes vulgares de angelim-pedra-
verdadeiro, faveira-grande, angelim falso são também aplicados a esta espécie, com
tendência de predomínio para o nome de angelim vermelho, dada a coloração que o

27
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

cerne dessa madeira adquire em contato com a luz solar (IPT – Instituto de
Pesquisas Tecnológicas – Divisão de Madeiras, 1989).

Para SOUZA et al. (1997), essa espécie apresenta as seguintes características:

➔ CARACTERÍSTICAS GERAIS: cerne marrom-avermelhado-claro, pouco


distinto do alburno cinza-avermelhado. Anéis de crescimento distintos, grã
revessa, textura média, brilho moderado e cheiro desagradável.

➔ DENSIDADE: madeira pesada, com densidade a 12% de umidade de 990


kg/m³ e densidade verde de 1260 kg/m³;

➔ SECAGEM: rápida, apresentando tendência moderada a torcimento médio e a


leve colapso, no programa de secagem 3;

➔ TRABALHABILIDADE: plaina: regular de trabalhar, acabamento muito ruim;


torno: fácil de trabalhar, acabamento excelente; broca: regular de trabalhar e
acabamento regular;

➔ DURABILIDADE: muito boa resistência ao ataque de fungos e térmitas e boa


resistência a insetos de madeira seca;

➔ PRESERVAÇÃO: o cerne não é tratável com creosoto nem com CCA-A,


mesmo sob pressão;

➔ USOS: construção civil e naval, dormentes, postes, torneados e outros.

28
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Na Figura 4 o angelim vermelho pode ser observado de várias formas:

Figura 4 - Várias formas da espécie angelim vermelho (Dinizia excelsa Ducke).


(Adaptado de SOUZA et al., 1997).

5. MÉTODOS NÃO-DESTRUTIVOS PARA AVALIAÇÃO DAS


PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS DA MADEIRA

GORNIAK e MATOS (2000) relatam que várias propriedades da madeira podem ser
obtidas pelos métodos não destrutivos, sendo elas: (1) propriedades físicas; (2)

29
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

propriedades mecânicas; (3) propriedades químicas; (4) propriedades elétricas e


dielétricas; e (5) presença de defeitos e estado físico.

OLIVEIRA e SALES apud CARREIRA et al. (2006), explicam que a utilização de


métodos de ensaios não destrutivos para avaliação das propriedades físicas e
mecânicas da madeira tem sido crescente e apresentam vantagens em relação aos
métodos convencionais para caracterização da madeira: possibilidade de avaliar a
integridade estrutural de uma peça sem a extração de corpos de prova; maior
rapidez para analisar uma grande população e versatilidade para se adequar a uma
rotina padronizada numa linha de produção.

Dentre as técnicas mais utilizadas em peças estruturais de madeira destacam-se: (a)


método visual; (b) métodos de vibração; (c) método de ondas acústicas e (d) método
de ondas ultra-sônicas.

Destes, destaca-se a avaliação visual, que, conforme PUCCINI (2002) é o primeiro e


o mais tradicional método de classificação da madeira, sendo bastante utilizada na
Comunidade Européia e nos EUA. Esse método consiste na análise das peças
estruturais, por um profissional de larga experiência, visando a detecção de nós,
desvio e distorção da grã, presença de fungos e insetos e demais defeitos que
venham comprometer a aparência e resistência das peças. Sendo que, a
classificação é realizada com base na quantidade de defeitos, sendo as classes
determinadas pelo Eurocode-5 na Europa, ou, nos EUA, por normas específicas
adotadas por cada estado federativo.

Entretanto, este método apresenta desvantagens como: grande possibilidade de


falha nos resultados, afinal os defeitos podem estar no interior das peças dificultando
sua identificação, e ainda, necessita de profissionais bem treinados.

Os métodos visuais para a detecção de defeitos na madeira, ainda que de grande


utilidade, podem ser falhos e exigem a utilização de mão-de-obra relativamente bem

30
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

treinada. Muitas vezes a presença de nós, rachaduras ou ainda regiões com medula
no interior de uma peça serrada podem ser imperceptíveis na avaliação visual
(PUCCINI, 2002).

SANDOZ (1989) apud PUCCINI (2002), realizou um outro estudo comparando a


classificação da madeira por meio dos métodos visual e estático (módulo de
elasticidade e resistência). Os resultados demonstraram que o método de
classificação visual apresentou uma porcentagem de acerto, em relação à
classificação por método estático, de 49%. A maior porcentagem de erro foi
observada para a madeira classificada como de primeira classe (45%). Para a
madeira classificada como de segunda classe o erro foi de apenas 6%. O autor
concluiu, então, que a classificação visual não é adequada e que, por introduzir
grandes erros, os fatores de segurança das estruturas tornam-se tão elevados.

Já o método de propagação de ondas de ultra-som, que será a técnica estudada


neste trabalho, utiliza a velocidade de propagação da onda como estimador do
módulo de elasticidade (MOE). Tal método será apresentado no próximo item.

5.1. A técnica do ultra-som

Diante de vários estudos que comprovaram sua eficiência quanto à avaliação das
propriedades físicas e mecânicas da madeira através de correlações com os dados
obtidos com ensaios destrutivos, este método se apresenta como uma boa
alternativa para a classificação de peças estruturais de madeira, principalmente
quando a estrutura estiver em uso.

As ondas acústicas de freqüência superior a 20.000 Hz são convencionalmente


chamadas de ondas de ultra-som. O método ultrassonoro se apóia na análise de
propagação de uma onda e sua relação com as constantes elásticas da madeira. Em
geral, o método consiste em criar no interior de um corpo-de-prova uma ou várias
ondas elásticas com ajuda de uma sonda “piezo elétrica”. As ondas se propagam

31
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

com velocidades que dependem da direção de propagação e das constantes


elásticas do material. A tomada da velocidade de propagação da onda permite
estimar as constantes elásticas do material (NOGUEIRA et al. , 2008).

De acordo com GONÇALVES e PUCCINI (2000), o uso da técnica de emissão ultra-


sônica na engenharia civil teve início na década de 50 na Europa, sendo inicialmente
utilizada na avaliação do concreto. Posteriormente investigadores iniciaram estudos
teóricos para a aplicação do ultra-som na madeira, encontrando sérias dificuldades
dadas as peculiaridades anatômicas deste material.

PUCCINI (2002) sustenta que embora as ondas de ultra-som estejam sendo


utilizadas desde a década de 70, na avaliação não-destrutiva de diferentes materiais,
somente mais recentemente essa técnica passou a ser empregada sistematicamente
em produtos à base de madeira. Esse relativo atraso deve-se às peculiaridades
anatômicas desse material, as quais dificultam a compreensão do fenômeno de
propagação das ondas quando comparadas com outros materiais homogêneos (aço
e concreto, por exemplo).

Para GONÇALVES e BARTHOLOMEU (2000), esse método apresenta grandes


vantagens, como rapidez, simplicidade de execução, possibilidade de utilização do
material posteriormente ao ensaio, tendo em vista que se trata de método não
destrutivo, e possibilidade de utilização direta no setor produtivo; pode, ainda, ser um
método bastante econômico, beneficiando sobremaneira a indústria madeireira.

TEREZO (2004) defende que a técnica do ultra-som pode se tornar extremamente


eficiente quando: (1) selecionada apropriadamente; (2) empregada corretamente; e
(3) analisado seu custo efetivo em relação a seu benefício quando em ação
(DEMAUS, 2001). Para a investigação por meios não destrutivos é essencial
conhecer e entender profundamente seu funcionamento e resultados, bem como os
métodos e materiais utilizados na estrutura em estudo.

32
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

5.1.1. Velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas

BUCUR (1995) determinou a equação fundamental para a propagação das ondas de


ultra-som na madeira. Os resultados de suas investigações mostraram a influência
do teor de umidade, da densidade, da anatomia da espécie e da forma do corpo-de-
prova na propagação do ultra-som. Ela também descreve que McSkimin, (1964) e
Papadaskis (1965), investigando materiais poliméricos, forneceram a base teórica
para os conceitos essenciais da propagação do ultra-som na madeira.

Dois tipos de ondas podem ser reconhecidos nos sólidos: as ondas de volume e
ondas de superfície. As ondas de volume podem ainda se subdividir em ondas de
compressão, ondas de cisalhamento e ondas de torção. Quando a polarização se dá
ao longo da direção de propagação da onda diz-se que a onda é longitudinal.
Quando a polarização se dá perpendicularmente à direção de propagação, a onda é
denominada transversal ou de cisalhamento. No caso das ondas de superfície, a
polarização ocorre de maneira elíptica no plano perpendicular à superfície ensaiada
e paralela à direção de propagação (PUCCINI, 2002).

Segundo SHAJI et al. (2000), o tempo de percurso de um pulso, ou a velocidade de


um pulso ultra-sônico, depende da densidade e das propriedades elásticas do
material. O equipamento consiste basicamente em um emissor (transdutor gerador)
onde são gerados e transmitidos os pulsos ultra-sônicos, um receptor (transdutor
receptor) onde os pulsos são recebidos, e um dispositivo para indicar o tempo de
propagação da onda desde o transdutor emissor até o receptor. Desta forma, o pulso
ultra-sônico é gerado pela aplicação de uma rápida mudança de potencial de uma
placa transdutora para um elemento transformador piezelétrico que causa sua
vibração em freqüência conhecida. O transdutor é colocado em contato com o
material e este passa a receber as vibrações. As vibrações percorrem o material e
são captadas pelo receptor. A velocidade da onda é calculada pela relação entre a
distância entre os transdutores e o tempo de propagação do pulso, conforme
apresentado a seguinte equação :

33
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

V = L / t (2)

Onde V = velocidade de propagação do pulso (m/s); L = distância percorrida (m); t


= tempo de propagação (s).

PUCCINI (2002) defende que em materiais anisotrópicos, tanto as ondas


longitudinais quanto as de cisalhamento podem se propagar na direção dos eixos de
simetria ou fora deles. A Figura 5 representa os vetores das velocidades de ondas
de volume em materiais ortotrópicos:

Figura 5 - Velocidades de ultra-som para materiais ortotrópicos. (Fonte: PUCCINI, 2002).

Na Figura 5, baseada em BUCUR (1995), pode-se definir:

➔ Ondas longitudinais: V11 = VLL; V22 = VRR; V33 = VTT;


➔ Ondas Transversais: V44 = VRT, deduzidas de V23 e V32; V55 = VLT, deduzidas de
V13 = V31; V11 = VLL; V66 = VLR, deduzidas de V12 e V21.

34
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Neste sentido, particularmente para o presente trabalho, a velocidade de ultra-som


na direção longitudinal (VLL) é a variável de maior interesse.

Destaca-se que, apesar da técnica do ultra-som fornecer apenas a velocidade de


propagação de ondas ultra-sônicas, pode-se ainda, obter as constantes elásticas
indiretamente, bem como propriedades mecânicas através de correlações com
variáveis obtidas por intermédio de testes destrutivos.

5.2. Determinação das constantes elásticas da madeira

Para NOGUEIRA et al. (2008) considerando que a madeira possui três eixos de
simetria elástica ortogonais entre si (longitudinal, radial e transversal) é considerada
simplificadamente como um material ortotrópico linear. A Figura 6 apresenta o
esquema ortotrópico da madeira:

Figura 6 - Esquema da ortotropia da madeira com seus três eixos principais.


(Fonte: BARTHOLOMEU, 2001).

Estes autores ainda sustentam que nos sólidos ortotrópicos as constantes elásticas
são influenciadas mutuamente pelos três planos de simetria, tornando a análise mais
complexa. A matriz de rigidez para estes materiais é simétrica e contém nove
constantes independentes: seis termos diagonais (C11, C22, C33, C44, C55 e C66) e três
termos não-diagonais (C12, C13 e C23).

35
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Conforme PUCCINI (2002), a equação fundamental para a determinação da


constante elástica C(L,R,T) ii por meio do ultra-som, dada pela segunda lei de Newton,
é:

C ii = Vii 
2
(3)

onde: Cii: 1,2,3...6; V: velocidade de propagação da onda no material, na direção ii, ρ:


densidade do material.

Sendo que, para este trabalho será dado destaque para a constante elástica na
direção longitudinal (CLL), tendo em vista que esta pode ser obtida com o emprego do
ultra-som na direção longitudinal em peças de madeira.

Segundo HERZIG (1992) citado por PUCCINI (2002), o módulo dinâmico - CLL traduz
as características elásticas das fibras, pois utiliza-se da propagação de energia entre
elas, enquanto que o módulo de elasticidade longitudinal (E L) é mais função das
propriedades elásticas tridimensionais do corpo-de-prova por inteiro (efeito de
Poisson), razão pela qual EL é quase sempre menor que CLL.

Para BUCUR (1984) apud PUCCINI (2002) , em peças com comprimento longitudinal
muitas vezes superior às dimensões de sua seção transversal, negligencia-se os
efeitos dos coeficientes de Poisson (ν), chegando-se a:

C LL  E L (4)

Em muitas situações o módulo de elasticidade assim obtido é referido como E d -


módulo de elasticidade dinâmico, em contraposição ao módulo de elasticidade obtido
em ensaios convencionais de flexão (EM) (NOGUEIRA et al., 2008).

36
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Para os casos em que há a necessidade de sua consideração, BODIG e JAYNE


(1982), citados por PUCCINI (2002), apresentaram coeficientes de Poisson médios
para coníferas e dicotiledôneas (Tabela 2).

Tabela 2 - Coeficientes de Poisson Médios para Coníferas e Dicotiledôneas.


Coeficiente de Poisson Coníferas Dicotiledôneas
ν LR 0,37 0,37
ν LT 0,42 0,50
ν RT 0,47 0,67
ν TR 0,35 0,33
ν RL 0,041 0,044
ν TL 0,033 0,027
(Adaptado de BODIG e JAYNE,1982 apud PUCCINI, 2002).

A constante elástica segundo o eixo longitudinal com o módulo de elasticidade


longitudinal, pode ser determinada através da seguinte equação, na qual devem ser
substituídos os valores da Tabela 2:

E L  (1 −  RT  TR )
C LL = (5)
(1 −  LR  RL −  RT  TR −  LT  TL − 2  RL  TR  LT )

Conforme BARTHOLOMEU (2001), a relação entre a constante elástica e o módulo


de elasticidade em peças da madeira pode ser dada, por:

Para as dicotiledôneas: C LL  1,06  E L (6)


Para as coníferas: C LL  1,05  E L (7)

37
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

5.2.1. O emprego da técnica do ultra-som para obtenção das constantes


elásticas da madeira

A obtenção das constantes elásticas por intermédio do método não destrutivo de


emissão de ondas ultra-sônicas, tem se mostrado eficiente em várias pesquisas
realizadas nesta área.

NOGUEIRA et al. (2008) citam que vários pesquisadores, como Waubke (1981),
Bucur (1984), Sandoz (1990), Herzing (1992), Koubaa et al. (1997), , Bartholomeu et
al. (1998), Gonçalves e Bartholomeu (2000), Bartholomeu (2001) e Nogueira e
Ballarin (2002, 2003) comprovaram a eficiência do método do ultra-som para
determinar as constantes elásticas da madeira.

GONÇALVES E BARTHOLOMEU (2000) estudaram as correlações entre os


módulos de elasticidade dinâmicos e à flexão estática por 4 pontos em vigas de
dimensões estruturais na condição saturada de Eucalipto citriodora (Corymbia
citriodora) e Pinus elliottii (Pinus elliottii), com uso de um equipamento de ultra-som
com transdutores de 45Hz.

Os resultados obtidos por NOGUEIRA e BALLARIN (2003) mostraram a


sensibilidade do método na avaliação do módulo de elasticidade estático da madeira
de P. taeda L. nos eixos de simetria longitudinal (coeficiente de determinação das
regressões lineares - R² = 97%) e radial (R² = 82%) da madeira. Na direção
tangencial, o coeficiente de determinação da regressão linear foi relativamente
inferior (R² = 42%), não indicando sensibilidade do método do ultra-som na avaliação
do módulo de elasticidade estático nessa direção.

SANDOZ (1989) citado por NOGUEIRA et al. (2008) apresentou trabalho no qual
analisou resultados provenientes de três tipos de avaliações: ensaios mecânicos
destrutivos de flexão estática, análise visual e determinação da velocidade de
propagação de ondas de ultra-som. Para isso, ensaiou 341 vigas de diversas bitolas

38
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

da espécie Spruce (Picea sp), com teores de umidade de 14% e 22%. Com os
resultados, determinou correlações entre os três tipos de ensaios. Utilizando
correlações o autor propôs um método de classificação que sugere, como parâmetro,
a velocidade de propagação do ultra-som nas peças estruturais, relacionando-a com
as classes determinadas na Norma Suíça (SAI). Com os resultados de suas
pesquisas, projetou e patenteou um equipamento de ultra-som portátil, denominado
Sylvatest, para ensaios in-loco de peças estruturais de madeira. Esse equipamento,
além de determinar a velocidade da propagação das ondas ultra-sonoras fornece
também o teor de umidade da peça. O teor de umidade é utilizado para corrigir a
velocidade de propagação da onda a qual, por sua vez, é correlacionada com o
módulo de ruptura à flexão, originalmente referida a um teor de umidade de 12%.
Esses resultados permitiram ao autor a proposição de três classes, correspondentes
a estas estabeleceu três intervalos de velocidade: para a primeira classe, v = 5600
m/s; para a segunda classe, 5230 m/s < v < 5600 m/s e para a terceira classe, v =
5230 m/s. A Figura 7 apresenta o equipamento de ultra-som Sylvatest:

Figura 7 – Sylvatest - Equipamento de ultra-som (Fonte: TEREZO, 2004).

39
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

5.3. Aspectos anatômicos que influenciam as propriedades da madeira

Para SZUCS (2005) a obtenção da matéria-prima isenta de defeitos, que por fim
possa ser aproveitada em sua totalidade, é pouco provável quando se trata de
madeira. Por ser um material biológico, este guarda consigo uma carga genética que
determina suas características físicas e mecânicas e, como muitos seres vivos,
possui particularidades que são acentuadas ou abrandadas conforme as condições
ambientais.

A Figura 8 apresenta os tipos de defeitos comumente encontrados em pranchas de


madeira, que no caso, trata-se da espécie Pinus taeda:

a) madeira sã b) madeira com c) madeira com d) madeira com a


inclinação de grã presença de nós presença de medula
Figura 8 - Fatores anatômicos que influenciam as propriedades da madeira.
(Fonte: PUCCINI, 2002)

40
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

5.3.1. Nós

O nós podem ser firmes ou soltos, o fato é que ambos modificam a continuidade da
direção das fibras, uma vez que as mesmas contornam o nó, e, conseqüentemente,
reduzem a resistência da madeira para algumas solicitações.

Conforme FURIATE (1981) citado por PUCCINI (2002), os nós, originários dos
galhos existentes nos troncos da madeira, modificam a direção das fibras dando
origem ao desvio da grã, com pronunciadas inclinações. A influência de um nó na
resistência da peça depende do seu tamanho e localização. Quando localizados
próximos às bordas de uma peça estrutural, reduzem consideravelmente suas
resistências à tração, na proporção da largura que ocupam na viga.

5.3.2. Inclinação da grã

Para HAYGREEN e BOWER (1995) apud PUCCINI (2002) a inclinação da grã pode
ocorrer como resultado do corte das peças ou como resultado da existência natural
de grã espiralada. No primeiro caso, essa inclinação é facilmente notada,
principalmente em espécies onde se pode visualizar os anéis de crescimento. Já no
segundo caso, mesmo quando os anéis de crescimento estão paralelos às bordas da
peça, internamente podem ocorrer inclinações significativas.

Este defeito pode ter influência significativa nas propriedades mecânicas da madeira,
tanto que a NBR 7190/97 permite desconsiderar a influência da inclinação da grã
para ângulos até 6 (seis) graus. A partir desse valor é preciso considerar a redução
da resistência pela fórmula de HANKINSON.

5.3.3. Presença de medula

41
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Quando a peça serrada contém a medula, ocorre uma diminuição da resistência


mecânica. No cerne, próximo à medula, existem fortes tensões internas, o que facilita
o aparecimento de rachaduras (PUCCINI, 2002).

5.3.4. Fatores referentes aos corpos-de-prova que afetam a propagação das


ondas ultra-sônicas

PUCCINI (2002) sustenta que nas avaliações utilizando o ultra-som, o corpo-de-


prova pode ser a própria árvore, peças pequenas e isentas de defeitos obtidos de
madeira maciça, peças de tamanho estrutural ou ainda compósitos à base de
madeira.

Dos aspectos que podem interferir na propagação de ondas ultra-sônicas, tem-se:


teor de umidade, densidade aparente, dimensões do corpo-de-prova, temperatura,
freqüência do equipamento de ultra-som. Sendo este último referente ao
equipamento, porém sua influência também depende das dimensões do corpo-de-
prova adotado para o ensaio.

a) teor de umidade

A madeira constitui, por natureza, um material higroscópico. Suas propriedades


físicas são afetadas pela umidade e do ponto de vista elástico, a madeira pode ser
considerada como um sólido ortotrópico. Quando saturada de água torna-se um
material poroso anisotrópico de duas fases, uma sólida, o esqueleto da estrutura,
corresponde aos elementos anatômicos e uma fluída, representada pelo volume de
água nos poros (TEREZO, 2004).

SZÜCS et al. (1999), estudaram a influência de diferentes níveis de umidade da


madeira (de 15% a 60%) na velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas em
diversas direções (radial, tangencial, longitudinal). Eles concluíram que a velocidade
de propagação do ultra-som decresce com o aumento do teor de umidade para as

42
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

três direções, com maior variação na direção longitudinal, porém os coeficientes de


correlação entre as direções radiais e tangenciais foram considerados baixos.

Para BARTHOLOMEU (2001) a velocidade de propagação da onda ultra-sônica


decresce consideravelmente com o aumento do teor de umidade do corpo-de-prova
até o ponto de saturação das fibras. A partir deste valor, a velocidade tende a
estabilizar-se e tornar-se praticamente constante.

TEREZO (2004) apresenta um gráfico (Figura 9) elaborado por SAKAI et al., apud
BUCUR (1995) que demonstra o efeito da umidade na velocidade longitudinal de
ultra-som para a espécie Metasequoia (Metasequoia glyptostroboides):

Figura 9 – Influência da umidade na velocidade de propagação da onda na direção


longitudinal. (Adaptado de BUCUR, 1995 apud TEREZO, 2004).

Um outro aspecto importante é que no cálculo do módulo de elasticidade dinâmico,


dado pela equação (5), utiliza-se a densidade aparente (ρ). Quando a peça de
madeira possui teor de umidade acima do PSF, a água livre influi consideravelmente
na densidade aparente, superestimando o valor de CLL (BARTHOLOMEU, 2001).

Considerando o efeito da densidade aparente sobre o CLL, pode-se supor que uma
variação de 5% no teor de umidade, próximo do teor seco ao ar, acarretará uma

43
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

variação de aproximadamente 5,3% na velocidade e de 4,9% em C LL (HERZIG, 1992


apud BARTHOLOMEU, 2001).

Neste trabalho realizou-se um breve estudo sobre o efeito da umidade na velocidade


de propagação do ultra-som para espécie angelim vermelho. E confirmou-se o que
foi encontrado na literatura, que a velocidade das peças úmidas (madeira verde) foi
inferior aos valores observados após a secagem das mesmas.

b) densidade da madeira

De acordo com TEREZO (2004) diversos autores indicam que a velocidade é muito
mais afetada pela estrutura anatômica da espécie do que por sua densidade. No
caso das coníferas, normalmente menos densas, apresentam, em geral, velocidade
mais elevadas do que as dicotiledôneas. Isto ocorre porque as coníferas, em sua
maioria, têm estrutura mais homogênea.

OLIVEIRA e SALES (2000) apud TEREZO (2004) concluem que o aumento da


densidade propicia, para um valor de umidade constante ao longo da amostra, uma
maior velocidade de propagação em qualquer das três direções.

MISHIRO (1996) citado por BARTHOLOMEU (2001) estudou os efeitos da densidade


na velocidade longitudinal de ondas ultra-sônicas, em 7 espécies de coníferas e 12
de dicotiledôneas, utilizando cubos de 0,03 m de aresta e um equipamento com
freqüência de 2,5 MHz. Os resultados mostraram que, em alguns casos, as
velocidades aumentaram ou diminuíram com o aumento da densidade aparente. Em
outros casos, as velocidades eram independentes da densidade.

c) Temperatura

TEREZO (2004) comenta que os resultados obtidos por LAUNAY e GILLETÁ, citados
por BUCUR (1995), ao analisarem a influência simultânea da temperatura (no

44
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

intervalo de 20° C a 80° C) e do conteúdo de umidade (para valores de 6%, 12% e


18%) na velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas em madeiras, permitiram
verificar que a influência da temperatura nesta velocidade é estritamente dependente
do valor do conteúdo de umidade da madeira.

BUCUR (1995) apud TEREZO (2004) verificou na espécie Pinus Spruce que para a
faixa de temperatura compreendida entre -30° C e 50° C e abaixo do ponto de
saturação das fibras a velocidade da onda ultra-sônica, em geral, aumenta
linearmente com a diminuição da temperatura.

d) Dimensões do corpo-de-prova

Neste caso, devem ser considerados dois aspectos: a seção e o comprimento do


corpo-de-prova (ou peça).

Em virtude da madeira constituir-se num material visco-elástico, o pulso ultra-sônico


que se propaga em seu interior é decomposto em componentes freqüenciais, que se
propagam em velocidades que lhes são próprias (HERZIG, 1992 apud
BARTHOLOMEU,2001).

BARTHOLOMEU (2001) defende que as equações gerais apresentadas nos estudos


sobre propagação de ondas partem do princípio que o comprimento de onda é muito
superior às dimensões da seção transversal do corpo pelo qual essa onda atravessa.
Este autor apresenta um gráfico (Figura 10) elaborado por BUCUR (1984), o qual
estudou a variação da velocidade do ultra-som, em função da variação da seção
transversal, em corpos-de-prova de Sapin Douglas (Abies alba) de 0,30 m de
comprimento e com relação base/altura da seção transversal variando entre 1 e 14.

45
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Figura 10 - Variação da velocidade de propagação (m/s) de ondas longitudinais em função


da relação base/altura em corpos-de-prova de Sapin Douglas.
(Adaptado de BUCUR, 1994 apud BARTHOLOMEU, 2001).

Nota-se no gráfico (Figura 10) que, com o aumento da relação base/altura ocorre
uma redução significativa da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas.
Desta forma, o mais adequado é que sejam adotadas seções cujas dimensões da
base e altura sejam próximas.

Considerando-se que neste trabalho serão utilizadas as relações b/h=1 e b/h=2,3 nos
corpos-de-prova de flexão (seção 0,05 x 0,05 m) e peças estruturais (seção 0,06 x
0,14 m), estima-se que a diferença de velocidades seja de 1 a 2%.

Para BARTHOLOMEU (2001) um fator preponderante na variação da velocidade


longitudinal é a relação L/λ, onde L = comprimento da peça em estudo e λ =
comprimento de onda. Sendo que o comprimento de onda é dado por:

V
= (8)
f

onde: V= velocidade de propagação da onda de ultra-som; f= freqüência da onda de


ultra-som.

46
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

BUCUR (1994) apud BARTHOLOMEU (2001) analisou a variação de velocidade de


ondas longitudinais em função da relação L/λ, em corpos-de-prova de Hêtre (Fagus
sylvatica), cujos resultados são apresentados na Figura 11:

Figura 11 - Variação da velocidade de propagação de ondas longitudinais (m/s) em função


da relação L/λ em corpos-de-prova de Hêtre.
(Adaptado de BUCUR, 1984 apud BARTHOLOMEU, 2001).

Observa-se no gráfico (Figura 11) que a taxa mais acentuada de variação da


velocidade longitudinal ocorre entre as relações L/λ = 0,1 e L/λ = 1
(aproximadamente 30%), enquanto que entre as relações L/λ = 1 e L/λ = 10 a
variação é bem inferior, aproximadamente 2,6%.

e) freqüência

Como já foi citado anteriormente, a influência da freqüência na velocidade de


propagação de ondas do ultra-som em peças de madeira, depende principalmente
das dimensões do corpo-de-prova.

Afinal, as equações gerais apresentadas nos estudos sobre propagação de ondas


partem do princípio que o comprimento de onda é muito superior às dimensões da

47
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

seção transversal do corpo pelo qual essa onda atravessa. Sendo que, o
comprimento de onda é definido pela relação entre a velocidade de propagação de
ondas e a freqüência do equipamento de ultra-som.

Neste contexto, a NBR 15521/2007 - Ensaios não destrutivos - Ultra-som –


Classificação mecânica de madeira serrada de dicotiledôneas orienta sobre as
dimensões mínimas a serem utilizadas conforme a freqüência do transdutor nestes
ensaios, conforme exposto na Tabela 3:

Tabela 3 - Comprimentos mínimos sugeridos de acordo com a freqüência do transdutor


adotado na medição.

Freqüência do Comprimento mínimo


transdutor (kHz) da peça* (m)
20 a 30 0,60
31 a 40 0,40
41 a 50 0,30
51 a 60 0,25
61 a 70 0,20
71 a 80 0,17
81 a 90 0,15
91 a 100 0,13
101 a 200 0,12
201 a 300 0,06
301 a 400 0,04
400 a 500 0,03
Acima de 500 0,02
(Adaptado da NBR 15521/2007)
* Esses valores se referem às medições realizadas na direção paralela às fibras da madeira
com transdutor de compressão, de maneira que o comprimento da peça seja pelo menos
igual a três vezes o comprimento de onda (λ).

48
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

No presente trabalho será utilizado o equipamento Sylvatest, com capacidade de


emissão de ondas com freqüência de 30 kHz, logo, o comprimento mínimo a ser
adotado em função da freqüência do equipamento de ultra-som é 0,60 metros.

5.4. Efeito do carregamento no tempo de propagação de ondas ultra-


sônicas

Nos estudos realizados até o momento, pelo menos no Brasil, sobre classificação da
madeira através da elaboração das tabelas que correlacionam a velocidade de
propagação do ultra-som com propriedades mecânicas obtidas através de ensaios
destrutivos, o emprego do ultra-som se dá em corpos-de-prova ou peças estruturais
não submetidas a carregamentos.

Ao passo que, em inspeções em estruturas, por exemplo, o método ultrassonoro é


aplicado em peças solicitadas. Eis a questão – o carregamento influencia no tempo
de propagação de ondas ultra-sônicas?

Face ao exposto, neste trabalho será realizada uma avaliação do efeito do


carregamento à flexão, cujo ensaio será efetuado com base na norma NBR 7190/97,
no tempo de propagação de ondas do ultra-som. De modo a se verificar se há
influência do carregamento. Se houver, será verificada a significância das diferenças
no tempo de propagação através de análise estatística.

6. CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA

Para SZÜCS (2005) por ser um material de origem natural, a madeira possui um
comportamento mecânico que está ligado diretamente às características intrínsecas
de sua constituição interna. De uma forma geral, dizemos que a maior parte dos
elementos anatômicos que constituem o lenho das árvores, são fibras longitudinais
que correspondem a praticamente 90% da formação da madeira.

49
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Ao contrário de outros produtos industrializados, como o aço e o concreto, cujas


propriedades são controladas durante a sua produção, quando se trata da madeira
não se pode garantir a homogeneidade das características, nem mesmo para peças
de posições variadas de uma mesma tora.

Sendo assim, considerando-se a abundância de espécies da flora brasileira, e ainda,


às condições adversas (como tipo de solo, regime de chuvas e de ventos) as quais
uma mesma espécie é submetida durante sua formação, tem-se dificuldade em
garantir propriedades constantes.

Esta particularidade da madeira conduz ao fato de que pela falta de conhecimento,


alguns profissionais menos criteriosos subestimam este material e adotam padrões
rotineiros no cálculo estrutural, ou até mesmo, efetuam o dimensionamento
baseados no empirismo.

Neste sentido, GONÇALVES e BARTHOLOMEU (2000) defendem que este


procedimento torna essas estruturas obsoletas, em face à realidade tecnológica dos
nossos dias, além de levar ao uso inadequado das espécies, e até mesmo ao super-
dimensionamento das peças. Como conseqüência, o material perde sua
competitividade ante outros cuja tecnologia já está estabelecida, torna-se oneroso e
com grandes desperdícios.

Daí, a importância da classificação dos lotes de madeira, para que, desta forma, o
material seja aplicado de maneira adequada às suas reais características físicas e
mecânicas.

Diferentemente de países que se apresentam como grandes consumidores deste


material, o Brasil não pratica rotineiramente a classificação dos materiais à base de
madeira. Essa afirmação é particularmente verdadeira para o caso da madeira
serrada. Em outros segmentos de mercado, em que o país ocupa posição de
destaque como fornecedor internacional, tem sido necessário estabelecer padrões

50
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

mínimos de qualidade para se atingir marcas de conformidade, que garantam a


continuidade dos fornecimentos. (NOGUEIRA et al., 2008).

Conforme PUCCINI (2002), enquanto que em países desenvolvidos existem normas


bem definidas para a classificação da madeira, tanto do ponto de vista mecânico
quanto de qualidade para as mais diversas aplicações, no Brasil, a NBR 7190/97
menciona classes de resistência, mas incorpora apenas ensaios destrutivos
realizados em corpos-de-prova para a caracterização mecânica da madeira visando
a sua aplicação em estruturas.

6.1. Orientações da NBR 7190/97 quanto à classificação da madeira

Segundo NOGUEIRA et al. (2008), a norma brasileira NBR 7190/97 - Projeto de


Estruturas de Madeira - preconiza a classificação de lotes de madeira para uso
estrutural considerando-se dois quesitos distintos: classes de resistência -
associadas exclusivamente à aptidão estrutural do material – e categorias –
associadas à qualidade (presença de defeitos) e homogeneidade das peças de
madeira do lote. A partir desses dois quesitos é realizada a classificação estrutural e
estabelecida a resistência de cálculo da madeira do lote considerado.

O item 6.3.5 da referida norma dispõe que as classes de resistência das madeiras
têm por objetivo o emprego de madeiras com propriedades padronizadas, orientando
a escolha do material para elaboração de projetos estruturais. Para tanto, o
enquadramento de peças de madeira nas classes de resistência especificadas nas
tabelas deve ser feito conforme as exigências definidas no item 10.6, as quais são
apresentadas a seguir:

“a) as peças de madeira poderão ser classificadas como de primeira categoria


somente se forem classificadas como isentas de defeitos por meio do método visual
normalizado, e também submetidas a uma classificação mecânica para
enquadramento nas classes de resistência especificadas em 6.3.5. Não se permite

51
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

classificar as madeiras como de primeira categoria apenas por meio de método


visual de classificação;

b) as peças serão classificadas como de segunda categoria quando não houver a


aplicação simultânea da classificação visual e mecânica;

c) a utilização de máquinas automáticas de classificação mecânica permite


enquadrar as peças em lotes de rigidez homogênea, mas não permite enquadrá-las
nas classes de resistência especificadas em 6.3.5;

d) para o enquadramento nas classes de resistência estabelecidas em 6.3.5, para as


madeiras de primeira ou de segunda categoria, deve ser feita pelo menos a
caracterização simplificada, definida em 6.3.3, de acordo com a amostragem definida
em 6.4.8;

e) a aceitação de um lote de madeira como pertencente a uma das classes de


resistência especificadas em 6.3.5 é feita sob a condição fcok,ef  fcok,esp.”

O documento ressalta ainda que a classificação de um lote somente poderá ser feita
por fornecedores que garantam, de acordo com a Legislação Brasileira, a
conformidade da resistência característica fco,k à compressão paralela às fibras do
material com os valores especificados nas tabelas de classificação. A Tabela 4
apresenta as classes de resistência para as dicotiledôneas, grupo que será estudado
neste trabalho:

52
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 4 – Classes de resistência das dicotiledôneas.

Dicotiledôneas (Valores na condição-padrão de referência U = 12%)

Classes
fco,k fv,k Eco,m bas,m aparente
(MPa) (MPa) (MPa) (kg/m³) (kg/m³)
C 20 20 4 9500 500 650
C 30 30 5 14500 650 800
C 40 40 6 19500 750 950
C 60 60 8 24500 800 1000
* Como definida em 6.1.2.
(adaptado da NBR 7190/97)

Ainda neste contexto, a NBR 7190/97 apresenta o coeficiente de modificação


(kmod), o qual afeta os valores determinados das propriedades da madeira, isto, em
função da classe de carregamento da estrutura, da classe de umidade admitida, e do
eventual emprego de madeira de segunda categoria.

Determina-se o coeficiente de modificação Kmod através da seguinte equação:

K mod = K mod ,1  K mod , 2  K mod 3 (9)

Como se vê, o coeficiente de modificação é formado pelo produto de coeficientes


parciais, os quais têm por finalidade, prever as diferenças entre o que é realizado em
laboratório (durante os ensaios) e o que ocorre na estrutura (durante sua vida útil),
possibilitando a correção das distorções. Estes coeficientes serão descritos a seguir:

➔ Kmod,1: no laboratório, no momento do ensaio de caracterização, o


carregamento dura de 5 a 10 minutos, sendo que o Kmod,1 faz uma correlação
com o que ocorrerá na estrutura submetida a uma carga de longa duração. Na
Tabela 5 são apresentados os valores desse coeficiente parcial:

53
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 5 - Valores de Kmod,1.


Tipos de madeira
Classes de Madeira serrada,
carregamento Madeira laminada colada Madeira recomposta
e Madeira compensada
Permanente 0,60 0,30
Longa duração 0,70 0,45
Média duração 0,80 0,65
Curta duração 0,90 0,90
Instantânea 1,10 1,10
(Adaptado da NBR 7190/97)

➔ Kmod,2: no laboratório, os ensaios de caracterização têm seus resultados


apresentados para uma umidade da madeira corrigida para 12%. Neste sentido,
o Kmod,2 faz uma correlação com o que ocorrerá na estrutura submetida a uma
umidade relativa do ar que levará a umidade de equilíbrio da madeira, diferente
das consideradas no momento do ensaio. Os valores de Kmod,2 podem ser
observados na Tabela 6:

Tabela 6 - Valores de Kmod,2.


Madeira serrada,
Classes de umidade Madeira laminada colada Madeira recomposta
e Madeira compensada
(1) e (2) 1,0 1,0
(3) e (4) 0,8 0,9
(Adaptado da NBR 7190/97)

➔ Kmod,3: no laboratório, no momento do ensaio a norma preconiza o emprego


de corpos-de-prova isentos de defeitos e com inclinação das fibras de no
máximo 6º. Desta forma, o Kmod,3 faz a correlação com o que ocorrerá na
estrutura onde a madeira pode estar próxima da condição de isenta de defeitos,
o que seria madeira de primeira, ou na condição de madeira com alguns
defeitos, o que caracterizaria madeira de segunda categoria. Conforme disposto
na NBR 7190/97 os valores de Kmod,3 são apresentados na Tabela 7:

54
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 7 - Valores de Kmod,3.


Classificação da madeira Kmod,3
Primeira categoria 1,0
Segunda categoria 0,8

É neste ponto que se destaca a importância da classificação de lotes de madeira.


Afinal, sua inexistência faz com que para fins estruturais os projetistas considerem, a
favor da segurança, a madeira como sendo de segunda categoria. Por outro lado,
com a classificação da madeira seria possível empregar o coeficiente Kmod,3 = 1,
resultando em um aproveitamento racional da qualidade do material, representando
um ganho de 25% na resistência, conforme exposto nos seguintes cálculos
baseados na equação 9:

1º) determinação de Kmod, considerando: Kmod,1 = 0,7; Kmod,2 = 0,8 e Kmod,3 =


0,8.
K mod = 0,70  0,80  0,80 = 0,448

2º) determinação de Kmod, considerando: Kmod,1 = 0,7; Kmod,2 = 0,8 e Kmod,3 =


1,0.
K mod = 0,70  0,80  1,0 = 0,56

0,56 − 0,448
Logo, = 0,25 = 25%
0,448

Para BARTHOLOMEU (2001), apesar de existir a possibilidade da classificação de


lotes por ensaios destrutivos, essa classificação, na prática não existe. Segundo o
mesmo, um dos fatores que perpetuam a não existência dessa prática na construção
civil está ligado ao grau de dificuldade de implementá-lo. Afinal, no Brasil existem
poucos laboratórios especializados.

55
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Apesar disto, esse mesmo autor defende que a inclusão da avaliação das
propriedades mecânicas da madeira por classe de resistência foi um grande avanço,
pois, embora seja ainda utópica em nossa realidade, ela aponta para a possibilidade
de se projetar estruturas de madeira, não mais se utilizando propriedades ligadas à
espécie, mas sim a padrões de resistência e rigidez.

6.2. Classificação através de ensaios não destrutivos

A utilização de técnicas não destrutivas para classificação de lotes de madeira é


comum em países onde tais métodos estão mais desenvolvidos. Estas técnicas têm
como principais vantagens a facilidade e a simplicidade de aplicação, quando
comparadas a métodos destrutivos. Além disso, permitem avaliar a característica
interna dos materiais e de posse dessa avaliação é possível proceder a uma triagem
inicial. Fato que, no caso da madeira e seus derivados, melhora sua competitividade.

Para BARTHOLOMEU (2001), a inserção de um método não-destrutivo para


avaliação de propriedades da madeira no Brasil é hoje, no mínimo, uma possibilidade
ecologicamente necessária.

SANDOZ (1989) apud BARTHOLOMEU (2001) em sua tese de doutorado, utilizou o


método de ultra-som para classificação de peças estruturais das espécies Sapin
(Abies alba) e Epicéa (Picea abies). As vigas foram ensaiadas à flexão estática por
quatro pontos, e ainda foi empregada a técnica do ultra-som, através da qual foram
determinadas as velocidades de propagação das ondas longitudinais. O objetivo
deste estudo foi correlacionar velocidades longitudinais nas vigas com as respectivas
tensões de ruptura (MOR) e, dessa forma elaborar faixas de velocidades compatíveis
com as classes de resistência da norma suíça SIA 164 (1982/1992), que são
apresentadas na Tabela 8:

56
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 8 - Classes de resistência da norma SIA 164.


Tensão de Tensão de
Classe de Tensão de Ruptura à
Ruptura à Flexão Ruptura à Tração
resistência Compressão (MPa)
(MPa) (MPa)
FK I 12,0 10,0 10,0
FK II 10,0 8,5 8,5
FK II 7,0 6,0 -
(adaptado de BARTHOLOMEU, 2001)

Desta forma, após a elaboração da curva de correlação entre a velocidade de


propagação longitudinal e a tensão de ruptura à flexão, foram determinadas as faixas
de velocidade com as quais se pôde classificar as vigas estruturais das peças
estudadas, estas faixas de velocidade podem ser observadas na Tabela 9:

Tabela 9 - Faixa de velocidades para classificação de peças estruturais das espécies Sapin
e Epicéa com teor de umidade 12%, de acordo com as classes de resitência da norma SAI
164, segundo SANDOZ (1990).

Classe Faixa de velocidades (m/s)


Classe 0 VLL  5800
Classe I 5600  VLL< 5800
Classe II 5350  VLL< 5600
Classe III VLL< 5350
(adaptado de BARTHOLOMEU, 2001).

BARTHOLOMEU (2001) avaliou a existência de correlação entre resultados obtidos


com o ultra-som e aqueles obtidos por métodos destrutivos – flexão (em peças
estruturais de dimensões 0,06 x 0,12 x 2,00 m) e compressão paralela às fibras.
Além disso, foi proposto por esse autor um método de classificação de peças
estruturais de madeira, através da velocidade de propagação de ondas longitudinais.
Para tanto, três espécies foram estudadas no trabalho: Cupiúba (Goupia glabra) e
Eucalipto citriodora (Corymbia citriodora) e Pinus elliottii (Pinus elliottii). Ressaltando
que os corpos-de-prova e as vigas de dimensões estruturais foram ensaiados em
duas condições de umidade: saturada e em equilíbrio ao ar. A Tabela 10 expõe as

57
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

classes de rigidez e faixas de velocidades propostas pelo autor para o Eucalipto


citriodora.

Tabela 10 - Classes de rigidez de peças estruturais de madeira da espécie Eucalipto


Citriodora utilizando a velocidade de propagação da onda na condição saturada e em
equilíbrio com ar.
Faixa de velocidades (m/s)
EM,K (kN/cm²)
Classes Madeira na condição
Madeira em equilíbrio Madeira saturada
seca ao ar
10000 1000 3900  V VSAT  4150 4360  V VSE  4590
12500 1250 4150 < V VSAT  4350 4590 < V VSE  4820
15000 1500 4350 < V VSAT  4510 4820 < V VSE  5050
17500 1750 V VSAT > 4510 V VSE > 5050
(adaptado de BARTHOLOMEU, 2001)

Recentemente, BARTHOLOMEU e GONÇALVES (2006) propuseram uma tabela de


classificação para madeira de dicotiledôneas por meio da velocidade de propagação
longitudinal das ondas de ultra-som na condição saturada, tal estudo foi apresentado
como projeto de norma, e, posteriormente, aprovado e publicado como a norma
brasileira NBR 15521/2007 – Ensaios não destrutivos – Ultra-som – Classificação
mecânica de madeira serrada de dicotiledôneas. Nesta pesquisa os autores
concluíram que a classificação de peças estruturais de madeira de dicotiledônea
utilizando as faixas de velocidades propostas apresenta erro não significativo
(aproximadamente 5%), o que garante a viabilidade do método.

Neste sentido, DERNER et al (2008) avaliaram módulo de elasticidade da espécie


paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex. Ducke) em duas idades (6 e 10 anos)
através de ensaio não destrutivo (com base no projeto de norma que foi
transformado na NBR 15521/07), e o compararam com o valor obtido de ensaios
destrutivos – flexão e compressão paralela às fibras. Os resultados do estudo
mostraram que houve diferença significativa entre os dados, sendo que os valores
fornecidos pela tabela de classificação foram muito superiores aos obtidos nos

58
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

ensaios convencionais orientados pela NBR 7190/2007. O resultado da comparação


múltipla entre valores médios do módulo de elasticidade obtidos nos diferentes tipos
de ensaios pode ser observado na Tabela 11:

Tabela 11 - Comparação múltipla dos valores de módulo de elasticidade entre tipos de


ensaios.

Comparação
Idade de Tipo de Ensaio
múltipla
Crescimento
do paricá Compressão
Ensaio não
(anos) paralela às Flexão Variância Média
destrutivo
fibras
Módulo de seis 19.120 11.779 9.203 Diferentes -
Elasticidade
(MPa) dez 19.120 12.380 9.616 Diferentes -
(Adaptado de DERNER et al, 2008)

No entanto, vale ressaltar que a NBR 15521 foi elaborada com base em pesquisas
com árvores adultas (com idade média de 45 anos), sendo assim, o documento
orienta para que a tabela seja utilizada com cautela para madeira com idade inferior
a 12 anos.

O problema é que quando se compra madeira nas madeireiras nem sempre se pode
garantir as características como a idade, por exemplo. Daí a importância da
realização de estudos mais aprofundados para que esta norma seja aprimorada.

6.2.1. Orientações da NBR 15521/07 quanto à classificação da madeira

Inicialmente, o documento prevê que a classificação estabelecida na norma pode ser


realizada de três formas, dependendo da condição de umidade da madeira a ser
avaliada. Estas condições são:

“a) madeira com umidade acima do ponto de saturação das fibras (PSF), nesta
Norma adotado como sendo de 30%;

59
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

b) madeira na condição seca ao ar, nesta Norma considerada no intervalo de 11% a


13% de umidade;

c) madeira com umidade entre 13% e 30%.”

Para o caso da madeira com umidade acima do PSF (30%), as classes são definidas
por meio de intervalos de velocidade de propagação das ondas na direção
longitudinal às fibras, denominada VLLsat.

Para as madeiras com umidade em torno de 12% , as classes são definidas por meio
de intervalos de constante de rigidez na direção longitudinal, denominada C LL.

Para madeiras com umidades inferiores ao PSF (30%) e superiores à umidade de


13%, a velocidade de propagação das ondas na direção longitudinal – VLL, é corrigida
de maneira a obter-se a velocidade correspondente na condição saturada (VLLsat).

Nesta etapa do presente trabalho serão pesquisadas peças de madeira de paricá


secas em estufa, com umidade de aproximadamente 12%. Desta forma, conforme
orientação da referida norma, o parâmetro a ser adotado para a classificação deve
ser a constante elástica de rigidez (CLL). Entretanto, para aferição, também serão
considerados o módulo de elasticidade à flexão (EM) e a velocidade de propagação
de ondas ultra-sônicas corrigida para a condição saturada (VLLsat).

➔ Determinação da umidade da madeira

A NBR 15521/07 preconiza que a umidade deve ser medida em cada peça ensaiada,
através de medidor de umidade portátil elétrico (resistivo ou capacitivo). Essa
medição deve ser realizada em pelo menos três posições da peça, próximas das
bordas e zona central, sendo que a umidade a ser adotada é a média das medições.

60
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

➔ Determinação da velocidade de propagação das ondas na direção


longitudinal (VLL)

A velocidade de propagação de ondas na direção longitudinal (V LL) é determinada


pela relação entre o comprimento de percurso e o tempo de propagação, conforme
apresentado na equação 2.

O documento orienta que devem ser feitas medições de tempo de propagação em


diferentes pontos da seção transversal, sendo adotado o valor intermediário.

Tendo em vista que os intervalos de velocidade correspondentes às classes foram


elaborados com base na condição saturada (umidade superior a 30%), para os casos
em que a umidade da peça está entre 12% e 30%, a velocidade de propagação deve
ser corrigida por meio da equação 10:

VLLSAT = −1745 + VLL + 16  U +  ap (10)

onde: VLLsat = é o valor numérico da velocidade na peça saturada, com teor de


umidade maior que 30% (m/s); VLL = é o valor numérico da velocidade na peça com
teor de umidade entre 12% e 30% (m/s); U = é o valor da umidade da viga (%); ρap =
é o valor numérico da densidade aparente da viga na umidade U% (kg/m³).

➔ Determinação da constante de rigidez (CLL)

Para tanto, utiliza-se a equação 11:

61
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

C LL = 12%  VLL  10 −6 (11)

onde: CLL = é a constante de rigidez elástica na direção longitudinal (MPa); ρ12% = é o


valor numérico da densidade aparente da madeira com umidade em torno de 12%
(kg/m³); VLL = é o valor numérico da velocidade de propagação da onda com teor de
umidade em torno de 12% (m/s).

➔ Classificação da madeira de dicotiledôneas

A Tabela 12 apresenta as faixas de velocidade para classificação da madeira de


dicotiledônea, e conforme citado anteriormente, a escolha do parâmetro
classificatório deve ser em função da umidade da peça ensaiada.

Tabela 12 – Classificação por ultra-som da madeira de dicotiledônea.

VLLsat CLL 12% EM 12% fc0,k 12% Ec0,m 12%


Classe
(m/s) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
UD - 20 VLLsat < 3040 < 10620 > 6750 20 8000
UD - 25 3040 - 3690 10620 – 13000 6750 – 10420 25 12000
UD - 30 3690 - 3950 13000 – 15400 10420 – 13020 30 14000
UD - 35 3950 - 4140 15400 – 17800 13020 – 14920 35 15000
UD - 40 4140 - 4300 17800 – 20150 14920 – 16520 40 16500
UD - 45 4300 - 4390 20150 – 22500 16520 – 17420 45 18500
UD - 50 4390 - 4490 22500 – 24900 17420 – 18420 50 19500
UD - 55 4490 - 4600 24900 – 27300 18420 – 19120 55 20500
UD - 60 VLLsat > 4600 > 27300 EM > 19120 60 21200
(adaptado da NBR 15521/2007)

62
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

7. MATERIAL E EQUIPAMENTOS

7.1. Material

Os materiais utilizados nesta pesquisa serão madeiras de duas espécies de


dicotiledôneas – angelim Vermelho (Dinizia excelsa Ducke) e o paricá (Schizolobium
amazônicum Huber ex. Ducke).

7.1.1. O paricá

No que se refere ao paricá, este é proveniente de plantios florestais do Estado do


Pará. As madeiras de árvores com idades de dezenove e vinte e oito anos foram
adquiridas de floresta plantada pertencente a uma família de origem japonesa,
localizada no Município de Tomé – Açu, situado na latitude – 02º 25’ 08’’ e longitude
48º 09’ 08’’. As peças foram secas em estufa, resultando em uma umidade de
aproximadamente 12%.

➔ Identificação das peças

Nesta fase, antes de serem serrados todos os toretes foram marcados com o código
da árvore e posição do torete na mesma antes de serem serrados. O código guarda
a seguinte seqüência lógica: identificação da árvore – posição do torete na árvore.
Cada indivíduo arbóreo recebeu uma identificação na época do plantio e seu
desenvolvimento foi acompanhado, medindo-se altura e diâmetro. Na seqüência tem-
se uma marcação que se refere à posição do torete na árvore, sendo o número 1 –
torete próximo à base da árvore; 2 – torete seguinte ao 1; 3 - subseqüente ao torete
2. As identificações guardam consigo o seguinte significado: as amostras com idade
de 28 anos são as denominadas com as letras A, B, C, D e E. Ao passo que, as
peças com 19 anos são identificadas comas as letras F, G, H, I e J.

63
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

7.1.2. O angelim vermelho

Neste caso, a madeira foi adquirida de uma madeireira do município de Palhoça /


SC. Segundo o revendedor, se tratava de madeira verde, cujo desbaste havia sido
feito há aproximadamente dez dias.

➔ Identificação das peças

Conforme citado no parágrafo anterior, foram adquiridas pranchas de madeira verde


de angelim vermelho. Foram ao todo seis pranchas com dimensões de: 0,06 x 0,12 x
2,5 metros, sendo que na própria madeireira estas peças foram serradas ao meio,
resultando nas seguintes medidas: 0,06 x 0,06 x 2,5 metros.

Como não havia maiores informações quanto à posição das peças na árvore, ou se
estas peças provinham de uma mesma tora, para cada amostra (com 0,06 x 0,06 x
2,5 m) foi designada uma identificação simples formada pela letra V e o número da
peça: V1, V2,...,V12. Logo após a medição do teor de umidade e da velocidade de
propagação de ondas ultra-sônicas, estas peças foram serradas novamente
resultando em 24 amostras (com 0,06 x 0,06 x 1,25 metros), em cujas identificações
foram acrescentadas as letras a e b (como por exemplo, V1a e V1b).

➔ Avaliação do teor de umidade

Para verificação da condição saturada do angelim vermelho (madeira verde), foi


utilizado um higrômetro resistivo, com o qual realizaram-se três leituras. Determinou-
se então a umidade média de cada peça, resultando em um valor final médio do lote
de 28%. Nota-se que realmente a madeira estava na condição saturada, sendo então
necessária sua secagem.

64
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Ainda nesta fase, aproveitando-se da condição saturada das peças de angelim


vermelho, avaliou-se a velocidade de propagação das ondas de ultra-som, para
posterior comparação com a velocidade de propagação obtida nas amostras secas.

➔ Secagem da madeira

O processo de secagem das peças de angelim vermelho foi realizado na estufa do


Laboratório de Estruturas do Departamento de Engenharia Civil da Universidade
Federal de Santa Catarina – UFSC. Como se trata de uma estufa com dimensões
reduzidas, quando comparada a equipamentos profissionais, o procedimento teve de
ser adequado para as condições apresentadas.

Desta forma, em cada ciclo de secagem a estufa comportava no máximo dez


amostras (com 0,06 x 0,06 x 1,25 m), sendo que estas foram posicionadas na
diagonal do equipamento, conforme apresentado na Figura 12:

Figura 12 - Secagem das peças de angelim Vermelho (Dinizia excelsa Ducke).

Para garantir a secagem adequada das peças, gerando o mínimo de defeitos


possível (como rachaduras), aplicou-se a temperatura constante de 40º C, e ainda
foram utilizadas bandejas com água, de modo a manter a umidade no interior da
estufa. Vale ressaltar que este procedimento tem por finalidade evitar a secagem

65
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

muito rápida da superfície, fazendo com que esta se retraia e impeça a perda de
umidade interna.

A verificação do teor de umidade das peças foi realizada a cada três dias
aproximadamente, por intermédio de um higrômetro resistivo, com o qual foram feitas
três leituras em cada amostra. Além disso, as peças foram pesadas para identificar a
perda de água.

Sendo assim identificada a secagem das peças após uma semana, uma vez que a
umidade média das dez amostras foi de 14%. Lembrando que segundo a NBR
7190/1997, a cidade de Florianópolis / SC com umidade média relativa de cerca de
80% enquadra-se na classe 3 de umidade, cuja umidade de equilíbrio da madeira é
de 18%.

Desta forma, esse processo foi repetido para as demais 14 peças, sendo que estas
foram divididas em outros dois lotes. Ao fim do ciclo de secagem, obteve-se um teor
de umidade média do lote de 13,3%.

7.2. Equipamentos

Neste item serão apresentados os principais equipamentos utilizados para realização


deste trabalho.

7.2.1. Aparelho de ultra-som

Conforme citado anteriormente, o equipamento utilizado para tomada das


velocidades das ondas ultra-sônicas foi o Sylvatest. O qual requer energia
carregada em baterias e pesa 5,7 kg, suas dimensões são 29 x 20 x 12 cm, sendo
produzido por SANDEZ S/A na Suíça, possui transdutores de formato cônico, com
capacidade de emissão de ondas com freqüência de 30 kHz e calcula
automaticamente o módulo de elasticidade desde que informações sobre a espécie,

66
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

comprimento e geometria (seção quadrada ou cilíndrica) sejam adicionadas ao


sistema via teclado (SANDEZ S/A, 1991).

7.2.2. Máquina universal de ensaios

Para a realização dos ensaios de compressão paralela às fibras e de flexão foi


utilizada a máquina universal de ensaios Mohr  Federhff AG, com capacidade
máxima de carga de 20 toneladas.

7.2.3. Higrômetro resistivo

O medidor de umidade empregado neste estudo foi um higrômetro resistivo da marca


BOLLMANN (Figura 13), com precisão de 0,1%. O equipamento requer uma escala,
que deve baseada em uma tabela fornecida pelo fabricante, a qual indica valores
para algumas espécies. Pelo fato dessa tabela não citar o paricá, adotou-se a escala
4, que é indicada para espécie Guapuruvu, uma vez que ambas possuem
semelhanças anatômicas e de densidade.

Figura 13 - Medidor de umidade da marca BOLLMANN.

67
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

8. METODOLOGIA

No presente trabalho, constam duas frentes de estudo:

1) Enquadramento do paricá (19 e 28 anos) na tabela de classificação da NBR


15521/07;
2) análise do efeito do carregamento de flexão no tempo de propagação de
ondas para as espécies paricá e angelim vermelho.

Sendo assim, a princípio será abordada a caracterização do paricá através do ultra-


som e, posteriormente, a caracterização através de ensaios destrutivos do paricá e
do angelim vermelho, incluindo a verificação do efeito do carregamento à flexão no
tempo de propagação do ultra-som.

8.1. Caracterização da espécie paricá através do ultra-som

Para avaliação não destrutiva da espécie paricá (19 e 28 anos), baseou-se na NBR
15521/2007 – Ensaios não destrutivos – Ultra-som – Classificação mecânica de
madeira serrada de dicotiledôneas. Esta análise tem por finalidade a verificação do
enquadramento do paricá na tabela de classificação da referida norma.

8.1.1. Amostragem

Nesta fase, foram selecionadas aleatoriamente 37 pranchas de paricá, sendo 18


peças com idade de crescimento de 28 anos e 19 com 19 anos. Esse universo
amostral continha peças das três posições na árvore: 1, 2 e 3, sendo estas com o
mínimo possível de defeitos. Nessas peças, com dimensões de seção de 0,06 x 0,14
m e comprimento de aproximadamente 2,0 m, foram avaliados o teor de umidade e o
tempo de propagação de ondas, para posterior determinação da velocidade de
propagação do ultra-som.

68
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

8.1.2. Determinação da umidade

Com o auxílio do higrômetro resistivo foram efetuadas leituras em três pontos de


cada peça: próximo das bordas e na região central, sendo a umidade adotada a
média das três leituras.

8.1.3. Determinação da velocidade de propagação das ondas na direção


longitudinal (VLL)

Por intermédio do Sylvatest realizaram-se quatro leituras de tempo de propagação


de ondas em pontos eqüidistantes da seção transversal das peças, sendo adotado o
valor intermediário (desprezando-se o máximo e o mínimo, conforme indicado pela
NBR 15521/07). A seguinte ilustração (Figura 14) apresenta a técnica utilizada neste
trabalho:

POSIÇÕES DO
TRANSDUTOR
RECEPTOR

POSIÇÕES DO
TRANSDUTOR
EMISSOR

Figura 14 - Técnica para a tomada dos tempos de propagação de ondas ultra-sônicas nas
pranchas de paricá.

Considerando que a velocidade de propagação do ultra-som é a relação entre o


tempo de propagação e a distância percorrida pelo pulso, foi ainda determinado o

69
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

comprimento de cada peça. Desta forma, através da equação 2 determinou-se essa


variável para as 37 pranchas (com 0,06 x 0,14 x 2,00 m).

8.1.4. Correção da velocidade de propagação das ondas na direção


longitudinal para a condição saturada (VLLsat)

Em posse das velocidades de propagação do ultra-som na direção longitudinal (VLL)


determinadas para peças de paricá com umidade de aproximadamente 12%,
determinou-se as correspondente velocidades propagação na condição saturada
(VLLsat), através da fórmula de correção representada pela equação 10.

8.1.5. Determinação da constante elástica de rigidez na direção longitudinal -


CLL

Conforme apresentado no item 6.2.1 deste trabalho, a constante elástica de rigidez


depende da densidade aparente das peças com umidade de cerca de 12%, cujo
procedimento de determinação será apresentado posteriormente. Destaca-se que,
para esse estudo, considerou-se a densidade aparente de cada peça.

8.2. Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho através de


ensaios destrutivos

Nesta etapa, foram realizados os seguintes testes:

1) ensaio de compressão paralela às fibras para o paricá (19 e 28 anos);


2) ensaios de umidade e densidade para o paricá (19 e 28 anos);
3) ensaio de flexão para as espécies paricá (19 e 28 anos) e angelim vermelho,
sendo que simultaneamente ao carregamento de flexão foi empregado o ultra-
som.

70
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Vale ressaltar que tais procedimentos foram efetuados conforme previsto na norma
brasileira NBR 7190 - Projeto de Estruturas de Madeira.

8.2.1. Amostragem

No que se refere ao paricá, novamente foram selecionadas aleatoriamente algumas


pranchas com ambas idades de crescimento (19 e 28 anos), situadas nas três
posições na árvore: 1, 2 e 3, sendo estas com o mínimo possível de defeitos. Para
realização dos ensaios de densidade e umidade foram avaliadas todas as peças
estudadas na análise não destrutiva (37 pranchas). Já para os ensaios de flexão e
compressão paralela, adotou-se um universo amostral distinto, isto é, nem todas as
amostras avaliadas com ultra-som, tiveram os respectivos dados dos testes de flexão
e compressão paralela às fibras.

Com relação ao angelim vermelho, as peças foram adquiridas na madeireira sem


identificação mais detalhada, como a posição no torete, por exemplo. Além disso, a
quantidade foi limitada para a prevista para confecção dos corpos-de-prova para o
ensaio de flexão. Como se vê, neste caso, o universo amostral já veio formado.

8.2.2. Determinação da umidade (U%)

Esta etapa do trabalho teve como finalidade a determinação da umidade para as


peças de madeira de paricá, com 19 e 28 anos. Conforme item 5.2 do anexo B da
NBR 7190/97, o teor de umidade da madeira corresponde à relação entre a massa
da água nela contida e a massa da madeira seca, dado por:

mi − m s
U (%) =  100 (12)
ms

onde: mi = é a massa inicial da madeira (g); ms = é a massa da madeira seca (g).

71
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Nesta fase, determinou-se para espécie paricá a massa inicial dos corpos-de-prova
(com 0,02 x 0,03 x 0,05 m), e em seguida encaminhou-se as amostras para a estufa
a uma temperatura máxima de 103ºC. Sendo que a cada seis horas foram realizadas
medidas de massa até a obtenção da massa seca (diferença entre duas medidas
consecutivas  0,5%).

Para essa pesquisa, foram avaliados quatro corpos-de-prova de cada uma das 37
peças avaliadas com ultra-som, constituindo um grupo de 148 amostras, sendo 72
peças com 28 anos e 76 peças com 19 anos.

8.2.3. Determinação da densidade aparente (ρ12%)

Particularmente para este trabalho, o parâmetro de interesse é a densidade aparente


das peças de paricá com umidade de aproximadamente 12%, que é aplicada tanto
para a determinação da constante elástica de rigidez na direção longitudinal (C LL),
como para a correção da velocidade de propagação do ultra-som na condição
saturada (VLLsat). Desta forma, esta variável foi obtida através da seguinte relação:

m
12% = (13)
V

onde: m = é a massa da peça de madeira ensaiada (kg), na umidade entre 11 e 13%;


V = é o volume da peça de madeira ensaiada (m³), na umidade entre 11 e 13%.

Nesta etapa, foram analisados os mesmos corpos-de-prova do ensaio de umidade


(148 peças), sendo que além da massa inicial foi determinado o volume antes da
secagem das amostras.

8.2.4. Ensaio de compressão paralela às fibras

72
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Nesta fase da pesquisa, foram ensaiados 46 corpos-de-prova, sendo 23 amostras


para cada idade de crescimento do paricá (19 e 28 anos).

De acordo com item 8 do anexo B da NBR 7190/97, o ensaio de compressão


paralela às fibras tem por objetivo a determinação da resistência e da rigidez à
compressão paralela às fibras. Uma vez que, a resistência à compressão paralela às
fibras (fco) é dada pela máxima tensão de compressão que pode atuar em um corpo-
de-prova com seção transversal quadrada de 5,0 cm de lado e 15,0 cm de
comprimento, conforme apresentado na Figura 15:

Figura 15 - Corpo-de-prova para ensaio de compressão paralela às fibras.


(Adaptado da NBR 7190/97)

A resistência à compressão é dada por:

Fc 0,máx
f c0 = (14)
A

onde: fco = é a resistência à compressão paralela às fibras (MPa); F co,máx = é a


máxima força de compressão aplicada ao corpo-de-prova durante o ensaio (N); A = é
a área inicial da seção transversal comprimida (m²) ;

Com relação à rigidez da madeira na direção paralela às fibras foi determinada por
seu módulo de elasticidade (Eco), obtido do trecho linear do diagrama tensão x
deformação específica. Para esta finalidade, o módulo de elasticidade foi definido
pela inclinação da reta secante à curva tensão x deformação, conforme a seguinte
expressão:

73
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

 50% −  10%
Ec0 = (15)
 50% −  10%

onde: Eco = módulo de elasticidade a compressão paralela às fibras (MPa); σ10% e

σ50% são as tensões de compressão correspondentes a 10% e 50% da resistência


fco no diagrama de carregamento, no último ciclo de carregamento, ou seja, após os
ciclos de carga e descarga (Figura 16); ε10% e ε50% são as deformações específicas

medidas no corpo-de-prova, correspondentes às tensões σ10% e σ50%,


respectivamente.

Neste contexto, para determinação da rigidez, estimou-se a resistência da madeira


(fco,est) através do ensaio de um corpo-de-prova. Quanto ao o carregamento, este foi
aplicado com dois ciclos de carga e descarga, de acordo com o procedimento
especificado no diagrama de carregamento da Figura 16:

σc
s c/σc,est
/ s est

1,0

0,5

0,1

Tempo (s)(s)
Tempo

Figura 16 - Diagrama de carregamento para determinação da rigidez da madeira à


compressão (Adaptado da NBR 7190/97).

74
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

8.2.5. Ensaio de Flexão

Esta análise, apresentada no item 14 da norma NBR 7190/97, destinou-se à


determinação da resistência e da rigidez da madeira à flexão para as espécies paricá
e angelim vermelho. Nesta etapa, além do ensaio convencional foi empregado o
ultra-som durante o carregamento de flexão, sendo que esta avaliação será
apresentada no próximo item.

Destaca-se, que para o presente trabalho o parâmetro de maior interesse é o módulo


de elasticidade à flexão (EM), para posterior verificação do enquadramento da
espécie paricá na tabela de classificação da NBR 15521/07.

A resistência da madeira à flexão (fM) , que segundo a referida norma, é um valor


dado pela máxima tensão que pode atuar em um corpo-de-prova no ensaio de
flexão simples, este que é apresentado na figura abaixo (Figura 17):

Figura 17 - Corpo-de-prova para ensaio de flexão (Adaptado na NBR 7190/97).

A equação utilizada para determinar a resistência à flexão foi:

M máx
fM = (16)
We

onde: Mmáx = é o máximo momento aplicado ao corpo-de-prova (Nm); We = é o


módulo de resistência elástico da seção transversal do corpo-de-prova, dado por
bh² /6 (m²).

75
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Para obtenção da rigidez da madeira à flexão, considerou-se o módulo de


elasticidade determinado no trecho linear do diagrama carga x deslocamento (Figura
18). Neste sentido, semelhante ao empregado no ensaio de compressão paralela, o
módulo de elasticidade foi determinado pela inclinação da reta secante à curva carga
x deslocamento no meio do vão, definida pelos pontos (F10% ; v 10%) e (F50% ; v 50%)
correspondentes, respectivamente, a 10% e 50% da carga máxima de ensaio
estimada por meio do ensaio de um corpo-de-prova.

FM (N)

FU

F50%

F10%
v10% v50%
Flecha V (m)

Figura 18 - Diagrama carga x flecha na flexão (Adaptado na NBR 7190/97).

Desta forma, o módulo de elasticidade à flexão foi definido por meio da equação 17:

( FM ,50% − FM ,10% )  L3
EM 0 = (17)
(V50% − V10% )  4Bh 3

onde: FM,10% e FM,50% = são as cargas correspondentes a 10% e 50% da carga


máxima estimada, aplicada ao corpo-de-prova (N), no último ciclo de carregamento,
isto é, depois dos ciclos de carga e descarga; v10% e v50% = são os deslocamentos
no meio do vão correspondentes a 10% e 50% da carga máxima estimada FM,est

76
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

(m); b e h correspondem, respectivamente, à largura e à altura da seção transversal


do corpo-de-prova (m).

Quanto ao ensaio dos corpos-de-prova, utilizou-se a máquina universal de ensaios.


As amostras foram vinculadas a dois apoios articulados com vão livre entre os apoios
de 1,05 m, e a carga aplicada foi aplicada no centro da peça, sendo executados
ciclos de carga e descarga conforme orientação da norma. As deformações foram
medidas através de dois transdutores posicionados no centro do corpo de prova.

Como comentado anteriormente, nesta etapa do trabalho, além do ensaio


convencional de flexão foi avaliado o efeito do carregamento no tempo de
propagação de ondas ultra-sônicas. Por ser tratar de estudo inédito, pelo menos a
nível nacional, este será apresentado mais detalhadamente no próximo item.

8.2.6. Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de ondas ultra-


sônicas

Para determinação do efeito do carregamento no tempo de propagação de ondas


ultrassonoras, em ambas as espécies, aplicou-se o ultra-som simultaneamente ao
carregamento à flexão. Conforme apresentado no item anterior, o carregamento à
flexão foi efetuado em dois ciclos de carga e descarga, sendo que as leituras de
tempo de propagação foram realizadas a cada acréscimo/decréscimo de 50 kgf, a
uma distância fixa de 1,15 m (comprimento do corpo-de-prova). A Figura 19 ilustra o
procedimento adotado para a medida dos tempos de propagação durante aplicação
da carga de flexão:

77
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Figura 19 - procedimento adotado para a medida dos tempos de propagação durante


aplicação da carga de flexão.

Sabe-se que quando uma peça é submetida a um carregamento de flexão, o


comportamento mecânico não é homogêneo para todo seu volume, uma vez que, no
regime elástico, a parte superior é comprimida, a parte inferior sofre esforços tração,
e, teoricamente, na linha central não há esforços normais à seção, sendo esta
denominada Linha neutra. No entanto, essa região fica submetida ao cisalhamento
máximo.

Neste aspecto, avaliou-se o efeito do carregamento à flexão no tempo de


propagação do ultra-som em diferentes regiões (pontos) da seção transversal, sendo
estas denominadas: Zona tracionada (ZT), Zona comprimida (ZC) e Linha neutra
(LN), como pode ser observado na Figura 20:

78
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

POSIÇÕES DO
TRANSDUTOR
RECEPTOR

SEÇÃO TRANSVERSAL

2,5 cm

1 cm
2,5 cm
POSIÇÕES DO ZONA
TRANSDUTOR COMPRIMIDA

5 cm
EMISSOR
LINHA
NEUTRA
m
5c ZONA
11
TRACIONADA
5 cm

Figura 20 - Leituras de tempo de propagação de ondas ultra-sônicas durante o carregamento à


flexão em diferentes pontos da seção transversal.

Face ao exposto, para alguns corpos-de-prova avaliou-se o efeito do carregamento


no tempo de propagação apenas na Zona tracionada, enquanto para outros somente
a Zona comprimida. Além disso, aproveitando-se do modo de carregamento à flexão
proposto pela NBR 7190/97, onde são aplicados ciclos de carga e descarga,
correspondentes a 10% e 50% da carga máxima estimada, verificaram-se, para uma
mesma peça, diferentes zonas de solicitantação, denominadas Zonas variadas (Zona
comprimida, Zona tracionada e Linha Neutra).

Neste caso, em cada ciclo de carga e descarga o ultra-som foi aplicado em uma das
zonas (tracionada ou comprimida), sendo que no último ciclo de carregamento (até a
ruptura) os transdutores foram posicionados no centro da peça (Linha neutra). A
seleção das zonas para os ciclos de carga e descarga foi alternada, por exemplo,
para metade dos corpos-de-prova de cada espécie iniciou-se pela Zona comprimida,
sucedida pela Zona tracionada, e por fim a Linha neutra. Já para as demais amostras
analisou-se primeiramente a Zona tracionada, seguida pela Zona comprimida. Este
procedimento teve por finalidade anular qualquer comportamento tendencioso, que
pudesse prejudicar os resultados.

79
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Na Figura 21 é exposto o modelo de aplicação de carga de flexão, bem como o


posicionamento dos transdutores nas regiões com diferentes esforços solicitantes:

CARREGAMENTO
À FLEXÃO
POSIÇÕES DO POSIÇÕES DO
TRANSDUTOR TRANSDUTOR
EMISSOR RECEPTOR

ZONA COMPRIMIDA

LINHA NEUTRA

ZONA TRACIONADA

Figura 21 - posicionamento dos transdutores nas regiões com diferentes esforços


solicitantes.

Nesta etapa, foram ensaiados corpos-de-prova das espécies paricá (19 e 28 anos) e
angelim vermelho, o número de amostras analisadas para cada zona de esforço
solicitante, está apresentado na Tabela 13:

Tabela 13 - Quantidade de corpos-de-prova para a análise do efeito do carregamento à


flexão no tempo de propagação do ultra-som.
Número de corpos-de-prova
Espécie Zona comprimida
Zona tracionada (ZT) Zonas variadas*
(ZC)
19 anos 4 6 4
paricá
28 anos 4 6 4
angelim vermelho 5 5 13
* análise da zona tracionada, zona comprimida e linha neutra de um mesmo corpo-de-prova

80
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

9. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste tópico, serão apresentados os resultados obtidos neste estudo, bem como
observações pertinentes aos mesmos.

9.1. Verificação da velocidade de propagação do ultra-som nas peças de


angelim vermelho em duas condições de umidade: saturada e seca

Confirmando o que foi encontrado na literatura, a velocidade de propagação do ultra-


som determinada para as peças de angelim vermelho na condição seca foi superior à
correspondente na condição saturada, tal fato pode ser observado na Tabela 14:

Tabela 14 - velocidade de propagação do ultra-som determinada para as peças de angelim


vermelho em duas condições de umidade: saturada e seca.
Condição saturada (madeira verde) Condição seca
Amostra Teor de umidade Teor de umidade final
VLLsat (m/s) VLL (m/s)
inicial (%)* (%)*
V1 4399,42 32,73 4684,34 14,42
V3 4297,85 31,20 4545,45 12,18
V7 4085,76 30,07 4440,15 11,78
V8 4311,33 28,47 4582,33 12,45
V9 4244,97 26,10 4467,38 13,25
V10 3693,43 21,07 4006,97 12,27
V12 4387,70 40,90 4723,29 13,75
Média 4202,92 30,08 4492,85 12,87
* A umidade foi determinada através do higrômetro resistivo

9.2. Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de ondas


ultra-sônicas.

A princípio, para as amostras de ambas as espécies (paricá e angelim vermelho) em


que foi analisada somente uma zona de solicitação (tracionada ou comprimida) não
foi identificada alteração no tempo de propagação do ultra-som. Conforme ilustra o

81
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

seguinte gráfico (Figura 22) , o qual apresenta os valores obtidos para o paricá na
avaliação da Zona comprimida. Vale ressaltar que as peças identificadas com as
letras A, B, C, D e E, são as de 28 anos, e as demais possuem 19 anos.

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de


ondas para o Paricá (Zona Comprimida)

270
A1
Tempo de Propagação (ms)

260 B21
C1
250 D3
G31
240 I31
H1B
230
J21
220 B1
E31
210 J3
J2
200
0 0 0 0 50 0 0 0 50 0 0 0 0
10 20 15 10 20 15 10 20 30 40
Carga (kgf)

Figura 22 - Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao carregamento à


flexão na zona comprimida das peças de paricá.

Como se vê na Figura 22, para todas as amostras o tempo de propagação do ultra-


som medido na zona comprimida se manteve constante durante o carregamento à
flexão, fato que pode ser constatado na Tabela 15 que apresenta os valores médios
de tempo de propagação e os respectivo coeficientes de variação:

82
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 15 - Valores médios dos tempos de propagação do ultra-som medidos durante o


carregamento à flexão dos corpos-de-prova de paricá avaliados na Zona comprimida.
PARICÁ - ZONA COMPRIMIDA
TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS (μs)
28 anos 19 anos
A1 B21 C1 D3 B1 E31 G31 I31 H1B J21 J3 J2
Média 221,16 232,32 231,56 245,00 212,85 211,95 233,35 207,00 220,52 222,83 220,35 219,17
Desvio
0,55 0,99 0,87 0,50 0,78 0,58 0,78 0,78 0,59 0,82 0,49 0,48
Padrão
Coef. de
0,25 0,43 0,38 0,20 0,37 0,27 0,33 0,38 0,27 0,37 0,22 0,22
Variação

Por outro lado, nos casos em que foram avaliadas diferentes zonas de solicitação
(Zona tracionada, Zona comprimida e Linha neutra) de um mesmo corpo-de-prova,
constatou-se um comportamento interessante para ambas as espécies, o tempo de
propagação aumentou na Zona tracionada e diminuiu na Zona comprimida. Além
disso, em alguns casos, a leitura realizada na Linha neutra foi aproximadamente a
média das leituras realizadas nas zonas: comprimida e tracionada. Fato que pode ser
observado nos seguintes gráficos (Figura 23, Figura 24, Figura 25 e Figura 26 ):

83
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de


ondas para o Paricá (Zonas Variadas)

Zona Comprimida Zona Tracionada Linha Neutra


229
227
Tempo de Propagação (µs)

225
223
221 A3
219 C3
217 G21
215
I2
213
211
209
207
205
0 0 0 0 50 0 0 0 50 0 0 0 0
10 20 15 10 20 15 10 20 30 40
Carga (kgf)

Figura 23 - Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao carregamento à


flexão em diferentes zonas de solicitação (ZC-ZT-LN) das peças de paricá.

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de


ondas para o Paricá (Zonas Variadas)

Zona Tracionada Zona Comprimida Linha Neutra


229
Tempo de Propagação (µs)

227
225
223
221 A2B
219 B2
217
H1
215
213 F11
211
209
207
205
0

50

50

0
10

20

15

10

20

15

10

20

30

Carga (kgf)

Figura 24 – Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao carregamento à


flexão em diferentes zonas de solicitação (ZT-ZC-LN) das peças de paricá.

84
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação


de ondas para o Angelim vermelho (Zonas variadas)

Zona Comprimida Zona Tracionada Linha Neutra


310
Tempo de Propagação (µs)

300
V9A
290 V1B
280 V12B
270 V12A
260 V5B
V2B
250
V6B
240
230
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
15 30 45 35 20 10 25 40 40 25 10 20 35 50 65
Carga (kgf)

Figura 25 – Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao carregamento à


flexão em diferentes zonas de solicitação (ZC-ZT-LN) das peças de angelim vermelho.

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação


de ondas para o Angelim vermelho (Zonas Variadas)

Zona Tracionada Zona Comprimida Linha Neutra


310
Tempo de Propagação (µs)

300
290 V9B
280 V3B
V3A
270
V10B
260
V11B
250 V4A
240
230
0

0
15

30

45

35

20

10

25

40

40

25

10

20

35

50

65

Carga (kgf)

Figura 26 -Tempo de propagação do ultra-som medido simultaneamente ao carregamento à


flexão em diferentes zonas de solicitação (ZT-ZC-LN) das peças de angelim vermelho.

85
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Um fator que pode explicar esse comportamento é que no caso da Zona tracionada,
com o alongamento das fibras, esta tem seu comprimento aumentado durante o
carregamento, o que pode provocar uma elevação no tempo de propagação do ultra-
som.

Nota-se, que em ambos os gráficos da espécie angelim vermelho, algumas amostras


apresentaram comportamento oposto às demais, mais especificamente as amostras
V5B (Figura 25), V10B E V4A (Figura 26). Nestas foi identificado que a inclinação da
grã era superior a 6º, o que segundo a NBR 7190/97 pode ter influência significativa
nas propriedades mecânicas da madeira, sendo adequado considerar a redução da
resistência pela fórmula de HANKINSON. Tal fato pode ser observado na Figura 27:

Figura 27 - Corpo-de-prova com inclinação da grã superior a 6º (graus).

No Anexo 4 são apresentadas as leituras dos tempos de propagação durantes o


carregamento à flexão dos corpos-de-prova de paricá e angelim vermelho, e ainda,

86
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

no Anexo 6 constam todos os gráficos elaborados com os dados obtidos nessa


etapa.

9.2.1. Tratamento estatístico dos dados

Esta etapa teve por objetivo avaliar se houve diferença significativa entre os dados
das diferente idades de crescimento do paricá (19 e 28 anos), obtidos em uma
mesma zona de solicitação. E ainda, para ambas as espécies (paricá e angelim
vermelho), analisou-se se houve diferença significativa entre os dados obtidos em
diferentes zonas de solicitação: tracionada e comprimida.

Neste aspecto, a análise estatística dos dados experimentais foi efetuada conforme
as especificações da NBR-7190/97, exceto para os dados da avaliação não
destrutiva (ultra-som), para os quais foram aplicados testes de análise de valores
espúrios na determinação da velocidade média das amostras. Nessa verificação,
utilizou-se a tabela “One-sided Test”.

Para análise dos dados medidos em diferentes zonas de solicitação (tracionada e


comprimida), determinou-se para cada amostra a média do tempo de propagação
para o caso mais crítico que é a carga de 50% da carga de ruptura (sendo 200 kgf
para o paricá 450 kgf para o angelim vermelho). Posteriormente, os dados foram
divididos em dois grupos conforme a zona avaliada: Zona comprimida e Zona
tracionada. Sendo que para o paricá, primeiramente avaliaram-se os dados das
diferentes idades de crescimento (19 e 28 anos) medidos em uma mesma zona de
solicitação.

Sabe-se que em alguns corpos-de-prova foi avaliada apenas uma zona de esforço
solicitante (tracionada ou comprimida). Sendo que nestes casos, foram feitas 5
leituras de tempo de propagação na carga de 50% da carga máxima, ao contrário
das amostras nas quais analisaram-se Zonas variadas, onde, para cada zona de
solicitação (tracionada ou comprimida) foram efetuadas 2 leituras de tempo de

87
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

propagação na carga de 50% da carga máxima. Sendo assim, para cada amostra
adotou-se o valor médio de tempo de propagação medido simultaneamente à
aplicação 50% da carga máxima de flexão, conforme a espécie. No Anexo 5, é
apresentada uma tabela que exemplifica este procedimento.

As tabelas abaixo (Tabela 16 e Tabela 17), apresentam os dados referentes ao


paricá, que foram tratados estatisticamente:

Tabela 16 - Análise estatística – média dos tempos de propagação do ultra-som medidos na


Zona tracionada das amostras de paricá com 19 e 28 anos, com carga de 200 kgf.
paricá 28 anos - Zona tracionada - paricá 19 anos - Zona
(carga 200 kgf) tracionada - (carga 200 kgf)
Amostra tempo (μs) Amostra tempo (μs)
D3B 244,00 H1 213,50
A3 223,00 F11 221,50
C3 225,00 G21 213,50
A2B 217,00 I2 209,50
B2 217,00 I32 233,40
D2* 266,00 H1D 207,00
A2 216,00 F21 220,40
D1 236,20 G1 222,80
C11 222,80 MÉDIA 217,70
MÉDIA 225,13 Desvio Padrão 8,55
Desvio Padrão 10,03 Coef. Variação 3,93
Coef. Variação 4,46 S² 73,03
S² 273,66
* amostra descartada - espúrio

88
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 17 - Análise estatística – média dos tempos de propagação do ultra-som medidos na


Zona comprimida das amostras de paricá com 19 e 28 anos, com carga de 200 kgf.
paricá 28 anos - Zona comprimida paricá 19 anos - Zona
(carga 200kgf) comprimida (carga 200kgf)
Amostra tempo (μs) Amostra tempo (μs)
D3B 240,00 H1 213,50
A3 222,50 F11 221,50
C3 222,00 G21 213,50
A2B 216,50 I2 209,50
B2 210,50 G31 233,40
A1 221,60 I31 207,00
B21 231,80 H1B 220,40
C1 232,00 J21 222,80
D3 245,00 J3 220,20
B1 212,60 J2 219,20
E31 212,20 MÉDIA 218,10
MÉDIA 224,25 Desvio Padrão 7,59
Desvio Padrão 11,58 Coef. Variação 3,48
Coef. Variação 5,16 S² 57,57
S² 134,09

Desta forma efetuou-se o teste de normalidade de Kolmogorov - Smirnov (K-S) ao


nível de significância de 5% (alfa = 0,05) para os dados de cada zona de esforços
solicitantes (tracionada ou comprimida). No caso do paricá, esse teste foi aplicado
para cada idade separadamente. Constatou-se então, para ambas as espécies, a
distribuição normal das amostras.

Em seguida, através do Teste de Cochran, que tem por finalidade a análise da


variância, verificou-se se havia diferença significativa entre os dados das diferentes
idades de crescimento do paricá (19 e 28 anos) obtidos na análise de uma mesma
zona de solicitação. Obteve-se então, a variância equivalente, entre os dados das
amostras de paricá com 19 e 28 anos, avaliados em uma mesma zona de solicitação
(Zona tracionada ou comprimida).

89
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Posteriormente, analisou-se a variância dos valores de tempo de propagação de


ondas determinados nas diferentes zonas de solicitação: comprimida e tracionada.
Sendo que, pelo fato das amostras de paricá com 19 e 28 anos apresentarem
variância equivalente, nesta etapa, tais dados foram estudados em conjunto.

Nessa última análise, para ambas as espécies (paricá e angelim vermelho), também
foi observada a variância equivalente dos dados experimentais de diferentes zonas
de solicitação. Com o que pode-se concluir, que apesar do tempo de propagação
do ultra-som apresentar diferença no comportamento durante o carregamento à
flexão quando avaliado em diferentes zonas de solicitação, este efeito pode ser
desconsiderado.

9.3. Ensaios destrutivos

Neste item, constam os resultados obtidos nos ensaios de: umidade, densidade
aparente, compressão paralela às fibras e flexão.

Na Tabela 18 são apresentados os resultados dos ensaios destrutivos realizados


somente para o paricá:

Tabela 18 - Resultados dos ensaios destrutivos realizados para o paricá (19 e 28 anos).
Idade de
crescimento do U (%)
ρ12% fco,m (Mpa) fco,k (Mpa) Eco,m (Mpa)
paricá (anos) (kg/m³)
19 12,53 321,91 26,54 21,13 13.437,22
28 12,80 351,27 29,49 23,35 10.968,46
MÉDIA 12,66 336,20 28,02 - 12.202,84

Observando-se os valores de resistência característica à compressão paralela,


constata-se que o paricá se enquadra na classe de resistência C 20 da NBR
7190/97.

90
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Quanto ao ensaio de flexão, este foi realizado para ambas as espécies – paricá e
angelim vermelho, e os resultados constam na Tabela 19:

Tabela 19 - Resultados do ensaio de flexão, realizado para as espécies: paricá (19 e 28


anos) e angelim vermelho.

Espécie fM,m (MPa) fM,k (MPa) EM,m (MPa)


19 anos 44,63 34,69 8.465,60
paricá
28 anos 47,27 33,74 8.619,89
MÉDIA 45,95 - 8.542,75
angelim vermelho 139,38 106,62 18894,99

Os dados referentes aos ensaios de umidade e densidade, são apresentados no


Anexo 1. Já, os dados do ensaio de compressão paralela às fibras constam no
Anexo 2, enquanto que os resultados do ensaio de flexão, são apresentados no
anexo 3.

9.4. Enquadramento da espécie paricá na tabela de classificação da NBR


15521/07

Nesta etapa, foram considerados os parâmetros da tabela de classificação da NBR


185521/07, que são: velocidade de propagação do ultra-som na direção longitudinal,
corrigida para a condição saturada (VLLsat) , constante elástica de rigidez (CLL) e
módulo de elasticidade à flexão (EM). Além disso, verificou-se a classe de resistência
definida pela resistência característica à compressão paralela às fibras (NBR
7190/97). Como se identificou anteriormente a variância equivalente para as duas
idades de crescimento do paricá (19 e 28 anos), as amostras foram avaliadas em
conjunto. Na Tabela 20 abaixo, encontram-se os valores médios obtidos nesta
análise:

91
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 20 - Valores médios da classificação da espécie paricá, através da NBR 15521/07 e


classe de resistência definida através da NBR 7190/97.

Parâmetros de classificação da Classificação através da Classificação através da


NBR 15521/07 NBR 15521/07 NBR 7190/97

Classe / Classe / fco,k (MPa)


CLL VLLsat Classe / Classe / fco,k
EM (MPa) VLLsat CLL
(MPa) (m/s) EM (MPa) 19 28 (MPa)
(m/s) (MPa)
anos anos

8199,22 9082,70 4059,98 UD-35 UD-20 UD-25 21,13 23,35 C-20

Nota-se na Tabela 20, que o parâmetro classificatório da NBR 15521/07 mais


eficiente foi a constante elástica de rigidez na direção longitudinal (C LL), a qual
indicou a mesma classificação obtida através da resistência característica à
compressão paralela (fco,k) da espécie paricá.

Quanto à classificação através do Módulo de elasticidade à flexão e da velocidade de


propagação do ultra-som na direção longitudinal corrigida para a condição saturada
(VLLsat), estes se mostraram menos adequados, uma vez que determinaram uma
classe de resistência superior à identificada através da NBR 7190/97.

Pelo fato dos teores de umidade obtidos com o higrômetro apresentarem valores
superiores aos determinados por ensaio destrutivo, que é mais preciso e confiável,
para aferição, empregou-se a umidade obtida conforme orientação da NBR 7190/97
na fórmula de correção da velocidade para condição saturada. Desta análise,
obtiveram-se os seguintes valores médios (Tabela 21):

92
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 21 – Valores médios da classificação através da NBR 15521/07, adotando-se a


umidade determinada conforme a NBR 7190/97.

Classificação através da NBR 15521/07

VLLsat (m/s)
UMIDADE - UMIDADE -
VLLsat Classe / - com Classe/
higrômetro NBR
(m/s) VLLsat (m/s) umidade VLLsat (m/s)
(%) 7190/97 (%)
NBR 7190/97

17,20 4059,98 UD-35 12,66 3987,42 UD-35

Como se vê na Tabela 21, mesmo adotando-se a umidade de ensaio destrutivo,


obteve-se classe de resistência idêntica à anterior. Com o que se pode concluir a
eficiência da tabela de classificação com o emprego da umidade fornecida pelo
higrômetro, por outro lado, isso comprova que a velocidade de propagação do ultra-
som na direção longitudinal, corrigida para a condição saturada (V LLsat) não foi um
parâmetro classificatório adequado, quando relacionada à resistência característica à
compressão paralela obtida em laboratório.

Em uma análise mais detalhada, identificou-se o número de amostras em cada


classe de resistência, conforme o parâmetro de classificação, o que pode ser
observado no gráfico (Figura 28):

93
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Quantidade de amostras nas classes de resistência conforme


parâmetros de classificação da NBR 15521/07

130
120 VLLsat (m/s)
110
Número de Amostras

100
90
80 CLL (MPa)
70
60
50
40 EM (MPa)
30
20
10
0
20 25 30 35 40 45 50 55 60
Classes de Resistência

Figura 28 - Quantidade de amostras nas classes de resistência conforme parâmetro de


classificação (NBR 15521/07).

Ainda neste contexto, determinou-se a ocorrência das amostras nas classes de


resistência, considerando dois aspectos: a classificação através da NBR 15521/07
(parâmetros: VLLsat, EM e CLL) e da NBR 7190/97 (fco,k), conforme apresentado no
gráfico (Figura 29):

Ocorrência das classes de resistência conforme parâmetros de


classificação

Amostras -
120,00%
Ocorrência das

parâmetros NBR
Amostras (%)

100,00% 15521/07
80,00%
60,00%
40,00% Amostras -
parâmetro NBR
20,00%
7191/97 (fco,k)
0,00%
20 25 30 35 40 45 50 55 60
Classes de Resistência

Figura 29 - Ocorrência (%) das amostras nas classes de resistência, considerando


classificação através da NBR 15521/07 e da NBR 7190/97.

94
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Além disso, analisaram-se as amostras avaliadas pelo ultra-som e ensaiadas à


compressão paralela, a fim de identificar se a classe determinada através do método
não destrutivo correspondeu à resistência à compressão paralela às fibras, conforme
exposto na Tabela 22:

Tabela 22 - Comparação entre as classe de resistência determinadas através da NBR


15521/07 e a resistência à compressão paralela às fibras (fco).

Comparação entre as classes de resistências definidas através dos parâmetros da


NBR 15521/07 e a resistência à compressão paralela às fibras
Classificação através da NBR Observação quanto às classes de
15521/07 resistência comparadas à fco
fco
Amostra Classe / Classe / Classe /
Classe / (MPa) Classe / Classe /
VLLsat CLL VLLsat
EM (MPa) CLL (MPa) EM (MPa)
(m/s) (MPa) (m/s)
A32 UD-35 UD-20 - 38,95 OK OK -
A2 UD-40 UD-20 UD-25 31,12 Superior OK OK
A1 UD-40 UD-20 UD-25 28,61 Superior OK OK
C1 UD-30 UD-20 UD-25 26,78 Superior OK OK
C2 UD-45 UD-20 - 23,39 Superior OK -
C31 UD-45 UD-20 - 30,06 Superior OK -
D1 UD-25 UD-20 UD-25 30,90 OK OK OK
D3 UD-25 UD-20 UD-25 33,83 OK OK OK
F22 UD-25 UD-20 - 24,60 Superior OK -
G1A UD-35 UD-20 UD-25 20,95 Superior OK Superior
G1B UD-35 UD-20 UD-25 28,07 Superior OK OK
I33 UD-40 UD-20 - 24,42 Superior OK -
J2 UD-35 UD-20 UD-25 25,33 Superior OK OK
Média geral
(19 e 28 UD-35 UD-20 UD-25 28,23
anos)

Através da Tabela 22, percebe-se claramente que a velocidade de propagação do


ultra-som na direção longitudinal, corrigida para a condição saturada (V LLsat) não é

95
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

um parâmetro de classificação eficiente, pois na maioria dos casos apresentou


classes de resistência superiores às classes determinadas pela resistência de
compressão paralela às fibras. No que se refere ao módulo de elasticidade à flexão,
este também apresentou erro em uma classificação.

Por outro lado, atestando o que foi identificado anteriormente, na avaliação utilizando
a resistência característica à compressa paralela (fco,k), novamente a constante
elástica de rigidez na direção longitudinal (CLL) se mostrou o parâmetro classificatório
mais eficiente.

No Anexo 1, constam os dados referentes a esse estudo.

10. CONCLUSÕES

Com a finalização dessa pesquisa, obteve-se importantes conclusões, as quais serão


apresentadas neste capítulo.

1) Inicialmente, quanto ao efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação


do ultra-som, constatou-se, com base nos coeficiente de variação, que sua influência
não foi significativa para ambas as espécies - paricá e angelim vermelho. Esse fato é
bastante importante, uma vez que as pesquisas brasileiras realizadas para
elaboração de tabelas de classificação através do ultra-som não abordaram esse tipo
de análise. Portanto, o resultado desse estudo mostra que as tabelas de
classificação podem ser aplicadas tanto para a análise de peças submetidas a
carregamentos, como para peças sem carregamento aplicado;

2) Para a maioria das peças em que foram avaliadas diferentes zonas de solicitação
(Zona comprimida, Zona tracionada e Linha neutra) identificou-se um comportamento
peculiar, onde o tempo de propagação foi maior na Zona tracionada, e menor na
Zona comprimida. Isso foi observado apenas no regime elástico de carregamento,

96
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

talvez para cargas mais elevadas os resultados sejam mais significativos, porém
necessita de investigação para poder se afirmar essa tendência. Daí a importância
da realização de novos estudos como este;

3) Na verificação do efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do


ultra-som para as peças de angelim vermelho, observou-se que algumas amostras
apresentaram comportamento oposto às demais. Nestas identificou-se a inclinação
da grã superior à 6º, o que pode afetar as propriedades mecânicas. O interessante é
que o ultra-som foi sensível a esses defeitos, o que mostra que é um método que
tem potencial, e que precisa ser melhor estudado para ser melhor aproveitado;

4) No que se refere às idades de crescimento do paricá, 19 e 28 anos, identificou-se


variância semelhante na análise através do ultra-som em peças com carregamento
de flexão, isto é, não há diferença significativa nos tempos de propagação de ondas
ultra-sônicas para essa espécie com diferentes idades de crescimento;

5) Com relação ao enquadramento da espécie paricá na tabela de classificação


apresentada pela norma brasileira – NBR 15521 – Ensaios não destrutivos – Ultra-
som - Classificação mecânica de madeira serrada de dicotiledôneas, esta se mostrou
eficiente no que se refere à classificação através da constante elástica de rigidez na
direção longitudinal (CLL). Quanto ao módulo de elasticidade à flexão e a velocidade
de propagação do ultra-som na direção longitudinal, corrigida para a condição
saturada (VLLsat), estes indicaram classes de resistência superiores à classe definida
pela resistência característica à compressão paralela às fibras (fco,k). Portanto, para
essa espécie e para as condições ensaiadas, a classificação por esses parâmetros,
principalmente a VLLsat, mostrou-se pouco confiável;

6) De qualquer forma, tanto pelo que se encontra já publicado, como pelos


resultados aqui encontrados, pode-se afirmar que o ultra-som é um equipamento que
apresenta grande potencial, tanto para a pré-classificação de peças de madeira a

97
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

serem utilizadas estruturalmente, como para avaliação de peças já aplicadas em


estruturas e submetidas a carregamento ao longo do tempo.

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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102
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

ANEXO 1 – Parâmetros classificatórios e Classificação das peças de


paricá através da NBR 15521/07 e da NBR 7190/97

103
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 23 - Parâmetros classificatórios e Classificação das peças de paricá através da NBR


15521/07 e NBR 7190/97

Classificação através da
Parâmetros de classificação da NBR 12521/07
NBR 15521/07 U (%) -
fco
Amostra NBR
(MPa)
7190/97
ρapar VLL
U (%)
EM CLL VLLsat
Classe / Classe / Classe /
12% higrô- VLLsat CLL EM
(m/s) (MPa) (MPa) (m/s)
(kg/m3) metro (m/s) (MPa) (MPa)
a 399,83 5209,21 17,33 8941,92 10849,70 4141,37 UD-40 UD-25 UD-25 13,11
b 411,17 5209,21 17,33 8941,92 11157,34 4152,71 UD-40 UD-25 UD-25 13,09
A3
c 420,82 5209,21 17,33 8941,92 11419,40 4162,36 UD-40 UD-25 UD-25 12,96

d 447,63 5209,21 17,33 8941,92 12146,74 4189,17 UD-40 UD-25 UD-25 13,14
a 377,17 5139,90 15,60 9964,39 4021,67 UD-35 UD-20 38,95 13,50
b 407,45 5139,90 15,60 10764,26 4051,95 UD-35 UD-25 38,95 13,73
A32
c 401,89 5139,90 15,60 10617,33 4046,39 UD-35 UD-20 38,95 13,89
d 386,85 5139,90 15,60 10219,94 4031,34 UD-35 UD-20 38,95 14,17
a 369,43 5250,00 17,07 9759,25 10182,40 4147,50 UD-40 UD-20 UD-25 31,12 15,14

b 377,09 5250,00 17,07 9759,25 10393,65 4155,16 UD-40 UD-20 UD-25 31,12 15,36
A2
c 368,60 5250,00 17,07 9759,25 10159,43 4146,66 UD-40 UD-20 UD-25 31,12 15,07
d 370,66 5250,00 17,07 9759,25 10216,41 4148,73 UD-40 UD-20 UD-25 31,12 15,13
a 396,77 5337,62 18,27 11304,18 4281,66 UD-40 UD-25 13,50
b 382,42 5337,62 18,27 10895,36 4267,31 UD-40 UD-25 13,05
A34
c 376,94 5337,62 18,27 10739,19 4261,83 UD-40 UD-25 12,94
d 400,10 5337,62 18,27 11398,91 4284,99 UD-40 UD-25 13,01
a 378,60 5258,71 17,50 9924,47 10469,87 4172,31 UD-40 UD-20 UD-25 28,61 13,80

b 372,41 5258,71 17,50 9924,47 10298,61 4166,12 UD-40 UD-20 UD-25 28,61 14,14
A1
c 370,38 5258,71 17,50 9924,47 10242,49 4164,09 UD-40 UD-20 UD-25 28,61 14,11
d 361,82 5258,71 17,50 9924,47 10005,68 4155,53 UD-40 UD-20 UD-25 28,61 14,36
a 447,43 5370,57 16,67 11265,68 12905,23 4339,67 UD-45 UD-25 UD-30 14,56
b 443,17 5370,57 16,67 11265,68 12782,25 4335,40 UD-45 UD-25 UD-30 14,70
B1
c 407,10 5370,57 16,67 11265,68 11742,13 4299,34 UD-40 UD-25 UD-30 14,57
d 428,69 5370,57 16,67 11265,68 12364,61 4320,92 UD-45 UD-25 UD-30 14,61
a 413,33 5203,76 19,53 9349,30 11192,72 4184,63 UD-40 UD-25 UD-25 13,35
b 414,98 5203,76 19,53 9349,30 11237,31 4186,28 UD-40 UD-25 UD-25 13,47
B2 c 414,79 5203,76 19,53 9349,30 11232,02 4186,08 UD-40 UD-25 UD-25 13,36
d 443,55 5203,76 19,53 9349,30 12010,98 4214,85 UD-40 UD-25 UD-25 14,45

a 440,28 5255,32 16,43 12159,68 4213,53 UD-40 UD-25 13,49


B22
b 437,60 5255,32 16,43 12085,83 4210,85 UD-40 UD-25 13,32

104
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

c 447,44 5255,32 16,43 12357,66 4220,70 UD-40 UD-25 13,49


d 438,16 5255,32 16,43 12101,37 4211,42 UD-40 UD-25 13,57
a 308,85 5323,44 15,37 8752,54 4133,15 UD-35 UD-20 12,04
b 330,41 5323,44 15,37 9363,58 4154,72 UD-40 UD-20 11,97
B34
c 333,13 5323,44 15,37 9440,50 4157,43 UD-40 UD-20 11,86
d 329,23 5323,44 15,37 9330,07 4153,53 UD-40 UD-20 11,98

a 291,81 4914,00 15,80 7692,28 7046,57 3713,62 UD-30 UD-20 UD-25 26,78 11,57

C1 b 288,93 4914,00 15,80 7692,28 6976,94 3710,74 UD-30 UD-20 UD-25 26,78 11,70

c 283,37 4914,00 15,80 7692,28 6842,72 3705,18 UD-30 UD-20 UD-25 26,78 11,58
d 265,05 4914,00 15,80 7692,28 6400,25 3686,85 UD-25 UD-20 UD-25 26,78 13,32
a 307,05 5257,73 15,60 6245,22 8488,08 4069,38 UD-35 UD-20 UD-20 11,67
b 309,62 5257,73 15,60 6245,22 8559,01 4071,95 UD-35 UD-20 UD-20 11,93
C11
c 319,90 5257,73 15,60 6245,22 8843,17 4082,23 UD-35 UD-20 UD-20 12,37
d 307,79 5257,73 15,60 6245,22 8508,47 4070,12 UD-35 UD-20 UD-20 11,64
a 253,96 5556,78 18,90 7841,65 4368,14 UD-45 UD-20 23,39 11,76
b 259,03 5556,78 18,90 7998,18 4373,21 UD-45 UD-20 23,39 12,13
C2
c 225,39 5556,78 18,90 6959,59 4339,57 UD-45 UD-20 23,39 14,33
d 258,26 5556,78 18,90 7974,42 4372,44 UD-45 UD-20 23,39 11,72
a 339,75 5096,45 15,90 7460,42 8824,47 3945,59 UD-30 UD-20 UD-25 13,13
b 346,09 5096,45 15,90 7460,42 8989,32 3951,94 UD-35 UD-20 UD-25 13,21
C3
c 348,40 5096,45 15,90 7460,42 9049,29 3954,25 UD-35 UD-20 UD-25 13,30
d 352,15 5096,45 15,90 7460,42 9146,65 3958,00 UD-35 UD-20 UD-25 13,31
a 278,30 5495,21 18,63 8404,06 4326,65 UD-45 UD-20 30,06 12,24
b 271,71 5495,21 18,63 8204,87 4320,05 UD-45 UD-20 30,06 11,82
C31
c 268,56 5495,21 18,63 8109,86 4316,90 UD-45 UD-20 30,06 11,78
d 267,16 5495,21 18,63 8067,60 4315,50 UD-45 UD-20 30,06 11,51
a 376,80 4799,24 15,30 8751,66 8678,66 3675,83 UD-25 UD-20 UD-25 30,90 11,23
b 376,71 4799,24 15,30 8751,66 8676,65 3675,75 UD-25 UD-20 UD-25 30,90 11,12
D1
c 377,78 4799,24 15,30 8751,66 8701,31 3676,82 UD-25 UD-20 UD-25 30,90 11,27
d 385,04 4799,24 15,30 8751,66 8868,54 3684,08 UD-25 UD-20 UD-25 30,90 11,57
a 377,40 4507,89 14,97 7586,76 7669,18 3379,76 UD-25 UD-20 UD-25 33,83 11,14
b 374,04 4507,89 14,97 7586,76 7600,86 3376,39 UD-25 UD-20 UD-25 33,83 11,07
D3
c 372,60 4507,89 14,97 7586,76 7571,67 3374,96 UD-25 UD-20 UD-25 33,83 11,20
d 372,57 4507,89 14,97 7586,76 7570,93 3374,92 UD-25 UD-20 UD-25 33,83 11,09
a 257,56 5179,12 15,57 6908,66 3940,75 UD-30 UD-20 12,46
b 252,32 5179,12 15,57 6768,13 3935,51 UD-30 UD-20 12,38
E1
c 258,69 5179,12 15,57 6938,86 3941,87 UD-30 UD-20 12,78
d 256,95 5179,12 15,57 6892,22 3940,14 UD-30 UD-20 12,95
a 285,92 5182,10 16,17 7678,17 3981,69 UD-35 UD-20 10,89
E33 b 289,47 5182,10 16,17 7773,50 3985,24 UD-35 UD-20 10,71
c 289,34 5182,10 16,17 7770,04 3985,11 UD-35 UD-20 10,71

105
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

d 290,09 5182,10 16,17 7790,12 3985,86 UD-35 UD-20 11,24


Média - 28
351,27 5185,39 16,70 8697,69 9438,84 4058,87 UD-35 UD-20 UD-25 30,45 12,80
anos
a 333,05 5214,66 16,30 9056,53 4063,51 UD-35 UD-20 13,09
b 323,48 5214,66 16,30 8796,18 4053,94 UD-35 UD-20 12,77
F13
c 330,47 5214,66 16,30 8986,45 4060,93 UD-35 UD-20 12,98
d 326,90 5214,66 16,30 8889,32 4057,36 UD-35 UD-20 12,87
a 318,20 5193,48 17,47 8582,52 4046,15 UD-35 UD-20 14,93
b 314,31 5193,48 17,47 8477,71 4042,26 UD-35 UD-20 14,82
F2
c 315,43 5193,48 17,47 8507,83 4043,38 UD-35 UD-20 14,71
d 391,72 5193,48 17,47 10565,61 4119,67 UD-35 UD-20 15,13
a 323,91 5192,91 17,03 8373,22 8734,67 4044,35 UD-35 UD-20 UD-25 13,56
b 328,13 5192,91 17,03 8373,22 8848,35 4048,57 UD-35 UD-20 UD-25 14,10
F11
c 328,74 5192,91 17,03 8373,22 8864,77 4049,18 UD-35 UD-20 UD-25 13,93
d 325,04 5192,91 17,03 8373,22 8765,10 4045,48 UD-35 UD-20 UD-25 13,71
a 261,60 4403,13 17,33 5071,87 3197,07 UD-25 UD-20 24,60 13,00
b 257,83 4403,13 17,33 4998,66 3193,29 UD-25 UD-20 24,60 12,52
F22
c 261,08 4403,13 17,33 5061,72 3196,55 UD-25 UD-20 24,60 12,40
d 264,53 4403,13 17,33 5128,58 3199,99 UD-25 UD-20 24,60 12,55
a 333,72 5258,80 18,77 7257,86 9229,00 4147,79 UD-40 UD-20 UD-25 12,43
b 326,88 5258,80 18,77 7257,86 9039,94 4140,95 UD-40 UD-20 UD-25 12,35
G1
c 325,74 5258,80 18,77 7257,86 9008,34 4139,81 UD-35 UD-20 UD-25 12,19
d 327,65 5258,80 18,77 7257,86 9061,27 4141,72 UD-40 UD-20 UD-25 12,54
a 304,11 5258,80 18,77 7257,86 8410,09 4118,17 UD-35 UD-20 UD-25 20,95 12,11
b 300,95 5258,80 18,77 7257,86 8322,66 4115,01 UD-35 UD-20 UD-25 20,95 12,47
G1A
c 303,70 5258,80 18,77 7257,86 8398,94 4117,77 UD-35 UD-20 UD-25 20,95 11,93
d 299,02 5258,80 18,77 7257,86 8269,39 4113,09 UD-35 UD-20 UD-25 20,95 11,91
a 322,28 5258,80 18,77 7723,34 8912,70 4136,35 UD-35 UD-20 UD-25 28,07 11,63
b 319,00 5258,80 18,77 7723,34 8821,84 4133,06 UD-35 UD-20 UD-25 28,07 11,96
G1B
c 324,10 5258,80 18,77 7723,34 8962,90 4138,16 UD-35 UD-20 UD-25 28,07 11,80
d 324,64 5258,80 18,77 7723,34 8977,91 4138,71 UD-35 UD-20 UD-25 28,07 11,79
a 307,95 5258,80 18,77 7257,86 8516,43 4122,02 UD-35 UD-20 UD-25 12,26
b 303,26 5258,80 18,77 7257,86 8386,76 4117,33 UD-35 UD-20 UD-25 11,74
G1C
c 301,92 5258,80 18,77 7257,86 8349,65 4115,99 UD-35 UD-20 UD-25 11,96
d 300,05 5258,80 18,77 7257,86 8297,97 4114,12 UD-35 UD-20 UD-25 11,71
a 327,26 4974,75 19,17 8099,11 3863,68 UD-30 UD-20 11,68
b 330,68 4974,75 19,17 8183,73 3867,10 UD-30 UD-20 12,08
G32
c 334,37 4974,75 19,17 8274,96 3870,78 UD-30 UD-20 12,24
d 340,17 4974,75 19,17 8418,48 3876,58 UD-30 UD-20 12,71
a 335,31 5090,44 17,67 7007,53 8688,79 3963,42 UD-35 UD-20 UD-25 12,36
b 371,09 5090,44 17,67 7007,53 9615,89 3999,20 UD-35 UD-20 UD-25 12,30
G31
c 362,96 5090,44 17,67 7007,53 9405,23 3991,07 UD-35 UD-20 UD-25 12,58
d 353,17 5090,44 17,67 7007,53 9151,66 3981,28 UD-35 UD-20 UD-25 11,87
a 321,28 5130,21 19,60 8455,79 4020,09 UD-35 UD-20 12,43
b 315,62 5130,21 19,60 8306,87 4014,43 UD-35 UD-20 12,00
G33
c 316,35 5130,21 19,60 8326,13 4015,16 UD-35 UD-20 12,37
d 323,58 5130,21 19,60 8516,43 4022,39 UD-35 UD-20 12,64

106
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

a 333,51 5277,49 17,23 8859,58 9288,80 4141,73 UD-40 UD-20 UD-25 11,24
b 330,30 5277,49 17,23 8859,58 9199,42 4138,52 UD-35 UD-20 UD-25 11,35
H1
c 341,51 5277,49 17,23 8859,58 9511,68 4149,73 UD-40 UD-20 UD-25 11,64
d 325,63 5277,49 17,23 8859,58 9069,35 4133,85 UD-35 UD-20 UD-25 11,91
a 408,84 5121,95 15,70 10725,72 4036,99 UD-35 UD-25 13,47
b 394,54 5121,95 15,70 10350,60 4022,69 UD-35 UD-20 13,60
H2
c 393,84 5121,95 15,70 10332,12 4021,99 UD-35 UD-20 13,61
d 392,38 5121,95 15,70 10293,93 4020,53 UD-35 UD-20 13,14
a 341,15 5482,80 17,10 10255,23 4352,54 UD-45 UD-20 11,24
b 347,76 5482,80 17,10 10454,08 4359,16 UD-45 UD-20 10,76
H23
c 342,33 5482,80 17,10 10290,79 4353,73 UD-45 UD-20 10,87
d 347,57 5482,80 17,10 10448,38 4358,97 UD-45 UD-20 10,73
a 362,28 5565,41 19,80 11221,17 4499,49 UD-55 UD-25 14,19
b 359,38 5565,41 19,80 11131,40 4496,59 UD-55 UD-25 13,62
I1
c 365,88 5565,41 19,80 11332,64 4503,09 UD-55 UD-25 14,09
d 366,08 5565,41 19,80 11339,02 4503,29 UD-55 UD-25 14,16
a 277,86 5380,49 16,20 8047,58 8043,93 4172,55 UD-40 UD-20 UD-25 11,57
b 272,45 5380,49 16,20 8047,58 7887,39 4167,14 UD-40 UD-20 UD-25 11,79
I2
c 270,73 5380,49 16,20 8047,58 7837,66 4165,43 UD-40 UD-20 UD-25 11,74
d 260,41 5380,49 16,20 8047,58 7538,73 4155,10 UD-40 UD-20 UD-25 11,68
a 270,92 5430,93 14,63 7990,79 4190,99 UD-40 UD-20 24,42 11,24
b 266,67 5430,93 14,63 7865,39 4186,73 UD-40 UD-20 24,42 11,29
I33
c 284,19 5430,93 14,63 8382,06 4204,25 UD-40 UD-20 24,42 11,83
d 273,39 5430,93 14,63 8063,56 4193,45 UD-40 UD-20 24,42 11,66
a 304,09 5215,56 17,60 8408,26 8271,76 4056,25 UD-35 UD-20 UD-25 25,33 13,25
b 301,24 5215,56 17,60 8408,26 8194,35 4053,40 UD-35 UD-20 UD-25 25,33 13,05
J2
c 306,19 5215,56 17,60 8408,26 8328,97 4058,35 UD-35 UD-20 UD-25 25,33 13,00
d 304,59 5215,56 17,60 8408,26 8285,41 4056,75 UD-35 UD-20 UD-25 25,33 13,02
a 308,10 5117,71 17,80 6814,39 8069,47 3965,61 UD-35 UD-20 UD-25 9,60
b 322,97 5117,71 17,80 6814,39 8458,98 3980,48 UD-35 UD-20 UD-25 15,60
J21
c 309,97 5117,71 17,80 6814,39 8118,42 3967,48 UD-35 UD-20 UD-25 11,27
d 317,54 5117,71 17,80 6814,39 8316,77 3975,05 UD-35 UD-20 UD-25 13,82
Média - 19
321,91 5201,43 17,67 7700,75 8745,30 4061,04 UD-35 UD-20 UD-25 24,68 12,53
anos

Classificação através da
Parâmetros de classificação da NBR 12521/07
NBR 15521/07 U (%)
Média geral ρapar U (%) Classe / Classe / Classe / fco NBR
VLL EM CLL VLLsat (MPa 7190/97
(19 e 28 12% higrô- VLLsat CLL EM
(m/s) (MPa) (MPa) (m/s)
anos) (kg/m3) metro (m/s) (MPa) (MPa)

336,20 5193,63 17,20 8199,22 9082,70 4059,98 UD-35 UD-20 UD-25 28,23 12,66

107
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

ANEXO 2 – Resistência e módulo de elasticidade à compressão paralela


às fibras para espécie paricá.

108
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 24 - Resistência e módulo de elasticidade à compressão paralela à fibras para


espécie paricá.

DADOS DO ENSAIO DE COMPRESSÃO DADOS DO ENSAIO DE COMPRESSÃO


PARALELA - paricá (28 anos) PARALELA - paricá (19 anos)

Corpo-de- Tensão de Corpo- Tensão de


Ec0 (MPa) Ec0 (MPa)
prova Ruptura (MPa) de-prova Ruptura (MPa)

B1A 29,11 14.193,94 F21B 27,73 14.020,84


B1B 28,53 16.155,30 F22 24,60 12.755,27
B1C 32,55 15.480,27 J2 25,33 17.162,32
B1D 26,58 15.021,82 G21 22,06 10.025,25
C1 26,78 11.540,45 I33 24,42 11.996,50
A1 28,61 12.283,50 H21 20,37 13.827,49
D1 30,90 14.817,21 H22 23,90 9.477,08
E2A 22,09 7.691,54 J2B 26,82 11.221,73
E2B 23,38 7.455,39 J3A 28,13 9.410,00
B21A 34,38 11.303,71 J3B 28,41 10.803,73
B21B 34,80 8.515,92 H22B 23,42 10.685,70
D21 32,23 8.342,44 H3 17,91 8.141,86
A2 31,12 11.540,45 I31 28,23 12.198,55
C2 23,39 8.756,83 I32A 38,99 17.099,98
B21TESTE 28,46 9.975,28 I32B 39,55 12.535,20
A32 38,95 10.667,36 J12 27,97 13.430,54
D3 33,83 11.916,03 G1A 20,95 13.430,54
B31A 37,07 10.286,36 G1B 28,07 10.225,01
B31B 32,31 8.294,55 H1A 27,22 12.058,03
E31A 22,77 9.116,45 H1B 28,27 12.658,57
E31B 20,09 10.122,91 F21 29,80 13.435,91
E11 30,21 8.821,10 I1A 21,99 27.610,84
C31 30,06 9.975,87 I1B 26,15 24.845,00
Média 29,49 10968,46 Média 26,54 13.437,22
Desvio-
Desvio-Padrão 4,91 2625,19 5,06 4.609,91
Padrão
Coef. de Coef. de
16,64 23,93 19,08 34,31
Variação Variação

fco,k 23,35 Mpa fco,k 21,13 Mpa


Eco,k 11.113,25 Mpa Eco,k 13.614,59 Mpa

109
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

ANEXO 3 – Resistência e módulo de elasticidade à flexão para as


espécies paricá e angelim vermelho.

110
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 25 – Resistência e módulo de elasticidade à flexão paralela para espécie paricá.

DADOS DO ENSAIO DE FLEXÃO - DADOS DO ENSAIO DE


paricá (28 anos) FLEXÃO - paricá (19 anos)
Tensão de Corpo- Tensão de
Corpo-de-
Ruptura EM (MPa) de- Ruptura EM (MPa)
prova
(MPa) prova (MPa)
A1 59,99 9.924,47 F11 45,44 8.373,22
A2 51,06 9.759,25 F21 43,97 7.578,72
A2B 42,83 10.198,21 G1 37,04 7.257,86
A3 58,32 8.941,92 G1B 44,22 7.723,34
A23 54,25 9.324,68 G21 30,92 7.780,68
B1 61,97 11.265,68 G31 43,09 7.007,53
B2B 49,17 8.024,63 H1B 56,47 8.326,62
B2 45,65 9.349,30 H1C 57,35 8.928,83
B21 32,05 9.752,50 H1 48,08 8.859,58
B31 31,05 7.239,86 H1D 45,23 8.013,78
C1 48,41 7.692,28 H3 29,41 6.040,26
C3 46,27 7.460,42 H21 30,46 11.744,63
C11 34,82 6.245,22 H22 36,16 7.824,19
C11B 49,04 9.328,86 I2 44,60 8.047,58
D1 60,54 8.751,66 I31 51,48 11.944,41
D3 53,45 7.586,76 I32 68,47 11.694,08
E2 35,03 6.348,10 J2 48,46 8.408,26
E31 36,96 7.964,22 J3 44,14 8.478,40
Média 47,27 8.619,89 J21 42,96 6.814,39
Desvio-
10,04 1.376,00 Média 44,63 8.465,60
Padrão
Coef. de Desvio-
21,24 15,96 9,72 1.640,95
Variação Padrão
Coef. de
21,78 19,38
Variação
fM,k (12%) 33,74 MPa
fM,k
EM,k (12%) 8.733,67 MPa 34,69 MPa
(12%)
EM,k
8.577,34 MPa
(12%)

111
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 26 - Resistência e módulo de elasticidade à flexão paralela para espécie angelim


vermelho.

DADOS DO ENSAIO DE FLEXÃO – angelim vermelho


Tensão de EM
Corpo-de-prova
Ruptura (mpa) (MPa)
V8A 163,37 21.455,11
V5A 98,51 14.431,44
V1A 137,31 22.093,54
V11A 158,12 19.870,44
V8B 161,86 21.257,77
V10A 106,48 15.678,73
V2A 112,48 13.415,13
V4B 130,69 18.011,74
V6A 147,05 18.983,50
V9A 140,38 20.050,26
V1B 147,26 21.303,44
V12B 147,34 21.625,58
V12A 155,06 22.427,71
V5B 124,69 16.210,86
V2B 97,96 16.017,89
V6B 157,07 19.845,48
V9B 129,80 17.878,35
V3B 119,94 19.379,09
V3A 124,69 19.871,17
V10B 150,32 17.081,18
V11B 167,94 19.272,90
V4A 164,50 18.228,47
V7A 162,86 20.195,05
Média 139,38 18.894,99
Desvio-Padrão 21,81 2.483,11
Coef. de Variação 15,65 13,14

fM,k (12%) 106,62 MPa


EM,k (12%) 19.144,41 MPa

112
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

ANEXO 4 – Tempo de propagação de ondas ultra-sônicas nas espécies


paricá e angelim vermelho, medido simultaneamente ao carregamento à
flexão.

113
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 27 – Tempo de propagação do ultra-som medido na Zona comprimida


simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie paricá.

PARICÁ - ZONA COMPRIMIDA

TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS (μs)


28 anos 19 anos
Carga
A1 B21 C1 D3 B1 E31 G31 I31 H1B J21 J3 J2
(kgf)
0 222 235 232 245 215 211 233 206 222 223 220 219
50 222 234 231 245 213 212 234 207 221 222 220 219
100 221 234 231 245 213 212 235 207 221 222 220 219
150 221 233 231 245 212 212 234 206 221 222 221 219
200 222 233 232 245 213 212 234 207 221 223 220 219
200 221 232 232 245 213 212 233 207 220 222 220 219
150 221 232 231 244 214 212 233 207 220 222 220 219
100 221 233 230 244 213 211 233 208 220 222 221 219
50 221 232 230 244 212 211 233 207 221 223 220 218
50 221 232 230 245 213 211 233 207 220 223 220 219
100 221 232 231 245 213 212 233 208 220 223 221 219
150 221 232 231 245 213 212 233 207 220 223 220 220
200 222 231 232 245 212 212 234 207 220 223 220 219
200 222 231 232 245 213 212 233 207 220 223 221 220
150 221 231 232 245 212 212 233 207 220 223 220 220
100 221 232 232 245 213 212 233 206 220 222 220 220
50 221 232 231 245 212 212 233 206 220 222 220 219
50 220 232 231 245 212 212 232 206 220 223 220 219
100 220 232 233 246 212 213 234 206 221 224 221 219
150 221 232 233 245 213 212 232 207 221 224 221 219
200 221 232 232 245 212 213 233 207 221 223 220 219
250 221 232 232 245 212 213 234 208 221 222 221 219
300 221 - 232 245 213 - 235 209 221 224 221 219
350 221 232 246 213 - 208 220 225 - 220
400 222 233 246 214 - 221 - -
450 - - - 214 -
500 -
Média 221,16 232,32 231,56 245,00 212,85 211,95 233,35 207,00 220,52 222,83 220,35 219,17
Desvio
0,55 0,99 0,87 0,50 0,78 0,58 0,78 0,78 0,59 0,82 0,49 0,48
Padrão
Coef. de
0,25 0,43 0,38 0,20 0,37 0,27 0,33 0,38 0,27 0,37 0,22 0,22
Variação

114
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 28 - Tempo de propagação do ultra-som medido na Zona tracionada


simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie paricá.
PARICÁ - ZONA TRACIONADA
TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS (µs)
28 anos 19 anos
Carga (kgf) Amostra
D2 A2 D1 C11 I32 H1D F21 G1

0 267 218 238 223 220 215 221 226


50 266 218 238 222 220 214 221 225
100 266 217 237 222 219 214 220 224
150 266 216 237 222 219 214 220 223
200 266 216 237 223 219 214 220 223
200 266 215 236 223 218 214 220 223
150 265 215 236 223 218 214 220 223
100 265 215 236 223 218 214 220 223
50 265 215 236 223 218 214 219 222
50 264 215 236 222 218 214 219 223
100 265 216 236 222 219 214 220 223
150 265 217 236 222 219 215 220 223
200 265 216 236 223 219 215 219 223
200 266 216 237 223 219 215 220 223
150 266 217 236 223 219 215 220 223
100 266 217 236 222 219 214 220 223
50 266 217 236 222 219 215 220 223
50 264 216 235 222 219 215 220 223
100 266 216 236 222 220 214 219 223
150 267 217 236 222 219 214 220 224
200 267 217 235 222 219 215 220 224
250 267 217 237 222 219 215 220 224
300 266 217 236 224 220 215 220 224
350 - 219 238 - 219 - 220 -
400 218 239 219 -
450 - - -
Média 265,74 216,52 236,48 222,48 218,96 214,43 219,92 223,39
Desvio Padrão 0,86 1,08 0,96 0,59 0,61 0,51 0,50 0,84
Coef. de Variação 0,33 0,50 0,41 0,27 0,28 0,24 0,23 0,38

115
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem carregamento de flexão aplicado

Tabela 29 -Tempo de propagação do ultra-som medido em Zonas variadas simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie paricá.

PARICÁ - ZONAS VARIADAS (Zona comprimida, Zona tracionada e Linha Neutra)


TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS (µs)
28 anos 19 anos
Carga (kgf) Amostra
A3 C3 A2B B2 H1 F11 G21 I2
0 223 222 217 218 214 225 214 209
50 222 222 218 217 213 224 214 210
100 222 222 217 217 214 225 213 210
Compressão

Compressão
150 222 222 218 217 214 225 213 210

Tração
200 222 223 218 218 214 224 213 209
200 223 221 216 216 214 225 214 210
150 222 221 217 217 214 225 214 210
100 222 222 218 216 213 225 214 211
50 221 221 217 216 214 225 213 210
50 223 224 217 210 213 221 217 209
100 223 225 216 210 213 221 217 209

Compressão
150 223 225 216 210 213 221 217 209
Tração

Tração
200 223 225 216 210 214 221 216 209
200 223 225 217 211 213 222 217 209
150 223 225 216 210 213 221 217 210
100 223 225 216 210 214 221 217 210
50 223 226 216 210 214 221 217 210
50 222 224 216 213 212 224 214 209
100 223 224 215 213 212 224 213 209
150 222 224 216 213 212 223 213 209
200 222 224 216 213 213 223 214 209
LN

LN

LN
250 222 224 216 213 212 223 - 209
300 222 224 216 214 212 223 209
350 222 224 - 213 213 223 -
400 221 - - - -
450 -
Média 222,36 223,50 216,57 213,54 213,21 223,13 214,81 209,48
Desvio padrão 0,64 1,50 0,84 2,96 0,78 1,62 1,72 0,59
Coef. de variação 0,29 0,67 0,39 1,39 0,37 0,73 0,80 0,28
116
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Tabela 30 -Tempo de propagação do ultra-som medido na Zona comprimida


simultaneamente ao carregamento à flexão para espécie angelim vermelho.

ANGELIM VERMELHO - ZONA COMPRIMIDA


TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS (µs)
CARGA AMOSTRAS
(kgf) V7A V8A V5A* V1A V11A
0 259 254 307 245 265
50 259 253 306 245 266
100 260 252 306 246 265
150 261 252 305 245 265
200 261 253 306 245 266
250 261 253 307 246 266
300 260 252 307 246 266
350 260 253 307 246 266
400 259 253 306 246 267
450 261 253 306 246 266
450 262 253 307 246 267
400 259 252 306 245 265
350 260 253 307 246 264
300 259 253 307 245 263
250 259 253 306 246 263
200 260 253 307 244 262
150 259 253 307 245 263
100 259 252 307 246 264
100 259 253 307 246 262
150 259 253 307 246 262
200 258 253 306 247 263
250 259 254 307 247 263
300 260 253 307 246 263
350 260 253 307 245 262
400 261 253 308 246 263
450 260 254 308 246 262
450 259 253 307 246 262
400 259 252 307 245 263
350 259 252 308 246 264
300 260 252 307 244 264
250 260 252 307 245 264
200 260 252 307 245 263
150 261 252 307 246 262
100 261 252 307 245 262
100 259 252 306 246 263
150 259 252 306 246 263
200 259 253 306 246 264
250 259 252 306 246 265
300 260 252 305 246 266
350 261 252 305 246 264

117
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

400 260 252 305 246 263


450 260 252 305 246 264
500 260 253 306 246 264
550 259 252 306 247 263
600 260 252 307 246 264
650 260 252 307 246 265
700 260 251 306 246 265
750 259 252 307 247 266
Média 259,75 252,54 306,54 245,75 264,00
Desvio
0,84 0,65 0,77 0,67 1,47
padrão
Coef. De
0,32 0,26 0,25 0,27 0,56
variação
* Amostra descartada - espúrio

Tabela 31 -Tempo de propagação do ultra-som medido na Zona tracionada simultaneamente


ao carregamento à flexão para espécie angelim vermelho.
ANGELIM VERMELHO - ZONA TRACIONADA
TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS (µs)
CARGA AMOSTRAS
(kgf) V8B V10A V2A V4B V6A
0 248 287 317 281 277
50 247 287 319 281 276
100 248 289 320 282 276
150 249 288 320 280 276
200 248 288 319 281 276
250 249 289 319 281 277
300 248 289 319 280 277
350 247 288 319 280 277
400 249 289 319 280 276
450 249 289 319 280 276
450 249 287 320 280 275
400 247 288 319 281 276
350 249 287 321 280 277
300 248 287 322 281 276
250 248 286 321 282 276
200 249 287 322 282 275
150 249 287 321 282 275
100 249 286 322 282 275
100 249 287 322 280 275
150 247 289 320 280 276
200 248 288 319 280 275
250 247 289 320 280 275
300 247 289 322 280 275
350 247 289 321 280 276

118
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

400 246 290 320 280 275


450 247 290 321 280 275
450 248 288 320 281 276
400 248 287 320 280 276
350 247 286 323 281 276
300 248 285 322 281 276
250 248 286 323 281 276
200 247 286 321 281 276
150 249 286 322 281 276
100 248 286 322 281 276
100 248 285 320 281 275
150 247 288 318 280 274
200 247 288 319 281 276
250 248 289 318 282 275
300 248 290 317 281 276
350 248 288 317 281 276
400 249 288 318 281 275
450 248 289 319 280 276
500 248 289 319 280 276
550 247 286 317 282 275
600 248 287 319 282 275
650 247 289 319 282 275
700 248 287 319 282 275
750 247 287 319 282 276
Média 247,90 287,69 319,88 280,83 275,71
Desvio
0,81 1,32 1,59 0,78 0,68
padrão
Coef. De
0,32 0,46 0,50 0,28 0,25
variação

119
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem carregamento de flexão aplicado

Tabela 32 - Tempo de propagação do ultra-som medido nas Zonas Variadas simultaneamente ao carregamento à flexão para
espécie angelim vermelho.
ANGELIM VERMELHO - ZONAS VARIADAS (Zona comprimida, Zona tracionada e Linha neutra)
TEMPO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS (µs)
Carga (kgf) V9B V3B V3A V10B V11B V4A V9A V1B V12B V12A V5B V2B V6B
0 262 253 253 287 274 277 253 246 246 241 298 290 264
50 261 254 252 286 274 276 252 247 245 242 297 289 265
100 261 253 251 285 275 275 252 247 245 242 298 290 264
150 262 254 252 286 274 278 252 248 245 242 297 291 265
200 262 253 251 287 274 276 252 248 245 242 297 290 265
ZONA TRACIONADA

ZONA COMPRIMIDA
250 262 253 252 286 274 276 253 248 245 242 296 290 265
300 261 254 252 287 274 276 253 248 245 242 296 291 265
350 262 255 252 286 275 276 252 248 245 242 297 290 265
400 262 254 252 286 274 276 253 248 245 242 296 291 265
450 263 254 252 287 273 276 253 248 245 242 299 291 264
450 263 254 254 287 274 277 252 247 246 242 298 290 265
400 264 254 254 287 273 277 252 248 245 242 297 289 265
350 263 255 253 286 273 276 253 247 245 242 298 289 266
300 263 255 254 286 274 277 252 247 245 241 296 289 265
250 263 254 255 286 272 276 252 247 245 241 297 288 265
200 264 255 254 287 274 278 252 247 245 241 296 288 267
150 263 255 254 287 272 278 252 247 245 241 297 289 267
100 264 255 254 287 273 277 252 247 245 242 296 290 267
100 262 252 245 293 272 286 ZONA TRACIONADA 255 250 247 244 284 301 276
ZONA COMPRIMIDA

150 260 253 244 293 274 286 254 250 247 246 285 303 274
200 259 253 246 293 275 287 255 250 247 246 283 302 273
250 259 253 245 294 274 287 255 251 246 246 284 302 274
300 260 254 245 294 274 288 254 251 247 246 286 302 274
350 259 253 246 293 275 287 254 251 247 246 285 301 274
400 259 253 245 293 275 288 254 251 246 245 285 302 274
450 259 254 245 293 275 288 255 252 247 244 286 302 275

120
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem carregamento de flexão aplicado

450 259 253 246 292 274 287 254 251 247 244 285 303 274
400 260 253 245 294 275 288 253 251 246 245 286 303 273
350 259 253 246 292 275 286 253 251 247 245 287 302 274
300 260 253 245 290 274 288 253 251 247 244 286 302 276
250 261 253 246 293 275 289 252 251 247 243 286 303 273
200 260 253 247 294 274 289 253 251 247 244 285 303 273
150 260 253 246 294 275 286 253 251 247 244 286 303 273
100 260 252 246 295 275 288 253 251 246 243 287 303 274

100 260 252 249 292 272 281 254 250 247 244 292 295 270
150 261 251 249 290 274 280 253 250 247 243 291 296 269
200 260 252 250 290 274 279 253 250 247 244 293 296 269
250 261 253 249 291 273 279 253 250 247 246 293 297 269
LINHA NEUTRA

LINHA NEUTRA
300 260 253 249 291 274 281 252 250 247 244 294 296 270
350 260 253 250 290 273 282 253 250 247 244 292 297 269
400 261 253 250 291 275 281 252 250 248 245 292 297 268
450 260 253 249 290 275 282 253 250 248 245 293 296 269
500 260 254 250 292 275 281 253 250 248 244 293 296 269
550 261 252 249 290 275 282 253 250 247 244 292 297 268
600 260 252 249 291 275 281 253 250 247 244 292 300 269
650 261 252 249 290 274 283 253 250 247 244 293 301 269
700 260 253 249 289 275 283 253 250 247 244 293 299 269
750 260 253 250 290 275 282 253 251 247 244 293 299 269
Média 260,96 253,29 249,38 289,85 274,08 281,52 252,98 249,33 246,27 243,44 291,83 296,13 269,25
Desvio padrão 1,47 0,94 3,23 3,00 0,92 4,71 0,89 1,63 1,01 1,56 5,04 5,52 3,82
Coef. de variação 0,56 0,37 1,30 1,03 0,34 1,67 0,35 0,65 0,41 0,64 1,73 1,86 1,42

121
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

ANEXO 5 – Exemplo de determinação das médias do tempo de


propagação do ultra-som medidos durante carga de 50% da carga
máxima de flexão da espécie paricá (28 anos) para análise estatística dos
dados.

122
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem carregamento de flexão aplicado

Tabela 33 – Exemplo de determinação das médias do tempo de propagação do ultra-som medidos durante carga de 50% da
carga máxima de flexão da espécie paricá (28 anos) para análise estatística dos dados.
Tempo de propagação (μs) - paricá (28 anos)
ZONAS VARIADAS - COMPRESSÃO ZONA COMPRIMIDA SOMENTE
Carga
(kgf) D3B A3 C3 A2B B2 A1 B21 C1 D3 B1 E31

240 222 223 216 210 222 233 232 245 213 212
240 223 221 217 211 221 232 232 245 213 212
222 231 232 245 212 212
200

222 231 232 245 213 212

221 232 232 245 212 213

MÉDIA 240 222,5 222 216,5 210,5 221,6 231,8 232 245 212,6 212,2

Tempo de propagação (μs) - paricá (28 anos)


ZONAS VARIADAS - TRAÇÃO ZONA TRACIONADA SOMENTE
Carga
(kgf) D3B A3 C3 A2B B2 D2 A2 D1 C11
244 223 225 218 218 266 216 237 223
244 223 225 216 216 266 215 236 223
200

265 216 236 223


266 216 237 223
267 217 235 222
MÉDIA 244 223 225 217 217 266 216 236,2 222,8

123
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

ANEXO 6 – Gráficos da análise do tempo de propagação do ultra-som


medido durante o carregamento à flexão em Zonas variadas de
solicitação (Zona tracionada, Zona comprimida e Linha neutra) para as
espécies paricá e angelim vermelho.

124
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

No caso das amostras de paricá, as identificações guardam consigo o seguinte


significado: as amostras com idade de 28 anos são as denominadas com as letras A,
B, C, D e E. Ao passo que, as peças com 19 anos são identificadas comas as letras F,
G, H, I e J.

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de


ondas para o Paricá (Zona Tracionada)
270

260
Tempo de propagação (µs)

250 D2
A2

240 D1
C11
I32
230 H1D
F21
G1
220

210

200
0 100 200 150 50 100 200 150 50 100 200 300 400
Carga (kgf)

Figura 30 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som analisado


na Zona tracionada para a espécie paricá.

125
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de


ondas para o Paricá (Zona Comprimida)

270
A1
260 B21
Tempo de Propagação (ms)

C1
250 D3
G31
240 I31
H1B
230
J21
B1
220
E31
210 J3
J2
200
0 0 0 0 50 0 0 0 50 0 0 0 0
10 20 15 10 20 15 10 20 30 40
Carga (kgf)

Figura 31 -Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som analisado na


Zona comprimida para a espécie paricá.

126
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de


ondas para o Paricá (Linha Neutra)

270 D3B
Tempo de Propagação

260 A3
250 C3
240 A2B
(µs)

230 B2
220 H1
210 F11
200 G21
50 100 150 200 250 300 350 I2
Cargas (kgf) Média

Figura 32 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som analisado


na Linha neutra para a espécie paricá.

127
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de


ondas para o Angelim vermelho
(Zona Tracionada)
Tempo de Propagação (µs)

330
320
310 V8B
300 V10A
290 V2A
280 V4B
270 V6A
260 Média
250
240
150
300
450
350
200
100
250
400
400
250
100
200
350
500
650
0

Carga (kgf)

Figura 33 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som analisado


na Zona Tracionada para a espécie angelim vermelho.

128
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de


ondas para o Angelim vermelho
(Zona comprimida)

330
Tempo de Propagação (µs)

320
310
V7A
300
V8A
290
V1A
280
V11A
270
260 Média
250
240
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
20 40 35 15 20 40 35 15 20 40 60
Cargas (kgf)

Figura 34 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som analisado


na Zona comprimida para a espécie angelim vermelho.

129
Caracterização das espécies paricá e angelim vermelho, através do ultra-som, em peças com e sem
carregamento de flexão aplicado

Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação de ondas


para o Angelim vermelho (Linha Neutra)

330 V9B
320 V3B
Tempo de Propagação (µs)

V3A
310
V10B
300
V11B
290 V4A
280 V9A
270 V1B
V12B
260
V12A
250
V5B
240 V2B
100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 V6B
Cargas (kgf) Média

Figura 35 - Efeito do carregamento à flexão no tempo de propagação do ultra-som analisado


na Linha neutra para a espécie angelim vermelho.

130

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