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Património Cultural

Em 1945, a criação da UNESCO responde a uma forte convicção das


nações marcadas por dois conflitos mundiais em menos de uma
geração: os acordos económicos e políticos não bastam para construir
uma paz duradoura. Esta deve ser estabelecida com base na
solidariedade intelectual e moral da humanidade.
A UNESCO concorre para construir redes entre as nações para tornar
esta solidariedade possível:
Mobilizando-se para que cada criança, rapariga ou rapaz, tenha acesso
a uma educação de qualidade, como direito humano fundamental e
condição do desenvolvimento humano.
Favorecendo o diálogo intercultural pela proteção do património e a
valorização da diversidade cultural. A UNESCO inventou a noção de
Património Mundial para proteger os sítios de valor universal
excecional.
Desenvolvendo projetos de cooperação científica – sistemas de alerta
precoce aos tsunamis, gestão das águas transfronteiriças – que
reforçam as ligações entre as nações e as sociedades.
Velando pela proteção da liberdade de expressão, como uma condição
essencial da democracia, do desenvolvimento e da dignidade humana.
Atualmente, a mensagem da UNESCO reveste-se de uma importância
acrescida. Juntos temos que implementar políticas mais bem
integradas, capazes de abordar as dimensões sociais, ambientais e
económicas do desenvolvimento sustentável. A reflexão
contemporânea sobre a «sustentabilidade» do desenvolvimento
reafirma os princípios fundadores da Organização e o seu papel
encontra-se assim naturalmente reforçado:
Num mundo globalizado, onde as sociedades se interligam e se
misturam, o diálogo intercultural é uma necessidade vital, para
vivermos melhor juntos na nossa diversidade.
Num mundo incerto, o futuro das nações não depende apenas do seu
capital económico ou dos seus recursos naturais, mas da sua
capacidade coletiva para compreender e antecipar as mutações do
ambiente, através da educação, da investigação científica, da partilha
do conhecimento.
Num mundo instável, marcado por movimentos de abertura
democrática, a emergência de novas potências económicas e de
sociedades fragilizadas por fatores de stress múltiplos, os tecidos
educativos, científicos, culturais e o respeito pelos direitos
fundamentais garantem a resiliência e a estabilidade das sociedades.
Face à emergência de uma economia criativa e das sociedades do
conhecimento, e o desenvolvimento da Internet, a participação ativa de
cada um no novo espaço público mundial é uma condição para a paz e
o desenvolvimento.
A UNESCO é conhecida por ser a organização «intelectual» das Nações
Unidas. No momento em que o mundo procura novos caminhos com
vista a construção da paz e ao desenvolvimento sustentável, temos de
contar com o poder da inteligência para a inovação, para alargar os
nossos horizontes, para fazer viver a esperança num novo humanismo.
A UNESCO existe para dar a esta inteligência os meios para se
desenvolver, pois, é no espírito dos homens e das mulheres que devem
ser erguidos os baluartes da paz, e as condições do desenvolvimento
suste Critérios de Classificação.
Património Mundial, o que é?

“O valor universal excepcional significa uma importância cultural e/ou


natural tão excepcional que transcende as fronteiras nacionais e
reveste-se de carácter inestimável para as gerações actuais e futuras
de toda a humanidade. Assim sendo, a protecção permanente deste
património é da maior importância para toda a comunidade
internacional”.

O Comité define os critérios para a inscrição dos bens na Lista do


Património Mundial. Estes critérios são regularmente revistos pelo
Comité do Património Mundial, de forma a reflectirem a evolução do
próprio conceito de Património Mundial.
Assim, até ao final de 2004, os bens candidatos a Património Mundial
eram seleccionados com base em seis critérios culturais e quatro
critérios naturais. Actualmente, existe uma única série de dez
critériosntável
Concelho da Europa
https://web.archive.org/web/20051228142523/http:/www.coe.int/
t/pt/com/about_coe/
Carta de Atenas (1931)

I- Doutrinas. Princípios Gerais

A Conferência ouviu a exposição dos principios gerais e doutrinas


relativas protecção de monumentos. Qualquer que seja a diversidade
dos casos específicos, em que cada um possa comportar uma solução,
constatou que, nos diversos Estados representados, predomina uma
tendência geral para abandonar as recontituições integrais e evitar os
seus riscos, pela instituição de uma manutenção regular e permanente,
adequada a assegurar a conservação dos edificios. Na situação em que
um restauro surja como indispensável, como consequência de
degradação ou de destruição, recomenda o respeito pela obra histórica
e artistica do passado sem banir o estilo de nenhuma época. A
Conferência recomenda que se mantenha a ocupação dos monumentos,
que se assegure a continuidade da sua vida consagrando-os contudo a
utilizações que respeitem o seu carácter histórico ou artístico.
II - Administração e Legislação dos Monumentos Históricos

A Conferência ouviu a exposição sobre as legislações cujo objectivo é o


de proteger os monumentos de interesse histórico, artístico ou
científico pertencentes às diferentes nações. Aprovou unanimemente a
tendência geral que consagra nesta matéria um certo direito da
colectividade perante a propriedade privada. Constatou que as
diferenças entre estas legislações provinham das dificuldades de
conciliar o direito publico e o direito dos particulares. Em
consequência, ao aprovar-se a tendência geral destas legislações,
estima-se que elas devem ser apropriadas às circunstâncias locais e ao
estado da opinião publica, de forma a encontrar o mínimo de oposição
possível, tendo em conta, em relação aos proprietários, os sacrifícios
que eles são chamados a assumir no interesse geral. Faz votos para
que em cada Estado a autoridade pública esteja investida do poder, em
caso de urgência, de tomar as medidas de conservação. Deseja
vivamente que o Conselho Internacional de Museus publique uma
recolha e um quadro comparativo das legislações em vigor nos
diferentes Estados e a mantenha atualizada.
III - A valorização dos monumentos

A Conferência recomenda o respeito, na construção dos edificios, pelo


carácter e a fisionomia das cidades, sobretudo na vizinhança de
monumentos antigos cuja envolvente deve ser objecto de cuidados
particulares. Também alguns conjuntos e certas perspectivas
particularmente pitorescas, devem ser preservadas. Há também
necessidade de estudar as plantas e ornamentações vegetais
adequadas a certos monumentos ou conjuntos de monumentos para
lhes conservar o seu carácter antigo. Recomenda sobretudo a
supressão de toda a publicidade, de toda a presença abusiva de postes
ou fios telefónicos, de toda a indústria ruidosa, incluindo as chaminés
altas, na vizinhança dos monumentos artisticos ou históricos.
IV - Os materiais do restauro

Os peritos ouviram diversas comunicações relativas ao emprego dos


materiais modernos para a consolidação dos edificios antigos.
Aprovam o emprego sensato de todos os recursos da técnica moderna
e muito especialmente do betão armado. Especificam que os elementos
resistentes devem ser dissimulados, salvo impossibilidade total, a fim
de não alterar o aspecto e o carácter do edificio a restaurar.
Recomendam-nos, muito especialmente, nos casos onde se considere
conveniente evitar os riscos de desmontagem e remontagem dos
elementos a conservar.
V - As degradações dos monumentos

A Conferência constata que, nas condições de vida moderna, os


monumentos do mundo inteiro se encontram cada vez mais
ameaçados pelos agentes atmosférfcos. Para além das precauções
habituais e das soluções felizes obtidas na conservação da estatuária
monumenal pelos métodos correntes, não se saberia, tendo em
consideração a complexidade dos casos e o estado actual dos
conhecimentos, formular regras gerais, para lá das precauções
habituais e das soluções bem sucedidas que se verificaram na
estatuária monumental pelos métodos correntes.
A Conferência recomenda:
1º- A colaboração, em cada país, dos conservadores de monumentos e
dos arquitectos com os representantes das ciências fisicas, químicas e
naturais, para conseguir alcançar métodos aplicáveis aos diferentes
casos.
2º- Ao Conselho Internacional de Museus que se mantenha ao corrente
dos trabalhos empreendidos em cada pais sobre estas matérias e que
lhes dê lugar nas suas publicações. A Conferência, no que respeita à
conservação da escultura monumental, considera que o deslocação das
obras do enquadramento para o qual elas tinham sido criadas é em
principio indesejável. Recomenda, a título de precaução, a preservação
dos modelos originais, e, na sua falta, a execução de moldes.
VI - A técnica de conservação

A Conferência constata com satisfação que os principios e as técnicas


expostas nas diversas comunicações de pormenor se inspiram numa
tendência comum, a saber: Quando se trata de ruínas impõe-se uma
conservação escrupulosa, recolocando no seu lugar os elementos
originais encontrados (anastilose) sempre que o caso o permita; os
materiais novos necessários a este efeito deverão ser sempre
identificáveis. Quando a conservação de ruinas, trazidas à luz do dia no
decurso de uma escavação for reconhecida como impossível, é
aconselhado enterrá-las de novo, depois de, bem entendido, terem sido
feitos levantamentos rigorosos. Deve dizer-se que a técnica e a
conservação de uma escavação impõem a colaboração estreita do
arqueólogo e do arquitecto. Ouanto aos outros monumentos, os peritos
estiveram unanimamente de acordo em aconselhar, antes de qualquer
consolidação ou restauro parcial, a análise escrupulosa das patologias
desses monumentos. Eles reconheceram, com efeito, que cada caso
constituía um caso especifico.
VII - A conservação dos monumentos e a colaboração internacional

a) Cooperação técnica e moral


A Conferência, convencida de que a conservação do património
artistico e arqueológico da humanidade interessa à comunidade dos
Estados, guardiões da civilização;
Deseja que os Estados, agindo de acordo com o espírito do Pacto da
Sociedade das Nações, se prestem a uma colaboração sempre mais
vasta e mais concreta, com o objectivo de favorecer a conservação dos
monumentos artisticos e históricos;
Estima ser altamente desejável que as instituições e agrupamentos
qualificados possam, sem prejuizo do direito público internacional,
manifestar o seu interesse pela salvaguarda das obras primas nas quais
a civilização se exprimiu ao mais alto nivel e que pareçam ameaçadas;
Faz votos para que os pedidos submetidos com este fim ao organismo
da cooperação intelectual da Sociedade das Nações, possam ser
confiados à benevolente atenção dos Estados.
Caberia à Comissão Internacional de Cooperação Intelectual, após
informação do Conselho Internacional de Museus e após ter recolhido
toda a informação útil, especialmente junto da Comissão Nacional de
Cooperação Intelectual interessada, pronunciar-se sobre a
oportunidade das diligências a empreender e sobre o procedimento
seguir em cada caso particular.
Os membros da Conferência após terem visitado, no decurso dos
trabalhos e do intercâmbio de estudos que fizeram nessa ocasião,
diversos campos de arqueológicos e monumentos antigos da Grécia,
foram unânimes em render homenagem ao Governo Grego que,
durante longos anos, ao mesmo tempo que assegurava ele próprio
trabalhos consideráveis, aceitou a colaboração de arqueólogos e
especialistas de todos os paises. Os referidos membros viram aí um
exemplo que não pode senão contribuir para a realização dos
objectivos de cooperação intelectual e cuja necessidade lhes ocorreu
no decurso dos trabalhos.
b) O papel da educação no respeito pelos monumentos
A Conferência está profundamente convicta de que a melhor garantia
de conservação dos monumentos e obras artísticas vem do respeito e
do empenhamento dos próprios povos e, considerando que estes
sentimentos podem ser grandemente favorecidos por uma acção
apropriada dos poderes publicos, faz votos para que os educadores
habituem a infância e a juventude a abster-se de degradar os
monumentos quaisquer que sejam, e lhes transmitam o interesse, de
uma maneira geral, pela protecção dos testemunhos de todas as
civilizações.
c) Criar uma documentação internacional
A Conferência faz votos para que:
1º- Cada Estado, ou as instituições criadas ou reconhecidas
competentes para esse fim, publiquem um inventário dos monumentos
históricos nacionais acompanhado de fotografias e descrições;
2º- Cada Estado constitua arquivos onde sejam reunidos todos os
documentos relativos aos seus monumentos históricos;
3º - Cada Estado deposite no Conselho Internacional de Museus as suas
publicações;
4º- O Conselho consagre, nas suas publicações, artigos relativos aos
processos e aos métodos gerais de conservação de monumentos
históricos;
5º - O Conselho estude a melhor utilização das informações assim
centralizadas.

CONVENÇÃO CULTURAL EUROPEIA- 1954


Os Governos signatários da presente Convenção, membros do
Conselho da Europa;
Considerando que o objectivo do Conselho da Europa é realizar uma
união mais estreita entre os seus membros, especialmente com o
intuito de salvaguardar e promover os ideais e os princípios que
constituem o seu património comum;
Considerando que uma compreensão mútua mais ampla entre os povos
da Europa permitiria alcançar mais rapidamente esse objectivo;
Considerando que para esses fins é desejável não só a celebração de
convenções culturais bilaterais entre os membros do Conselho, mas
também a adopção de uma política comum visando salvaguardar e
fomentar o desenvolvimento da cultura europeia;
Tendo decidido celebrar uma convenção cultural europeia geral com
vista a incrementar entre os nacionais de todos os membros do
Conselho e dos outros Estados europeus que venham a aderir a esta
Convenção o estudo das línguas, da história e da civilização das outras
Partes Contratantes e, bem assim, da sua civilização comum;

Carta de Veneza- 1964


file:///C:/Users/Asus%20VivoBook/Downloads/3%20-%20CARTA
%20DE%20VENEZA%20(1964)%20(3).pdf

Convenção da UNESCO sobre Património Cultural e


Natural- 1972
file:///C:/Users/Asus%20VivoBook/Downloads/4%20-%20CONVEN
%C3%87%C3%83O%20DA%20UNESCO%20SOBRE%20PATRIM
%C3%93NIO%20CULTURAL%20E%20NATURAL
%20(1972)%20(2).pdf

CARTA INTERNACIONAL SOBRE A SALVAGUARDA


DAS CIDADES HISTÓRICAS
A Carta do ICOMOS sobre a salvaguarda das cidades históricas é o
resultado de 12 anos de estudos desenvolvidos por especialistas
internacionais. O documento foi adotado na 8ª Assembleia-Geral do
COMOS, em Washington, D.C. (Estados Unidos da América), a 15 de
outubro de 1987, e ficou conhecido como Carta de Washington. Os
termos da Carta são propositadamente gerais; a nível internacional há
muitos métodos de planeamento e proteção das cidades históricas, há
muitas formas de fazer sentir o impacto do desenvolvimento urbano
nos modelos das sociedades pós-industriais e esta diversidade é
abordada nesta Carta.
Todas as cidades do Mundo, por serem o resultado de um processo de
desenvolvimento mais ou menos espontâneo ou de um projeto
deliberado, são a expressão material da diversidade das sociedades ao
longo da sua História.
A presente Carta refere-se a conjuntos urbanos históricos, de maior ou
menor dimensão, incluindo as cidades, as vilas e os centros ou bairros
históricos com a sua envolvente natural ou construída pelo homem, os
quais para além de constituírem documentos históricos são a
expressão dos valores próprios das civilizações urbanas tradicionais.
Actualmente estes conjuntos encontram-se ameaçados de degradação,
de deterioração e até de destruição, devido ao impacto do urbanismo
nascido da era industrial e que afecta actualmente todas as sociedades
do mundo. Face a esta situação, por vezes dramática, que provoca
perdas irreversíveis de carácter cultural e social, e inclusivamente
económico, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios
(ICOMOS), julgou necessário redigir uma Carta Internacional para a
Conservação das Cidades Históricas. Complementar à Carta
Internacional para a Conservação e Restauro de Monumentos e Sítios
(Veneza, 1964), este novo texto define os princípios e os objectivos, os
métodos e os instrumentos considerados apropriados para conservar a
qualidade das cidades históricas e favorecer a harmonia entre a vida
individual e colectiva, perpetuando o conjunto dos bens culturais,
ainda que modestos, que constituem a memória da Humanidade. Tal
como no texto da Recomendação da UNESCO sobre a salvaguarda dos
conjuntos históricos e da sua função na vida contemporânea (Nairobi,
1976), e também noutros documentos internacionais, entende-se por
salvaguarda das cidades históricas, o conjunto das medidas necessárias
para a sua protecção, conservação e restauro, assim como para o seu
desenvolvimento coerente e adaptação harmoniosa à vida
contemporânea.
file:///C:/Users/Asus%20VivoBook/Downloads/5%20-%20CARTA
%20DE%20SALVAGUARDA%20SOBRE%20AS%20CIDADES%20HIST
%C3%93RICAS%20%20-%20ICOMOS%20-%20WASHINGTON%20-
%201987.pdf

CARTA DE FLORENÇA SOBRE A SALVAGUARDA DE


JARDINS HISTÓRICOS 1981

Reunida em Florença em 21 de maio de 1981, a Comissão


Internacional dos Jardins Históricos ICOMOS-IFLA decidiu elaborar
uma Carta relativa à salvaguarda de jardins históricos, que terá o nome
desta cidade. Esta Carta foi redigida pela Comissão e adotada em 15 de
dezembro de 1982 pelo ICOMOS com vista a completar a Carta de
Veneza neste domínio específico.
file:///C:/Users/Asus%20VivoBook/Downloads/6%20-%20CARTA
%20DE%20FLOREN%C3%87A%20SOBRE%20A%20SALVAGUARDA
%20DOS%20JARDINS%20HIST%C3%93RICOS%20-
%201981%20(1).pdf

Convenção para a Salvaguarda do Património


Arquitetónico da Europa/ Convenção de Granada
1985-1990
Os Estados membros do Conselho da Europa, signatários da presente
Convenção:
Considerando que o objetivo do Conselho da Europa é realizar uma
união mais estreita entre os seus membros, nomeadamente a fim de
salvaguardar e promover os ideais e princípios que constituem o seu
património comum;
Reconhecendo que o património arquitetónico constitui uma
expressão insubstituível da riqueza e da diversidade do património
cultural da Europa, um testemunho inestimável do nosso passado e um
bem comum a todos os europeus;
Tendo em conta a Convenção Cultural Europeia, assinada em Paris em
19 de dezembro de 1954, e nomeadamente o seu artigo 1.º;
Tendo em conta a Carta Europeia do Património Arquitetónico,
adotada pelo Comité de Ministros do Conselho da Europa em 26 de
Setembro de 1975, e a Resolução (76) 28, adotada em 14 de Abril de
1976, relativa à adaptação dos sistemas legislativos e regulamentares
nacionais às exigências da conservação integrada do património
arquitetónico;
Tendo em conta a Recomendação n.º 880 (1979) da Assembleia
Parlamentar do Conselho da Europa, relativa à conservação do
património arquitetónico;
Tendo em conta a Recomendação n.º R (80) 16 do Comité de Ministros
aos Estados membros sobre a formação especializada de arquitectos,
urbanistas, engenheiros civis e paisagistas, assim como a
Recomendação n.º R (81) 13 do Comité de Ministros, adotada no dia 1
de Julho de 1981, sobre as ações a empreender em benefício de certas
profissões, ameaçadas de desaparecimento, no âmbito da atividade
artesanal;
Recordando que é necessário transmitir um sistema de referências
culturais às gerações futuras, melhorar a qualidade de vida urbana e
rural e incentivar, ao mesmo tempo, o desenvolvimento económico,
social e cultural dos Estados e das regiões;
Afirmando que é necessário concluir acordos sobre as orientações
essenciais de uma política comum, que garanta a salvaguarda e o
engrandecimento do património arquitetónico;
file:///C:/Users/Asus%20VivoBook/Downloads/7%20-%20CONVEN
%C3%87%C3%83O%20DE%20GRANADA%20(1985%20E
%201990).pdf

Convenção Europeia da Paisagem- 2000


Considerando que o objectivo do Conselho da Europa é alcançar uma
maior unidade entre os seus membros a fim de salvaguardar e
promover os ideais e princípios que constituem o seu património
comum, e que este objectivo é prosseguido em particular através da
conclusão de acordos nos domínios económico e social;
Preocupados em alcançar o desenvolvimento sustentável
estabelecendo uma relação equilibrada e harmoniosa entre as
necessidades sociais, as actividades económicas e o ambiente;
Constatando que a paisagem desempenha importantes funções de
interesse público, nos campos cultural, ecológico, ambiental e social, e
constitui um recurso favorável à actividade económica, cuja protecção,
gestão e ordenamento adequados podem contribuir para a criação de
emprego;
Conscientes de que a paisagem contribui para a formação de culturas
locais e representa uma componente fundamental do património
cultural e natural europeu, contribuindo para o bem-estar humano e
para a consolidação da identidade europeia;
Reconhecendo que a paisagem é em toda a parte um elemento
importante da qualidade de vida das populações: nas áreas urbanas e
rurais, nas áreas degradadas bem como nas de grande qualidade, em
áreas consideradas notáveis, assim como nas áreas da vida quotidiana;
Constatando que as evoluções das técnicas de produção agrícola,
florestal, industrial e mineira e das técnicas nos domínios do
ordenamento do território, do urbanismo, dos transportes, das infra-
estruturas, do turismo, do lazer e, de modo mais geral, as alterações na
economia mundial estão em muitos casos a acelerar a transformação
das paisagens;
Desejando responder à vontade das populações de usufruir de
paisagens de grande qualidade e de desempenhar uma parte activa na
sua transformação;
Persuadidos de que a paisagem constitui um elemento-chave do bem-
estar individual e social e que a sua protecção, gestão e ordenamento
implicam direitos e responsabilidades para cada cidadão;

Lei de Bases do Patrimonio Cultural- Lei n.o 107/2001


file:///C:/Users/Asus%20VivoBook/Downloads/A%20-%20Lei
%20de%20Bases%20do%20Patrim%C3%B3nio%20Cultural%20-
%20Lei%20107.2001.pdf

Regime jurídico de salvaguarda do património cultural


imaterial Decreto-Lei n.º 139/2009
Decreto-Lei n.º 139/2009 de 15 de Junho
O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico de salvaguarda do
património cultural imaterial, em desenvolvimento do disposto na Lei
n.º 107/2001, de 8 de Setembro, que estabeleceu as bases da política e
do regime de protecção e valorização do património cultural, de
harmonia com o direito internacional, nomeadamente com a
Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial,
adoptada na 32.ª Conferência Geral da UNESCO, em Paris em 17 de
Outubro de 2003, aprovada pela Resolução da Assembleia da
República n.º 12/2008, de 24 de Janeiro, e ratificada pelo Decreto do
Presidente da República n.º 28/2008, de 26 de Março.
Reconhece-se a importância do património cultural imaterial na
articulação com outras políticas sectoriais, e na própria
internacionalização da cultura portuguesa, e estabelece-se, de forma
pioneira, um sistema de inventariação através de uma base de dados
de acesso público que permite a participação das comunidades, dos
grupos ou dos indivíduos na defesa e valorização do património
cultural imaterial, designadamente do património que criam, mantêm e
transmitem. Valoriza-se, assim, o papel que a vivência e
reconhecimento do património cultural imaterial desempenha na
sedimentação das identidades colectivas, a nível local e nacional, ao
mesmo tempo que se propicia um espaço privilegiado de diálogo,
conhecimento e compreensão mútuos entre diferentes tradições. É
precisamente o reconhecimento da importância e diversidade do
património cultural imaterial enquanto factor essencial para a
preservação da identidade e memória colectivas das comunidades e
grupos, bem como da relevância do papel desempenhado por estes nos
processos de representação e transmissão do conhecimento, que
norteia o regime jurídico de salvaguarda desenvolvido pelo presente
decreto-lei.
Em consonância com as novas competências orgânicas decorrentes do
Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado
(PRACE), consagra-se a responsabilidade de coordenação das diversas
iniciativas no âmbito da salvaguarda do património cultural imaterial
ao Instituto dos Museus e da Conservação, I. P., de forma a articular
esforços e potenciar sinergias na salvaguarda deste património.
No âmbito da salvaguarda das manifestações do património cultural
imaterial, sobretudo no que diz respeito ao processo de inventariação,
as direcções regionais da cultura desempenham um papel
determinante, enquanto administração cultural de proximidade, no
apoio necessário às comunidades, grupos ou indivíduos. Num
procedimento desmaterializado que se opera por plataforma
informática, esta colaboração dos serviços mais próximos da
população é indispensável para garantir a efectiva participação dos
interessados, o que constitui o principal objectivo do sistema.
O decreto-lei enquadra, ainda, a participação das autarquias locais,
cujo papel reveste especial importância, na promoção e apoio para o
conhecimento, defesa e valorização das manifestações do património
cultural imaterial mais representativas das respectivas comunidades,
incluindo as minorias étnicas que as integram.
O sistema de inventariação instituído possibilita também, enquanto
mecanismo de salvaguarda do património cultural imaterial, a
desejável uniformização de procedimentos e o respeito pelas boas
práticas em contexto de identificação, recolha, estudo e documentação
das múltiplas manifestações do património cultural imaterial. Ao
mesmo tempo o inventário nacional do património cultural imaterial
permite corresponder a um dos requisitos fundamentais impostos pela
Convenção da UNESCO de 2003 para possíveis candidaturas à Lista
Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade e à
Lista do Património Cultural Imaterial Que Necessita de Salvaguarda
Urgente. O inventário nacional resultante da inventariação das
manifestações do património cultural imaterial permite, de igual modo,
esclarecer o universo e conteúdo das manifestações a serem
consideradas em sede de elaboração de planos sectoriais e de
propostas de classificação de património cultural móvel e imóvel
associado.
A inventariação de manifestações do património cultural imaterial
pressupõe uma decisão valorativa para efeitos de inscrição no
inventário a qual deve revestir o maior grau de objectividade e isenção.
Neste sentido, a inventariação deve resultar do consenso atingido por
uma comissão independente, constituída por individualidades de
reconhecido mérito no estudo e salvaguarda do património cultural
imaterial.
Institui-se, assim, a Comissão para o Património Cultural Imaterial
como órgão independente com competência exclusiva para decidir
sobre a inscrição de manifestações do património cultural imaterial no
inventário nacional. Para o efeito impõese a maioria qualificada para as
deliberações sobre as inscrições no inventário e consagram-se os
deveres e as garantias dos membros da Comissão que são nomeados
trienalmente. A par das funções deliberativas, a Comissão tem
competências consultivas no âmbito das componentes específicas da
política do património cultural imaterial e é igualmente responsável
pela actualização do inventário face ao carácter dinâmico e mutável
deste tipo de património.
Por último, julga-se de salientar o facto de, para efeitos de aplicação do
presente decreto-lei, apenas se considerar como património cultural
imaterial o património que se mostre compatível com as disposições
nacionais e internacionais que vinculem o Estado Português em
matéria de direitos humanos, bem como com as exigências de respeito
mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos.
Introdução ao Direito de Património Cultural
file:///C:/Users/Asus%20VivoBook/Downloads/CAP.%20II%20-
%20Jos%C3%A9%20Casalta%20NABAIS%20(2010).%20Introdu
%C3%A7%C3%A3o%20ao%20direito%20do%20patrim%C3%B3nio
%20cult...Cap.%20II%20,%20pp85-157.%20Uso%20acad
%C3%A9mico.pdf

El patrimonio cultural: la memoria recuperada


file:///C:/Users/Asus%20VivoBook/Downloads/CAP.%20V%20-
%20La%20conservaci%C3%B3n%20del%20del%20Patrimonio
%20historico.%20Criterios%20Internacionales.%20In%20Francisca
%20Hern%C3%A1ndez%20...%20(1).pdf

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