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CARTAS PATRIMONIAIS

As cartas patrimoniais são documentos elaborados por especialistas que objetivam


orientar e uniformizar as práticas em torno da proteção aos bens culturais. A carta contém
desde conceitos a medidas para ações administrativas com diretrizes de documentação,
promoção da preservação de bens, planos de conservação, manutenção e restauro de um
patrimônio, seja histórico, artístico e/ou cultural.
As cartas patrimoniais surgiram no século 19 na França, onde tinha acabado de sair da
Revolução Francesa, e muitos dos seus monumentos tinham sido destruídos ou
seriamente danificados, então surge a preocupação dos franceses em preservar os
monumentos que ainda restavam não só na França mais como em vários outros países da
Europa.
A Importância da preservação do patrimônio histórico surge ao redor do mundo vários
congressos, e esses basicamente formados por arquitetos e urbanistas é que vão dar
origem as cartas patrimoniais. As cartas patrimoniais são embasamentos filosóficos e
teóricos produzidos por especialistas em patrimônio e restauro em sua grande maioria por
arquitetos e urbanistas.
Atualmente existem mais de 40 cartas patrimoniais (IPHAN,2015) e todas elas são muito
importantes para a história da arquitetura, são elas:
1-Carta de Atenas de 1931 e 1933.
Há duas cartas de Atenas, de 1931 e de 1933, que apresentam ideias relevantes em relação
à preservação do patrimônio e ao novo tipo de urbanismo.
A primeira sessão contou com a participação do Escritório Internacional dos Museus da
Sociedade das Nações, que discutiu temas relevantes da época, como a legislação, a
técnica e os princípios de preservação dos bens históricos e artísticos. O documento
demonstra a necessidade de organizações que trabalhem na preservação e restauração dos
patrimônios, bem como de uma legislação que atenda às suas ações, assegurando o direito
coletivo.
2-A Carta de Atenas de 1933 trata de questões sobre as novas cidades, num período de
grande crescimento urbano. O presente documento é o resultado do IV Congresso
Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), que teve como foco principal a cidade
funcional, e contou com a presença de renomados arquitetos e urbanistas, dentre eles Le
Corbusier.
O "Urbanismo Racionalista" foi debatido, tendo como foco o planejamento regional, a
infraestrutura, o uso do zoneamento, a verticalização das edificações, a industrialização
dos componentes e a padronização das construções, buscando novos rumos para o
urbanismo.
3-Recomendações para Nova Delhi - 1956
A Recomendação de Nova Delhi, de 1956, resultou na Recomendação de Nova Delhi,
que tem como objetivo apoiar princípios internacionais sobre pesquisas e preservação
arqueológica. O presente documento estabelece que a proteção do patrimônio
arqueológico, os programas educativos, a criação de órgãos governamentais e a criação
de acervos são responsabilidades do Estado (IPHAN – Recomendação de Nova Delhi,
1956).
4-A Recomendação para o paris – 1962
A Recomendação de Paris para Paisagem e Sítios, elaborada em uma Reunião Ordinária
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),
foi o primeiro documento que expressou a preocupação com a proteção da beleza e do
caráter das paisagens, bem como de seus respectivos territórios.
A presente Recomendação aprimora o conceito de patrimônio cultural, abrangendo a
beleza e o caráter das paisagens e sítios, sejam eles naturais, rurais ou urbanos. Ficou
evidente a necessidade de estímulo nas áreas de educação e proteção aos bens,
complementando as medidas de proteção à natureza (IPHAN – Recomendação Paris,
1962).
5-Carta de Veneza, 1964
Em 1964, durante o II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos
Históricos, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) elaborou a
Carta de Veneza, com o objetivo de elaborar um plano internacional para preservar e
restaurar os bens culturais, numa ação interdisciplinar. Este documento defende que a
conservação requer uma manutenção constante, sendo sempre benéfica quando a
finalidade é benéfica para a sociedade. No entanto, é importante salientar que não é
permitido alterar a disposição ou a decoração da construção. Outro ponto a ser
considerado é a proibição de se deslocar o monumento, a não ser quando a sua
preservação exija tal ação ou quando há interesses nacionais e internacionais.
6-Recomendação paris – 1964
Ainda em 1964, acontece a Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que publicou a Recomendação Paris que
fala sobre medidas de proibir e impedir a exportação, a importação, bem como a
transferência de propriedade ilícita de bens culturais. Foi enfatizada questões como a
identificação e inventário dos bens culturais, a instituição de órgãos oficiais adequados
para proteção do patrimônio, legislação para aplicar medidas administrativas adequadas,
a colaboração internacional em acordos e ações que impeçam operações ilícitas, etc.
(IPHAN – Recomendação Paris, 1964).
7-Normas de quito – 1967
As Normas de Quito foram elaboradas em Quito, no Equador, para tratar da conservação
e utilização dos monumentos e lugares de interesse histórico e artístico. Foi recomendado
que os projetos de valorização de bens fossem parte integrante dos planos de
desenvolvimento nacional, sendo tal ação responsabilidade do governo.
Este documento deixou clara a responsabilidade governamental sobre as medidas de
preservação e salvamento do patrimônio, mesmo assegurando a expansão e/ou renovação
urbana, obras em locais onde os bens possam correr qualquer tipo de perigo de destruição,
modificações e reparos, construção ou alteração de vias de grande fluxo, implantação de
barragens, oleodutos e trabalhos de desenvolvimento de indústria.
8-Compromisso Brasília – 1970
Em 1970, o Brasil vivia um momento importante, e, influenciado pelos documentos
internacionais relacionados ao patrimônio, foi promovido o 1º Encontro dos
Governadores de Estado, Secretários Estaduais da Área Cultural, Prefeitos de Municípios
Interessados, Presidentes e Representantes de Instituições Culturais, do qual resultou o
Compromisso de Brasília. Tal documento foi baseado na necessidade de cuidados com o
patrimônio cultural brasileiro, e recomenda a criação de órgãos estaduais ou municipais
onde ainda não houver, todos ligados aos Conselhos Estaduais de Cultura e ao DPHAN.
Quanto ao plano de proteção da natureza, é importante a criação de legislação e serviços
estaduais articulados com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal.
9-Compromisso Salvador– 1971
Já em 1971, aconteceu em Salvador o II Encontro de Governadores para Preservação do
Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural do Brasil com o objetivo de
reafirmar os itens do Compromisso de Brasília e propor novas ideias, resultando o
Compromisso Salvador. Fez parte deste documento a recomendação de criação do
Ministério da Cultura e Secretarias, elaboração de legislação para aumentar o conceito de
visibilidade do bem tombado e proteção mais eficiente. O fomento da indústria do turismo
também foi pauta do Compromisso, marcando o estímulo à implantação de turismo
visando a preservação e valorização dos monumentos naturais.
10-Carta do Restauro 1972
A Carta do Restauro foi elaborada pelo Ministério da Instrução Pública da Itália em 1972
e foi elaborada pelo Ministério da Instrução Pública. São doze artigos que apresentam
diretrizes para intervenções de restauração em diversos tipos de obras de arte, desde
monumentos, pinturas e esculturas, até conjuntos de edifícios de interesse monumental,
histórico ou ambiental, centros históricos, coleções artísticas e jardins de suma
importância. A restauração é definida neste documento como qualquer intervenção que
não seja direta, com o objetivo de manter o funcionamento, simplificar a compreensão e
transmitir de forma integral as obras anteriormente mencionadas. São apresentadas as
diretrizes, as responsabilidades, os trabalhos, as técnicas e os programas para a
preservação e restauração de bens históricos, artísticos e culturais (IPHAN – Carta do
Restauro, 1972).

11-A Declaração de Estocolmo, de 1972


A I Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que ocorreu em
1972, foi designada como Declaração sobre o Ambiente Humano, também conhecida
como Declaração de Estocolmo. O documento divulgado, denominado Declaração de
Estocolmo, apontou a carência de critérios comuns para a preservação e melhoria do meio
ambiente. A Declaração de Estocolmo apresenta pontos como a necessidade de um uso
consciente dos recursos naturais; a relevância de não descartar substâncias que causem
dano ao meio ambiente; o desenvolvimento econômico e social; amenização das
consequências de graves problemas de subdesenvolvimento e desastres naturais; a
estabilidade econômica; as políticas ambientais; a utilização de recursos para a
preservação ambiental; o planejamento urbano e a educação ambiental. A
RECOMENDAÇÃO PARIS-72.
12-A declaração / manifesto de um Amsterdã, de 1975
O Congresso de Amsterdã, realizado em 1975, reuniu delegados de diversas regiões da
Europa, tendo sido aprovada a Carta Europeia do Patrimônio Arquitetônico, que trata da
arquitetura típica da Europa como um bem de comum cooperação, sendo de suma
importância a cooperação entre os países europeus para a proteção desse bem. O
documento apresenta uma série de considerações fundamentais que se referem à
preservação e valorização do patrimônio europeu (IPHAN – Declaração de Amsterdã,
1975).
13-Carta para o turismo cultural de 1976
A Carta de Turismo Cultural, criada em 1876, pelo Conselho Internacional dos
Monumentos e dos Sítios (ICOS), define, dentre outros conceitos, o turismo cultural
como uma forma de turismo que tem como objetivo o conhecimento de monumentos e
sítios históricos-artísticos, o que é extremamente benéfico para a sociedade, como um
fato social, humano, econômico e cultural. Dessa forma, o turismo cultural justifica e
incentiva as ações para manter e preservar o patrimônio histórico e artístico. Para
assegurar esses resultados, é necessário a criação e a aplicação de políticas direcionadas
aos elementos cruciais necessários para a manutenção e orientação do movimento
turístico (IPHAN – Carta do Turismo Cultural, 1976) DE NAIRÓBI – 1976. A carta tem
como foco principal a preservação dos conjuntos históricos e sua função na vida atual.
14-Machu Picchu – 1977
Em 1977, durante o I Encontro Internacional de Arquitetos em Machu Picchu, foi
elaborada a Carta de Machu Picchu, que propunha uma revisão da Carta de Atenas de
1933. O documento enfatiza a importância da unidade dinâmica das cidades e a relevância
do planejamento urbano como um instrumento de interpretação e realização das
necessidades da população (IPHAN – Carta de Machu Picchu, 1977).

15-Carta de burra, de 1980


A Carta de Burra, elaborada com base nos conhecimentos dos membros do Conselho
Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), estabelece diretrizes para a
preservação, conservação e gestão de sítios culturais. A obra, composta na Austrália,
reconhece a necessidade de envolver as pessoas nos processos de tomada de decisão.
A Carta contém 29 artigos que tratam de temas como a definição de conceitos, a
manutenção e a restauração, a reconstrução (dadas as exceções, as circunstâncias e as
características de elementos a serem implantados e mantidos), e os procedimentos de
intervenção (IPHAN – Carta de Burra, 1980).
16-Carta de Florença, de 1981
A Carta de Florença, criada em 1981, pelo Conselho Internacional de Monumentos e
Sítios (ICOS), tem como objetivo a preservação dos jardins históricos, uma composição
arquitetônica e vegetal que desperta o interesse público. Os jardins históricos devem ser
conservados, como o traçado e a topografia, a vegetação, as cores, os volumes, as
distâncias e as alturas, os elementos estruturais e/ou decorativos. É preciso tomar os
devidos cuidados para manter, cuidar, restaurar e reconstruir os jardins. O documento
ainda sustenta a relevância de identificar, conceber e proteger jardins históricos, bem
como de criar medidas legais para a manutenção, conservação e restauração (IPHAN –
Carta de Florença, 1981). A DECEPÇÃO DE NAIRÓBI, de 1982
17-A Declaração de Tlaxcala, de 1982
O terceiro Congresso Interamericano de Conservação do Patrimônio Monumental,
intitulado "Revitalização das Pequenas Aglomerações", foi realizado pelo Conselho
Internacional de Monumentos e Sítios (CICOMOS) no México. A Declaração de
Tlaxcala, que trata dos perigos e ameaças ao patrimônio na América, recomenda
revitalizações envolvendo etapas de pesquisa e prática, reafirmando as responsabilidades
de serviços públicos e melhorando a educação e a qualificação de técnicos da restauração
(IPHAN – Declaração de Tlaxcala, 1982).
18-A Declaração do México – 1985
Em 1985, realizou-se a I Conferência Mundial de Políticas Culturais, no México, com o
objetivo de discutir e conceituar a cultura, a identidade e o patrimônio cultural, de forma
a compreender a importância da cultura no desenvolvimento, da cultura e da democracia.
A relação entre os elementos da sociedade, como a cultura, a educação, a ciência e a
comunicação, foi destacada, assim como as recomendações que se concentram na
aproximação cultural entre os povos (IPHAN – Declaração do México, 1985).
19-A Carta de Washington-1986
A Carta de Washington foi criada pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios
(ICOS) em 1986, em Washington (EUA). É a Carta Internacional para a Salvação das
Cidades Históricas. Este documento se dirige às grandes ou pequenas cidades, centros ou
bairros históricos, com seu ambiente natural ou construído, que expressam valores
próprios das civilizações urbanas tradicionais.
Os valores que devem ser mantidos são:
• A forma urbana é determinada pela malha fundiária e pela rede viária.
•. As relações entre prédios, espaços verdes e espaços livres.
•A forma e o aspecto dos edifícios (interior e exterior) são determinados pela estrutura,
volume, estilo, escala, materiais, cor e decoração.
• A relação da cidade com o seu entorno natural ou criado pelo homem.
• As diversas aptidões da cidade adquiridas ao longo da sua história.
De acordo com esta Carta, qualquer afronta a esses valores poderia comprometer a
autenticidade da cidade histórica (IPHAN – Carta de Washington, 1986)
20-A Carta de Petrópolis, de 1987
A Carta de Petrópolis foi elaborada no 1º Seminário Brasileiro para Preservação e
Revitalização de Centros Históricos, em 1987. Nela, é tratada a questão de preservação e
consolidação da cidadania, ao reforçar a necessidade de dar ao patrimônio função na vida
da sociedade. A preservação do sítio histórico urbano deve ser pensada desde o
planejamento urbano, entendido como processo contínuo e permanente. É fundamental a
ação integrada de órgãos federais, estaduais e municipais, bem como a participação da
comunidade interessada. Os instrumentos de proteção descritos no documento são:
tombamento, inventário, desapropriação, isenção e incentivos fiscais, normas urbanísticas
e a declaração de interesse cultural (IPHAN – Carta de Petrópolis, 1987).
21-Carta de Washington – 1987
A Carta de Washington, de 1987, é conhecida como a Carta Internacional para a
Salvaguarda das Cidades Históricas e descreve sobre cidades e centros/bairros históricos
que expressam valores históricos ameaçados, seja por degradação, desestruturação ou
destruição.
Como um complemento à Carta de Veneza, de 1964, este documento traça princípios,
objetivos, métodos e instrumentos que visam à proteção da qualidade das cidades
históricas (IPHAN – Carta de Washington, 1987).
22-Carta de cabo frio – 1989
A Carta de Cabo Frio foi redigida no Encontro de Civilizações nas Américas que
comemorou os 500 anos da vinda de Colombo América e homenageou o navegador
Américo Vespúcio (IPHAN – Carta de Cabo Frio, 1989). DECLARAÇÃO SÃO PAULO
– 1989. A Declaração São Paulo, elaborada em 1989, teve como tema a comemoração do
25º aniversário da Carta de Veneza e uma análise sobre este documento de 1964. Foi
pauta de debate:
• A insuficiência de trabalho com relação à preservação e ao restauro;
• Necessidade de revisão conceitual de determinados elementos;
• Necessidade de levantamento de informações de áreas naturais, graças ao avanço
tecnológico;
• Importância da preservação do patrimônio natural;
• Utilização de sistemas de tecnologia avançada para trabalhos de restauro; etc.
Por fim, o documento ressalta a importância da permanência da Carta de Veneza como
modelo e fonte de consulta (IPHAN – Declaração São Paulo, 1989). Recomendação para
a paris de 1989.
23-Carta de Lausanne, de 1989.
A presente Carta para a Proteção e Gestão do Patrimônio Arqueológico contém, além da
definição e introdução, informações sobre políticas de conservação integradas, legislação
e economia; inventários; intervenções no sítio; preservação e conservação; apresentação;
informação; reconstituição; qualificações profissionais; e cooperação internacional.
24-Carta do Rio – 1992
A Carta do Rio foi elaborada durante a I Conferência Interamericana sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992. A Declaração de
Estocolmo, de 1972, reafirma os 28 princípios e estabelece novos níveis de cooperação
para alcançar os acordos internacionais que visam à integridade do sistema ambiental e
ao desenvolvimento mundial (IPHAN – Carta do Rio de Janeiro, 1992).
25-A Conferência de Nara
A I Conferência de Nara, realizada no Japão, em 1994 tem como objetivo discutir a
Autenticidade em relação à Convenção do Patrimônio Mundial. Este documento
reconhece o valor do patrimônio, como já foi mencionado na Carta de Veneza, mas com
o objetivo de estudar, elaborar e restaurar planos de conservação e restauração, etc.
(IPHAN – Conferência de Nara, 1994)
26-Carta de Brasilia, 1995
Novamente, o tema da Autenticidade é discutido em Brasília, em 1995. Representantes
do Cone Sul discutem a questão diante da situação regional de uma cultura “sincretista”
e de resistência, no qual relaciona a autenticidade e a identidade; autenticidade e a
mensagem; autenticidade e o contexto; a autenticidade e a materialidade. Outros pontos
são levantados como a graduação e a conservação da autenticidade (IPHAN – Carta
Brasília, 1995).
27-Recomendação Europa – 1995
Elaborada pelo Comitê da Europa em 1995, a Recomendação Europa fala sobre a
conservação integrada das áreas de paisagens culturais e indica que os governos adaptem
suas políticas com a finalidade de conservar e evoluir com orientação as áreas
consideradas de paisagem cultural.
Para isso, são propostos 10 artigos que relacionam o campo de aplicação de tal
recomendação; objetivos; o processo de identificação e a avaliação das áreas de paisagem
natural; níveis de competência e estratégia de ação; estrutura legal ou reguladora; a
implementação de políticas de paisagem; proteção legal e conservação das áreas de
paisagem cultural, procedimentos específicos de proteção, aplicação de medidas
específicas de proteção, medidas específicas para conservação e evolução controlada;
informação e incremento da conscientização; treinamento e pesquisa; e cooperação
internacional (IPHAN – Recomendação Europa, 1995).
28-Declaração de Sofia – 1996
A XI Assembleia Geral do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS),
em 1996, elaborou a Declaração de Sofia que faz recomendações sobre a utilização, a
proteção e exploração do patrimônio subaquático. Todos os processos devem contar com
a participação da sociedade civil em parceria com Estados, entidades públicas e órgãos
do governo, a fim de garantir a efetiva preservação e desenvolvimento equilibrado dos
recursos naturais (IPHAN – Declaração de Sofia, 1996).
29-Declaração de São Paulo ii – 1996
Membros do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) do Brasil se
reuniram em São Paulo com o objetivo de discutir o tema central da Declaração de Sofia,
tendo em vista a necessidade de enfrentar os conflitos entre expansão urbana e
preservação do Patrimônio Cultural no país, resultando na Declaração de São Paulo II
(IPHAN – Declaração de São Paulo II, 1996).
30-Carta de fortaleza – 1997
A Carta de Fortaleza foi escrita em 1997, comemorando aos 60 anos do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O evento foi marcado pelo
Seminário do Patrimônio Imaterial: Estratégias e Formas de Proteção, que teve o objetivo
de recolher subsídios que viabilizassem a elaboração de diretrizes e instrumentos legais e
administrativos para identificar, proteger, promover e fomentar os processos e bens do
patrimônio cultural brasileiro (IPHAN – Carta de Fortaleza, 1997).
31-Carta de mar del plata – 1997
Ainda no ano de 1997, foi elaborada a Carta de Mar Del Plata sobre Patrimônio Intangível
que recomenda, entre outras ações, a promoção do registro documento e catalogação do
patrimônio intangível, criação de banco de dados com todas as publicações, incrementar
pesquisas, organizar informações acerca do patrimônio cultural intangível, estimular
educação (IPHAN – Carta de Mar Del Plata, 1997).
32-Cartagenas de índias, colômbia – 1999
O Conselho Andino de Ministros das Relações Exteriores da Comunidade Andina
elaborou, em 1999, escreve sobre proteção e recuperação de bens culturais do patrimônio
arqueológico, histórico, etnológico, paleontológico e artístico da Comunidade Andina.
Composto por 9 artigos, este documento propõe políticas e normas comuns para a
identificação, registro, proteção, conservação, vigilância e restituição, assim como o
impedimento de importação, exportação e transferência ilícita dos bens culturais (IPHAN
– Cartagenas de Índias – Colômbia, 1972).
33-Recomendação paris – 2003
A 32ª Sessão da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO) elaboram em 2003 a chamada Recomendação Paris. Tal
documento é uma convenção para a preservação do patrimônio cultural imaterial, visando
o respeito aos bens das comunidades, a conscientização e reconhecimento nacionais e
internacionais, etc. (IPHAN – Recomendação Paris, 2003).
34-Carta de nova olinda – 2009
A Carta de Nova Olinda foi elaborada em 2009, no I Seminário de Avaliação e
Planejamento das Casas do Patrimônio, visando avaliar as Casas do Patrimônio, elaborar
diretrizes e instrumentos legais que assegurem o cumprimento de tais propostas (IPHAN
– Carta de Nova Olinda, 2009).
35-I fórum nacional do patrimônio cultural – 2010
O I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural ocorreu em 2009 na cidade de Ouro Preto,
porém, foi somente em 2010 que o trabalho foi publicado com o objetivo de disponibilizar
para consulta os conteúdos dos relatórios e análises realizados no evento. O Fórum foi
uma parte do processo de instituição do Sistema Nacional do Patrimônio Cultural (SNPC)
que busca a coordenação e realização de ações na área de gestão do patrimônio cultural
(IPHAN – I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural, 2010).
36-Carta de Brasília – 2010
A Carta de Brasília de 2010 foi um documento elaborado no Fórum Juvenil do Patrimônio
Mundial Brasil Brasília, que contou com a participação de 46 jovens de diferentes países,
como Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Colômbia e Uruguai. O encontro reuniu
diferentes realidades e experiências com o patrimônio sendo um denominador comum.
Foram propostas nove ideias como a participação ativa dos jovens no Comitê do
Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO); a promoção do turismo sustentável e responsável, divulgando o
patrimônio sem comprometê-lo; etc. (IPHAN – Carta de Brasília, 2010). CARTA DOS
JARDINS HISTÓRICOS, DITA CARTA DE JUIZ DE FORA – 2010
37-Conferencia de nara-1994
Data: novembro de 1994;
Sua importância: reuniu especialistas de diversos países para discutir os desafios e as
perspectivas para a preservação do patrimônio cultural em um mundo em constante
mudança;
Quem às estabeleceu: Organizada pela UNESCO, em colaboração com o governo do
Japão e o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS);
Objetivos: Revisar o conceito de autenticidade do patrimônio cultural, identificar os
critérios para a avaliação da autenticidade e definir diretrizes para a preservação do
patrimônio cultural autêntico;
Responsáveis pela gestão: um comitê internacional composto por especialistas da
UNESCO, do ICOMOS e de outras instituições internacionais; Data: novembro de 1994;

38-Carta de pretópolis-1987
Entende-se como sítio histórico urbano o espaço que concentra testemunhos do fazer
cultural da cidade em suas diversas manifestações. Esse sítio histórico urbano deve ser
entendido em seu sentido operacional de área crítica, e não por oposição a espaços não-
históricos da cidade, já que toda cidade é um organismo histórico. A cidade enquanto
expressão cultural, socialmente fabricada, não é eliminatória, mas somatória. Nesse
sentido, todo espaço edificado é resultado de um processo de produção social, só se
justificando sua substituição após demonstrado o esgotamento de seu potencial
sociocultural. Os critérios para avaliar a conveniência desta substituição devem levar em
conta o custo sócio- cultural do novo. O objetivo último da preservação é a manutenção
e potencialização de quadros e referenciais necessários para a expressão e consolidação
da cidadania. É nessa perspectiva de reapropriação política do espaço urbano pelo cidadão
que a preservação incrementa a qualidade de vida.
39-Recomendação Paris - Novembro de 1989.
25ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO - Recomendação sobre a Salvaguarda da
Cultura Tradicional e Popular. Recomendação Paris 1989 UNESCO. Importância: A
Recomendação reconhece a importância da cultura tradicional e popular como parte da
identidade cultural dos povos e comunidades, e estabelece medidas para sua salvaguarda.
Datas: 1989. Quem estabeleceu: UNESCO: Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura. Motivação: Reconhecimento da importância da cultura
tradicional e popular para a identidade cultural dos povos e comunidades. Objetivos:
Promover a identificação, inventariação e documentação da cultura tradicional e popular.
40-Recomendação Paris - Novembro de 1972.
Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. A Carta definiu
que o patrimônio natural é formado por monumentos naturais constituídos por formações
físicas e biológicas, formações geológicas e fisiografias, além de sítios naturais. Nele a
proteção ao ambiente, o respeito à diversidade cultural e às populações tradicionais são
objeto de atenção especial.

41-Recomendação Paris - Novembro de 1968.


15ª Sessão da Conferência Geral das Nações Unidas
Para os efeitos da presente recomendação, a expressão bens culturais se aplicará a: a)
Bens imóveis, como os sítios arqueológicos, históricos ou científicos, edifícios ou outros
elementos de valor histórico, científico, artístico ou arquitetônico, religiosos ou seculares,
incluídos os conjuntos tradicionais, os bairros históricos das zonas urbanas e rurais e os
vestígios de civilizações anteriores que possuam valor etnológico. Aplicar-se-á tanto aos
imóveis do mesmo caráter que constituam ruínas ao nível do solo como aos vestígios
arqueológicos ou históricos descobertos sob a superfície da terra. A expressão bens
culturais se estende também ao entorno desses bens. A expressão bens culturais se
estende também ao entorno desses bens. b) Bens móveis de importância cultural,
incluídos os que existem ou tenham sido encontrados dentro dos bens imóveis e os que
estão enterrados e possam via a ser descobertos em sítios arqueológicos ou históricos ou
em quaisquer outros lugares.

As cartas ao longo do tempo, permanecem atuais e são complementadas por novas normas
e recomendações que nos descortinam novos ou mais amplos procedimentos na
preservação do patrimônio cultural. Assim consideramos que há uma comprovada relação
entre as Cartas Patrimoniais e a evolução da legislação brasileira, e por consequência, do
Estado de Pernambuco relacionada ao patrimônio, em aspectos como a abordagem do
“bem cultural” e políticas relacionadas preservação sobre a temática do crescimento
urbanístico. Em se tratando do entendimento de salvaguarda do patrimônio de forma
conjunta, a legislação nacional trabalhou de forma paralela às diretrizes de preservação
internacional.
Diante disto, podemos afirmar que tal projeto serve de alicerce para futuras pesquisas
acerca da temática “patrimônio histórico” e sobre as políticas públicas de preservação do
mesmo, envolvendo questões da valorização do direito ao conhecimento, educação
patrimonial e apropriação do passado.
Referências
https://www.encontro2020.pe.anpuh.org/resources/anais/22/anpuh-pe-
eeh2020/1596480118_ARQUIVO_46bfbb590eac9f1de375b2849a96c9b2.pdf
https://blog.portaleducacao.com.br/o-que-sao-cartas-patrimoniais-e-quais-
existem/#:~:text=As%20Cartas%20Patrimoniais%20s%C3%A3o%20documentos,%2C
%20art%C3%ADstico%20e%2Fou%20cultural.
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/226

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