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CENTRO UNIVERSITÁRIO DOM BOSCO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

CARTA DE RESTAURO
ESTER MANUELLE VERAS DE OLIVEIRA
GABRIELLE BARBOSA
HISLANY CAMPELO
NATHALIA RODRIGUES MARTINS
REBECA LUCAS

ABRIL - 2023
SÃO LUÍS - MA
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………… 03

2.ANÁLISE DO DOCUMENTO ……………………………………………………...… 03

3.ESTUDO DO CASO ………………………………………………………………….. 05


1. INTRODUÇÃO

A Carta de Restauro de 1972, também conhecida como Carta de Veneza,


é um documento importante no campo da preservação do patrimônio cultural e
arquitetônico. Ela foi criada durante uma conferência internacional realizada em
Veneza, na Itália, em 1964, e publicada oficialmente em 1972 pelo Conselho
Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS).

A Carta de Veneza estabelece princípios e diretrizes para a conservação


e restauração de edifícios e monumentos históricos, e enfatiza a importância de
preservar a integridade e proteção dos bens culturais. Ela reconhece que a
preservação é um processo contínuo, que deve ser baseado em uma compreensão
profunda do significado histórico, artístico e cultural de um bem.

Além disso, a Carta de Veneza destaca a necessidade de considerar as


condições físicas e ambientais de um bem, bem como a importância da colaboração
entre arquitetos, conservacionistas, historiadores e outras partes interessadas no
processo de conservação. A Carta de Veneza é considerada uma das referências
mais importantes no campo da preservação do patrimônio cultural, e é amplamente
utilizada por organizações e profissionais em todo o mundo.

2. ANÁLISE DO DOCUMENTO - CARTA DE RESTAURO

As cartas patrimoniais são documentos criados por especialistas,


geralmente arquitetos, com a finalidade de sintetizar e padronizar informações que
discorram sobre a preservação de patrimônios culturais. atualmente há em torno de
40 cartas sinalizadas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional).

A carta abordada pela equipe é a CARTA DO RESTAURO- 1972, ela foi


divulgada em 06 de abril de 1972 pelo Ministério de Instrução Pública na Itália e
possui como objetivo assegurar que o processo de conservação e restauração de
monumentos históricos sigam métodos adequados estabelecidos através de normas
e instruções.
Logo de início o documento aborda sobre data, divulgação e
responsáveis pela criação, como visto no parágrafo anterior. Posteriormente através
de 12 artigos com tópicos, quando necessário, é falado sobre os aspectos para qual
todas as intervenções de restauração em qualquer obra de arte devem atender às
normas estabelecidas.

Os critérios para restauração são divididos em quatro anexos com


instruções para salvaguarda e restauração:

Anexo A: trata a respeito dos objetos arqueológicos, incluindo achados durante a


exploração terrestre e aquática. As instruções previstas neste anexo abordam sobre
a metodologia de recuperação dos navios achados no fundo do mar, o
reconhecimento dos sítios e até sobre a restauração no caso de mudanças
climáticas.

Anexo B: Trata a respeito das instruções para os critérios de restauração


arquitetônica, o objetivo deste anexo é assegurar que as obras possam ter
longevidade, logo as adaptações de uso (elétrica, hidráulica etc) devem ser
minimamente alteradas de forma a manter a caracterização das tipologias externa
das edificações.

Anexo C: Estabelece diretrizes para a conservação e restauração de monumentos


de escultura e pintura. Esses monumentos apresentam desafios específicos em
relação à conservação e restauração de superfícies e pigmentos, além de exigir
uma abordagem cuidadosa para a remoção de sujeira e vernizes.

Anexo D: Estabelece instruções para tutela dos Centros históricos onde as


intervenções de restauração desses centros devem garantir a permanência no
tempo dos valores que caracterizam esses conjuntos. As instruções e diretrizes para
a preservação dos valores urbanos, arquitetônicos e históricos dos centros
históricos, levam em consideração sua complexidade e diversidade, vale ressaltar
que há a necessidade de medidas de manutenção e a adoção de medidas
preventivas para evitar medidas de intervenções maiores.

Ainda sobre esse anexo há intervenções a nível urbanístico e edilício.


Os principais tipos de intervenções a nível urbanístico são:
a) Reestruturação urbanística
b) Reordenamento viário e
c) Revisão de equipamentos urbanos

Os principais tipos de intervenção a nível edílicio são:


1) Saneamento estático e higiênico dos edifícios e
2) Renovação funcional dos elementos internos.

Cada um desses anexos fornece diretrizes definidas para a conservação


e restauração de monumentos específicos, levando em consideração suas
características e particularidades. Tornando-a uma ferramenta completa e
abrangente para orientar o processo de conservação e restauração de monumentos
históricos.

2. ESTUDO DO CASO - MUSEU DO IPIRANGA

O Museu do Ipiranga, também conhecido como Museu Paulista, é um


importante museu localizado em São Paulo, Brasil, que abriga coleções
relacionadas à história e cultura brasileiras. O prédio que abriga o museu foi
construído no final do século XIX e é considerado um dos monumentos mais
importantes da arquitetura neoclássica no Brasil.

O Museu do Ipiranga passou por um longo processo de restauro, que


teve início em 2013 e foi concluído em 2022. O objetivo do projeto de restauração
foi a revitalização e modernização do prédio, visando garantir a preservação do
patrimônio histórico e cultural do Museu do Ipiranga .

Durante o processo de restauração, foram realizadas intervenções de


forma cuidadosa e criteriosa para garantir a preservação da arquitetura neoclássica
do edifício, garantindo a segurança estrutural do prédio, bem como para recuperar
elementos arquitetônicos e decorativos originais, como pisos, esquadrias, vidros e
pinturas. Além disso, o projeto buscou modernizar as instalações do museu para
atender às necessidades contemporâneas, sem prejudicar a integridade e a herança
do patrimônio cultural, com a melhora das instalações elétricas, hidráulicas e de
climatização do prédio, além da construção de novos espaços para exposições e
atividades educativas.

O processo de restauração do Museu do Ipiranga foi bastante complexo e


envolveu a participação de diversos profissionais, como arquitetos, engenheiros,
conservadores e especialistas em patrimônio cultural. O projeto também contou com
a participação da comunidade local e de organizações da sociedade civil, que
participaram de consultas públicas e debates sobre o futuro do Museu do Ipiranga.

Após o término do projeto de restauração, o Museu do Ipiranga reabriu


suas portas em setembro de 2022, com uma exposição especial que celebrou a
história do museu e sua importância para a cultura brasileira. O projeto de restauro
do Museu do Ipiranga é um exemplo de como a preservação do patrimônio cultural
pode ser realizada de forma responsável e bem-sucedida, garantindo a preservação
da história e cultura de um país para as gerações futuras.

Figura 01: Foto do Museu do Ipiranga durante obra

Fonte: Archdaily

Figura 02: Foto externa Museu do Ipiranga após processo de restauro

Fonte: Forbes Brasil

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