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Constitucional Direito
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Constitucional 1º BIMESTRE

SEPARAÇÃO DOS PODERES:

▸Aristóteles:
Grande classificador, a partir da observação reconheceu que o estado naquela época desenvolvia muitas funções e
então as classificou, dizendo que este teria uma função de criar normas, uma função de administração (governabilidade
– celebrar paz, declarar guerra, cobrar impostos, definir utilização dos bens públicos) e uma função de julgar (quando
ocorria litígios). Neste momento histórico Aristóteles não informou que o estado faria essas funções separadamente
como vemos hoje em dia, mas ele demonstrou claramente que esses funções existiam e que funcionavam
independentemente das outras, pois cada uma tinha sua peculiaridade.
▸Período pré revolucionário:
(Revolução Americana – Revolução Francesa) Nesta época, os grandes teóricos que apareceram eram chamados de
Jusnaturalistas, mais precisamente Contratualistas, esses teóricos tentavam explicar o estado não mais como uma
figura da vontade divina, e sim buscar uma explicação mais lógica. Dessa forma o povo (por vontade própria) decidiu
estabelecer uma ordem política na forma de um contrato. Com base nesse contrato estabelecido pelo povo, o Estado
deveria garantir a segurança e a paz, enquanto o povo deveria ser submisso ao Estado.
▸John Locke:
Inglês, Autor contratualista. Retomou as descrição das funções do Estado de Aristóteles. Preocupado com as
estruturas absolutistas do Estado Inglês, e buscando mensurar a atuação do parlamento em relação ao rei, elencando
critérios que permitisse a esse parlamento limitar o humor do mesmo. A ideia de Locke era dar mais densidade de poder
ao parlamento, reduzindo a atuação do rei ( rei com limites), ele aduz a ideia de que o rei poderá desenvolver a atividade
de administração da sociedade, mas a elaboração de normas e a fiscalização da atuação real deveria ser feita por um
órgão afastado dele, que seria o parlamento. (Soberania do Parlamento)
▸Revolução Gloriosa:
A Inglaterra com o passar do tempo desenvolveu com mais afinco a ideia de John Locke (tal que se utiliza da figura
do parlamento até hoje). E Revolução Gloriosa entra com esse mesmo conteúdo de Locke, estabelecendo a ideia de
liberdades políticas aos cidadãos ingleses e limitou o poder do Estado Absolutista Inglês a partir da atuação do
Parlamento.
▸Barão de Montesquieu:
Francês, personagem histórico de maior destaque sobre a teoria de separação dos poderes.
“Todo o homem investido de poder, tem a tendência natural ao abuso, a não ser que ele encontre limites/obstáculos”
Montesquieu observou que os governantes da sua época tinham uma tendência ao abuso do poder, embora suas
boas intenções, a prática do abuso gerava a autoridade e estruturas de submissão do outro, se tornando um ato eivado.
Deste modo ele determinou que a única forma para conter a pratica de abusos do Estado seriam os obstáculos/limites,
criando um outro poder que o confrontasse e tivesse a mesma força. Dessa maneira ele estabeleceu que cada uma das
funções exercidas por só um órgão do estado, fosse feita por três órgãos diferentes, para que cada órgão do estado,
exercendo suas funções diferentes, controlasse o abuso que cada um poderia vir a cometer, criando assim as figuras
que hoje conhecemos como poder Legislativo, Executivo e Judiciário.
Com o desenvolvimento da Teoria dos Freios e Contrapesos, cada Poder estaria submetido à vigilância dos outros
Poderes, para que assim não cometessem abusos, e se esse viesse a cometer, os outros poderiam “punir” o Poder
abusivo. Nenhum Poder está acima do outro, não há desequilíbrio entre eles, dessa Forma, se eu tenho um desequilíbrio
entre os poderes, eu tenho uma disfunção na separação dos poderes, sendo assim a ideia é que os poderes exerçam
suas funções dentro dos limites do texto constitucional.
Art. 16 da Declaração dos direitos do Homem e do cidadão francês de 1789 “ Toda sociedade na qual não esteja
assegurada a garantia dos direitos nem determinada a separação dos poderes não tem Constituição.”
Pelo menos duas coisas precisam estar presentes num documento para que ele possa ser conceituado como
Constituição:
▪ Ter expresso os Direitos do Cidadãos
▪ Separação dos Poderes.
Cabe frisar que, a importante contribuição de Montesquieu para a Teoria da Separação dos Poderes, foi a imposição
dos limites a autoridade do governante, ou seja não apenas o governado está submetido pela lei, mas o governante
também, independentemente do tipo de governo escolhido.
▸Final do Século 18 - atualmente:
Após o período de Montesquieu, os Estados Unidos estava se constituindo como Estado soberano, e as questões
políticas das sociedades foram ficando cada vez mais complexas, as funções do Estado foram se transformando até o
que conhecemos hoje, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Teoria das Funções
Regra: Indelegabilidade – um poder não pode delegar a sua função a outro.
Exceção: só haverá delegação quando estiver expressa na constituição
▸Típicas: ▸Atípicas:
Função que dá nome aos poderes, nasce Não significa que o poder deixou de ter o poder dele
historicamente com a formação do poder. Própria do próprio, no entanto por autorização constitucional ou
poder. legislativa, ele poderá exercer uma função que é
própria de outro poder. Só poder ser exercida se
estiver expressamente prevista no texto
constitucional.

PODER LEGISLATIVO:
“O poder Legislativo foi concebido na Inglaterra, durante a Idade Média, com a finalidade de limitar a autoridade dos
reis.” (Marcelo Novelino) Podendo ser encontrado em dois tipos de sistemas, o unicameral, geralmente adotado por
Estados Unitários onde o Legislativo é formado por um único órgão, e o bicameral, adotado por Estados Federais, no
qual o poder legislativo se compõe da vontade de duas casas.
Segundo Novelino a Constituição Brasileira de 1988 adota o sistema bicameral. O Congresso Nacional é composto
por duas casas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Também podemos ver a utilização do sistema unicameral
nas esferas estaduais (governadoria e assembleia legislativa), distritais e municipais (câmara de vereadores ou
municipal).
Faz-se Necessário o uso do sistema bicameral no Congresso Nacional, pois nossa escolha para organização do
estado foi em forma de federação (República Federativa do Brasil), isso significa que, o poder de exercício das
atividades deve estar distribuído em diferentes unidade federativas (a união/estados-membros = 27 Unidade
federativas ). Essas unidades federativas tem que participar da vontade nacional, deste modo cada estado membro e
o distrito federal elegem os senadores, que representam a vontade dos estados em âmbito nacional, e seus deputados
que representam a vontade do povo.

⇢ FUNÇÕES:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida está para o especificado nos
arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, [...]
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União
[...]
O Poder Legislativo tem como função típica legislar e fiscalizar os atos emanados do Poder Executivo.
Da mesma forma que os outros Poderes o Poder Legislativo também desempenha funções atípicas, como as
funções administrativas exercidas pela Câmara e Pelo Senado.

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
O Congresso nacional como dito anteriormente, conta com a atuação de duas casas, tendo elas competências
conjunta, onde não necessariamente precisam estar no mesmo ambiente.
O congresso nacional exerce suas funções num período especifico de tempo chamado legislatura, que é a forma de
estabelecer a organização dos trabalhos, ou seja é o exercício das funções. A nossa constituição estabelece que a
legislatura é de 4 anos, ou seja tem prazo para começar e prazo para se finalizar. Essa legislatura coincide com o
mandato dos deputados federais, mas não com o dos senadores, pois estes tem um mandato de 8 anos, então cada
senador vivencia duas legislaturas.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada
Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por
lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições,
para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
A câmara dos deputados representa o povo, é constituída por deputados federais (deputados estaduais estão nas
câmaras legislativas). Há uma eleição direta para que os deputados sejam eleitos, e esses são eleitos de acordo com o
número da população, nossa Constituição assegura que nenhuma unidade federativa terá menos de 8 ou mais de 70
deputados federais, a Lei estabelece a quantidade de deputados por cada estado, deste modo, como os deputados
estão condicionados número da população de cada estado, aquele estado que tiver o menor número de população terá
vaga para 8 deputados, e aquele com o maior número terá vaga para 70. A lei também estabelece que a câmara dos
deputados não poderá ultrapassar o número de 513 deputados (Lei C. 78/93).
NUMERO DE DEPUTADOS FEDERAIS DE CADA ESTADO
Roraima 8
Acre 8 Espirito Santo 10 Paraíba 12

Rio Grande Do Sul 31


Alagoas 9 Goiás 17 Pernambuco: 25

Piauí Santa Catarina 16


Amazonas 8 Maranhão 18 10
Paraná Sergipe 8
Amapá 8 Minas Gerais 53 30
Mato Grosso Do Tocantins 8
Bahia 39 8 Rio De Janeiro 46
Sul
Ceará 22 Mato Grosso 8 Rio Grande Do Norte 8 São Paulo 70
Distrito Federal 8 Para 17 Rondônia 8
A Eleição para os deputados federais se faz por um sistema proporcional, assim como afirma Novelino “Os Deputado
são eleitos de forma proporcional, ou seja, a representação no Congresso é proporcional ao número de votos obtidos por
partido ou coligação.” Deste modo não significando que o mais votado será eleito, devendo ser levado em conta
também, o partido ou coligação, no qual o deputado está vinculado, assim quanto mais votos o partido adquirir, melhor
será a chance de o deputado se eleger.
Obs¹: Cada território federal poderá eleger 4 deputados federais, esse número é determinado pela Constituição federal.
Obs²: Os suplentes dos Deputados Federais são os excedentes que ficaram no seu partido ou coligação e não foram eleitos.
Obs³: Para se candidatar a vaga de Deputado Federal o candidato terá que ter a idade mínima de 21 anos.
Obs4: A câmara dos deputados é conhecida também como a Casa Baixa

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente,
por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas
por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Diferente da Câmara dos Deputados, que representa o povo, o Senado Federal irá representar os Estados e o Distrito
Federal, para garantir a atuação da divisão do poder, agindo então esses representantes para assegurar a vontade dos
unidades federativas.
O mandato do Senadores da republica é de 8 anos, e o sistema adotado para a eleição desses é o majoritário, onde
o mais votado vence. No âmbito do poder executivo tem-se o majoritário absoluto, em que se o candidato não vencer
no 1º turno, ocorrerá um 2º turno com os dois candidatos mais votados, já na esfera do Senado Federal a maioria
absoluta não é um requisito, ou seja, dá-se por maioria simples, o candidato mais votado vence as eleições.
Embora o mandato para Senador da Republica seja de 8 anos, as eleições ocorrem no período de 4 anos, pois o
processo de substituição de senadores se faz por 1/3 ou por 2/3, garantindo-se aos senadores o cumprimento de seus
respectivos mandatos no período de 8 anos.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


2014 2018 2022
1º Lobão 1º Weverton Rocha 1º Weverton Rocha
(Candidato eleito (Candidato eleito (Candidato eleito
em 2010) em 2018) em 2018)
2º João Alberto 2º Eliziane Gama 2º Eliziane Gama
EXEMPLO:
(Candidato eleito (Candidato eleito (Candidata eleita
em 2010) em 2018) em 2018)
3º Roberto Rocha 3º Roberto Rocha 3º ------------------
(Candidato eleito (Candidato eleito (Candidato a ser
em 2014) em 2014) eleito em 2022)

Além disso, cada Senador quando eleito é eleito com dois suplentes fixos, no qual fazem parte da chapa dos
senadores, e sempre que estes não puderem exercer o cargo o primeiro suplente ficará responsável, caso ocorra do
primeiro suplente não puder substitui-lo, chama-se o segundo suplente.
Cada Estado tem como representantes 3 Senadores, sem importância do número de habitantes de cada Estado
(como ocorre no caso dos Deputados Federais), totalizando em 81 senadores federais, que recebem o mesmo salário,
e o processo de representação acontece da mesma forma em todos os Estados, ou seja quando a eleição ocorre para
uma vaga, todos os Estados estão sujeitos a somente uma vaga, quando ocorre para o preenchimento de duas vagas
todos os estados terão duas vagas.
▸Substituição Completa:
Estamos submetidos ao princípio federativo, onde a vontade dos Estados precisa ser uma vontade continua na
vontade nacional, ela não pode se encerrar, não há do que se falar em interrupção na continuidade da vontade dos
estados no âmbito nacional. Por esse motivo as substituições são proporcionais, para que sempre exista um senador
do estado representando aquele estado na vontade nacional.
Obs: Para se candidatar a vaga de Senador Federal o candidato terá que ter a idade mínima de 35 anos.
Obs: O senado por ser composto de pessoas mais “experientes” é chamado de a Casa Alta.
Obs: Os territórios federativos não possuem representantes no Senador Federal (Novelino)

⇢ COMPETÊNCIAS:
Como o congresso é a união das duas casas, tem-se dois tipos de competências:
▸Competência Conjugadas: ▸Competência Especificas:
As casas atuam em conjunto. Cada uma das casas desenvolve aquela matéria sem
precisar se comunicar com a outra casa.

▸Competência para a criação de leis:


Para a lei ser criado é necessário a participação das duas casas, não sendo necessária a reunião dessas, ou seja a
atividade não precisa ser elaborada com as duas casas em um mesmo local.
Ex: o projeto de lei nasce em uma das casa, e deve ser aprovado pelas duas casa. Nesse caso há a atuação das duas
casas separadamente, onde a primeira irá criar o projeto de lei e aprova-lo (chamado de casa iniciadora) e a outra irá
aprovar também (casa revisora).
A atividade do processo legislativo de criação de leis, ainda exige a participação do poder executivo, ou seja a
participação do presidente da república, onde o projeto de lei após passar pela aprovação das duas casas, passará
também pela mão do presidente que terá oportunizada a possibilidade de sancionar ou vetar aquele projeto de lei (esse
processo acontece tanto em lei complementar quanto em lei ordinária).
ART. 48 : Rol Exemplificativo, de matérias que são elaboradas por meio de lei. (Não contém todas as matérias, as outras
estão espalhadas pela Constituição)
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos
arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso
forçado;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
Assembléias Legislativas;

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e
organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI,
b;
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II;
153, III; e 153, § 2º, I.

▸Competência exclusiva:
Serve para a criação dos decretos legislativos, é também um elemento normativo semelhante a lei (na mesma
hierarquia da lei), faz-se também necessária a participação das duas casas. O Decreto Legislativo é criado pela Câmara
e pelo senado conjuntamente e é promulgado pela mesa de ambas as casas, ou seja, ele não precisa passar pelo
presidente da república. Por isso as matérias que podem ser objeto de decretos legislativo se caracterizam como
exclusivas do Congresso Nacional.
ART. 49: Rol taxativo, pois somente essas matérias podem ser reguladas por meio de decreto legislativo.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional;
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze
dias;
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas
medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos
planos de governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
hectares.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Pode também atuar isoladamente, tento sua competência interna corporis ou como é comumente chamada
competência privativa, que são aquelas matéria que interessam somente a esta casa, sem dizer respeito a outra, a da
Câmara é regida pelo art. 51 da Constituição Federal, tendo um rol taxativo:
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da
República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Pode também atuar isoladamente, tento sua competência interna corporis ou como é comumente chamada
competência privativa, que são aquelas matéria que interessam somente a esta casa, sem dizer respeito a outra, a do
Senado é regida pelo art. 52 da Constituição Federal, tendo um rol taxativo:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros
de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles;
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho
Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática
de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do
término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o
desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal,
limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo,
com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Obs: O Senado Federal tem mais competências privativas que a Câmara dos Deputados, pois este tem a competência de
aprovar a indicação de determinadas autoridades públicas a respectivos cargos, que vai desde os ministros do supremo
tribunal federal, até o procurador geral da república, ou aquele que vai exercer determinada atividade diplomática.

É o instrumento normativo utilizado pela Câmara do Deputados e pelo Senado Federal, para exercer suas
competências exclusivas.

⇢ REUNIÕES/SESSÕES DO CONGRESSO NACIONAL:


A atividade do Congresso Nacional é uma atividade colegiada (513 – Câmara dos Deputados e 81 Senado Federal),
elas precisam ser tomadas por votação. Para que isso ocorra a nossa constituição estabeleceu que essas casas devem
se reunir para exercer as suas funções, essas reuniões são chamadas de sessões.

Art. 57, CF:


§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura,
para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução
para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Acontecem apenas duas vezes dentro da legislatura, “com o objetivo de organizar o Congresso e suas casas” (Uadi
Bulos), dentro desse período as sessões preparatórias irão ocorrer no 1º ano da legislatura e a outra no 3º ano da
legislatura, isso ocorre devido a substituição da mesa diretora da casa.
No primeiro ano da legislatura a sessão preparatória tem duas funções:
▪ Dar posse aos eleitos: acontece numa reunião conjunta do congresso nacional em que todos os diplomatas eleitos no
ano anterior vão ser empossados.
▪ Eleger a mesa diretora dos trabalhos da casa: Mandato de 2 anos.

No 3º ano tem-se uma segunda sessão preparatória apenas para eleger a próxima mesa diretora, que ficará mais 2
anos.
A sessão preparatória começa no dia 1º de fevereiro do ano subsequente as eleições, contanto que esses dias não
sejam nos finais de semana ou feriados.
▸CONSTITUIÇÃO DA MESA DIRETORA:

Presidente Presidente Presidente


1º Vice-Presidente 1º Vice-Presidente 1º Vice-Presidente
2º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente
1º Secretario 1º Secretario 1º Secretario
2º Secretario 2º Secretario 2º Secretario
3º Secretario 3º Secretario 3º Secretario
4º Secretario 4º Secretario 4º Secretario

“As Mesas da Câmara dos do Deputados e do Senado Federal são órgãos diretivos dessas casas, composto por um
conjunto de parlamentares eleitos por seus pares para dirigir os trabalhos legislativos pelo período de dois anos.”
(Novelino)
As eleições para as mesas diretoras são feitas com a candidatura de chapas, e cada integrante se candidata ao cargo
que quer ocupar. Como processo é eleitoral, deve haver o convencimento de seus pares, a discussão entre os pares e
a eleição, nessa eleição é escolhida a respectiva chapa que irá assumir a direção dos trabalhos pelo prazo de dois anos.
Esse processo ocorre somente dentro da Câmara dos Deputados e dentro do Senado Federal, não se tendo uma
eleição para o Congresso Nacional, pois quando ambas as casa se reúnem conjuntamente quem assume a presidência
do congresso é o presidente do Senado Federal, e quem assume a 1º vice-presidência do Congresso é o 1º vice-presidente
da Câmara, desse modo os respectivos cargos são ocupados alternativamente pelos mesmo ocupantes dos cargos
equivalentes na Câmara e no Senado, começando sempre pelo Senado.
Se um determinado Deputado ou Senador ocupar um desses cargo nos dois primeiros anos da legislatura, no
segundo momento de eleição (3º ano da legislatura) ele não poderá se candidatar para o mesmo cargo na mesma
legislatura, mas podendo se candidatar para outro cargo ou para o mesmo cargo em uma legislatura diferente.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto
a 22 de dezembro.
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em
sábados, domingos ou feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
As atividades cotidianas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ocorrem nas sessões ou reuniões ordinárias,
estas ocorrem anualmente, e podem acontecer todos os dias uteis necessários ao desenvolvimento das atividades da
casa conforme a organização dada pelo presidente da respectiva casa.
É importante destacar o período geral das reuniões ordinárias, como estas são anuais só podem acontecer durante
o ano, ocorrendo entre os dias 2 de fevereiro (1º dia) e 22 de dezembro (último dia), durante o intervalo de dias em que
não ocorre as reuniões ordinárias (22 de dezembro a 2 de fevereiro), dá-se o recesso aos Deputados e Senadores, eles
também tem um recesso no meio do ano que ocorre entre os dias 17de julho e 1º de agosto.
“Quem deve disciplinar os expedientes dessas sessões são os regimentos internos das Casas congressuais, e nenhum
outro veiculo normativo, sob pena de invadir a área de atuação exclusiva do Parlamento” (Uadi Bulos)
▸REGRAS:
1º- A lei orçamentaria deve ser aprovada todos os anos, pois todos os gastos públicos precisam ter previsão
orçamentaria. Desta maneira, se ao fim do período das atividades em sessões ordinárias a lei orçamentária não for
aprovada, não se findará os trabalhos até que esta seja posta, ou seja, a sessão ordinária não se encerrará.
2º- Se as datas previstas para inicio ou fim das sessões ordinárias caírem em fins de semana ou feriados, serão estas
transferidas para o 1º dia útil subsequente.
3º- Dentro desses períodos em algumas sessões extraordinárias existe algumas reuniões do congresso nacional que são
conjuntas, ou seja quando a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se reúnem dentro do mesmo espaço para
deliberar sobre algumas questões – vide art. §3º , 57, CF. “para receber o compromisso e posse do presidente e vice
presidente da república.”

Art. 57, CF:


§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em
sessão conjunta para:
I - inaugurar a sessão legislativa;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido
de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente
da República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento
da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses
deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi
convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da
convocação.
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas
automaticamente incluídas na pauta da convocação.
Além das reuniões abordadas anteriormente, tem-se também as reuniões extraordinárias, que ocorrem nos
momentos em que eles não estão ordinariamente reunidos, ou seja nos recessos dos deputados e dos senadores, ou
em feriados.
▸Essa convocação ocorre de duas maneiras
▪ Convocação obrigatória: feita somente pelo ▪ Convocação Facultativa: feita pelo presidente do
presidente do senado federal, pois o presidente do Senado, pelo presidente da Câmara, pelo presidente
senado é simultaneamente presidente do congresso. da república ou pela maioria absoluta de deputados e
senadores.
Aaaaa

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


▸Essas convocações devem ser motivadas:
▪ Convocação obrigatória: Para o compromisso e ▪ Convocação Facultativa: Os componentes irão definir
posse do presidente e do vice-presidente da republica se continuarão reunidos e se aquela matéria e
no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao das realmente importante, ou se irão discuti-la em uma
eleições, nos casos de decreto de intervenção federal reunião ordinária. Quem decide, em primeira mão,
ou estado de defesa, ou quando o presidente da sobre a importância da matéria é aquele que convoca
republica faz um pedido para decretar estado de sitio. a reunião extraordinária, e quando reunidos, antes de
votaram, eles deliberarem sobre o conteúdo da
convocação, os integrantes decidirão sobre a
relevância e a urgência desta matéria.
Obs: Os integrantes das reuniões extraordinárias, não podem receber qualquer parcela indenizatória em razão das sessões
extraordinárias.
Obs²: Nas sessões só podem ser deliberado os assuntos que estão pautados na convocação, ou seja, é proibido o acréscimo
de qualquer assunto que não estiver na convocação, com exceção de Medida Provisória que entrar em vigor no período da
sessão extraordinária.

⇢ COMISSÕES:
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional
dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver
recurso de um décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última
sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá,
quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.
“A diversidade e complexidade das matérias a serem analisadas pelo Legislativo exigem comissões parlamentares
especializadas que, atuando na função de órgãos técnicos [...]” (Novelino) Deste modo podemos ver que as comissões
são criadas para facilitar o desenvolvimento das atividades do Congresso Nacional.
▸Comissões Isoladas: ▸Comissões Mistas:
Compostas somente por deputados ou senadores, ou Compostas por deputados e vereadores, ou seja,
seja pertencem somente a câmara ou somente ao pertencem a ambas as casas
senado.
As comissões representam o tanto quanto for possível os partidos políticos e os blocos partidários, buscando evitar
que essas sejam constituídas só da maioria ou só da minoria. Deste modo, a ideia é que dentro das comissões se tenha
a participação de todos os blocos parlamentares, assim como se faz nas mesas.

São aquelas que estão previstas no regimento com São aquelas criadas em razão de uma determinada
sua determinada matéria e vão sempre existir matéria/necessidade e só irão existir num determinado
independente da legislatura, mudando somente seus período de tempo, ou seja, existem somente durante o
integrantes. período de uma legislatura.
Segundo Novelino “as comissões permanentes não Novelino afirma que as comissões temporárias
possuem um prazo de duração determinado, “ainda que seja admitido o pedido de prorrogação de
permanecendo existentes mesmo após o termino da uma comissão temporária, em nenhuma hipótese ela
legislatura.” poderá ultrapassar a legislatura.”

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▸COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO:
Pertencente as comissões temporárias, as comissões parlamentares de inquérito não estão previstas no regimento
e para que elas sejam criadas é necessário que elas tenha um elemento que motive o seu nascimento, e que “No
momento da criação de comissão parlamentar de inquérito devem ser observados três requisitos: requerimento de um
terço dos membros da Casa; apuração de fato determinado; e prazo certo de duração. Trata-se de uma norma de
observância obrigatória no âmbito estadual e municipal” (Novelino).
Como o próprio nome diz elas são comissões investigativas, deste modo “são atribuídos poderes para ampla
investigação bem como os meios instrumentais necessários para torna-los efetivos, devendo seu exercício ocorrer sempre
com a devida observância dos direitos e garantias individuais” (Novelino), ou seja, nas comissões parlamentares de
inquérito as pessoas são convocadas como testemunhas ou como acusados para prestar depoimento, para que se faça
o levantamento de provas e informações, enquanto em uma comissão comum as pessoas convocadas são apenas
informantes, ou seja, elas chamam algum ministro para que este preste uma informação, ele então estará exercendo
uma atividade como ministro dizendo o que seu ministério estaria fazendo ou faria no futuro.
Nossa Constituição Federal estabelece que as Comissões Parlamentares de Inquérito tem a função de investigar
determinado fato considerado ilícito, com a finalidade de verificar o fato determinado e os políticos envolvidos naquela
ação, para que cumprindo sua função ela se encerre com a elaboração de um relatório, que será votado (por maioria)
Se o relatório entender que houve crime o relatório irá ser encaminhado para o órgão público, que irá ou não ingressar
uma denúncia. A CPI podem ser constituídas por senadores ou deputados ou mista, sendo dessa forma política.
Novelino informa que o fato de ser exigido como objeto um fato determinado não impede de que durante a
investigação possa ocorrer que a CPI descubra um novo fato, este fato poderá se integrar ao conteúdo da investigação
se ele estiver em conexão com o fato principal.
Em razão da CPI respeitar o princípio federativo, essa só tem competência para investigar interesses públicos que
se restrinjam ao seu “território” ou seja, a CPI de âmbito federal investigará fatos federais, CPI Estadual investigará
fatos estaduais e CPI municipal se restringe ao âmbito municipal, pois elas investigam fatos diversos que devem ser
responsáveis.
▪ REGRAS PARA A CRIAÇÃO DAS CPI:
Cumprido as regras a CPI deve ser instaurada
- Se for CPI da Câmara dos Deputados é preciso de 171 deputados assinantes para a criação da comissão.
- Se for CPI do SF é preciso 27 senadores assinantes para a criação da comissão.
- Se for Mista a CPI é preciso os 27 senadores e os 171 deputados assinantes para a criação da comissão.
- Prazo certo e fato determinado.
- Vide Art. 58, §3º, CF.
Obs¹: A comissão tem que ser constituída com a participação de todos os partidos políticos, tendo a maior pluralidade
possível para que seja representativa.
Obs²:Os próprios integrantes é que irão distribuir os cargos.
Obs³:A CPI não faz julgamento, somente investiga.
Obs4: A CPI poderá ter as mesmas capacidades que a policia e o ministério público, pois existe determinadas ações que
só poderão ser feitas pelo poder judiciário pelo chamado juiz competente, pois outra autoridade pública não terá
competência para isso, porem esses poderes não são ilimitados, nem superiores aos de autoridade judicial.
Obs5: A CPI não trabalha com questões privadas, somente com assuntos de interesse público.
Obs6: O deputado ou senador quando feito um interrogatório está eivado de poder de autoridade.
Obs7: A CPI pode, dentro dos limites constitucionais, fazer quebras de sigilo (Bancários, fiscais etc.) determinar busca e
apreensão (em órgão públicos) exercendo sua função de inquérito.

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⇢ IMUNIDADES PARLAMENTARES:
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
§1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo
Tribunal Federal.
§2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de
crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que,
pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
§3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal
Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria
de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu
recebimento pela Mesa Diretora.
§5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
§6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
§7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
§8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas
mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
A imunidade é uma prerrogativa concedida a quem exerce mandato eletivo (parlamentares) para que ele tenha
liberdade política ao exercer suas funções. Significa dizer que os parlamentares terão uma liberdade muito maior para
exercer os seus posicionamentos que os homens “comuns”, ou seja, o ditado que diz “minha liberdade acaba onde a
sua começa” não atinge os parlamentes, visto que esses são imunes.
Esse instituto pode ser comparado a matéria de excludentes de ilicitudes pertencentes ao direito penal, onde
mesmo que o autor tenha cometido o crime ele não será acusado, como nos casos de legitima defesa. Dessa forma
mesmo que o parlamentar no exercício de sua função, venha a cometer um ato considerado criminoso, estando ele
mergulhado em sua imunidade não poderá ser processado, nem no âmbito penal nem no âmbito civil.
A imunidade pode se dar de duas maneiras:

A imunidade material está descrita no caput do art. 53 da Constituição Federal, ela consiste na liberdade pura de o
parlamentar se manifestar, votar e opinar, não podendo ser processado por isso. Essa imunidade é absoluta,
protegendo o parlamentar dentro e fora do mandato, desse modo o que o Deputado ou Senador proferir no exercício
de sua função não poderá ser usado para um futuro processo quando seu mandato acabar.
Essa liberdade de se manifestar concedida aos Deputados e Senadores, é de fundamental importância, visto que
garantem um benefício tanto para eles quanto para o povo, devido sua imunidade, o parlamentar pode dizer tudo
aquilo que o povo gostaria de falar, já que eles, principalmente os deputados, são representantes do povo.
“Quando as opiniões, palavras e votos forem produzidos fora do recinto da respectiva Casa Legislativa, exige-se que o
ato esteja relacionado ao exercício da atividade parlamentar.” (Novelino). Fica claro que a imunidade não pode ser usada
de forma abusiva, mas se for feito, o fato ocorrido não será discutido pelo poder judiciário e sim pela sua própria casa,
com o uso das comissões de ética, que vão dizer se a fala do parlamentar ultrapassou ou não o limite de suas
manifestações no exercício de sua função.

Os parlamentares estão protegidos de serem processados em alguns casos, mas isso não impede que eles sejam
responsabilizados por outros, e é disso que se trata a imunidade formal. Buscando evitar que a imunidade do
parlamentar acabe por se tornar uma impunidade, os crimes que não estão envolvidos com a liberdade de manifestação
(Ex: Crime contra vida, crime contra a liberdade), deve ser devidamente respondidos.
Ocorre que, devido as prerrogativas concedidas aos Deputados e Senadores, o foro em que eles irão responder o
processo, pertence ao STF, se chamando foro por prerrogativa de função (foro privilegiado). Desta forma a partir do
momento em que o parlamentar for diplomado, ele irá automaticamente responder pelos atos ilícitos por ele praticado,
no foro por prerrogativa de função, isso acontece também com os processos tramitando em outros foros, eles irão sair
da varas de justiça comum e vão subir para o Supremo Tribunal Federal.
Em regra a imunidade formal garante aos parlamentares a impossibilidade de ser preso, entretanto, se ao cometer
o fato ilícito e ele for pego em flagrante delito de crime inafiançável isso poderá ocorrer, devendo ser encaminhado
para uma sala de comando maior, onde serão feitos os altos da prisão em flagrante, que deverão ser encaminhados
para sua respectiva casa num período de 24 horas, que irá decidir se ele irá continuar preso ou se responderá pelo crime
em liberdade. Não há a necessidade de uma autorização da casa para que ele seja processado, porém o poder judiciário

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não poderá determinar a prisão preventiva do parlamentar. A casa também determinará se o Deputado ou Senador irá
ser afastado do cargo.
A Constituição Federal criou o instituto que permite que o processo, em que o parlamentar está envolvido, seja
sustado enquanto durar seu mandato, ou seja, o partido político, com representação no Congresso Nacional, pode
suscitar a mesa diretora da casa, um pedido de sustação do processo que está ocorrendo no poder judiciário em favor
de um parlamentar (sendo pertencente ou não ao partido). Dessa maneira, após o recebimento do pedido, a mesa
diretora terá um prazo de 45 dias para colocar esse pedido em plenário para votação, devendo este obter a maioria
absoluta dos votos para que esse processo seja realmente sustado/ paralisado, não podendo o STF fazer nada para
reverter o pedido de sustação.
O pedido de sustação só poderá ser remeter a crimes que foram cometidos após a diplomação do parlamentar, não
podendo ser sustados os crimes anteriores, podendo até acontecer do parlamentar responder por crimes cometidos
antes do mandato (que pode ou não acarretar na perda do mandato, mas isso quem julga é a Casa do parlamentar).
Esse pedido pode ocorrer a qualquer momento, podendo ser possível até mesmo antes da sentença.
Cabe aqui esclarecer que, sendo sustado o processo, susta-se também a prescrição do mesmo, buscando evitar a
perda do poder do Estado de não julgar o crime cometido pelo parlamentar devido a prescrição. Desta maneira,
finalizado o mandato do parlamentar, este deverá ser devidamente processado.
Obs¹: Nossa constituição assegura ao parlamentar que ele não seja compelido a se manifestar sobre informações que
ele só conheceu em razão do mandato no âmbito judicial, garantindo que ele possa ter o conhecimento de questões
que acontecem atualmente e que ele só tem acesso devido ser parlamentar. (art. 53, §6º)
Obs²: Os parlamentares não podem ser convocados para prestar serviço nas forças armadas, pois mesmo que o país
declare estado de guerra o CN funciona normalmente, inclusive para fiscalizar a atuação das autoridades públicas, e
eles não podem ser retirados do exercício de sua função para ir ao campo de batalha, inclusive se antes de se tornar
parlamentar ele tenham sido militares. Exceto se ele por escolha própria decida prestar esse tipo de serviço, devendo
fazer um requerimento para a casa pedindo autorização, podendo a casa autorizar ou não. (art. 53, §7º)
Obs³: As imunidades dos parlamentares estão coladas ao mandato, não pertencendo a pessoa, significando que a
imunidade não acompanha o parlamentar que mudar de cargo e nem podendo ser renunciada. Exceto nos casos de
estado de sitio, onde podem ser suspensas pela casa por dois terços de votos. (art. 53, §8º)
Obs4: “O gozo das prerrogativas ligadas ao exercício da atividade legislativa dar-se-á apenas no tocante àquele que
efetivamente exerce o cargo, em caráter interino ou permanente, não se estende aos suplentes, salvo quando no efetivo
exercício da função.” (Novelino)

⇢ PROIBIÇÕES/VEDAÇÕES DE MANDATO:
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas
entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Ao mesmo tempo em que os Deputados e Senadores tem imunidades, eles tem vedações, para que se evite a
execução do que bem quiserem durante seus mandatos, para que eles realizem suas atividades estando relacionados
ao que está previsto no seu mandato, em razão da sua eleição para representar o povo. Essas vedações determinadas
pela CF, se praticadas pode gerar a perda do mandato.
“A incompatibilidade ocorre após a eleição e impede a pratica de determinados atos pelo eleito ou o exercício
simultâneo de certos cargos, funções ou empregos públicos remunerados. Assim como ocorre com as garantias, as
restrições inerentes ao exercício do mandato parlamentar não se estendem aos suplentes.” (Novelino)
Modalidades de vedações:

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas
entidades constantes da alínea anterior;

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a) O parlamentar após a diplomação, não poderá ter nenhum vínculo com “entidades” públicas. Não é proibido a ele
ser proprietário de uma empresa, o que o inciso que dizer é que, fica a ele negado o direito de, como proprietário de
uma empresa, firmar ou manter contrato com um órgão de direito público. A constituição faz uma ressalva de que se
um contrato foi estabelecido por meio de clausulas uniformes (licitação), feita de forma uniforme, o parlamentar
poderá manter o contrato até sua posse.
b) Os Deputados e Senadores após a diplomação, não poderão aceitar nem exercer cargos remunerados em entidades
públicas, mesmo se o cargo não tiver vinculo de estabilidade.
Obs: A posse do parlamentar ocorre no dia 1º de fevereiro do ano subsequente as eleições em uma reunião preparatória.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
a) Os parlamentares, após a posse de seu cargo, não poderão ser proprietários, controladores, diretores ou qualquer
atividade remuneratória, em empresas que exerçam função pública.
b) O cargo de Deputado ou Senador é de dedicação exclusiva, ou seja, os parlamentares não podem exercer duas
funções publicas ao mesmo tempo, a única possibilidade é a do vereador, não podendo haver incompatibilidade de
horários.
c) Há casos em que um parlamentar atue também como advogado, porém este não poderá assinar petições
patrocinando causas em que sejam interessados pessoas jurídicas de direito público.
d) Fica também proibido aos parlamentares o exercício de dois cargos públicos eletivos ao mesmo tempo, ou seja, é
improvável que ele seja Deputado e Prefeito ao mesmo tempo.

⇢ PERDA DE MANDATO: (COMEÇAR DOUTRINA POR AQUI NO SÁBADO)


A nossa constituição determina no art. 55 duas modalidades de perda de mandato

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
III - que deixar de comparecer, em cada sessão I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas
legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da no artigo anterior;
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por II - cujo procedimento for declarado incompatível
esta autorizada; com o decoro parlamentar;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos VI - que sofrer condenação criminal em sentença
políticos; transitada em julgado.
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além
previstos nesta Constituição; dos casos definidos no regimento interno, o abuso
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será das prerrogativas asseguradas a membro do
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou Congresso Nacional ou a percepção de vantagens
mediante provocação de qualquer de seus membros, indevidas.
ou de partido político representado no Congresso § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato
Nacional, assegurada ampla defesa. será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante
Nestes casos, quando o Deputado ou Senador
provocação da respectiva Mesa ou de partido
comentem esses atos, basta apenas uma declaração da
político representado no Congresso Nacional,
mesa diretora da casa para que o parlamentar perca o
assegurada ampla defesa
mandato, que pode ser atribuída de oficio, ou seja a
própria mesa declara sem que ninguém a provoque, mas Diante dos incisos expostos, não basta que se tenha
que também pode se dar por provocação de um partido uma declaração emitida pela casa, é preciso que se
político com representação no Congresso Nacional ou tenha uma votação, um plenário, que irá decidir se
por um outro parlamentar participante do Congresso. aquele parlamentar irá ou não perder o mandato.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


▸RENÚNCIA:

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste
artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
Após o início do processo, que pode levar o Deputado ou o Senador a perder seu mandato, não cabe a ele mais a
renuncia do cargo, pois essa renuncia perde seus efeitos com o inicio do processo, isso não impede que, antes de o
processo começar o parlamentar renuncie suas funções.

⇢ CARGOS PERMITIDOS:
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular,
desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior
a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o
término do mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

⇢ REMUNERAÇÃO:
A Remuneração do deputado ou senador não é fixado por lei, e sim determinada pelo congresso nacional por um
decreto legislativo, e é idêntica para ambos os cargos.

⇢ FALTA DE SUPLENTE:
Se por algum motivo, o parlamentar deixar de ocupar seu cargo, torna-se necessário que seu suplente o substitua,
porém há a possibilidade de que nem mesmo os suplentes queiram ou possam ocupar o cargo. Em vista disso é preciso
que se atente aos prazos para uma nova eleição de ocupação do cargo, observando que se o momento em que o cargo
ficou vago se dá num prazo inferior a 15 meses para o término do que seria aquele mandato, não se fará uma nova
eleição, por outro lado, se esse prazo for superior a 15 meses a eleição deve ser feita, para que se ocupe aquele cargo.
Deste modo, havendo vaga e não havendo suplente, e o período for maior que 15 meses, faz-se uma eleição no
estado para que se eleja um novo Deputado ou Senador.

⇢ CONVOCAÇÕES DE AUTORIDADES:
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de
Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência
sem justificação adequada
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas
Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de
seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a
Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


PROCESSO LEGISLATIVO:
⇢ CONCEITO:
O processo legislativo diz respeito as atividades realizadas pelo poder legislativo, vimos que a atuação do poder
legislativo se dá em duas funções fundamentais, a de fiscalizar e a criação de leis, desta maneira quando se fala de
processo legislativo aborda-se o conceito em que o termo processo não seja tão adequado, desejando que o correto
fosse procedimento legislativo, pois esse sim nos remete o conjunto de ritos, a sequência de ações que são previamente
estabelecidas para que depois de seu cumprimento algum resultado seja alcançado.
Como visto o processo legislativo então seria um conjunto de disposições/normas que disciplinam o procedimento
a ser observado para a criação e elaboração de normas. É importante destacar que dentro desse conceito está a
importância do órgão competente, é necessário que só quem crie essas normas seja aquele órgão competente
previamente previsto e estabelecido pelo texto constitucional.
Frisa-se que a utilização da palavra norma neste conceito do processo legislativo e de estimada importância, visto
que nosso texto constitucional afirma que esse processo não elabora somente leis, mas também outros instrumentos
normativos que estão previsto no art. 59.
Cada um desses instrumentos será elaborado de uma forma especifica determinada pelo processo legislativo, sendo
de suma importância que sigam os procedimento corretamente, buscando evitar ser alvo de controle de
constitucionalidade formal, sendo esse vicio considerado insanável, uma vez que quando promulgada com esse erro, a
norma nascerá inconstitucional, tento que ser retirada por completo do texto constitucional.

⇢ ESPÉCIES:

Como o próprio nome diz, esse procedimento está destinado a criação de leis ordinárias (comuns), aquelas que são
a base do processo legislativo, que disciplinam a maior quantidade de conteúdo.

Serve tanto para a criação de leis ordinárias como de leis complementares, a única diferença é que ele será um
procedimento abreviado/rápido, pois quando iniciado pelo Presidente da República, este poderá solicitar urgência
determinando assim que o procedimento utilizado será o sumario. Neste procedimento o período de tempo utilizado
para a criação das normas será, desde sua iniciativa até a sua finalização, um prazo de 100 dias.
Obs: Esse procedimento só poderá ocorrer nos casos em que o Presidente da República, nos casos em que ele iniciar,
pedir a urgência.

É aplicado para todas as outras normas, quando essas não são ordinárias, ou seja, ele é utilizado para a criação de
leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções e etc. Qualquer norma que
exija algo especial será necessário que se utilize o procedimento especial.

⇢ LEI ORDINÁRIA E LEI COMPLEMENTAR:


É preciso distinguir o processo utilizado na criação dessas duas leis, pois o processo legislativo para a criação de uma
lei ordinária é a base para todos os outros procedimentos, sendo o procedimento das leis complementares é
semelhante ao das leis ordinárias, se diferenciando em:
▪ A Lei complementar tem que estar previamente estabelecida no texto constitucional de forma expressa.
▪ A Lei complementar é aprovada por maioria absoluta, enquanto a ordinária é por maioria simples.

VOTAÇÃO QUALIFICADA MAIORIA


Absoluta Simples
1⁄ 2⁄ 3⁄ Metade dos membros Metade dos presentes
3 3 5
+ 1º nº inteiro + 1º nº inteiro
A Maioria é o comum da casa, podendo ser manifestar de duas formas, a simples (regra) e a absoluta, sendo essa
ultima determinada expressamente pela constituição. Para se calcular a maioria simples, deve se levar em consideração
o Quórum, que será sempre de maioria absoluta (sendo na CD: 257, e no SF: 41), não necessitando que todos os
parlamentares estejam presentes apenas o quórum, sendo a maiores simples a metade dos presentes, mais o primeiro
número inteiro. Na maioria absoluto, também é necessário a presença mínima dos parlamentares (Quórum), porém
diferentemente da maioria simples, é necessário a maioria dos integrantes da casa e não apenas dos presentes.
Obs: Se não houver o Quórum, ou seja, o mínimo de parlamentares presentes, não poderá ocorrer sessão.
Obs: Não há hierarquia entra as leis ordinárias e leis complementares.
Obs: Lei complementa pode vir a regular conteúdo de lei ordinária, mas lei ordinária não pode modificar lei
complementar.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


⇢ PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO:
O Processo legislativo das leis ordinárias, passa por 3 fases. Cada uma dessas fases tem suas próprias peculiaridades
e exigências.

A fase iniciativa é o momento em que o processo legislativo vai ser deflagrado/iniciado, devendo ser um ato formal
pois o objetivo do processo legislativo é a criação da lei, que é um ato escrito, geral, abstrato e complexo.
▸INICIATIVA:
É a faculdade conferida a uma pessoa ou alguma autoridade para deflagrar o processo legislativo, ou seja, para
apresentar um projeto de lei que dará vida a uma lei. Somente as pessoas determinadas pelo artigo 61 da Constituição
Federal é que podem apresentar um projeto de lei, sob pena de a lei que for gerada por ele sofrer vicio insanável, ou
seja, ser formalmente inconstitucional.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
▸GERAL:
No sentido de que todos aqueles que preencherem o requisito estão submetidos a lei.
▸PARLAMENTAR:
Diz-se que a iniciativa é parlamentar quando ela é feita por um Deputado, Senador, de uma comissão de Deputados,
de uma comissão de Senadores ou quando a comissão for mista.
▸EXTRAPARLAMENTAR:
A iniciativa se torna extraparlamentar quando a mesma é feita por alguém fora do parlamento, como o Presidente da
República, O STF, o procurador geral da república ou até mesmo os cidadãos.
Obs: Todas as vezes em que a iniciativa for extraparlamentar, sempre começará na câmara dos deputados, ou seja a
discussão sobre o projeto de lei sempre irá começar dentro da Câmara dos Deputados.
▸CONCORRENTE:
Quando a matéria de que trata o projeto de lei puder ser iniciada tanto por uma autoridade, quanto por outra, diz-
se que ela também será concorrente. Ex: Matérias com relação ao Ministério Publico podem ser iniciadas pelo
Presidente da Republica ou pelo Procurador Geral da República.
▸EXCLUSIVA:
Quando a matéria só puder ser iniciado por uma única autoridade competente, diz-se que ela é exclusiva.
Art. 61, § 1º, CF - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do
Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração,
reforma e transferência para a reserva.
▸POPULAR:

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por,
no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
O próprio povo faz a iniciativa, não necessitando de um parlamentar.

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A fase constitutiva é o momento efetivo de criação do projeto de lei, quando o projeto é discutido, deliberado até
chegar na fase de complementação. Essa fase é subdividida em duas outras:
▸FASE CONSTITUTIVA PARLAMENTAR:
Quando o projeto de lei percorre o Congresso Nacional, ou seja, nos momentos em que ele é deliberado dentro da
casa iniciadora e dentro da casa revisora.
▪ Casa iniciadora: Onde tudo começa, a casa iniciadora é quem irá analisar em primeira mão o projeto de lei, o primeiro

momento de manifestação. A deliberação dada pela casa iniciadora é chamada de deliberação principal, pois é ela que
dirá se o Projeto de Lei irá ou não seguir em frente.
▪ Casa revisora: Analisa o Projeto de Lei, depois que ele é aprovado pela casa iniciadora.

Se o projeto de lei for rejeitado na casa iniciadora, ele sequer passará pela casa revisora, sendo então arquivado,
deste modo menciona-se a importância da casa iniciadora na fase constitutiva do processo legislativo, de modo que
esta é quem irá ditar se o PL irá ou não seguir em frente, por meio da sua deliberação principal.
O projeto de lei obrigatoriamente tem que ser apreciado pelas duas casas do Congresso Nacional, e essa análise é
feita separadamente. Devendo ser aprovados em um único turno de discussão e de votação, diferentemente da
Emenda Constitucional que são votadas em dois turnos.
Obs: Em regra a casa iniciadora é a câmara dos deputados, pois lá há o maior numero de iniciativas.
▸FASE CONSTITUTIVA EXECUTIVA:
A fase executiva é do Presidente da República.
Depois que o PL passa pelas casas, ele passará pelas comissões, sendo a primeira delas a comissão de constituição
e justiça e redação, que é responsável pela apreciação da constitucionalidade ou inconstitucionalidade do PL, ou seja,
ela é responsável pelo controle de constitucionalidade. Após a aprovação do PL nessa comissão ele irá para as
comissões temáticas, que elaborarão um parecer sobre a matéria, que vão dizer se elas concordam ou não com o PL,
este parecer é que será votado pelo plenário.
As comissões estão presentes para atuar na melhoria daquele PL
Os PL podem sofrer emendas, pois o direito de emendar e modificar o PL pertence ao Congresso Nacional, com exceção
dos PJ que dizem respeito a lei orçamentária.
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos
Tribunais Federais e do Ministério Público.

A fase complementar é composta pela promulgação e publicação da lei. Novelino informa que esses atos não
integram o processo legislativo, pois ocorrem após a transformação do projeto em lei.
Na fase complementar é possível encontrar dois atos feitos em regra pelo presidente, a promulgação e a publicação.
▸PROMULGAÇÃO:

Art. 66, § 5º, CF - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
“A promulgação é o ato que atesta a existência da lei e garante a sua executoriedade. O chefe do Poder Executivo, por
meio da promulgação, ordena a aplicação e o consequente cumprimento da lei.” (Novelino)
Como dito em regra a promulgação é feita pelo presidente, num prazo especifico de 48 horas, contudo, nos casos de
sanção tácita, ou rejeição do veto, se este não o fizer no decorrer do prazo, quem virá a promulgar será o Presidente
do Senado, e se este não fizer (tem o mesmo prazo) caberá ao vice presidente.
▸PUBLICAÇÃO:
É a ultima fase do processo legislativo ordinário, é o ato que confere obrigatoriedade a lei, tendo a função de dar
conhecimento a todos de que a lei foi criada, impedindo a alegação do desconhecimento da lei.
A publicação ocorre com a inserção do texto promulgado no Diário Oficial.

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⇢ MEDIDA PROVISÓRIA:
A medida provisória é regulamentada pelo art. 62 da Constituição Federal, esta não é enquadrada como lei, mas tem
a mesma força de uma, significa dizer que por um determinado período a medida provisória terá o mesmo
patamar/força de uma lei.
Tendo como autor o Presidente da República, sendo criada em casos de urgência e relevância, a medida provisória
começa ter eficácia/validade no mundo real a partir de sua publicação, em um prazo de 60 dias, podendo ser
prorrogada, automaticamente, por mais 60 dias, totalizando um prazo de 120 dias, só perdendo sua eficácia no decurso
desse ultimo (120 dias)
Após a sua publicação, a Medida Provisória (já se constitui como força de lei, conferindo direitos/deveres no mundo
real) é imediatamente encaminhada para o Congresso Nacional, onde será apreciada em uma comissão mista de
Deputados e Senadores, que irão verificar os pressupostos de constitucionalidade (urgência e relevância) e a adequação
financeira dessa Medida Provisória.
Na comissão mista, os Deputados e Senadores elaborarão um parecer, que dirá se a MP cumpriu ou não os
pressupostos processuais e/ou a adequação financeira, se ela será posta integralmente ou se terá alguma modificação.
Por isso, se faz necessário a presença de Deputados e Senadores, para que eles digam se, quando aprovada, a MP terá
ou não alguma modificação, cabe destacar que esse parecer elaborado pela comissão mista é de suma importância,
pois somente nele é possível que se faça as modificações (acrescenta-se emendas), esse parecer é fundamental.
A medida provisória é, por determinação constitucional, sempre analisada primeiramente pela Câmara dos
Deputados, servindo a comissão mista apenas como abreviador do processo, visto que da discussão da MP até o seu
final no Congresso Nacional, deve ter decorrido apenas em um prazo de 45 dias para que todo o procedimento ocorra,
visando não se ultrapassar o prazo de 60 dias.
Quando feito o recebimento do parecer da medida provisória, a Câmara dos Deputados pode aprovar a medida
provisória em sua integralidade, ou seja como foi criada pelo Presidente da República, aprovar a medida com as
alterações feitas pela comissão mista, ou rejeitar. Se quando rejeitada pela Câmara dos Deputados, a medida provisória
perderá a eficácia no mundo real, não podendo mais ser aplicada.
Ainda dentro do prazo de 45 dias, se o parecer da medida provisória for aprovado na câmara dos deputados (com
alterações ou integralmente) ele seguirá para o Senado Federal, que terá a mesma obrigação de aprovar integralmente,
aprovar com as alterações ou rejeitar, tendo nesta ultima hipótese a perda da eficácia da Medida Provisória no mundo
real.
O prazo de 45 dias deve ser respeitado, visto que se ultrapassado este, a medida provisória sobrestará as
deliberações, ou seja, todas as pautas serão bloqueadas enquanto não for avaliada a Medida Provisória, devendo todo
o processo acontecer no decorrer de 120 dias, buscando não perder a eficácia da Medida Provisória no mundo real com
o vencimento deste ultimo prazo. Nos casos de recesso o prazo de 45 dias fica suspenso, até que o Congresso nacional
volte normalmente as suas atividades, excluindo-se as hipóteses de que seja elencada uma sessão extraordinária (por
qualquer outro assunto que não seja a medida provisória, pois essa não tem força para “chamar” a sessão) devendo
essa ser discutida obrigatoriamente na pauta da mesma.
Após a aprovação da medida provisória pelas duas casas, esta voltará para as mãos do presidente da república como
um projeto de lei de conversão, visto que não será mais tratada como Medida Provisória por conta de sua
transformação/conversão. Esse projeto deverá ser promulgado e publicado pelo Presidente da República, quando este
tiver sido aprovado integralmente, se tornando Lei e não tendo interrupção em sua continuidade. Contudo, nos casos
em que a Medida Provisória é aprovada com alterações em seu texto, poderá o Presidente da República, sancionar ou
vetar o projeto de lei de conversão, se esta sancionar (concordar) ele deverá promulgar e publicar, se ocorrer o veto
este terá que informar os motivos do veto em 48h para o Presidente do Senado Federal, podendo ser o veto total ou
parcial, jurídico ou político, ocorrendo o mesmo processo do processo legislativo ordinário.
Se por alguma das razões acima citadas (rejeição da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal ou ainda o
Decurso do prazo de 120 dias) a Medida Provisória perderá a sua eficácia no mundo real, porém por ter gerado direitos
e obrigações para com as pessoas a Constituição Federal determina que, quando esse fato acontecer, o Congresso
Nacional terá que criar um decreto legislativo, no prazo de 60 dias, para regular a relações jurídicas que foram
constituídas durante a vigência da medida provisória que perdeu a eficácia.
Se no decorrer dessa prazo de 60 dias o decreto legislativo não for criado, todas as pessoas que tiveram direitos e
obrigações adquiridos com a vigência da medida provisória continuarão regulados por esta, até que esse decreto seja
criado. O mesmo ocorre quando o Presidente da República vetar à medida que foi aprovada com alterações, ou seja
nos casos em que a Medida Provisória (agora projeto de lei de conversão) percorrer novamente o Congresso (para que
o Presidente do Senado rejeite ou não o veto, promulgue e publique, etc.) todas as pessoas que tiveram direitos e
obrigações adquiridos com a vigência da medida provisória continuarão regulados por esta, até que venha a nova lei.
Obs¹: Nem toda matéria pode ser objeto de Medida provisória, sendo algumas proibidas pelo art. 62 da CF.
Obs²: A medida provisória não pode regulamentar artigo da constituição que sofreu emenda constitucional (entre 1995
a 2001).
Obs³: pode ocorrer a criação de medidas provisórias tanto no âmbito estadual quanto no âmbito municipal, mas em
ambos os casos deve ter previsão na respectiva legislação.

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⇢ LEI DELEGADA: Termos de exercício APROVA
+
Limites APRECIAÇÃO DO CN
REJEITA
APROVAR RESOLUÇÃO Arquivo
Presidente
da Republica

LEI Solicitar autorização CONGRESSO NÃO PRECISA DE


Não é permitido ao CN
DELEGADA para elaborar a NACIONAL APRECIAÇÃO DO CN
lei delegada emendar o projeto de lei
Presidente da delegada
(art. 68, CF)
REJEITAR República cria a lei
Arquivo delegada, promulga
e publica

A lei delegada não é muito utilizada, visto que o Presidente da República tem preferência na utilização da medida
provisória devido a validade imediata dela, enquanto a lei delegada necessita da autorização do congresso nacional
para que depois possa vir a ser criada, tendo um procedimento mais difícil que a medida provisória.
▪ Trata-se de uma exceção do princípio da Indelegabilidade.

A lei delegada é criada pelo Presidente da República, que inicialmente terá que pedir a autorização para a criação da
mesma ao Congresso Nacional, podendo ele conceder ou não a autorização (aprovar a autorização), nos casos de
rejeição a solicitação do PR é arquivada. (Resolução de Rejeição)
Nos casos em que o Congresso aprovar, Resolução de Aprovação, essa resolução irá dizer os limites da delegação e
os termos de exercício, poderá também a resolução exigir que antes de o Presidente da Republica publicar a lei
delegada ela seja apreciada no Congresso Nacional, ou poderá decidir que não será necessária a apreciação no
Congresso.
Quando não for necessária a apreciação no congresso, o presidente criará a lei delegada, promulgará e publicará a
lei. Quando o Congresso determinar que será necessária a apreciação, a lei delegada passará por uma votação única
(maioria simples) que ditará se ela irá ser aprovada, ou rejeitada. Se no caso de rejeição a lei será arquivada, nos casos
de aprovação o Presidente irá promulgar e publicar a lei.
Obs¹: Na lei delegada, não é permitido ao Congresso Nacional que se faça qualquer alteração no conteúdo da lei, ou
eles aprovam integralmente ou rejeitam. Não é permitido ao CN emendar projetos de lei delegada.
Obs²: Existem matérias que não podem ser reguladas por lei delegada.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso
Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa
da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu
conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada
qualquer emenda.

⇢ DECRETO LEGISLATIVO:
▪ O decreto legislativo disciplina as matérias referidas no art. 49 da CF, que dizem respeito as matérias exclusivas do
congresso nacional.
▪ Não tem participação do Presidente da Republica

▪ Ele é iniciado, votado, promulgado, tudo pela mesa do Congresso Nacional.

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⇢ RESOLUÇÕES:
▸São Criadas pelo:
▪ CONGRESSO NACIONAL:
Ex: art. 68, CF
▪ CÂMARA DOS DEPUTADOS:

Ex: Matérias privativas da Câmara art. 51


Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da
República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
▪ SENADO FEDERAL: Ex: Matérias privativas do Senado, art. 52
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos
com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática
de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes
do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o
desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal,
limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo,
com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

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TRIBUNAL DE CONTAS:
Inicialmente o parlamento não surgiu com a função de criar leis, e sim com a função de fiscalizar as atividades do
rei, limitar a ação do rei. Por esse motivo o poder legislativo tem duas funções típicas, a de criar legislar e fiscalizar,
desse modo quem julga as contas do presidente da republica e da administração pública em geral é o poder legislativo,
é ele quem fiscaliza se as contas estão ou não de acordo com a lei.
O Tribunal de Contas é o órgão do Congresso Nacional e auxilia nesse processo de fiscalização, não estando
subordinado a ele, e não estando vinculado ao poder judiciário.
▸Tem-se duas formas de controlar as contas da administração pública:

Cada órgão tem seu próprio controle.

Realizado pelo poder legislativo com o auxilio do tribunal de contas.


Qualquer ato praticado que envolva dinheiro bens ou valores federais estará submetido ao controle externo.

Obs¹: O presidente da republica tem que prestar constas todo o ano da sua gestão, tendo esse 60 dias apresentar as
contas ao o poder legislativo para que este possa apreciar, se ele não fizer ele será responsabilizado por crime (crime
de responsabilidade)
Obs²: O presidente da republica tem suas contas votadas dentro do Congresso Nacional, enquanto os outros gestores
públicos terão suas contas apreciadas pelo tribunal de contas.
Obs³: O tribunal de contas não poderá prender ninguém, somente imputar o debito com uma multa.
Obs4: O tribunal de contas tem atuação em âmbito nacional e sua sede fica em Brasília.
Obs5: É composto, na cúpula, por 9 ministros (são nomeados e vitalícios), e seus servidores são os auditores (que tem
que fazer concurso público) Dos ministros 6 são indicadas pelo Congresso Nacional de forma livre, e 3 pelo Presidente
da República, desses 3, um obrigatoriamente tem que ser auditor de carreira, o outro tem que ser membro do Ministério
Público, e o 3º e escolhido livremente, todos os 3 devem ser aprovados pelo Senado e só vão poder ser nomeados após
essa aprovação.
Obs6: Os membros tem que ter idade mínima de 35 anos, devem ter conhecimento jurídico, de economia, de ciências
contábeis ou de administração pública, tem que ter pleno exercícios de seus direitos políticos e ser brasileiro (nato ou
naturalizado)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta
ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em
lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de
pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos
mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre
auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antigüidade e merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos
e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as
normas constantes do art. 40.
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no
exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com
a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos
orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


2º BIMESTRE
PODER EXECUTIVO:
O poder Executivo é o mais antigo dos três poderes, tendo em vista que era exercido pelo rei, monarca, cacique,
que exercia todos os poderes em conjunto, era absoluto. Em principio a função do poder executivo é a administração
da coisa pública e a representatividade do Estado na comunidade internacional.
Pode ser observado hoje em dia, duas formas de governo (ou seja de poder executivo) a monarquia e a república.

⇢ MONARQUIA PARLAMENTARISTA:
Atualmente, no mundo ocidental, a monarquia absoluta não é mais possível, sendo hipótese cabível somente a
monarquia parlamentarista.

⇢ REPUBLICA:
▪ Modelo Criado pelos Estados Unidos
▪ Pode ser dividido em dois sistemas de governo:

Tem-se autoridades diferentes para o exercício das funções, a chefia de estado é exercida pelo presidente, e a chefia
de governo é exercida pelo primeiro ministro.

Uma única autoridade exerce duas chefias, a chefia do Estado – que é a representação do país na comunidade
internacional – e a chefia de governo – diz respeito a administração interna do Estado.
▪ Adotado pelo Brasil.

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
Os Ministros de Estado são os secretários escolhidos pelo Presidente da República, são cargos de livre nomeação e
exoneração, e essa pessoa escolhida irá exercer a função de um ministério (que é um órgão público determinado por
lei).

⇢ ELEIÇÃO:

Para que se faça a escolha do Presidente da República, é necessário uma eleição direta, que acontecerá de 4 em 4
anos (que será equivalente ao mandato do Presidente da República). Ocorre a eleição, no primeiro domingo de outubro
do ano anterior ao término do mandato.
▸Requisitos:
▪Ser Brasileiro Nato (valido também para vice presidente)
▪Ter Idade mínima de 35 anos
▪Estar em pleno exercício de seus direitos políticos
▪Estar vinculado a um partido político.
Será considerado vencedor aquele candidato que no primeiro turno, obtiver maioria absoluta dos votos (quando
quantidade de votos obtida pelo vencedor for maior que a soma dos votos obtidos pelos outros candidatos) Porém
nos casos em que a maioria absoluta dos votos não é alcançada, ocorrerá um 2º turno de votações, com os dois
candidatos mais votados, que acontecerá no ultimo domingo de outubro.
CANDIDATOS: VOTOS:
A 60 m
EXEMPLO¹: 20 m
B CANDIDATO A ELEITO
(100 milhões de votos) 10 m
C POR MAIORIA ABSOLUTA!
D 5m
Votos Nulos/Brancos: 5 milhões

CANDIDATOS: VOTOS:
EXEMPLO²: A 40 m
(100 milhões de votos) B 30 m HAVERÁ 2º TURNO COM
C 20 m OS CANDIDATOS A e B!
D 10 m
Obs: Na contagem de votos não se leva em consideração os votos em branco, nem os votos nulos, somente os votos
válidos são levados em conta.

É importante destacar que o Vice Presidente é eleito em conjunto com o Presidente da República, pois estes estão
registrados na mesma chapa.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Se entre o 1º turno e o 2º turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de um dos dois candidatos no
segundo turno, quem irá assumir o lugar é o terceiro candidato mais votado.
CANDIDATOS: VOTOS: CANDIDATOS 2º TURNO:
EXEMPLO²: A 40 m A
(100 milhões de votos) B 30 m HAVERÁ 2º TURNO COM OS B
C 20 m CANDIDATOS A e B! C
D 10 m

Nos casos de empate no segundo lugar, qualifica-se o candidato mais idoso para o segundo turno.
CANDIDATOS: VOTOS:
EXEMPLO²: A 35 m
30 m HAVERÁ 2º TURNO COM OS
(100 milhões de votos) B
30 m CANDIDATOS A e C!
C
Visto que C é mais velho que B.
D 5m
⇢ MANDATO DO PRESIDENTE:
O mandato do presidente da republica é de 4 anos, entretanto há situações em que o Presidente de República,
precisa ser substituído temporariamente, ou casos em que há a perda de seu mandato, e esse precisa ser sucedido.
Obs: É permitida uma única reeleição sucessiva/ subsequente.

Nos casos de impedimento o substituto natural do Presidente da República é o seu Vice, porém há ocasiões em que
o Vice Presidente também se encontra impedido de exercer a substituição, neste caso, quem irá exercer a substituição
do Presidente da Republica é o Presidente da Câmara dos Deputados.
No impedimento do Presidente da Câmara dos Deputados quem exerce é o Presidente do Senado Federal, e no
impedimento deste último quem substitui é o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Obs: Os Substitutos do Presidente (com exceção do Vice) só podem exercer o cargo temporariamente.

Quando não se tem ninguém para ocupar o cargo de Presidente da República.


▸NOS DOIS PRIMEIROS ANOS – 90 DIAS – ELEIÇÃO DIRETA: ▸NOS DOIS ÚLTIMOS ANOS – 30 DIAS – ELEIÇÃO INDIRETA:
Nesse caso, se não houver ninguém para a Nesse caso, se a vacância ocorrer nos dois últimos
substituição do Presidente da República, é necessário a anos do mandato, se dará a substituição por eleição
convocação direta (o povo escolherá o novo Presidente indireta (quem escolherá serão os deputados e
da República) em um prazo de 30 dias da última vaga. senadores dentro do congresso nacional) em um prazo
de 30 dias.
⇢ POSSE DO PRESIDENTE:
A posse do Presidente da Republica se dá no dia 1º de Janeiro do ano subsequente as eleições, dessa data marcada
para posse o Presidente e o Vice tem que tomar posse no prazo de 10 dias (salvo motivo força maior). Se o Presidente
ou o Vice não tomarem posse dentro desse prazo, o cargo daquele que não tomou posse será declarado vago.

⇢ AUSÊNCIA:
Uma das funções do presidente da República é o exercício de chefe de estado, representando o pais na comunidade
internacional, entretanto para que este possa viajar para outro pais e se essa viagem durar mais de 15 dias, ele terá que
pedir licença ao congresso nacional, e somente com autorização deste é que ele poderá sair do pais, sob perna de
perder o cargo.

⇢ ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPUBLICA:


VI – Cria o decreto autônomo, que é diferente do regulamentar (esse é o decreto emitido pelo Presidente da República
para regulamentar uma lei), pois não necessita da lei, ele disciplina o conteúdo diretamente do texto constitucional.
XII – Induto é o perdão temporário ou definitivo, comutação de penas é a troca de uma pena mais grave por uma pena
mais leve, somente pode ser dado pelo Presidente da República.
XXV – Somente a primeira parte (prover)
Parágrafo Único – A regra é a Indelegabilidade, mas nos casos específicos dos incisos citados o Presidente da República
poderá delegar essas atribuições ao Procurador Geral da República, ao Advogado-Geral da União e aos Ministros de
Estado.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco
central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a
mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover [...] os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira
parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os
limites traçados nas respectivas delegações.

⇢ PRATICA DE CRIME:
Só serão levados em consideração os crimes cometidos pelo Presidente da República a partir da sua posse, visto
que antes da posse a Constituição garante que o mesmo não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao seu
mandato, desse modo, todos os crimes cometidos antes do mandato do Presidente ficarão paralisados e só voltaram
a ser processados quando terminar o mandato.
O crime cometido pelo Presidente da Republica não será julgado imediatamente, é necessário que haja o juízo de
admissibilidade que é realizado pelo Câmara dos Deputados, esta é quem irá autorizar por 2/3 de votos a instauração
de processos contra Presidente, Vice-Presidente e Ministro de Estado.

São aqueles crimes que qualquer pessoa pode cometer (homicídio, roubo, etc)
Se a Câmara dos Deputados autorizar o processo e o crime cometido pelo PR for um crime comum, ele será
processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
No dia em que o Supremo receber a denuncia ou queixa crime contra o Presidente da República, ele ficará suspenso
de suas funções pelo prazo de 180 dias

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Só pode cometer crime de responsabilidade quem estiver em determinado cargo, ou seja, o crime de
responsabilidade só ocorre em razão do cargo que aquela pessoa ocupa. Está previsto na lei 1079/50.
Se a Câmara dos Deputados autorizar o processo e o crime cometido pelo PR for um crime de responsabilidade, ele
será processado e julgado pelo Senado Federal.
No dia em que o Senado instaurar o processo contra o Presidente da República, ele ficará suspenso de suas funções
pelo prazo de 180 dias.
Obs¹: Esse prazo de 180 dias é para que ocorra o processamento e não é obrigatório, podendo o processamento ocorrer
em mais ou menos dias do que o estipulado.
Obs²: Se o prazo de 180 dias for ultrapassado, o Presidente da Republica voltará para o exercício da suas funções, porém
o processo ainda continuará.
Obs³: No dia da sessão de julgamento do Presidente da República , quem ocupa a presidência do Senado é o Presidente
do Supremo Tribunal Federal, e todos os Senadores terão direito a voto, para decidir se irão condenar ou não o
Presidente da República.
Obs4: Se o Presidente da Republica for condenado por crime de responsabilidade ele terá como punição a perda do
cargo, e a inabilitação para o exercício de função publica por 8 anos. (as jurisprudência STF podem vir a separar essas
duas atribuições)
Obs5: O crime de responsabilidade não impede que outros crimes cometidos também sejam processados.
Obs6: Se o Presidente da Republica for condenado por crime comum, ele somente poderá ser preso após a sentença
penal condenatória, visto que não existe prisão preventiva, provisória ou cautelar do Presidente da República.

⇢ MINISTROS DE ESTADO:
O Ministros de Estado para serem julgados também necessitam da aprovação da Câmara dos Deputados, por 2/3 de
votos, mas eles somente serão julgados pelo Senado Federal pelo crime de responsabilidade, se o crime que estes
cometeram forem de conexão com o Presidente e com o Vice Presidente da República, caso eles venham a cometer
esses crimes sem essa conexão, eles serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal, tanto pelo crime comum quanto
pelo crime de responsabilidade civil.
Os Ministro exercem a função de administração de sua “pasta”, devendo satisfações ao Presidente da República,
sendo acompanhado por este e também pelo Congresso Nacional, que podem convoca-lo para exercer ações, falar
sobre os programas que esteja realizando no âmbito do seu ministério.
▸REQUISITOS PARA SER MINISTRO DE ESTADO:
▪ Ter idade mínima de 21 anos
▪ Estar em pleno gozo dos direitos políticos.

▪ Ser escolhido pelo Presidente da República.

▪ Ser Brasileiro nato ou naturalizado (exceção do Ministro de Estado da Defesa que tem que ser brasileiro nato)

⇢ CONSELHOS:
Nascem como órgão de consulta do Presidente da República, não tem nenhum poder para determinar o que o
Presidente da República pode fazer, eles podem sugerir, opinar, considerar explicações, mas não podem obrigar o
Presidente da República a realizar qualquer tipo de ação.

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da
República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos,
vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando
constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

Obs: Os componentes do Conselho não recebem qualquer tipo de remuneração por essa função.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com
a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa;
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre
seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos
naturais de qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a
defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

PODER JUDICIÁRIO:
O PoderJudiciário como os outros poderes, compõe a teoria da separação dos poderes, aparecendo sempre como
o mais distantes das relações sociais, pois diferente do que acontece nos poderes executivo e legislativo, os
magistrados, em regra, não são eleitos, mas ingressão na careira de diferentes formas (nomeação ou concurso público).
Seus integrantes são agentes políticos pois tem força de tomar decisão, e os órgãos superiores são constituídos por
indivíduos escolhidos a partir de determinados requisitos que estão previstos na Constituição Federal.
O Brasil tem poder judiciário desde a sua primeira constituição (Constituição Monárquica de 1824), se refletindo nas
outras constituições até a que temos hoje em dia, a nossa constituição rege como direitos individuais e coletivos, em
seu art. 5º algumas regras importantes sobre a função do Poder Judiciário (função jurisdicional) entre elas, é preciso
que o judiciário não deixe de analisar matérias sobre lesão ou ameaça de lesão a direitos, tornando o poder judiciário
um poder ultima ratio, ou seja, aquele em que dá a última razão.
⇢ ÓRGÃOS:
É abordado no art. 5º, que não haverá juízo nem tribunal de exceção, isto é, que todos os tribunais/juízos precisam
estar previstos anteriormente no texto constitucional, significando que nada poder ser criado após um ato ser
praticado (pois violaria o direito constitucional de ser a pessoa julgada por tribunais anteriormente existentes). Deste
modo, os juízos ou tribunais elaborados depois do ato, são chamados de tribunais de exceção, violando os direitos
fundamentais e não podendo ser criados.
O Art. 92 CF, apresenta um rol de todos os órgão que compõe o poder judiciário brasileiro, desde o órgão superior até
aqueles que compõe a base da pirâmide constitucional, sejam eles de matéria comum (que julgam matéria comum)
sejam eles órgãos de matéria especial (que julgam matéria especializadas previstas no texto constitucional).

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Obs: Para que um novo órgão seja criado é necessário uma emenda constitucional, determinando a criação do novo
órgão.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


O Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição, com competências adstritas e matérias constitucionais.
▸COMPOSIÇÃO:

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
O STF é composto por onze ministros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado. Os nomeados precisam ser brasileiros natos, ter notável saber jurídico, reputação ilibada,
e idade superior a 35 anos e inferior a 65. Não é Necessário que sejam magistrados, basta que respeitem esses
requisitos.
▸COMPETÊNCIAS:
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL:
É exercida principalmente por meio do controle de constitucionalidade das leis e atos dos poderes públicos.
A Competência Originária para o exercício do controle concentrado pode ser provocada por quatro instrumentos:
● Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) de lei ou ato normativo federal

● Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) de lei ou ato normativo estadual

● Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) no caso de não serem tomadas as medidas necessárias para

tornar efetiva norma constitucional


● Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)

Obs: Em grau recursal o STF possui competência para julgar, mediante recurso extraordinário, as causa decididas em
única ou ultima instancia, quando a decisão recorrida envolver questão constitucional.
CRIMES COMUNS E DE RESPONSABILIDADE:
Infrações penais comuns: Crime comum é todas aquelas infrações penais, inclusive delitos eleitorais e contravenções,
que possam ser praticados.
Crime de Responsabilidade: é uma ação ilícita cometida por um agente político em razão de sua colocação.
Dessa forma são julgados pelo STF, se cometerem tais atos, o Presidente e o Vice-Presidente, os Membros do Congresso
Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador Geral da República.
Obs¹: Nos casos de “exceção de verdade” deduzida contra autoridade com prerrogativa, de foro perante ao STF, o
Tribunal tem entendido que sua competência se restringe unicamente ao julgamento desse exceção.
Obs²: Se existir conexão a impor o julgamento conjunto dos denunciados e um deles tiver prerrogativa de foro perante
ao STF, este será o órgão competente para processo e julgamento.
Obs³: Tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade, as prerrogativas de foro não se estende a ações
populares, ações civis públicas, ações cautelares, ações ordinárias e ações declaratórias e medidas cautelares.
TUTELA DAS LIBERDADES CONSTITUCIONAIS:
Aqui se enquadra o exercício da jurisdição constitucional provocada por meio de ações constitucionais. As
competências recursais originárias tanto do STF quanto do STJ só são cabíveis em relação a essas ações quando a
decisão for denegatória, ou seja, se a ação for julgada improcedente, ou até mesmo se essas ações forem extintas (Sem
analise do mérito).
São elas:
Habeas Corpus
Habeas Data
Mandado de segurança
Mandado de injunção
LITÍGIOS E CONFLITOS:
Composição de litígios e conflitos de natureza constitucional, ocorridos entre Estado estrangeiro ou organismo
internacional e União, o Estado, O Distrito Federal ou o Território.
Se o conflito envolver Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa residente ou domiciliada
no Brasil, a competência originária será dos juízes federais e a competência recursal ordinária do Superior Tribunal de
Justiça.
Como tribunal da federação, compete-lhe processar e julgar as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União
e o Distrito Federal, ou entre uns e outros inclusive as respectivas entidades da administração indireta.
Sendo órgão de cúpula do Poder Judiciário, cabe-lhe julgar a ação em que todos os membros da magistratura sejam
direta ou indiretamente interessados e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados.
Compete-lhe, ainda, julgar os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores ou entre estes e qualquer outro tribunal.
OUTRAS COMPETÊNCIAS:

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


O processo e julgamento de extradição solicitada por Estado estrangeiro e as ações contra o Conselho Nacional de
Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público.
Em grau de recurso ordinário, cabe-lhe julgar o crime político cuja competência originária é atribuída aos juízes federais.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é uma instituição pública que visa a aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário
brasileiro. Criado em 31 de dezembro de 2004 e instalado em 14 de junho de 2005, tem sua sede em Brasília, mas atua
em todo o território nacional. Tem natureza de órgão administrativo de caráter nacional. Embora incluído na estrutura
constitucional do Poder Judiciário, não dispõe de atribuições institucionais para exercer a fiscalização da atividade
jurisdicional dos magistrados e tribunais.
Tem como principais finalidades o controle da atuação administrativa e financeira dos órgãos do Judiciário e a
fiscalização dos juízes no cumprimento de seus deveres funcionais. Assim como o controle ético-disciplinar dos
magistrados não afeta a imparcialidade jurisdicional, o controle das atividades administrativas e financeiras não atinge
o autogoverno do Judiciário, porquanto não há qualquer usurpação de competência privativa dos tribunais.
▸COMPOSIÇÃO:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida
1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados
pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo
Senado Federal.
Na composição do órgão foram contempladas as duas esferas federativas dotadas de "Justiças" (União e Estados-
membros), as quais contam com representantes das respectivas magistraturas. É composto por quinze membros,
desses quinze:
● 9 são indicados dentre os integrantes do Poder Judiciário

● 2 são escolhidos entre os membros do Ministério Público,

● 2 são advogados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil

● 2 são cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada (um indicado pela Câmara e outro pelo Senado

O Conselho é dirigido pelo Presidente do Supremo e, em suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente. A
composição híbrida não compromete a independência do Judiciário, por não exercer função jurisdicional e não ter
competência para interferir no desempenho de funções desta natureza desempenhadas por órgãos judiciais. Os limites
de idade (mais de 35 e menos de 66 anos) para os membros do Conselho foram abolidos com o advento da Emenda
Constitucional nº 61/2009, que manteve a previsão do mandato de dois anos, admitida apenas uma recondução.
▸COMPETÊNCIAS:
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos
deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da
União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público
ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos
disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos
de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos
diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País
e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao
Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

As competências constitucionalmente atribuídas ao Conselho para exercer o controle preventivo e correicional não são
exaustivas. A fim de viabilizar e tornar efetivo o controle da atuação administrativa e financeira dos órgãos do Judiciário,
bem como de fiscalizar os juízes no cumprimento de seus deveres funcionais, o Estatuto da Magistratura poderá lhe
conferir outras atribuições.
O Conselho Nacional de Justiça, enquanto órgão de caráter administrativo, não tem competência para fiscalizar,
reexaminar e suspender os efeitos decorrentes de atos de conteúdo jurisdicional emanados de magistrados e tribunais
em geral, apreciar a constitucionalidade de atos administrativos (somente sua legalidade); nem interferir em acordo
judicial. Não tem ainda qualquer competência sobre o STF, suas atribuições se restringem a órgãos e juízes situados,
hierarquicamente, abaixo dele. O STF possui preeminência sobre o CNJ, cujos atos e decisões estão sujeitos ao seu
controle jurisdicional.

É o órgão responsável pela proteção do ordenamento jurídico federal.


▸COMPOSIÇÃO:
Art. 105, Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça,
indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal
e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
É composto por 33 ministros nomeados pelo Presidente da República, após a aprovação da escolha por maioria
absoluta do Senado. O ministros são escolhidos dentre os juízes dos Tribunais Regionais Federais (um terço),
Desembargadores dos Tribunais de Justiça (um terço), advogados e membros do Ministério Público (um terço).
▸COMPETÊNCIA:
A competência do STJ foi atribuída em três níveis Originária, Recursal Originária, Recursal Especial, tais competências
são enumeradas taxativamente pela Constituição só podendo ser ampliadas por emenda constitucional.
PROTEÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO FEDERAL:
Cabe ao STJ julgar, em recurso especial, as causas decididas em única ou ultima instancia pelos Tribunais Regionais
Federais e pelos Tribunais de Justiçam quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência
b) julgar valido ato de governo local contestado em face de lei federal
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
CRIMES COMUNS E DE RESPONSABILIDADE:
O STJ possui competência originária para processar e julgar nos crimes comuns os Governadores dos Estados e do
Distrito Federal (a instauração da persecução penal depende de autorização da respectiva Assembleia Legislativa)
Nos crimes comuns e de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,
dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e
os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais. A competência é de um tribunal especial, composto
por cinco parlamentares estaduais e cinco desembargadores, sob a presidência do presidente do Tribunal de Justiça
local, com direito de voto no caso de empate.
A expressão "crimes comuns" compreende infrações eleitorais, contravenções penais e crimes dolosos contra a vida.
A atribuição para propor a ação penal, nas hipóteses de competência originária, é do Procurador-Geral da República.
TUTELA DAS LIBERDADES CONSTITUCIONAIS:
Aqui se enquadra o exercício da jurisdição constitucional provocada por meio de ações constitucionais. As
competências recursais originárias tanto do STF quanto do STJ só são cabíveis em relação a essas ações quando a
decisão for denegatória, ou seja, se a ação for julgada improcedente, ou até mesmo se essas ações forem extintas (Sem
analise do mérito).
São elas:
Habeas Corpus
Habeas Data

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Mandado de segurança
Mandado de injunção
LITÍGIOS E CONFLITOS:
O STJ possui competência originária para processar e julgar conflitos de atribuições, entre autoridades administrativas
e judiciárias, e conflitos de competências entre autoridades judiciárias.
OUTRAS COMPETÊNCIAS:
Revisão criminal e ação rescisória, reclamação para prevenção de sua competência, garantia de autoridade de suas
decisões, homologar sentenças estrangeiras e conceder "exequatur" às cartas rogatórias.
A fim de assegurar a uniformização da legislação federal, evitando interpretações divergentes, é cabível reclamação
contra decisão proferida por Turma de Uniformização da Jurisprudência ou por turma recursal dos Juizados Especiais
quando o entendimento adotado contrariar a jurisprudência do STJ sobre a matéria.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


⇢ SEDE:
Art. 92, § 1º - O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital
Federal.
A CF determina que a sede dos tribunais superiores estará localizada na capital federal, ou seja em Brasília.

⇢ JURISDIÇÃO:
Embora a localização geográfica dos órgãos seja na capital federal, esses terão jurisdição em todo o território
nacional, tendo competências originárias e competências recursais, e qualquer ação que ocorra em qualquer município
brasileiro pode chegar aos tribunais superiores (dependendo da matéria, esta se adequando ao tribunal que lhe for

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
cabível)
Obs: Não se inclui a jurisdição do CNJ, pois esse não tem jurisdição, atuando somente como fiscal da atividade disciplinar
dos magistrados, fiscal da atividade financeira e orçamentaria dos tribunais e administrativa, não sendo um órgão de
poder judiciário estrito para tomar decisões jurisdicionais, ou seja, não tem função juiz. Tem somente circunscrição e
atividade administrativa.

⇢ ESTATUTO DA MAGISTRATURA:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, [...]
O cargo ou as estruturas do poder judiciário desenvolvidas pelos magistrados, estão reguladas por um estatuto
próprio, denominado estatuto da magistratura/ estatuto dos magistrados. Esse estatuto é uma lei complementar e só
poder ser modificado por outra lei complementar.

⇢ INGRESSO NA CARREIRA:
Art. 93, I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo,
três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação.
A CF/88 traz inúmeras regras sobre os direitos, deveres, garantias, atividades, tanto dos próprios magistrados
quanto das suas respectivas funções, sendo umas delas a forma de ingresso na carreira.
A função de magistrado não é uma função isolada, tendo uma mobilidade dentro da carreira, iniciando por um
quadro de atividade inicial podendo progredir para um quadro de atividade final. A mobilidade também acrescenta um
grau de valor a carreira dos magistrados, além de uma responsabilidade e uma atuação muito maior.
Para que se inicie a carreira de magistrado é preciso que o candidato preste um concurso público, só podendo
prestar esse concurso os bacharéis em direito que tenham no mínimo 3 anos de atividade jurídica (qualquer atividade
privativa de bacharel em direito). Sendo aprovado no concurso terá uma ordem de classificação e a partir dessa é que
se dará a nomeação. O concurso é feito por meio de provas e títulos e a OAB participará de todas a fases como requisito
para garantir a transparência do mesmo.
O magistrado aprovado e nomeado, iniciará a carreira como juiz substituto, tendo seu processo de efetivo exercício
nessa condição por um período de 2 anos, como substituto o magistrado não tem um comarca especifica e ocupa os
lugares onde houver necessidade, após o período de dois anos ele ganhará vitaliciedade não podendo mais perder o
cargo por decisão administrativa, apenas por decisão judicial.
VITALICIAMENTO: ESTABILIDADE POR
Ocorre após 2 anos de
SERVIÇO PUBLICO:
Para servidor público,
efetivo exercício após ESTÁGIO PROBATÓRIO: significa que o servidor não
concurso na carreira.
pode ser demitido, salvo
+ forte que a estabilidade.
por processo administrativo
O magistrado só perde o
que determine essa
cargo por sentença judicial
demissão.
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transitado em julgado.
Prazo de 3 anos de efetivo
exercício.
⇢ ACESSO AOS TRIBUNAIS:
No âmbito do poder judiciário, as comarcas não estão necessariamente ligadas aos municípios, podendo haver uma
comarca constituída de um único município e uma comarca constituída por mais de um município, isso é determinado
pela lei de organização e divisão do poder judiciário.
Essa lei classificou as comarcas por entrâncias, sendo essas denominadas de entrância inicial, intermediária ou final,
a lei também estabelece requisitos para que cada comarca seja classificada com a entrância adequada.
As comarcas de entrâncias inicial são constituídas por apenas um juiz, geralmente são pequenas, com pelo menos
100 mil eleitores e recebem poucas demandas judiciais. As comarcas de entrâncias intermediária é composta de mais
de um juiz, porém tem menos de 200 mil eleitores, se diferenciando das comarcas de entrância final, que são compostas
por mais de um juiz e tem como público mais de 200 mil eleitores.

Entrância Final
Comarca com mais de um juiz e Carreira
24 ministros
1º GRAU mais de 200 mil eleitores 2º GRAU Tribunal de
(instância) (instância) Justiça Quinto
Entrância Intermediária
Comarca com mais de um juiz e Constitucional
menos de 200 mil eleitores 8 ministros

Entrância Inicial
Comarca com um juiz
O juiz no início de sua carreira exercerá sua atividade em uma comarca de entrância inicial, podendo ser promovido
para as outras entrâncias respeitando a ordem de classificação das mesmas, sendo promovido primeiramente para juiz
de entrância intermediária e depois para juiz de entrância.

Art. 93, III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados
na última ou única entrância.

Art. 93, II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, [...]
Após o vitalíciamento, o juiz passará um por um processo para ser promovido, as promoções na carreira ocorrem
por dois critérios, antiguidade e merecimento. A CF determina que as promoções serão feitas alternadamente, visando
garantir a maior dinâmica possível das promoções, tendo assim uma movimentação na carreira e a possibilidade de os
magistrados ascenderem até chegar na entrância final.
▸ANTIGUIDADE: Tribunal de Justiça, quando esse não demonstrar
Leva em consideração o tempo em que o capacidade para a promoção.
magistrado exerceu suas funções numa determinada A votação para que o juiz seja recusa, se dá por 2/3
comarca, isto é, quem mais tempo está naquela dos membros do TJ, a CF garante ao juiz mais antigo o
entrância, dessa forma o mais antigo é que será direito de ampla defesa, a votação por antiguidade não
promovido. pode impedir a mobilidade na respectiva carreira.
Art. 93, II, “d” - na apuração de antigüidade, o
▸MERECIMENTO:
tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo
pelo voto fundamentado de dois terços de seus Leva em consideração o mérito, não importando o
membros, conforme procedimento próprio, e tempo para essa promoção. A nossa constituição criou
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até critérios objetivos para melhorar a sistemática de
fixar-se a indicação. promoção por merecimento, buscando evitar que
houvessem conchavos/combinações para a promoção
A promoção de um juiz por meio do critério de de pessoas que não haviam preenchidos os requisitos
antiguidade, não é tão simples quanto parece, pois essa para uma promoção por merecimento.
não tem nenhum ou critério além da antiguidade.
Entretanto o juiz mais antigo pode ser recusado pelo

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Art. 93, II, “b” - a promoção por merecimento possível analisar/averiguar, se ele realmente
pressupõe dois anos de exercício na respectiva desenvolveu suas atividades de forma adequada, com
entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da celeridade e eficiência. Dessa forma, a CF determinou
lista de antigüidade desta, salvo se não houver com um período mínimo de 2 anos para que se fizesse a
tais requisitos quem aceite o lugar vago; promoção por merecimento. É preciso também que o
candidato esteja entre a primeira quinta parte da lista
A primeira coisa a ser levada em consideração, é o dos magistrados mais antigos para poder fazer jus ao
tempo mínimo de exercício em uma comarca, cargo.
determinado pela alínea “b” do art. 93, pois se o
magistrado não tiver o tempo suficiente, não será

Art. 93, II, “c” - aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e
presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento.
IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa
obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de
formação e aperfeiçoamento de magistrados;
É necessário observar que quando um juiz se candidata a uma promoção por merecimento, ele deve mostrar que
frequentou cursos de aperfeiçoamento e capacitação tanto para a promoção quanto para o ingresso na carreira. Esses
cursos precisam ser oficiais, reconhecidos pela escola superior de magistratura tanto no âmbito estatual como no
âmbito nacional.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e
Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de
notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte
dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
O nosso tribunal de justiça é constituído por 30 desembargadores, dentre eles, 24 são juízes de carreira, ou seja,
entraram na magistratura por meio de concurso publico e passaram por todas as entrâncias até chegar ao tribunal, e
os outros 6 são ditos desembargadores eleitos pelo quinto constitucional. O quinto constitucional diz respeito as vagas
reservadas no tribunal para membros do ministério publico e da OAB, o número de vagas reservadas a esses membros
são iguais, sendo 3 para membros do ministério publico e 3 para a OAB.
O preenchimento de um cargo vago se dá em respeito a quem ocupava o anteriormente. Dessa maneira, caso haja
uma vaga no tribunal que antes era ocupada por um desembargador que teve sua origem da OAB, a vaga deverá ser
preenchida por outro advogado indicado pela OAB, que por meio de uma reunião do seu conselho superior, indicará 6
advogados. Logo após, a lista com o nome dos indicados será enviada ao Tribunal de Justiça que reduzirá para apenas
3 dos candidatos indicados, ficando a cargo do Governador do Estado selecionar o advogado que ocupará o cargo vago
no Tribunal de Justiça, se tornando esse desembargador.
O mesmo ocorre com o indicado pelo ministério público, quando surge vaga que anteriormente foi ocupada por um
desembargador indicado pelo Ministério Público, o conselho superior do MP indicará 6 dos seus membros, que serão
reduzidos a 3 pelo Tribunal de Justiça, sendo selecionado pelo Governador aquele que será nomeado desembargador.
Diferentemente do que ocorre com os juízes de carreira, os desembargadores indicados pelo quinto constitucional
serão vitalícios do ato de sua nomeação e posse.

VAGA (OAB) INDICAÇÃO OAB


ESCOLHA DO (quinto constitucional)
(lista sêxtupla) INDICAÇÃO TJ
(lista tríplice ) GOVERNADOR
VAGA (MP) INDICAÇÃO MP

Art. 93, II, “a”- é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
merecimento.
Buscando evitar que outros magistrados, com menor tempo de serviço ou com um menor desempenho, sejam
eleitos primeiro que aqueles que devidamente merecem a promoção, a CF, na alínea “a” do art. 93, determina que, nos

Art. 93, II, “e” - não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


casos de promoção por antiguidade, aquele juiz que se candidatar ao cargo por 3 vezes consecutivas ou ainda nos
casos de promoção por merecimento, aquele que mesmo alternadamente tenha participado de 5 candidaturas a
promoção, deve obrigatoriamente ser promovido.
É necessário que esse juiz não retenha processos em sua mesa, sem as devidas decisões e despachos, demonstrando
ser célere, exercendo suas atividades com destreza e segurança, devendo servir de exemplo para a comarca.

⇢ APOSENTADORIA:
Art. 93, VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40.
A aposentadoria dos magistrados é semelhante a aposentadoria dos servidores públicos, obedecendo as regras de 30
anos para as mulheres e 35 anos para os homens. A pensões também é semelhante ao dos servidores públicos (tanto
para esposa quanto para filhos menores ou com alguma deficiência)

⇢ ATOS DE REMOÇÃO, DISPONIBILIDADE E APOSENTADORIA:


Art. 93, VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em
decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla
defesa
Os magistrados podem ser punidos por atos que tenham praticados e que não estejam de acordo com o estatuto
da magistratura e com suas funções. As principais punições a qual os magistrados estão submetidos são a punição de
remoção, de disponibilidade e a aposentadoria compulsória. Todas essas são punições administrativas, pois só podem
ocorrer por sentença judicial transitada em julgado, levando em consideração a sua inamovibilidade.

No âmbito de uma decisão É semelhante a suspensão do Considerada a mais grave de


administrativa, do próprio servidor público, se todas a punições, ocorre quando
tribunal ou do conselho nacional diferenciando no ponto em que o o magistrado é obrigado a se
de justiça, o juiz pode ser magistrado pode ficar suspenso aposentar, mesmo que ele não
removida da sua comarca, basta por um período superior a 30 dias tenha o tempo, e mesmo que ele
que haja uma decisão e o servidor publico não, e a sua não queira. Sua remuneração será
administrativa por maioria remuneração será proporcional proporcional ao tempo que
absoluta e que tenha garantido a ao seu tempo de serviço. Em vista exerceu a magistratura. O
esse magistrado ampla defesa. disso, pode-se entender que essa próprio tribunal ou o CNJ que
punição impacta no exercício de condena o magistrado a
sua atividade e no seu subsidio. aposentadoria compulsória.

⇢ REMOÇÃO A PEDIDO OU PERMUTA:


Art. 93, VIII A - a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que
couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II.
A remoção a pedido diferencia-se da simples remoção, por essa não ser uma punição, ocorre quando o magistrado
não está satisfeito com a comarca, ou quando encontra dificuldades no exercício de suas funções naquela comarca,
podendo solicitar ao tribunal de justiça a sua remoção.
A permuta ocorre quando há a troca de comarca por dois magistrados, diferencia-se de promoção pois nessa o
magistrado ascende no âmbito da profissão (vertical), já na permuta ele continuará na mesma posição porém em
comarca diferente (horizontal)
Obs: Para que o magistrado possa requerer a remoção ou faça a permuta, é necessário que ele cumpra todos os
requisitos como se fosse solicitar uma promoção.

⇢ PUBLICIDADE E MOTIVAÇÃO:

Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Art. 93, X - as decisões administrativas dos tribunais
Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas serão motivadas e em sessão pública, sendo as
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta
lei limitar a presença, em determinados atos, às de seus membros
próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o
interesse público à informação;

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


Em regra todas as decisões judiciais serão públicas, salvo segredo de justiça (quando necessário a preservação da
integridade das pessoas envolvidas/ quando não impacta o interesse público), garantindo-se aos magistrados a ampla
defesa. O juiz deve julgar fundamentado na lei, devendo dizer sempre qual é o argumento jurídico/norma que o levou
a dar aquela decisão.

⇢ NUMERO DE MAGISTRADOS:
Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por
eleição pelo tribunal pleno.
A quantidade de magistrados em um tribunal varia de estado para estado, desse modo a Constituição estabelece
por meio deste artigo, que quando o numero de magistrados em um tribunal for superior a 25 membros, pode ser
constituído um órgão especial, que é um pequeno tribunal de justiça dentro do grande tribunal de justiça. Esse órgão
especial pode ser composto por no mínimo 11 e no máximo 25 magistrados, tendo como função a mesmas atribuições
do Tribunal de Justiça, buscando aumentar a celeridade e agilizar os processos, visto que a reunião de um grande
numero de desembargadores (tribunal pleno) é dificilmente alcançada em seu total.
Dos desembargadores escolhidos para compor o órgão especial metade são os mais antigos entre eles, e a outra (11
desembargadores) é escolhido por meio de eleição entre os próprios desembargadores, permitindo se ter os mais
velhos e os maios queridos.
Obs: O órgão especial julgará os casos como se fosse o tribunal pleno.

⇢ FÉRIAS:
Art. 93, XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo
grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente
É proibido que se dê ao judiciário férias coletivas, cada um marcará suas férias de acordo com o cronograma da
própria corregedoria. Nos finais de semana e nos feriados também não se pode deixar de ter atividade jurisdicional,
havendo plantão nesses dias. Isso ocorre pois a atividade jurisdicional deve ser continua, ocorrendo até pela noite.

⇢ DELEGAÇÃO A SERVIDORES:
Art. 93, XIV - os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem
caráter decisório.
Determinados atos judiciais podem ser delegados a servidores públicos, contanto que não digam respeito a
decisões, pois essas só quem pode tomar é o juiz.

⇢ DISTRIBUIÇÃO DE PROCESSOS:
Art. 93, XV - a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

Sendo o processo de cunho aleatório, ou seja obedece a um sorteio (distribuição), a parte não pode fazer a escolha
de qual juiz julgará o seu processo. Desse modo, no momento em que o autor ingressa com sua petição inicial,
requisitando aquela demanda, o próprio sistema elenca qual a vara será responsável por processar a demanda.
Com exceção das comarcas que tenham somente um juiz, as compostas por mais de um juiz tem um processo de
distribuição, que serve para fazer a divisão processual de forma aleatória.

⇢ GARANTIAS:
Art. 95 - Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo,
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
só perde o cargo por sentença judicial transitado em
julgado.
Ocorre após 2 anos de efetivo exercício após
concurso na carreira, depois de vitalício o magistrado

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


É preciso que o juiz se candidate para o cargo, pois independência. O magistrado não recebem
além da garantia do vitalíciamento, ele também terá remuneração, ele recebe subsidio, pois diferente da
como garantia a inamovibilidade, que é uma garantia remuneração, os subsídios não podem ter acréscimos.
que permite ao juiz não ser removido e nem retirado da
SALÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS:
comarca em que exerce suas funções sem que ele
queira, salvo se houver motivo de interesse público, VENCIMENTO GRATIFICAÇÕES REMUNERAÇÃO
que deve ser sempre demonstrado, por meio de uma BÁSICO
decisão do tribunal por maioria absoluta, garantindo SALÁRIO DOS MAGISTRADOS:
ao magistrado a defesa contra esse motivo do VALOR EXATO / SEM GRATIFICAÇÕES SUBSÍDIOS
procedimento administrativo de remoção.

O salário dos magistrados não pode ser reduzido


em razão de suas escolhas, garantindo a sua
Art. 93, V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em
lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não
podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa
e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto
nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
O subsidio mais alto recebido no Brasil é o dos ministros do Supremo Tribunal Federal, abaixo deles vem os Tribunais
superiores, no qual os componentes recebem 95% do subsidio dos ministros do STF, os desembargadores do tribunal
de justiça recebem 95% do subsidio dos membros dos Tribunais Superiores e assim sucessivamente.
O subsídios dos magistrados vai diminuindo, sendo escalonado, entre 10% a 5%. Dessa maneira se o TJ recebe X de
remuneração, os juízes de entrância final receberão menos 10% de X, os juízes de entrância intermediária irão receber
menos 10% da entrância final e os de entrância inicial menos 10% da entrância intermediária.
menos 10% menos 10% menos 10%
JUÍZES DE JUÍZES DE ENTRÂNCIA JUÍZES DE DESEMBARGADORES
ENTRÂNCIA INICIAL INTERMEDIÁRIA ENTRÂNCIA FINAL DO TJ
menos 5%
menos 5%
MINISTROS MINISTROS
DO STJ DO STF
⇢ VEDAÇÕES:
Art. 95, Parágrafo único - Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo
por aposentadoria ou exoneração (Quarentena)
As vedações são as proibições, que também tem como objetivo garantir a independência desses magistrados, para
que eles não fiquem comprometidos ou vinculados a determinadas pessoas ou grupos políticos quando eles vão tomar
a sua decisão.

FUNÇÕES ESSENCIAIS A JUSTIÇA:


O Poder Judiciário é regido pelo princípio da inércia, e só atua na medida em que é provocado e só aí dará a sua
decisão. Em vista disso nossa constituição elenca quais são os órgãos que tem o condão de tirar o Poder Judiciário da
Inércia são eles o Ministério Público, a Advocacia Pública, a Advocacia Privada e a Defensoria Pública.

⇢ MINISTÉRIO PÚBLICO (MP):


Previsto na Constituição, o ministério publico é uma instituição permanente, é fundamental para que se possa
compreender a organização da função jurisdicional brasileira. Estando incumbido de defender a ordem jurídica, o MP
se torna um órgão essencial do Poder Judiciário, é ele que fiscaliza a lei guardando o regime democrático, além disso,
o ministério publico tem o dever de garantir os interesses sociais e individuais indisponíveis.
O Ministério Publico Defende a sociedade, independentemente se ela tem ou não uma boa condição financeira, pois
sua função é garantir os interesses sociais e individuais indisponíveis. E por ser uma instituição autônoma, ele não está
subordinado ao Poder Executivo nem ao Poder Judiciário, tendo o seu próprio orçamento e sua independência
administrativa.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


O MP está baseado em 3 princípios, esses princípios garantem o funcionamento do Ministério Público de forma
independente e permanente.
▪ UNIDADE: Pois o MP é um órgão que tem competência única, embora seja encontrado no âmbito da União e no
âmbito dos Estados.
▪ INDIVISIBILIDADE: Porque os membros do ministério publico podem se substituir uns aos outros sem causar qualquer
dano processual, ou seja, não precisa de um substabelecimento, para ele ingressar em uma demanda judicial.
▪ INDEPENDÊNCIA/AUTONOMIA FUNCIONAL: Somente quem fez concurso publico pode atuar no cargo.

É necessário ingressar por meio de um concurso publico de provas e títulos, que terá a participação da OAB em
todas as fases do concurso. Além disso, somente poderão ingressar na carreira do ministério público, bacharéis em
direito com 3 anos de atividade jurídica, semelhando ao que acontece com os magistrados.
Ao ingressar na carreira, esta se inicia com o cargo de promotor substituto (procurador substituto se for no âmbito
da união). A promoção, se for no âmbito dos Estados, seguirá as regras das comarcas do poder judiciário, ou seja um
promotor de comarca de entrância inicial, será promovido para promotor de comarca de entrância intermediária até
que se chegue a comarca de entrância final.
A promoção se dá pelas mesmas regras do juiz, dois anos no mínimo de atividade, observando-se o mais antigo,
quando a promoção se der por antiguidade, e os critérios objetivos e subjetivos para a promoção por merecimento.

O Cargo mais alto do âmbito Estadual do MP é a Procuradoria de Justiça, tendo somente um procurador geral e os
outros membro são procuradores de justiça, esse membros do MP possuem garantias e vedações, as garantias dos
procuradores são as mesmas dos magistrados (Vitalíciamento, Inamovibilidade, Irredutibilidade de subsídios).
Semelhante aos magistrados os membros do MP também possuem vedações/proibições. Dessa forma os
procuradores não podem exerce outro cargo ou função a não ser a de professor, não podem exercer a advocacia, não
podem participar de sociedade comercial, também não pode receber a qualquer título ou pretexto, qualquer valor ou
porcentagem ou custa processual. Fica também fica vedado a participar de qualquer atividade politico partidária, não
podem receber de pessoa (física ou jurídica) seja elas publicas ou primadas, qualquer tipo de contribuição, sob qualquer
pretexto, salva aquelas em que a lei permite.

*Promover ação penal pública: São para os crimes de atribuição própria do Ministério Público, Ex: Crime de Homicídio.
*Promover inquérito civil e ação civil pública: visando a proteção do patrimônio social e público, do meio ambiente e
também dos interesses difusos e coletivos.
*Promover ação de inconstitucionalidade ou a representação para intervenção: No âmbito da União e dos Estados,
figuras muito importantes para esse processo é o Procurador Geral de Justiça (âmbito Estadual) e o Procurado Geral
da República (âmbito de União)
*Defender os direitos indígenas
*Expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência:
*Exercer o controle externo das policias: (tanto civil, como militar)
*Requisitar diligencias e instauração de inquéritos policiais.
Obs: É importante destacar que se tem um Ministério Publico Junto ao tribunal de contas, esse MP não está inserido na
estrutura do MP, porém, terá as mesmas garantias e vedações, as mesmas características como se fosse um órgão do
Ministério Público. Entretanto, o concurso do MP do Tribunal de contas é feito pelo próprio tribunal de constas.

O MP é dividido em Ministério Publico da União e Ministério Publico dos Estados, sendo que cada estados terá seu
próprio ministérios, totalizando assim 26 ministérios públicos dos estados, cada tribunal de constas também terá seu
próprio ministério público, sendo assim mais 26 ministérios.
O ministério publico da União é subdividido em quadro, e em todos eles a forma de ingresso é por meio de concurso
de provas e títulos, sendo:
▪ MP Federal: Constituído por procuradores da república.
▪ MP do Trabalho: Constituído por procuradores do Trabalho
▪ MP Militar: atua perante a justiça militar
▪ MP do DF e Territórios
No âmbito da União, o chefe do MP é o Procurador Geral da República, podendo ser escolhido dentre os membros
de qualquer um dos Ministérios Públicos em que se subdivide o Ministério Público da União. Sendo o chefe, uma escolha
do Presidente da República, e precisando essa indicação ser aprovada por maioria absoluta no Senado Federal, o
Procurador Geral da Republica é nomeado para um mandato de 2 anos, podendo ser reconduzido ao cargo inúmeras

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar


vezes (quantas o Presidente bem entender). O procurador geral, pode ser destituído do cargo antes de completar o
seu mandato, por provocação do Presidente da Republica e deliberação do Senado Federal.
No âmbito dos Estados, o chefe do MP, é o Procurador Geral de Justiça, sendo eleito dentro de uma lista tríplice
escolhida pelo Ministério público e escolhido pelo governador, sendo o mandato de 2 anos permitido uma recondução.
Eles podem ser destituídos por maioria absoluta de deliberação do Poder Legislativo.
No âmbito d Distrito Federal quem faz essa escolha é o Presidente da República, pois o DF não está subordinado a
um governador e sim a União.

DIREITO CONSTITUCIONAL | Por: Eduarda Bacelar

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