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MUSEU DA CASA
GOIANA:
UM PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DA CASA DR.
EDUARDO JACOBSON
1959
GOIÂNIA
2022
Sumário
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................4
2. TEMÁTICA ..........................................................................................5
a. Edifícios Históricos e a Preservação
b. História dos Museus
c. Arquitetura de Museus
3. TEMA .....................................................................................................9
a. O Ato do Retrofit
2.1. JUSTIFICATIVA DO TEMA ..........................................................9
a. Arquitetura Moderna
4. USUÁRIOS ..............................................................................................11
5. ESTUDO DO LUGAR ..............................................................12
6. REFERÊNCIAS PROJETUAIS ............................................20
01. Museu do Pão
02. Museu Rodin
7. PROGRAMA DE NECESSIDADES...............................................28
8. PROPOSTA TEÓRICA....................................................................30
9. CONCLUSÃO ..............................................................................55
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................56
1. Introdução
Este trabalho apresenta um espaço de cultura e lazer para a Para que a proposta fosse rica em soluções, qualidade e
capital goiana, reavivando uma área que foi deixada um pouco de eficiência, foi necessário estudar projetos de edifícios que tiveram o
lado com o passar do tempo. Fica em um local de grande efeito de retrofit em sua obra, ou restaurados, e edifícios
importância para a cidade. Obtendo o Museu como um local de requalificados para ter esse embasamento.
inclusão cultural, oferecendo espaços de lazer e entretenimento Todo o estudo tem como objetivo o desenvolvimento de um
para se desfrutar da arte, foi então que surgiu a ideia de fazer um projeto arquitetônico de retrofit e requalificação na capital goiana.
retrofit na Casa Dr. Eduardo Jacobson e requalificá-la em um museu, Para alcançar o objetivo geral, foi necessário ter alguns objetivos
mais especificamente, O Museu da Casa Goiana, trazendo assim um específicos, sendo eles:
conceito de patrimônio dentro do patrimônio. Coletar os dados de edifícios históricos na capital.
Para chegar no projeto final que atendesse os objetivos propostos, Realizar diagnóstico do entorno da área da casa.
foi feito um estudo sobre a história dos museus e seus estilos, Analisar as características e as potencialidades do local
compreendendo a arquitetura de museus, a evolução na história, a designado para requalificação do museu.
forma e os programas de necessidades, desejando assim ter um Elaborar um estudo preliminar sobre museus e obras de retrofit.
conhecimento teórico e embasamento solido para conseguir fazer a A metodologia que foi utilizada para a elaboração desse projeto,
adaptação desta Casa para se ter um museu deste porte. se fragmenta em várias etapas, sendo o estudo de casos, o estudo
Visto que a capital goiana possui uma riquíssima herança dos assuntos de interesse para este projeto, a elaboração do projeto
histórica marcada pela cultura, diversos monumentos e maquete 3D.
arquitetônicos e as diversas potencialidades a serem exploradas, foi A primeira etapa é referente a revisão bibliográfica de livros, teses,
notado a necessidade de desenvolver um projeto que agregasse artigos, monografias e matérias disponíveis na internet, a respeito
essas características que a cidade oferece. dos estudos de interesse para este projeto, a segunda etapa consiste
Foi optado por essa tipologia, quando se notou as diversas na aplicação de tudo que foi pesquisado e desenvolvendo assim um
qualidades que um museu pode oferecer para a comunidade. estudo preliminar, sendo esses estudos consultados nas normas
técnicas de acessibilidade, saídas de emergência e código de obras.
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2. Temática
A. EDIFÍCIOS HISTÓRICOS E A PRESERVAÇÃO. No dicionário do patrimônio cultural, Marcelo Antônio Sotratti
(2015) define a palavra revitalização como recuperação do espaço
No artigo de Larissa Mendonça (2021, p.13 apud Vargas, 2006), diz urbano por determinados grupos sociais. De acordo com Moura,
que a requalificação, a revitalização, a reutilização, a recuperação, a Guerra e Seixas (2006, p.15-34).
preservação, a restauração e a proteção das instalações urbanas são
ferramentas para transformar áreas, bairros e espaços que não tem A revitalização consiste na refuncionalização
mais a mesma vitalidade de antes. A autora continua dizendo que os estratégica de áreas dotadas de patrimônio, ou seja,
de objetos antigos que permaneceram inalterados no
principais objetivos destas intervenções podem ser citados o
processo de transformação do espaço urbano, de
fortalecimento da identidade, a otimização das infraestruturas, a forma a promover uma nova dinâmica urbana
valorização do patrimônio, a adaptação aos padrões atuais da baseada na diversidade econômica e social (MOURA,
sociedade, a economia e a tecnologia. GUERRA E SEIXAS apud SOTRATTI, 2015).
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5. Estudo do Lugar
GOIÂNIA - GO
SETOR CENTRAL
SETOR OESTE
FICHA TÉCNICA:
PROJETO: CASA EDUARDO JACOBSON
ARQUITETO: JARBAS KARMAN
ANO: 1959 SETOR SUL
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FIGURA 6: FACHADA CASA DR. EDUARDO JACOBSON.
FONTE: ACERVO PESSOAL GABRIELLA BARROS, 2021.
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A casa tem 2 pavimentos, sendo o pavimento térreo com
377,88m² e o pavimento superior, com área construída de 342,26 m².
E 31
LOT
1/33
LOTE
E3
LOT
FIGURA 7: FACHADA NORTE CASA DR. EDUARDO JACOBSON. FIGURA 8: MAPA FÁCIL GOIÂNIA, COM ADAPTAÇÃO DA AUTORA.
FONTE: ACERVO PESSOAL GABRIELLA BARROS, 2021. FONTE: PREFEITURA DE GOIÂNIA, 2022.
A casa fica no Lote 1/33 desse quarteirão, por ser um projeto O campo de intervenção é localizado em uma região com
bastante complexo, apenas o terreno da casa não seria viável para topográfica relativamente plana, por se tratar de uma área com
um projeto deste tamanho e porte, então foi usado mais dois lotes construção pré-existente, a topografia se encontra movimentada e
para esse projeto, sendo estes os lotes 3 e 31, lindeiros a casa. plana no local do projeto. Há existência de áreas de vegetação,
Com a junção desses dois lotes a Casa, cria-se um total de principalmente ao redor do Bosque dos Buritis.
1.648,41m² para a integração e execução desse projeto, sendo um A área de interesse possui uma infraestrutura necessária ao seu
espaço adequado para essa obra. redor, como asfalto, rede de iluminação pública, redes de
abastecimento de água e esgoto.
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FIGURA 9: FACHADA OESTE CASA DR. EDUARDO JACOBSON.
FONTE: ACERVO PESSOAL GABRIELLA BARROS, 2021.
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FIGURA 10 – LOTE 31, AO LADO DA CASA. FIGURA 11 – LOTE 3, ATRÁS .
FONTE: ACERVO PESSOAL GABRIELLA BARROS, 2021. FONTE: ACERVO PESSOAL GABRIELLA BARROS, 2021.
Nas imagens acima, figura 10 e 11, são os lotes que estão sendo
E o mesmo é levado em consideração com a casa do lote 3 (figura
usados para aumentar o terreno do museu, mas porque usar esses
11). A casa já passou por inúmeras reformas e mudanças, perdeu todas as
terrenos? Na figura 10, pode-se perceber que é uma casa que foi
suas características originais da década de 50. E para ser possível a
construída na mesma época que a Casa Dr. Eduardo Jacobson,
execução desse projeto, é necessário acrescentar mais este lote para essa
Porém essa casa, além do fato de estar desabitada e abandonada, ela
área, pois dessa forma há a quantidade eficaz para o Museu.
também não tem suas características originais, perdeu suas origens
Como ambas as casas perderam suas características, não há motivo
arquitetônicas, devido já ter passado por varias reformas, o que passa
em mantê-las, por isso elas foram demolidas para a requalificação do
a ser irrelevante manter ela.
lugar.
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18
Como mostra no mapa ao lado, a
cidade possui uma rica herança
histórica marcada pela cultura e
pelos monumentos arquitetônicos.
Muitos deles estão próximo a
Casa, nessa região existem várias
obras arquitetônicas marcadas por
alguma década.
O local conta com uma excelente
infraestrutura urbana, com
facilidade de mobilidade, por ter
rede de transporte público, tem
bons acessos ao pedestre nas vias,
vias duplas, ciclovia e segurança.
Por ser uma região em que tem
alguns moradores de rua e usuários
de drogas, é uma região de pouco
movimento noturno, porém essa
intervenção visa mudar isso.
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FIGURA 12: MUSEU DO PÃO.
FONTE: ARCHDAILY, 2011.
6. Referencias Projetuais
FICHA TÉCNICA:
·PROJETO: MUSEU DO PÃO
·ARQUITETOS: FRANCISCO FANUCCI E MARCELO FERRAZ
·ANO: 2007
·ÁREA: 330 M²
·CIDADE: ILÓPOLIS
·PAÍS: BRASIL
·MATERIAIS: MADEIRA, VIDRO E CONCRETO.
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FIGURA 14: MUSEU DO PÃO, PÁTIO.
FONTE: ARCHDAILY, 2011.
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FIGURA 15: MUSEU DO PÃO, CORTE.
FONTE: ARCHDAILY, 2011.
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FIGURA 17: MUSEU RODIN.
FONTE: ARCHDAILY, 2020.
Referencias Projetuais 2
FICHA TÉCNICA:
PROJETO: MUSEU RODIN
ARQUITETOS: FRANSCICO FANUCCI, MARCELO FERRAZ E
CICERO FERRAZ.
ANO: 2002
ÁREA: 3055 M²
CIDADE: SALVADOR - BA
PAÍS: BRASIL
MATERIAIS: MADEIRA E CONCRETO.
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FIGURA 18: PASSARELA MUSEU RODIN.
FONTE: ARCHDAILY, 2020.
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FIGURA 19: MUSEU RODIN, PLANTA 1 PAV.
FONTE: ARCHDAILY, 2020.
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FIGURA 21: MUSEU RODIN, LIGAÇÃO.
FONTE: ARCHDAILY, 2020.
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7. Programa de necessidades
VESTIÁRIO FEM/ MASC 53,20 M² CAFÉ-LANCHONETE
DEPÓSITO 22,70 M²
COZINHA 18,40 M²
DML 3,50 M²
CAFÉ/LANCHONETE 15,20 M²
TÉRREO
RESTAURO DE OBRAS 21,00 M²
ENTRADA COZINHA 5,50 M²
CONTROLE DE OBRAS 20,20 M²
SUBSOLO COPA E SALA DE DESCANSO 31,70 M²
PÁTIO
SANITÁRIOS
494,50 M²
FOSSO/JARDIM 19,30 M² 27,80 M²
ALMOZARIFADO 26,50 M²
ÁREA TOTAL 561,40 M²
HALL SUBSOLO 106,50 M²
comércio/ restaurante
Entrada/Saída
RECEPÇÃO SANITÁRIOS
ESTACIONAMENTO
MUSEU
Entrada/Saída
EXPOSIÇÃO
ADMINISTRAÇÃO CONTROLE DE OBRAS
AUDITÓRIO
DEPOSITO/ALMOXARIFADO VESTIARIO FEM/MASC
SANITÁRIOS
COPA E SALA DE
DESCANSO
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FIGURA 22: MINI CINEMA MUSEU DA CASA BRASILEIRA.
8. Proposta Teórica
Este trabalho de retrofit e requalificação da Casa Doutor
Eduardo Jacobson, cria uma interação entre o acervo e o
espaço de convivência, para poder ser capaz de atender além
do público-alvo, também os visitantes esporádicos e os
próprios funcionários. Portanto é de objetivo desse projeto
fazer um retrofit de fachada para salvar as memorias passadas
e ter uma nova perspectiva para o futuro, em um ambiente
completamente novo e que seja capaz de criar destinos para
todos aqueles que desejam viajar no tempo. FIGURA 23: MINI CINEMA MUSEU DA CASA BRASILEIRA.
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Como material de construção das edificações que foram
acrescentadas a casa, foi utilizado o concreto armado, e o uso
de vidro, principalmente o vidro polarizado. Na fachada norte
mesmo, está sendo utilizado o vidro polarizado, pois será uma
fachada que tem bastante contato com sol, e esta foi a solução
pensada, pois um dos objetivos era ter um bom dialogo entre o
museu e o Bosque dos Buritis, e para isso ser possível, o vidro
foi escolhido por ser uma opção boa de material.
Os materiais aplicados, visa trazer um aspecto estético
contemporâneo. Para o controle da luminosidade e radiação,
foi pensado no uso do vidro polarizado pois irá proteger o
ambiente da luz solar direta.
FIGURA 24: FACHADA NORTE, LIVRARIA.
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FIGURA 25: CASA DR. EDUARDO JACOBSON, RENDER.
Na fachada norte foi optado por
um portão camarão de vidro, o qual
fecha quando o museu estiver
fechado e abre dando lugar para os
carros estacionarem em frente a
livraria, e os vidros ficam
escondendo o gerador, quando o
portão estiver aberto.
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40 FIGURA 30: FOSSO COM JARDIM.
FONTE: HAPPYNEST.
figura 33: Pátio Museu e Café
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figura 35: Cinema Historia das Casas
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Cobertura da
caixa d'agua, lage
impermeabilizada
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Placa Solar Canadian – modelo CS6K-260P-FG-260Watts
Total de 66 placas na Residência.
Tamanho 1,63 m x 0,98 m
Placas voltadas para o nordeste
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50 FIGURA 38: CASA DR. EDUARDO JACOBSON.
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
FIGURA 39: CASA DR. EDUARDO JACOBSON, FACHADA NORTE. FIGURA 40: CASA DR. EDUARDO JACOBSON.
FONTE: ARQUIVO PESSOAL FONTE: ARQUIVO PESSOAL
FIGURA 46: PÁTIO MUSEU 53 FIGURA 47: CASA DR. EDUARDO JACOBSON À NOITE.
FONTE: ARQUIVO PESSOAL FONTE: ARQUIVO PESSOAL
FIGURA 48: PÁTIO MUSEU
54 FONTE: ARQUIVO PESSOAL
FIGURA 49: CINEMA MUSEU FIGURA 50: AUDITÓRIO MUSEU
FONTE: ARQUIVO PESSOAL FONTE: ARQUIVO PESSOAL
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10. Referências Bibliográficas PACHALSKI, Glauco Assumpção. O MUSEU DO PÃO: arquitetura,
cultura e lugar. 2012. 225 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
IBRAM. Política Nacional de Museus. Relatório de Gestão Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas,
2003-2010. Ministério da Cultura, Instituto Brasileiro de 2012.
Museus. Brasília: MinC/Ibram, 2010. pp. 23-24
PORTOBELLO, Archtrends. Entenda o que é a Arquitetura Moderna
KIEFER, Flavio. Paradigmas brasileiros na arquitetura de e quais são suas influências. 2017. Disponível em:
museus. 1998. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de https://archtrends.com/blog/arquitetura-moderna/. Acesso em: 11
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande abr. 2022.
do Sul, Porto Alegre, 1998.
SANT” ANNA, Márcia. Preservação como prática: sujeitos, objetos,
LYRA, Cyro Corrêa. Preservação do patrimônio edificado: a concepções e instrumentos. In: REZENDE, Maria Beatriz; GRIECO,
questão do uso. 5. ed. Brasilia: Iphan, 2016. 308 p. Bettina; TEIXEIRA, Luciano; THOMPSON, Analucia (Orgs.). Dicionário
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NEUFERT, Ernest. Arte de Proyectar em Arquitectura. (Orgs.). Dicionário IPHAN de Patrimônio Cultural. Rio de Janeiro,
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O que é um museu?. IBRAM, acesso 2 mar 2011
VARGAS, Heliana Comin. Centros urbanos: porquê intervir?
Seminário Internacional de Reabilitação de Edifícios em áreas
centrais. São Paulo-SP. 2006.
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