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A construção do conceito de Paisagem Histórica Urbana

Cury, Isabelle

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional


Superintendência no Estado do Rio de Janeiro
Avenida Rio Branco nº 46 – Centro/RJ – CEP 20.090-002
isabelle.cury@iphan.gov.br

RESUMO

O Memorando de Viena – 2005, resultante do Congresso de Arquitetura Moderna e Patrimônio, enfatizou a


necessidade de promover o desenvolvimento urbano sustentável e a integridade da paisagem baseada em padrões
históricos e contextos existentes.

Desde então, um novo conceito ou uma nova categoria, denominada paisagem histórica urbana estava se
configurando e passou a ser discutida e pensada pelos órgãos de doutrina de patrimônio.

No Fórum de países Ibero Americanos – 2007/ICOMOS, discutiu-se primordialmente, a propriedade de ser uma
categoria ou um conceito. Outros encontros se sucederam, destacamos o Fórum Universidade e Patrimônio:
Paisagem Histórica Urbana: Um novo conceito? Uma nova categoria de Patrimônio? ocorrido em Hanoi – 2009.

No Brasil, ocorreram duas reuniões da UNESCO, realizadas uma em Olinda e outra Rio de Janeiro.

Finalmente, em outubro passado na 36ª Conferencia Geral da UNESCO, no documento “Recomendação sobre as
Paisagens Históricas Urbanas”, definiu-se o conceito, entendendo os territórios historicos urbanos entre os bens
patrimoniais mais diversificadas do nosso patrimônio cultural comum, criados por gerações, são provas essenciais
das aspirações da humanidade no espaço e no tempo.

Palavras chave: paisagem cultural. patrimônio urbano. conservação urbana


Introdução

O trabalho em questão tem por objetivo analisar o processo de construção do mais recente
conceito de patrimônio – o de paisagem histórica urbana, por meio dos documentos formulados e
as das propostas resultantes dos mesmos.

Muitas foram as contribuições e os fóruns de debates, elencamos apenas alguns, pois não seria
possível dar conta do processo de discussão como um todo. Porém, consideramos que a
seleção realizada atendeu aos propósitos desta comunicação.

1. Memorando de Vienai

O Memorando de Viena é o resultado da conferência internacional que teve por tema "O
patrimônio mundial e arquitetura contemporânea: Gestão das paisagens históricas urbanas",
ocorrida de 12 a 14 de Maio de 2005 em Viena – Áustria. 2005, art. 1º

A realização da Conferencia partiu da solicitação do Comitê do Patrimônio Mundial/ UNESCO na


sua 27ª sessão em 2003 (decisão 27 COM 7B.108), por esse motivo o memorando em questão
se dirigia às cidades históricas já inscritas ou cuja inscrição estivesse proposta na Lista do
Patrimônio Mundial da UNESCO, bem como às cidades grandes que têm monumentos e bens do
patrimônio mundial implantados no seu território. 2005, art. 1º, 6º

Embora as discussões sejam anteriores é com o Memorando de Viena que se formaliza, no


âmbito da UNESCO, o debate sobre a conservação sustentável dos monumentos e dos sítios,
fundamental para uma nova abordagem integrada que articula a arquitetura contemporânea, o
desenvolvimento sustentavel urbano e a integridade da paisagem em função dos padrões
históricos e do contexto existentes. 2005, art. 5º Recomendação da UNESCO de 1962 sobre a
Salvaguarda da Beleza e do Caráter das Paisagens e Locais.
A paisagem histórica urbana, tal como referida na "Recomendação da UNESCO relativa à
salvaguarda dos conjuntos históricos ou tradicionais e o seu papel na vida contemporânea"ii de
1976, é: “o conjunto histórico ou tradicional” todo grupamento de edificações e espaços livres,
inclusive os sítios arqueológicos e palenteológicos, tanto no meio urbano quanto no rural e cuja
coesão e valor são reconhecidos do ponto de vista arqueológico, arquitetônico, pré-histórico,
histórico, estético ou sociocultural. Esta paisagem modelou a sociedade moderna e tem um
grande valor para a compreensão do modo de vida contemporâneo.” 1976, art. 1º, a, b

No documento em questão ficou assim definida: “A paisagem histórica urbana inscreve-se em


expressões e evoluções sociais do passado e do tempo presente que caracterizam o lugar.
Compõem-se de elementos que definem o seu caráter: as formas de utilização do solo, o
ordenamento do espaço, as relações visuais, a topografia e o terreno, a vegetação e todos os
elementos da infraestrutura técnica, compreendendo os objetos de pequena envergadura e os
pormenores de construção (passeios, pavimentação, bueiros, iluminação, etc.).” 2005,art. 8º

Entende-se por arquitetura contemporânea no seu contexto, todas as intervenções importantes


planejadas e concebidas no seu ambiente histórico construído, integrando os espaço livres, as
novas construções, as adições ou as extensões de edifícios e sítios históricos, e as
transformações. 2005, art. 9º

As preocupação se direcionaram para o impacto do desenvolvimento contemporâneo sobre o


conjunto da paisagem urbana com valor patrimonial, onde a noção de paisagem histórica urbana
vai além dos termos tradicionais de "centro histórico", "conjunto" ou "entornos", frequentemente
utilizados nas cartas e leis de proteção, para incluir o contexto territorial e paisagístico. 2005, art. 11

Reconhece que as mudanças permanentes relacionadas com o uso funcional, a estrutura social,
a conjuntura política e o desenvolvimento econômico que se manifestam sob a forma de
intervenções estruturais na paisagem histórica urbana herdada, podem ser consideradas como
parte integrante da tradição urbana, porém, exigem uma visão alargada da cidade, em seu
conjunto, da ação dos que elaboram as decisões e, do diálogo com os outros atores e demais
partes interessadas envolvidas. 2005, art. 13

É colocado como o principal desafio da arquitetura contemporânea na paisagem histórica


urbana, responder a dinâmica de desenvolvimento tendo em vista, por um lado, as reformas
socioeconômicas e; por outro lado, o crescimento, a configuração urbana existente e o contexto
paisagístico. As cidades históricas vivas, especialmente as cidades do patrimônio mundial,
exigem uma política de urbanismo e uma gestão que façam da proteção o ponto chave da
conservação. Neste processo, a autenticidade e integridade das cidades não devem ser
comprometidas. 2005, art. 14

Na gestão da conservação o fator essencial do processo de planejamento é o reconhecimento


em tempo oportuno e a formulação das possibilidades e dos riscos, garantindo assim, um bom
design e um processo de elaboração bem equilibrados. A base de todas as intervenções
estruturais é um estudo e uma análise aprofundada da paisagem histórica urbana como meio de
expressão de valores e significados. A pesquisa dos efeitos a longo prazo e da viabilidade das
intervenções planejadas é uma parte integrante do processo de planejamento, que visa proteger
o tecido histórico, o padrão do parcelamento e o contexto. 2005, art. 20

No que se refere à conservação, recomenda que as estruturas espaciais, no interior ou periferia


das cidades históricas, sejam especialmente tratadas por meio da arte e design urbano, uma vez
que são elementos fundamentais no processo de renascimento das cidades históricas e
expressam os componentes específicos históricos, sociais e econômicos a transmitir para as
gerações futuras. 2005, art. 23

Preservação do patrimônio também envolve a concepção do espaço público: atenção especial


deverá ser dirigida à funcionalidade, à escala, aos materiais, à iluminação, ao mobiliário urbano,
à publicidade e aos espaços verdes, dentre outros. Medidas de infraestrutura e de urbanismo nas
zonas protegidas que visam proteger o tecido histórico devem incluir medidas que respeitem o
patrimônio construído e sua ambiência, para atenuar os efeitos prejudiciais da circulação de
automóvel e do estacionamento. 2005, art. 24

A vista do conjunto da cidade (skyline), as coberturas, os principais eixos visuais, os quarteirões


e a tipologia da construção fazem parte integrante da identidade da paisagem histórica urbana.
No que respeita à renovação, deverão servir como fundamento ao planejamento e ao design, as
coberturas históricas e o parcelamento do conjunto das edificações originais. 2005, art. 25

O princípio geral é de que a proporção e o desenho (design) devam se harmonizar com o padrão
histórico e arquitetural, a preservação do parcelamento é fundamental, pois, o "fachadismo" não
é uma forma de intervenção recomendável. (Figura 1) 2005, art. 26

Deve ser garantido que o desenvolvimento da arquitetura contemporânea em cidades Patrimônio


Mundial seja complementar aos valores da paisagem histórica urbana, não comprometendo a
natureza histórica da cidade. 2005, art. 26
Recomenda então, que os princípios contidos no documento sejam aplicados nos planos que
determinam parâmetros específicos para a proteção da paisagem histórica urbana e, também,
considerados na avaliação dos impactos potenciais ou provados sobre a integridade de um bem
do patrimônio mundial. 2005, art. 32, a

Finalizado, solicita que a UNESCO estude a possibilidade de formular uma nova Recomendação
para completar e atualizar as que existem sobre as paisagens históricas urbanas, com referência
particular à contextualização da arquitetura contemporânea. 2005, art. 32, b

Desde então um novo conceito ou uma nova categoria estava se configurando, e passou a ser
discutido e pensado pelos órgãos de doutrina de patrimônio.

2. Fórum de países Ibero Americanos 2007 – ICOMOS

O Comitê Nacional dos Estados Unidos do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios,


US─ICOMOS, de maio a julho de 2007 realizou um debate internacional sobre Paisagem
Histórica Urbana pela internet. Participaram 64 profissionais dos Estados Unidos, Canadá, Itália
e México, entre outros participantes e demais membros dos Comitês Nacionais da Argentina,
Austrália, Áustria, Canadá, Cube, Republica Tcheca, Israel, Grécia, Malta, México, Noruega,
África do Sul, Suíça e União Soviética.

As discussões ocorreram com base em 10 (dez) perguntas-chave, que tiveram como temática o
memorando de Viena e, especialmente, o conceito de paisagem histórica urbana e as suas
consequências nas cidades históricas.

As discussões incluíram observações importantes sobre o sentido da terminologia “paisagem”,


quando aplicada às cidades e às cidades históricas; este entendimento poderia ampliar a escala
da arquitetura, e obter um sentido mais holístico na escala da paisagem. Para muitos, paisagem
é a representação do modo como a cidade é construída no meio em que se inscreve.

Justificando que conceituar a cidade como uma paisagem cultural viria revelar outros conjuntos
de elementos tangíveis, que ainda não foram devidamente identificados, nem documentados,
essa hipótese não foi aceita.

Questões conceituais e metodológicas visando à revisão dos documentos doutrinários foram


apresentadas nas conclusões.

Algumas das questões debatidas já estavam presentes nos estudos dos principais teóricos do
patrimônio, tendo sido elencadas nas discussões que se sucederam.

Para John Ruskin o tecido urbano é um componente do patrimônio a ser protegido, entende que
a cidade, como um todo, desempenha o papel de monumento histórico. Aponta para a
necessidade das cidades pré-industriais continuarem habitadas como no passado.

Camillo Sitte, considera importante a aceitação dos processos de transformação da cidade


contemporânea, a cidade pré-industrial é um objeto vindo do passado, porém, não deve ser de
entendida como uma peça de Museu.

Gustavo Giovannoni vê a cidade histórica como um organismo vivo, sendo fundamental


considerar seus valores históricos e as suas funções. Os conjuntos históricos devem estar
integrados a uma concepção geral de ordenamento do território.
De acordo com os debates, no momento presente assistimos a extensão do conceito de
patrimônio, ao aparecimento de novas categorias, ao aumento do público interessado e, da
difusão na mídia das questões do patrimônio. O aumento do turismo é o reflexo do avanço das
indústrias culturais e o patrimônio tem se tornando um objeto de consumo de massas.

Com a concorrência econômica em um mundo globalizado as cidades estão buscando seu


destaque e as áreas históricas passaram a ser vistas como uma oportunidade para o
desenvolvimento. Projetos de equipamentos culturais estão sendo inseridos e os arquitetos do
"Star system" passaram, então, a atuar nessas áreas.

Optou-se por manter as categorias e subcategorias previstas nas Orientações Operacionais da


UNESCO e as terminologia atuais. A paisagem histórica urbana deverá estar incluída na categoria
de cidade histórica, ressaltando a necessidade de propor metodologia de conservação e gestão
urbana. As alterações nas paisagens históricas urbanas são aceitáveis, porém, indicaram a
necessidade de elaboração de uma nova Recomendação.

Terminologias do patrimônio:

• Cidade Histórica: é o resultado de um processo, um produto complexo, caracterizado pela


natureza de seus componentes e pela rede de relações entre eles.
Esta complexidade não pode resumir-se aos aspectos morfológicos ou perceptivos.
• Paisagem histórica urbana é a apreensão do ambiente urbano e de seu contexto por meio da
percepção sensorial.
O conceito de cidade histórica é insuficiente para expressar toda a complexidade do fenômeno
urbano.

Categorias do patrimônio:

 Deverá ser mantido o uso do conceito de "cidade histórica" e não substituí-lo por "paisagem
histórica urbana";
 É prioritário reforçar os estudos sobre as cidades históricas; a proteção deverá ser realizada
com base em instrumentos de gestão;
 A substituição de edifícios históricos deve ser excepcional e, a análise dos novos projetos
deve ser, necessariamente, realizada por um conselho de peritos em conservação.

Paisagem Histórica Urbana como categoria:


Uma paisagem cultural pode estar localizada em um ambiente urbano, como por exemplos, os
parques e os jardins.
• Existe uma clara diferenciação entre as paisagens culturais e os conjuntos urbanos.
• Paisagem histórica urbana pode vir a ser considerada uma subcategoria da paisagem cultural.

Cidade Histórica / Paisagem Histórica Urbana

•A Paisagem histórica urbana é um componente fundamental da cidade histórica; como uma


parte, ela não pode substituir o todo.
•A Cidade histórica não pode ser convertida em uma paisagem histórica urbana, porque, esta
última, está incluída na cidade.

Com relação à metodologia, discutiu-se como equilibrar a conservação da cidade com o seu
desenvolvimento se não existem critérios claros e aceitos sobre a definição de limites para
bairros históricos e zonas tampão. Evidenciou-se a necessidade de incluir questões sociais nos
mecanismos de intervenção e gestão histórica cidade ou bairro.
As mudanças são aceitáveis, porém a preservação dos valores deve ser o principal objetivo da
gestão. As transformações devem ser adaptadas às características específicas das áreas
históricas e, deve ter-se em conta: escala, altura predominante, materiais, cores, texturas.

3. Reunião de Olinda - Pernambuco/Brasil

O Brasil deu lugar a duas reuniões técnicas, uma em Olinda - 2007 e outra Rio de Janeiro -
2009.

Em novembro de 2007, o Centro do Patrimônio Mundial organizou uma terceira reunião regional
de especialistas em Olinda, Brasil, quando foi possível verificar que, lentamente, estava se
formando um consenso sobre o entendimento de paisagem histórica urbana como espaço
edificado.

Na reunião discutiu-se que a noção de que Paisagem Histórica Urbana, com a visão de
paisagem urbana, não era necessariamente nova, muitas vezes foi utilizada para descrever um
povoamento construído em estreita relação com as formas do território, e por isso, se torna uma
paisagem.

Levantou-se a questão que, nos documentos doutrinários o foco principal é o patrimônio


arquitetural, que faltam elementos de caracterização de uma área urbana; que entenda a
dinâmica de uma paisagem além das árvores, rochas e das vias navegáveis.

Declaração As limitações existentes nos textos doutrinários incidem principalmente sobre a arquitetura,
de mesmo quando relacionadas às áreas históricas urbanas. A Declaração do Conselho da Europa
Amsterdã – iii
CoE 1975. de 1975 , que introduziu o conceito de conservação integrada, estava focada no patrimônio
arquitetônico, enquanto na Recomendação da UNESCO de 1976iv, a noção de áreas históricas e
arquitetônicas, abrangia os conjunto de edificações, as estruturas e os espaços abertos.
Recomendação de Nairobi da UNESCO de 1976 relativa a Salvaguarda dos conjuntos históricos e sua função na vida contemporânea.
A maioria dos especialistas, em grupos de discussões, aceitaram os termos: urbano e paisagem
urbana e, alguns questionaram a necessidade de incluir a noção de histórico.

Jokillehto, em suas reflexões, explicitou que o termo historia, no idioma inglês, foi definido em
dois sentidos: o primeiro estuda a historia dos eventos de grande escala da humanidade a partir
da ação e da sucessão temporal; e o segundo, como a disciplina que estuda o modo como
conhecimento do passado é adquirido ou pesquisado.

Nesta reunião foram apresentadas duas candidaturas, na perspectiva de incluí-las como


Paisagem Histórica Urbana, a de Buenos Aires e a do Rio de Janeiro.
Recomendação R (95) 9 - Sobre a conservação integrada das áreas de paisagens culturais como integrantes das políticas paisagísticas Conselho da Europa – 1995
Considerando que a definição da UNESCO (1992)v, das paisagens culturais não exclui a cidade,
a Argentina apresentou a candidatura da “Paisagem Cultural de Buenos Ayres – O rio, a
barranca e a imigração.” Entendendo que a Paisagem Cultural compreende a diversidade das
manifestações da interação entre seres humanos e seu ambiente natural. A cidade é, portanto,
uma paisagem viva, mantém uma sociedade contemporânea ativa, intimamente ligada aos
modos da sociedade tradicional e que, ao mesmo tempo, apresenta, comprovadamente,
importantes testemunhos de sua evolução ao longo do tempo.

Dentro da categoria de paisagem cultural, a proposta foi apresentada na subcategoria de


paisagem essencialmente evolutiva, conforme as Diretrizes Operacionais do Centro do
Patrimonio Mundial, que define: Paisagem organicamente em evolução: Resultante de uma
exigência de origem social, econômica, administrativa e/ou religiosa e alcançou sua forma atual
por associação e resposta ao seu ambiente natural. Elas podem ser caracterizadas como: item 2
─ Paisagem viva (ou continua): Paisagem que conserva um papel social ativo na sociedade
contemporânea, estreitamente associado ao modo de vida tradicional e no qual o processo
evolutivo continua. Ao mesmo tempo apresenta provas de sua evolução no decorrer do tempo.

A proposta incluía a área urbana, com seu conjunto edificado e paisagístico. Os órgãos
responsáveis pela analise, não reconheceram o conjunto edificado na categoria de paisagem, e
assim sendo, o Governo da Argentina acabou por retirar a candidatura de Buenos Ayres.

Posteriormente, tendo em vista o ocorrido, o Brasil retirou da área proposta à inclusão na Lista do
Patrimônio Mundial da cidade do Rio de Janeiro o centro histórico, ficando apenas os elementos
paisagem. A candidatura também havia sido indicada na categoria de paisagem cultural, nas três
subcategorias.

Na proposta revisada ficaram definidos os elementos estruturadores da paisagem do Rio,


localizados desde a Zona Sul ao ponto oeste de Niterói, no Grande Rio, englobando o Maciço da
Tijuca, caracterizado por encostas íngremes e grandes afloramentos rochosos, como o pico do
Corcovado, o Pão de Açúcar e o Morro do Pico, em grande parte cobertos por vegetação tropical,
ora nativa, ora proveniente de reflorestamento ou por agenciamentos, como no Jardim Botanico
e nos parques públicos.

Inclui ainda as áreas onde a paisagem da orla tem sido agenciada ao longo dos séculos, seja
para erigir fortificações para a defesa da cidade, como na entrada da Baía de Guanabara com
seus fortes históricos, seja para propiciar instalações de lazer para os residentes, como o
Passeio Público, o Parque do Flamengo e a Praia de Copacabana.

O Parque Nacional da Tijuca, o Jardim Botânico, o Parque do Flamengo, a entrada da Baía de


Guanabara e a Praia de Copacabana, representam as áreas da cidade em que predomina uma
forte interface entre a montanha, a floresta e o mar, guardando os principais exemplares da
diversidade cultural, geomorfológica e ecológica que a caracteriza e com a qual o homem
constituiu uma relação especial desde sua fundação até os dias de hoje. A relação
homem-natureza no Rio de Janeiro é única e constitui a alma da cidade.

Em 2012, dez anos após a primeira avaliação, as “Paisagens Cariocas: Entre o Mar e a
Montanha”, foram inscritas na Lista do Patrimônio Mundial. (Figura 2)

4. Fórum UNESCO-Universidade e Patrimônio

Fórum UNESCO-Universidade e Patrimônio se reuniu em Hanoi no ano 2009, por iniciativa das
universidades vietnamitas.

Teve por objetivo discutir a importância de proteger o patrimônio urbano em um momento de


rápido e de acelerando desenvolvimento urbano, como o que está ocorrendo na cidade de Hanói.

Reconheceram como necessário integrar os valores do patrimônio e das identidades culturais ao


desenvolvimento sustentável das cidades; incluindo, de forma urgente, os valores ambientais
nas políticas de conservação do patrimônio.

Consideraram necessário conectar os profissionais responsáveis pelo patrimônio e os


acadêmicos com as autoridades da cidade; integrando as comunidades e pessoas locais na
identificação, conservação e desenvolvimento dos valores do patrimônio.
Em particular, no que respeita à paisagem histórica urbana, reconhecem que os esforços
institucionais da UNESCO ao longo dos últimos dez anos tem estendido o diálogo levando à uma
concepção holística da cidade, que inclui: desenvolvimento físico, social, cultural, ambiental e
econômico sustentável.

Dentre os resultados dos debates, temos:

Paisagem Histórica Urbana é uma parte integrante e fundamental do ambiente das comunidades
que vivem dentro delas, ou que tenham associação com elas; nem a designação, nem a
pesquisa acadêmica devem se dar em detrimento das comunidades locais;

Todas as políticas relativas e que afetem as cidades e os centros históricos urbanos devem
respeitar os estilos de vida das comunidades que vivem e trabalham nelas; esses estilos de vida
representam um componente significativo da cultural intangível das comunidades, sua herança
cultural. Assim sendo, devem ser previstos o acesso adequado e os direitos culturais das
comunidades.

Os acesso adequado e os direitos culturais devem ser respeitados, tanto quanto os elementos
tangíveis das paisagens históricas urbanas; apesar de envolverem relações intangíveis ou
invisíveis. É necessário propor ferramentas inovadoras para perceber, apreciar ou classificar
seus valores.

Paisagem Histórica Urbana é uma expressão da diversidade cultural, resultante de um processo


cultural permanente e contínuo de camadas que tem uma forma tangível, as quais, valores
simbólicos e intangíveis são incluídos e compreendidos por meio da percepção sensorial, do
conhecimento local e da investigação das interligações entre essas camadas.

A consideração privilegiada em relação à ação é um valor de patrimônio das paisagens históricas


urbanas.

O Fórum UNESCO-Universidade e Patrimônio recomendou que o Comitê e o Centro do


Patrimônio Mundial envidem esforços na elaboração de uma nova Recomendação da UNESCO,
integrando as ideias relevantes que foram debatidas e desenvolvam uma plataforma permanente
de diálogo entre a UNESCO e a rede Fórum Universidade e Patrimônio;

Debates acerca da importância das paisagens históricas urbanas e da implementação da


Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, devem ter papel relevante nos cursos da UNESCO e
difundidas em outras academias por meio dos seus currículos, da educação e da pesquisa, em
particular.
Princípios de Valleta para a Salvaguarda e a gestão das cidades e conjuntos históricos urbanos –
5. Carta de Valetta – ICOMOSvi ICOMOS, 2011

Nessa linha de pensamento, não poderíamos deixar de citar os “Princípios de Valetta para a
salvaguarda e a gestão das cidades e conjuntos históricos urbanos” resultante do Simpósio
"Cidade Histórica: modelo de referência para as políticas de desenvolvimento urbano
sustentável", resultante da reunião anual do CIVVIH ─ Comitê Internacional para Cidades e
Povoações Históricas, realizado em Valletta, Malta, de 7 a 10 de abril de 2011.

O referido comitê redefiniu os objetivos, as ações e os instrumentos necessários para a


salvaguarda das cidades e conjuntos históricos urbanos, considerando as evoluções
significativas das definições e metodologias em matéria de salvaguarda e gestão das cidades e
conjuntos históricos urbanos. Este documento reflete o novo consenso provocado pelos debates
sobre as paisagens históricas urbanas.

As transformações advindas dos processos de desenvolvimento acelerado refletem uma tomada


de consciência da questão do patrimônio no nível territorial, e não somente na escala do conjunto
urbano; os valores imateriais, como continuidade e identidade; os usos tradicionais do território
urbano e o papel dos espaços públicos nas trocas coletivas; os fatores socioeconômicos como a
integração, e os fatores ambientais.

Questões como o papel da paisagem considerada como território comum, ou a conceituação da


paisagem urbana como um todo, com sua topografia histórica, seu perfil (skyline) nos parecem
hoje, mais importante que anteriormente. Outra questão, particularmente relevante nas cidades
com crescimento rápido, tem haver com o desenvolvimento em larga escala, suscetível de
destruir o parcelamento tradicional, definidor da historia da morfologia urbana. (Figura 3)

Neste sentido é fundamental considerar o patrimônio como um recurso constitutivo do


ecossistema urbano. Este conceito deve ser respeitado estritamente, para assegurar um
desenvolvimento harmonioso para as cidades históricas e sua ambiência.

Reconhecem que as diretrizes do urbanismo regulamentar contemporâneo se fundamentam em


uma política orientada para a expansão urbana, e não de preservação do patrimônio urbano. Por
este motivo, a noção de desenvolvimento sustentável vem adquirindo grande importância.

O objetivo principal do documento foi propor princípios e estratégias aplicáveis em cada


intervenção nas cidades e conjuntos históricos urbanos, salvaguardando seus valores, bem
como sua integração na vida social, cultural e econômica. Reitera muitos dos princípios contidos
nas Recomendações de Nairobivii e Carta de Washingtonviii. Carta do ICOMOS para a Conservação das Cidades
Históricas e Áreas Urbanas (Carta de Washington) 1987
Recomendação de Nairobi da UNESCO de 1976 sobre a
Salvaguarda e Papel Contemporâneo das Áreas Históricas
6. Recomendação sobre as Paisagens Históricas Urbanas – UNESCO

Finalmente, em outubro de 2011, a 36ª Conferencia Geral da UNESCO, publicou o documento


“Recomendação sobre as Paisagens Históricas Urbanas”, ix incluindo, nas Diretrizes
Operacionais o conceito de Paisagem Histórica Urbana na categoria de Cidades Históricas.

Considerações: o patrimônio urbano é, para a humanidade, um bem social, cultural e econômico,


definido por uma estratificação histórica de valores que foram produzidos por culturas sucessivas
existentes e pela acumulação de tradições e experiências, reconhecidas como tal, na sua
diversidade, 2011, preambulo, 2º paragrafo

A urbanização está evoluindo numa escala nunca vista na história da humanidade e, em todo o
mundo, este fato está na base da mudança e do crescimento socioeconômico, que deveria ser
aproveitado a nível local, nacional, regional e internacional. 2011, preambulo, 3º paragrafo

O desenvolvimento rápido e muitas vezes descontrolado está transformando as áreas urbanas e


a sua paisagem, o que poderá provocar a fragmentação e deterioração do patrimônio urbano
com profundo impacto nos valores da comunidade, em todo o mundo. 2011, preambulo, 5º paragrafo

Hoje, mais de metade da população mundial reside em áreas urbanas. As áreas urbanas são
cada vez mais importantes como motores de crescimento e como centros de inovação e
criatividade; proporcionam oportunidades de emprego, de educação, e vão ao encontro das
crescentes necessidades e aspirações da população. 2011, art. 1º
O patrimônio urbano, incluindo seus componentes materiais e imateriais, constitui um recurso
fundamental na melhoria da habitabilidade das áreas urbanas e promove o desenvolvimento
econômico e a coesão social num ambiente global em constante mudança. Como o futuro da
humanidade depende do planejamento e gestão eficazes de recursos, a conservação tornou-se
uma estratégia para alcançar o equilíbrio entre crescimento urbano e qualidade de vida numa
base sustentável. 2011, art. 3º

A proteção do patrimônio natural e cultural deverá estar apoiada na integração das estratégias de
conservação, gestão e planejamento da área histórica urbana nos processos de
desenvolvimentos locais e planejamento urbano, tais como a arquitetura contemporânea e o
desenvolvimento de infraestruturas, para os quais a aplicação de uma abordagem paisagística
ajudaria a manter a identidade urbana. 2011, preambulo, 6º paragrafo

O princípio do desenvolvimento sustentável prevê a preservação dos recursos existentes, a


proteção ativa do patrimônio humano e a sua gestão sustentável se revestem como uma
condição sine qua non do desenvolvimento. 2011, preambulo, 7º paragrafo

A recomendação foi orientada para a necessidade de uma melhor integração e enquadramento


das estratégias de conservação do patrimônio urbano no âmbito do desenvolvimento sustentável
global, a fim de apoiar ações públicas e privadas que visam preservar e melhorar a qualidade do
ambiente humano. Sugerindo uma abordagem paisagística para a identificação, conservação e
gestão de áreas históricas dentro dos seus contextos urbanos mais amplos, considerando as
interrelações das suas formas físicas, a sua organização e conexão espacial, as suas
características e espaços naturais, e os seus valores sociais, culturais e econômicos. 2011, art. 5º

Ficando assim definida: “a paisagem histórica urbana é a área urbana compreendida como o
resultado de uma estratificação histórica dos valores e atributos culturais e naturais, que se
estende além da noção de ‘centro histórico’ ou ‘conjunto’ para incluir o contexto urbano mais
amplo e a sua localização geográfica. Este contexto mais amplo inclui a topografia do local, a
geomorfologia, hidrologia e recursos naturais; o seu ambiente construído, tanto histórico como
contemporâneo; as suas infraestruturas acima e abaixo do nível do solo; os seus espaços
abertos e jardins, os seus padrões de uso da terra e organização espacial; percepções e
relações visuais; bem como todos os outros elementos da estrutura urbana. Também inclui
práticas e valores sociais e culturais, processos econômicos e as dimensões intangíveis do
patrimônio relacionado com a diversidade e identidade”. 2011, art. 8º e 9º

A abordagem da paisagem histórica urbana visa preservar a qualidade do ambiente humano,


melhorando o uso produtivo e sustentável dos espaços urbanos, reconhecendo seu caráter
dinâmico e promovendo a diversidade social e funcional. Integra os objetivos de conservação do
patrimônio urbano e os de desenvolvimento social e econômico. Está enraizada num
relacionamento equilibrado e sustentável entre o ambiente urbano e natural, entre as
necessidades das gerações presentes e futuras e o legado do passado. (Figura 4) 2011, art. 11

Considera, também, a diversidade cultural e a criatividade como ativos fundamentais para o


desenvolvimento humano, social e econômico e oferece ferramentas para gerir as
transformações físicas e sociais e garantir que as intervenções contemporâneas estão
harmoniosamente integradas com o patrimônio num cenário histórico e considerando os
contextos regionais. 2011, art. 12

Devido ao aumento acentuado da população urbana no mundo, a escala e a velocidade do


desenvolvimento e as transformações econômicas, nas últimas décadas, as povoações urbanas
e as suas áreas históricas tornaram-se centros e motores de crescimento econômico em muitas
regiões do mundo, assumindo um novo papel na vida cultural e social. Como resultado
encontra-se sob um vasto conjunto de novas pressões, incluindo: 2011, art. 16

Urbanização e Globalização - O crescimento urbano está transformando a essência de muitas


áreas urbanas históricas. Os processos globais têm um profundo impacto sobre os valores
atribuídos pelas comunidades às áreas urbanas e o seu ambiente, e sobre as percepções e
realidades dos habitantes e usuários. Algumas áreas históricas urbanas estão perdendo suas
funcionalidades, papel tradicional e população. Uma abordagem sob a perspectiva da paisagem
histórica urbana pode ajudar a gerir e atenuar esses impactos. 2011, art. 17

Desenvolvimento - As novas funções, como serviços e turismo, se tornam importantes iniciativas


econômicas que podem contribuir para o bem estar das comunidades e para a conservação de
áreas históricas urbanas e sua herança cultural, assegurando em simultâneo a diversidade
econômica e social e a função residencial, se geridas de forma eficiente. 2011, art. 18

Ambiente - As povoações têm se adaptado constantemente às mudanças climáticas e


ambientais, incluindo aquelas resultantes de desastres. No entanto, a intensidade e a velocidade
das mudanças atuais constituem um desafio para os nossos complexos ambientes urbanos. 2011, art.
19
As políticas modernas de conservação urbana, que se refletem nas recomendações e cartas
internacionais, criaram condições para a preservação das áreas urbanas históricas. No entanto,
os desafios presentes e futuros exigem a definição e a implementação de uma nova geração de
políticas públicas que identifiquem e protejam os estratos históricos e o equilíbrio de valores
culturais e naturais em ambientes urbanos. 2011, art. 21

A conservação do patrimônio urbano deve estar integrada no planejamento geral de políticas e


práticas relacionadas com o contexto urbano mais abrangente. As políticas devem oferecer
mecanismos para encontrar o equilíbrio entre conservação e sustentabilidade a curto e longo
prazo. Deve enfatizar a integração harmoniosa entre o tecido histórico urbano e as intervenções
contemporâneas. 2011, art. 22

A abordagem baseada na paisagem histórica urbana implica na aplicação de um conjunto de


ferramentas tradicionais e inovadoras devidamente adaptadas aos contextos locais. Algumas
destas ferramentas necessitam ser desenvolvidas como parte do processo, envolvendo diversos
agentes. 2011, art. 24

As ferramentas de compromisso cívico são parte integrante da dinâmica de gestão urbana,


devem facilitar o diálogo intercultural através da aprendizagem das comunidades acerca das
suas histórias, tradições, valores, necessidades e aspirações e através da mediação e
negociação entre conflitos de interesses e grupos. 2011, art. 24 a

As ferramentas de conhecimento e planejamento deverão ajudar a proteger a integridade e


autenticidade dos atributos do patrimônio urbano. 2011, art. 24 b

Os sistemas de regulação deverão refletir as condições locais e podem incluir medidas


legislativas e regulamentares visando à conservação e gestão dos atributos tangíveis e
intangíveis do patrimônio urbano, incluindo os seus valores sociais, ambientais e culturais. 2011, art.
24 c
As ferramentas financeiras deveriam criar capacidades e apoiar o desenvolvimento inovador e
gerador de receitas, enraizado na tradição. 2011, art. 24 d
Conclusão:

A Recomendação sobre as Paisagens Históricas Urbanas frustrou as expectativas dos que


esperavam por um conceito mais abrangente, inserido na categoria de Paisagem Cultural, que
reconhecesse a dinâmica dos territórios urbanos em seus contextos ambientais e geográficos de
forma mais ampla.

Fotos:

Figura 1 – Centro Histórico de Salvador/BA- Brasil Figura 2 – Vista Aérea – Rio de Janeiro/RJ – Brasil

Figura 1 – Centro Histórico de Salvador/BA- Brasil


Fonte: Dossiê da Candidatura do Rio de Janeiro –
Paisagem Cultural

Figura 3 – Torre de Londres, Londres/ England - Figura 4 – Torre de Montparnasse, Paris/FR


2008

Operador: Monica Moreira Penna - 2008


Operador: Mario Luiz Cury Cezarotti – 2009
Bibliografia

BANDARIN, Francesco e Oers, Ron van, The Historic Urban Landscape: managing heritage in a
urban century. Ed. Willey-Blackwell, 2012.
CURY, Isabelle (org.). Cartas Patrimoniais. 3ª edição, IPHAN- Brasília, 2004.
ICOMOS, Carta Internacional para a Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios
(Carta de Veneza) de 1964.
_______, Carta Internacional para Jardins Históricos (Carta de Florença) de 1982.
_______, Carta de Washington Carta Internacional para a Salvaguarda das Cidades Históricas
(Carta de Washington) de1987.
_______, Declaração de Xi'an de 2005, Proteção e gestão das edificações, dos sítios e das áreas
do patrimônio, como as cidades, paisagens, itinerários culturais e sítios arqueológicos.
________, Assembleia-Geral sobre o Espírito do Local, no Québec, em 2008.
UNESCO, Recomendação sobre a Salvaguarda da Beleza e do Caráter das Paisagens e Locais,
de 1962.
________, Convenção do Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, de 1972.
________, Recomendação sobre a Preservação de Bens Culturais Ameaçados por Obras
Públicas ou Privadas, de 1968.
________ Declaração sobre o Ambiente Humano, do Patrimônio Cultural e Natural, de 1972.
________, Recomendação sobre a Salvaguarda dos conjuntos históricos e sua função na vida
contemporânea; de 1976.
________, Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões
Culturais, de 2005.
________, Memorando de Viena a Conferência Internacional de 2005 sobre o Patrimônio
Mundial e Arquitetura Contemporânea em Viena. de 2005.

Notas:

i
O Memorando de Viena, conferência internacional "O patrimônio mundial e arquitetura contemporânea:
Gestão das paisagens históricas urbanas", 2005.
ii
Recomendação da UNESCO de 1962 sobre a Salvaguarda da Beleza e do Caráter das Paisagens e
Locais.
iii
Declaração de Amsterdã – Conselho da Europa 1975.
iv
Recomendação de Nairobi da UNESCO de 1976 relativa a Salvaguarda dos conjuntos históricos e sua
função na vida contemporânea.
v
Recomendação R (95) 9 - Sobre a conservação integrada das áreas de paisagens culturais como
integrantes das políticas paisagísticas Conselho da Europa – 1995.
vi
Princípios de Valleta para a Salvaguarda e a gestão das cidades e conjuntos históricos urbanos –
ICOMOS, 2011.
vii
Recomendação de Nairobi da UNESCO de 1976 sobre a Salvaguarda e Papel Contemporâneo das
Áreas Históricas.
viii
Carta do ICOMOS para a Conservação das Cidades Históricas e Áreas Urbanas (Carta de Washington)
1987.
ix
Recomendação sobre as Paisagens Históricas Urbanas, 36ª Conferencia Geral da UNESCO, 2011.

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