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A obra e o autor
Seu livro "A Economia da Natureza", escrito em parceria com Gary L. Miller, é amplamente
utilizado como referência em cursos de ecologia ao redor do mundo, apresentando conceitos
fundamentais dessa disciplina de forma acessível e abrangente. “A Economia da Natureza" é um livro
amplamente utilizado em cursos de ecologia e biologia, escrito por Robert E. Ricklefs e Gary L. Miller.
Ele oferece uma introdução abrangente aos princípios e conceitos fundamentais da ecologia.
Com isso, é colocado em pauta o clima, a topografia e o solo como determinantes no caráter de
mudança da vida vegetal e animal na terra, e a partir desses aspectos determinismos um espaço onde
aja as comunidades, surgindo assim os Biomas.
Para o autor, os biomas são grandes áreas geográficas que compartilham características
climáticas, de solo, vegetação e fauna similares. Cada bioma possui um conjunto distinto de plantas,
animais e condições ambientais que o tornam único. Alguns dos biomas mais importantes e
reconhecidos incluem:
Estes são apenas alguns exemplos dos muitos biomas encontrados ao redor do mundo e que são
citados pelo texto. Cada um desempenha um papel importante na manutenção da diversidade biológica,
nos ciclos naturais e no equilíbrio ambiental global. A conservação desses biomas é fundamental para a
preservação da vida selvagem e dos ecossistemas.
Durante o livro, o autor coloca alguns pontos como definitivos e essenciais para os processos
naturais, a começar pelo clima. Para ele, o clima é um grande determinante da distribuição da
vegetação, pois os fatores climáticos como temperatura, precipitação, umidade e sazonalidade
influenciam diretamente os tipos de plantas que podem crescer em determinadas regiões. Por exemplo,
as florestas tropicais são encontradas em áreas com alta temperatura e umidade durante todo o ano, o
que favorece o crescimento de vegetação densa e diversificada. Em contraste, as regiões áridas, como
desertos, têm precipitação muito limitada, o que resulta em vegetação adaptada à escassez de água,
como cactos e outras plantas suculentas. As florestas temperadas, por sua vez, têm padrões climáticos
com estações distintas, com invernos frios e verões mais amenos, levando ao desenvolvimento de
árvores decíduas e coníferas.
Ainda utilizando o clima como determinante, temos o termo “tolerâncias ecológicas”, citado no
texto, as tolerâncias ecológicas referem-se à capacidade de um organismo ou de uma espécie de
suportar variações em fatores ambientais, como temperatura, umidade, pH do solo, salinidade, entre
outros, dentro dos quais eles podem sobreviver, crescer e reproduzir. Cada organismo possui suas
próprias tolerâncias ecológicas específicas, e essas tolerâncias podem variar de uma espécie para outra.
Alguns organismos podem ser extremamente adaptáveis a uma ampla gama de condições ambientais,
enquanto outros têm limitações mais específicas em relação ao seu ambiente.
Saindo do clima, e colocando agora a topografia e o solo em pauta, é possível notar como as
variações de ambos influenciam nas distribuições locais de vegetação. Esses dois fatores podem criar
diferentes microclimas e condições edáficas (relativas ao solo), influenciando diretamente os tipos de
vegetação que podem crescer em uma determinada área. No caso da topografia altitude e exposição
solar, já no solo, sua composição e drenagem. A forma e a função dos organismos frequentemente
refletem adaptações que os ajudam a sobreviver e prosperar em seus ambientes específicos. A evolução
moldou características físicas e comportamentais nos organismos ao longo do tempo, de modo que
sejam adequados para as condições ambientais em que vivem. Essas adaptações podem ser vistas em
vários níveis, no livro, segue alguns termos:
Portanto, embora o clima seja um fator importante na definição das fronteiras terrestres, outros
elementos, como características do solo, geologia e até mesmo fatores humanos, também podem
influenciar a delimitação de fronteiras ecológicas e geográficas.
Outro fator fundamental dos processos naturais além do clima de modo geral, são as zonas
climáticas, na qual desempenham um papel fundamental na determinação dos tipos de vegetação
encontrados em diferentes regiões do planeta. As características do clima, como temperatura, umidade
e sazonalidade, influenciam diretamente os tipos de plantas que podem crescer em uma determinada
área. A relação entre zonas climáticas e vegetação está intimamente ligada às condições ambientais
predominantes em cada região. O clima afeta a disponibilidade de água, temperatura e luz solar,
influenciando assim os tipos de plantas que podem crescer e se adaptar a essas condições específicas.
Essa relação é fundamental para entender a distribuição global da vegetação e dos biomas.
Dando prosseguimento, há as seguintes divisões de biomas citadas pelo capítulo que devem ser
entendidas separadamentes:
I - Bioma da Floresta Sazonal Temperada (zona climática IV):
A floresta sazonal temperada é um verdadeiro espetáculo da natureza, um bioma que abrange diversas
regiões do globo e se destaca por suas estações marcadas e variadas. Espalhadas pelo leste dos Estados
Unidos, porções da China, Japão, partes da Europa e da América do Sul, essas florestas apresentam um
ciclo anual notável, com invernos frios e verões quentes, cada um trazendo sua própria atmosfera e
impacto no ecossistema.
Uma das características mais marcantes dessas florestas é a transição das estações. No outono, as
árvores exibem uma explosão de cores, com tons vibrantes de vermelho, laranja e amarelo antes de
perderem suas folhas. Essa é uma adaptação para lidar com o inverno rigoroso que se segue, quando as
árvores se preparam para um período de dormência. Sem folhas, elas reduzem a perda de água e
energia durante os meses frios, aguardando a primavera para reflorescerem.
Durante a primavera e o verão, essas florestas estão em seu auge de atividade. As árvores recuperam
suas folhas, proporcionando sombra e abrigo para uma miríade de vida selvagem que as habita. A
diversidade de árvores é notável, com espécies como carvalhos, bordos, faias e nogueiras entre as mais
comuns, formando um dossel exuberante sobre o solo.
Esses ecossistemas não são apenas um lar para as árvores majestosas, mas também para uma variedade
impressionante de animais. Desde mamíferos como veados, ursos e esquilos até uma ampla gama de
aves, répteis e anfíbios, a floresta sazonal temperada é um verdadeiro tesouro de biodiversidade.
Algumas espécies migram sazonalmente para climas mais amenos, enquanto outras desenvolvem
estratégias de adaptação para enfrentar os invernos rigorosos.
Além da rica vida selvagem, essas florestas desempenham um papel crucial na manutenção do
equilíbrio ambiental. Os solos férteis são fruto da decomposição das folhas e da matéria orgânica,
enquanto os rios e riachos que cortam essas paisagens oferecem recursos vitais para as plantas e
animais que delas dependem.
Contudo, como tantos outros ecossistemas, as florestas sazonais temperadas enfrentam ameaças
significativas. O desmatamento devido à expansão urbana, agricultura e exploração madeireira tem
reduzido drasticamente essas áreas naturais. As mudanças climáticas também estão exercendo pressão
sobre essas florestas, afetando seus padrões climáticos e colocando em risco a sobrevivência de várias
espécies.
A floresta temperada úmida é um bioma encontrado em regiões como a costa oeste dos Estados
Unidos, partes do Canadá, sul do Chile, Nova Zelândia e algumas áreas da Europa. Caracteriza-se por
um clima relativamente úmido ao longo do ano, com invernos suaves e verões frescos.
Essas florestas são dominadas por árvores de folhas largas, como abetos, pinheiros, cedros e outras
espécies resistentes à umidade. O solo fértil e bem-drenado é propício para uma vegetação exuberante,
com uma rica diversidade de plantas herbáceas, musgos e samambaias no sub-bosque.
A fauna é variada, com uma gama de mamíferos, aves e anfíbios que habitam esse ambiente. A
umidade constante e a presença de rios e lagos proporcionam condições ideais para a vida selvagem.
Assim como outros biomas, as florestas temperadas úmidas enfrentam ameaças devido à exploração
madeireira excessiva, urbanização e mudanças climáticas, o que destaca a importância da conservação
para proteger essa biodiversidade única.
Os campos e desertos temperados são biomas distintos, mas compartilham algumas características. Os
campos temperados são encontrados em áreas como as Grandes Planícies da América do Norte,
pampas na América do Sul e estepes na Eurásia. Caracterizam-se por vastas extensões de vegetação
rasteira, herbácea ou gramínea, com árvores escassas.
Por outro lado, os desertos temperados, como o deserto de Mojave nos EUA e o deserto de Gobi na
Ásia, são áreas áridas com pouca precipitação. Apesar das variações de temperatura ao longo do ano,
podem experimentar invernos frios e verões quentes. A vegetação nos desertos temperados tende a ser
adaptada à escassez de água, com plantas resistentes, como cactos e arbustos xerófilos.
Ambos os biomas enfrentam desafios devido à atividade humana, como a agricultura intensiva nos
campos, resultando na perda de habitat natural e na desertificação. A preservação desses biomas é
crucial para manter o equilíbrio ecológico e a biodiversidade nessas áreas.
Os bosques e arbustos são biomas variados e encontrados em diversas partes do mundo, adaptados a
condições específicas de clima e solo. Esses biomas podem ser compostos por uma variedade de
árvores, arbustos e vegetação de porte menor.
Os bosques são ecossistemas dominados por árvores, variando desde densas florestas tropicais até
bosques temperados e boreais. Eles sustentam uma rica diversidade de vida selvagem, desde pequenos
animais até grandes mamíferos e aves, e desempenham um papel crucial na regulação do clima e na
preservação da biodiversidade.
Esses desertos, como o deserto do Saara na África, o deserto de Sonora no sudoeste dos Estados
Unidos e o deserto da Austrália, apresentam paisagens áridas com vegetação esparsa, que inclui plantas
adaptadas à escassez de água, como cactos, arbustos resistentes e outras plantas xerófitas.
A vida animal nos desertos subtropicais muitas vezes está adaptada às condições extremas, com
espécies como camelos, lagartos, répteis, aves migratórias e insetos resistentes à seca.
Prosseguindo com outros tipos de biomas, é relevante ressaltar que as zonas climáticas polares
boreais possuem temperaturas abaixo dos 5 graus. Com isso, teremos:
As condições na Floresta Boreal são desafiadoras, com invernos longos e rigorosos, temperaturas
extremamente baixas e verões curtos e frescos. A vegetação adaptada a essas condições inclui árvores
resistentes ao frio, muitas das quais mantêm suas folhas durante o inverno para minimizar a perda de
água.
A biodiversidade na Taiga é notável, com uma variedade de animais adaptados ao clima frio, como
alces, ursos, lobos, linces, renas e uma grande variedade de aves migratórias. Os rios e lagos são
características comuns desse bioma, fornecendo habitats vitais para peixes, aves aquáticas e outros
animais.
VII - Bioma de Tundra (Zona Climática IX):
A Tundra é um bioma extremamente frio e árido, encontrado em regiões próximas aos polos,
principalmente ao redor do Círculo Polar Ártico, mas também em elevadas altitudes de algumas
montanhas. Caracteriza-se por terrestres cobertas por gelo e neve na maior parte do ano, com um solo
permanentemente congelado chamado permafrost.
A vegetação na Tundra é limitada devido às condições extremas, com musgos, líquens, gramíneas
pequenas e algumas plantas resistentes, como lírios alpinos e salgueiros anões. Árvores são
praticamente inexistentes devido às condições climáticas desfavoráveis.
A vida animal na Tundra é adaptada à escassez de vegetação e ao clima frio, incluindo renas,
lemingues, raposas árticas, ursos polares, aves migratórias e algumas espécies de insetos.
Esse bioma é frágil e vulnerável, e suas características únicas são ameaçadas pelas mudanças
climáticas, pela exploração mineral e petrolífera, além das atividades humanas que afetam diretamente
a área.
Saindo das zonas climáticas boreais e polares, entramos na divisão de zonas equatoriais e
tropicais, possuindo temperaturas acima de 20 graus, opondo completamente as trabalhadas
anteriormente.
Caracterizadas por um dossel espesso de árvores altas e uma vegetação exuberante, as florestas
tropicais abrigam milhões de espécies de plantas, animais e insetos. Árvores gigantes, epífitas, lianas e
uma grande variedade de espécies vegetais convivem em camadas distintas da floresta, formando um
dos ecossistemas mais diversos do planeta.
A fauna das florestas tropicais inclui uma riqueza incomparável de vida selvagem, como jaguares,
tigres, elefantes, macacos, serpentes, pássaros coloridos e uma miríade de insetos.
No entanto, durante a estação seca, a vegetação tende a murchar, as árvores perdem folhas e o ambiente
se torna mais árido. As espécies da savana desenvolveram adaptações para sobreviver a essa estação
mais difícil, como a capacidade de armazenar água ou a migração em busca de recursos.
Por fim no capítulo é tratado sobre como o conceito de bioma deve ser modificado para os
sistemas aquáticos, neste caso:
Os ecossistemas aquáticos são um mundo vasto e diversificado, habitados por uma miríade de
formas de vida que variam desde os menores organismos microscópicos até as majestosas baleias e os
imponentes recifes de corais. Ao considerarmos os biomas aquáticos, a complexidade e a interconexão
desses sistemas se tornam evidentes.
Os oceanos, por exemplo, abrangem a maior parte do nosso planeta e desempenham um papel
crucial na regulação do clima global, na produção de oxigênio e na provisão de recursos alimentares
para milhões de pessoas. Suas águas profundas e superficiais sustentam uma rica diversidade de vida,
desde os pequenos plânctons até os grandes predadores marinhos. Além disso, os oceanos são palco de
uma intrincada teia alimentar, onde cada organismo desempenha um papel vital na manutenção do
equilíbrio ecológico.
As zonas costeiras e estuarinas são outro componente importante dos ecossistemas aquáticos,
servindo como berçários para muitas espécies marinhas. Estes ambientes dinâmicos e ricos em
nutrientes são o lar de manguezais, recifes de coral, pradarias marinhas e uma variedade de peixes,
crustáceos e aves aquáticas. A interação entre a água doce e salgada nessas áreas é fundamental para a
vida marinha e para a proteção das comunidades costeiras.
Os rios e lagos também formam biomas aquáticos distintos, com suas próprias características e
biodiversidade. Dos rios sinuosos que cortam paisagens variadas às lagoas tranquilas escondidas nas
montanhas, esses corpos d'água oferecem habitats únicos para uma ampla gama de organismos. Eles
também desempenham um papel vital na regulação do ciclo da água, no fornecimento de água potável
e na manutenção de ecossistemas terrestres próximos.
Assim, compreender os biomas aquáticos não é apenas reconhecer sua diversidade e beleza,
mas também compreender a interligação vital desses ecossistemas com toda a vida no planeta. É
essencial adotar uma abordagem holística na conservação e gestão desses ambientes, visando proteger
não apenas a biodiversidade, mas também os serviços ecossistêmicos vitais que eles oferecem para o
bem-estar humano e para a saúde do nosso planeta.