Você está na página 1de 10

BIOGEOGRAFIA

PROF. DRA. MARIA FERNANDA TORRES

Maria Clara Alexandre de Araújo

Fichamento do Capítulo 5 do livro “A Economia da Natureza” de Ricklefs: O


Conceito de Biomas na Ecologia:

A obra e o autor

Robert Ricklefs é um renomado ecologista e biogeógrafo conhecido por suas contribuições


significativas para o campo da ecologia e biogeografia. Ele é reconhecido principalmente por seus
trabalhos na teoria da biogeografia de ilhas, ecologia de populações e comunidades, além de seus
estudos sobre diversidade de aves.. Ele também fez contribuições valiosas para a compreensão dos
padrões de distribuição de espécies, diversidade biológica e dinâmica de populações.

Seu livro "A Economia da Natureza", escrito em parceria com Gary L. Miller, é amplamente
utilizado como referência em cursos de ecologia ao redor do mundo, apresentando conceitos
fundamentais dessa disciplina de forma acessível e abrangente. “A Economia da Natureza" é um livro
amplamente utilizado em cursos de ecologia e biologia, escrito por Robert E. Ricklefs e Gary L. Miller.
Ele oferece uma introdução abrangente aos princípios e conceitos fundamentais da ecologia.

O livro aborda diversos tópicos, incluindo ecologia de populações, comunidades, ecossistemas,


biogeografia, conservação da biodiversidade, entre outros. Ele explora a interação entre os organismos
e seu ambiente, os processos ecológicos, os padrões de distribuição das espécies e como a natureza se
organiza e funciona. "A Economia da Natureza" é conhecido por apresentar informações complexas de
maneira acessível, utilizando exemplos do mundo real e estudos de caso para ilustrar os conceitos
discutidos. É uma ferramenta valiosa para estudantes e pesquisadores interessados em entender os
princípios básicos da ecologia e a importância da conservação da natureza.
Capítulo 5 - O Conceito de Biomas na Ecologia:

O texto inicia-se dando a explicação do fenômeno da convergência, na qual refere-se à


evolução de características semelhantes em espécies não relacionadas que habitam ambientes similares
ou enfrentam desafios ambientais parecidos. É quando organismos independentemente desenvolvem
características análogas para desempenhar funções semelhantes. O exemplo utilizado é a semelhança
entre os cactos nos desertos da América do Norte e as euforbiáceas nos desertos da África. Embora
pertençam a famílias de plantas diferentes, ambos evoluíram para terem caules suculentos e espinhos
para conservar água em ambientes áridos.

Com isso, é colocado em pauta o clima, a topografia e o solo como determinantes no caráter de
mudança da vida vegetal e animal na terra, e a partir desses aspectos determinismos um espaço onde
aja as comunidades, surgindo assim os Biomas.

Para o autor, os biomas são grandes áreas geográficas que compartilham características
climáticas, de solo, vegetação e fauna similares. Cada bioma possui um conjunto distinto de plantas,
animais e condições ambientais que o tornam único. Alguns dos biomas mais importantes e
reconhecidos incluem:

​ Florestas Tropicais: Encontradas principalmente perto do Equador, possuem uma grande


diversidade de espécies vegetais e animais. São biomas densamente arborizados e úmidos.
​ Desertos: São áreas áridas com precipitação limitada. Podem variar desde desertos quentes,
como o Saara, até desertos frios, como o deserto de Gobi, na Mongólia.
​ Tundra: Caracterizada por invernos longos e rigorosos, com solo permanentemente congelado.
A vegetação é limitada, com musgos, liquens e algumas plantas resistentes ao frio.
​ Florestas Temperadas: Presentes em regiões com estações distintas, têm uma variedade de
árvores decíduas e coníferas. Podem ser caducifólias (perdem as folhas no outono) ou perenes.
​ Pradarias: São planícies com grama alta e poucas árvores. Podem ser divididas em pradarias
temperadas (como as das Grandes Planícies da América do Norte) e pradarias tropicais (como
os pampas da América do Sul).
​ Florestas Boreais (Taiga): Localizadas em regiões frias, como a Rússia e o Canadá, são
dominadas por coníferas e apresentam invernos longos e rigorosos.

Estes são apenas alguns exemplos dos muitos biomas encontrados ao redor do mundo e que são
citados pelo texto. Cada um desempenha um papel importante na manutenção da diversidade biológica,
nos ciclos naturais e no equilíbrio ambiental global. A conservação desses biomas é fundamental para a
preservação da vida selvagem e dos ecossistemas.

Durante o livro, o autor coloca alguns pontos como definitivos e essenciais para os processos
naturais, a começar pelo clima. Para ele, o clima é um grande determinante da distribuição da
vegetação, pois os fatores climáticos como temperatura, precipitação, umidade e sazonalidade
influenciam diretamente os tipos de plantas que podem crescer em determinadas regiões. Por exemplo,
as florestas tropicais são encontradas em áreas com alta temperatura e umidade durante todo o ano, o
que favorece o crescimento de vegetação densa e diversificada. Em contraste, as regiões áridas, como
desertos, têm precipitação muito limitada, o que resulta em vegetação adaptada à escassez de água,
como cactos e outras plantas suculentas. As florestas temperadas, por sua vez, têm padrões climáticos
com estações distintas, com invernos frios e verões mais amenos, levando ao desenvolvimento de
árvores decíduas e coníferas.

Ainda utilizando o clima como determinante, temos o termo “tolerâncias ecológicas”, citado no
texto, as tolerâncias ecológicas referem-se à capacidade de um organismo ou de uma espécie de
suportar variações em fatores ambientais, como temperatura, umidade, pH do solo, salinidade, entre
outros, dentro dos quais eles podem sobreviver, crescer e reproduzir. Cada organismo possui suas
próprias tolerâncias ecológicas específicas, e essas tolerâncias podem variar de uma espécie para outra.
Alguns organismos podem ser extremamente adaptáveis a uma ampla gama de condições ambientais,
enquanto outros têm limitações mais específicas em relação ao seu ambiente.

Saindo do clima, e colocando agora a topografia e o solo em pauta, é possível notar como as
variações de ambos influenciam nas distribuições locais de vegetação. Esses dois fatores podem criar
diferentes microclimas e condições edáficas (relativas ao solo), influenciando diretamente os tipos de
vegetação que podem crescer em uma determinada área. No caso da topografia altitude e exposição
solar, já no solo, sua composição e drenagem. A forma e a função dos organismos frequentemente
refletem adaptações que os ajudam a sobreviver e prosperar em seus ambientes específicos. A evolução
moldou características físicas e comportamentais nos organismos ao longo do tempo, de modo que
sejam adequados para as condições ambientais em que vivem. Essas adaptações podem ser vistas em
vários níveis, no livro, segue alguns termos:

● Especialização: Refere-se à capacidade de um organismo de se adaptar a um conjunto


específico de condições ambientais ou recursos. Organismos especializados são altamente
adaptados para um nicho específico e muitas vezes têm demandas específicas para sobreviver.
Por exemplo, uma espécie de planta que só cresce em um tipo particular de solo ou uma
espécie de borboleta cujas larvas se alimentam exclusivamente de uma única planta.
● Especialistas: São organismos que se destacam em condições ou recursos específicos. Eles
podem ser altamente adaptados para explorar esses recursos, mas podem ser mais sensíveis a
mudanças no ambiente. Por exemplo, certas espécies de pássaros podem ser especialistas em se
alimentar de um tipo específico de inseto.
● Generalização: Em contraste, os organismos generalistas são mais flexíveis em termos de
habitat e recursos. Eles têm uma ampla gama de recursos que podem utilizar e são capazes de
sobreviver em diferentes ambientes. Geralmente, têm uma adaptabilidade maior a mudanças
ambientais e podem se beneficiar de diferentes fontes de alimento ou habitats variados. Ratos e
algumas espécies de corvos são exemplos de generalistas, capazes de se adaptar a uma
variedade de condições ambientais e dietas.

Voltando ao clima, também é colocado como ele desempenha um papel significativo na


definição das fronteiras terrestres em muitos casos, especialmente quando se trata da distribuição de
diferentes tipos de biomas ou ecossistemas. As condições climáticas, como temperatura, umidade,
precipitação e sazonalidade, influenciam diretamente os tipos de vegetação e os padrões de vida animal
em determinadas regiões. Por exemplo, as fronteiras entre biomas, como a transição entre florestas
tropicais e desertos, são frequentemente determinadas por gradientes climáticos. As áreas com maiores
precipitações tendem a abrigar florestas densas, enquanto áreas com baixa precipitação podem
favorecer a formação de desertos ou regiões semiáridas. Da mesma forma, os limites entre diferentes
zonas de vegetação em áreas montanhosas muitas vezes estão associados à altitude e às variações de
temperatura que acompanham a elevação. À medida que se sobe em altitude, as condições climáticas
mudam e isso pode resultar em mudanças na vegetação, como a transição de florestas para prados
alpinos e, finalmente, para zonas de vegetação mais rasteira ou rochosa.

Portanto, embora o clima seja um fator importante na definição das fronteiras terrestres, outros
elementos, como características do solo, geologia e até mesmo fatores humanos, também podem
influenciar a delimitação de fronteiras ecológicas e geográficas.
Outro fator fundamental dos processos naturais além do clima de modo geral, são as zonas
climáticas, na qual desempenham um papel fundamental na determinação dos tipos de vegetação
encontrados em diferentes regiões do planeta. As características do clima, como temperatura, umidade
e sazonalidade, influenciam diretamente os tipos de plantas que podem crescer em uma determinada
área. A relação entre zonas climáticas e vegetação está intimamente ligada às condições ambientais
predominantes em cada região. O clima afeta a disponibilidade de água, temperatura e luz solar,
influenciando assim os tipos de plantas que podem crescer e se adaptar a essas condições específicas.
Essa relação é fundamental para entender a distribuição global da vegetação e dos biomas.

Dando prosseguimento, há as seguintes divisões de biomas citadas pelo capítulo que devem ser
entendidas separadamentes:
I - Bioma da Floresta Sazonal Temperada (zona climática IV):

A floresta sazonal temperada é um verdadeiro espetáculo da natureza, um bioma que abrange diversas
regiões do globo e se destaca por suas estações marcadas e variadas. Espalhadas pelo leste dos Estados
Unidos, porções da China, Japão, partes da Europa e da América do Sul, essas florestas apresentam um
ciclo anual notável, com invernos frios e verões quentes, cada um trazendo sua própria atmosfera e
impacto no ecossistema.

Uma das características mais marcantes dessas florestas é a transição das estações. No outono, as
árvores exibem uma explosão de cores, com tons vibrantes de vermelho, laranja e amarelo antes de
perderem suas folhas. Essa é uma adaptação para lidar com o inverno rigoroso que se segue, quando as
árvores se preparam para um período de dormência. Sem folhas, elas reduzem a perda de água e
energia durante os meses frios, aguardando a primavera para reflorescerem.

Durante a primavera e o verão, essas florestas estão em seu auge de atividade. As árvores recuperam
suas folhas, proporcionando sombra e abrigo para uma miríade de vida selvagem que as habita. A
diversidade de árvores é notável, com espécies como carvalhos, bordos, faias e nogueiras entre as mais
comuns, formando um dossel exuberante sobre o solo.

Esses ecossistemas não são apenas um lar para as árvores majestosas, mas também para uma variedade
impressionante de animais. Desde mamíferos como veados, ursos e esquilos até uma ampla gama de
aves, répteis e anfíbios, a floresta sazonal temperada é um verdadeiro tesouro de biodiversidade.
Algumas espécies migram sazonalmente para climas mais amenos, enquanto outras desenvolvem
estratégias de adaptação para enfrentar os invernos rigorosos.

Além da rica vida selvagem, essas florestas desempenham um papel crucial na manutenção do
equilíbrio ambiental. Os solos férteis são fruto da decomposição das folhas e da matéria orgânica,
enquanto os rios e riachos que cortam essas paisagens oferecem recursos vitais para as plantas e
animais que delas dependem.

Contudo, como tantos outros ecossistemas, as florestas sazonais temperadas enfrentam ameaças
significativas. O desmatamento devido à expansão urbana, agricultura e exploração madeireira tem
reduzido drasticamente essas áreas naturais. As mudanças climáticas também estão exercendo pressão
sobre essas florestas, afetando seus padrões climáticos e colocando em risco a sobrevivência de várias
espécies.

II - Bioma de Floresta Temperada Úmida (Zona Climática V):

A floresta temperada úmida é um bioma encontrado em regiões como a costa oeste dos Estados
Unidos, partes do Canadá, sul do Chile, Nova Zelândia e algumas áreas da Europa. Caracteriza-se por
um clima relativamente úmido ao longo do ano, com invernos suaves e verões frescos.

Essas florestas são dominadas por árvores de folhas largas, como abetos, pinheiros, cedros e outras
espécies resistentes à umidade. O solo fértil e bem-drenado é propício para uma vegetação exuberante,
com uma rica diversidade de plantas herbáceas, musgos e samambaias no sub-bosque.

A fauna é variada, com uma gama de mamíferos, aves e anfíbios que habitam esse ambiente. A
umidade constante e a presença de rios e lagos proporcionam condições ideais para a vida selvagem.

Assim como outros biomas, as florestas temperadas úmidas enfrentam ameaças devido à exploração
madeireira excessiva, urbanização e mudanças climáticas, o que destaca a importância da conservação
para proteger essa biodiversidade única.

III - Bioma de Campo ou Desertos Temperados (Zona Climática V):

Os campos e desertos temperados são biomas distintos, mas compartilham algumas características. Os
campos temperados são encontrados em áreas como as Grandes Planícies da América do Norte,
pampas na América do Sul e estepes na Eurásia. Caracterizam-se por vastas extensões de vegetação
rasteira, herbácea ou gramínea, com árvores escassas.

Por outro lado, os desertos temperados, como o deserto de Mojave nos EUA e o deserto de Gobi na
Ásia, são áreas áridas com pouca precipitação. Apesar das variações de temperatura ao longo do ano,
podem experimentar invernos frios e verões quentes. A vegetação nos desertos temperados tende a ser
adaptada à escassez de água, com plantas resistentes, como cactos e arbustos xerófilos.

Ambos os biomas enfrentam desafios devido à atividade humana, como a agricultura intensiva nos
campos, resultando na perda de habitat natural e na desertificação. A preservação desses biomas é
crucial para manter o equilíbrio ecológico e a biodiversidade nessas áreas.

IV - Bioma de Bosques e Arbustos (Zona Climática VI):

Os bosques e arbustos são biomas variados e encontrados em diversas partes do mundo, adaptados a
condições específicas de clima e solo. Esses biomas podem ser compostos por uma variedade de
árvores, arbustos e vegetação de porte menor.

Os bosques são ecossistemas dominados por árvores, variando desde densas florestas tropicais até
bosques temperados e boreais. Eles sustentam uma rica diversidade de vida selvagem, desde pequenos
animais até grandes mamíferos e aves, e desempenham um papel crucial na regulação do clima e na
preservação da biodiversidade.

Já os arbustos, como os encontrados em regiões de clima mediterrâneo ou em áreas semiáridas, são


compostos predominantemente por vegetação de porte menor, como arbustos e plantas resistentes à
seca. Eles são adaptados a condições de escassez de água e frequentemente coexistem com gramíneas e
plantas de porte baixo.

V - Bioma de Deserto Subtropical (Zona Climática VII):


Os desertos subtropicais são biomas áridos encontrados em regiões situadas nas latitudes subtropicais,
geralmente entre os trópicos e os climas temperados. Caracterizam-se por altas temperaturas durante o
dia, amplas variações de temperatura entre o dia e a noite e baixos índices pluviométricos ao longo do
ano.

Esses desertos, como o deserto do Saara na África, o deserto de Sonora no sudoeste dos Estados
Unidos e o deserto da Austrália, apresentam paisagens áridas com vegetação esparsa, que inclui plantas
adaptadas à escassez de água, como cactos, arbustos resistentes e outras plantas xerófitas.

A vida animal nos desertos subtropicais muitas vezes está adaptada às condições extremas, com
espécies como camelos, lagartos, répteis, aves migratórias e insetos resistentes à seca.

Prosseguindo com outros tipos de biomas, é relevante ressaltar que as zonas climáticas polares
boreais possuem temperaturas abaixo dos 5 graus. Com isso, teremos:

VI - Bioma de Floresta Boreal (Zona Climática VIII):


A Floresta Boreal, também conhecida como Taiga, é um bioma extenso encontrado principalmente em
latitudes elevadas, próximo ao Círculo Polar Ártico, abrangendo regiões do norte da América do Norte,
Europa e Ásia. Caracteriza-se por vastas extensões de florestas de coníferas, como pinheiros, abetos e
larícios.

As condições na Floresta Boreal são desafiadoras, com invernos longos e rigorosos, temperaturas
extremamente baixas e verões curtos e frescos. A vegetação adaptada a essas condições inclui árvores
resistentes ao frio, muitas das quais mantêm suas folhas durante o inverno para minimizar a perda de
água.

A biodiversidade na Taiga é notável, com uma variedade de animais adaptados ao clima frio, como
alces, ursos, lobos, linces, renas e uma grande variedade de aves migratórias. Os rios e lagos são
características comuns desse bioma, fornecendo habitats vitais para peixes, aves aquáticas e outros
animais.
VII - Bioma de Tundra (Zona Climática IX):
A Tundra é um bioma extremamente frio e árido, encontrado em regiões próximas aos polos,
principalmente ao redor do Círculo Polar Ártico, mas também em elevadas altitudes de algumas
montanhas. Caracteriza-se por terrestres cobertas por gelo e neve na maior parte do ano, com um solo
permanentemente congelado chamado permafrost.

A vegetação na Tundra é limitada devido às condições extremas, com musgos, líquens, gramíneas
pequenas e algumas plantas resistentes, como lírios alpinos e salgueiros anões. Árvores são
praticamente inexistentes devido às condições climáticas desfavoráveis.

A vida animal na Tundra é adaptada à escassez de vegetação e ao clima frio, incluindo renas,
lemingues, raposas árticas, ursos polares, aves migratórias e algumas espécies de insetos.

Esse bioma é frágil e vulnerável, e suas características únicas são ameaçadas pelas mudanças
climáticas, pela exploração mineral e petrolífera, além das atividades humanas que afetam diretamente
a área.

Saindo das zonas climáticas boreais e polares, entramos na divisão de zonas equatoriais e
tropicais, possuindo temperaturas acima de 20 graus, opondo completamente as trabalhadas
anteriormente.

VIII - Bioma de Floresta Pluvial Tropical (Zona Climática I):


A Floresta Pluvial Tropical é um bioma exuberante e diversificado encontrado em regiões próximas ao
equador, conhecido por sua incrível biodiversidade e altos níveis de precipitação ao longo do ano.
Essas florestas são encontradas na América do Sul (como a Amazônia), África, Sudeste Asiático e
algumas regiões da Oceania.

Caracterizadas por um dossel espesso de árvores altas e uma vegetação exuberante, as florestas
tropicais abrigam milhões de espécies de plantas, animais e insetos. Árvores gigantes, epífitas, lianas e
uma grande variedade de espécies vegetais convivem em camadas distintas da floresta, formando um
dos ecossistemas mais diversos do planeta.

A fauna das florestas tropicais inclui uma riqueza incomparável de vida selvagem, como jaguares,
tigres, elefantes, macacos, serpentes, pássaros coloridos e uma miríade de insetos.

IX - Bioma de Floresta ou Savana Sazonal Tropical (Zona Climática II):


As savanas sazonais tropicais são biomas encontrados em áreas tropicais e subtropicais, caracterizados
por uma estação seca prolongada e outra chuvosa. Elas são distintas por suas gramíneas altas, árvores
esparsas e arbustos dispersos.
Durante a estação chuvosa, essas savanas se transformam em paisagens exuberantes, com gramíneas
altas e uma vegetação mais densa, criando um habitat para uma variedade de animais, como leões,
elefantes, girafas, zebras, antílopes e uma grande diversidade de aves e répteis.

No entanto, durante a estação seca, a vegetação tende a murchar, as árvores perdem folhas e o ambiente
se torna mais árido. As espécies da savana desenvolveram adaptações para sobreviver a essa estação
mais difícil, como a capacidade de armazenar água ou a migração em busca de recursos.

Por fim no capítulo é tratado sobre como o conceito de bioma deve ser modificado para os
sistemas aquáticos, neste caso:

Os ecossistemas aquáticos são um mundo vasto e diversificado, habitados por uma miríade de
formas de vida que variam desde os menores organismos microscópicos até as majestosas baleias e os
imponentes recifes de corais. Ao considerarmos os biomas aquáticos, a complexidade e a interconexão
desses sistemas se tornam evidentes.

Os oceanos, por exemplo, abrangem a maior parte do nosso planeta e desempenham um papel
crucial na regulação do clima global, na produção de oxigênio e na provisão de recursos alimentares
para milhões de pessoas. Suas águas profundas e superficiais sustentam uma rica diversidade de vida,
desde os pequenos plânctons até os grandes predadores marinhos. Além disso, os oceanos são palco de
uma intrincada teia alimentar, onde cada organismo desempenha um papel vital na manutenção do
equilíbrio ecológico.

As zonas costeiras e estuarinas são outro componente importante dos ecossistemas aquáticos,
servindo como berçários para muitas espécies marinhas. Estes ambientes dinâmicos e ricos em
nutrientes são o lar de manguezais, recifes de coral, pradarias marinhas e uma variedade de peixes,
crustáceos e aves aquáticas. A interação entre a água doce e salgada nessas áreas é fundamental para a
vida marinha e para a proteção das comunidades costeiras.

Os rios e lagos também formam biomas aquáticos distintos, com suas próprias características e
biodiversidade. Dos rios sinuosos que cortam paisagens variadas às lagoas tranquilas escondidas nas
montanhas, esses corpos d'água oferecem habitats únicos para uma ampla gama de organismos. Eles
também desempenham um papel vital na regulação do ciclo da água, no fornecimento de água potável
e na manutenção de ecossistemas terrestres próximos.

No entanto, esses biomas aquáticos enfrentam sérias ameaças. A poluição, a sobrepesca, a


destruição do habitat, as mudanças climáticas e a acidificação dos oceanos estão alterando
drasticamente esses ecossistemas. A perda de biodiversidade e a degradação dos biomas aquáticos não
só afetam a vida marinha, mas também têm um impacto direto na humanidade, ameaçando a segurança
alimentar, os meios de subsistência e a estabilidade do clima.

Assim, compreender os biomas aquáticos não é apenas reconhecer sua diversidade e beleza,
mas também compreender a interligação vital desses ecossistemas com toda a vida no planeta. É
essencial adotar uma abordagem holística na conservação e gestão desses ambientes, visando proteger
não apenas a biodiversidade, mas também os serviços ecossistêmicos vitais que eles oferecem para o
bem-estar humano e para a saúde do nosso planeta.

Você também pode gostar