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ELEMENTOS DE MÁ QUINAS

Alcantaro Corrêa
Presidente da FIESC

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
FIESC
SENAI

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina


Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional de Santa Catarina

Florianópolis – 2003
É autorizada a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema
desde que a fonte seja citada

Equipe Técnica:
Organizadores:

Renato Antônio Schramm – Centro de Educação e Tecnologia de Blumenau


Joeci Casagrande – SATC/Criciúma

Coordenação:

Adriano Fernandes Cardos


Osvair Almeida Matos
Roberto Rodrigues de Menezes Junior

S474e

SENAI. SC. Elementos de Máquinas.


Florianópolis : SENAI/SC, 2003.

1. Ar comprimido. 2. Energia pneumática.


3. Consumo de ar. 4. Válvula pneumática

I. Título
621.5

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Regional de Santa Catarina
www.sc.senai.br

Rodovia Admar Gonzaga, 2765 - Itacorubi


CEP 88034-001 - Florianópolis - SC
Fone: (048) 231-4290
Fax: (048) 234-5222
Sumário

ELEMENTOS DE MÁQUINAS .................................................................................... 7


Introdução: .................................................................................................................. 7
1 CARGAS PRESENTES NOS ELEMENTOS DE MÁQUINAS ........................................... 8
1.1 Principais Esforços Solicitantes ............................................................................ 8
1.2 Tipos de Esforços ................................................................................................. 9
1.3 Tipos de Esforços Internos (Tensão Interna) ...................................................... 10
1.4 Propriedades Mecânicas dos aços ..................................................................... 11
1.5 Tensão Admissível do Material ( ) ..................................................................... 12
1.5.1 - Tensão Admissível para Materiais Dúcteis (Aços) ..................................... 12
1.5.2 - Tensão Admissível para Materiais Frágeis ................................................ 12
1.6 Cálculo do coeficiente de segurança .................................................................. 12
1.7 - Exercícios Propostos ........................................................................................ 13
2 TIPOS ELEMENTOS DE MÁQUINAS ...................................................................... 14
2.1 Parafusos ............................................................................................................ 14
2.1.1 Generalidades .............................................................................................. 14
2.1.2 Tipos de Parafusos....................................................................................... 14
2.1.3 Dimensionamento......................................................................................... 16
2.2 Exercícios Resolvidos ......................................................................................... 21
2.3 Exercícios Resolvidos ......................................................................................... 24
2.4 - Exercícios Propostos ........................................................................................ 25
3 ACOPLAMENTOS .............................................................................................. 26
3.1 - Generalidades................................................................................................... 26
3.3 Dimensionamento de Acoplamento Rígido ......................................................... 27
3.4 Dimensionamento de Acoplamento Elástico...................................................... 31
3.5 Exercício Resolvido............................................................................................. 33
3.5 Exercícios Propostos .......................................................................................... 33
4 RENDIMENTO DE SISTEMA MECÂNICO................................................................ 35
4.1 Rendimento dos. Diferentes Tipos de Transmissões ......................................... 35
4.2 Cálculo das Perdas por Transmissões ............................................................... 35
4.3 Exercício Resolvido............................................................................................. 37
4.4 Exercícios Propostos .......................................................................................... 39
5 POTÊNCIA DE ACIONAMENTO ............................................................................ 41
5.1 Cálculo da Potência do Motor ............................................................................. 41
5.2 Exercício Resolvido............................................................................................. 42
5.3 Exercícios Propostos .......................................................................................... 44
6 EIXOS E ÁRVORES ........................................................................................... 46
6.1 Introdução ........................................................................................................... 46
6.2 Projeto de um Eixo .............................................................................................. 46
6.3 Projeto de uma Árvore ........................................................................................ 47
6.3.1 Árvore Sujeita a Esforço Simples de Torção................................................ 47
6.3.2 Árvore Sujeita a Esforços Combinados de Torção e Flexão........................ 48
6.4 Rigidez ................................................................................................................ 49
6.5 Afastamento entre Mancais ................................................................................ 50
6.6 Materiais.............................................................................................................. 51
6.7 Exercícios Resolvidos ......................................................................................... 52
7 MOLAS............................................................................................................ 60
7.1 Generalidades..................................................................................................... 60
7.2 Tipos Principais de Molas .................................................................................. 60
7.2.1 Molas Helicoidais.......................................................................................... 60
7.2.2 Molas de Prato (Belleville)............................................................................ 60

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7.2.2 Molas de Prato (Belleville)............................................................................ 61
7.2.3 Molas de Lâminas ........................................................................................ 61
7.2.4 Molas de Torção (Barra de Torção) ............................................................. 61
7.3 Dimensionamento ............................................................................................... 62
7.3.1 Fórmula ....................................................................................................... 62
7.3.1.7 Comprimento Máximo da Mola (Hmáx).................................................... 64
7.3.1.8 Comprimento da Mola Livre (H) e Fechada (h) ........................................ 64
7.4 - Tipos de Extremidades das Molas de Compressão ......................................... 64
7.5 Tensão Máxima com a Mola Fechada ................................................................ 68
7.6 Exercícios Resolvidos ......................................................................................... 68
7.7 Exercícios Propostos .......................................................................................... 69
8 TRANSMISSÃO POR CORREIAS .......................................................................... 71
8.1 Generalidades..................................................................................................... 71
8.2 Tipos de Correias................................................................................................ 71
8.2.1 Material......................................................................................................... 71
8.2.2 Utilização ..................................................................................................... 71
8.3 Esforços na Correia ............................................................................................ 72
8.4 Esquema de uma Transmissão .......................................................................... 73
8.5 Comprimento da Correia Plana Aberta ............................................................... 73
8.6 Dimensionamento da Correia Plana ................................................................... 73
8.8 Cálculo da Velocidade Tangencial na Polia Motora (m/s) .................................. 87
8.9 Cálculo da Potência Efetiva da Correia (Capacidade) ....................................... 88
8.10 Cálculo da Largura da Correia ......................................................................... 88
8.11 Cálculo da Potência Unitária (Nu) .................................................................... 88
8.12 Cálculo da Largura da Correia ......................................................................... 88
8.13 Exercício Resolvido.......................................................................................... 88
8.14 Exercício Proposto ........................................................................................... 90
8.15 Correias Trapezoidais ou em "V" ..................................................................... 90
8.15.1 Distância entre Centros ............................................................................. 91
8.15.2 Tipos de Correia ........................................................................................ 91
8.15.3 Cálculo da Potência Efetiva da Correia...................................................... 93
8.15.4 Cálculo do Comprimento da Correia (L)..................................................... 94
8.15.5 Cálculo da Potência Unitária ..................................................................... 94
8.15.6 Cálculo do Número de Correias ................................................................ 94
8.16 Exercício Resolvido.......................................................................................... 94
8.17 Exercício Proposto ........................................................................................... 96
Esta apostila foi escrita para os alunos que iniciam em cursos técnicos
profissionalizantes, que já possuam conhecimentos básicos de matemática e
computadores.

Admite-se ainda como o conhecimento de física, mecânica e materiais.

A maioria dos professores dos cursos técnica concorda que o projeto mecânico
integra e utiliza um número maior de disciplinas básicas do que qualquer outro
curso profissional. O projeto é também o coração de outros campos na
engenharia mecânica. Assim, os estudos vizando o projeto mecânico parece
ser o método mais eficaz e econômico de iniciar o estudante na prática do
curso técnico mecânico.

Esta apostila pode ser empregada por engenheiros e técnicos na prática de


sua profissão. As decisões tomadas pelo engenheiro ou técnico na resolução
de um problema dependerão dessas informações, portanto podem variar
bastante de uma indústria para outra.

O estudante, entretanto deseja obter a resposta correta, que é a resposta


obtida pelo professor e é esse o nosso objetivo.

O problema inteiro é explicado ao técnico de modo que, ele possa escolher


uma solução ótima para o problema.

Para o estudante, sujere-se uma seqüência apropriada de ações para adquirir


conhecimento básico em projetos de elementos de máquinas.

Elementos de Máquinas 7
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!" "# " $ ! %"

a) Tração:

A figura 1 mostra que um agente externo puxa a barra para baixo e o apoio
puxa para cima, assim produz duas forças “F” que atuam em direção ao eixo
da barra, perpendicular à secção transversal; a barra está sendo esticada,
produzindo-se um alongamento.

b) Compressão:

A barra, figura 2, é analogamente solicitada por duas "F" que atuam em


direção ao eixo da barra; está sendo comprimida produzindo-se um
encurtamento.

C) Cisalhamento:

Duas forças grandes e opostas "Q" atuam sobre a barra em sentido


perpendicular ao seu eixo , figura 7, ou como na figura 4, onde as duas forças
"F” tendem a cisalhar (cortar) o rebite de união.

d) Flexão:

Um elemento de máquina é submetido à flexão, quando uma força "F" atuar


perpendicularmente ao seu eixo provocando ou tendendo a provocar uma
curvatura (figura 5).

e)torção:

Na figura 6, duas forças "F” atuam sobre a barra (eixo fixo) em um plano
perpendicular ao seu eixo no intuito de torcer cada secção reta da barra em
relação à outra.

Obs: No caso de eixos rotativos, o momento da carga e o momento do motor


(torque), em sentidos contrários, provocam ou tendem a provocar a torção do
eixo.

Figura 1 - Tração. Figura 2 - Compressão.

Elementos de Máquinas 8
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Figura 4 - Cisalhamento. Figura 5 - Flexão.

Figura 6 - Torrão.

Figura 7 - Cisalhamento.

& " % "# "

Esforços Externos:

• Ativos: carga distribuída, carga concentrada e momento estático de forças;

• Reativos: reações de apoios (mancais ou vínculos).

Esforços Internos:

Solicitantes.

• Momento Fletor (M): devido ao momento estático de forças;

• Força Cortante (Q): devido às cargas externas concentradas perpendicular-


mente ao eixo da secção transversal;

• Momento Torçor (Mt);

• Força Normal ou Axial: devido à força axial externa concentrada.

Elementos de Máquinas 9
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Resistentes:

• Tensão Normal ( ): devido às forças normal e cortante;

• Tensão de Cisalhamento ( ): devido à força cortante e ao momento torçor.


obs: Em resumo, o esforço "tensão interna" é o resultado dos esforços
externos e para o sucesso da construção deve ser conhecido.

' " % "# " % " (% " % !)

A garantia da qualidade de um elemento de máquina, que muitas vezes não


pode falhar, está intimamente ligada a sua concepção.

No projeto do elemento (concepção), o técnico deve estar seguro da forma


como agem internamente as tensões. Segundo Bach, essas tensões agem:

Caso 1 - Carregamento Estático (Vigas)

1 – Carregamento estático

tempo

Gráfico 1

Obs: Feito o carregamento, a tensão permanece constante

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* % ! %" % + !" "! "

Aços-Carbono para Construção Mecânica


Nº Composição Química Propriedades Mecânicas (Valores Mínimos)
SAE Resistência à Limite de Alongamento Estricção Dureza
%C %Mn %Si %P - %S Tipo do Processo
escoamento
tração Kg/mm 2 % % Brinell
Kg/mm2
1010 0,08 – 0,13 0,10 máx. Laminado a quente 33 18 28 50 95
Laminado a frio 37 30 20 40 105
1015 0,13 – 0,18 Laminado a quente 35 19 28 50 101
Laminado a frio 39 33 18 40 111
1020 0,18 – 0,23 Laminado a quente 38 21 25 50 116
Laminado a frio 42 35 15 40 126
1025 0,22 – 0,28 Laminado a quente 40 22 25 50 137
Laminado a frio 45 37 15 40 149
1030 0,28 – 0,34 Laminado a quente 47 26 20 42 143
Laminado a frio 53 45 12 35 163
1035 0,32 – 0,38 Laminado a quente 50 27 18 40 149
Laminado a frio 56 47 12 35 163
1038 0,35 – 0,42 Laminado a quente 52 28 18 40 149
Laminado a frio 58 49 12 35 170
1040 0,37 – 0,44 Laminado a quente 53 29 18 40 163
Laminado a frio 59 49 12 35 170
1045 0,43 – 0,50 Laminado a quente 57 31 16 40 163
Laminado a frio 63 54 12 35 179
1050 0,48 – 0,55 Laminado a quente 63 34 15 35 179
Laminado a frio 70 59 10 30 197
1055 0,50 – 0,60 Laminado a quente 66 36 12 30 192
1060 0,55 – 0,65 Laminado a quente 68 37 12 30 201
1070 0,65 – 0,75 Laminado a quente 71 39 12 30 212
1080 0,75 – 0,88 Laminado a quente 78 43 10 25 229
1090 0,85 – 0,98 Laminado a quente 85 47 10 25 248
1095 0,90 – 1,03 0,30 – 0,50 Laminado a quente 84 46 10 25 248
Tabela 1

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Classificação Tensões de Tração
Dureza
Máxima Escoamento Brinell Observações
SAE AISI ( r) ( e) 10H3000
Kg/mm2 Kg/mm2
1010 C – 1010 38 22 110 Laminado a quente
1020 C – 1020 54 34 Estirado a frio
1020 C – 1020 40 29,5 111 Laminado
1030 C – 1030 56 36 180 Laminado
1035 C – 1035 59 38 190 Recozido
1040 C – 1040 63 42 180 Recozido
1040 C – 1040 77 56 241 Temperado e Revenido a 430ºC
1045 C – 1045 67 41 215 Laminado
1050 C – 1050 67 36 190 Recozido
1095 C – 1095 99 56 285 Normalisado
1095 C – 1095 84 42 240 Recozido
2340 C – 2340 96 84 285 Temperado e Revenido a 540ºC
2340 C – 2340 66 39 190 Recozido
3150 C – 3150 105 90 300 Temperado e Revenido a 550ºC
Tabela 2

, % " - ""./%$ ! % !$ ( )

É a tensão de trabalho para cada material:

Na maioria das construções, essa tensão é tomada na região elástica do


material; em função dela dimensiona-se o elemento;

• Na construção de aeronaves, para evitar problemas de peso, essa tensão é


tomada na região plástica do material.

1.5.1 - Tensão Admissível para Materiais Dúcteis (Aços)

É uma relação entre a tensão de escoamento do material e o coeficiente de


segurança:

= e onde: e = tensão de escoamento do material;


S s = coeficiente de segurança.

1.5.2 - Tensão Admissível para Materiais Frágeis

= R onde : R = tensão de ruptura do material;


S S = coeficiente de segurança.

0 1$ $ %# % % % "%2 ! !
ESC
S
=

OBS: O coeficiente de segurança é um número maior que um, usado para


corrigir, entre outros fatores, possíveis defeitos do material, tais como, bolhas,
impurezas, vazios, etc. O coeficiente de segurança permite trabalhar com
tensões admissíveis menores.

Elementos de Máquinas 12
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34 5% . " " "

1) Apoio é o mesmo que:

a) Freio;
b) Fixação e freio;
c) Mancal ou vinculo;
d) Força distribuída.

2) Tensão normal atuante no material é:

a) Um esforço externo resistente;


b) Um esforço interno solicitante;
c) Um esforço interno resistente;
d) Um esforço que ora é interno solicitante e ora é interno resistente.

3) Assinale a alternativa correta:

a) Uma barra curta e grossa poderá sofrer flambagem facilmente;


b) A compressão é um esforço que provoca alongamento das barras;
c) Uma carga colocada sobre o apoio (mancai) poderá flexionar um eixo;
d) É necessário, que se aplique, pelo menos, dois momentos em sentidos
contrários para torcer um ele mento de máquina.

Elementos de Máquinas 13
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2.1.1 Generalidades

Existe uma infinidade de itens fixadores destinados a uniões de peças, tais


como parafusos com porcas, parafusos com porcas prisioneiras, parafusos
prisioneiros, rebites, soldas, etc.

A junção de peças por meio de parafusos é vantajosa, pois permite a


manutenção e oferece várias formas de utilização, como transmissão de forças,
ajustagem, instrumentos de medição, movimentos, etc. Porém, as junções, por
porcas e parafusos sujeitas a vibrações, afrouxam e, portanto, requerem
dispositivos de segurança para os seus travamentos. Exemplo de dispositivos
de segurança: arruelas com travas, contraporcas, contrapinos, etc.

2.1.2 Tipos de Parafusos

Os parafusos são designados de acordo com a maneira pela qual são


empregados:

• Parafuso com porca prisioneira: é o parafuso de cabeça montado em um furo


cego (sem ser vazado). Aperta-se esse parafuso, aplicando-se um torque na
cabeça;

• Parafuso com porca: é um parafuso usado com uma porca. Aperta-se este
parafuso, aplicando-se um torque na porca;

• Parafuso prisioneiro: é uma haste com rosca nas extremidades e um intervalo


sem rosca no meio; uma extremidade é montada num furo cego ou estojo na
peça, a outra extremidade recebe a porca.

(a) Cabeça arredondada (b) cabeça escareada

(c) Cabeça cilíndrica, abaulada (d) Cabeça escareada, abaulada

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(e) Cabeça abaulada (f) Cabeça cônica, abaulada

(g) Cabeça sextavada (h) Cabeça sextavada, com


rebaixo interno e com fenda

Figura 8 – Tipos de cabeça usadas em parafusos com fendas.

Identificação das Classes de Parafusos – Norma SAE – Marcação na cabeça


Classes 0, 1 e 2: Não têm marcação
Classes 3: 2 traços radiais separados de 180º
Classes 5: 3 traços radiais separados de 120º
Classes 6: 4 traços radiais separados de 90º
Classes 7: 5 traços radiais separados de 72º
Classes 8: 6 traços radiais separados de 60º
Tabela 3

SAE = Society of Automotive Engineer (norma automotiva americana)

Classe Classe Diâmetro e Material


SAE ABNT Nominal (MPa)
1 4.6 6 a 42 235 Aço de baixo carbono
2 5.6 6 a 42 294 Aço de baixo carbono
3 6.8 6 a 42 471 Aço de médio carbono
5 8.8 6 a 42 628 Aço de médio carbono, tratado termicamente
8 10.9 6 a 42 883 Aço liga de médio carbono, tratado termicamente
Tabela 4 – Tabela de resistência de parafusos normalizados.

Onde: e = tensão de escoamento do material (MPa)

Obs: Segundo a norma EB 168 - ABNT ("Parafusos e Peças Roscadas").


Tendo-se a classe do parafuso para determinar a tensão de escoamento do
material em "kgf/mm2", basta multiplicar os dois números representativos da
classe. Quando, no exercício, for fornecida somente a classe do parafuso usar
a tabela 4.

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Quando for fornecido o material usar a tabela 5.

DIN SAE (Kgf/mm2)


1010 L 18
St 00.11 1010 T 31
1015 L 19
St 37.11 1015 T 33

St 38.13 1020 L 21
1020T 36

St 42.11 1030 L 26
1030T 45
1035 L 33
St 50.11 1035 T 47
1045 L 30
St 60.11 1045 T -
Tabela 5 - Classificação da DIN (norma alemã) para os aços ao carbono: usa-se o
símbolo St (Stahl = Aço), seguido da resistência mínima à tração.

2.1.3 Dimensionamento

O dimensionamento, na realidade, é uma seleção dos elementos de fixação,


uma vez que os parafusos, porcas, etc. são elementos padronizados e também
comerciais. A única especificação não padronizada é a profundidade do furo
roscado, que será definida para cada aplicação. Em geral, os parafusos são
dimensionados ou à tração ou ao cisalhamento, sendo que estes casos
ocorrem de forma diferente de solicitações.

- Vários Casos de Solicitações

- Parafuso sem Pré-Carga (Que não Precisa de uma Grande Força de


Aperto)

Trata-se das fixações em que a porca é simplesmente roscada, sem tracionar o


parafuso.

Esse tipo de fixação é aquele onde o parafuso é solicitado longitudinalmente,


como por exemplo o constituído pela rosca de um gancho de guindaste, onde o
parafuso sofre tração no núcleo, dada por:

Figura 9
Figura 10

Elementos de Máquinas 16
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Q 4.Q 4.Q
ad = 2 d1 2= (1)
=
Q
=
.d .d 1 . ad
1A
1
4

onde: d1 = diâmetro do núcleo do parafuso;


Q = carga de tração (kgf);
2
ad = tensão admissível do material (kgf/cm ).

Tendo-se d1 Tabela de Rosca M....... x........

Obs: Se o parafuso não for bem-dimensionado, ou seja, se a tensão


admissível do material à tração não for bem-escolhida, o parafuso, quando
carregado, poderá sofrer uma deformação longitudinal,e quando descarregado,
não poderá ser reaproveitado

- Parafusos com Pré-Carga (Tração no Núcleo)

Esse tipo é típico para a fixação de tampas, bases, flanges, etc. Em alguns
casos, a junta deverá ser estanque, e como exemplo temos a fixação do
cabeçote de um motor de combustão interna. Em outros casos, a junta não
poderá ter movimento relativo, pois danificará o conjunto; exemplo: fixação de
uma biela bipartida no assento do eixo da manivela.

Estas condições serão conseguidas através de aplicação de uma pré-carga


suficiente para impedir o vazamento ou o movimento relativo, quando o
parafuso for submetido a uma carga externa.

exemplo:

Fixação da tampa de um vaso de pressão.

Figura 11 Figura 12

• Força de Tração em cada Parafuso (Qt):

No caso, é a força devido à pressão "p"

Elementos de Máquinas 17
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onde: D = diâmetro do cilindro ou vaso de pressão;
p = pressão interna;
2
Qt = .D .p (2)
4.z.e z = número de parafusos;
Qt = força de tração em cada parafuso;
E = 1 (um), se o vaso contiver água;
0,8, contendo gás ou vapor.

• Cálculo do Número de Parafusos (z):

onde: Ds = diâmetro da circunferência sobre a qual se


encontram os parafusos;
z= . Ds (3) p = passo (intervalo entre os parafuso).
p

Obs: p I20, conforme norma DIN.

• Cálculo do Diâmetro do Parafuso:

onde: ad = tensão admissível do material;


d1 = diâmetro do núcleo do parafuso.
4 . Qt (4)
d1 =
. ad

• Determinação do Torque de Aperto:

onde: k = b de torque;
0,1 = rosca lubrificada e arruela lisa;
0,35 = rosca fina e arruela de pressão;
T = k . Qt .d (5) 0,2 = valor usual para rosca normal com arruela lisa.
Q = força agente no parafuso;
d = diâmetro externo do parafuso.

Obs: O torque de aperto ë um parâmetro importante para não se deformar o


parafuso na hora da montagem.

O técnico, sem o torquímetro, deverá ficar atento ao fim de curso da porca e


sentir manualmente o início do aperto e não ultrapassar muito esse limite, para
não deformar longitudinalmente o parafuso. Essa é a razão da degola de
muitos parafusos.

- Parafuso Solicitado por Carga Transversal (Cisalhamento)

Os parafusos são dimensionados para trabalhar à tração, porém poderão


trabalhar também ao cisalhamento, desde que se tomem algumas precauções,
tais como:

a) Fazer um ajuste com pequena interferência entre o corpo do parafuso e o


furo de passagem, para evitar que o parafuso sofra flexão;

Elementos de Máquinas 18
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b) O corpo do. parafuso não deverá ter rosca na região de separação das
peças, para não descarregar o esforço cortante numa região com concentração
de tensões.

onde: Q = carga cortante de cisalhamento;


d = diâmetro externo da rosca;
4.Q (6)
z = número de parafusos;
=
d T =tensão admissível do material do parafuso ao
.
cisalhamento.

Figura 13

Tendo-se "d", entra-se na tabela de rosca e determina-se: M.......x.........

- Parafuso de Movimento

Objetivo:

Transmissão de força. Constituído pela rosca de um parafuso sem-fim de


formato trapezoidal que se movimenta numa porca fixa, convertendo o
movimento de rotação em translação.

Esses parafusos são solicitados por força longitudinal "Q" e pelo momento
torçor "M" .

Características:

• Rosca trapezoidal para a transmissão de movimento e força;


• Grandes comprimentos (tamanho relativamente grande).

Vantagens:

• Projeto simples;
• Pode-se obter altas relações de velocidades;
• Poderá ser autofrenante.

Desvantagens:

O elevado atrito de deslizamento na rosca gera:

• Baixo rendimento;

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• Desgaste.

Aplicações:

As aplicações usuais são:

• Macaco de levantamento com rosca de perfil trapezoidal;


• Prensa rosca múltipla de perfil quadrado;
• Comando de ajuste de máquinas;
• Fuso de tomo rosca de perfil trapezoidal;
• Morsa perfil quadrado, rosca simples;
• Extrusora perfil helicoidal (rosca de arquimedes);
• Balancim rosca múltipla de perfil quadrado.

Materiais:

Parafuso:

Deverá apresentar boas características quanto à:

a) resistência à tração;
b) resistência à fadiga;
c) resistência ao desgaste;
d) usinabilidade;
e) deformação no tratamento térmico.

Os materiais usuais são:

Tipo de Aço Especificação


Aço Carbono SAE 1040, 1045, 1050
Aço Liga SAE 4130, 4140 (Cr-Mo), 8620, 8640,8650
Aço Inoxidável AISI 303, 410
Tabela 6

Dimensionamento:

• Cálculo do Diâmetro do Parafuso de Movimento:

Faz-se a escolha do diâmetro à compressão ou à tração, e ao desgaste,


utilizando a expressão

4.Q (7)
d1 = Tração
. ad

Tendo-se “d1” entra-se na tabela 3.11 e determina-se "d2" .

O,8 . Q (8) desgaste


d2 =
. c

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onde: ad = tensão admissível do material do parafuso
(kgf/mm2);
c = tensão admissível do material da porca à
compressão (kgf/mm2);
d1 = diâmetro do núcleo da rosca do parafuso;
d2 = diâmetro médio da rosca;
= 1,5 para rosca integral;
3, 0 para rosca bipartida.

Cálculo da Altura da Porca (para Parafuso de Movimento):

onde: d = diâmetro efetivo da rosca;


(9) H = altura da porca.
H= máx. .d

Tipo de Porca Material da Porca c (Kgf/mm2)


Integral 1,25 a 2,50 Bronze 120 a 200
Bipartida 2,50 a 3,50 Ferro Fundido 80
Tabela 7 Tabela 8

&& 5% . " %" $/ "

1) Dimensionar os parafusos da tampa


de um vaso de pressão, onde o diâmetro
interno do vaso vale 520 mm, o diâmetro
da circunferência dos parafusos 580 mm
e a pressão de vapor p = 15 kgf/cm2;
material dos parafusos SAE 1035 - L.

Resolução:

Cálculo do nº de parafusos: Figura 14

z= 3,14 . 580mm z 15 zadotado = 16 (o passo será maior)


120mm
= . Ds
p

Cálculo da força de tração no parafuso (Qt) - expressão 2:


. D2) . p 2
] . 15kgf/cm 2
(=
Qt = Qt 2487 kgf
4.z.e [3,14 . (52cm)
4 . 16 . 0,80

Cálculo do diâmetro do parafuso - expressão 4:

ad = 0,15 . e = 0,15 . 33kgf/mm2 = 4,95 kgf/mm2

4 . Qt 4 . 2487kgf
. ad 3,14 . 4,95kgf/mm2 d1 25,30 mm
d
=1 =
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d1 = 25,30 tabela 3.09 M 30 “Falta tabela”

2) Dimensionar a rosca de um macaco (parafuso de movimento), capacidade


8000 kgf, rosca de aço SAE 1020L, uma entrada e porca de bronze.

Resolução:

Expressão 7

ad = 0,45 . e = 0,45 . 21 kgf/mm2 ad = 9,45 kgf/mm2

4.Q 4 . 8000kgf d1 32,84 mm


. ad 3,14 . 9,45kgf/mm2
=1 =
d

d1 = 32,84mm tabela 3.11 d2 = 35,5 mm

Expressão 8
Figura 15
O,8 . Q 0,8 . 8000kgf
d2 4,6cm ou 46mm
d
=2 = . c 1,9 . 160 kgf/cm2

d2 = 46 mm tabela 3.11 Tr 50 x 8 “Falta tabela”


Altura da porca: H = máx . d2 = 2,5 - 46 mm H =115 mm
Carregamento Excêntrico nos Parafusos

Uma carga aplicada a uma distância "L"


do centróide produz em cada parafuso
uma reação devido ao cisalhamento e
uma reação devido à flexão.

Nessas condições, a força resultante que


provoca o cisalhamento do parafuso é a
soma vetorial das reações ao
cisalhamento e à flexão.
Figura 16
a) Reação de Cisalhamento:

A carga "Q" divide-se igualmente para os parafusos da junta parafusada.

Tem-se então:

q= Q = carga excêntrica aplicada;


onde:Q z = número total de parafusos;
z q = reação de cisalhamento.

Obs: A força "q" tem sentido contrário de "Q".

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b) Reação devido à Flexão:

A excentricidade da carga "Q", em relação ao centróide dos parafusos, provoca


o momento estático de força (M) que tende a romper os parafusos. Os
parafusos reagem com um momento estático de forças (MR), em sentido
contrário, dado por:

MR = z . F . R M=Q.L

onde: M = momento estático da força "Q";


L = distância da carga "Q" ao centróide;
MR = momento resistente;
z = número de parafusos em torno do centróide (o
parafuso do centro deverá ser desprezado);
F = força radial em cada parafuso;
R = raio do centróide dos parafusos.

MR M F=Q.L
Z.R

c) Força Resultante:

Os parafusos em torno do centróide sofrem forças resultantes (FR) diferentes,


porém terão que ser dimensionados em relação ao parafuso que sofre a força
maior e todos deverão ter o mesmo diâmetro. Intuitivamente, o parafuso mais
perto de "Q" deverá sofrer a força resultante (FR) maior.

• Cálculo de FR:

Conforme a figura 16:

parafuso 4 FR4 = q + F parafuso 2 FR2 = |F – q|

parafuso 1 FR1 = q2 + F2 parafuso 3 FR3 = q2 + F2

d) Cálculo do Diâmetro dos Parafusos:

• Cisalhamento:

4.Q d1 = diâmetro do núcleo da rosca (mm);


1 =
. ad FRmáx = a maior força resultante em cada parafuso;
on
de: 4

d 1

= constante;

= tensão admissível do material ao cisalhamento.


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• Esmagamento do Furo:

onde: de = diâmetro externo do parafuso;


d2 = FRm´x t = espessura da chapa;
t. d
d = tensão admissível do material da chapa de
compressão.

&' 5% . " %" $/ "

1) Dimensionar os parafusos para se construir a junta parafusada, carregada


excentricamente, representada na figura. Dados: = 105 MPa; d = 225 MPa;
t = 16 mm.

Figura 17
Resolução

• Reação de cisalhamento: a carga de 40 kN divide-se igualmente para os


quatro parafusos da junta. Tem-se

então:

q= 40 kN q = 10 kN
F
= 4
z

Figura 18

• Reação devido à flexão:

F= 40 kN . 500 mm F = 62,5 kN
Q 4 . 80 mm
=.L
Z.R

Figura 19

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• Cálculo da força resultante nos parafusos:

FR1 = q2 + F12 = (10kN)2 + (62,5kN)2 FR1 63Kn


FR2 = F2 – q = 62,5kN – 10kN FR2 = 52,5kN

FR3 = q2 + F32 = (10kN)2 + (62,5kN)2 FR3 63Kn


FR4 = F4 + q = 62,5kN + 10kN FR4 = 72,5kN
Figura 20
• Dimensionamento:

Cisalhamento: o parafuso 4 sofre a maior carga de cisalhamento, portanto o


dimensionamento é feito com base nesta carga:

4 . 72500N
4 . FRmáx
=
d1 = . 3,14 . 105 N/mm2

• Esmagamento do furo:

d = F de = =F 72500N de 20mm
2
F
=
A T . de T. d 16mm . 225N/mm

• Conclusão.- o diâmetro maior satisfaz as duas condições portanto:

d1 = 29,66 mm Tabela 3.10 M 36 (normalizado mais próximo) “Falta tabela”

& *4 5% . " " "

1) Assinale a alternativa correta:

a) Parafuso com porca prisioneira é uma haste que possui rosca somente
nas duas extremidades;
b) Parafuso com porca prisioneira deve possuir rosca em todo o
comprimento;
c) Parafuso prisioneiro é uma haste com roscas nas extremidades e um
intervalo sem rosca no meio;
d) Parafuso com porca é um parafuso usado com uma porca. Aperta-se
esse parafuso somente, aplicando-se um torque na sua cabeça.

2) Determine a tensão normal admissível ( ad) e a tensão admissível do


material ao cisalhamento ( ) de um parafuso sextavado com dois traços
radiais, separados de 180º, na cabeça que será utilizada em um vaso de
pressão.

3) Determine a tensão de escoamento ( e) em MPa de um parafuso classe 8.8


ABNT.

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'

' 4 % % !$ ! %"

É um elemento mecânico que tem a função de fazer a junção entre as


extremidades de dois eixos alinhados, transmitindo movimento de rotação e
força de um eixo motor a outro acionado.

Para que essa transmissão seja segura, o técnico deve sempre considerar a
ocorrência de uma sobrecarga. Ou seja, se o problema for para transmitir um
torque de 500 kgf.m, nessas condições, não se poderá escolher um
acoplamento que suporte exatamente 500 kgf.m, porque se houver sobrecarga
o acoplamento irá falhar e poderá provocar acidente.

Obs: Para eixo com grandes desalinhamentos deverá ser utilizado um


acoplamento especial (junta universal).

'&4 " % $!-% "

Um acoplamento é constituído de duas partes: uma é a parte motora e outra a


parte acionada. Conforme o tipo de ligação entre essas duas metades,
distingue-se entre acoplamentos rígidos e acoplamentos elásticos.

Os acoplamentos rígidos não permitem desalinhamento dos eixos, portanto


requerem que os eixos estejam alinhados, zero a zero.

Figura 21 - Acoplamento elástico: (1) flange; (2) pino de aço com manga de borracha
(quatro pinos presos no flange 3); (3) Flange; (4) chaveta paralela tipo "A" ; (S) eixo
motor; (6) eixo acionado; (7) pino de aço com manga de borracha (quatro pinos presos
no flange 1).

Os acoplamentos elásticos são construídos em forma articulada e de rotação


elástica e tornam possível o desalinhamento dos eixos, permitindo um
movimento angular de até 6° para cada lado.

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Figura 22 - Acoplamento rígido: (1) flange; (2) flange; (3) parafuso; (4) chaveta; (5)
eixo motor; (6) eixo acionado.

Obs: Acoplamento rígido não é encontrado no comércio, e portanto deve ser


fabricado .

'' -% " !-% % $!-% .2

- Seleção dos Parafusos

Os parafusos que fixam os flanges do acoplamento rígido trabalham com pré-


carga, sob tensão e deverão ser bem-dimensionados para não sofrerem
deformações na montagem (torque de aperto).

Se não forem bem-dimensionados, quando sofrerem o torque de aperto, não


poderão ser reaproveitados numa outra montagem porque estarão deformados
longitudinalmente. Isso se não romperem na primeira montagem, durante o
aperto.

Observe na fórmula que a força tangencial cortante “F” depende


fundamentalmente da força de aperto “Q” , e por sua vez, a força de aperto
“Q" é bem maior que a força cortante “F”.

Essa é a razão pela qual se degolam facilmente os parafusos pequenos e


geralmente não se apertam suficientemente os parafusos grandes.

Figura 22. Figura 23 - Rosca do


Parafuso.

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- Formulário
4.Q
F= F d1 =
143240 . N . Fs tg ( + ) . ad
Q=
z.k.n

tg = P = Se tg ( + ) = tg + tg
ad
. d2 1 - tg . tg

onde: Fs = fator de serviço (Fs = 1,25 - 1,35);


F = força cortante agente no parafuso (kgf);
143240 = constante de transformação de unidade;
N = potência a transmitir (CV);
z = número de parafusos;
k = diâmetro da circunferência onde estão os parafusos (cm);
n = rotação do eixo (rpm);
Q = força de aperto do parafuso (kgf);
= ângulo de atrito. Para contato aço/aço tg = 0,18;
= ângulo de inclinação da hélice da rosca. Para rosca métrica com
passo e diâmetro médio definidos 2,5º;
p = passo da rosca (mm);
d2 = diâmetro médio da rosca;
d1 = diâmetro do núcleo da rosca (unidade depende de ad);
ad = tensão normal admissível do material;

e = tensão de escoamento do material (tabelado);


s = coeficiente de segurança, (3,5 a 6,5).

Obs: Para passar de "MPa" para "kgf /cm2", divide-se por 0,0981.
Para passar de "kgf / mm"' para "kgf /cm"', multiplica-se por 100.
Para passar de "MPa" para "kgf / mm” ‘, divide-se por 9,81.
Tendo-se "d1" entra-se na tabela de rosca 3.10 e determina-se a rosca
(M.......x.......).
De forma abreviada, podem-se simplesmente somar os valores das
tangentes de " " mais " ".

- Cálculo do Torque de Aperto

T = y . Q . de onde: T = torque de aperto (kgf .cm);


de = diâmetro externo da rosca (mm);
y = coeficiente de torque;
0,1 = rosca lubrificada;
0,35 = rosca fina;
0,2 = valor usual para rosca normal.

Elementos de Máquinas 28
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- Projeto de Acoplamento Rígido

Escolhidos os parafuso corretamente, o técnico deverá desenhar os flanges do


acoplamento para a sua manufatura.

Figura 23.

onde: d = diâmetro do eixo;


d1 = diâmetro do cubo;
k = diâmetro da circunferência onde estão os parafusos;
D = diâmetro externo;
C = (0,7 a 1,0) . d1 ;
F = e + 3mm;
d1 = 2 . S + d;
S = em centímetro.

1,4 . d1 k 1,6 . d1 e 1,8 . d1 D 2 . d1

Roteiro

Cálculo de “S"

S = 0,1. 3
Mt e Mt = 71620 . N
n

onde: N = potência a transmitir (CV);


n = rotação do eixo (rpm).

Elementos de Máquinas 29
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- Exercício Resolvido

1) O acoplamento rígido representado na figura é utilizado, freqüentemente,


para unir as extremidades de dois eixos. Os flanges do acoplamento são
fixados por meio de seis parafusos se os eixos transmitem 40 CV de
potência girando a 250 rpm, em serviço continuo 24 h/dia, determinar:

a) A força cortante nos parafusos (F);


b) A força de aperto dos parafusos;
c) Diâmetro dos parafusos;
d) Torque de aperto.

Obs: Utilizar parafusos da classe 6.8 (ABNT).

Figura 24
Resolucão:

a) Cálculo da força cortante:

F= 143240 . 40CV . 1,3 F 292kgf


143240 . N . Fs 6 . 17cm . 250rpm
=
z.k.n

b) Cálculo da força de aperto (Q):


F 292 kgf
Q= = = 292 kgf Q 1304kgf
tg ( + ) tg (2,5º + ) 0,044 + 0,18

c) Cálculo do diâmetro dos parafusos:


2
ad = 48 kgf/mm ad = 9,6 kgf/mm2
=e 5
s
4.Q 4 . 1304 kgf
2 d1 13,15mm
d
=1 =
. ad
3,14 . 9,6 kgf/mm
d1 = 13,15mm tabela 3.10 M 16 x 1 (DIN 931)

Elementos de Máquinas 30
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