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Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique

Curso: Licenciatura em Farmácia e Controle de Qualidade de Medicamentos


Ano: 2˚ Semestre: 1˚ Disciplina: MIA I Data: 10/04/2017
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1˚ Teste – Guião de Correcção1

1. Que parâmetros são usados para caracterizar os diferentes métodos de análise. Descreva e
explique cada um deles. (3.0 Valores)

 Precisão: Pode ser definida como a medida da variabilidade dos resultados obtidos na análise com
réplicas de uma mesma amostra. No caso ideal os valores medidos para as réplicas de uma
amostra deveriam ser sempre os mesmos. Contudo, por causa do erro experimental associado ao
ensaio, os valores apresentam um certo grau de variação. A precisão dá-nos uma medida da
reproducibilidade dos resultados. Ela é uma medida do erro aleatório da análise e é exprimida na
forma do seu desvio padrão.

 Exactidão: É uma medida da proximidade entre o valor medido (valor obtido experimentalmente)
e o valor esperado. Esta grandeza é normalmente avaliada na forma do seu erro relativo. Porque o
valor esperado para uma dada amostra não é conhecido, a apreciação da exactidão não é feita com
base no valor medido para uma determinada amostra, mas frequentemente nos valores dos erros
relativos obtidos durante o desenvolvimento do método, que nos diz quão exacto o método em
questão pode ser, na determinação de um certo componente.

 Limite de detecção: Corresponde ao menor valor de concentração determinável por um dado


método. Pode ser definido como o menor valor de concentração que difere significativamente do
zero de concentração ou do ensaio em branco. A sua determinação assenta no método em questão
e em aspectos de natureza estatística, pois o Limite de Detecção representa o teor mínimo de

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Para as respostas as questões teóricas vou extrair do manual as partes que respondem a cada questão. Não
se pretende que o estudante responda exactamente como vem no manual mas mostrar que todas as respostas
podem ser tiradas do manual cedido aos estudantes.
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amostra que dá um valor medido, estatísticamente diferente do valor zero ou do valor do ensaio
em branco. Noutros casos o Limite de Detecção é determinado pelo intervalo de concentrações
onde é aplicável a relacção em que se baseia o processamento dos valores medidos, p.ex. intervalo
onde se segue a lei de Beer, no caso dos métodos que se baseiam na absorção de radiação.

 Sensibilidade: Corresponde a variação do sinal medido por unidade de concentração e representa


a capacidade do método de dar sinais (grandezas medidas) estatisticamente diferentes, mesmo
para amostras com pequenas variações de concentração.

 Selectividade: É uma medida da capacidade do método de produzir um sinal específico para a


espécie de interesse, mesmo na presença de outros componentes que poderiam eventualmente
interferir. Quando o método não é suficientemente selectivo, o sinal produzido na presença de
outros componentes corresponde a soma dos sinais do componente de interesse e de cada um dos
outros componentes presentes na amostra. Neste caso diz-se que estes componentes produzem um
sinal que interfere com o sinal do componente de interesse: São interferentes. Nesta situação
torna-se difícil determinar a concentração do componente de interesse, havendo a necessidade de
escolher condições operacionais onde o efeito dos interferentes não se faça sentir ou realizar a
análise usando uma técnica analítica diferente.

 Concentração determinável: Intervalo de concentrações onde o método é aplicável para um dado


componente. No caso dos métodos baseados na absorção de radiação este intervalo de
concentrações corresponde a região onde se observa a linearidade entre a absorvância e a
concentração.

2. Que aspectos devem ser considerados quando se pretende fazer a escolha de um método
analítico? Explique a sua resposta. (3.0 valores) ()

 Conhecimento dos diferentes métodos e suas potencialidades: É necessário conhecer os


diferentes métodos que posso usar para resolver o meu problema, como cada um funciona, as
exigências de cada um.

 Número de amostras e quantidade de cada amostra: Para verificar se o método me permite


determinar o volume de amostras que eu tenho e se as quantidades de cada amostra que eu tenho
disponível perfazem a quantidade mínima de amostra exigida pelo método.

 Teores aproximados e componentes presentes: Para verificar se os teores dos componentes de


interesse se situam dentro dos intervalos determináveis por este método e se existem na amostra

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componentes que podem causar problemas de interferência (perturbação do sinal do componente
de interesse, causado pela existência de outros componentes presentes na amostra).
 Precisão e exactidão exigidos: Para comparar com a precisão e exactidão que cada um dos
métodos me permite alcançar ou que me são colocados como exigência.
 Estado de agregação da amostra. Outras propriedades da amostra: Para verificar a
aplicabilidade do método, a necessidade de tratamento da amostra e o tipo de tratamento.
 Equipamentos existentes. Laboratórios disponíveis (Próprio ou subcontratado?): Para
verificar se posso realizar o ensaio no meu próprio laboratório (Se tenho os meios necessários para
tal. Inclui-se aqui os equipamentos, recursos humanos capacitados e experientes para operar com
estes equipamentos e interpretar os resultados produzidos, etc) ou se haverá a necessidade de
recorrer a um laboratório que ofereça serviços que respondam as minhas necessidades.
 Tempo de análise e simplicidade do método:
 Habilidades requeridas do analista: Nalguns casos a realização experimental do ensaio pode
não ser muito exigente, mas a interpretação dos resultados exigir uma experiência do analista, que
determine a procura de serviços qualificados em detrimento da tentativa de criar um serviço
próprio, mesmo quando o equipamento requerido não é necessariamente muito caro.
 No caso de existência do equipamento ou onde se justifique fazer tal investimento nos
equipamentos necessários, pode-se conceber um programa faseado de contratação de serviços
numa primeira fase, enquanto se preparam e capacitam os recursos internos da organização que
futuramente vão ficar encarregues de realizar estas análises.
 Custo e disponibilidade do equipamento: Os equipamentos baratos são normalmente mais
fáceis de adquirir e estão mais facilmente disponíveis. Em alguns casos os equipamentos mais
adequados (mais precisos e exactos para o fim que se pretende) podem ser caros e não se
encontrarem disponíveis em qualquer laboratório. A opção pode ser a realização do ensaio num
laboratório externo ou a sua realização nos nossos laboratórios com um equipamento mais
acessível, normalmente menos preciso e menos exacto em comparação com o equipamento caro.

3. Explique as vantagens que o método da adição de padrão tem, quando comparado com o
método da curva de calibração. (1.5 Valor)

 Torna a matriz idêntica, excepto no teor do componente de interesse, e elimina os possíveis


problemas causados pelos restantes componentes presentes na amostra.

4. Descreva e explique os tipos de erros sistemáticos que ocorrem numa análise e a forma como
os mesmos podem ser reduzidos ou eliminados. (3.5 valores)
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 Erros sistemáticos: São erros da mesma magnitude e sinal. Têm um valor definido e uma causa,
nem sempre fácil de identificar. Podem ser agrupados nas três classes seguintes:
a) Erros de método: Resultam da transformação incompleta das substâncias durante o tratamento
da amostra ou durante a transformação que leva a formação da espécie que produz o sinal de
interesse. Estes têm como vausas as perdas por volatilidade, instabilidade dos reagentes,
interferências químicas;
b) Erros instrumentais: Efeito da temperatura nos detectores, defeitos de construção e problemas
de calibração, decréscimo da performance com o uso/idade;
c) Erros do operador: Erros introduzidos inconscientemente pelo operador. Pode-se citar como
exemplo a leitura da posição do ponteiro entre 2 escalas, ou a visualização exacta da mudança
de cor no ponto de viragem.
 Redução de erros sistemáticos:
1. Calibração frequente dos equipamentos usados: Visa corrigir os ajustes que se vão operando
nos instrumentos com a sua utilização.
2. O uso do ensaio em branco: Visa eliminar ou reduzir ao mínimo o efeito de outros
componentes presentes na amostra e de aparelhos de laboratório nos resultados da análise.
3. A realização de análises de controle: Análises com materiais de referência com composição
conhecida, determinada em laboratórios reconhecidos. São comercializados por estes
laboratórios.
4. O uso de métodos independentes: Realizar a determinação que se pretende por um método
diferente e comparar os resultados. A concordância dos 2 resultados é sinónimo de validade do
resultado obtido.
5. O uso do método de adição de padrão: Torna a matriz idêntica, excepto no teor do
componente de interesse, e elimina os possíveis problemas causados pelos restantes
componentes presentes na amostra.

5. 25 ml de uma solução de quinino são diluídos até o volume final de 50 ml. Em seguida
determinou-se a sua absorvância, à 348 nm numa célula de 2.00 cm, e obteve-se o valor
A=0.832. Á uma segunda porção de 25 ml da mesma amostra adiciona-se 10.00 ml de uma
solução que contém 23.4 ppm de quinino. Após diluição até o volume final de 50 ml mede-se
a absorvância nas mesmas condições e obteve-se o valor A=1.220. Calcule a concentração do
quinino na amostra em ppm. (3.0 valores)

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A resolução da equação em ordem a C x0 dá-nos o valor da concentração do quinino na
amostra em ppm.

1.446 x = + 4.68

1.446 x 0.5 - = 4.68

(0.723 – 0.5) x = 4.68

6. A cafeína tem uma absorvância de 0.510 (b=1.00 cm) para uma concentração de 10.00
mg/litro. Na determinação da cafeína existente num café comercial tomam-se 2.50 gramas de
amostra e mistura-se com água até perfazer 500 ml. Tomam-se 25 ml desta solução para um
balão de 500 ml, onde foram introduzidos 25 ml de uma solução 0.1 M de H 2SO4, e dilui-se
até a marca. Esta solução dá uma absorvância de 0.415 numa célula de 1.00 cm. Determine o
teor de cafeína no café exprimido em percentagem. (3.0 valores)

C2 = 8,137 mg/L

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Tendo em conta que se tomaram 2.50 gramas de café para um balão de 500 ml e que 25 ml
desta solução foram díluidos em 500 ml (factor de diluição igual a 25/500) a concentração da
cafeina na solução preparada a partir dos 2.50 gramas de café perfaz

= 162,74 mg/L = 0,16274 g/L

Nos 500 ml onde se dissolveu os 2.50 gramas de café vamos ter

0,16274 g _____ 1000 mL

mcafeina _____ 500 mL

mcafeina = = 0,08362 g

2,50 g _____ 100%

0,08362 g _____ %cafeina

%cafeina = = 3,345 %

7. Esboce a curva de titulação espectrotofométrica de uma solução 1x10 -3 M de uma solução do


componente M (titulado) com uma solução 1x10-3 M de X (titulante), assumindo que a
titulação assenta na reacção

M+X MX

e que esta reacção está praticamente deslocada para a direita.


Considere que apenas a espécie que vai ser titulada (M) e o composto MX absorvem no
comprimento de onda em que tem lugar o ensaio (εM = 467,5; εX = 0.0 e εMX = 8330,0) e que
a célula usada tem uma espessura de 1.0 cm. (3.0 valores)

Antes do PE

Situação do componente Absorvi Absorvtotal

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AM ≠ 0
εM = 467,5
CM ≠ 0 (decresce) (decresce)
A = εM . b . CM + εMX . b . CMX
εX=0 e CX=0 AX =0
(Crescente)
AMA ≠0
εMX = 8330,0
CMA≠0 (cresce) (cresce)

Depois do PE

εM = 467,5
AM = 0
CM = 0

εX=0
AX = 0 A = εMA . b . CMA
CX ≠ 0 (cresce) (Constante)

εMX = 8330,0
AMA = Constante
CMA = Constante

No ponto V=0,0 mL a absorvância será igual a

A = ε M x b x CM

A = 467,5 x 1 x 1x10-3 = 0,4675

No ponto equivalente (V = 10,0 mL) a absorvância será igual a

A = εMX x b x CMX

A = 8330,0 x 1 x 1x10-3 = 8,330

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