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SEI – PAE Nº: 0000958.

00000427/2023-01
NORMA DE REFERÊNCIA: Especificação AAR M-107/M-208 (Association of
American Railroads)
DOC. DE APROVAÇÃO: OSI XXXXX-XXXX/XXXX
VIGÊNCIA: XX/XX/XXXX
UO: SEOFI
PROCEDIMENTO: PRO-XXXXX-XXX
EDIÇÃO: XXX
ASSUNTO: Procedimento de inspeção em fábrica - Rodas ferroviárias Série 100

1. ASSUNTO

1.1. Procedimento de inspeção em fábrica - Rodas ferroviárias Série 100

2. OBJETIVO

2.1. Dada a aquisição de rodas ferroviárias para a substituição na frota Série 100, este
documento tem por finalidade fixar os parâmetros e o procedimento de inspeção em
fábrica para verificação do atendimento à especificação AAR M-107/M-208. A referida
norma rege a o processo de fabricação das rodas e seu atendimento baliza o aceite do
material adquirido.

3. LOCAL DE APLICAÇÃO

3.1. Planta de fabricação do fornecedor.

4. RESPONSÁVEIS PELA TAREFA

4.1. Engenheiro(a) responsável técnico(a) pela manutenção do material rodante e/ou


profissional indicado pelo mesmo(a)

5. MATERIAIS ENVOLVIDOS NA TAREFA

5.1. Conforme item 6 abaixo

6. DOCUMENTAÇÃO DE REFERÊNCIA

6.1. AAR specifications - Section G, M-107/M-208 - Wheels, Carbon Steel;

6.2. Desenho TU-MRM-2018 (Roda);

6.3. Desenho TU-MRM-3234 (Marcação);

OBS.: Todos em sua última versão.


7. SIGLAS

7.1. AAR - Association of American Railroads

7.2. PM - Partícula Magnética

7.2. PAE - Processo Administrativo Eletrônico

8. PERIODICIDADE

8.1. A cada lote adquirido

9. PROCEDIMENTOS

9.1. CONSIDERAÇÕES E DISPOSIÇÕES GERAIS

9.1.1. Rodas ferroviárias suportam grandes esforços, estão sujeitas à altas cargas cíclicas
e fortes impactos. São responsáveis por sustentar toda massa dos vagões bem como
manter a composição devidamente nos trilhos. Trata-se de item de grande
responsabilidade técnica.

9.1.2. Os materiais a serem utilizados na confecção de rodas ferroviárias, devem ser de


extrema qualidade e terem suas propriedades mecânicas bem definidas e conhecidas.

9.1.3. O processo de fabricação de uma roda ferroviária requer cuidados específicos e


procedimentos bem definidos e homologados, para que seja garantida a resistência
mecânica requerida em serviço.

9.1.4. Qualquer falha no processo de fabricação pode acarretar em inclusões de escorias,


bolhas ou micro trincas, que diminuem a vida em fadiga do material e levam o
componente à falha catastrófica (Entende-se falha catastrófica como a falha que
acontece instantaneamente, sem que haja algum indicativo de que a falha vá ocorrer).

9.1.5. A aquisição e posterior utilização de rodas ferroviárias que sejam passíveis de


falhas, pode acarretar em graves acidentes com grandes perdas materiais e pessoais,
severos danos à usuários e ao patrimônio da própria empresa.

9.1.6. A rigorosa observação quanto às normas, processo de fabricação, testes e ensaios


é parte crucial para garantia da integridade estrutural destes componentes.

9.1.7. A empresa fabricante das rodas deverá ter seu processo de fabricação certificado
pela AAR (American Association of Railroads) através da certificação M-1003 Quality
Assurance Specification, código de atividade A13.

9.1.8. Caberá à Licitante, na fase de entrega de documentos para licitação, a


comprovação da certificação de fabricação conforme certificado de especificação M-
1003. A Fabricante deverá possuir a certificação válida, ou seja, com data de expiração
superior ou igual a data de fabricação das rodas. A não apresentação deste documento
ensejará a sua exclusão do certame

9.1.9. A Validade da certificação apresentada deverá ser verificada acessando o site da


AAR na página: https://aar.com/standards/M-1003_registry.php

9.1.10. Não é permitido o envio de qualquer lote ou quantitativo de rodas antes da


inspeção em fábrica e aprovação da TRENSURB sob pena de não recebimento do
material.

9.1.10.1. A inspeção em fábrica está melhor descrita no item 9.2 deste documento.

9.1.11. A CONTRATADA deverá enviar o cronograma de produção e de testes e


ensaios com antecedência mínima de, 30 dias se fabricante nacional e de 60 dias se
fabricante fora do Brasil, à data de início da produção (ver detalhes do envio de
documentação no item 5).

9.1.12. A Trensurb realizará a inspeção por amostragem do lote do produto já


produzido. O lote representado pelas amostras será considerado rejeitado caso alguma
amostra falhe em atender as especificações AAR M-107/M-208 (conforme item 20.1 da
AAR M-107/M-208).

9.1.13. Rodas que apresentarem danos subsequentes à inspeção e aceite em fábrica ou


causados anteriormente ao recebimento pelo cliente serão rejeitadas. Nesse caso o
fornecedor deverá ser notificado (conforme item 20.2 da AAR M-107/M-208).

9.2. INSPEÇÃO EM FÁBRICA

9.2.1. A inspeção em fábrica tem por objetivo verificar a realização dos testes e ensaios
de acordo com a especificação AAR M107/M208 – Wheels, Carbon Steel – Class B,
desenho Trensurb TU-MRM- 2018 e desenho TU-MRM-3234 (todos documentos em
sua última revisão), bem como verificação do processo e as medidas de controle do
mesmo.

9.2.2. A inspeção deverá ser realizada nas dependências da fábrica no local da


fabricação, antes do embarque dos lotes, caso não for especificado de outra maneira.

9.2.3. O(s) inspetor(es) representando a TRENSURB, terão livre acesso a qualquer


momento, enquanto o contrato estiver vigente, à todas as dependências da empresa que
dizem respeito ao processo de fabricação das rodas adquiridas.

9.2.4. A fabricante deverá fornecer, sem custo ao(s) inspetor(es), todos os meios
(equipamentos, instrumentos, mão de obra, etc.) para reexecução de testes e ensaios
para que este(s) se certifique(m) que as rodas foram fabricadas de acordo com a
especificação.

9.2.5. O(s) inspetor(es) poderá(ão) solicitar a realização de novos testes ou a execução


de retestes (ou ensaios) com o fim de nortear a aprovação ou reprovação dos lotes sem
custos ao comprador. Os testes poderão ser realizados nas dependências do fornecedor
ou local designado pela TRENSURB.
9.2.6. A inspeção procederá a verificação dos itens previstos na norma, a saber, quanto
ao projeto, tratamento térmico, acabamento superficial, shot peening, composição
química, integridade estrutural e marcação, além de verificar os itens de controle do
processo produtivo.

9.2.6.1. Projeto: Será realizada nova medição em até 5 amostras de cada lote,
escolhidas aleatoriamente pelo cliente, para verificação das medidas e tolerâncias
dimensionais de projeto. Caso alguma medida se encontre fora de especificação
deverá ser realizada a conferencia em 100% do lote de maneira a descartar as
amostras não conformes.

9.2.6.2. Tratamento térmico: Para inspeção dos lotes, as rodas deverão estar
posicionadas de maneira que se possa verificar a marca da impressão deixada pelo
ensaio de dureza. Será verificado visualmente 100% do lote. Caso surja alguma
dúvida, ou por simples verificação, o cliente poderá solicitar novamente o ensaio
não destrutivo a se realizar em ponto distinto na face do aro da roda de amostra.

9.2.6.3. Shot peening: As rodas deverão estar posicionadas de maneira que se


tenha acesso visual a ambos lados do disco da roda. O Cliente realizará a inspeção
visual do acabamento superficial em 100% do lote (na região do disco da roda). O
cliente poderá solicitar a visualização e demonstração da medição da altura de
arco conforme item 7.2.3 da especificação AAR M107/M208. A fabricante
deverá manter o registro deste processo e as tiras “Almen-C” (Ver item 7.3.2 da
especificação AAR M107/M208).

9.2.6.4. Composição química: A Fabricante deverá manter o registro da análise


química da corrida do aço utilizada para confecção das rodas adquiridas. Para a
verificação, o cliente poderá solicitar nova análise da composição química
conforme item 8.4 da especificação AAR M107/M208, para cada corrida do aço
de cada lote produzido.

9.2.6.5. Integridade estrutural (Ultrassom): A fabricante deverá manter


documentada a metodologia e o procedimento de ensaio de ultrassom conforme
especificação AAR M107/M208. O ensaio de ultrassom deverá ser realizado em
100% do lote. O cliente poderá solicitar o reteste de até 5 amostras de cada lote
escolhidas aleatoriamente a título de verificação (inspeção). O fabricante deverá
se utilizar da correção da amplitude pela distância nos ensaios, tanto radial
quanto axial, seguindo o estabelecido no item 18.4.3.4 da especificação AAR M-
107/M-208.

9.2.6.6. Integridade estrutural (Partícula magnética): O propósito do ensaio por


partículas magnéticas é auxiliar a inspeção visual para detecção de defeitos ou
descontinuidades no material que possam ser danosos quando da roda em serviço.
O Ensaio PM deverá ser realizado em 100% do lote. O cliente poderá solicitar o
reteste de até 5 amostras de cada lote escolhidas aleatoriamente a título de
verificação (inspeção).

9.3. DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA

9.3.1. A CONTRATADA deverá apresentar o certificado M-1003 conforme item 9.1.8.


9.3.2. A CONTRATADA deverá apresentar todos os procedimentos, atualizados em sua
última versão, de todas as etapas de fabricação. A saber; tratamento térmico, shot
peening, análise química da composição do aço, determinação de micro pureza do aço,
ensaio de dureza, verificação dimensional, ensaio de ultrassom, ensaio de partícula
magnética e procedimento de retrabalho com seus critérios de aprovação.

9.3.3. A fabricante deverá apresentar a relação de instrumentos de medição e realização


de ensaios bem como seus respectivos certificados de calibração.

9.3.4. A fabricante deverá apresentar a relação de pessoal envolvido em cada um dos


testes, ensaios ou verificações bem como a respectiva certificação técnica de cada
executor.

9.3.5. A fabricante deverá elaborar relatório com os resultados de todos os testes e


ensaios realizados identificando o lote e número de série das rodas. O relatório tem
objetivo de comprovar que o material amostrado foi testado e inspecionado de acordo
com o especificado. Este relatório deverá ser assinado por responsável técnico.

9.3.6. A documentação citada nos itens 9.3.3, 9.3.4 e 9.3.5 será verificada e analisada in
loco.

9.3.7. O cheklist deverá ser preenchido, assinado pelo inspetor e anexada cópia ao
processo de aquisição (PAE-SEI).

9.3.8. Deverão ser anexadas cópias, ao processo de aquisição, dos documentos


comprobatórios de inspeção, a saber, checklist preenchido e assinado e relatório dos
testes e ensaios de verificação do fabricante. O Inspetor poderá emitir relatório de
inspeção apontando particularidades se relevantes. Este também deverá constar nos
autos do processo.

9.4. EMBALAGEM E TRANSPORTE

9.4.1. As rodas deverão ser embarcadas em arranjos de quatro rodas agrupadas em pares
de mesma medida de diâmetro (ou “tape”).

9.4.1.1. No caso do diâmetro em sistema métrico a tolerância deve ser de até 0,5
mm.

9.4.2. As rodas deverão ser embaladas em arranjo vertical possibilitando-o ser suspenso
por gancho.

9.4.3. As rodas não devem ser pintadas, devem ser cobertas de substância protetiva
transparente para que seja evitada a oxidação devido às intempéries.

10. TREINAMENTO

10.1. Este PROCEDIMENTO não necessita de treinamento

11. PUBLICIDADE
11.1. A divulgação eletrônica deste PROCEDIMENTO será dada no Portal Notes –
Acesso Rápido – Normas Internas e Procedimentos, Submenu “PROCEDIMENTOS”,
possibilitando o acesso irrestrito de todos os empregados ao conteúdo deste
procedimento.

12. ANEXOS

ANEXO I - AAR specifications - Section G, M-107/M-208 - Wheels, Carbon Steel;

ANEXO II - Desenho TU-MRM-2018 (Roda)

ANEXO III - Desenho TU-MRM-3234 (Marcação)

ANEXO IV - Check list AAR M-107/M-208

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