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ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL

CONCEITO PRINCÍPIOS DA EXPERIMENTAÇÃO AUMENTO DA PRECISÃO

A experimentação agrícola tem por objetivo o estudo 1) Princípio da repetição: consiste na reprodução do A precisão se refere à ordem de grandeza da diferença
dos experimentos, isto é, seu planejamento, execução, experimento básico e tem por finalidade propiciar a entre dois tratamentos passível de ser detectada em um
análise dos dados obtidos e interpretação dos obtenção de uma estimativa do erro experimental. experimento. Os procedimentos que podem levar ao
resultados. aumento da precisão são: escolha do material
a) Experimento ou ensaio: é um trabalho previamente experimental, seleção das unidades experimentais,
planejado, que segue determinados princípios básicos e seleção dos tratamentos, aumento do número de
no qual se faz a comparação dos efeitos dos repetições, agrupamento das u.e. e técnicas mais
tratamentos. refinadas.
b) Tratamento: é o método, elemento ou material cujo Planejamento de um experimento:
2) Princípio da casualização: tem por finalidade
efeito deseja-se medir ou comparar em um experimento. Quais as características que serão analisadas?
propiciar a todos os tratamentos a mesma probabilidade
c) Unidade experimental ou parcela: é a unidade que Quais os fatores que afetam essas características?
de serem designados a qualquer unidade experimental.
vai receber o tratamento e fornecer os dados que Quais desses fatores serão estudados no experimento?
deverão refletir seu efeito. Como será a unidade experimental?
d) Delineamento experimental: é o plano utilizado na Quantas repetições deverão ser utilizadas?
experimentação e implica na forma como os tratamentos Estrutura: título; responsável e colaboradores; objetivos;
serão designados às unidades experimentais e em um histórico; material e métodos (localização, materiais,
amplo entendimento das análises a serem feitas quando tratamentos, tipo de delineamento); tempo de execução
todos os dados estiverem disponíveis. 3) Princípio do controle local: finalidade de dividir um provável; orçamento.
Em uma pesquisa científica, o procedimento geral é o ambiente heterogêneo em sub-ambientes homogêneos Relatório: planejamento experimental; dados gerais;
de formular hipóteses e verificá-las, diretamente, ou de e tornar o delineamento experimental mais eficiente, tratos culturais; dados das parcelas; análise de variância
suas conseqüências. Para tanto, é necessário um pela redução do erro experimental. e conclusões.
conjunto de observações ou dados e o planejamento de
experimentos é essencial para indicar o esquema sob o TESTES DE SIGNIFICÂNCIA
qual as hipóteses possam ser testadas.
As hipóteses são testadas por meio de métodos de Um dos principais objetivos da Estatística é a tomada de
análise estatística que dependem do modo como as decisões a respeito da população, com base na
observações ou dados foram obtidos. observação de amostras. Ao tentar tomar decisões, é
Análise de variância: consiste na decomposição dos conveniente a formulação de hipóteses relativas à
graus de liberdade e da variância total de um material população. Hipóteses estatísticas são considerações a
heterogêneo em partes atribuídas a causas conhecidas respeito das distribuições de probabilidade das
e independentes e a uma porção residual de origem populações.
desconhecida e de natureza aleatória. Formula-se a hipótese de que não existem diferenças
Permite a partição dos graus de liberdade e das somas entre os efeitos dos tratamentos (qualquer diferença
de quadrados, sendo que cada uma das partes nos observada é devido aos fatores não controlados ou
proporciona uma estimativa de variância. acaso). Essa hipótese inicial é denominada hipótese de
Para podermos utilizar a metodologia estatística nos nulidade (H0). Admitindo essa hipótese como verdade,
O que obriga a utilizar a análise estatística para testar resultados de um experimento, é necessário que o se verificado que os resultados obtidos em uma amostra
as hipóteses formuladas é a presença, em todas as mesmo tenha considerado pelo menos os princípios da diferem acentuadamente dos esperados para essa
observações, de efeitos de fatores não controlados (que repetição e da casualização, a fim de que possamos hipótese, com base na teoria das probabilidades, pode-
podem ou não ser controláveis), que causam a variação. obter uma estimativa válida para o erro experimental, se concluir que as diferenças observadas são
Esses efeitos, que sempre ocorrem, não podem ser permitindo-nos a aplicação dos testes de significância. significativas, e rejeita-se H0 em favor de outra,
conhecidos individualmente e tendem a mascarar o Ao fazer um experimento considerando apenas esses denominada de hipótese alternativa (Ha).
efeito do tratamento em estudo. O conjunto dos efeitos dois princípios, sem utilizar o princípio do controle local, Os processos que nos permitem decidir se aceitamos ou
de fatores não controlados é denominado de variação temos o delineamento inteiramente casualizado. rejeitamos uma determinada hipótese são denominados
aleatória. Visando tornar mínima a variação do acaso, o Nesse delineamento, deve ser utilizado apenas quando de testes de hipóteses ou de testes de significância.
experimento deve fazer o planejamento do experimento tivermos certeza da homogeneidade das condições Porém, ao tomar a decisão de rejeitar ou aceitar uma
de tal forma que consiga isolar os efeitos de todos os experimentais, as parcelas que receberão cada um dos hipótese, estamos sujeitos a incorrer em um dos erros:
fatores que podem ser controlados. Durante a instalação tratamentos são determinadas de forma inteiramente Erro do tipo I: rejeitar uma hipótese verdadeira, que
e a execução do experimento, o experimentador deve casual, por sorteio. Há apenas duas causas ou fontes deveria ser aceita.
procurar eliminar o efeito dos fatores não controlados. de variação, que são Tratamentos (fator controlado) e Erro do tipo II: aceitar uma hipótese falsa, que deveria
A escolha da parcela deve ser orientada de forma a Resíduo ou Erro (fator não controlado, aleatório). ser rejeitada.
minimizar o erro experimental, isto é, as parcelas devem Se as condições forem sabidamente heterogêneas, ou Esses dois erros estão de tal forma associados que, se
ser o mais uniforme possível, para que, ao serem se houver dúvida quanto à sua homogeneidade, diminuirmos a probabilidade de ocorrência de um deles
submetidas a tratamentos diferentes, seus efeitos sejam devemos utilizar o princípio do controle local, aumentamos a probabilidade de ocorrência do outro.
detectados. estabelecendo, então os blocos, que são agrupados em De modo geral, controlamos apenas o erro do tipo I,
O tamanho e a forma ótimos para a parcela serão parcelas homogêneas, o delineamento é denominado através do nível de significância do teste (α, consiste
aqueles que resultem na menor variação entre parcelas de delineamento em blocos casualizados ou em na probabilidade máxima com que nos sujeitamos a
dentro do bloco. blocos ao caso. Neste caso, deve-se isolar mais uma correr o risco de cometer um erro do tipo I ao testar uma
Em alguns experimentos, deve-se separar as causa de variação conhecida (fator controlado), que são hipótese dada).
bordaduras, para evitar a influência sobre a parcela dos os blocos. Como cada bloco deve conter todos os 5% (α = 0,05) indica que tem 5 possibilidades em 100
tratamentos aplicados nas parcelas vizinhas e, neste tratamentos, há uma restrição na casualização, que de rejeitar a hipótese quando ela deveria ser aceita, ou
caso, teremos a área total e a área útil da parcela, deve ser feita designando os tratamentos às parcelas seja, confiança de 95% de ter tomado a decisão correta.
utilizando os dados coletados apenas na área útil. dentro de cada bloco. A confiança de ter tomado a decisão correta ao rejeitar a
Na amostra obtida de cada parcela, devem ser feitas As parcelas dentro de cada bloco devem ser o mais hipótese é denominada de grau de confiança do teste
diversas determinações, das quais é obtida uma média homogêneas possível, podendo existir heterogeneidade e representada por 1 – α (em %).
para representar o valor observado nessa parcela. Não de um bloco para outro.
deve-se confundir as diferentes determinações da A utilização do princípio do controle local sempre nos Teste F para análise de variância
mesma amostra de material, com as repetições do conduz a uma redução no número de graus de liberdade Tem a finalidade de comparar estimativas de variância.
experimento. do resíduo. Se as condições experimentais forem muito A estatística F, denominada de razão de variância, é o
heterogêneas, obrigando a controlar dois tipos de quociente de duas estimativas de variâncias, supostas
Essa desvantagem é compensada, pois ocorrerá tbm heterogeneidade, deve-se nos utilizar de um independentes e calculadas com n graus de liberdade.
uma redução na soma de quadrados do resíduo e delineamento que exagera no controle local e que é s2
denominado de delineamento em quadrado latino. O F  12
obtemos > precisão, pois há uma redução na variância s2
residual, devida ao fato de isolarmos o efeito de fatores número de repetições deve ser = ao no de tratamentos e
no de parcelas deve ser um quadrado perfeito. Consideramos s12 > s22, de forma que F > 1, o que
que normalmente seriam incluídos no resíduo. caracteriza o teste unilateral.
ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL
TESTES DE SIGNIFICÂNCIA TESTES DE SIGNIFICÂNCIA TESTES DE SIGNIFICÂNCIA

As hipóteses testadas quando aplica-se o teste F: Observações: Onde I é o número de tratamentos do experimento e F é
a) H0: σ12 = σ22 1) Três ou mais contrastes serão ortogonais entre si se o valor crítico da tabela, ao nível α de probabilidade
As duas populações possuem variâncias iguais, o que eles forem ortogonais dois a dois. (geralmente 5%), em função dos números de graus de
equivale admitir que as duas amostras foram retiradas 2) Num experimento c/ I tratamentos, podemos formular liberdade de tratamentos e do resíduo.
de uma mesma população. vários grupos de contrastes ortogonais entre si, porém Se o módulo de Y estimado for maior ou igual a S, o
b) H1: σ12 > σ22 (teste unilateral) cada grupo terá apenas (I – 1) contrastes. contraste é significativo ao nível α de probabilidade.
A população 1 possui variância superior à população 2 Teste de Tukey
ou, equivalentemente, q as amostras são provenientes d) Variância de um contraste Pode ser utilizado para testar todo e qualquer contraste
de populações diferentes. Admitindo que todas as médias sejam independentes: entre 2 médias. Muito versátil, mas não permite compa-
Os valores críticos de F são tabelados em função dos Vˆ (Yˆ )  COˆ V (Yˆ , Yˆ )  c12Vˆ (m
ˆ 1 )  c22Vˆ (m
ˆ 2 )  ... cn2Vˆ (m
ˆn) rar grupos entre si. O teste tem por base a diferença
números de graus de liberdade das estimativas de mínima significativa (DMS) representada por ∆:
s2 s2 s2
variâncias, a diferentes níveis de probabilidade. Vˆ (Yˆ )  c12 1  c22 2  ... cn2 n s
Sempre que o valor de F calculado igualar ou superar o r1 r2 rn q  q.s( mˆ )
r
valor tabelado, devemos rejeitar H0 em favor de Ha e Se s12 = s22 =...= sn2 = s2, logo: Onde q é a amplitude total estudentizada, cujo valor é
concluímos que pelo menos dois tratamentos possuem  c2 c2 c2 
Vˆ (Yˆ )   1  2  ... n s 2 encontrado em tabelas, em função do no de tratamentos
efeitos diferentes.
 r1 r2 rn  (I) e do número de graus de liberdade do resíduo (n’),
Testes de comparações múltiplas
Se todas as médias têm mesmo número de repetições: geralmente ao nível de 5% de probabilidade; s é o
Os testes de comparações múltiplas ou testes de
desvio padrão residual (√QMRes); r é o no de repetições
comparações de médias, servem como complemento do s2 n
s2
teste F, para detectar diferenças entre os tratamentos.
Vˆ (Yˆ )  (c12  c22  ...  cn2 )   ci2 das médias confrontadas no contraste.
r i 1 r Exige que todas as médias possuam o mesmo número
a) contraste de médias e) Erro padrão do contraste: é a raiz quadrada positiva de repetições. Calculado o valor de ∆, calcula-se todas
Se tivermos a função linear: Y = f(x) = a1x1 + a2x2 + ...+ da estimativa da variância da estimativa do contraste. as estimativas dos contrastes entre 2 médias:
anxn. E verificamos que Σai = 0, dizemos que Y constitui
um contraste das variáveis x. se em lugar de x, tivermos s(Yˆ )  Vˆ (Yˆ ) Yˆ  m
ˆi  m
ˆk
médias, obteremos um contraste de médias. Numa Se o módulo de Y estimado for maior ou igual a ∆, o
análise estatística devemos formular aqueles que sejam Teste t de Student contraste é significativo ao nível α de probabilidade,
de maior interesse para o experimentador. Exemplo: Requisitos básicos: indicando que as 2 médias não diferem entre si.
Estudo da produção de frutos de abacaxi (t/ha): a) os contrastes testados devem ser ortogonais entre si; Teste de Duncan
1 – abacaxi (0,9 x 0,3 m) – m1 = 53,5 t/ha. b) os contrastes devem ser estabelecidos antes de se- Exige que as médias sejam colocadas em ordem de-
2 – abacaxi (0,8 x 0,3 m) – m2 = 56,5 t/ha. rem examinados os dados (na fase de planejamento do crescente e que todas elas possuam o mesmo número
3 – abacaxi (0,8 x 0,3 m) + amendoim – m3 = 62,0 t/há. experimento). de repetições, para ser exato. Cada contraste testado
4 – abacaxi (0,8 x 0,3 m) + feijão – m4 = 60,4 t/ha. Este teste, que serve para confrontar médias ou grupos envolve apenas 2 médias, embora a amplitude do com-
Verificando os tratamentos, tem-se 2 monocultivos e 2 de média se utiliza de contrastes de médias. traste possa abranger um número maior de médias.
consórcios: Yˆ  0 Yˆ  0 Baseia-se na amplitude total mínima significativa:
Y1 = m1 + m2 – m3 – m4 t 
Vˆ (Yˆ ) s (Yˆ ) Di  zi
s
 zi .s (mˆ )
Y2 = m1 – m2
Quando se aplica o teste t a um contraste, geralmente o r
Y3 = m3 – m4
De um modo geral não conhecemos as verdadeiras interesse é verificar se a sua estimativa difere siginica- Onde z é a amplitude total estudentizada, cujo valor é
médias, de forma que o verdadeiro valor do contraste tivamente de zero (valor que deveria assumir se a hipó- encontrado em tabelas, em função do no de médias
também é desconhecido. Conhecendo as estimativas tese H0: as médias ou grupos de médias confrontadas abrangidas pelo contraste (i) e do número de graus de
das médias, pode-se calcular as estimativas dos com- no contraste não diferem entre si, ou H0: m1 = m2 =...= liberdade do resíduo (n’), geralmente ao nível de 5% de
trastes. mn, fosse verdadeira). probabilidade; s é o desvio padrão residual (√QMRes); r
Às vezes existe interesse em se comparar a estimativa é o número de repetições das médias confrontadas no
Yˆ  c1m
ˆ 1  c2m
ˆ 2  ... cn1m
ˆn
do contraste com um valor arbitrário de A ou a compara- contraste.
b) Covariância de dois contrastes ção de uma média com um valor estabelecido. Se Y estimada for < que Di, o contraste é não significa-
Consideremos as duas estimativas de contrastes: Yˆ  A mˆ  A tivo, indicando que não se deve rejeitar H0.
t t
Yˆ1  a1m
ˆ 1  a2 m
ˆ 2  ...  an1mˆn s(Yˆ ) s (Yˆ )
Se Y estimada ≥ Di, o contraste é significativo, indican-
do que se deve rejeitar H0.
ˆ
Y2  b1mˆ 1  b2 m
ˆ 2  ...  bn1m
ˆn O valor da estatística t deve ser comparado com os Teste de Dunnett
Nas quais as médias estimadas foram calculadas c/ r1, valores críticos de t, tabelados em função do número de Utilizado quando as únicas comparações q interessam
r2,..., rn repetições, respectivamente. A estimativa da graus de liberdade associado à variância e do nível de ao experimento são aquelas feitas entre um determina-
covariância de contrastes é definida por: significância do teste. do tratamento padrão, geralmente a testemunha, e cada
Intervalos de confiança um dos demais tratamentos.
COˆ V (Yˆ1, Yˆ2 )  a1b1Vˆ (m
ˆ 1 )  a2b2Vˆ (m
ˆ 2 )  ... anbnVˆ (m
ˆn)
Uma das + importantes aplicações do teste t consiste na Aplicação do teste:
Lembrado que: determinação de intervalos de confiança p/ parâmetros a) calcular a estimativa de cada contraste;
Vˆ (m
ˆ i )  si2 ri verdadeiros, com base em suas estimativas. b) calcular a estimativa de variância da estimativa de
Frequentemente tem-se s12 = s22 =...= sn2 = s2, logo: Se tivermos uma média estimada e seu erro padrão cada contraste;
ab a b a b podemos calcular um intervalo de confiança: c) calcular o erro padrão do contraste;
COˆ V (Yˆ1 , Yˆ2 )  1 1  2 2  ...  n n IC  mˆ  t s(mˆ )
r1 r2 rn d) calcular o valor do teste:
Nas análises de variância de delineamentos balancea- Onde tα é o valor crítico da tabela ao nível α de probabi- d   td  s(Yˆ )
dos, todas as médias possuem o mesmo número de lidade com (n-1) graus de liberdade, e interpretamos
que existe uma probabilidade de 100(1-α)% de que o Onde td é o valor dado na tabela para uso no teste de
repetições, r, e portanto: Dunnett (5% e 1%) em função do número de graus de
intervalo contenha a verdadeira média m, que nos é
s2 liberdade de tratamentos (I-1) e do número de graus de
COˆ V (Yˆ1 , Yˆ2 )  (a1b1  a 2 b2  ...  a n bn ) desconhecida, ou seja:
r mˆ  t s (mˆ )  m  mˆ  t s (mˆ ) liberdade do resíduo.
e) comparar cada estimativa de contraste, em valor
n
s2
  ai bi Teste de Scheffé absoluto, com o valor de d’:
r Pode ser aplicado para testar todo e qualquer contraste Todo Y estimado ≥ d’ será significativo, indicando que a
i 1
de médias, mesmo quando sugerido pelos dados. É fre- média da testemunha difere significativamente da média
c) Contrastes ortogonais
quentemente utilizado p/ testar contrastes que envolvem do tratamento com ela comparado.
A ortogonalidade entre dois contrastes indica uma inde-
grupos de médias. Exige apenas q o teste F da análise Todo Y < d’ será não significativo e as médias desse
pendência entre suas comparações, ou seja, a variação
de variância para tratamentos seja significativo, pois contraste não diferem entre si.
de um contraste é inteiramente independente da varia-
quando isso ocorre, indica que devemos ter pelo menos f) indicar a significância do teste no valor da estimativa
ção de outro. A condição necessária para que dois
um contraste de médias significativo. do contraste.
contrastes sejam ortogonais entre si é que a covariância
entre eles seja nula. S  ( I  1) FVˆ (Yˆ )
ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL
DELINEAMENTO INTEIRAMENTE DELINEAMENTO INTEIRAMENTE PLANTIO
CASUALIZADO CASUALIZADO

Características: Calcula-se as estimativas de variância dos diferentes


a) utiliza apenas os princípios da repetição e da casuali- grupos e o teste:
zação, deixando de lado o princípio de controle local e, 2
portanto as repetições não são organizadas em blocos; smax
b) os tratamentos são designados às parcelas de forma
Hc  2
inteiramente casual, com números iguais ou diferentes
smin
de repetições por tratamentos. Onde smax2 é a maior variância e smin2 a menor. E com-
Para a instalação desses experimentos no campo, deve para seu valor com os valores críticos de H(g, r-1)α’.
se ter certeza da homogeneidade das condições ambi- Constatada a heterocedasticidade deve-se verificar se é
entais e do material experimental. regular ou irregular. Se regular, deve-se buscar uma
Vantagens: transformação tal que os dados passem a apresentar
a) é um delineamento bastante flexível, visto que o no de uma distribuição aproximadamente normal.
tratamentos e de repetições depende apenas do número a) Transformação de raiz quadrada √x: para dados de
de parcelas disponíveis; contagem, que geralmente seguem a distribuição de
b) o número de repetições pode ser diferente de um Poisson, na qual a média é igual à variância.
tratamento para outro, embora o ideal seja que eles Quando ocorrem zeros ou valores a baixo as transfor-
apresentem-se igualmente repetidos; mações recomendadas são: √x+0,5 ou √x+1.
c) a análise estatística é simples, mesmo quando o b) Transformação angular arcsen √x/100: para dados
número de repetições por tratamento é variável; expressos em porcentagens, que geralmente seguem
d) o número de graus de liberdade para o resíduo é o uma distribuição binomial. Desnecessária se as % esti-
maior possível. verem todas na faixa de 30 a 70% e se resultantes da
Desvantagens: divisão dos valores observados nas parcelas por uma
a) exige homogeneidade total das condições experimen- constante.
tais; c) Transformação logarítmica log(x) ou ln(x): quando
b) pode conduzir a uma estimativa de variância residual é constatada certa proporcionalidade entre as médias e
bastante alta, uma vez que, não se utilizando o princípio os desvios padrões dos diversos tratamentos.
do controle local, todas as variações, exceto as devidas Verificada a necessidade de transformação, os dados
a tratamentos, são consideradas como variação do serão transformados e toda a análise estatística deve
acaso. ser feita com os dados transformados.
Modelo estatístico: Se a heterocedasticidade for irregular, para eliminá-la
xij = m + ti + eij pode-se simplesmente eliminar os tratamentos discre-
Onde xij é o valor observado na parcela que recebeu o pantes ou caso isto não seja possível ou recomendável,
tratamento i na repetição j; m é a média da população; ti subdividi-los em grupos e testá-los separadamente,
é o efeito do tratamento i aplicado na parcela; eij é o através de resíduos apropriados a cada grupo.
efeito dos fatores não controlados na parcela.
As hipóteses básicas que devem ser admitidas para a Análise de variância do experimento
validade da análise de variância são:
a) aditividade: os efeitos dos fatores que ocorrem no
modelo devem ser aditivos.
b) independência: os erros ou desvios eij, devidos ao
efeito de fatores não controlados, devem ser indepen-
dentes, ou seja, que não haja correlação entre eles. Isto
pode não ocorrer quando os tratamentos são doses
crescentes de adubos, inseticidas, etc. ocasião em que
a análise de variância deve ser feita estudando-se a
regressão. I = tratamentos, J = repetições.
2
c) homocedasticidade: os erros ou desvios eij devidos  I J 
ao efeito de fatores não controlados, devem possuir   xij 
 
C 
i 1 j 1
uma variância comum. Isto significa que a variabilidade
das repetições de um trata-mento deve ser semelhante IJ
à dos outros tratamentos, isto é, os tratamentos devem
possuir variâncias homogêneas.
d) normalidade: os erros ou desvios eij devidos ao
efeito de fatores não controlados, devem possuir uma
distribuição normal de probabilidade. Isto implica que os
dados experimentais se ajustem a uma distribuição
normal de probabilidade.
Uma ou mais dessas hipóteses básicas podem não ser
constatadas e, então antes de se proceder à análise de
variância, os dados experimentais devem ser transfor-
mados, de tal forma que as suposições básicas sejam
atendidas.
Quando não há homocedasticidade verifica-se a hetero-
cedasticidade:
- heterocedasticidade irregular: ocorre quando certos
tratamentos apresentam maior variabilidade que outros.
- heterocedasticidade regular: ocorre devido à falta de
normalidade dos dados experimentais, existindo fre-
quentemente certa relação entre a média e a variância
dos diversos tratamentos testados.
Um dos testes mais utilizados para verificação da homo-
cedasticidade é o teste de Hartley ou teste da razão
máxima.

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