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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARATAMENTO DE ZOOTECNIA

Experimentação em Ciência
Animal
Prof. Lindenberg Sarmento – DZO/CCA/UFPI
Bibliografia Básica
Estatística na metodologia científica

Observação de um fenômeno –
Dificuldade teórica ou prática –
Saber formular o Problema
Perguntas – conhecimento prévio – imaginação

Raciocínio dedutivo – Inferência que vai


dos princípios para uma consequência -
Conhecimento científico e outro tipos de conhecimento -
Fundamentação teórica
“Esta é a fase intelectual da pesquisa ao fim da qual
o pesquisador está em condições de elaborar sua
hipótese que propõe os prováveis fatores e
respectivos níveis envolvidos na observação inicial,
assim como as variáveis de interesse a serem
medidas na futura experimentação” (Gomide, 1997).
Pesquisa Científica

 Projeto de Pesquisa – Delinear a


pesquisa - Planejamento

 Execução do Experimento

 Dados da Pesquisa
Coleta e organização dos resultados
Efetuar observações e medidas e Registrar
cuidadosamente os dados.
Pesquisa Científica

 Dados da Pesquisa

Tudo concluído: “vou fazer a estatística do meu


trabalho”
• A estatística é parte da experimentação
• Análise estatística é tão importante quanto a
execução do experimento
• Variáveis respostas complexas e diferentes fontes
de variabilidade requerem modelos e métodos
cada vez mais sofisticados => maior conhecimento
Pesquisa Científica

Resultados
adequadamente
projetados para
a população
Reprodutibilidade na Pesquisa
Preocupação Mundial nas diferentes áreas de
conhecimento => Ciências Agrárias

Garantir a reprodutibilidade nos resultados de


experimentos => aptos a inferência
Se os resultados não podem ser repetidos suas
conclusões não permitem projeções para a população =>
não produziu conhecimento
Reprodutibilidade na Pesquisa
A falta de conhecimento (pouco conhecimento) e o uso
inadequado de conceitos estatísticos são fatores que
contribuem para a crise da reprodutibilidade na pesquisa
científica.

Conhecimentos suficiente para que haja um processo lógico


(e não “receitas de bolos”) na instalação, condução e
interpretação de experimentos
• “Sagrada Trindade” da pesquisa agropecuária, α=0,05,
Teste de Tukey e o coeficiente de determinação
(Detmann, 2018)

Formar Cientistas x Executores de protocolos gerais,


nem sempre corretos – (Detmann, 2018)
Estatística na metodologia científica
Conclusões – Em bases probabilísticas, exige lógica e
conhecimento técnico. Confirmar ou negar a hipótese. De
maneira afirmativa apresentar a nova verdade.
Estatística na metodologia científica

 Um exemplo (Sampaio, 1998)


 Instalações de concreto foram introduzidas na
década de 60 como avanço tecnológico que
permitia maior eficiência no controle sanitário.
 Após implantação: aumento da mortalidade de
leitões antes da desmama.
 Patologistas detectaram que as mortes eram causadas
pela deficiência de ferro (anemia ferropriva).
 Incorporação de ferro na ração ainda não era possível
– Altas doses injetáveis de uma única vez.
 Aumento de diarreia bacteriana, devido o excesso de ferro
circulante.
Estatística na metodologia científica

 Um exemplo (Sampaio, 1998)


 Continuação...
 Observação: a anemia não acometia leitões criados soltos,
pois mantinham baixos níveis de ferro circulante mas suficiente
para o balança metabólico.
 Decisão: suprir um cocho de terra nas instalações cimentadas
para verificar se os leitões o procuravam, os níveis de ferro
eram reestabelecidos, o que reduzira a anemia e a ocorrência
de diarreias.

 Metodologia científica
 Observação: anemia ferropriva passou a se
manifestar após restrição de acesso a terra.
Estatística na metodologia científica

 Um exemplo (Sampaio, 1998)


 Continuação...
 Raciocínio: Necessidade de ferro deveria ser
suprida por aquele elemento ali existente.
 Hipótese: Os níveis metabólicos de ferro
foram controlados pelos próprios animais
quando estes tiveram acesso a terra.
 Outra Hipótese: O excesso de ferro circulante,
promovido pela dose única injetável,
aumentou a frequência e a gravidade de
diarreias bacterianas.
Estatística na metodologia científica

 Um exemplo (Sampaio, 1998)


 Continuação...
 A comprovação das hipóteses irá depender
essencialmente de métodos estatísticos.
 Instalação do experimento e obtenção dos
resultados;
 Coleta de dados e organização dos resultados
(Mensuração da resposta desejada e o conhecimento
da natureza dessa resposta);
 Compactação dos resultados - aplicação das
estatísticas descritivas para os grupos experimentais,
definindo seus valores mais prováveis (médias) e
suas instabilidades (desvio padrão).
Estatística na metodologia científica

 Um exemplo (Sampaio, 1998)


 Continuação...
 A comprovação das hipóteses irá depender
essencialmente de métodos estatísticos.
 Continuação...
 Inferência Estatística => Estimar
 Teste de hipótese: conhecimento de inferência
estatística e cálculo de probabilidade.
 Conclusão: a partir da inferência estatística
generalizar os resultados obtidos e apresentar o novo
conhecimento.
Contribuição da Estatística à
experimentação (Sampaio, 1998)
 Comprovação de um resultado experimental pela
repetição de ensaios semelhantes
 Custo, tempo, animais e instalações adicionais
 Se fosse praticado – resultados diferentes entre os ensaios.
 A partir de um experimento pode-se definir um intervalo
onde o verdadeiro e a probabilidade deste valor está
contido no seu interior.
 A probabilidade é definida pelo pesquisador: na experimentação
animal utiliza-se um percentual nunca inferior a 95%.
 A generalização de resultados a partir de um único ensaio,
baseado em probabilidades, só pode ser realizada a partir de
inferência estatística
 Estimativas de efeitos de tratamentos e variação individual dentro dos
tratamentos.
Contribuição da Estatística à
experimentação (Sampaio, 1998)
 A variação individual é peça fundamental para a comparação
de valores médios obtidos em cada tratamento.
 Variações aleatórias, uma dificuldade universal que está
presente em toda experimentação
 Característica de todo material biológico, animal ou vegetal.
 Leitões de uma mesma ninhada alcançam pesos diferentes á desmama;
 Plantas de mesma parcela diferem quanto a altura, número de perfilhos
e de folhas por perfilhos e, portanto, peso.
 As variações aleatórias entre animais e/ou plantas constituem
a principal origem do erro experimental, que caracteriza a
dificuldade de se distinguir entre os efeitos médios dos
tratamentos experimentais. Elas são como um véu que
dificulta ao pesquisador melhor apreciar as diferenças de
resposta de animais ou plantas aos tratamentos
experimentais (GILL, 1988).
Ensaio experimental
 Trabalho previamente planejado, que segue
princípios básicos e no qual se faz a comparação de
efeitos de tratamento.
 Experimentos variam de uma pesquisa para outra,
mas todos são regidos por princípios básicos:
Repetição, casualização e controle local.
 Tratamento: método, elemento ou material cujo efeito
desejamos medir ou comparar em um experimento.
 Níveis de proteínas na ração, tipos de aleitamento,
variedades de gramíneas.
Ensaio experimental
Ensaio experimental
Ensaio experimental
 Unidade experimental: é a unidade que vai receber o
tratamento e fornecer os dados para estimar seu
efeito.

Um indivíduo Amostra composta


de vários indivíduos
Um piquete

Resposta média de Resposta média de várias


vários indivíduos amostras do mesmo indivíduo
Ensaio experimental
 Delineamento experimental: é o plano utilizado na
experimentação e implica na forma como os
tratamentos serão designados às unidades
experimentais.
 DIC, DBC e DQL
 O delineamento experimental de um ensaio, que tem
por objetivo possibilitar estimativas precisas e
válidas, permite:
 1 - Estimar o erro experimental;
 2 - Reduzir o erro experimental;
 3 - Reduzir a presença de vícios.
Ensaio experimental
Ensaio experimental
 O planejamento de uma pesquisa envolve diversas
etapas:
 1 - Entendimento e definição do problema e da
população pertinente, de animais ou plantas;
 2 - Elaboração da hipótese a ser testada;
 2 .a- Explicitação dos tratamentos experimentais (fatores e
respectivos níveis);
 2 .b- Explicitação das variáveis de interesse – Variável
resposta (medições a serem tomadas);
 3 - Exame do material experimental : Instalações
(baias), equipamentos, ingredientes das rações, fenos,
silagem, unidades experimentais (numero e
uniformidade).
 4 - Escolha do delineamento experimental, do nível de
significância e dos contrastes de interesse.
Princípios básicos da experimentação

 Os princípios que norteiam a experimentação visam


garantir estimar a variação individual.
 Repetição, casualização e controle local (Fisher, 1926)
 Uniformidade de animais, tratamentos e meio.
 Repetição
 Apenas pela existência de várias respostas para um
mesmo tratamento é possível estimar a resposta média
de um grupo experimental e a variação de respostas
individuais dentro do grupo (estimar o erro experimental).
 Precisão das estimativas de interesse
 Poder do teste de hipótese
 Não existe uma regra – Na prática recomenda-se que os
experimentos devem ter no mínimo 20 parcelas e 10
gruas de liberdade para o resíduo.
Princípios básicos da experimentação
 Casualização
 Consiste em dispor os tratamentos ao acaso no
experimento, de modo que cada unidade experimental
tenha a mesma chance de receber um determinado
tratamento
 Evitar beneficiar algum tratamento em detrimento de outro
 Benefício: validar e dar confiabilidade às estimativas dos erro
experimental e das médias de tratamento.
Princípios básicos da experimentação
 Controle local
 Muito usado mas não é obrigatório
 Destina-se a controlar a heterogeneidade ambiental, ou
seja, dividir um ambiente heterógeno em subambientes
homogêneos e tornar o delineamento experimental mais
eficiente, pela redução do erro experimental.
 Sempre conduz a uma diminuição de graus de liberdade do
resíduo, o que pode ser uma desvantagem.
 Essa desvantagem é compensada se houver redução da soma
de quadrados do resíduo, o que reduz a variância residual e
aumenta a precisão para o experimento.
Princípios básicos da experimentação
UNIFORMIDADE DOS ANIMAIS
A B C
Princípios básicos da experimentação

UNIFORMIDADE NA APLICAÇÃO DO
TRATAMENTO
Princípios básicos da experimentação
UNIFORMIDADE DE MEIO

A B C
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação

e  y  yˆ
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Estatística Descritiva
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação

 Mais recentemente: Modelos lineares generalizados


Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
Introdução a experimentação
A resposta alvo e sua classificação
Peso ao abate
Quantitativa Qualitativa

Produção de leite
Contínua Discreta
OPG

Pouco instável Muito instável


Anticorpos

Distribuição normal Grau de necrose


Não normal

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