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Material Teórico
Testes de Hipótese
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Testes de Hipótese
• Introdução;
• Formulando as Hipóteses e o Estudo dos Erros;
• Alguns Testes de Hipótese Utilizados
Rotineiramente na Pesquisa Biomédica.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Aprender como propor as hipóteses de um dado experimento;
• Conhecer alguns testes de hipótese utilizados rotineiramente na pesquisa biomédica.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Testes de Hipótese
Introdução
Na pesquisa biomédica, necessitamos tomar conclusões com base em amos-
tragens, já que, por vezes, é impossível analisar populações inteiras para que pos-
samos saber o real efeito daquilo que desejamos estudar. Vários tipos de experi-
mentos são feitos com o intuito de tentar entender o que aconteceria de fato na
população estudada.
Algumas sugestões:
• Testar a droga em todos os cães do planeta;
• Testar a droga em um grupo de cães (amostra).
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» Não: Encerra-se o experimento;
» SIM: mais dúvidas:
a) Qual a proporção de indivíduos intoxicados para que ainda se possa
considerar seguro para a venda?
O teste de hipótese é uma regra de decisão, na qual se leva em conta uma série
de interferências, com uma chance calculada de errar. Veja o esquema a seguir:
Regras de
decisão
Veracidade ou
Falsidade científica
Delineamento
experimental
Coleta
de dados
Inferência
Verificação da
indutiva
hipótese
Figura 1
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9
UNIDADE Testes de Hipótese
Formulando as Hipóteses
e o Estudo dos Erros
Vamos ver como devemos propor as hipóteses de um experimento, com a fina-
lidade de testá-las. Partiremos de um exemplo prático.
Situação hipotética:
Comparar a eficácia de uma Nova droga (Dn) com uma droga padrão (Da).
Fixando as hipóteses
H 0 : Dn = Da
(Teste Monocaudal)
H1 : Dn > Da
Na situação colocada acima, a droga nova é mais eficaz do que a droga antiga,
chamamos a esse tipo de teste de monocaudal.
H 0 : Dn = Da
(Teste Bicaudal)
H1 : Dn ≠ Da
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Se a eficácia da droga antiga for de 50% (0,50), temos para um teste monocau-
dal as seguintes hipótese:
H 0 : Dn = 0, 50
H1 : Dn > 0, 50
A eficácia (E) pode ser medida pelo número de curas. Suponhamos que a nova
droga será utilizada em 10 pacientes (n=10) e que a eficácia conhecida da droga
antiga (DA) é de p=0,5. A probabilidade de ocorrer curas entre 0 e 10 para uma
variável como a apresentada anteriormente está apresentada na Tabela 1.
A tomada dessa decisão pode gerar possíveis erros, já que estaremos decidindo
com base em uma amostra e não em uma população. Observe no Quadro 1 as
possíveis decisões que podemos tomar nesse caso e a consequência dessas decisões.
11
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UNIDADE Testes de Hipótese
}
Tabela 2 – Distribuição das probabilidades de evento com n = 10 e P (probabilidade) = 0,50,
com a delimitação das áreas de aceitação e rejeição de H0 para um alfa de 5%
X número de curas Probabilidade de X
Região de Aceitação de H0
0 0,001
1 0,010
2 0,044
3 0,117
4 0,205
5 0,246
6 0,205
Região de Rejeição de H0
7 0,117
}
8 0,044
9 0,010
10 0,001
A nossa questão exemplo era: a droga nova é mais eficaz que a droga antiga?
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Para um nível de significância de 5%, se testarmos essa droga em 10 indivídu-
os, diremos que essa afirmação é verdadeira se ela for eficaz para 9 ou 10 indivídu-
os. Veja que chamamos de nível de significância o valor de a que fixamos a priori.
Teste de T
O teste de T é utilizado quando desejamos comparar as médias de duas amos-
tras, que podem ser o mesmo conjunto de indivíduos onde os valores foram toma-
dos antes e depois do tratamento; ou entre dois grupos, sendo um tratado e outro
o grupo controle.
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UNIDADE Testes de Hipótese
A regra de decisão é:
Cálculos:
n: número de elementos de cada grupo
s2: variância
Cálculo de t:
x 2 − x1
1 1
s2 +
n n
1 2
Valor na Tabela de T:
• Valores de a;
• Graus de liberdade dado pela seguinte fórmula: GL = (n1 + n2 – 2).
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Figura 2 – Tabela para o teste de T
15
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UNIDADE Testes de Hipótese
A regra de decisão é:
Cálculos:
X2: valores do grupo 2;
S2: Variância;
d = x2 − x1
d=
∑d
n
(∑ d )
2
∑ d−
n
S2 =
n −1
d
t=
s2
n
Exemplo 1
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Tabela 3
Dieta 1 Dieta 2
12 15
8 19
15 15
13 12
10 13
12 16
14 15
11
12
13
a=5%
As hipóteses são:
H 0 : D2 = D1
(perda de massa da dieta 2 maior do que da dieta 1)
H1 : D2 > D1
n1 = 10
n2=7
A nossa regra de decisão diz: se o valor calculado de t (2,72) for maior do que
o valor encontrado na tabela de t (2,13), então a diferença observada entre as mé-
dias dos grupos 1 e 2 (12 e 15Kg) é estatisticamente significativa para um nível de
significância de 5%.
Então, para esse nível de significância, a dieta 2 fez os indivíduos perderem mais
massa do que a dieta 1.
Exemplo 2
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UNIDADE Testes de Hipótese
Tabela 4
Antes da Dieta Depois da Dieta
77 80
62 58
61 61
80 76
90 79
73 69
86 90
59 51
88 81
α=5%
As hipóteses são:
H 0 : Ddepois = Dantes
(massa depois menorr do que antes)
H1 : Ddepois < Dantes
n = 9 (observe que temos um único grupo)
Tabela 5
Antes Depois Diferença
77 80 3
62 58 -4
61 61 0
80 76 -4
90 79 -11
73 69 -4
86 90 4
59 51 -8
88 81 -7
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A nossa regra de decisão diz: se o valor calculado de t (2,0,6) for maior do que
o valor encontrado na tabela de t (2,31), então a diferença antes e depois (3,44Kg)
é estatisticamente significativa para um nível de significância de 5%. Porém, como
o valor de t é menor do que o da tabela, concluímos que para um nível de signifi-
cância de 5%, a diferença observada não é estatisticamente significativa, ou seja,
não podemos afirmar que essa dieta realmente faria indivíduos perderem massa.
A regra de decisão é:
Cálculos:
Σ (O − E )
c2 =
E
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UNIDADE Testes de Hipótese
Exemplo 1
A teoria de Mendel diz que a segregação dos genes em ervilhas ocorre na se-
guinte proporção:
9 3 3 1
: :
16 16 16 16
Tabela 6
Sementes Frequência
Amarelo Lisa 315
Amarelo Rugosa 101
Verde Lisa 108
Verde Rugosa 32
Total 556
As hipóteses ficam:
Tabela 7
Sementes Frequência Proporção
Amarelo Lisa 312,75 9/16
Amarelo Rugosa 104,25 3/16
Verde Lisa 104,25 3/16
Verde Rugosa 34,75 1/16
Total 556
20
Tabela 8
Observado Esperado Diferença
315 – 312 = 2,25
101 – 104,25 = -3,75
108 – 104,25 = 3,75
32 – 34,75 = -2,75
Aplicando a fórmula:
c2 =
∑ (O − E )
E
Tabela 9
O E (O–E)2/E
315 312,75 0,016187
101 104,25 0,101319
108 104,25 0,134892
32 34,75 0,217626
Σ 0,470024
χ2 = 0,47
21
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UNIDADE Testes de Hipótese
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Exemplo 2
Um pesquisador, por meio de uma análise retrospectiva de dados de uma cida-
de, decide analisar se a proporção de natimortos difere quanto ao sexo.
Tabela 10
Sexo Vivo Morto
Masculino 1513 37
Feminino 1451 27
Tabela 11
Sexo Vivo Morto Total
Masculino a b 1550
Feminino c d 1478
Total 2964 64 3028
a 1550
=
2964 3038
b 1550
=
64 3038
c 1478
=
2964 3038
d 1478
=
64 3038
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UNIDADE Testes de Hipótese
a=1550*2964/3028 = 1517,24
b=1550*64/3028= 32,76
c=1478*2964/3028=1446,76
d=1478*64/3028=31,24
Tabela 12
Sexo Vivo Morto Total
Masculino 1517,24 32,76 1550
Feminino 1446,76 31,24 1478
Total 2964 64 3028
Calculando o χ2
c2 =
∑ (O − E )
E
Tabela 13
O E (O-E)2/E
1513 1517,24 0,011848883 +
37 32,76 0,548766789 +
1451 1446,76 0,012426111 +
27 31,24 0,57546735 =
χ2 = 1,148509133
Na Tabela 13, o valor para χ2 com a=5% e 1 grau de liberdade é: 3,84. A nos-
sa regra de decisão diz que se o valor calculado for menor do que o valor da tabela,
então aceita-se o H0.
Resposta da questão:
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O que devemos fazer então com amostras menores do que 20? Devemos utili-
zar o teste exato de Fisher. Aqui neste texto não vamos explicar o cálculo, porém,
diversos softwares de estatística possibilitam esse cálculo.
Análise de variância
Chamamos de Análises de Variância (ANOVA) quando comparamos variáveis
quantitativas de dois ou mais tratamentos, ou seja, vários grupos experimentais.
Exemplo:
A pergunta é:
Existe diferença na função renal desses grupos? Como todo teste, devemos fixar
o nível de significância (a) e formular as hipóteses.
Exemplo: Sabemos que a população tem valor médio de colesterol igual a 180,
um pesquisador testa uma droga para redução de colesterol e, em um grupo testa-
do, observou-se média de 160. O teste adequado para essa situação é o teste de Z.
Teste de proporção
Similar ao teste de Z, quando temos parâmetros populacionais para variáveis
qualitativas e desejamos comparar com amostras em estudo, podemos utilizar o
teste para uma proporção populacional. Um exemplo de situação é a seguinte:
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UNIDADE Testes de Hipótese
Sabemos que dos pacientes com uma determinada doença, 10% foram a óbi-
to. Um pesquisador deseja testar uma droga que promete diminuir a mortalidade.
Em 100 pacientes testados, 5 vieram a óbito. O teste de uma proporção determina
se essa diferença é significativa, fizemos esse teste no início do estudo, onde usa-
mos como exemplo a eficácia de uma nova droga. Para esse tipo de teste, utiliza-
-se uma tabela de distribuição binomial que mostra as probabilidades para vários
valores de n e de probabilidade.
Softwares de estatística
Existem vários softwares livres e pagos que fazem os testes de hipótese.
Para utilizá-los, é necessário um forte embasamento teórico para que o resultado
seja fidedigno.
Algumas sugestões:
• InStat GraphPad;
• PAST;
• EPINFO.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Formulação de Hipóteses
https://youtu.be/WLuj5hWTQxs
Testes Paramétricos
https://youtu.be/D6u6HE274jw
Leitura
Testes de Hipóteses Estatísticas
https://goo.gl/9RmjcY
Hipóteses Científicas
https://goo.gl/rWCyoH
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UNIDADE Testes de Hipótese
Referências
BEIGUELMAN, B. Curso de Bioestatística Básica. 4ed. Ribeirão Preto: Socieda-
de Brasileira de Genética, 1966.
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