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Estudos Quantitativos

Ma. Kamila Juliana


2021
Qual a melhor abordagem
metodológica?

Qual abordagem é capaz de


refletir completamente a
realidade com clareza e
eficiência?
Estas abordagens são os instrumentos de que se
serve a Saúde Pública, em particular, para se
aproximar da realidade observada.

Nenhuma das duas, porém, é boa, no sentido de


ser suficiente para a compreensão completa
dessa realidade. Um bom método será sempre
aquele, que permitindo uma construção correta
dos dados, ajude a refletir sobre a dinâmica da
teoria.

Portanto, além de apropriado ao objeto da


investigação e de oferecer elementos teóricos
para a análise, o método tem que ser
operacionalmente exequível.

MINAYO; SANCHES, 1993


Como vou saber que tipo de estudo
devo adotar?
A pergunta da pesquisa define que modelo
de estudo é mais apropriado, além do
método e da técnica a serem utilizados.
O estudo será quantitativo quando:
• As informação obtidas necessitarem ser
quantificadas:
• Quantos casos de microcefalia ocorreram em Petrolina no
ano de 2018? Ou...
• Qual a incidência de microcefalia em Petrolina no ano de
2018?

• Se deseja saber se existe relação entre variáveis:


• O Zica vírus causa microcefalia em recém nascidos?
• A atuação da equipe de enfermagem influencia na
ocorrência de úlceras de pressão?
O estudo será quantitativo quando:

• A pergunta do estudo envolver questões relativas à:

• Frequência:
• Prevalência ou incidência

• Associação, causalidade e etiologia


• Diagnóstico
• Tratamento
• Prevenção
• Prognóstico
Outros fatores que determinam a
escolha do modelo de pesquisa

• Objetivos do estudo
• Prevalência da doença/evento
• Conhecimento existente
• Habilidades do pesquisador
• Tempo disponível
• Recursos materiais
Origem dos dados

• Primários - O investigador é o primeiro a coletar os


dados: informações de entrevistas e observações,
exames;
• Secundários - Os dados são coletados por outros,
para outros fins: dados de censos, estatísticas vitais,
dados do Datasus - Ou buscam estabelecer
conclusões a partir de estudos primários: revisões.
Classificações dos Estudos Quantitativos

Posição do investigador

• Estudo Experimental / intervenção - o


pesquisador intervém pela exclusão, inclusão ou
modificação de um determinado fator

• Estudo Observacional - Aquele em que o


pesquisador não intervém, mas participa como
observador.
Classificação segundo a dimensionalidade temporal

• Estudos seccionais / transversais – a produção dos


dados é realizada em um único momento no tempo,
verificação simultânea da Exposição e do Desfecho.

• Estudos longitudinais: qualquer estudo em que haja


seguimento temporal:
• Prospectivos – partem de uma exposição, geralmente no tempo
presente e seguem no tempo em busca do desfecho no futuro;
• Estudos retrospectivos - partem de um desfecho geralmente no
tempo presente, em busca de um fator de exposição no passado.
Unidade de observação

• Estudo individuado: a unidade de observação e de


análise é um indivíduo;
• Estudos de agregados/conglomerados: a unidade
de observação e de análise é um grupo populacional.

Agregado
Indivíduo     
 



População ou amostra do estudo

• População Alvo: conjunto


completo de indivíduos de
interesse para o estudo

 População em Estudo ou
amostra: apenas uma parte
dos indivíduos que compõem
a população alvo
Objetivo do estudo

• Estudos descritivos - Descrevem geralmente a


caracterização de aspectos epidemiológicos de um
grupo de indivíduos; não há grupo de comparação;
ex: descrição do perfil clínico-epidemiológico de
pacientes
• Estudos Analíticos - Realizados para verificar uma
hipótese de pesquisa; verificar relações entre
variáveis.
E
P Descritiva Transversal
I
D Coorte
E Observacionais
M Caso-Controle
I
Ecológico
O
Analítica
L
O
G De intervenção Quasi-experimental
I
A Ensaio Clínico
Randomizado - ECR
Perfil Epidemiológico

 Quem adoeceu? Variáveis relativas ao indivíduo/pessoa.


 Analisa a distribuição da doença segundo sexo, idade, ocupação, hábitos
alimentares, culturais etc.
Ex: sarampo é mais comum na infancia.

 Onde a doença ocorreu? Variáveis relativas ao local.


 Analisa a ocorrência de algum padrão espacial da doença.
Ex: diarréia infecciosa é mais comum em áreas sem
saneamento.

 Quando a doença ocorreu? Variáveis relativas ao tempo.


 Analisa o período e a velocidade de ocorrência da doença.
Ex: dengue é mais comum no verão
influenza ocorre mais em períodos de frio
Variáveis
Aspectos Epidemológicos

 sexo  tabagismo
 idade Demográficas  Uso drogas Estilo
 Raça/etnia  dieta de vida
 ativ. física
 estado civil
 renda  peso
 ocupação Sociais  altura
Outras
 educação  religião
 estrato social
Variáveis
Aspectos Estatísticos
• Natureza da variável:
• Quantitativa: (Peso, Altura, Idade)
• Qualitativa: (Sexo, Raça/etnia, Religião, Escolaridade)
• Posição no quadro de hipótese:
• Variável dependente
• Variável Independente Principal
• Variável Independente secundária

• Continuidade dos Valores:


• Variável contínua (Peso, Altura, Idade)
• Variável discreta (Sexo, Raça/etnia, Religião, Escolaridade)
• Número de categorias
• Variável dicotômica
• Variável policotômica
Passos para um estudo quantitativo
• Delimitação do tema
• Hipótese (se estudo analítico)
• Levantamento bibliográfico
• Estabelecimento dos objetivos
• Delimitação do modelo de estudo
• Delimitação do modelo de análise
• Estabelecimento de uma amostra
• Coleta de dados
• Análise dos dados
• Obtenção de resultados
• Discussão
• Considerações
Vale ressaltar...

• A pesquisa quantitativa - epidemiológica em geral tem a


intenção de inferir; ou seja, generalizar seus resultados;
• É necessário tratamento estatístico;
• É preciso considerar as condições para a realização de cada
modelo de estudo:
• Viabilidade da pesquisa
• Tamanho da amostra
• Ocorrência do desfecho
• Habilidade do pesquisador
• Disponibilidade teórica
• Tempo
A coleta de dados: O que considerar?

• Qualidade dos dados


• Erros alteram as estimativas de frequências
• Buscar objetividade
• Cuidado...
• “Nem tudo é o que parece ser” (Provérbio popular)
• “O que vemos depende das teorias que usamos para
interpretar as nossas observações” (Albert Einstein)
A coleta de dados: O que considerar?

• Vieses da aferição:

• Observador/Entrevistador
• Observado/Entrevistado
• Medidas: peso, altura (padronizar)
• Deferentes critérios de coleta entre os entrevistadores
• Ausência de critérios operacionais para definição de casos

• Atenção
• A coleta de dados procura evitar que o observador
encaixe aquilo que procura naquilo que observa.

(Pereira, 2014)
Instrumentos de coleta de dados

• Questionário/Questionário on-line: lista de


perguntas formuladas pelo pesquisador

• Formulário: aplicado pelo pesquisador


“Não podem existir cientistas que não
possam ver que os melhores caminhos-
métodos serão aqueles que abordem mais
adequadamente seu objeto de estudo, e
tudo aquilo que nos ajuda na abordagem
deve ser respeitado. Haverá, sim, métodos
melhores, dependendo do objetivo que nos
propusermos. Mas não em termos
absolutos. Não cabem dogmatismos e
preferências metodológicas, mas sim
indicações para o método, qualquer um que
seja”
(TURATO, 2003,p.29)
Referências
• CANÁRIO et al. Uso do preservativo com parceiros não fixos
por usuários do centro de testagem e aconselhamento em
DST/AIDS . DST - J bras Doenças Sex Transm 2013;25(2):93-98 .
• Medronho, R. Epidemiologia. Cap. 4. Editora Atheneu, 2005.
Minayo, M. C. S; Sanches, O. Quantitativo-Qualitativo:
Oposição ou Complementaridade? Cad. Saúde Públ., Rio de
Janeiro, 9 (3): 239-262, jul/set, 1993.
• Pereira MG. Epidemiologia: Teoria e Prática.Parte III-
Epidemiologia Descritiva. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan,2002.
• ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO. Epidemiologia & Saúde. 6ª
ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.
• TURATO, E.R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-
qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2003.

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