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DELINEAMENTOS

COMUNS DE PESQUISA

Disciplina de Pesquisa em Psicologia

Valmir Dorn Vasconcelos


Toda pesquisa começa com uma pergunta...
Como responder essa pergunta vai depender das percepções de
utilidade, base filósofica e paradigma da área da ciência

A área que tem maior número de publicações são as pesquisas


quantitativas

Como padrão são compostas de início, meio e fim:

Introdução, Metodologia, Resultados, Discussão e


Considerações finais
Introdução: Pequena revisão de literatura, estudos anteriores,
hipóteses contrastantes e um pano de fundo para a pergunta de
pesquisa.... Dito isso, minha pesquisa tem como objetivo...

Metodologia: São todos os passos que uma pessoa consiga


reproduzir o teu estudo, que ela consiga entender como seus
dados foram coletados. Envolve procedimentos de coleta,
amostragem, instrumentos e de análise de dados

Resultados: Descrição dos achados, normalmente representado


em tabelas, figuras.

Discussão: Interpretação dos dados a luz da literatura

Considerações finais: Depende, mas geralmente é direção pra


futuros estudos, limitações e principais conclusões
TEMA? O que será explorado?
O tema deve ser exequível, preciso, bem
determinado e específico;
Deve-se buscar um objeto de estudo que
mereça ser investigado cientificamente e
que tenha condições de ser formulado e
delimitado em função da pesquisa;

ETAPAS DA PESQUISA
 Objetivo Geral:

 Deve ser limitado e claramente definido; deve


tornar explícito o problema aumentando o
conhecimento sobre determinado assunto;

 Objetivos Específicos:

 Devem ser redigidos a fim de auxiliar a execução


do objetivo geral;

OBJETIVOS:
Por quê? Para quê? Para quem?
Formulado de forma interrogativa, deve
haver clareza, concisão e objetividade,
facilitando a construção de uma hipótese
central;
Depende dos objetivos da pesquisa,
define e identifica o assunto;
Deve ser analisado sob os aspectos de
viabilidade, relevância, novidade,
exequibilidade e oportunidade;

PROBLEMA DE PESQUISA:
O que? Como?
A pesquisa quantitativa considera que tudo
é quantificável

Coleta:
-Uso de instrumentos (Psicometria); tempo de reação; EEG;
concordância,
Análise dos resultados
- Correlação ( Pearson, spearman) , Associação (x²); Diferenças
( Teste T, Mann-Whitney); regressão linear, regressão
logística...
E não basta apenas quantificar... A amostra dos participantes
deve ser suficientemente representativa das variáveis que
queremos estudar. Em alguns estudos, inclusive, essa
amostra é randomizada (aleatória)

Em geral, o que determina o tamanho da amostra são os


objetivos e de quantas pessoas são necessárias de acordo
com cada técnica estatística

Ex: Análise Fatorial Exploratoria – 10 pessoas por item


Aceito até o
Dedução (Popper) Contraditório

Hipótese Testo ela Verdadeira?

Rejeito minha
hipótese
Nos estudos quantitativos as variáveis
devem ser definidas com clareza,
objetividade e de forma operacional.
Variável independente (VI = causa) e a
variável dependente (VD = efeito);

VARIÁVEIS
 Tem por  SEXO: masculino ou
característica o fato feminino
de todos os membros  NACIONALIDADE:
de uma categoria brasileira, alemã,
serem considerados italiana
iguais no que diz  PROFISSÃO: médico,
respeito aquela psicólogo,
categoria. engenheiro, dentista
 RELIGIÃO: católica,
evangélica, espírita

VARIÁVEL CATEGÓRICA
È uma propriedade  ALTURA
que pode ser medida,  PESO
ou seja, algarismos  RENDA: 3 alta, 2
podem ser atribuídos média, 1 baixa
a pessoas diferentes  ANSIEDADE: 5 muita
com base na posse ansiedade, 4, 3, 2, 1
de quantidades de pouca ansiedade
alguma propriedade
ou característica.

VARIÁVEL NUMÉRICA
Como geralmente não podemos investigar
toda a população, examinamos apenas
uma parte, uma amostra.
Selecionar uma amostra representativa da
população exige técnicas de amostragens
calculadas por testes estatísticos
(pesquisas quantitativas).

AMOSTRAGEM
Tanto os métodos quanto as técnicas de
pesquisa devem adequar-se ao problema
a ser estudado, às hipóteses levantadas,
ao tipo de sujeitos de pesquisa com que
se vai entrar em contato, entre outros....
Na maioria das vezes, as pesquisas
utilizam uma combinação de métodos e
técnicas.

MÉTODOS E TÉCNICAS
Aplicação dos instrumentos; tarefa
cansativa que exige um rigoroso controle
durante a aplicação dos instrumentos a
fim de evitar erros resultantes de
entrevistadores inexperientes ou
informantes tendenciosos.

COLETA DOS DADOS


A partir da coleta, o pesquisador examina
seus dados, submetendo-os a uma
verificação crítica;
Codificação: etapa em que o pesquisador
categoriza os dados, isto é, transforma-
os em símbolos, em números, em
categorias....

ANÁLISE DOS DADOS


 Busca-se dar um significado mais amplo às
respostas, vinculando-as a outros conhecimentos
– ligação com a teoria;
 É o núcleo central da pesquisa;
 Representa a aplicação lógica, dedutiva e
indutiva do processo de investigação;
 Na análise busca-se explicar os relações entre os
fenômenos estudados e outros fatores;
 Na interpretação busca-se dar um significado
mais amplo às respostas, vinculando-as a outros
conhecimentos.

INTERPRETAÇÃO DOS DADOS


Síntese comentada das idéias centrais, os
problemas que ficaram sem solução
devem ser apontados para que futuras
pesquisas possam dar continuidade. A
introdução e a conclusão são as últimas
partes a serem redigidas em um relatório
de pesquisa.

CONCLUSÕES
DELINEAMENTO

É o plano, o esboço geral no qual são


indicados os princípios metodológicos a serem
seguidos a partir dos objetivos da pesquisa .

Demonstram o tipo de investigação que será


realizada e sua relação com as variáveis
TIPOS DE PESQUISA

Conhecimento
PESQUISA
em si mesmo,
BÁSICA
geração de
teorias

PESQUISA Produzir ações concretas


APLICADA (novas tecnologias,
tratamentos, etc).
Procedimentos adotados
Revisar os
Bibliográfica principais
resultados de
pesquisa em
determinada
área

- Descritiva
Pesquisa de - Correlacional
campo - Experimental
Descritiva: Realiza descrição detalhada acerca
de determinado fenômeno. Desvrever,
classificar, explicar ou interpretar os fenômenos.
Pode-se utilizar em pesquisa qualitativa ou
quantitativa.
Correlacional: Compara a ocorrência de algumas
variáveis em dois momentos ou em situações
diferentes em um contexto natural. Não propicia
dados que determinam se as relações são ou não
causais.
Experimental: Caracteriza-se pela manipulação
de uma ou mais variáveis independentes, em
situação controlada, para avaliar seus efeitos em
uma ou mais variáveis dependentes. Estabelece
causa-efeito.
DELINEAMENTOS NA QUANTI

METANÁLISE

REVISÃO SISTEMÁTICA

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

ESTUDO DE COORTE

ESTUDO DE CASO CONTROLE

TRANSVERSAL
Observacionais x Experimentais

Observacionais:

– O investigador observa, sem interferir.


Os estudos observacionais não permitem
estabelecer causalidade.

Experimentais ou Quase experimental

– O investigador intervém.
Os estudos experimentais permitem estabelecer
causalidade com uma determinada probabilidade.
Tipos – observação temporal

Estudo transversal

Estudo prospectivo

Estudo retrospectivo
Estudos Estudos
Prospectivos Retrospectivos

Os indivíduos são Os indivíduos são


seguidos da causa seguidos do efeito
para o feito. para a causa.
Por ex: acompanha-se Por ex: toma-se um
um grupo de grupo de pessoas que
fumantes e um grupo têm problemas
de não-fumantes por respiratórios e um
determinado tempo e grupo de pessoas que
depois se contam, em não têm problemas
cada grupo, quantos respiratórios.
têm problemas Calcula-se a
respiratórios. proporção de
Comparam-se fumantes em cada
proporções. grupo para
comparação.
ESTUDO TRANSVERSAL
Estudo onde a “causa” (exposição ao risco) e o
“efeito” (doença) são observados no mesmo momento,
ou em curto período de tempo, em uma população,
gerando dados de prevalência.

Fornecem um retrato de como o desfecho está


relacionado com a exposição, naquele determinado
momento.

Também chamado de Estudo Seccional,


Vertical, Surveys ou Prevalência
Aplicações

Medir a frequência de doenças


Descrever a distribuição das doenças conforme fatores de risco
conhecidos
Medir a frequência e características de fatores de risco conhecidos
Descrever a distribuição de fatores de risco conhecidos conforme
outras características
Identificar novos fatores de risco
Inquéritos de morbidade
Planejar e avaliar serviços e programas de saúde
Monitorar tendências temporais em doenças ou fatores de risco
ESTUDO DE CASO-CONTROLE
As investigações de caso-controle são
idealizadas tipicamente para avaliar a associação entre
a ocorrência de doença e uma exposição suspeita de ter
causado (ou evitado) essa doença.

Estudo que parte do “efeito” (doença) para chegar


às “causas” (exposição ao risco), sendo uma pesquisa
etiológica retrospectiva.

Comparação entre um grupo com a doença


(casos) e um grupo sem a doença (controles)
Aplicações

Estudo de causas de doenças ou


agravos, principalmente doenças raras
ou de período de latência longos (não
possíveis de serem investigados por
estudos de coorte ou ensaios clínicos)
ESTUDO DE COORTE
Grupo de pessoas acompanhado ao longo do
tempo e que periodicamente é investigado por
pesquisadores que vão agrupando dados sobre estas
pessoas.

Também conhecidos como:


– Estudos de incidência (incidence);
– Longitudinal;
– De seguimento (follow-up).

Ex. de estudo de coorte que iniciou na déc de 40 e


ainda corre: Pesquisa sobre os efeitos da bomba
atômica em seres humanos
Aplicações do Estudo de Coorte
Quais são os efeitos de exposição ao fator de risco?

Qual o prognóstico após uma determinada exposição a


um fator de risco de desenvolver uma doença?
EXPERIMENTAL OU QUASE
EXPERIMENTAL
Componentes de uma pesquisa experimental:

Comparação
Manipulação
Controle
Generalização

Tipos de desenhos de pesquisa experimental:

Experimental – 2 ou mais grupos. Pré-teste/tratamento/pós-teste

Quase experimental – 1 grupo. Pré-teste/tratamento/pós-teste


ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Em um ensaio clínico controlado


randomizado (ECCR) os pacientes são alocados
aleatoriamente para um dos grupos:

a)Grupo intervenção – que recebe a intervenção


experimental.

b) Grupo controle – recebe tratamento não-


experimental (placebo ou método padrão de tto).
Método

Inclusão: Randomização
Usuários de cocaína/crack,
14 - 24 anos, consumo
associado ou não a outra drogas,
IM Controle
Exclusão:
1ª ligação incompleta,
incapacidade de responder às Seguimentos: 1, 3, 7,
avaliações, estar sob efeito da 30, 60, 90 e 180 dias
droga após a data de parada
Revisão Sistemática

Revisão sistemática é um método de


investigação científica com planejamento
e reunião de estudos originais,
sintetizando os resultados de múltiplas
investigações primárias, através de
estratégias que limitam vieses e erros
aleatórios.

Cook, D et al. Ann. Intern. Med. 1997; 126:376-380)


Revisão Sistemática

- Delineamento de pesquisa original


- Questão de pesquisa definida
- Integrativo (população = estudos)
- Leva em conta a qualidade
metodológica
dos estudos selecionados
- Pode ou não combinar os resultados
dos estudos incluídos através de um
método estatístico (METANÁLISE).
2012 Impact Factor:
2.038

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