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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG

CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE - CES


UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA E MATEMÁTICA - UAFM
ESTATISTICA DESCRITIVA

JOSEFA LIDIANE FERREIRA DA SILVA


MARIZILDA GONÇALVES DA SILVA
RENATO ÍTALO DA SILVA MACEDO
VANDI GOMES DA SILVA

POR QUE O PESQUISADOR SOCIAL


UTILIZA A ESTATÍSTICA

Cuité - PB
Maio/2023

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A natureza da pesquisa social
A Pesquisa social é um processo investigativo que utiliza métodos científicos
para analisar e compreender fenômenos sociais, contribuindo para o conhecimento e
a compreensão da sociedade, suas estruturas e seus indivíduos, pode abordar uma
ampla gama de tópicos, como desigualdade social, relações de gênero, pobreza,
discriminação, migração, saúde mental, comportamento coletivo, politicas públicas e
muito mais. Ela visa fornecer insights e evidencias que possam informar a tomada de
decisões, a formulação de politicas e a compreensão da sociedade em geral.
Um cientista social é um profissional que estuda e analisa as relações humanas
e os fenômenos sociais. Eles se dedicam ao estudo científico das sociedades e das
interações entre indivíduos, grupos e instituições. O cientista social desempenha um
papel importante na compreensão dos desafios sociais, procura explicar e predizer o
comportamento humano. Ele faz previsões construtivas e examina caraterísticas do
comportamento humano chamada variáveis.
Experimento
O experimento distingue-se pelo grau de controle que um pesquisador pode
aplicar à situação de pesquisa. Em um experimento, os pesquisadores manipulam
efetivamente uma ou mais das variáveis independentes às quais seus indivíduos
estão expostos. A manipulação ocorre quando um pesquisador atribui uma variável
independente a um grupo de pessoas chamado (grupo experimental), mas nega essa
variável ao outro grupo de pessoas chamado (grupo de controle). Idealmente, todas
as outras diferenças iniciais entre o grupo experimental e o de controle são eliminadas
ao designarmos aleatoriamente os indivíduos às condições experimentais e de
controle.
Um pesquisador que fórmula uma hipótese de que a frustração aumente a
agressividade por atribuir aleatoriamente certo número de indivíduos aos grupos
experimental e de controle jogando uma moeda ("cara" se o indivíduo entra no grupo
experimental, “coroa " se entra no grupo de controle), de maneira que os grupos não
defiram inicialmente de maneira sensível.
O pesquisador pode então manipular a frustração (a variável independente)
solicitando aos membros do grupo experimental que resolvam um quebra-cabeça
difícil (frustrante), enquanto solicita aos membros do grupo de controle que resolvam
uma versão muito mais fácil (não frustrante) do mesmo quebra cabeça.

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Após todos os indivíduos terem licitando- lhes que administrem um "choque
elétrico suave " a outro indivíduo (na realidade, esse outro indivíduo é um aliado do
pesquisador que nunca leva choque, mas os indivíduos presumivelmente não sabem
disso).
Se a disposição dos indivíduos de administrar um choque elétrico e maior no
grupo experimental do que no grupo de controle, essa diferença é atribuída ao efeito
da variável independente, a frustração. A conclusão é que a frustração na verdade
tende a aumentar o comportamento agressivo.

Pesquisa tipo Survey


A pesquisa Survey é retrospectiva: As variáveis independentes sobre variáveis
dependentes são registradas após e às vezes muito após terem ocorrido. Apresenta
vantagens exatamente porque não envolvem manipulações experimentais. Não
apresentam controles rígidos dos experimentos: Os indivíduos não são atribuídos a
grupos aleatoriamente e as variáveis não são manipuladas. É muito mais difícil
estabelecer causa e efeito.

Análise de conteúdo

Análise de conteúdo é um método de pesquisa em que o pesquisador procura


objetivamente descrever o conteúdo de mensagens previamente elaboradas. Os
pesquisadores que fazem análise de conteúdo não precisam observar diretamente;
ao contrário, eles estudam o conteúdo de livros, revistas, jornais, filmes, programas
de rádio, fotografias, desenhos, cartas, interação diádica verbal, propaganda política
ou música.

Observação participativa

É uma abordagem que envolve a participação ativa do observador no ambiente


ou contexto sendo estudado, permitindo obter insights qualitativos sobre um fenômeno
ou grupo de pessoas. "O pesquisador participa da vida cotidiana das pessoas sujeitas
ao estudo, seja abertamente, no papel de pesquisador, ou de maneira velada, sob
algum disfarce, observando o que ocorre, ouvindo o que é dito ou interrogando
pessoas durante certo período de tempo".

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Análise secundária

A análise secundária refere-se ao processo de utilização de dados já coletados


e disponíveis publicamente para realizar novas análises estatísticas. Em outras
palavras, envolve a reutilização de dados coletados por outros pesquisadores ou
organizações para responder a novas perguntas de pesquisa ou explorar novas
perspectivas sobre um determinado fenômeno. Tudo que o pesquisador faz para
examinar os dados é chamado analise secundária.

Por que testar Hipóteses?

O teste de hipóteses fornece ferramentas que nos permitem rejeitar ou não


rejeitar uma hipótese estatística através da evidencia fornecida pela amostra. Testar
hipóteses é uma prática essencial para tomar decisões embasadas em evidências,
controlar erros, avaliar teorias científicas e generalizar resultados. Ajuda a fornecer
uma base sólida para a análise de dados e a obtenção de conclusões confiáveis.

A ideia central deste procedimento é supor verdadeira a hipótese em questão


e verificar se a amostra observada é "verossímel que parece verdadeiro" nessas
condições.

O estágio da pesquisa social

1- O problema a ser estudado é reduzido a uma hipótese passível de teste, (ex.


famílias com apenas um pai geram delinquências do que famílias com os dois pais)

2- Elabora-se um conjunto apropriado de instrumentos (ex. um questionário ou


um esquema de entrevistas).

3- Coletam-se os dados (ex. isso é, o pesquisador sair a campo e fazer uma


pesquisa).

4- Os dados são analisados quando a sua influência sobre a hipótese inicial.

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5- O resultado da análise é interpretado e comunicados a um público (ex. Por
meio de uma conferência ou pela imprensa.)

Utilização de séries numéricas na pesquisa social

Os problemas na análise de dados devem ser confrontados nos estágios de


planejamento de um projeto de pesquisa, porque têm influência na natureza das
decisões em todos os outros estágios. Utilização de séries numéricas na pesquisa
social

Importância da mensuração de dados.

Dependendo da do nível de mensuração as séries numéricas podem ser


usadas para:

• Classificar ou categorizar o nível nominal de mensuração


• Ordenar por postos no nível ordinal de mensuração
• Atribuir um escore no nível intervalar de mensuração

Nível Nominal

Consiste em nomear ou rotular, isto é, dispor os casos em categorias e contar


suas frequências de ocorrência.

Fonte: material de suporte

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Nível Ordinal

Proporciona informação sobre a ordenação de categorias, mas não indica


magnitude de diferenças entre números.

Fonte: material de suporte

Tratando como intervalos algumas variáveis ordinais

Os níveis de mensuração variam em termo de seu grau de sofisticação ou


refinamento, desde a classificação simples(nominal) até a disposição em postos
(ordinal) ou escore (intervalar). A essa altura a distinção entre os níveis nominal e
ordinal deve estar bem clara.
A distinção entre ordinal e intervalos nem sempre é óbvia. Variáveis que são
estritamente ordinais podem ser tratadas como se fossem intervalos quando as
categorias ordenadas apresentam um espaçamento uniforme.
Muitos pesquisadores tomam uma decisão prática. Sempre que possível,
escolhem tratar variáveis ordinais como intervalares, mas apenas quando é razoável
presumir que a escala tem intervalos quase iguais. Desse modo, eles tratariam a
variável postura em relação ao professor como se ela fosse intervalar, mas nunca
tratariam a variável categoria do professor como nada mais do que uma variável
ordinal.
As Funções de Estatística
Quando pesquisadores usam números — eles quantificam seus dados em
termos de mensuração nominal, ordinal ou intervalar — provavelmente empregarão a

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estatística como uma ferramenta de (1) descrição ou (2) tomada de decisões.
Examinaremos mais de perto essas funções importantes da estatística.
Descrição
Para chegar a conclusões ou obter resultados, um pesquisador social
frequentemente estuda centenas, milhares, ou mesmo números maiores de pessoas
ou grupos. Que descreve e resumi a massa de dados gerados em projetos de
pesquisa social.
Mesmo usando os princípios mais básicos de estatística descritiva, é possível
caracterizar a distribuição das notas de provas escritas na Tabela 1.6 com bastante
clareza e precisão. As notas podem ser rearranjadas em ordem consecutiva (da mais
alta a mais baixa) e agrupadas em um número muito menor de categorias

Tomada de decisão
Para testar hipóteses, você terá que tomar decisões com base em dados
coletados de apenas uma parte ou amostra do grupo maior que deseja estudar. Os
pesquisadores sociais chamam de população ou universo esse grupo maior do qual
se extrai a amostra

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A estatística pode ser útil para fins de generalização dos resultados de
amostras pequenas para populações maiores

A estatística é um conjunto de técnicas de tomada de decisões que ajudam os


pesquisadores a fazer inferências a partir de amostras para populações e, por
conseguinte, a testar hipóteses em relação à natureza da realidade social.

Organização dos Dados


A coleta de dados acarreta um sério esforço por parte dos pesquisadores
sociais que buscam ampliar seu conhecimento sobre o comportamento humano,
entretanto, é apenas o começo no que diz respeito à análise estatística. Ela produz a
matéria bruta que os pesquisadores sociais utilizam para analisar dados, obter
resultados e testar hipóteses sobre a natureza da realidade social.

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Distribuições de Frequências de Dados
As distribuições de frequência de dados nominais consistem em duas colunas.
Conforme a Tabela 2.1, a coluna esquerda indica qual característica é apresentada
(resposta da criança) e contém as categorias de análise (choro, raiva, retraimento e
brincadeira com outro brinquedo). Uma coluna adjacente (intitulada frequência, ou f)
indica o número de meninos em cada categoria (25,15, 5 e 5, respectivamente), assim
como o número total de meninos (50), que pode ser indicado seja por N = 50, seja
pela inclusão da palavra Total logo abaixo das categorias. Uma rápida olhada na
distribuição de frequência na Tabela 2.1 claramente revela que mais meninos reagem
chorando ou com raiva do que retraindo-se ou encontrando um objeto alternativo para
brincar
Comparação de Distribuições
Fazer comparações entre distribuições de frequência é um procedimento muito
usado para esclarecer resultados e acrescentar informações.
O pesquisador decide investigar diferenças entre gêneros. As meninas são
mais propensas a encontrar um brinquedo alternativo do que os meninos? Como
mostra essa tabela, 15 dentre 50 meninas, mas apenas 5 dentre 50 meninos, reagiram
brincando com outro brinquedo na sala.

Para uso mais geral, precisamos de um método de padronização das


distribuições de frequência em termos de tamanho — uma maneira de comparar
grupos apesar das diferenças em frequências totais. Dois dos métodos mais

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populares e úteis de padronização de tamanho e comparação de distribuições são
proporção e porcentagem.
A proporção compara o número de casos em uma determinada categoria com
o tamanho total da distribuição. Podemos transformar qualquer frequência em uma
proporção P dividindo o número de casos em uma categoria arbitrária/ pelo número
total N de casos na distribuição:

Portanto, em termos de proporção, 15 dentre 50 meninas que encontraram um


brinquedo alternativo podem ser expressas da seguinte forma:

Apesar da utilidade da proporção, muitas pessoas preferem indicar o tamanho


relativo de uma série de números em termos de porcentagem, a frequência de
ocorrência de uma categoria por 100 casos. Para calcular uma porcentagem,
simplesmente multiplicamos qualquer proporção dada por 100. De acordo com a
fórmula

Portanto, 15 dentre 50 meninas que encontraram uma alternativa pode ser


expresso como a proporção P = 15/50 = 0,30 ou como a porcentagem % = (100)
(15/50) = 30%. Desse modo, 30% das meninas localizaram outro brinquedo para se
divertir.

Razões e taxas
Um método não muito utilizado de padronização em relação ao tamanho- a
razão – compara diretamente o número de casos que se enquadram em uma
categoria (por exemplo, homens) com o número de casos enquadrados em outra
categoria ( por exemplo mulheres). Assim pode obter da maneira mostrada a seguir,

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uma razão, onde f1= frequência em
uma categoria arbitrária e f2=
frequência em qualquer outra categoria:
Se quiséssemos determinar a
relação de negros para brancos,
compraríamos o número de entrevistados negros (f=150) com o número de
entrevistados brancos (f=100), obtendo 150/100. Cancelando os fatores comuns no
numerador e no denominador, podemos reduzir uma razão a sua forma mais simples,
por exemplo, 150/100=3/2( a três entrevistados negros para cada 2 entrevistados
brancos.) O pesquisador poderia tornar mais claro essa relação, dando a base (o
denominador) em forma mais compreensível. Por exemplo, a razão empregada por
demógrafos que procuram comparar os números de homens e mulheres em qualquer
população em geral é dada como o número de homens por 100 mulheres.
Razão de sexo =(100) f Homens = (100)(150)= 300
f Mulheres (50)

Outro tipo de razão – que tende ser usada cada vez mais pelos pesquisadores
sociais- é conhecida como taxa. Eles analisam populações quanto ás taxas de
reprodução, morte, criminalidade, desemprego, divórcio, casamento e semelhantes.
Enquanto a maior parte das outras razões compara o número de casos em qualquer
categoria ou subgrupo com o número de casos em qualquer outro subgrupo, as taxas
indicam comparação entre os casos efetivos e o número de casos potenciais. Por
exemplo, para determinar a taxa de natalidade de determinada população, podemos
exibir o número efetivo de nascidos vivos entre as mulheres em idade fértil ( os
elementos da população que estão expostos ao risco de parto, representando
,portanto, casos potenciais). Analogamente, para determinar a taxa de divorcio,
podemos comparar o número efetivo de divórcios com o número de casamentos que
ocorrem em determinado período de tempo(por exemplo, 1 ano).

DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS SIMPLES DE DADOS ORDINAIS

Com os dados nominais são rotulados, em vez de graduados ou escalonados,


as categoria de distribuições de nível nominal não precisam ser relacionadas em
qualquer ordem em particular. Assim, os dados sobre preferências religiosas mostrado
na tabela a seguir. São apresentados em três disposições diferentes, embora
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igualmente aceitáveis. Já as
categorias ou valores de escores em
distribuições ordinais ou intervalares
representam o grau de presença de
determinada característica. A
listagem dessas categorias ou
valores de escore em distribuições simples de frequência deve refletir aquela
ordenação.

A alteração da ordem de
categorias ordinais e intervalares
reduz a legibilidade dos resultados
da pesquisa. Esse efeito pode ser
observado na tabela a seguir, onde
apresentamos as versões
“incorreta” e “correta” de uma distribuição de posição em relação á cobrança de uma
taxa para caminhadas no campus de uma faculdade. Qual é a versão que apresenta
leitura mais fácil?

DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA AGRUPADA DE DADOS INTERVALARES

A título de ilustração, a
distribuição constante na tabela a
seguir contém valores que variam de
50 a 99, distribuindo-se por quase
quatro colunas. A nota de prova de
71 estudantes apresentadas nesta
tabela foram reorganizadas em uma
distribuição de frequências
agrupadas, apresentadas na próxima tabela , na qual temos 10 intervalos de classe,
cada um de tamanho 5. Assim, o intervalo de classe mais alto (95-99) abrange cinco
valores 95,96,97,98 e 99. A analogamente, o intervalo 70-74 tem tamanho 5 e contém
os valores de escore 70,71,72,73 e 74.

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QUESTÕES

1) Qual das variáveis abaixo é uma variável de nível nominal?

Classificação de um filme

Classe social

Nível socioeconômico

(X) Cor da pele

Cargo na empresa

Apenas cor da pele é uma variável qualitativa nominal, pois aceita qualidades sem
que se tenha que ordenar.

2) Qual das variáveis abaixo é uma variável de nível Ordinal?

Estado civil

(X) Escolaridade

Peso

Número de filhos

Existe uma certa ordem nas possíveis respostas.

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REFERÊNCIAS

Material de suporte.

Variável = dados coletados de uma amostra. In: Variável = dados coletados de uma
amostra. Online. [S. l.], 0000. Disponível
em:https://docs.ufpr.br/~prbg/public_html/ce009/freq.pdf. Acesso em: 25 maio 2023.

Unicamp. In: Aula 1. Online. [S. l.], 0000. Disponível em:


https://www.ime.unicamp.br/~veronica/Coordenadas1s/aula1.pdf. Acesso em: 28
maio 2023.

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