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Psicologia Social – Inês Rodrigues- 2019-2020

Aplicação da Psicologia Social


O modelo PATH- Abraham Buunk & Mark Vugt (2007)
 Passo 1: P- Problem
o Problema que vai ser estudado
 Passo 2: A- Analysis
o Olhar para o problema e identificar as variáveis que estão em causa
o O que se sabe sobre esta problemática;
 Passo 3: T- Test
o Desenvolvimento e teste/validação de um modelo processual  cerne no
PATH
o Especificar a variável que se pretende alterar;
o Apontar as diversas variáveis que parecem estar envolvidas na situação e as
relações entre elas;
o Só apresentar variáveis e ligações que tenham fundamentação empírica;
o Nem sempre todas as partes do processo/modelo têm suporte empírico;
 Passo 4: H- Help
o Programa de intervenção.
o Mapear o roteiro da intervenção
 Sinalizar os atores
 Identificar as motivações e barreiras percecionadas pelos atores
 Identificaras ‘politicas’ e as formas de atuação
o O plano de intervenção: objetivos e planos de ação
o Executar o plano
o Avaliação/análise
 Estatísticas
 Avaliação quantitativa
Métodos de estudo em Psicologia e em Psicologia Social
Algumas razões para lo seu estudo:
- para poder executar os métodos (para produzir conhecimento)
-compreender os resultados das investigações
-para comunicar com investigadores
Investigação em psicologia social- finalidades
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Atributos de uma boa teoria


 Ser concordante com dados conhecidos
 Ser compreensiva, no sentido de dizer aquilo que se quer dizer.
 Ser parcimoniosa: enfoque naquilo que se deve focar e simplicidade
 Pode ser testada: deve poder ser replicada e sofrer várias tentativas de refutação.
 Possuir valor heurístico (linha de guia para outras investigações): deve suscitar
curiosidade nas pessoas, isto é, as pessoas devem quer saber mais sobre essa teoria.
 Ser útil: deve trazer conhecimento, deve ter relevância social e científica.
Objetivos científicos da Psicologia Social
 Descrição: Descrever fenómenos; uma situação.
 Explicação: queremos saber que aconteceu por “X” razões.
 Predição: queremos que esse conhecimento nos ajude a prever outras situações para
alem daquela. Queremos supor o que pode acontecer.
 Controlo: queremos controlar as situações, como por exemplo na área clínica,
queremos ter controlo sobre isso.
Processo de Investigação em Psicologia Social
Método científico
1- Definição do Problema: definição de conceitos
2- Formulação de hipóteses/formulação de questão(ões): relações entre os aspetos e
as variáveis, mas que não sabemos se estão relacionados ou não.
3- Recolha de dados: recolher dados que nos permitam sustentar essa hipótese
4- Análise de interpretação de dados: analisar os dados recolhidos, converter a
informação em dados que possam ser analisados para que depois possam ser
interpretados
5- Conclusões: Conferir ou infirmar as hipóteses
6- Disseminação/ Divulgação: Formular a teoria/ Divulgação.
Meta-análise  Maneira de chegar ao conhecimento, mas pegando na experiência dos outros
fizeram, para que a partir daí desses estudos, extraímos informação para o nosso estudo. Não
é um estudo de observação e não leva o investigador ao terreno, baseia-se em teorias que já
existem.
Investigação Quantitativa vs. Investigação Qualitativa
1- Séc. XX 1- Últimas décadas do séc. XX
2- Confirmatórios 2-Exploratórios
3-Geradores de hipóteses
3- Comprovativos de hipóteses
O que aconteceu nessa situação?
Confirmo a minha hipótese
Procuram explorar um fenómeno/ conjunto de
Afirmar ou infirmar hipótese
questões
4- Preditores
4-Descritivos e interpelativos
Comprovativos ou não comprovativos
de hipóteses
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5- Estudos experimentais e de correlação 5-Observação participante, análise


Esta é a situação, o que é que posso esperar experimental, etc.
desta situação.
O que posso esperar que aconteça Olhar mais aprofundado
6- Insuficientes para abordar a 6-Difícil atingir níveis adequados de
complexidade dos fenómenos humanos generalização

Os fenómenos humanos são complexos

Tipos de investigação
Dimensão Temporal
 Estudo Longitudinal: aquele que acompanha um mesmo grupo de pessoas durante
um longo período de tempo
 Estudo Transversal: aquele que estuda vários grupos etários num curto espaço de
tempo.
 Estudo “Misto”: aquele que estuda vários grupos etários num longo espaço de
tempo.

Métodos de investigação
 Método Correlacional /Estudo de Correlação: estabelece uma correlação entre 2 ou
mais variáveis. Quando queremos saber se uma coisa esta relacionada com outra. Se
as coisas estão correlacionadas, como estão correlacionadas?
Ex. variável 1: nº horas de estudo / variável 2: resultados num teste  será que os
resultados do teste estão relacionados com o nº de horas de estudo?
-Os sujeitos são avaliados numa dimensão e os resultados são comparados com outros
obtidos noutras dimensões.
-O investigador não tenta alterar as variáveis, apenas observa, regista e averigua se
existe, ou não, uma correlação (coeficiente de correlação -1 a +1). Quando existe
correlação, é +1. Quando não há correlação é 0. Quando a correlação á negativa, é -1.
-Permite fazer predições, com base em dados típicos de uma amostra representativa
-Não permite verificar relações de causa efeito.

 Método Experimental / Estudo Experimental: quando o investigador manipula


uma variável para ver se se verifica uma alteração na outra variável em estudo.
-A variável que se manipula: independente
-A variável que se pretende ver se se altera ou não: dependente

- Grupo experimental vs. Grupo de controlo (têm que ser grupos homogéneos para
terem características idênticas)
-Situação de Pré-teste, Experimental e Pós-teste
-Permite observar relações de causa-efeito entre variáveis.
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 Estudo de caso  estudo de um individuo, situação instituição. É um estudo em


profundidade, o que significa, que queremos conhecer em profundidade essa situação.
Estudo de situações atípicas.
Recolha de dados:
o Antecedentes: tudo aquilo que se sabe daquela pessoa ou comunidade, no
passado, que nos pode ajudar a perceber o futuro. Antecedentes são
informações que fazem parte dessa pessoa. Podem ser acerca da sua família,
comunidade etc.
o O curso do desenvolvimento e a situação presente, em todos os domínios
(como é que aquela situação evoluiu até àquele momento. Como é que aquela
pessoa pu comunidade chegou até ali)
o Características individuais e do contexto em análise e aspetos desviantes
(ex. se estivermos a estudar uma turma da universidade, queríamos tenar
perceber o contexto em que essa turma se encontra e aspetos desviantes de um
individuo ou comunidade)
o Intenções, linhas e orientações: interessa-nos saber quais são os objetivos,
inspirações dessa pessoa. Interessa saber como se projeta, quais os objetivos e
o que queremos atingir.
a) Toda esta informação vai levar a esta caracterização do individuo, grupo,
instituição, comunidade (estimativas do nível de maturidade/desenvolvimento). A
estimativa de maturidade é aquilo que a pessoa é capaz de fazer e aquilo que é
esperado para a sua idade.
b) Determinação de necessidades que possam ser mais urgentes  se esse trabalho
está bem feito. Quais são as necessidades urgentes que essa situação manifesta? Um
bom trabalho de caracterização deve apontar também necessidades urgentes.
c) Aspetos para correção e melhoria
d) (Eventualmente) Medidas (corretivas) a adotar  não ser apenas uma abordagem
genérica.
Estes são os aspetos principais de um estudo de caso

 Observação participante
O investigador é simultaneamente observador e participante
o Ele observa um “evento” enquanto participa na situação.
o Participação Natural (faz parte do grupo) vs. Artificial (o investigador não
fazia parte do grupo, mas depois da investigação passa a fazer parte do grupo).
o Regista ocorrências
o (indignação, verificação, interpretação, condução)
Levanta-se a questão da objetividade
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 Análise experiencial
o Shulamit Reinhharz – 70z*  investigador
o O investigador regista o que observa e o impacto que a situação tem nele. Ele
regista o que se passa em seu redor e a influencia que essas situações que
ele está a observar têm nele.
o O investigador não nega o envolvimento pessoal na situação – admite a falta
de objetividade, aceita-a, procura entender como ele afeta a sua visão da
situação.  muitas dessas pessoas são por exemplo enfermeiros, médicos etc.,
que registam o que lhes está a afetar.
Grounded Theory
 Glasser & Stauss, 1967
 Pressuposto: as teorias geram-se a partir dos factos
3 passos:
A partir das informações que selecionamos, queremos
1. Codificação (atribuir um código)
2. Elaboração de relatórios parcelares
3. Produção de um ensaio teórico – formulação de uma teoria (o processo final seria
formular uma teoria, uma conclusão

Analise Estrutural das Redes Sociais – Social Network Analysis


 Realizado por diferentes áreas, uma vez que diferentes áreas estudam redes;
 Incide sobre conceito de reses, ou seja, a ligação das pessoas com outras pessoas;
 Não é um estudo sobre redes sociais.

Exemplo:

Uma família partilha ligações, mas cada membro da família deve ter mais ligações com
outras pessoas.

 Permite ver como as redes são e se comportam;


 Permite uma observação direta;
 É bastante útil.

Stanley Milcram

 Experiência nos anos 60 nos EUA;


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 Mandaram cartas às pessoas, ou seja, as pessoas tinha de mandar uma carta a outra
pessoa dos EUA;
 No postal tinha o nome das pessoas e a morada e se não conhecesse a pessoa a enviar
a carta, dava a alguém que conhecesse e que pudesse mandar;
 Foi verificado quanto tempo e quantos destinatários passava a carta até chegar á
pessoa certa;
 Cerca de 300 pessoas foram bem-sucedidas no envio correto da carta;
 Quando observadas as 300 pessoas, em média, as pessoas utilizavam 6 conhecidos
como meio de fazer a carta chegar ao destino;
 Assim, chegou á conclusão da regra dos seis espaços, ou seis destinatários, que dizia
que uma pessoa está distante a cerca de 6 pessoas, até atingir ma pessoa que
conheçamos.

Posição Nó (entidades)

Ponte conexão, laços com pessoas


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 Grafo

Medidas que permitem conclusões deste tipo de gráfico

 Centralidade de grau – Medida que reflete a atividade relacional direta de um autor,


mede o número de conexões diretas de cada ator num grafo;
 Centralidade de proximidade (closeness centrality) – Medida que assenta no
comprimento do caminho mais curto que lida dois autores, quanto mais afastado mais
autónomo nas suas opções;
 Centralidade de intermeditariedade (betweenness) - Medida da importância da
posição intermediária; quanto mais um atoe se encontrar numa posição em que os
outros têm que passar por ele para chegar ais outros, mais controlo terá na circulação
da informação.

Técnicas de recolha de dados


I. Recolha de dados em arquivo
II. Observação
Observação (observação e registo de ocorrências)
 Dimensões: a) Naturalista vs. Não Naturalista b) Estruturada vs. Não Estruturada
 Vantagens
o Permite estudar a sequência de eventos
o Estudar situações complexas
 Desvantagens
o Exige treino e competência por parte do investigador
o A presença do investigador pode influencia os sujeitos
o Processo longo e dispendioso
o Produzem informações de tratamento exigente

III. Auto-avaliações
Inquérito por questionário- vários tipos de perguntas e ou itens
 Vantagens:
o Não exige a presença do investigador
o Pode ser aplicada a grupos distintos, vastos e dispersos
o Aplicação de curta duração
o Menos dispendioso que os restantes
o Produz muita informação
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o Produz informação fácil de tratar


 Desvantagens:
o Taxa de desperdício alta
o Risco de baixa taxa de retorno
o Risco de falta de sinceridade
o Não adequado para usar com alguns grupos
o Não é meio mais adequado para estudar “causas” e/ou “porquês” das situações
3 princípios a respeitar:
 Princípio da clareza; questões formuladas de forma clara e concisa
 Princípio da coerência: a questões devem respeitar a intenção que as originou
 Princípio da neutralidade: as questões devem respeitar a liberdade do inquérito e noa
sugerir a resposta a produzir por este
 Não fazer 2 questões na mesma pergunta
 Não fazer perguntas ambíguas
 Apresentar uma boa organização/formação do instrumento
 Apresentar linguagem, apropriada e sem erro

Técnicas de recolha de dados (cont.)


Testes (instrumentos muito diversificados – “papel e lápis” - uso de instrumentos ou
manipulação de objetos etc.)
 Aplicação individual ou em grupo
 O tratamento da informação pode ser mais simples ou mais complexo
Vantagem:
-Fornecem informação que pode ser comparada com valores padrão
Desvantagem:
-Exigem treino, competência, quase sempre, a presença do investigador ou de um técnico

Entrevista (estruturada, semi-estruturada, não-estrutrada)


Vantagem:
 Permite colher informação relativa ao comportamento não verbal
 Permite colher informação não ambígua (esclarecimento de dúvidas)
 Permite aprofundar questões
Desvantagens:
 Requer treino dos entrevistadores
 Processo dispendioso e longo
 Produz informação verbal (não adequado para estudar comportamentos e para estudar
certos grupos)
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 Possibilidade de influência pela presença do entrevistador


 Exigente no tratamento de informação

Questões éticas:
Particularmente no caso da investigação com crianças, indivíduos e/ou grupos, que
apresentem limitações e/ou maior vulnerabilidade
 Consentimento prévio
 Criação de situações “não ameaçadora” para os sujeitos ou não lesivas dos direitos
e/ou da dignidade humana
 Desocultação/ “Debriefing” (explicação posterior; ‘desmentir’)

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