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Ao nível descritivo
As questões apelam a uma resposta que se obtém:
a) Seja por uma exploração dos fenómenos (experiências humanas);
b) Seja por uma descrição de conceitos ou de populações.
Como a abordagem quantitativa permite determinar os conceitos com precisão, pode-se procurar
estabelecer ligações entre eles. Eleva-se então ao nível explicativo ou correlacional!
Ao nível explicativo
São possíveis dois tipos de operação ao nível explicativo:
a) A exploração de relações entre os conceitos;
b) A verificação das relações entre os conceitos.
1. A exequibilidade
Depende da obtenção de um número suficiente de participantes, do seu consentimento em
tomar parte no estudo, dos prazos de realização do estudo, assim como dos recursos
monetários, do material e dos locais disponíveis,
O investigador deve assegurar-se da colaboração de outros investigadores e deve obter a
autorização de uma comissão de ética da investigação antes de começar qualquer atividade no
terreno.
2. A justificação
Demonstrar que o tema de investigação responde às preocupações atuais, que pode ser útil
para a prática profissional e contribuir para o avanço dos conhecimentos.
O investigador deve poder explicar porque o preocupa esta questão, deve indicar o que espera
da sua investigação e os conhecimentos que lhe permitirá adquirir.
3. A operacionalização
A questão de investigação deve ser enunciada claramente e reportar-se a factos observáveis e
verificáveis.
Os elementos do problema
1) A exposição do tema ou situação problemática;
2) A apresentação dos dados da situação;
3) A justificação do ponto de vista empírico;
4) A justificação do ponto de vista teórico;
5) A solução de investigação e a previsão dos resultados
Problema de investigação
o Entidade complexa
a) Apresentação lógica de elementos, relações, argumentos, factos;
b) Apresenta o domínio (variáveis chave, população);
c) Explica a importância;
d) Condensa os dados empíricos e teorias existentes;
e) Justifica o estudo.
Em suma: argumentação que a exploração empírica é pertinente, capaz de contribuir para o
avanço do conhecimento.
Predição de relações
o Reporta-se então à verificação dos efeitos de uma variável independente sobre as variáveis
dependentes: “Quais são os efeitos de um programa de automedicação sobre a assiduidade
das pessoas idosas na toma dos seus medicamentos?”
o A formulação do problema de investigação é bastante complexa porque é preciso que os
conhecimentos adquiridos, em matéria da verificação teórica das relações, sejam
suficientemente sólidos para que se possa concluir que uma determinada variável
independente modificou a variável dependente.
A introdução
Informa o leitor sobre o conteúdo do texto.
O autor coloca o tema de estudo no seu contexto, sublinha a importância e explicita as razões em
favor do estudo do problema. Nela expõe também o plano.
O desenvolvimento
Considera 3 elementos: os dados da situação problemática, os escritos revistos e o quadro
teórico/conceptual.
Preparam-se cuidadosamente as transições feitas entre as diversas secções e subsecções, de
forma que elas se encaixem logicamente umas nas outras.
Segundo elemento: a apresentação dos dados da situação
Descrição dos elementos de informação necessários à compreensão dos diferentes aspetos do
problema.
Ao descrever o problema, é preciso mostrar as possíveis consequências da situação atual.
Quais são os fatores que têm influência sobre o problema?
Quem são as pessoas afetadas pelo problema?
Como é que o problema afeta as pessoas?
A conclusão
Resume a principais etapas do problema seguidas;
Define a solução de investigação proposta para estudar o problema;
Apresenta um resumo das respostas colocadas e deixa antever se as hipóteses formuladas serão
confirmadas ou não.
Os verbos de ação
No enunciado do objetivo aparece um verbo que indica a orientação da investigação (de acordo
com o nível de conhecimento).
Ou seja, objetivos indicam tipos de investigação:
1) Descrição
2) Explicação
3) Predição e controlo
Descrever
Refere-se à ação de reunir documentação sobre um fenómeno ou uma população.
Pode ser de natureza qualitativa ou quantitativa, segundo a formulação do problema ou do
objetivo a que se propõe.
Descrever a experiência vivida durante um longo período por pais de crianças prematuras. – Qual.
Descrever as características dos pedidos de consulta em psicologia nos centros de saúde. – Quant.
Explorar e verificar
1) Explorar relações: o objetivo é examinar os diversos aspetos de um fenómeno ou os
fatores que lhe podem estar associados.
Descrever as relações entre as características da dor e a qualidade de vida em adultos
com artrite reumatoide.
2) Determinar a influência de variáveis sobre outras e explicar as relações.
Determinar a influência da motivação no rendimento académico dos estudantes do 1º
ano de psicologia.
.
Predizer e controlar
Referem-se à ação de estabelecer relações de causa e efeito entre variáveis.
Avaliar os efeitos de uma intervenção no âmbito da autorregulação da aprendizagem no
rendimento académico dos estudantes do 1º ano de psicologia.
Alguns estudos comportam objetivos em lugar de questões de investigação. A única diferença entre as
duas formas reside no aspeto de afirmativo do objetivo.
As formas de hipótese
As hipóteses apresentam diferentes tipos de relações e podem comportar diversas variáveis. Elas
podem ser distribuídas em quatro categorias.
Hipótese direcional
Especifica a direção esperada entre as variáveis; prediz não somente a existência da relação mas
também a sua natureza (menos/mais/positiva/negativa)
Existe uma relação negativa entre autoestima e sentimento de rejeição nos adolescentes do
ensino secundário.
As hipóteses direcionais são baseadas em proposições teóricas, resultados de investigações e
por vezes dados clínicos.
Hipótese de causalidade
Relação causa-efeito » variável independente deve causar efeito na variável dependente,
indicando uma direção.
Os participantes que beneficiam de um apoio têm scores mais elevados na escala de autoeficácia e scores
menos elevados na escala de ansiedade do que sujeitos que são privados deste apoio.
Hipótese complexa
Multivariada; prediz a relação de associação ou causalidade entre 3 ou mais variáveis.
A intervenção de suporte pré-operatório reduz mais a perceção da dor e o pedido de analgésicos que a
intervenção pós-operatória.
Não há diferença no score de ansiedade do grupo que beneficia da intervenção de suporte e o do grupo que
beneficia desta.
A verificação de hipóteses
Distinguem-se hipóteses de associação e hipóteses de causalidade.
Se uma hipótese enuncia uma relação de associação, recorre-se a testes estatísticos de
correlação para determinar a natureza da relação entre as variáveis.
Se uma hipótese enuncia uma relação de causalidade então efetuam-se teste estatísticos de
diferenças entre grupos (teste t e de analise de variância) para determinar se a variável
independente tem um efeito estatisticamente significativo sobre a variável dependente.
Para verificar uma hipótese com a ajuda de testes estatísticos, o investigador converte-a
numa hipótese nula.
Se a hipótese nula for rejeitada, isso significa que a hipótese de investigação é verdadeira, e
a validade da proposição teórica se encontra novamente verificada.
Os resultados obtidos na sequência da verificação de hipóteses nunca são considerados nem
como absolutos nem como definitivos, eles simplesmente infirmam ou confirmam a
hipótese.
8.4 Definição e classificação de variáveis
Unidade base da investigação
Características, qualidades, propriedades da população ou da situação estudada na investigação
Parâmetro: atribuído valor numérico (peso; autoestima, etc)
Assumem diferentes valores para exprimir graus ou scores na escala.