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Técnicas de Pesquisa II –

Pesquisa em Psicologia II
Profª Eduarda Naidel

Unidade II: Metodologia


Como classificar as pesquisas? (Objeto)
Pesquisas Exploratórias Pesquisas descritivas Pesquisas Explicativas

objetivo proporcionar maior objetivo primordial a descrição das identificar os fatores que determinam
familiaridade com o problema, com características de determinada ou que contribuem para a ocorrência
vistas a torná-lo mais explícito ou a população ou fenômeno ou, então, o dos fenômenos. Esse é o tipo de
constituir hipóteses estabelecimento de relações entre pesquisa que mais aprofunda o
variáveis. conhecimento da realidade, porque
aprimoramento de ideias ou a
explica a razão, o porquê das coisas. Por
descoberta de intuições. Algumas pesquisas descritivas vão além
isso mesmo, é o tipo mais complexo e
da simples identificação da existência de
(a) levantamento bibliográfico; (b) delicado, já que o risco de cometer
relações entre variáveis, e pretendem
entrevistas com pessoas que tiveram erros aumenta consideravelmente.
determinar a natureza dessa relação.
experiências práticas com o problema
Nesse caso, tem-se uma pesquisa Pode-se dizer que o conhecimento
pesquisado; e (c) análise de exemplos
descritiva que se aproxima da científico está assentado nos
que "estimulem a compreensão" explicativa. resultados oferecidos pelos estudos
explicativos.

Pesquisa Bibliográfica

PESQUISA DOCUMENTAL
A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença
essencial entre ambas está na natureza das fontes.
Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos
diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental yale-se de
materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser
reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa.

PESQUISA EXPERIMENTAL
▪ A pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo,
selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de
controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
a) manipulação: o pesquisador precisa fazer alguma coisa para manipular pelo
menos uma das características dos elementos estudados;
b) controle: o pesquisador precisa introduzir um ou mais controles na situação
experimental, sobretudo criando um grupo de controle;

c) distribuição aleatória: a designação dos elementos para participar dos grupos


experimentais e de controle deve ser feita aleatoriamente

ESTUDO DE EX-POST FACTO


A tradução literal da expressão ex-postfacto é "a partir do fato passado". Isso significa
que neste tipo de pesquisa o estudo foi realizado após a ocorrência de variações na
variável dependente no curso natural dos acontecimentos.
O propósito básico desta pesquisa é o mesmo da pesquisa experimental: verificar a
existência de relações entre variáveis.

ESTUDO DE COORTE
O estudo de coorte refere-se a um grupo de pessoas que têm alguma característica
comum, constituindo uma amostra a ser acompanhada por certo período de tempo,
para se observar e analisar o que acontece com elas. Assim como o estudo de caso-
controle, é muito utilizado na pesquisa nas ciências da saúde.
A primeira amostra equivale ao grupo experimental e a segunda ao grupo de controle.
A seguir, faz-se o seguimento de ambos os grupos e, após determinado período, verifica-
se o quanto os indivíduos expostos estão mais sujeitos à doença do que os não expostos.
LEVANTAMENTO
Procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do
problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as
conclusões correspondentes aos dados coletados.
Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo
pesquisado, tem-se um censo. Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados
todos os integrantes da população estudada. Antes seleciona-se, mediante
procedimentos estatísticos, urna amostra significativa de todo o universo, que é tomada
como objeto de investigação.

ESTUDO DE CAMPO
O estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica,
já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para
qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da
observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes
para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses
procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de
documentos, filmagem e fotografias.

ESTUDO DE CASO
Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que
permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível
mediante outros delineamentos já considerados.
a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; b)
preservar o caráter unitário do objeto estudado; c) descrever a situação do contexto em
que está sendo feita determinada investigação; d) formular hipóteses ou desenvolver
teorias; e e) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito
complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

Amostra
Escolher corretamente os sujeitos do estudo é fundamental para garantir que os
resultados representem fielmente o que ocorre na população de interesse.
A capacidade de generalização raramente é uma simples questão de sim ou de não;
envolve, na verdade, um julgamento qualitativo complexo que depende da escolha da
população e do desenho amostral.
O tamanho e a diversidade de uma amostra podem ser ampliados por meio da
colaboração com pesquisadores de outras cidades ou do uso de bancos de dados
preexistentes, como o NHANES e os dados do Medicare. Bancos de dados acessíveis
eletronicamente oriundos de agências de saúde pública, organizações de prestação de
cuidados à saúde e companhias de seguros de saúde.
O tamanho da amostra é o número de sujeitos necessários para observar a diferença
esperada no desfecho entre os grupos, com uma probabilidade razoável (um atributo
conhecido como poder estatístico).

Critérios de inclusão: definem as características principais da população-alvo


relacionadas à questão de pesquisa.
Critérios de exclusão: indica indivíduos os quais atendem aos critérios de inclusão e que
seriam adequados para o estudo se não fosse por características que poderiam interferir
no sucesso do seguimento, na qualidade dos dados ou na aceitabilidade da
randomização.
Amostras não • Amostragem de conveniência
probabilísticas • Amostragem consecutiva

• Amostragem aleatória simples


Amostras • Amostragem sistemática
probabilísticas • Amostragem aleatória estratificada
• Amostragem por conglomerados

Coleta de Dados
Questionários versus entrevistas
As duas abordagens básicas para coletar dados sobre atitudes, comportamentos,
conhecimentos, história clínica e história pessoal são questionários – instrumentos
preenchidos pelos próprios respondentes – e entrevistas – que são aplicadas
verbalmente por um entrevistador. Cada uma das abordagens tem suas vantagens e
desvantagens.
Os questionários são geralmente a maneira mais eficiente e uniforme de se administrar
questões simples, como idade ou hábito de fumar. Os questionários são menos
onerosos do que as entrevistas, pois requerem menos tempo da equipe de pesquisa,
além de serem mais fáceis de padronizar.
As entrevistas são, em geral, a melhor abordagem para se obter respostas para questões
complicadas que requerem explicações ou orientação. Além disso, elas asseguram que
os instrumentos sejam respondidos integralmente.

Instrumentos
A pesquisa clínica envolve aferições em indivíduos que variam em um amplo espectro
de domínios.
Algumas aferições podem ser feitas apenas durante o contato com o sujeito do estudo,
mas muitas podem ser feitas posteriormente, em bancos de amostras biológicas
armazenadas para análise química ou genética, ou quando imagens de radiografia e de
outros procedimentos são armazenadas eletronicamente.

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)


▪ O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) garante um dos
referenciais bioéticos e é um dos documentos avaliados pelos comitês de ética
para a aprovação dos projetos. É um documento fundamental para pesquisa com
seres humanos, e consequentemente para a análise ética desses projetos. Esse
documento passou a ser elemento obrigatório dos projetos de pesquisa visando
a proteção dos participantes.
▪ A Declaração de Helsinque é o marco ético internacional para regulamentação
de pesquisas envolvendo seres humanos. Elaborada em 1964, introduz o
conceito de “comitês de ética independentes”, registrando a importância de
respeitar os seres humanos em sua totalidade e defender as pessoas em situação
de vulnerabilidade. Em pouco tempo, essa declaração tornou-se referência na
área, e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) passou a receber
atenção especial após esse período, sendo recomendada sua aplicação em todas
as pesquisas envolvendo seres humanos.
De modo geral, a Resolução n° 466/2012 versa sobre:

1- Obtenção do TCLE dos participantes de pesquisa, que devem ser voluntários e ter a
liberdade de escolha, sem que haja preconceito ou coação
2- Organização e apresentação do protocolo de pesquisa
3- Estabelecimento do fluxo para a aprovação, sob os aspectos éticos, dos protocolos de
pesquisa
4- Criação de CEPs e da CONEP, com a definição de suas atribuições
5- Definição dos termos utilizados na área da pesquisa clínica, como: "pesquisa",
"pesquisa envolvendo seres humanos", "protocolo de pesquisa", "pesquisador
responsável", "instituição de pesquisa", "patrocinador", "risco de pesquisa", "danos",
"participante de pesquisa", "Termo de Consentimento Livre e Esclarecido",
"indenização", "ressarcimento", "Comitê de Ética em Pesquisas", "vulnerabilidade e
incapacidade dos participantes de pesquisa"
6- Requisitos de projetos, tais como: adequação aos princípios científicos;
fundamentação em experiências prévias; possibilidade de conhecimentos inéditos;
maiores benefícios em relação aos riscos; metodologia adequada e justificativa quanto
ao uso de placebo (quando aplícável).

7- O comprometimento necessário dos pesquisadores em comunicar às autoridades


sanitárias os resultados das pesquisas que possam melhorar as condições de saúde da
coletividade³

Locais para busca e compra de testes psicológicos, questionários, escalas etc:


https://www.magopsi.com.br/
https://www.valordoconhecimento.com.br/
https://www.sinopsyseditora.com.br/
Elaborando um instrumento

▪ Entrevista
▪ Questionário – online ou em papel
▪ Testes
▪ Escalas
▪ Inventários

SATEPSI: Legislação | SATEPSI (cfp.org.br)


Como escrever um TCLE:
http://www.fiocruz.br/ioc/media/Termo_consentimento_livre_13.06.17.pdf
Como fazer um questionário no GoogleForms?
https://tecnoblog.net/responde/como-usar-o-google-forms-guia-para-iniciantes

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