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MÉTODOS E TÉCNICAS UTLIZADAS EM PSICOLOGIA

A Psicologia emprega vários métodos de investigação, sendo os fundamentais: a


observação e a experimentação e os secundários: Estatístico, Comparativo,
Sociométrico, Clínico e o método de estudo da Actividade Realizada. As técnicas são
três: Questionários, Biográficas e Testes.

 Método de Observação

Podemos considerar a observação como um método, um instrumento ou etapa de outros


métodos. Considera-se que o seu objecto consiste no estudo do comportamento de um
indivíduo ou de um grupo. O psicólogo pode efectuar os seguintes tipos de observação:

Observação naturalista – consiste na observação dos comportamentos do indivíduo no


seu meio natural. Assim, este tipo de observação pode ser feito de uma forma menos
focalizada, como por exemplo, ao nível das relações de todos os membros de uma
família, ou mais focalizada como, por exemplo, ao nível das manifestações de afecto
entre pais e filhos. Estas observações podem ser registadas sob a forma escrita,
fotográfica, áudio e vídeo, tendo em atenção que o observado não possa ter consciência
de ser alvo de observação.
O método de observação naturalista classifica-se em não participante ou oculta, aquela
em que o observador não se mostra e participante, quando o observador intervém na
situação que observa.
Observação laboratorial – é utilizada pelos investigadores quando querem controlar
alguns factores que exercem influência no comportamento que está ser alvo de estudo.
Desta forma, o investigador escolhe o ambiente e a situação para efectuar um melhor
controlo das variáveis em estudo. Para garantir um maior rigor na observação, podem
ser usados diferentes instrumentos, tais como grelha de registo de observação e câmaras
de vídeo.

 Método Experimental

O método experimental caracteriza-se pelo controle de variáveis. Busca determinar o


efeito de uma condição particular (variável independente) sobre um determinado evento
(variável dependente), limitando ou eliminando os efeitos de outras condições
relevantes (variáveis de controlo).
 Etapas e conceitos metodológicos

Suponhamos que um psicólogo está interessado em compreender o comportamento


agressivo de crianças em idade escolar.

Para isso o psicólogo tem de fazer um plano de investigação com as seguintes etapas:

1) Formulação de uma hipótese. 2) Controlo e manipulação de variáveis


(experimentação). 3) Análise e generalização dos resultados.

O seu objectivo é relacionar a agressividade com outros factos, de modo a descobrir a


razão por que as crianças são agressivas.

1) Hipótese prévia (tentativa de explicação ou suposição)

O investigador poderia, por exemplo, imaginar a seguinte hipótese: As crianças que


assistem a programas violentos de televisão envolvem-se em mais actos de agressão do
que as crianças que passam a mesma quantidade de tempo a ver programas não -
violentos. O método experimental testa essa suposição. A confirmação do que foi
pressuposto apoia a hipótese e a não confirmação indica a necessidade de rever ou
abandonar a hipótese.

Para testar se a relação entre dois factos, enunciada na hipótese, se verifica, o


investigador terá de pôr em prática um plano de experiência, do qual constam os
seguintes elementos: - Identificação e definição operacional da variável dependente e
da variável independente. - Constituição de um grupo experimental e de um grupo
testemunha. - Escolha da amostra significativa da população a estudar.

Variáveis dependentes e variáveis independentes

A faceta comportamental que o psicólogo tenta explicar é a variável de resposta ou


variável dependente. E o factor supostamente responsável pela ocorrência da resposta é
a variável independente e liga-se à situação (S) ou à personalidade (P).

Na hipótese que referimos há pouco, a resposta (R), ou seja, a agressividade na criança,


é a variável dependente; o facto de assistir a programas violentos de televisão é a
variável independente que, neste, caso, é a variável de situação (S). O objectivo do
experimentador é comprovar se o efeito que a variável ou variáveis independentes
provoca na variável dependente é aquela que supusera na hipótese.

Identificadas as variáveis, o investigador tem de as definir em termos operacionais.


Definir em termos operacionais consiste em especificar as operações ou processos
usados para medir o comportamento, objecto de pesquisa. A agressividade, variável
dependente, pode ser operacionalmente definida como o número de socos e pontapés
que uma criança dá a um boneco à sua disposição. A violência televisiva, variável
independente, pode ser definida como o número de actos explícitos, em que num filme
uma pessoa magoa fisicamente outra.

Saliente-se que, ao propor uma definição operacional, o psicólogo está ciente de não
apresentar a melhor definição. Antes, esclarece tratar-se apenas do significado atribuído
a esse termo no contexto particular da investigação a efectuar.

O grupo experimental é aquele em que o experimentador manipula, a variável


independente, formado por crianças que assistem os programas violentos, e o grupo
testemunha ou de controlo, é aquele que tem as mesmas características e recebe o
mesmo tratamento do grupo experimental, excepto no que respeita à manipulação da
variável independente), em que nenhuma criança que o integra vê programas daquele
tipo. Amostra é o subconjunto representativo da população. Para que uma amostra
seja significativa, deve ser representativa da população em causa. Caso a amostra não
seja representativa, os resultados não poderão ser generalizados à população em estudo.

Verifique se Compreendeu

1. As perguntas seguintes podem gerar hipóteses. Em cada uma delas, identifique a


variável dependente (V.D) e a variável independente (V.I).
a) A maior parte de delinquentes juvenis provém de lares de pais separados?
b) Em situação de tensão psicológica, as pessoas preferem estar sós?
c) Ouvir música enquanto se estuda melhora a aprendizagem?
d) Os alunos que fazem mais testes durante o ano têm melhores resultados no exame
final?
2. Qual das seguintes é uma definição operacional de inteligência?
a) Capacidade de compreender relações.
b) Resultado obtido num teste de inteligência.
c) Capacidade de adaptação a situações novas.
 Métodos Secundários de Investigação em psicologia

 Método Estatístico: O ramo da psicologia que usa métodos estatísticos para a


representação dos fenómenos psicológicos denomina-se Psicometria. Este
método utiliza-se para organizar, formular e analisar os dados obtidos na fase
experimental.

 Método Comparativo: este método utiliza grupos delimitados e diferenciados


baseados em determinadas variáveis, tais como, o género e a idade. A psicologia
comparada procede a comparação dos resultados alcançados pelos grupos que
participam no processo de investigação, para conhecer as diferenças e
semelhanças existentes.

 Método Sociométrico: utiliza-se para estudar as causas das preferências dos


indivíduos no contexto social. Permite descobrir o que há de comum e de
diferente entre os indivíduos que compõem o grupo.

 Método Clínico: É um método de pesquisa, de intervenção terapêutica, de


aconselhamento e de orientação. Ao aplicar o método clínico, o psicólogo pode
recorrer a determinadas técnicas: anamnese, entrevista, observação e testes.

 Método da Actividade Realizada: Qualquer que seja a actividade a realizar,


deve-se ter sempre em atenção o seu método de estudo.

 Técnicas de Investigação
As técnicas de investigação utilizadas em psicologia estão classificadas em
Questionários, Biografias e em Testes.

1. O questionário é uma série de questões ou perguntas ordenadas sobre um


determinado assunto. São apresentadas em forma de escrita (inquéritos) e em
forma de oralidade (entrevistas).

2. As técnicas biográficas são utilizadas para a descrição dos acontecimentos


particulares da vida de uma pessoa, podendo conter fotos que os testemunham e
constitui um documento com dados precisos, incluindo nomes, locais e datas dos
principais acontecimentos.

3. Os testes correspondem a situações de carácter experimental padronizada, que


visam estimular determinados comportamentos e devem ser realizados em
condições rigorosas, visando o controlo das interferências das variáveis externas.

Existem vários tipos de testes, sendo os mais comuns: Os testes de


inteligência, testes de personalidade e os testes de Aptidão
- Os testes de inteligência (usados para avaliar a inteligência e a evolução da
mesma). A medida do nível de desenvolvimento intelectual é obtida pelo coeficiente da
relação entre a idade mental e a idade real, denominado Q.I.
- Os testes de personalidade que utilizados para avaliar as características da
personalidade do indivíduo. O mais famoso teste de personalidade foi criado por
Rorschach. Corresponde a um conjunto de imagens, cada uma das quais com uma
mancha de tinta preta simétrica. Algumas imagens são a preto e branco, outras
coloridas. Trata-se de um teste projectivo da personalidade, pois, na interpretação
pessoal destes estímulos ambíguos, o indivíduo revela o seu modo particular de
estruturar o mundo, assim como a sua personalidade.
- E os testes de Aptidão, para avaliar as capacidades consideradas essenciais
para o desempenho de certas actividades, tais como a acuidade visual, a percepção das
cores e das formas, a memorização espontânea das palavras e algarismos, a velocidade
de aprendizagem de uma instrução, etc. Estes testes permitem detectar capacidades para
determinadas áreas do saber (exemplo: testes psicotécnicos).

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