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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Profa Esp. Larissa Maria Lourenço Roberto de Albuquerque
• No trabalho de avaliação psicológica, o profissional pode lançar mão de uma ampla gama de
técnicas para a coleta de informações, a saber: entrevistas, observação direta do
comportamento, dinâmicas, testes psicológicos, tarefas experimentais, técnicas projetivas e
expressivas, roleplaying, entre outras.
• Note-se, aqui, que a entrevista de livre estruturação não é proveitosa nesses casos, uma vez que
o foco dessas entrevistas é a própria pessoa e, na entrevista com outros informantes, o foco é a
pessoa a ser avaliada e não o entrevistado. Finalmente, quando se trata de entrevista com
crianças, técnicas específicas usando brinquedos ou outros materiais lúdicos são recomendadas.
ENTREVISTA MOTIVACIONAL
• A entrevista Motivacional (EM) é uma técnica descrita originalmente pelo psicólogo
americano William Miller (1983), na Universidade do Novo México (EUA),
amplamente difundida na Europa, na Austrália e, mais recentemente, no Brasil. O
objetivo principal é auxiliar nos processos de mudanças comportamentais,
trabalhando a resolução da ambivalência.
• Basicamente, foi delineada para ajudar aos clientes na decisão de mudança nos
comportamentos considerados aditivos, tais como transtornos alimentares,
tabagismo, abuso de álcool e drogas, jogo patológico e outros comportamentos
compulsivos.
• Devido a inserção da psicologia nos mais diversos setores (organizacional, saúde,
educacional, social e outros), sua atuação é cada vez mais requerida e suas atividades cada
vez mais necessárias. A avaliação psicológica não foge à essa demanda e faz parte de uma
série de outras atividades multiprofissionais, denotando seu caráter interdisciplinar.
• Com métodos e técnicas particulares, que têm uma determinada função e um fim, que
contribuem com suas investigações e conclusões e, quando conjuntas, tornam-se um
conhecimento multidisciplinar.
• A EM está baseada no conceito de motivação. Wade e Tarvis (1992)
descrevem a palavra “motivação” como oriunda de raiz latina, que
significa “mover”, e é uma tentativa de compreender o que nos move ou
porque fazemos o que fazemos. Uma definição prática foi proposta por
Miller, em 1995, como a probabilidade de que uma pessoa inicie, dê
continuidade e permaneça num processo de mudança específico.
ENTREVISTA LÚDICA
• Melanie Klein (1980), desde o início, entendeu que as crianças
poderiam, sim, ser motivadas dentro de si mesmas para a análise,
insistindo que elas poderiam ser analisadas, do mesmo modo que os
adultos, explorando os conflitos inconscientes, abstendo- se de qualquer
medida educativa ou de apoio. Neste sentido, Klein pode ser considerada
como a iniciadora da técnica psicanalítica para crianças, preconizando a
aplicação do jogo, por entendê-lo como o equivalente a um fantasma
masturbatório.
• Para Freud (1976), as crianças repetem, nas suas brincadeiras, tudo que na vida lhes
causou profunda impressão e, brincando, se tornam senhoras da situação.
• As crianças, então, segundo Freud (1976), brincam para fazer alguma coisa que, na
realidade, fizeram com elas. Nas brincadeiras, após idas a médicos, onde o corpo é
examinado, ou após alguma cirurgia, muitas vezes, essas lembranças, mesmo sendo
penosas, se transformam em conteúdo de jogo. Por quê? Porque, através do
brinquedo, a criança tem a possibilidade de realizar o desejo dominante para sua
faixa etária, por exemplo, o de ser grande e de fazer o que fazem os adultos.
• Através do brinquedo, a criança não só realiza seus desejos, mas também domina a
realidade, graças ao processo de projeção dos perigos internos sobre o mundo externo.
• Ressalta-se a importância da construção de espaços que promovam o diálogo acerca da relação familiar na separação,
possibilitando que os conflitos conjugais não tenham tanta repercussão no exercício da parentalidade. Também,
destaca-se a importância de oferecer aos pais um acompanhamento após o estabelecimento dos acordos, para que
novamente não venham a ser quebrados, sendo esse um espaço voltado ao diálogo e enfrentamento das dificuldades
que poderão surgir, buscando, assim, o melhor interesse da criança e a promoção de saúde no contexto da família.
• Mesmo quando haja uma ruptura da relação amigável entre os pais, os vínculos socioafetivos com a criança precisam
ser resguardados e mantidos, pois isso será um modelo positivo para a criança no momento de estabelecer vínculos
afetivos futuros.
• Dentro das possiblidades instrumentais, a entrevista e a observação direta são importantes
meios para coleta de dados sobre o histórico e a condição atual do periciando. O uso da
entrevista pode e deve se estender a terceiros, especialmente, em casos que o avaliando tenha
alguma psicopatologia que o incapacite a respostas claras.
• O uso dos testes vai se adequar à demanda, como por exemplo, casos em que é necessário
aferir de modo específico o nível de inteligência de um adulto, nos quais pode ser usada a
Escala Wechsler de Inteligência para Adultos (WAIS-III), ou investigar funções
neuropsicológicas em que se pode utilizar as Figuras Complexas de Rey, Bateria Psicológica
de Avaliação da Atenção e outros.
• Os testes projetivos como Rorschach, HTP, Pirâmides
Coloridas de Pfister são alguns dos mais utilizados devido a
baixa probabilidade de manipulação dos resultados pelos
periciandos, como pode ocorrer em teste psicométricos.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO
CONTEXTO DE TRÂNSITO
• A Resolução CFP n° 012/00, que instituiu o Manual para Avaliação Psicológica
nesse contexto, diz sobre o perfil psicológico que deve ser identificado para
considerar o nível intelectual que diz da capacidade de analisar, sintetizar e
estabelecer julgamento frente aos problemas; nível de atenção, que é a capacidade de
discriminar os estímulos; nível psicomotor para identificar as condições de
coordenação entre funções psicológicas e áreas áudiovisomotoras; nível da
personalidade para adequação exigida para cada categoria da CNH e nível
psicofísico, que é a capacidade de adaptação dos veículos aos deficientes físicos.
• Nesse contexto de trânsito, Silva e Alchieri (2010) listam os métodos mais comuns
de avaliação: o Teste Não Verbal de Inteligência, Atenção Concentrada, HTP e
Palográfico.
• Além dos testes psicológicos, podem ser utilizadas entrevistas focadas, e Silva
(2016) inova em seu relato de experiência trazendo a possibilidade de uso de
dinâmica de grupo como possiblidade de avaliação dos futuros condutores ou dos
que ali estão para renovação da CNH, com o intuito de “informar, treinar, resolver
um problema, tomar uma decisão e integrar um grupo”.
• O documento decorrente desse tipo de avaliação é um
Atestado que deve ser conclusivo e conter apenas as
informações pertinentes aos objetivos em prol da proteção
da individualidade do candidato, e sua conclusão poderá
ser em três níveis: apto, apto temporário e inapto
temporário.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO
CONTEXTO ORGANIZACIONAL
• No contexto organizacional, a avaliação psicológica pode atuar em principais níveis, a da
necessidade apresentada pela empresa, a saber: Recrutamento e Seleção; Avaliação de
Desempenho e Avaliação de Potencial.
• No que tange ao recrutamento e seleção, para realizar uma avaliação psicológica consistente,
é fundamental que o psicólogo conheça com clareza o perfil da empresa, cultura, clima, bem
como a descrição técnica e comportamental do cargo, além do perfil do gestor da vaga para
alinhar com maior assertividade o perfil do candidato em todos os níveis requeridos. É
comparar o que o cargo requer (descrição de cargos) com o que o candidato oferece.
• O trabalho de avaliação começa já na análise dos currículos, em que é possível
escolher as pessoas que “se encaixam” dentro das características básicas do cargo
(idade, escolaridade, cursos, experiência, etc)
• Usualmente, essa prática é mais voltada para jovens que estão em dúvida sobre sua
escolha profissional, mas, recentemente, vem crescendo a procura de adultos para a
prática de Orientação Profissional.
• Alguns dos mais usados são AIP (Avaliação de Interesses Profissionais), EMEP
(Escala de Maturidade da Escolha Profissional) e QUATI. É muito arriscado
pautar um resultado de avaliação psicológica para fins de orientação
profissional limitado ao resultado de um ou dois testes.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA
POSSE DE ARMAS
• O processo de avaliação psicológica para porte de armas é descrito na Resolução nº 007/2003 do CFP.
Nela, é instituída toda a estrutura para um parecer favorável ou negativo, considerando a saúde mental
do interessado, os antecedentes que precedem a vivência do indivíduo e suas manifestações
comportamentais.
• Cabe ao psicólogo avaliar maturidade emocional, habilidade de empatia e dedução lógica do interessado
no porte de armas. Nesse sentido, o processo de análise cognitiva deve ser feito com técnicas que
priorizam esses fatores.
• Indo além, a habilidade e o senso crítico relacionados à tomada estão entre os principais fatores
avaliativos. Isso porque o futuro portador da arma de fogo deve ter ciência de quando usar o artefato,
especialmente em possíveis situações de estresse e outros transtornos não relacionados à ocupação
profissional.
Capacidade de tolerância à frustração
• Com isso, a investigação deve considerar os graus de tolerância do paciente e estar detalhada
no documento psicológico
Características comportamentais
• No fim, a relação desses fatores mostra o potencial favorável ou não em relação ao uso da
arma de fogo. Tudo isso consta no laudo final do psicólogo.
• I – 01 teste projetivo; II – 01 teste expressivo; III – 01 teste
de memória; IV – 01 teste de atenção difusa e concentrada;
e V – 01 entrevista semiestruturada.