Você está na página 1de 30

1

FACULDADE VALE DO SALGADO

BACHARELADO EM PSICOLOGIA

LARISSA MARIA LOURENÇO ROBERTO

O FENÔMENO DAS REBELIÕES PRISIONAIS SOB A ÓTICA DOS CARCÉRES


NO MUNICÍPIO DE ICÓ/CE

ICÓ-CEARÁ

2017
2

LARISSA MARIA LOURENÇO ROBERTO

O FENÔMENO DAS REBELIÕES PRISIONAIS SOB A ÓTICA DOS CARCÉRES


NO MUNICÍPIO DE ICÓ/CE

Projeto de pesquisa submetido a disciplina de TCC


I do curso de bacharelado em psicologia da
Faculdade Vale do Salgado a ser apresentado como
requisito para obtenção de nota, tendo como
professor Mscª. Izabel Cristina Santiago Lemos
Orientadora: Profª Msc. Vanessa Carneiro
Bandeira de Carvalho Cruz

ICÓ-CEARA

2017
3

Jaime Romero de Sousa

Diretor Presidente da Faculdade Vale do Salgado

Pedro Loula Cavalcante Júnior

Diretor Executivo da Faculdade Vale do Salgado

Janaína Batista Pereira

Coordenadora do Curso de Psicologia

LARISSA MARIA LOURENÇO ROBERTO


4

O FENÔMENO DAS REBELIÕES PRISIONAIS SOB A ÓTICA DOS CARCÉRES NO


MUNICÍPIO DE ICÓ/CE

Projeto apresentado á Coordenação do Curso de Psicologia da Faculdade Vale do Salgado-


FVS, como requisito para aprovação na disciplina de Trabalho Monográfico I.

Aprovada em ________/________/________

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________

Prof.ª. Msc. Vanessa Carneiro Bandeira de Carvalho Cruz


Faculdade Vale do Salgado- FVS
Orientadora

________________________________________________

Prof.º. Esp. Hérico Maciel Amorim


Faculdade Vale do Salgado- FVS
1ª Examinador

_______________________________________________

Prof.ª. Esp. Viviane Correia de Prado Ferreira


Faculdade Vale do Salgado- FVS
2ª Examinadora
5

“Que os vossos esforços desafiem as


impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes
coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossível."

(Charles Chaplin)
6

RESUMO

O presente trabalho discorre sobre a problemática das rebeliões que ocorrem dentro do espaço
penitenciário. Questionam-nos se esse fenômeno é uma dominação e/ou resistência por parte
dos cárceres. Com o intuito de facilitar o conhecimento e compreensão sobre a origem desse
fenômeno, trataremos na pesquisa acerca do percurso histórico das rebeliões, as relações intra
e extra prisionais e as formas de poder dentro das prisões diante de bibliografias que
explanem sobre o tema. Para o desenvolvimento do presente trabalho será utilizada uma
metodologia qualitativa com o foco na análise de conteúdo temática. O estudo baseia-se em
pesquisas na área do Direito e Psicologia, a pesquisa ocorrerá com detentos da cadeia pública
de Icó, os quais deverão ser entrevistados, visando investigar sobre o contexto de rebeliões
prisionais.
Palavras- Chave: Carceres; Poder; Prisões; Rebeliões.
7

ABSTRACT

The present work deals with the problem of the rebellions that occur within the penitentiary
space. They question us if this phenomenon is a domination and / or resistance by the prisons.
With the purpose of facilitating the knowledge and understanding of the origin of this
phenomenon, we will deal in the research about the historical course of the rebellions, the
intra and extra prison relations and the forms of power inside the prisons before
bibliographies that explain on the subject. For the development of the present work will be
used a qualitative methodology with the focus on the analysis of thematic content. The study
is based on research in the area of Law and Psychology, the research will take place with
inmates of the Icó public jail, who should be interviewed, aiming to investigate the context of
prison rebellions.
Keywords: Carceres; Power; Prisons; Rebellions.
8

Sumário

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................9
2 OBJETIVOS.........................................................................................................................11
2.1 Objetivo Geral..........................................................................................................................11
2.2 Objetivos Específicos................................................................................................................11
3 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................12
3.1 Um percurso histórico sobre as rebeliões prisionais compreendendo a origem desse
fenômeno.........................................................................................................................................12
3.2 Os contextos intra e extra prisional.........................................................................................14
3.3 Formação das facções criminosas e as relações de poder......................................................16
4. METODOLOGIA...............................................................................................................20
4.1 Participantes e Amostra...........................................................................................................20
4.2 Instrumentos.............................................................................................................................21
4.3 Procedimentos de coleta das informações...............................................................................21
4.4 Procedimentos de análise das informações.............................................................................22
4.5 Riscos da Pesquisa....................................................................................................................22
4.6 Benefícios da Pesquisa..............................................................................................................22
4.7 Aspectos Éticos.........................................................................................................................23
5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO...................................................................................24
6 ORÇAMENTO DETALHADO..........................................................................................25
REFERÊNCIAS......................................................................................................................26
APÊNDICES...........................................................................................................................29
APÊNDICE A- ROTEIRO DE ENTREVISTA
APÊNDICE B- TERMO DE CONSCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECICO E PÓS
ESCLARECIDO
APÊNDICE C- DECLARAÇÃO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO COPARTICIPANTE
9

1 INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo principal entender o fenômeno social das
rebeliões prisionais, para tanto abordaemos sobre as concepções de dominação e resistência,
tais termos conceituados por Michel Foucault. O interesse para tal pesquisa surgiu desde a
participação no projeto de extensão “MUDA: pela humanização das relações prisionais”,
realizado pelos alunos e professores de psicologia e serviço social da Faculdade Vale do
Salgado. Durante as visitas sistemáticas realizadas durante o projeto, observou-se vários tipos
de reivindicações dos internos a respeito do encarceramento, como: alimentação e água.
Segundo Assis (2013) as rebeliões consistem em motins organizados pelos detentos de forma
violenta, porém esses movimentos consistem em manifestações e reclamações para o
beneficiamento de seus direitos e uma maneira de atrair olhares das autoridades para as
situações desumanas a qual os internos são submetidos dentro da esfera prisional.
Desta forma, verifica-se que algumas rebeliões são apresentadas como um método de
resistência a algum fator do aprisionamento, são vistas como uma maneira, se não de diálogo,
de pressão, e por meio delas os internos podem reivindicar seus direitos e serem ouvidos pelas
autoridades e sociedade (GRUNER, 2012).
Braga (2014) relata que diante das adversidades do sistema prisional, um fator que
permanece em evidência é o impacto das rebeliões sobre o governo e sobre a postura dos
encarcerados. Ocorrem geralmente em momentos nos quais a ordem governamental em
referência aos reclusos fica comprometida e fragilizada, sendo usadas pelos cativos como um
verdadeiro acerto de contas entre as facções rivais. Os detentos aproveitam do clima tenso do
Estado e invadem os espaços para que possam acertar as suas desavenças.
Desse modo, busca-se apresentar informações com o propósito de responder ao
seguinte questionamento da pesquisa: seriam as rebeliões consideradas como uma forma de
resistência ou de dominação?
No ano de 2016 o Estado do Ceará vivenciou uma onda de rebeliões que segundo a
Secretaria da Justica e Cidadania do Estado (SEJUS) ocorreram devido a conflitos entre os
encarcerados. Todavia foram ouvidos rumores de que tais rebeliões surgiram por motivo de
reinvidicações por parte dos presidiários frente ao sistema prisional.
Sendo assim, com o objetivo de facilitar o conhecimento e compreensão sobre a
origem desse fenômeno, trataremos na pesquisa acerca do percurso histórico das rebeliões
carcerárias, as relações intra e extra prisionais e as relações de poder dentro das prisões diante
de uma pesquisa bibliográfica acerca do tema. O trabalho estruturarar-se em três capítulos, no
primeiro a história e definições acerca do fenômeno das rebeliões baseado em vários autores e
10

uma discussão sobre esse movimento como fator relacionado a resistência e/ou dominação.
No segundo capítulo será abordado os contextos intra e extra prisional, mencionando a
importância e a influência de cada ambiente no fenômeno das rebeliões. Esse capítulo
também relata como a comunidade está inserida na atividade criminal, atuando como aliada
dos chefes do tráfico. O terceiro capítulo caracteriza a formação das facções criminosas e as
relações de poder entre os presos, com base nas leituras feitas sobre as principais organizações
criminosas do país, descrevendo sua formação, breve histórico e as vivências no universo de
prisão.
Para o desenvolvimento da coleta e analise das informações deste trabalho será
realizada uma pesquisa de campo qualitativa. O estudo terá como instrumento um roteiro de
entrevista semiestruturado para investigar aquilo que se deseja, mediante os objetivos
propostos. Referente a analise será utilizada a analise de conteúdo temática, nessa as
temáticos que se apresentarem nos discursos dos entrevistados serão transformadas em eixos,
desse modo, possibilitando a analise das informações.
11

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

 Compreender o fenômeno das rebeliões carcerárias diante das relações de poder entre
os internos da Cadeia Pública de Icó/CE

2.2 Objetivos Específicos

 Contextualizar historicamente as rebeliões.


 Relacionar os contextos intra e extra prisional.
 Investigar sobre as relações de poder dentre os presidiários e se há influencias, ou
não, no execução das rebeliões.
12

3 REVISÃO DE LITERATURA

A superlotação dos presídios, devido ao número elevado de detentos, é eventualmente


o problema mais preocupante abrangendo as organizações prisionais. As prisões se encontram
cada vez mais sobrecarregadas de pessoas, oferecendo uma parcela insignificante de
dignidade ao encarcerado. Desse modo, as rebeliões que ocorrem podem ser pensadas como
uma estratégia de resistência a algum aspecto do encarceramento. Essas são consideradas um
meio, se não de diálogo, de pressão. Assim, os internos conseguem ser ouvidos, não raro, até
mesmo de fora das prisões (GRUNER, 2012).
O sistema carcerário no País se encontra arruinado. A instabilidade e as situações
subumanas que os detentos vivem é de extrema crueldade. As unidades prisionais se
transfiguram como depósitos humanos, nos quais a superlotação gera agressão sexual entre
presos, concebe a proliferação de doenças graves, as drogas são apreendidas
progressivamente, e o consideravelmente o mais categórico, apontado como o mais forte,
domina o mais fraco (ASSIS, 2013).
O sentido das rebeliões vem sofrendo mudanças no decorrer dos anos, ou seja, elas
não possuem os mesmos propósitos de antes, que estava relacionado ao desejo de
transformação da sociedade, alteração essa que se configura como um olhar mais atento para
as inúmeras necessidades dos internos, ou um momento que os detentos podiam expressar
suas queixas. As rebeliões ocorrem geralmente em períodos nos quais a ordem governamental
em referência aos reclusos fica comprometida e fragilizada, sendo usadas pelos cativos como
um verdadeiro acerto de contas entre as facções rivais. Os cárceres aproveitam do clima tenso
do Estado e invadem os espaços para que possam acertar as suas desavenças (BRAGA, 2014).
Sendo assim, o presente estudo busca compreender o fenômeno das rebeliões
provocadas por presidiários da Cadeia Pública de Icó/CE.

3.1 Um breve percurso histórico sobre as rebeliões carcerárias

Segundo o dicionário Aurélio (2011) a palavra rebelião vem do latim rebellare, que
significa “fazer guerra contra”, de re, “contra”, e bellus, “guerra”. Desse modo, guerra contra
algo ou alguém.
As rebeliões são descritas com base em dois fatores fundamentais, o primeiro como
forma de protesto para as normas impostas pelo sistema penitenciário e o segundo como
afronta as ordens do governo. Por um lado as possibilidades emergentes dentro dos
13

movimentos de violência e rebeldia por conta das ordens que são impostas aos presos, desta
forma, esses tumultos são explicados como meios de protestos e indignação contra as
exigências de situações adversas que abrangem, por exemplo, a superlotação das celas, maus
tratos, alimentação de péssima qualidade, dentre outros. Por outro lado, as rebeliões
presidiárias podem ser relacionadas à outros movimentos de protestos fora do ambiente
prisional, a partir do declínio do governo em diversas ordens, com reflexos na vida social
(SALLA, 2010).
A primeira onda de protestos, que se têm notícias comprovadas, sobre rebeliões nas
prisões apareceu, nos Estados Unidos, na década de 1950. O surgimento das rebeliões é
explicada por diversos elementos que agem isoladamente e em conjunto, tais como, rendas
maus distribuídas, diferenças sociais, descasos, falta de formação profissional, superlotação,
várias influências políticas da administração prisional (SALLA, 2010).
Em dois de outubro de 1992, a Polícia Militar de São Paulo adentrou a penitenciária
do Carandiru para conter uma grande rebelião que havia surgido. A intervenção resultou em
uma matança de 111 internos em tempo estimável de meia hora. As imagens dos corpos,
enfileirados e nus no pátio da penitênciária, rodaram todo o país, chegando também aos
noticiários internacionais como um símbolo da crueldade brasileira. O massacre também se
transformou em sinônimo de impunidade (BORGES, 2016).
O autor relata ainda que o acontecimento da chacina do Carandiru tornou‐se um
assunto público, uma história com várias vertentes, em pleno desdobrar, escrita diante de uma
grande junção de materiais que a relatam para um público cada vez maior, respondendo as
ações sociais que visam debater o ocorrido (BORGES, 2016).
Segundo Willer (2017) no dia 18 de fevereiro de 2001, o Estado de São Paulo
vivenciou a maior rebelião da história, comandada por uma das maiores organizações
criminosas infiltrada nos presídios paulistas, conhecida como o Primeiro Comando da Capital
(PCC), foram atingidos 29 presídios, nos quais foram promovidas grandes rebeliões como
represália pela transferência de alguns detentos considerados chefes dos grupos. Os agentes
penitenciários e familiares de detentos, homens, mulheres e crianças, foram feitos reféns. O
dia escolhido foi estratégico, era um domingo, dia de visita em todos os presídios do Estado.
A “megarrebelião”, como ficou conhecida pela imprensa, foi um acontecimento marcante
para o sistema penitenciário.
Essa foi originada de dentro dos presídios, controlada por internos através de
aparelhos celulares, entre outros meios. A entrada dos aparelhos telefônicos nas instituições
14

prisionais ocorre em algumas situações com o auxílio dos funcionários, os quais são
responsáveis pela vistoria de todos aqueles que entram e saem dos presídios (MAIA,2012).
Diante do contexto, os detentos põem regras de uma resolução própria, a qual tem
princípios que são característicos, regimentos que reinam dentro das prisões e que apresentam
reflexos fora do ambiente prisional. Por intermédio de um poder visível, as facções têm se
mostrado cada vez mais associadas, crescentes e difíceis de serem combatidas (SALLA,
2010).

3.2 Os contextos intra e extra prisional e influências com as rebeliões

Atualmente as facções criminosas usufruem de um poder absurdo, com o qual


comandam o mercado de drogas, armas e sequestros, sendo que a maioria das ordens sai de
dentro dos presídios. Os chefões que estão presos passam seus comandos para os
subordinados do lado externo do presidio, que praticam com muita peculiaridade e
organização a ordem dada (SANTOS; MARCHI, 2016).
A vida dentro do ambiente carcerário,, não é entendida exclusivamente como um
espaço onde um grande número de presos cumprem suas penas em celas extremamente
pequenas, mas também como um local o qual os encarcerados adquirem uma ligação direta
com grupos faccionistas que exercem poderes e estabelecem lideranças dentro da
penitenciária, associando as participações no meio externo e interno aos presídios (JÚNIOR,
2014).
O exercício das organizações criminosas é sinalizado pelo terror, instituído a todas as
pessoas, em especial nas maiores capitais do país, é considerado uma prática rotineira de
terror e vulnerabilidade. Os resultados de seus serviços são avassaladores, principalmente pela
criação de um estado relacionado ao Estado Democrático, ou seja, uma situação jurídica
ligada diretamente as normas e os direitos fundamentais, é aquele no qual os representantes
são submissos as leis que já foram decretadas e afetam a todas as camadas da população
(MAIA, 2012).
O Estado, a frente deste perfil de delinquência, encontra-se, de certa forma, fraco, uma
vez que não oferece mecanismos eficientes e suficientes para combater o excesso de
violência, a iniciar por erros políticos de segurança pública e expandindo-se até a falta de um
modelo penal distinto para o crime organizado. Na maioria das vezes, as associações
criminosas se encontram muito mais equipadas do que os próprios policiais, que invadem as
15

casas da comunidade na tentativa de recompor a ordem pública com armamentos precários e


munições insuficientes (MAIA, 2012).

O agente penitenciário, sempre transita pelos lados de dentro e de fora das


panitenciárias, tratando-se de um intermediário de informações. Através deste método, as
penitenciárias, se englobam com as cidades, sob a condição de interações sociais.
Simultaneamente, a cidade se junta com a prisão dentro de sua rotina, pois os padrões que
difundem dentro dos presídios interferem na ação da cidade (SABAINI, 2012)
As facções se articularam em termos organizacionais, principalmente com a
construção de estratégias internas e externas de comunicação, manipulação e controle. Da
mesma forma que se proliferaram dentro dos presídios, esses grupos ampliaram-se para fora
de tais instituições, encontrando apoio na comunidade, no mercado de tráfico de drogas e em
várias entidades estatais. Internamente, as organizações criminosas controlam os recursos
ilegais que giram dentro das prisões, por exemplo, armas de fogo de drogas e exercem
grandes influências nas decisões políticas tomadas na parte externa dos presídios (BRAGA,
2014).
Os limites do crime extrapolam as demarcações territoriais extra muros já alcançados e
delimitados, com um desenvolvimento estratégico ocupam o sistema prisional no qual aliciam
e conquistam reclusos para se tornarem aliados e assim realizarem as atividades intra muros,
estabelecidas pelas facções com o objetivo de fixar permanentemente a bandeira de sua
facção. Este atual modelo de hostilidade faz com que a instituição penitenciária se transforme
em um cenário de conflitos entre associações criminosas que visam o domínio e o poder, com
rápida e vasta reverberação no país, onde a sociedade acompanha tudo sem ter a possibilidade
de agir (JÚNIOR, 2014).
No que se refere aos chefes do tráfico, esses mantém uma relação de respeito,
apadrinhamento e consideração para com os moradores das favelas, porventura dos
ensinamentos adquiridos com outros presos políticos, ou seja, sujeitos reclusos que exerceram
cargos administrativos no Estado e que possuem poderes aquisitivos. Atualmente os chefes do
tráfico lideram através do sistema do terror, não comandam somente às pessoas diferentes ao
seu convívio, mas, identicamente, àqueles que residem na comunidade. Esse comando é
exercido através de ameaça, impedindo seja qual for o conflito interno pelo poder e
proporcionando o apoio destes moradores, por intercessão do medo, aos seus fundamentos,
(MAIA, 2012).
16

Além da solidariedade ofertada à comunidade unida por laços de afinidade construídos


a partir das origens sociais e também na atividade criminal, essa prática cria relações de
dependência que concede uma reciprocidade traçada por gratidão mas também por uma dívida
na qual todos aqueles que se filiam ao grupo sabem que de qualquer forma poderá ser
cobrada. O momento e a moeda pelos quais os benefícios terão de ser retribuídos não são
antecipadamente especificados, mas sabe-se pelas regras rígidas estabelecidas por seus
superiores que o pagamento terá que ser feito quando e como solicitado, sendo a mais dura
das penas, a execução (MATOS, 2012).
Sendo assim, o meio a ser capturado não está somente dentro dos compartimentos de
um presídio, há o momento de dominar as áreas urbanas, lugares estratégicos e importantes da
cidade para a negociação de drogas; as desavenças e especulações de poder não se reúnem
mais em disputas entre facções rivais. O Estado e a comunidade são os mais recentes e
disputados alvos, instalando-se uma “guerra” não explicita entre o Estado civil e o poder
paralelo dos traficantes (MAIA, 2012).

3.3 Formação das facções criminosas e relações de poder

O poder dentro do sistema penitenciário é caracterizado de acordo com seus aspectos


dinâmicos, logo se trabalha com três maneiras de deliberações dentro desse ambiente: o
primeiro, o poder jurídico, é definido como aquele desempenhado pelos juízes com a
capacidade de julgar. O segundo é caracterizado pelo poder disciplinar, e é definido como
forma de punição da administração pública sob aqueles agentes que trabalham na área de
segurança que por ventura cometerem infrações no exercício de sua função e por último o
poder exercido pelos próprios presos, organizado pelas facções e sendo considerado um
conjunto de regras estabelecidas a beira da marginalidade. Por essa análise, define-se a ideia
de que o poder pertencente a instituição prisional é ligado à direção ou aos funcionários,
inclusive aos presos e as devidas facções criminosas que ali se manifestam, de acordo com
essa definição, finalmente torna-se possível situar as relações de poder entre esses sujeitos
(BRAGA,2014).
Novais (2012) associa que o surgimento e as características das relações de poder
dentro do fenômeno das rebeliões estão ligadas de certo modo ao “Cangaço”, que é apontado
como um antecedente das primeiras organizações criminais brasileiras, de acordo com os
aspectos e contextos da época. Esse movimento que se originou no final do século XIX para o
início do século XX, tendo como principal líder e criador a figura histórica de Virgulino
17

Ferreira da Silva, mais conhecido como “Lampião”, e sendo caracterizado pela formação de
quadrilhas organizadas em hierarquia, para a prática de atividades ilícitas no Nordeste do país.
A primeira organização criminosa no Brasil apareceu nos anos de 1970, no Presídio de
Ilha Grande onde se encontravam detidos diversos políticos e ladrões de banco. Nos anos de
1980 a criminalidade foi se transformando, ficando cada vez mais perigosa e a primeira
facção desta época com caráter punitivo e de crueldade foi o Comando Vermelho, criado por
José Carlos dos Reis Encima, o “Escadinha” e o Rogerio Lemgruber, o “Bangulhão”, ambos
estiveram presos em Bangu (SANTOS; MARCHI, 2016).
O surgimento do Comando Vermelho facilitou a criação e base para a consolidação de
outros grupos criminosos. Os faccionistas, analisando todo o percurso dos dos “vermelhos”,
assim eram chamados, montaram “leis” de atuação e sustentação interna idêntica às adotadas
por aqueles encarcerados considerados como modelo.
Dessa maneira, de acordo comMediante a criação do Comando Vermelho, pessoas
vinculadas a associação penal paulista produziram, no ano de 1993, relatórios que
comunicavam sobre o surgimento e consolidação de uma outra facção, o Primeiro Comando
da Capital o (PCC)..
Quanto a fonte de criação do Primeiro Comando da Capital (PCC) está localizadaé na
Casa de Custódia de Taubaté, localizada no interior do estado de São Paulo. A adesão dos
primeiros participantes do grupo criminoso acontece, através de uma associação esportiva. O
esporte escolhido é o futebol, a gigantesca paixão dos brasileiros. A partir da elaboração do
time, os detentos ampliaram seus horizontes, estreitaram os vínculos que tinham e originou o
PCC, a maior associação do crime organizado do Estado de São Paulo (MAIA, 2012).
O PCC surgiu nos anos de 1990 e ainda nos dias atuais é considerado como a principal
facção do Estado de São Paulo. A sigla “PCC” teve a origem através de um time de futebol
formado por presos, que enfrentavam um time rival do interior do Estado. O comando teve
sua força aumentada através da gigantesca rebelião ocorrida em São Paulo, onde mataram
pessoas, atearam fogos em colchões e implantaram o terror em 29 prisões do país (SANTOS;
MARCHI. 2016).
A força das facções está ligada diretamente ao tráfico ilícito de drogas e entorpecentes,
dentro e fora dos presídios. Portanto, quem domina os pontos estratégicos dos presídios,
também controla uma região fora do presídio associada ao tráfico de drogas. Há quatro
variedades de poder dissipado nas instituições prisionais: o poder econômico, ligado a
condição salarial como forma de pagamento em dinheiro; o poder político na qual uns são
superiores sobre outros e ainda há também o poder judiciário, que julga e pune
18

criminalidades, tais como: incompetência, irresponsabilidade, entre outros. Por último


evidencia o poder epistemológico, que retira das pessoas um entendimento, uma ideia a
respeito desses que já se encontram dominados pelo olhar e vigiados por estes diversos
poderes (SOUSA, 2012 et. al; MENESES, 2012).
As facções foram criadas pelos criminosos que possuíam interesses coletivos com o
objetivo de adquirir poder, essa junção foi dada através de aspectos semelhantes como raça,
credo, cultura ou crimes em comum, e ao serem criadas, a rivalidade com grupos alheios
tornou-se a característica principal (SOUSA et. al; MENESES, 2012).
Foucault (1975/2005) conceitua que, os atos que as autoridades praticam não precisam
ser atribuídos a forma de posse, e sim a diferentes proporções no que se refere ao
funcionamento de leis e técnicas. De outro modo, o poder não pode ser caracterizado como
privilégio da classe dominante, no entanto representa um conjunto de procedimentos
planejados por uma classe que pode ser utilizados e reproduzidos por um grupo dominado.
Segundo a visão foucaultiana, observa-se que as ocupações das prisões eram feitas a
partir de duas perspectivas, a primeira agia dentro da dinâmica social enquanto produtora de
ilegalidade e gerenciadora de delinquência e a segunda seriam dentro da própria dinâmica
prisional, no exercício de poder sobre o apenado (BRAGA, 2014).
A vivência no universo de uma prisão é considerada de fato, uma realidade dentro de
uma sociedade desclassificada, considerada como marginalizada, visto que é implantada de
forma semelhante à sociedade comum. Por conter características praticamente de uma
comunidade autônoma, a entidade constituída pelos internos tem um conjunto de regras que
lhe é específico, que fundamentalmente tem como princípio o acrescentamento sobre os
demais, se destaca nessa sociedade aquele que é considerado o mais forte ou o mais poderoso.
Considera-se que essas regras apoiam-se num direito natural, que se configuram como as
normas que já nascem incorporadas ao ser humano, como o direito à vida, idêntico àquele que
está em vigor nas primeiras sociedades. A vivência deste ambiente social é determinada pela
presença de dois fatores, um integra-se como sua causa e outro como sua consequência. A
causa estaria ligada à necessidade da presença de um conjunto de regras que pudesse tornar
aceitável a sobrevivência e harmonia dos presos em comunidade e a consequência se
configura como uma despersonalização, onde quem entra na facção não pode jamais se
desfazer dela. Esse segredo de conduta seria a manifestação da sua auto- padronização, tendo
em vista a sua estabilidade e sua convivência pacífica (ASSIS; OLIVA, 2012).
Segundo Foucault (1975/2005), a função exercida dentro da dinâmica interna dos
presídios atua no sentido de produzir um comportamento delinquente nos detentos. O
19

indivíduo entra na prisão como infrator e sai como delinquente, ou seja, internaliza uma
identidade atribuída dentro do sistema prisional, a partir da prática de vários delitos. O autor
afirma que a função mais perigosa do sistema penitenciário é chamada de configuradora
(aquela que molda) e não é a repressora como muitos atestam.
O poder repressor, dentro da dinâmica prisional, pode estar associado ao processo de
desculturação, quer dizer, a perda de uma identidade cultural do indivíduo. Já o poder
configurador está diretamente ligado ao inverso, ou seja, ao processo de aculturação, que
relaciona-se com o condicionamento e modelagem do indivíduo através de opressões, levando
o indivíduo a ter comportamentos violentos (BRAGA, 2014).
A punição pode ser vista como a prática de melhorar comportamento das pessoas e
tem como missão constituir uma forma de relação de poder, como um meio de responder de
forma direta aos interesses dos superiores que de certa forma depende de pessoas
consideradas “úteis” (FOUCAULT, 1975/2005).
Ao passar do tempo, as facções criminosas foram se fortalecendo e passaram a cuidar
também das necessidades dos familiares e de todos os seus membros. A maioria dos
presidiários vem das classes baixas da sociedade, são pessoas pobres em situação de
vulnerabilidade. Esses grupos criminosos estruturados dentro das unidades prisionais são
responsáveis pela assistência jurídica e social, facilitando e fornecendo dinheiro para
passagens de ônibus para os familiares que desejarem visitar seus parentes presos e conta
também com os gastos com advogados e outras ajudas (MATOS, 2012).
20

4. METODOLOGIA

O presente trabalho propõe-se a apresentar uma análise de informações qualitativas.


Segundo Neves (2012), a pesquisa qualitativa refere-se a um conjunto de vários métodos
interpretativos que propõe retratar e decifrar os componentes de uma abundância de
significados. Tem como objetivo, explicar o sentido dos fenômenos do mundo social,
tratando-se de diminuir o espaço entre teorias e dados, entre cenário e ação.

4.1 Participantes e Amostra

A amostra da pesquisa será formada por presidiários que encontram-se na Cadeia


Pública de Icó e que sejam percebidos pela direção e agentes prisionais do local como líderes.
Desse modo é importante categorizar a respeito do que se entende por líder, a qual faz-se
necessário para elaboração dessa pesquisa. De acordo com o dicionário Aurélio (2011), líder é
o indivíduo que chefia, comanda e/ou orienta, em qualquer tipo de ação, empresa ou linha de
ideias. É o chefe ou condutor que representa um grupo, uma corrente de opinião, etc. E
liderança, constitui-se como a função de líder, como também a habilidade de liderar; espírito
de chefia. Forma de dominação baseada no prestígio pessoal e aceita pelos dirigidos.
Segundo Lara (2012) o líder tem como principal objetivo, ser uma pessoa capaz de
efetuar modificações em benefício de seus companheiros de sua organização a qual pertence.
Há pessoas que nascem líderes e outras que desenvolvem a capacidade de liderar. O líder tem
a tarefa de influenciar, guiar, ser inteligente, perceptivo e decisivo para que possa ter
condições suficientes de liderar com sucesso.
No que se diz respeito ao critério de seleção para a participação na pesquisa, será
utilizada a amostragem intencional, segundo Marconi e Lakatos (2010), nesta o pesquisador
delibera quais os sujeitos participarão da pesquisa, mediante o seu plano de estudo, é de total
interesse a opinião e ação dos participantes. Salienta-se que não será previamente delimitado
um quantitativo de participantes, um vez que não sabemos quantos sujeitos há com o perfil
desejado dentro do local.
A pesquisa apresenta como critérios de inclusão os sujeitos do sexo masculino, com
idade média entre 20 e 60 anos, se encontrar em regime fechado e apresentar o perfil de líder.
Já os critérios de exclusão sserão caracterizados por presidiários que não se encontrem em
regime fechado, que apresentem algum distúrbio mental ou que não desejem participar da
pesquisa.
21

4.2 Instrumentos

Será utilizado o um roteiro de entrevista semiestruturado que segundo Minayo (2010)


é um instrumento composto por perguntas pré-definidas, mas que não ditam a forma como a
entrevista irá decorrer, e o entrevistador tem a liberdade de colocar outras questões cujo
interesse seja desperto durante a entrevista. Dessa maneira acredita-se que será possível
compreender os motivos sociais que englobam as rebeliões carcerárias e as relações de poder
no ambiente penitenciário do município de Icó.

4.3 Procedimentos de coleta das informações

Inicialmente, através do diretor e dos agentes penitenciários da cadeia pública do


município do Icó/Ceará, será realizada a identificação dos participantes. A equipe da cadeia
indicará quais presidiários possuem o perfil a ser pesquisado e apresentará informações sobre
o comportamento dos mesmos, dentro da unidade prisional. Bem como o histórico dos delitos
cometidos e de lideranças dessa maneira a pesquisadora poderá selecionar os participantes
para a pesquisa. Salienta-se a importância desse perfil ser indicado pela equipe da Cadeia uma
vez que é tal equipe a responsável cotidianamente pela proteção dos reclusos, de modo, a
observar comportamentos e formar percepções sobre os presos.
Posteriormente, será explicada toda a pesquisa para os sujeitos selecionados, e caso
aceitem lhes serão apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), no
qual se encontra os objetivos da pesquisa e as contribuições para o campo científico, a
duração aproximada e a dinâmica do instrumento, o uso do gravador e o sigilo assegurado ao
participante. Após a leitura do TCLE e assinatura do Termo Pós Esclarecido, será agendado
um dia e horário para coletar os dados dos internos na unidade. Será realizada uma entrevista
inicial com a finalidade de obter os dados de identificação do participante, em seguida será
estabelecido um rapport, assim o sujeito poderá ficar mais tranquilo, à vontade e disposto a
realizar a entrevista semiestruturada. O rapport é um técnica originária da Psicologia que tem
como objetivo estabelecer a empátia numa relação. A entrevista será registrada em gravador e
posteriormente transcrita, seguindo rigorosamente as palavras dos entrevistados, mantendo
fidelidade com relação ao que for dito, inclusive podendo haver registros complementares
sobre a conduta dos participantes.
22

4.4 Procedimentos de análise das informações

Inicialmente será realizada a codificação e a interpretação das informações obtidas na


entrevista, buscando a familiarização com o material coletado. Dando seguimento, os dados
serão analisados mediante a análise de conteúdo temática, utilizada frequentemente nos
estudos qualitativos. O procedimento dedica-se à investigação do sentido contido nas falas
dos entrevistados, bem como a repetição de termos, aparato e andamento do discurso
(TURATO, 2011).
Dessa forma segundo Carvalho (2011) será possível explicar os registros latentes, bem
como, compreender os sentidos e significados que os participantes apresentam sobre os
fenômenos vivenciados no contexto sociocultural. Ao término da análise, os resultados serão
analisados mediante eixos temáticos que forem encontrados com base nas falas dos
participantes.

4.5 Riscos da Pesquisa

Conforme o entendimento de risco apresentado pela resolução nº 510/16 sobre


pesquisa em ciências humanas e sociais, observa-se a partir dos objetivos expostos no projeto,
que o mesmo pode oferecer riscos mínimos, tais como: constrangimento, local de escuta
impróprio e interferência de terceiros. Todavia, considerando que o ambiente o qual será
realizada a coleta de dados é de conhecimento do pesquisador, os riscos em relação ao local
impróprio e interferências de terceiros serão sanados, uma vez que tal coleta será realizada na
sala da direção e individualmente com cada presidiário, e caso alguém entre na sala, o
pesquisador pedirá de imediato uma pausa na fala do participante. Quanto ao constrangimento
buscar-se-á reduzi-lo através do rapport e do comunicado que a qualquer momento o
participante poderá desistir de participar da pesquisa, como descrito no TCLE.
Todavia, nos casos em que os procedimentos utilizados no estudo tragam algum
desconforto, ou sejam detectadas alterações que necessitem de assistência psicológica
imediata ou tardia, a participante realizará atendimento psicológico ao participante sob
23

supervisão do professor que a acompanha no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da


Faculdade Vale do Salgado.

4.6 Benefícios da Pesquisa

Acredita-se que a pesquisa contribuirá potencialmente para a ampliação do


conhecimento acerca das vivências dentro do ambiente prisional, no que se refere a temática
das rebeliões prisionais, uma vez que são escassas as pesquisas existentes sobre a
problemática. Sendo assim, os resultados obtidos serão divulgados na comunidade científica,
através de eventos como: congressos, simpósios, encontros, dentre outros, com o objetivo de
divulgação da temática.
Quanto aos benefícios no âmbito prisional a devolutiva sobre a pesquisa poderá ser
entregue mediante uma apresentação do estudo realizado, assim alcançando tanto funcionários
do presidio como presidiários. Tal devolutiva deverá ser entregue separadamente, por
categorias, de modo a proporcionar discussão genuína o máximo possível entre pesquisador e
reclusos e pesquisador e funcionários.

4.7 Aspectos Éticos

Em relação aos aspectos éticos a presente pesquisa será realizada através de análise
dos dados qualitativos e respeitará as normas e princípios estabelecidos nas resoluções nº
466/12 e nº 510/16 sobre pesquisa com seres humanos e especificadamente nas ciências
humanas e sociais. De acordo com as diretrizes éticas definidas no que se refere a cuidar pela
originalidade das informações, privacidade, sigilo e anonimato, serão utilizados os termos de
consentimento livre e esclarecido, o pós-esclarecido e o termo de anuência da instituição co-
participante. Podendo assim, tornar os resultados desta pesquisa públicos e sem prejuízos para
nenhum dos envolvidos.
24

5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

2017.1 2017.2

NOVEMBRO
FEVEREIRO

DEZEMBRO
SETEMBRO
ETAPAS

OUTUBRO
AGOSTO
MARÇO

JUNHO

JULHO
ABRIL

MAIO
MESES
Levantamento X X X X X X X X
Bibliográfico

Definição Dos X
Objetivos

Elaboração Da X X X
Metodologia

Revisão De X X X X X X X X X
Literatura
Entrega e X
Submissão do
projeto a Copex
Apresentação Do X
Projeto

Encaminhamento X X X
Ao Comitê De
Ética
Coleta De X X
Informações
Análise Das X X
Informações
Elaboração Da X X
Versão Final Da
Monografia
25

Entrega e X
Apresentação da
Monografia

6 ORÇAMENTO DETALHADO

MATERIAL PERMANENTE
ITEM QUANTIDADE VALOR/UNITÁRIO VALOR TOTAL
Computador 01 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00
Impressora 01 R$ 700,00 R$ 2000,00
Gravador digital 02 R$ 300,00 R$ 600,00
Valor Total: R$ 4.200,00

MATERIAL DE CONSUMO
ITEM QUANTIDADE VALOR/UNITÁRIO VALOR TOTAL

Papel A4 02 resmas R$ 25,00 R$ 50,00


Xerox 20 R$ 0,10 R$ 2,00
CD Rom 02 caixas R$ 20,00 R$ 40,00
Cartucho 02 R$ 90,00 R$ 180,00
Tinta preta
Cartucho 01 R$ 120,00 R$ 120,00
Tinta color
Caneta 05 R$ 1,00 R$ 5,00
Transparência 01 caixa R$ 50,00 R$ 50,00
Valor Total: R$ 447,00
26

REFERÊNCIAS

ASSIS, Rafael Damaceno de; OLIVA, Márcio Zuba de. Objetivo das prisões, ressocialização
ou punição ?. Revista Âmbito Jurídico, Rio Grande, Ed. 39º , mar 2 012. Disponível em:
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista
_artigos_leitura&artigo_id=3630&revista_caderno=3 >. Acesso em 15 de março de 2017.

ASSIS, Rafael Damasceno. A realidade atual do sistema penitenciário brasileiro. 2013.


Disponível em: http://www.jf.jus.br/ojs2/index.php/revcej/article/viewFile/949/1122.
Acessado em 15 de Abril de 2017.

BRAGA, Ana Gabriela Mendes. A Identidade do preso e as leis do cárcere. Dissertação


(Mestrado em Direito). Universidade de São Paulo- USP. São Paulo. 2014. Disponível em:
file:///C:/Users/Cliente/Downloads/dissertacao_agabriela_completa %20(5).pdf. Acessado em
20 de Abril de 2017.

BORGES, Viviane Trindade. Carandiru: os usos da memória de um massacre. Revista Tempo


e Argumento, Florianópolis, v. 8, n. 19, p. 04 ‐ 33. set./dez. 2016.

BRASIL. Senado Federal. Resolução nº 510, de 2016. Autoriza a coleta de dados de acordo
com os princípios éticos das pesquisas em ciências humanas e sociais. Diário Oficial,
Brasília, DF, 07 Abril. 2016. Seção 1.

CARVALHO, Vanessa Carneiro Bandeira de. O que é pedofilia e quem é o pedófilo ?.


2011. 137 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade de Pernambuco, Recife.
2011.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. 86 p. 1v. il. ISBN
978-85-240-4074-0. Dicionário da língua portuguesa.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. 5.ed. Petrópolis:
Vozes, 2005.

GRUNER, Clóvis. “Virando a unidade”: análise comparada de duas rebeliões nas


prisões paranaenses. 2012. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/
anais/14/1300888422_ARQUIVO_clovis-anpuh2011-anais.pdf. Acessado em 04 de Março
2017.

JÙNIOR, Eudes Quintino De Oliveira. Crise no sistema penitenciário e o Panóptico. 2014.


Disponível em: https://eudesquintino.jusbrasil.com.br/artigos/418885281/crise-no-sistema-
penitenciario-e-o-panoptico. Acessado em 10 de maio de 2017.
27

LARA, Ednéia dos Santos. Liderança: a importância do líder na organização. 2012.


Disponível em: http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/LIDERANCA-A-
IMPORTANCIA-DO-LIDER-NA-ORGANIZACAO.pdf. Acessado em 05 de Abril de 2017.

MAIA, Ariane Bastos de Mendonça. A origem do crime organizado no brasil: conceito e


aspectos históricos. Disponível em: http://tmp.mpce.mp.br/esmp/publicacoes/edi12011
_f/artigos/ArianeBastosdeMendoncaMaia.pdf. Acessado em: 07 de Abril de 2017.

MATOS, Heloíza. Comunicação pública: interlocuções, interlocutores e perspectivas. São


Paulo: ECA/USP, 2012. 411p.

MARCONI, Marina de A; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Atlas
Ed., 2010. 277 p.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 112 p.

NEVES, José Luiz. Pesquisa qualitativa- características, uso e possibilidades. 2012.


Disponível em: http://ucbweb.castelobranco.br/webcaf/arquivos/15482/2195/artigo_sobre
_pesquisa_qualitativa.pdf. Acessado em 09 de Abril de 2017.

NOVAIS, Laís de Queiroz. Organizações criminosas contemporâneas: aspectos


conceituais e tipologia penal. 1. ed. Campina Grande. 2012. 30 p. Disponível em:
http://dspace.bc.uepb.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/3648. Acessado em: 18
de Abril de 2017.

SABAINI, Raphael Tadeu. Uma cidade entre presídios: percepções acerca de um contínuo
entre a prisão e o urbano. 2012. Disponível em: file:///C:/Users/Cliente/Downloads/3497-
8338-1-PB.pdf. Acessado em 18 de maio de 2017.

SALLA, Fernando. As rebeliões nas prisões: As rebeliões nas prisões: novos significados a
partir da experiência brasileira. 2010. Disponível em: http://www.esedh.pr.gov.br/
arquivos/File/AS_REBELIOES_NAS_PRISOES_NOVOS_SIGNIFICADOS_A_PARTIR_D
A_EXPERIENCIA_BRASILEIRA.pdf. Acessado em 20 de Abril de 2017.

SANTOS, Caroline Fonseca dos; MARCHI William de Almeida. A utopia da lei de


execução penal e a realidade carcerária. Disponível em:
http://www.pensamientopenal.com.ar/system/files/2016/07/doctrina43820.pdf. Acessado em
22 de Abril de 2017.

SOUSA, Noelma Cavalcante de; MENESES, Antônio Basílio Novaes Thomaz de. O poder
disciplinar: uma leitura em vigiar e punir. Disponível em:
http://www.cchla.ufrn.br/saberes/Numero4/Artigos%20em%20Filosofia-Educacao/Noelma
%20C%20de%20Sousa%20e%20Antonio%20Basilio%20N.%20T.%20de%20Meneses,
%20uma%20leitura%20em%20Vigiar%20e%20Punir,%20p.%2018-35.pdf. Acessado em 25
de Abril de 2017.
28

TURATO, Egberto Ribeiro. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições,


diferenças e seus objetivos de pesquisa. Rev Saúde Publica. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n3/24808.pdf. Acessado em 10 de maio de 2017.

WILLER, Roni. Megarrebelião promovida pelo PCC envolveu 29 penitenciárias. Folha de S.


Paulo, São Paulo. 16 de Janeiro de 2017.

APÊNDICES
A- ROTEIRO DE ENTREVISTA
B- TERMO DE CONSCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECICO E PÓS
ESCLARECIDO
C- DECLARAÇÃO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO CO-PARTICIPANTE
29

ROTEIRO DA ENTREVISTA

Se alguém lhe perguntasse quem é você? Como se definiria em poucas palavras?


Porque você está aqui?
Há quanto tempo se encontra preso?
É reincidente?
Você recebe visita de seus familiares?
Como você descreve a sua relação com sua família?
Onde você morava exercia alguma liderança?
Como é a sua relação com a equipe de profissionais da Cadeia?
Como você descreveria a sensação de estar “preso”?
Descreva como é seu dia a dia dentro do presidio?
Como você descreveria sua convivência com os outros internos?
Você acredita que exerce alguma liderança na cela ou do pavilhão?
O que você pensa sobre as rebeliões no país?
Você estava preso quando as rebeliões do ano passado estouraram? O que vc ouviu sobre
elas?
Sobre facções você sabe o que são?
O que significam no ambiente prisional?
Você sabe e/ou conhece alguma facção?
Você é integrante de alguma facção?
Como se deu a sua entrada dentro do grupo faccionista?
Há quanto tempo?
Sua família e/Você tem ou conhecidos que são auxiliados pela organização?
Você acredita que as rebeliões organizadas por facções representam mais um modo de
dominação, de resitência ou ambos?
Você já liderou alguma rebelião? Por qual motivo você a propôs?
30

Você também pode gostar