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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS PARANGABA

GRADUAÇÃO EM DIREITO

MAYKON WILLAMY DE ALBUQUERQUE MARTINS

O FENÔMENO DAS REBELIÕES PRISIONAIS: UMA


INVESTIGAÇÃO NARRATIVA

FORTALEZA, CE
2022
2

O FENÔMENO DAS REBELIÕES PRISIONAIS: UMA INVESTIGAÇÃO


NARRATIVA.

Maykon Willamy De Albuquerque Martins¹

RESUMO. O presente trabalho discorre sobre a problemática das rebeliões que


ocorrem dentro do espaço penitenciário. Com o intuito de facilitar o conhecimento e
compreensão sobre a origem desse fenômeno, trataremos na pesquisa acerca do
percurso histórico das rebeliões, as relações intra e extra prisionais e as formas de poder
dentro das prisões diante de bibliografias que explanem sobreo tema. Para o
desenvolvimento da coleta e análise das informações deste trabalho foi adotado como
técnica metodológica a revisão bibliográfica e optou-se por aplicar a revisão narrativa
de base qualitativa. O estudo baseou-se em pesquisas na área do Direito e Segurança
pública. Faz algum tempo estão pesquisando sobre a influência do ambiente prisional
acercada personalidade do detendo. /O estudo confirma que consequentemente esse
sistema acaba fortificando não só as organizações criminosas, mas também o crime em
si. É uma realidade com grandes dificuldades de alterações, pois as facções não tem
suas ações paralisadas mesmo com a prisão da maioria dos seus integrantes, revelando
assim o poder que as mesmas exercem não só nos presídios como também no Estado. A
pesquisa em si mostra que a ineficácia de todo no nosso sistema penitenciário deu
abertura para a criação de inúmeras organizações criminosas que agem de forma
sistematizada e distinta dentro deste próprio sistema. Esses grupos criminosos têm um
enorme poder de movimentação bem como uma facilitação de aprovação entre os
detentos. Pode-se perceber que um dos métodos dos internos lidarem com as imposições
institucionais é integrarem às essas organizações informais, mais conhecidas como
facções.

Palavras- Chave: Detento; Poder; Prisões; Rebeliões.

MARTINS, Maykon Willamy de Albuquerque. O fenômeno das rebeliões prisionais:


uma investigação narrativa. 2022, conclusão do curso superior em Direito da
Universidade Estácio de Sá. FORTALEZA, CAMPUS PARANGABA, 2022.
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SUMÁRIO. Introdução. 1. 1. Revisão de Literatura. 1.1 UM BREVE PERCURSO


HISTÓRICO SOBRE AS REBELIÕES CARCERÁRIAS. 1.2 OS CONTEXTOS
INTRA E EXTRA PRISIONAL E SUAS INFLUÊNCIAS NAS REBELIÕES. 1.3
FORMAÇÃO DAS FACÇÕES CRIMINOSAS E RELAÇÕES DE PODER. Análise e
Discursão. Conclusão. Referências Bibliográficas.

INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo principal entender o fenômeno social das
rebeliões prisionais, para tanto abordaremos as relações de poder, tal termo conceituado
por Michel Foucault. O interesse para tal pesquisa surgiu desde a minha vivência como
diretor da Cadeia Pública na cidade de Icó-Ce. E minha participação no projeto de
extensão “MUDA: pela humanização das relações prisionais”, realizado pelos alunos e
professores de psicologia e serviço social da Faculdade Vale do Salgado. Durante as
visitas sistemáticas realizadas durante o projeto, observou-se vários tipos de
reivindicações dos internos a respeito do encarceramento, como: alimentação e água.
Segundo Assis (2013) as rebeliões consistem em motins organizados pelos detentos de
forma violenta, porém esses movimentos consistem em manifestações e reclamações
para o beneficiamento de seus direitos e uma maneira de atrair olhares das autoridades
para as situações desumanas a qual os internos são submetidos dentro da esfera
prisional.
Desta forma, verifica-se que algumas rebeliões são apresentadas como um meio
de recusa a fatores do encarceramento, de certa forma são vistas como uma forma de
diálogo ou de pressão e por meio delas os detentos podem ser ouvidos pelas autoridades
e sociedade (GRUNER, 2012).
Braga (2014) relata que diante das adversidades do sistema prisional, um fator
que permanece em evidência é o impacto das rebeliões sobre o governo e sobre a
postura dos encarcerados. Ocorrem geralmente em momentos nos quais o governo se
encontra frágil e com condições desfavoráveis em relação aos reclusos, portanto os
cativos aproveitam a situação delicada do governo e promovem verdadeiras guerras de
acerto de contas com as facções rivais, invadindo os espaços e acertam suas desavenças.
No ano de 2016 o Estado do Ceará vivenciou uma onda de rebeliões que
segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (SEJUS) ocorreram devido a

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conflitos entre os encarcerados. Todavia foram ouvidos rumores de que tais rebeliões
surgiram por motivo de reinvindicações por parte dos presidiários frente ao sistema
prisional.
Sendo assim, com o objetivo de facilitar o conhecimento e compreensão sobre a
origem desse fenômeno, trataremos na pesquisa acercado percurso histórico das
rebeliões carcerárias, as relações intra e extra prisionais e as relações de poder dentro
das prisões diante de uma pesquisa narrativa acerca do tema, o objetivo geral visa
compreender o fenômeno das rebeliões carcerárias diante das relações de poder. O
trabalho estruturara-se em três pontos que são explanados como objetivos específicos,
no primeiro objetivo aborda-se a história e definições acerca do fenômeno das rebeliões
baseado em vários autores e uma discussão sobre esse movimento. No segundo
subtópico será abordado os contextos intra e extra prisional, mencionando a importância
e a influência de cada ambiente no fenômeno das rebeliões. Esse capítulo também relata
como a comunidade está inserida na atividade criminal, atuando como aliada dos chefes
do tráfico. O terceiro caracteriza a formação das facções criminosas e as relações de
poder entre os presos, com base nas leituras feitas sobre as principais organizações
criminosas do país, descrevendo sua formação, breve histórico e as vivências no
universo de prisão.
Para o desenvolvimento da coleta e análise das informações deste trabalho foi
adotado como técnica metodológica, a revisão bibliográfica e optou-se por aplicar a
revisão narrativa de base qualitativa. A coleta de dados dentro da pesquisa ocorrerá na
forma de pesquisas diretas, em situações de bibliografias, documentos diversos, tais
como projetos, relatórios, regulamentos e normas escritas.
Segundo Neves (2012) a pesquisa qualitativa refere-se a um conjunto de vários
métodos interpretativos que propõe retratar e decifrar os componentes de uma
abundância de significados. Tem como objetivo, explicar o sentido dos fenômenos do
mundo social, tratando-se de diminuir o espaço entre teorias e dados, entre cenário e
ação.
A pesquisa bibliográfica busca esclarecer e explicar um tema com suporte em
referências teóricas reproduzidas em livros, artigos, revistas e outros. Busca também,
explorar assuntos científicos a respeito de algum tema (MARCONI E LAKATOS,
2010).

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Na elaboração dessa pesquisa foi realizada uma revisão de literatura nacional


sobre o tema proposto, qual seja, as rebeliões prisionais. Visto que busca sintetizar as
pesquisas já concluídas para obter conclusões a partir de um determinado assunto, esse
tipo de revisão é descrito como uma ação desenvolvida a partir de materiais já
produzidos (GIL, 2004).
Referente a pesquisa narrativa Clandinin e Connelly (2011) afirmam que é um
método que proporciona recompor aspectos vividos pelos sujeitos sob estudo. Por
tratar-se de vivências compartilhadas pelo pesquisador e pelos participantes. É
designada na construção de conhecimentos a partir das perspectivas e entendimentos no
desenvolvimento do projeto. Não propõe verdades absolutas, mas busca encontrar
sentido nas múltiplas verdades existentes.
A coleta de informações dentro do estudo ocorreu na forma de pesquisas, em
situações de bibliografias, documentos diversos, tais como projetos, relatórios,
regulamentos e normas escritas.
Assim sendo essa pesquisa possui como relevância a contribuição potencial para
a ampliação do conhecimento acerca das vivências dentro do ambiente prisional, no que
se refere a temática das rebeliões prisionais, uma vez que são escassas as pesquisas
existentes sobre a problemática.
Para o levantamento dos dados foram utilizados livros e a base de dados Scielo
(Scientific Eletronic Libraly Online) que serviram como instrumentos para coleta de
dados, a partir dos seguintes descritores: Detentos, Poder, Prisões e Rebeliões.
O estudo foi composto por 24 pesquisas relacionadas ao tema de estudo. Quanto
à amostra, os artigos foram selecionados com foco nos descritos e nos objetivos da
pesquisa. A seleção foi realizada com base em leituras minuciosas dos artigos, teses e
dissertações, encontradas na literatura e aquelas que possuíam consonância com o
arcabouço teórico do presente estudo foram utilizadas.
Após a coleta do material, foi feita uma leitura e destacada as principais
informações. Posteriormente foi realizada uma avaliação descritiva dos dados,
procurando organizar com clareza e amplificar o conhecimento sobre o tema
pesquisado.
Dessa forma, através das pesquisas o presente trabalho consegue alcançar seus
objetivos dentro dos estudos de uma das esferas que tangem a segurança pública, onde a

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solidificação das facções criminosas no âmbito penitenciário se torna


independentemente e podem ser caracterizadas como oposições do sistema, que
desprenderem o indivíduo de algumas medidas institucionais, concomitantemente esses
grupos os dominam dentro de seu exclusivo controle. Ao pertencer à essas organizações
não faz do interno um ser livre e só leva ao fortalecimento da mesma.

1. REVISÃO DE LITERATURA
A superlotação dos presídios, devido ao número elevado de detentos, é
eventualmente o problema mais preocupante abrangendo as organizações prisionais. As
prisões se encontram cada vez mais sobrecarregadas de pessoas, oferecendo uma
parcela insignificante de dignidade ao encarcerado. Desse modo, as rebeliões que
ocorrem podem ser pensadas como uma estratégia de resistência a algum aspecto do
encarceramento. Essas são consideradas um meio, se não de diálogo, de pressão. Assim,
os internos conseguem ser ouvidos, não raro, até mesmo de fora das prisões (GRUNER,
2012).
O sistema carcerário no País se encontra arruinado. A instabilidade e as
situações subumanas que os detentos vivem é de extrema crueldade. As unidades
prisionais se transfiguram como depósitos humanos, nos quais a superlotação gera
agressão sexual entre presos, concebe a proliferação de doenças graves, as drogas são
apreendidas progressivamente, e o consideravelmente o mais categórico, apontado
como o mais forte, domina o mais fraco (ASSIS, 2013).
O sentido das rebeliões vem sofrendo mudanças no decorrer dos anos, ou seja,
elas não possuem os mesmos propósitos de antes, que estava relacionado ao desejo de
transformação da sociedade, alteração essa que se configura como um olhar mais atento
para as inúmeras necessidades dos internos, ou um momento que os detentos podiam
expressar suas queixas. As rebeliões ocorrem geralmente em períodos nos quais a
ordem governamental em referência aos reclusos fica comprometida e fragilizada, sendo
usadas pelos cativos como um verdadeiro acerto de contas entre as facções rivais. Os
cárceres aproveitam do clima tenso do Estado e invadem os espaços para que possam
acertar as suas desavenças (BRAGA, 2014).
Sendo assim, o presente estudo busca compreender o fenômeno das rebeliões a
partir de uma reflexão narrativa.

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1.1 UM BREVE PERCURSO HISTÓRICO SOBRE AS REBELIÕES


CARCERÁRIAS
Segundo o dicionário Aurélio (2011) a palavra rebelião vem do latim rebellare,
que significa “fazer guerra contra”, de re, “contra”, ebellus, “guerra”. Desse modo,
guerra contra algo ou alguém.
As rebeliões são descritas com base em dois fatores fundamentais, o primeiro
como forma de protesto para as normas impostas pelo sistema penitenciário e o segundo
como afronta as ordens do governo. Por um lado, as possibilidades emergentes dentro
dos movimentos de violência e rebeldia por conta das ordens que são impostas aos
presos, desta forma, esses tumultos são explicados como meios de protestos e
indignação contra as exigências de situações adversas que abrangem, por exemplo, a
superlotação das celas, maus tratos, alimentação de péssima qualidade, dentre outros.
Por outro lado, as rebeliões presidiárias podem ser relacionadas à outros movimentos de
protestos fora do ambiente prisional, a partir do declínio do governo em diversas ordens,
com reflexos na vida social (SALLA, 2010).
A primeira onda de protestos, que se têm notícias comprovadas, sobre rebeliões
nas prisões apareceu, nos Estados Unidos, na década de 1950. O surgimento das
rebeliões é explicado por diversos elementos que agem isoladamente e em conjunto, tais
como, rendas más distribuídas, diferenças sociais, descasos, falta de formação
profissional, superlotação, várias influências políticas da administração prisional
(SALLA, 2010).
Em dois de outubro de 1992, a Polícia Militar de São Paulo adentrou a penitenciária do
Carandiru para conter uma grande rebelião que havia surgido. A intervenção resultou
em uma matança de 111 internos em tempo estimável de meia hora. As imagens dos
corpos, enfileirados e nus no pátio da penitenciária, rodaram todo o país, chegando
também aos noticiários internacionais como um símbolo da crueldade brasileira. O
massacre também se transformou em sinônimo de impunidade, pois até o momento
poucas medidas foram utilizadas para punir os culpados, há mais de vinte anos do
episódio, o inquérito ainda continua aberto nos tribunais (BORGES, 2016).
O autor relata ainda que o acontecimento da chacina do Carandiru tornou‐se um
assunto público, uma história com várias vertentes, que desperta várias opiniões, pela

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quantidade de presos mortos, pela forma em que a polícia realizou a invasão e pelo
desequilíbrio das forças de segurança para com os presos (BORGES, 2016).
Segundo Willer (2017) no dia 18 de fevereiro de 2001, o Estado de São Paulo
vivenciou a maior rebelião da história, comandada por uma das maiores organizações
criminosas infiltrada nos presídios paulistas, conhecida como o Primeiro Comando da
Capital (PCC), foram atingidos 29 presídios, nos quais foram promovidas grandes
rebeliões como represália pela transferência de alguns detentos considerados chefes dos
grupos. Os agentes penitenciários e familiares de detentos, homens, mulheres e crianças,
foram feitos reféns. O dia escolhido foi estratégico, era um domingo, dia de visita em
todos os presídios do Estado. A “megarrebelião”, como ficou conhecida pela imprensa,
foi um acontecimento marcante para o sistema penitenciário.
Essa foi originada de dentro dos presídios, controlada por internos através de
aparelhos celulares, entre outros meios. A entrada dos aparelhos telefônicos nas
instituições prisionais ocorre em algumas situações com o auxílio dos funcionários, os
quais são responsáveis pela vistoria de todos aqueles que entram e saem dos presídios
(MAIA,2012).
Diante do contexto, os detentos põem regras de uma resolução própria, a qual
tem princípios que são característicos, regimentos que reinam dentro das prisões e que
apresentam reflexos fora do ambiente prisional. Por intermédio de um poder visível, as
facções têm se mostrado cada vez mais associadas, crescentes e difíceis de serem
combatidas (SALLA,2010).

1.2 OS CONTEXTOS INTRA E EXTRA PRISIONAL E SUAS INFLUÊNCIAS


NAS REBELIÕES
Atualmente as facções criminosas usufruem de um poder absurdo, com o qual
comandam o mercado de drogas, armas e sequestros, sendo que a maioria das ordens sai
de dentro dos presídios. Os chefões que estão presos passam seus comandos para os
subordinados do lado externo do presídio, que praticam com muita peculiaridade e
organização a ordem dada (SANTOS; MARCHI, 2016).
A vida dentro do ambiente carcerário, não é entendida exclusivamente como um
espaço onde um grande número de presos cumprem suas penas em celas extremamente
pequenas. É também compreendido como um local o qual os encarcerados adquirem

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uma ligação direta com grupos faccionistas que exercem poderes e estabelecem
lideranças dentro da penitenciária, associando as participações no meio externo e
interno aos presídios (JÚNIOR, 2014).
O exercício das organizações criminosas é sinalizado pelo terror, instituído a
todas as pessoas, em especial nas maiores capitais do país, sendo considerado uma
prática rotineira de terrore vulnerabilidade. Os resultados de seus serviços são
avassaladores, principalmente pela criação de um estado relacionado ao Estado
Democrático, ou seja, uma situação jurídica ligada diretamente as normas e os direitos
fundamentais, é aquele no qual os representantes são submissos as leis que já foram
decretadas e afetam a todas as camadas da população (MAIA, 2012).
O Estado, a frente deste perfil de delinquência, encontra-se, de certa forma fraco,
uma vez que não oferece mecanismos eficientes e suficientes para combater o excesso
de violência, a iniciar por erros políticos de segurança pública e expandindo-se até a
falta de um modelo penal distinto para o crime organizado. Na maioria das vezes, as
associações criminosas se encontram muito mais equipadas do que os próprios policiais,
que invadem as casas da comunidade na tentativa de recompor a ordem pública com
armamentos precários e munições insuficientes (MAIA, 2012).
O agente penitenciário, sempre transita pelos lados de dentro e de fora das
penitenciárias, tratando-se de um intermediário de informações. Através deste método,
as penitenciárias, se englobam com as cidades, sob a condição de interações sociais
(SABAINI, 2012).
As facções se articularam em termos organizacionais, principalmente com a
construção de estratégias internas e externas de comunicação, manipulação e controle.
Da mesma forma que se proliferaram dentro dos presídios, esses grupos ampliaram-se
para fora de tais instituições, encontrando apoio na comunidade, no mercado de tráfico
de drogas e em várias entidades estatais. Internamente, as organizações criminosas
controlam os recursos ilegais que giram dentro das prisões, por exemplo, armas de fogo
e drogas e exercem ainda grandes influências nas decisões políticas tomadas na parte
externa dos presídios (BRAGA, 2014).
Os limites do crime extrapolam as demarcações territoriais extra muros já
alcançados e delimitados, com um desenvolvimento estratégico ocupam o sistema
prisional no qual aliciam e conquistam reclusos para se tornarem aliados e assim

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realizarem as atividades intra muros, estabelecidas pelas facções com o objetivo de fixar
permanentemente a bandeira de sua facção. Este atual modelo de hostilidade faz com
que a instituição penitenciária se transforme em um cenário de conflitos entre
associações criminosas que visam o domínio e o poder, com rápida e vasta reverberação
no país, onde a sociedade acompanha tudo sem ter a possibilidade de agir (JÚNIOR,
2014).
No que se refere aos chefes do tráfico, esses mantêm uma relação de respeito,
apadrinhamento e consideração para com os moradores das favelas, porventura dos
ensinamentos adquiridos com outros presos políticos, ou seja, sujeitos reclusos que
exerceram cargos administrativos no Estado e que possuem poderes aquisitivos são
influenciadores das ideias dos líderes do tráfico que exercem poder nas favelas.
Atualmente os chefes do tráfico lideram através do sistema do terror, não comandam
somente às pessoas diferentes ao seu convívio, mas, identicamente, àqueles que residem
na comunidade. Esse comando é exercido através de ameaça, impedindo seja qual for o
conflito interno pelo poder e proporcionando o apoio destes moradores, por intercessão
do medo, aos seus fundamentos (MAIA, 2012).
Além da solidariedade ofertada à comunidade unida por laços de afinidade
construídos a partir das origens sociais e também na atividade criminal, essa prática cria
relações de dependência que concede uma reciprocidade traçada por gratidão, mas
também por uma dívida na qual todos aqueles que se filiam ao grupo sabem que de
qualquer forma poderá ser cobrada. O momento e a moeda pelos quais os benefícios
terão de ser retribuídos não são antecipadamente especificados, mas sabe-se pelas regras
rígidas estabelecidas por seus superiores que o pagamento terá que ser feito quando e
como solicitado, sendo a mais dura das penas, a execução (MATOS, 2012).
Sendo assim, o meio a ser capturado não está somente dentro dos
compartimentos de um presídio, há o momento de dominar as áreas urbanas, lugares
estratégicos e importantes da cidade para a negociação de drogas; as desavenças e
especulações de poder não se reúnem mais em disputas entre facções rivais. O Estado e
a comunidade são os mais recentes e disputados alvos, instalando-se uma “guerra” não
explicita entre o Estado civil e o poder paralelo dos traficantes (MAIA, 2012).

1.3 FORMAÇÃO DAS FACÇÕES CRIMINOSAS E RELAÇÕES DE PODER

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O poder dentro do sistema penitenciário é caracterizado de acordo com seus


aspectos dinâmicos, logo se trabalha com três maneiras de deliberações dentro desse
ambiente: o primeiro, o poder jurídico, é definido como aquele desempenhado pelos
juízes com a capacidade de julgar e punir criminalidades, tais como: incompetência,
irresponsabilidade, entre outros. O segundo é caracterizado pelo poder disciplinar,
sendo definido como forma de punição da administração pública sobre aqueles agentes
que trabalham na área de segurança que por ventura cometem infrações no exercício de
sua função e por último o poder exercido pelos próprios presos, organizado pelas
facções e sendo considerado um conjunto de regras estabelecidas a beira da
marginalidade. Por essa análise, define-se a ideia de que o poder pertencente a
instituição prisional é ligada à direção ou aos funcionários, inclusive aos presos e as
devidas facções criminosas que ali se manifestam, de acordo com essa definição,
finalmente torna-se possível situar as relações de poder entre esses sujeitos
(BRAGA,2014).
Novais (2012) associa que o surgimento e as características das relações de
poder dentro do fenômeno das rebeliões estão ligados de certo modo ao “Cangaço”, que
é apontado como um antecedente das primeiras organizações criminais brasileiras, de
acordo com os aspectos e contextos da época. Esse movimento que se originou no final
do século XIX para o início do século XX, tendo como principal líder e criador a figura
histórica de Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como “Lampião”, e sendo
caracterizado pela formação de quadrilhas organizadas em hierarquia, para a prática de
atividades ilícitas no Nordeste do país.
A primeira organização criminosa no Brasil apareceu nos anos de 1970, no
Presídio de Ilha Grande onde se encontravam detidos diversos políticos e ladrões de
banco. Nos anos de 1980 a criminalidade foi se transformando, ficando cada vez mais
perigosa e a primeira facção desta época com caráter punitivo e de crueldade foi o
Comando Vermelho, criado por José Carlos dos Reis Encima, o “Escadinha” e o
Rogerio Lemgruber, o “Bangulhão”, ambos estiveram presos em Bangu (SANTOS;
MARCHI, 2016).
O surgimento do Comando Vermelho facilitou a criação e base para a
consolidação de outros grupos criminosos. Os faccionistas, analisando todo o percurso
dos “vermelhos”, assim eram chamados, montaram “leis” de atuação e sustentação

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interna idêntica às adotadas por aqueles encarcerados considerados como modelo


(MAIA, 2012).
Mediante a criação do Comando Vermelho, pessoas vinculadas a associação
penal paulista produziram, no ano de 1993, relatórios que comunicavam sobre o
surgimento e consolidação de uma outra facção, o Primeiro Comando da Capital (PCC)
(SANTOS; MARCHI, 2016).
Quanto a fonte de criação do PCC está localizada na Casa de Custódia de
Taubaté, localizada no interior do estado de São Paulo. A adesão dos primeiros
participantes do grupo criminoso acontece, através de uma associação esportiva. O
esporte escolhido é o futebol, a gigantesca paixão dos brasileiros. A partir da elaboração
do time, os detentos ampliaram seus horizontes, estreitaram os vínculos que tinham e
originou o PCC, a maior associação do crime organizado do Estado de São Paulo
(MAIA, 2012).
O PCC surgiu nos anos de 1990 e ainda nos dias atuais é considerado como a
principal facção do Estado de São Paulo. O comando teve sua força aumentada através
da gigantesca rebelião ocorrida em São Paulo, onde mataram pessoas, atearam fogos em
colchões e implantaram o terror em 29 prisões do país (SANTOS; MARCHI. 2016).
A força das facções está ligada diretamente ao tráfico ilícito de drogas e
entorpecentes, dentro e fora dos presídios. Portanto, quem domina os pontos
estratégicos dos presídios, também controla uma região fora do presídio associada ao
tráfico de drogas. Há quatro variedades de poder dissipado nas instituições prisionais: o
poder econômico, ligado a condição salarial como forma de pagamento em dinheiro; o
poder político na qual uns são superiores sobre outros e ainda há também o poder
judiciário, como citado no início do capítulo. Por último evidencia o poder
epistemológico, que retira das pessoas um entendimento, uma ideia a respeito desses
que já se encontram dominados pelo olhar e vigiados por estes diversos poderes
(SOUSA, 2012 et. al; MENESES, 2012).
As facções foram criadas pelos criminosos que possuíam interesses coletivos
com o objetivo de adquirir poder, essa junção foi dada através de aspectos semelhantes
como raça, credo, cultura ou crimes em comum, e ao serem criadas, a rivalidade com
grupos alheios tornou-se a característica principal (SOUSA et. al; MENESES, 2012).

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Foucault (1975/2005) conceitua as medidas relacionadas aos detentos que as


autoridades praticam não precisam ser atribuídos a forma de posse, e sim a diferentes
proporções no que se refere ao funcionamento de leis e técnicas. De outro modo, o
poder não pode ser caracterizado como privilégio da classe dominante, no entanto
representa um conjunto de procedimentos planejado por uma classe que pode ser
utilizado e reproduzido por um grupo dominado.
Segundo a visão foucaultiana, observa-se que as ocupações das prisões eram
feitas a partir de duas perspectivas, a primeira agia dentro da dinâmica social enquanto
produtora de ilegalidade e gerenciadora de delinquência e a segunda seria dentro da
própria dinâmica prisional, no exercício de poder sobre o apenado (FOUCAULT,
1975/2005).
A vivência no universo de uma prisão é considerada de fato, uma realidade
dentro de uma sociedade desclassificada, considerada marginalizada, visto que é
implantada de forma semelhante à sociedade comum. Por conter características
praticamente de uma comunidade autônoma, a entidade constituída pelos internos tem
um conjunto de regras que lhe é específico, que fundamentalmente tem como princípio
o destaque acrescentamento sobre os demais, se destaca nessa sociedade aquele que é
considerado o mais forte ou o mais poderoso.
Considera-se que essas regras se apoiam num direito natural, que se configuram
como as normas que já nascem incorporadas ao ser humano, como o direito à vida,
idêntico àquele que está em vigor nas primeiras sociedades. A vivência deste ambiente
social é determinada pela presença de dois fatores, um integra-se como sua causa e
outro como sua consequência. A causa estaria ligada à necessidade da presença de um
conjunto de regras que pudesse tornar aceitável a sobrevivência e harmonia dos presos
em comunidade e a consequência se configura como uma despersonalização, onde quem
entra na facção não pode jamais se desfazer dela. Esse segredo de conduta seria a
manifestação da sua auto- padronização, tendo em vista a sua estabilidade e sua
convivência pacífica (ASSIS; OLIVA, 2012).
Segundo Foucault (1975/2005) a função exercida dentro da dinâmica interna dos
presídios atua no sentido de produzir um comportamento delinquente nos detentos. O
indivíduo entra na prisão como infrator e sai como delinquente, ou seja, internaliza uma
identidade atribuída dentro do sistema prisional, a partir da prática de vários delitos. O

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autor afirma que a função mais perigosa do sistema penitenciário é chamada de


configuradora (aquela que molda) e não é a repressora como muitos atestam.
O poder repressor, dentro da dinâmica prisional, pode estar associado ao
processo de desaculturação, quer dizer, a perda de uma identidade cultural do indivíduo.
Já o poder configurador está diretamente ligado ao inverso, ou seja, ao processo de
aculturação, que se relaciona com o condicionamento e modelagem do indivíduo através
de opressões, levando o indivíduo a ter comportamentos violentos (BRAGA, 2014).
A punição pode ser vista como a prática de melhorar comportamento e tem
como missão constituir uma forma de relação de poder, como um meio de responder de
forma direta aos interesses dos superiores que de certa forma depende de pessoas
consideradas “úteis” (FOUCAULT, 1975/2005).
Ao passar do tempo as facções criminosas foram se fortalecendo e passaram a
cuidar também das necessidades dos familiares e de todos os seus membros. A maioria
dos presidiários vem das classes baixas da sociedade, são pessoas pobres em situação de
vulnerabilidade. Esses grupos criminosos estruturados dentro das unidades prisionais
são responsáveis pela assistência jurídica e social, facilitando e fornecendo dinheiro
para passagens de ônibus para os familiares que desejarem visitar seus parentes presos e
conta também com os gastos com advogados e outras ajudas (MATOS, 2012).
De acordo com Salla (2010) uma rebelião caracteriza-se como um
acontecimento importante que revela um novo aspecto presente dentro do sistema
penitenciário brasileiro, no qual o comportamento de facções criminosas influencia, e
por muitas vezes, designa extremamente as ações sobre as práticas quotidianas dentro
do ambiente prisional, inclusive as rebeliões, que não depende das circunstâncias
precárias que vivem os cárceres. Os grupos criminosos que surgiram no Sudeste
brasileiro expandiram suas atuações aos demais estados da federação.

ANÁLISE E DISCURSÃO
Segundo Braga (2014), em seu estudo “A Identidade do preso e as leis do
cárcere”, relata que as rebeliões ocorrem geralmente em períodos nos quais a ordem
governamental em referência aos reclusos fica comprometida e fragilizada, sendo
usadas pelos cativos como um verdadeiro acerto de contas entre as facções rivais.

MARTINS, Maykon Willamy de Albuquerque. O fenômeno das rebeliões prisionais:


uma investigação narrativa. 2022, conclusão do curso superior em Direito da
Universidade Estácio de Sá. FORTALEZA, CAMPUS PARANGABA, 2022.
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Diante disso, pode- se perceber que as rebeliões muitas das vezes surgem através
da busca de facções pelo poder dentro dos presídios, demarcação de territórios fora das
penitenciárias e o controle das regiões de vendas de drogas nas ruas.
Stochero (2017), em sua notícia publicada no Jornal Folha de São Paulo,
intitulada como “ENTENDA: o que a disputa nacional entre facções tem a ver com a
barbárie no presídio do Amazonas”, descreve que a rebelião foi gerada pela quebra da
parceria entre as facções que dominam o comércio de drogas no Rio de Janeiro, o
Comando Vermelho (CV), e em São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Com as consequentes desavenças entre as mesmas pelo controle do comércio nacional
de entorpecentes é marcada por especialistas como a principal justificativa que levou a
facção Família do Norte (FDN) a matar 56 internos supostamente membros do PCC no
Complexo Penitenciário Anísio Jobim, na capital amazonense.
Esses movimentos resultam em um cenário de opressão e violência observados
dentro dos presídios brasileiros, pelos quais são considerados locais prolíferos para
implantação destas organizações criminosas, os criminosos atuam sobre o discurso da
“irmandade” e da autoproteção. A população carcerária vira peça de dominação dos
líderes destas facções, que regem o crime dentro e fora dos presídios.
No primeiro tópico do referencial teórico desse estudo “Um breve percurso
histórico sobre as rebeliões carcerárias”, Willer (2017) expõe que uma das maiores
organizações criminosas do país, especificadamente do estado de São Paulo organizou
uma grande rebelião que atingiu 29 presídios do estado, como represália pela
transferência de alguns detentos considerados chefes dos grupos.
Segundo dados da Associação Brasileia de Inteligência (ABIN) (2017) o início
do ano de 2017 trouxe consigo um novo ponto de uma história antiga. O massacre de
mais de 100 detentos chamou atenção para as rebeliões de facções criminosas dentro de
presídios brasileiros e expôs a instabilidade do sistema penitenciário nacional. Diante do
exposto, parte o seguinte questionamento: Seria a superlotação um dos motivos para
originar uma rebelião?
Segundo os últimos dados divulgados em 2014 pelo Sistema Integrado de
Informações Penitenciárias do Ministério da Justiça (Infopen), o Brasil chegou à marca
de 607,7 mil presos. Desta população, 41% aguarda por julgamento atrás das grades. Ou
seja, há 222 mil pessoas presas sem condenação.

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Esse cenário nos revela uma situação bastante delicada em que os internos são
expostos à tamanha violência, diante disso abre diversas oportunidades para que o crime
organizado atue, fazendo assim as suas próprias modificações dentro da esfera prisional.
A superlotação é resultado de falta de políticas públicas voltadas para esse tipo de
problema, e acaba por fim, mantendo presos provisórios junto com condenados.
A superlotação é um dos maiores problemas dos presídios no Brasil, tal
resultado é demonstrado de acordo com os dados de 2014 do Departamento
Penitenciário Nacional (Depen) mostram o crescimento gradual da população carcerária
no Brasil. Em 2004, o país tinha 336 mil presos. Dez anos depois, esse número quase
dobrou, com 622 mil, sendo 584,7 mil em prisões estaduais, 37,4 mil em carceragens de
delegacias e 397 nas quatro prisões federais em funcionamento no país. A quantidade de
vagas, porém, não acompanha o crescimento. Em 2014, o número de vagas era 371,8
mil.
Diante de uma realidade visível, pode-se ver na mídia desde o final de 2016,
vários presídios superlotados, intensificando assim guerras entre as facções originando a
morte de vários internos com destaque aos presídios os dos estados do Amazonas e de
Rondônia.
Borges (2016), em seu artigo “Usos da memória: entre a história do tempo presente e a
história pública” tem como finalidade definir o massacre do Carandiru, como um marco
simbólico na história do sistema penal brasileiro e a instituição do massacre como
metáfora para novas tragédias.
Todo o percurso histórico do Carandiru remete à uma atualidade de um passado
muito presente. Além de recolher internos, o mesmo era referência em estudos
científicos acerca dos delitos e das penas. Tornou-se o Complexo Penitenciário com a
finalidade de tratar o problema da superpopulação carcerária do estado, mas tal
finalidade favoreceu acontecimento de várias rebeliões. Diante disso torna-se mais fácil
questionar as circunstancias atuais do sistema penitenciário brasileiro, intensificando
uma lembrança de um massacre como metáfora diante do acontecimento novas
tragédias tão parecidas.
No segundo ponto do referencial teórico deste estudo “Os contextos intra e extra
prisional e suas influências nas rebeliões” aborda a dominação de outros territórios, fora
da dinâmica do ambiente prisional, ou seja, dominar ruas, favelas e comunidades. Braga

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(2014), em seu estudo “A identidade do preso e as leis do cárcere” que tem por objetivo
analisar como as demandas institucionais e as regras do cárcere afetam e conformam o
indivíduo preso associado ao processo de prisionização.
Ela alega que as facções se articularam em termos organizacionais,
principalmente com a construção de estratégias internas e externas de comunicação,
manipulação e controle.
Diante do exposto as mesmas se proliferaram dentro dos presídios, esses grupos
ampliaram-se para fora de tais instituições, encontrando apoio na comunidade, no
mercado de tráfico de drogas e em várias entidades estatais. Mostrando assim poder e
dominação dentro da massa carcerária e exercem ainda grandes influências nas decisões
políticas tomadas na parte externa dos presídios.
Dessa forma, os limites do crime ultrapassam as demarcações territoriais extra
muros, pois como relata Júnior (2014) no estudo “Crise no sistema penitenciário e o
Panóptico” relata que a realidade carcerária, não se reduz somente com o aumento de
reclusos em pequenas celas e sim uma abrangência maior com as facções que atuam nas
lideranças dentro do sistema prisional do país, organizando ações internas e externas,
com total liberdade.
O autor ressalta que os chefes das facções aliciam e conquistam reclusos para se
tornarem aliados e assim realizarem as atividades intra muros, estabelecidas pelas
facções com o objetivo de fixar permanentemente a bandeira do grupo. Este atual
modelo de hostilidade faz com que a instituição penitenciária se transforme em um
cenário de conflitos entre associações criminosas que visam o domínio e o poder.
Maia (2012) no estudo referente “A origem do crime organizado no Brasil:
conceito e aspectos históricos” descreve em seus objetivos com intuito de simplificar o
conhecimento e analise do crime organizado brasileiro através de duas facções
criminosas brasileiras.
De fato, no que se refere aos chefes do tráfico, esse mantém uma relação de
respeito, apadrinhamento e consideração para com os moradores das favelas.
Atualmente os chefes do tráfico lideram através do sistema do terror, não comandam
somente às pessoas diferentes ao seu convívio, mas, identicamente, àqueles que residem
na comunidade. Esse comando é exercido através de ameaça para aquisição direta pelo

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poder. Sendo assim, o meio a ser capturado não está somente dentro dos
compartimentos de um presídio, há o momento de dominar as áreas urbanas.
No terceiro tópico deste estudo “Formação das facções criminosas e relações de
poder” sob a ótica do poder conquistado e desenvolvido dentro do sistema penitenciário
pelas facções criminosas. Novais (2012) em seu estudo “Organizações criminosas
contemporâneas: aspectos conceituais e tipologia penal” tem como objetivo analisar
aspectos relevantes das facções criminosas hodiernas e seu tratamento jurídico penal.
O mesmo menciona que o surgimento e as características das relações de poder
dentro do fenômeno das rebeliões estão ligados de certo modo ao “Cangaço”, que é
apontado como um antecedente das primeiras organizações criminais brasileiras. Diante
disso para compreender aspectos atuais ligados as facções, se faz necessário questionar-
se acerca da evolução do crime organizado.
Segundo uma pesquisa feita pela A DW Brasil através de informações obtidas
pela pastoral carcerária do Estado de São Paulo, publicada no jornal O POVO em
janeiro de 2017, identificou que há no mínimo 83 organizações criminosas no País, o
maior número tem atuação estadual e local.
Muitas dessas associações usam siglas de identificação, porém nem todas
apresentam uma hierarquia organizada, e muitas são passageiras, pequenas e
desorganizadas. As mais conhecidas são, PCC – Primeiro Comando da Capital, tem o
domínio de 45% em trajetos internacionais do tráfico e tem atuação em todas as 27
unidades da federação, CV – Comando Vermelho controla 35% do tráfico de drogas no
país e com forte atuação, além do Rio de janeiro, em Roraima, Rondônia, Acre, Pará,
Amapá, Tocantins, Maranhão, Ceará, Bahia, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso do Norte e Distrito Federal, a FDN - Família do Norte
comanda 20% do tráfico de drogas no Brasil exercendo poder nas regiões Manaus,
Roraima e Rio Grande do Norte.
Mediante os dados destacados pode-se verificar que a força para o surgimento
dessas facções está ligada diretamente ao tráfico ilícito de drogas e entorpecentes,
dentro e fora dos presídios. Portanto, quem domina os pontos estratégicos das unidades,
também controla uma região fora do presídio associada ao tráfico de drogas,
estabelecendo um círculo vicioso a partir da seleção dos internos para ingressarem no
grupo, anexando-os na marginalização.

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Desta forma, invés de evitar, as penitenciárias acabam por fortalecer as facções e


funcionam como verdadeiras “escolas da criminalidade”. Segundo os estudos de Sousa
et al (2012) em “O poder disciplinar: uma leitura em vigiar e punir” apresenta que as
facções foram criadas pelos criminosos que possuíam interesses coletivos com o
objetivo de adquirir poder.
Neste caso, os internos se agregam em grupos, apresentando entre os membros
características semelhantes, como por exemplo, crimes cometidos, regiões que
habitavam. De certa forma, existe um abandono por parte do Estado e uma adoção da
facção por parte do poder público, que findou tolerando os grupos faccionistas dentro
dos presídios, gerando assim sua proliferação e fortificação, permitindo a tomada de
decisões pelas mesmas de forma livre. As facções seriam uma peça da segurança nas
unidades, demonstrando assim um controle forte no estabelecimento prisional.
Segundo Sousa (2017) É importante destacar, que se o interno não participa de
nenhum grupo faccionistas, uma vez que entra no presídio, o mesmo pode solicitar a
transferência para uma cela a qual os egressos tenham as mesmas características que as
suas, que faça parte da mesma localidade que residia antes de ser preso, por exemplo.
Isto ajuda para que o mesmo se sinta seguro dentro da unidade. Outra observação
importante, é que se o interno não fazia parte de nenhuma facção, no momento em que o
detento adentra no presídio, o mesmo é induzido a isso, pois ele acaba por depender
delas para ter as mínimas garantias de vida, como assistência médica, assistência de
jurídica, material, entre outras.
No estudo de Assis et al (2012) sobre “Objetivo das prisões, ressocialização ou
punição?” apresenta como referência a visão de uma entidade constituída pelos internos
com um conjunto de regras que lhe é específico, objetivando fundamentar a princípio o
destaque do acrescentamento de poder sobre os demais, os internos que se destacam
nessa sociedade são aqueles considerados os mais fortes ou os mais poderosos.
O estudo confirma que consequentemente esse sistema acaba fortificando não só
as organizações criminosas, mas também o crime em si. Se faz necessário que a prisão
reeduque o interno e não somente tire o delinquente da sociedade. Todavia nesse ponto
podemos elencar um questionamento: O que fazer se o criminoso é retirado da facção
do morro e é colocado na mesma facção dentro do presídio? Uma vez que o Estado
pouco se manifesta para esse tipo de situação.

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Perante o exposto, os grupos criminosos agem visando atingir não só o estado


como também os funcionários das penitenciárias, segundo as informações do Jornal O
GLOBO, a morte da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, 37 anos, que exercia suas
funções em um presídio federal, em maio deste ano, foi encomendada pelo Primeiro
Comando da Capital (PCC). Segundo o noticiário, essa é a terceira morte de funcionário
de presídios federais ordenada pelo PCC, que tem monitorado trabalhadores. O
Ministério Público do Paraná afirmou que a intenção da facção seria de intimidar os
agentes penitenciários e demais funcionários, relatam também que o regime das
penitenciárias federais é considerado "opressor" pelo PCC.
Mediante o exposto, a pesquisa em si mostra que a falta de coordenação do
nosso sistema penitenciário deu abertura para a criação de inúmeras organizações
criminosas que agem de forma sistematizada e distinta dentro deste próprio sistema.
Esses grupos criminosos têm um enorme poder de movimentação bem como uma
facilitação de aprovação entre os detentos. É uma realidade com grandes dificuldades de
alterações, pois as facções não tem suas ações paralisadas mesmo com a prisão da
maioria dos seus integrantes, revelando assim o poder que as mesmas exercem não só
nos presídios como também no estado.

CONCLUSÃO
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise sobre o
fenômeno das rebeliões carcerárias diante das relações de poder. Além disso, também
permitiu uma pesquisa bibliográfica a respeito do tema para obtenção de dados
plausíveis sobre o contexto histórico das rebeliões, correlatar os cenários intra e extra
prisional e analisar sobre as relações de poder no sistema penitenciário.
Braga (2014) vem pesquisando há aproximadamente três anos, sobre a influência
do ambiente prisional sobre a personalidade do detendo. Pode-se perceber que um dos
métodos dos internos lidarem com as imposições institucionais é integrarem às essas
organizações informais, mais conhecidas como facções. Esses grupos, são representados
por líderes, que de alguma forma, são vistos como meios de força coletiva, onde o
detento se alia para fugir da personagem em que o sistema lhe inclui.
Dessa forma, através das pesquisas o presente trabalho buscou alcançar os seus
objetivos dentro dos estudos na esfera da segurança pública. Independentemente de

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caracterizarem oposições do sistema e desprenderem o indivíduo de algumas medidas


institucionais, os grupos faccionistas dominam os seus integrantes dentro de seu
exclusivo controle. Ao pertencer à essas organizações não faz do interno um ser livre e
so leva ao fortalecimento da mesma.
Deste modo, espera-se que esse estudo venha contribuir e possa servir de base
para outras pesquisas relacionadas ao tema citado, pois o mesmo desperta cada vez mais
atenção da sociedade e requer melhor compreensão no que consiste esse fenômeno
social.

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