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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FACULDADE DE DIREITO DE ALAGOAS

NILSON DA SILVA CABOATAN JUNIOR

PROGRAMA DE EXTENSÃO CONTINUADA


RELATÓRIOS SEMANA JURÍDICA

MACEIÓ-AL
22 DE MAIO DE 2023

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Universidade Federal de Alagoas
Faculdade de Direito de Alagoas
Campus A. C. Simões
Av. Lourival Melo Mota, S/N, Tabuleiro do Martins, Maceió - AL, Cep: 57072-970
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NILSON DA SILVA CABOATAN JUNIOR

PROGRAMA DE EXTENSÃO CONTINUADA


RELATÓRIOS SEMANA JURÍDICA

Relatório final da Semana Jurídica apresentado


como parte dos requisitos para avaliação das
atividades de extensão na disciplina DIRT 086 -
Programa de Extensão Continuada – PEC – Parte 2,
sob orientação da prof. Juliana de Oliveira Jota
Dantas.

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SUMÁRIO

Práticas Punitivas Contemporâneas: aproximações entre o encarceramento e a privação


de liberdade juvenil 4
1° Fundamentação - Professor Alejandro Forero (Universidade de Barcelona) 4
2° Fundamentação - Professora Vera Duarte 5
3° Fundamentação - Professora Érica Babini 6
CONCLUSÃO 7
Direito Administrativo Digital com temática central ao eixo público 8
1° Fundamentação - Professor Fábio Lins 8
2° Fundamentação - Professora Fernanda Calixto - CESMAC 9
3° Fundamentação - Professor Ricardo Schneider - Procurador do Ministério Público de
Contas de Alagoas 10
CONCLUSÃO 11
SEMANA JURÍDICA - ÊNFASE NA DISCIPLINA DE PEC E A AMOSTRA DE
EXTENSÃO 12

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Práticas Punitivas Contemporâneas: aproximações entre o encarceramento
e a privação de liberdade juvenil

1° Fundamentação - Professor Alejandro Forero (Universidade de Barcelona)

A mesa redonda cujo o empenho esteve no tema das “Práticas Punitivas


Contemporâneas: aproximações entre o encarceramento e a privação de liberdade juvenil” é
pauta desta síntese analítica. A princípio, houve a participação de renomados professores
cujas pesquisas acadêmicas desenvolvidas são pautadas na idealização deste tema. Logo, se
fez presente a professora Vera Duarte, a professora Érica Babini e o professor espanhol
Alejandro Forero (Universidade de Barcelona).
A priori, a mesa é iniciada pelo professor que fundamenta sua fala diante de sua
pesquisa sobre o sistema prisional da Catalunha e o paralelo com as importantes
problemáticas atuais. A negação é um atual problema existente que é camuflado pelo poder
político, ou seja, quando fala-se da negação literal, está adentrando no momento que nega a
existência do fato, contudo quando acontece a negação interpretativa em qualquer instância,
tende a ser repelida porque devido ao fato de interrogar a fundo sobre um determinado tema,
compreende-se a insatisfação dos investigados - análise que ponho perpendicular ao sistema
político, financeiro e social brasileiro. Porém, existe também a presença da negação
implicativa que busca observar os efeitos produzidos por determinados fatos.
Nesse sentido, as prisões são uma espécie de abismo obscuro, isto é, onde existe uma
nítida ausência de transparência quanto às condições físicas, psicológicas, comunitárias e
sociais no âmbito prisional. Outrora, as ações como problemas de saude mental, solitária
(prisão) - é uma camera reprodutora de doenças mentais-, imobilizações mecânicas,
autoagressão e suicídio são ações que produzem um círculo vicioso e que continuarmente
repetem-se e tornam-se comuns. Mas, é nítido que tais condições são silenciadas diante da
legitimidade garantida por uma negação expressa do poder político ao apoiar implicitamente
a tortura - como exemplo, o Sistema Jurídico brasileiro entende e concente implicitamente a
sentença da justiça paralela presente nos sistemas prisionais brasileiro. Logo, transcendemos
a uma preocupação qualitativa e não mais quantitativa, deixando claro que a quantitativa
também é extremamente importante para entender a eficiência do Estado enquanto garantidor
de direitos fundamentais, isto é, a saúde, o lazer, a educação, etc. Sendo que, quanto mais

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pessoas presentes no sistema prisional mais entendemos a falha do estado na desassistência
das mesmas. Principalmente, os jovens que estão na base da socialização da geração seguinte.
Diante do cenário exposto, deve-se embarcar em uma análise do dever, ou seja, uma
análise que deixe os gabinetes de análise e ponha-se nas condições dos detentos que estão
presente no sistema prisional e entenda dessa maneira todos os efeitos causados pelo sistema
prisional, não só ao preso como também o estado que se encontra sua família. O professor,
apresenta os dados que os 200 jovens adultos(compreende-se de 18 à 21 anos) são
provenientes de países árabes e sul-americanos onde estes correspondem a 80%. Logo,
depreende-se que precisa-se observar e reproduzir diante destas ações implementos que
busquem melhorar tais sistemas e que tendem a resolver os problemas de suicídios que vem
aumentando nos sistemas prisionais, isto é, como se ajudará a diminuir e extinguir a violência
institucional.

2° Fundamentação - Professora Vera Duarte

A professora Vera Duarte trás um discurso interessante, visto que, na maioria dos
casos sociais comuns, as pessoas tendem a imaginar um sistema prisional masculino. Logo,
partindo de uma análise cronológica, entende-se que, se a história começasse com os
conflitos sendo reproduzidos por mulheres, nos atualmente, teríamos conceitos e teorias
produzidas totalmente distintas das atuais e consequentemente um cenário atual
positivamente melhorado. Nesse sentido, a professora enfatiza a importância de uma
intervenção responsiva ao gênero no sistema de justiça (juvenil) e demonstra a importância
de inverter o ciclo de adaptação, isto é, não deve ser papel da mulher adaptar-se ao cárcere,
mas sim do cárcere adaptar-se à mulher.
A priori, segundo a mesma, ao decorrer dos anos 80 nos países ocidentais houve um
crescimento no número de meninas detidas no sistema de justiça juvenil. Nesse cenário, as
pesquisas sobre a trajetória destas meninas em conflito com as leis tomaram maiores
proporções, sendo que, busca-se entender sobre as diferenças de gênero na trajetória
delinquenciais, as idiossincrasias e fatores de risco nas ofensas cometidas por meninas, e
começou-se a atingir um dógma muito presente nas sociedades desde seus períodos coloniais,
isto é, as ideias construídas sobre as meninas ser mais problemáticas e piores que o meninos
em alguns contextos, vulneráveis e de necessitar de proteção. Dessa forma, observa-se que
um sistema carcerário que teve aumento no número de detentas é na visão histórica normal
pelo fato de serem mais problemáticas, porém é também um fato preocupante pois são
vulneráveis. Pensamentos enraizados como os expostos tendem a diminuir conforme tais

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pesquisas avançam e demonstram a capacidade que as mulheres possuem para todas as
pessoas.
Neste cenário, a produção de espaços adequados para as intervenções necessárias no
modelo de gênero e a capacitação de profissionais que vão trabalhar com estas meninas é um
do primeiros passos importantes para valorização desses gêneros, mas também é
imprescindível o consentimento de conceder voz para essas jovens, principalmente em cargos
de poder, para que as mesmas possam retratar a experiência de suas vivências. No entanto, os
fatores políticos corroboram para uma sabotagem no momento intervencionista, isto é, usa-se
de argumentos sobre a quantidade de meninas detidas e sobre o esforço e gasto que vai se ter
nesta ação e que a movimentação não vale o trabalho e o investimento que se vai
desempenhar, ou seja, as avaliações e intervenções continuam pautadas nos modelos
tradicionais.

3° Fundamentação - Professora Érica Babini

A professora Érica Babini trás a pauta voltada para o encarceramento juvenil na


pandemia: um olhar a partir do sistema socioeducativo de Pernambuco. A princípio, a
professora inicia sua fala com apontamentos importantes, como por exemplo, a relutância do
poder executivo em negar a pandemia do coronavírus e ao mesmo tempo criar obstáculos
para o caráter epidemiológico do vírus. O segundo ponto esteve sobre a cooperação global,
isto é, desenvolveu-se um cenário onde as nações deram as mãos para produzir
conhecimentos científicos que viessem amenizar o impacto da pandemia com a produção de
vacinas. O terceiro e último ponto é a importância de pela primeira vez o Brasil obter alguns
conhecimentos de prevenção e técnicas de medidas sanitárias para evitar a contaminação.
Logo, o cenário da utilização de máscara por outros países veio à tona na pandemia para
mostrar aos brasileiros como se comportar.
Outro ponto exposto é a amostra do direito de viver que em nenhuma civilização foi
igual, ou seja, o direito de viver sempre foi desigual e no Brasil onde um regime
preconceituoso, escravocrata e segregacionista vem se intensificando. Não obstante, podemos
analisar as formas socioeducativas presentes na sociedade brasileira e estabelecer um paralelo
entre elas. Na elite brasileira, um erro inúmeras vezes fica impune e o infrator consegue
driblar o próprio sistema jurídico, ou em alguns casos pode contar a ajuda de inúmeros
advogados. Conquanto, o jovem que é desprovido de condições socioeconômicas tende a ser
inferiorizado como também a ser submetido a sistemas socioeducativos de caráter
institucional que são extremamente semelhantes aos sistemas carcerários. Por conseguinte,
observa-se que o sistema brasileiro tende a transferir práticas do sistema carcerário para o

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socioeducativo, algo que não deveria acontecer e que o próprio Estado deveria intervir de
forma incisiva com a produção de maneiras menos agressivas e mais acolhedoras. Destarte, a
professora apresenta uma citação que trouxe as análise onde "A violência estrutural seria
“inerente a superlotação crônica, à falta de pessoal e a manutenção negligente da maioria das
unidades de execução da medida socioeducativa de internação” (Brasil, 2020).
O arcabouço jurídico brasileiro trata o adolescente como um objeto de tutela, e os
seus operadores do Direito estão submersos a uma cultura punitivista (as experiências do
sistema adulto é trazido para o sistema juvenil) do qual tal cultura é raiz do sistema colonial
que perpassa por nossos sistemas jurídicos. Outro ponto descrito é o neomenorismo onde o
adolescente não é um sujeito de direito, não é um objeto de tutela do Estado e que o juiz é
muito mais um pai de família do que um garantidor da prestação jurisdicional - se aloca a
todas as pretensões do positivismo criminológico e que atua por meio da defesa social. No
Brasil existe uma nítida carência para contabilização dos jovens internados em virtude destes
dados não estarem consolidados e seguros para análise. Destarte, vale ressaltar que, a
professora levanta em sua última fala uma análise sobre a subjetividade das sentenças, uma
vez que, o sistema socioeducativo depende exclusivamente da discricionariedade do juiz que
se fundamentará nos pareceres de equipes técnicas.

CONCLUSÃO

A mesa redonda abordou caminhos distintos que coincidem diretamente com o tema
proposto ao debate. A princípio, tem-se que entender que as condições de vivência estão
longes de serem iguais e por conseguinte, entender que devemos buscar mecanismos
socioeducativos mais abrangentes e que por meio de distintas instituições ofereça programas
acolhedores aos que são desprovidos e marginalizados por suas condições socioeconômicas e
socioculturais. Mas, vale ressaltar que, embora os mesmos atualmente não sejam utilizados
por nossos magistrados, policiais, o próprio ministério público desvincule-se desta cultura
punitivistas para que possamos caminhar de maneira mais igualitária. Outro ponto, é utilizar
os dados de produções científicas como artigos para consolidar as informações necessárias
para conceder a transparência que deveria ser exposta para evitar torturas ou mais danos
institucionais que respinguem nestes jovens e em suas famílias que sofrem em conjunto com
o jovem). Vale ressaltar que, na mesma proporção que pensa-se nestes novos processos, neste
novo arcabouço jurídico é de suma importância pensar na questão de gênero, visto que,
inúmeras pessoas não são respeitadas pelo seu gênero ou não são ouvidas e valorizadas como
deveriam ser. Vale ressaltar que, inúmeras conclusões reiterei nas entrelinhas expostas
anteriormente nas temáticas específicas dos professores.

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Direito Administrativo Digital com temática central ao eixo público

1° Fundamentação - Professor Fábio Lins

O professor Fábio Lins trouxe um enfoque sobre a área dos possíveis concursos
públicos eletrônicos - algo que na minha opinião não é tão simples como o exposto,
principalmente em um país cuja corrupção transborda para atos de nepotismo ou coronelismo
(voto de cabresto) - e que a sua presença permitirá de forma mais branda uma condição de
realização destes exames teóricos. A princípio, toma-se para se a idealização de ser possível
realizarmos estes exames por plataformas digitais que usufruam de mecanismos (softwares e
inteligências artificiais) garantidores de realizar o exame e ao mesmo tempo evitar fraudes. O
avanço da tecnologia proporcionou, por exemplo, a mudança da lei de licitações que agora
tornaram a licitação fisicamente a exceção e que todas devem ser preferencialmente na forma
eletrônica.
No Brasil, a criação do Projeto de Lei número 2258 - Lei Nacional de Concursos
Públicos no Art. 8° poderá ser realizado total ou parcialmente a distância, de forma on-line ou
por plataforma eletrônica. A princípio, a lei deixa claro que deve-se haver uma garantia sobre
um ambiente de fácil operacionalização e um ambiente onde todos devem participar e
combater desta forma a exclusão digital como também a desigualdade digital. Porém, mesmo
diante de possibilidades como: redução de custos, agilidade no processo de aplicação do
processo seletivo e maior transparência ou segurança aos usuários e ao próprio sistema
público. Além do retratado, propõe-se inserir uma maior participação da população, porém
existem pontos que se devem resolver, como aqueles já expostos acima. Vale ressaltar que,
um ponto importante exposto também é o proctoring que seria uma supervisão que viesse
garantir no meio tecnológico uma maior segurança - é importante ressaltar que tal idealização
é atribuída à interação de uma IA (inteligência artificial), porém até que ponto esse sistema

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conseguira resistir as engenhosas técnicas de invasão no mundo digital? E, de que forma o
arcabouço jurídico brasileiro resguardará aqueles que possam ser lesados por esta inteligência
artificial que possa ir além daquele momento de prova em sua fiscalização? .
Destarte, tal cenário trabalhado pelo professor é claramente um dos próximos passos
futuros, o Brasil caminha lentamente para esta evolução. Um exemplo, está nos vestibulares
de faculdades privadas ou públicas que já permitem os candidatos realizarem os exames de
forma virtual em computadores realocados para lugares específicos. Nesse sentido, não estão
realizando as provas em casa, mas já estão online. Além disso, outro exemplo está nas
sessões dos Tribunais de Justiça de Alagoas e de outros estados que agora utilizam da
ferramenta online para deliberar sobre inúmeras decisões. Logo, a presença destas
tecnologias nestes espaços é questão de tempo.

2° Fundamentação - Professora Fernanda Calixto - CESMAC

A professora Fernanda empenhou-se em debater o avanço dos serviços públicos


digitais e o quanto os mesmos são importantes para a administração pública. Quando
pensamos em Direito Administrativo estamos pensando a partir da perspectiva como o
Direito dos Serviços Públicos. O serviço público digital parte do princípio de uma sociedade
totalmente conectada em rede, isto é, uma sociedade que com o passar do anos a partir do
surgimento da internet se proporcionou a experimentar a espontaneidade nas formas de
comunicação e automaticamente implantou em todo cenário vigente e futurista. Pois, a
tendência é que estejamos mais conectados, porém vale ressaltar a crítica de Bauman no livro
“A Modernidade Líquida”, pois estará se criando indivíduos em bolhas e que estarão fadados
a uma perda de contato físico com outros indivíduos daquele meio social - observação esta
que estará mais inclinada para as relações sociais no mundo real e não no ciberespaço.
Nesse cenário brasileiro, foi apresentado uma comparação destes serviços públicos
digitais entre o Brasil e a Europa. Na Europa preocupa-se sobre o privado desempenhar uma
maior velocidade no sistema público quando comparado com o próprio sistema público
reproduzido pela união (País de 1° mundo). No Brasil é ao contrário, pois a preocupação está
pautada ainda no processo de implementação de um serviço público de fato, ou seja, ainda
caminha-se sobre um contexto de desenvolvimento de ações básicas que deveriam já estarem
definidas e sendo executadas perfeitamente. Logo, é nítido a diferença entre um país
desenvolvido e um sub desenvolvido.
Hoje existe no Brasil um Código de Defesa do Consumidor dos serviços públicos, a
Lei do Governo Digital e a Lei das Startups onde todos pensam em implementar de forma

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prática condições básicas, políticas e legislativas para mudar a forma de se comportar em
sociedade e inovar com maneiras de agir. Um exemplo, é a comodidade que a noção de se ter
um sistema vinte e quatro horas funcionando sete dias por semana sem interrupção é
simplesmente necessário para evitar o acúmulo de soluções ou solicitações de serviços
públicos, pois uma inteligência artificial conseguirá desempenhar a ajuda que o sistema
buscava. Outra amostra desta realidade foi a pandemia que forçou o governo a desenvolver
tais mecanismos para auxiliar nas novas e diferentes formas de vida. Na historicidade do
serviço público - imaginar a internet no sistema público passa-se por duas categorias: a
primeira é a mudança de mentalidade que fortalecer as lideranças no sentido de garantir que
haja uma capacidade tecnológica individual para acesso; estruturação institucional e
regulatória que seja adequada para esse ambiente., e a segunda está diante de todos os órgãos
públicos que ainda estão maturados a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Uma implementação de serviço atualmente é a plataforma do Governo Federal que
nada mais é que uma plataforma de interesse nacional e com o objetivo de centralizar todas as
informações em um único ambiente para facilitar a usabilidade como também garantir a fácil
operacionalização. Nesse cenário, também se reduz as filas nos órgãos públicos para
processos burocráticos, um exemplo é a carteira de trabalho que hoje consegue se cadastrar e
consolidar de maneira prática pelo simples cadastro no GOV mais a utilização do aplicativo.
Ou seja, uma rede totalmente integrada e conectada como visto anteriormente. Além disso,
ter uma única identidade como proposta é conseguir proporcionar uma melhor análise de
dados. Nesse sentido, o governo digital é centrado no cidadão e em garantir que diversos
serviços públicos possam ser feitos digitalmente.

3° Fundamentação - Professor Ricardo Schneider - Procurador do Ministério Público


de Contas de Alagoas

As novas tecnologias causam espetacularização sobre a insegurança dos usuários no


fato de atribuírem as soluções milagrosas e instantâneas dos problemas sociais, econômicos e
políticos já repercutidos a décadas. Logo, adentra-se a um precipício perigoso de possíveis
frustrações. A tecnologia como já visto anteriormente virá e é um fato que não se pode
impedir, porém precisamos se adaptar a ela pois por movimento em onda ela vem evoluindo
mais rapidamente. Um exemplo é a Inteligência Artificial utilizada na mobilidade urbana ou
o judiciário chegando com avatares ou então o Tribunal de Contas da União que vai ter uma
ferramenta para ler e produzir despachos. No entanto, esse avanço é pautado sobre uma
relação entre o poder público e esse desenvolvimento tecnológico.

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Nesse sentido, existem ideologias que pregam que a eficiência, inventividade,
inovação, entre outras características são soluções inerentes ao mercado que decorre de
criadores privados e que o poder público só atrapalha (visão liberalista). Nesse viés, o Estado
pode ser um coadjuvante dando mais espaço ao privado, mas mesmo assim o regulando.
Contudo, o Estado também pode escolher ser Protagonista para fomentar a informação
digital, no Brasil o Estado desempenha as duas formas.
Desta forma, toda discussão é tomada pela internet. Porém existem duas vertentes, a
primeira de inovar por inovar - é uma inovação destruidora porque não imagina uma
atualização ou avanço, mas sim apenas o reconhecimento temporário da invenção. As cidades
Smart Cities estão avançando com mecanismos tecnológicos para impactar imensuravelmente
na qualidade de vida da população urbana, como exemplo, proporcionar uma nova forma de
viver na cidade de forma mais eficiente, é uma evolução que precisa do poder público, pois o
mesmo será o pilar central. Então, a lei n° 14.129/2021 do Governo Digital tem o propósito
de produzir um ecossistema digital, aplicando projetos como o direito à gratuidade. Destarte,
diante de tudo exposto, é uma oportunidade gigante para a administração pública inserir-se ao
meio, visto que, é um fenômeno mundial e inevitável de se participar.

CONCLUSÃO

A mesa expôs abertamente o assunto que será o nosso futuro em alguns anos, porém
resguarda informações importantes a serem realçadas. A priori, a vivência produzida pela
pandemia do coronavírus produziu uma série de olhares mais aperfeiçoados para temas que
estavam esquecidos e que se faziam presentes rotineiramente, por exemplo, a acessibilidade
digital. A educação sentiu todo o peso do modelo assíncrono e tentou de todas as formas com
o governo em gerar maneiras de garantir o acesso e a operacionalização dos serviços, visto
que, inúmeras pessoas não possuíam a base. Desta forma, surgiu mais uma maneira
segregacional, isto é, além da existente diferença socioeconômica forçou-se a aprender
rapidamente para se inserir. Detalhes como estes são relevantes para o condicionamento de
uma efetiva administração pública digital, visto que, a norma regulamenta em suas
entrelinhas que todos devem possuir os meios necessários para utilização. Logo, entra-se no
ponto referente às condições de acesso à internet porque mesmo diante de um avanço
tecnológico, o Brasil possui inúmeros cidadãos que não possuem um provedor em suas
residências decorrente de condições financeiras desfavoráveis ou até mesmo por
desprovimento de conhecimento e de uma assistência qualificada a atender publicamente.
Desta forma, o primeiro ponto a ser estabelecido é aperfeiçoar o básico, conseguir garantir os

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meios e então iniciar um projeto futuro com ênfase nas Smarts Cities, pois ainda tenta-se no
Brasil efetivar de forma eficaz as garantias fundamentais de todos os cidadãos.
Depreende-se que é inevitável o avanço, como também, é inquestionável a deficiência
da população brasileira para adaptação e condições a estas tecnologias. Vale ressaltar que,
como visto anteriormente, sessões de tribunais, consultas médicas (telemedicina), portais
governamentais, entre outros. Os mesmos, concentram grande mobilidade para os usuários
que estão adeptos a estes softwares, visto que, a tecnologia não surgiu para prejudicar mais
sim para ajudar na velocidade que o homem será capaz de se locomover por imagem e som,
como também a facilidade de se ter todas as informações concentradas em um só ambiente
que poderá se acessar de qualquer lugar. Nesse sentido, pensa-se em uma melhor condição de
vida para os indivíduos. Dessa forma, assim como deve-se pensar nos jovens que são reféns
de um sistema socioeducativo tradicional, conservador e torturado, deve-se pensar na
implementação das ações primordiais regulamentadas pelas normas constitucionais e então
poderemos pensar em avançar na sociedade brasileira dentro de uma administração pública
digital. Vale ressaltar que, se tal processo for burlado ou sabotado, o impacto tomara
proporções alarmantes, visto que, mais de 70% da população brasileira vive em condições de
vulnerabilidade e isso só intensifica a segregação já existente. Logo, o arcabouço jurídico
corre o risco de ser moldado por aqueles que detenham o poder e preguem um governo liberal
com fundamentação em um avanço econômico e tecnológico.

SEMANA JURÍDICA - ÊNFASE NA DISCIPLINA DE PEC E A


AMOSTRA DE EXTENSÃO

A priori, as Universidades Públicas e os Institutos Federais possuem uma tríade muito


importante para a produção de ciência e tecnologia como também para a disseminação de
seus conhecimentos produzidos para a comunidade científica ou popular, tornando assim, o
conhecimento mais acessível e democrático a todos os cidadãos brasileiros. Vale ressaltar
que, são regulamentadas e resguardadas por leis, além de garantir uma ajuda financeira para
aqueles que se dediquem, ou seja, expõe-se a Pesquisa, Ensino e Extensão. Nesse sentido, a
disciplina PEC trouxe o contato primordial para a maturidade dos alunos para este campo

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científico e fez sentir como é produzir um pouco de conhecimento e passar para outras
pessoas da comunidade.
Dessa forma, antes de iniciar as atividades de extensão, realizamos um passo
indispensável, isto é, a Pesquisa. A pesquisa realizada por inúmeros materiais acadêmicos ou
verbais foi ao seu máximo de minuciosidade, isto é, dentro de nossos limites e capacidades
académicas. O tema Cidadania Digital é simplesmente o tema que classificamos como o
futuro, porém está mais presente do que podemos imaginar. Um exemplo, é o Direito
brasileiro que luta constantemente para acompanhar as evoluções digitais e evitar que os
usuários sejam lesados por este sistema. Além disso, entender que a democracia de ir e vir e o
direito à privacidade não estão em pauta para esses softwares, um exemplo é as redes sociais
que fiscaliza por GPS nossos movimentos e nós induz implicitamente a partir de pesquisas
privadas a comprar produtos ou adquirir assinaturas digitais.
Deixo exposto que aprecio o processo de pesquisa e a dimensão de suas contribuições,
mas também entusiasmo-me a pôr em prática todo o conhecimento adquirido para passá-lo
adiante. Logo, após a pesquisa começamos a debater as formas que apresentaremos, a
maneira, o vocabulário (pensamos em ter o maior cuidado possível com termos técnicos do
direito), a dinâmica para atrair as atenções e as artes visuais que usamos. Outrora, o assunto
Cidadania Digital está ligado a inúmeros subtemas, porém foi utilizado alguns como o
Cyberbullying, a Ética Digital, os Marcos Normativos do Espaço Virtual no Brasil, os
Direitos e Deveres nos usos das redes sociais, as problemáticas contemporâneas, os limites e
repercussões jurídicas e os cookies digitais.
Entende-se que, a internet produziu um mundo paralelo ao real onde as pessoas
passam mais tempo, interagem com pessoas de culturas distintas, possuem informações
infinitas e de maneira rápida. Porém, o mundo virtual precisa ser regulamentado por leis do
mundo real, ou seja, o que é feito nestes espaços digitais impetra diretamente nas normas
legais vigentes e o infrator será autuado da mesma forma como também responderá ao crime.
Porém, a velocidade e dimensão irreconhecível da internet passa a falsa sensação de
impunidade para o infrator, como também, para as grandes empresas midiáticas que utilizam
de ferramentas para investigar seus clientes e os induzir inconscientemente a comprar um

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produto, algo que, configura crime. Contudo, após toda a produção e concretização das
etapas, fomos transmitir um pouco do que aprendemos com outros alunos e até familiares
mais próximos.
Durante meu curto percurso académico me ative sempre a levar todo o conhecimento
adquirido para as escolas que tive a oportunidade de estudar e com este projeto não foi
diferente. A primeira escola que tive a oportunidade de conversar um pouco foi a Escola
Estadual Joaquim Diegues no município de Viçosa do qual convidei meu amigo de classe
Carlos Fernandes. A coordenação e os alunos em conjunto com os professores nos receberam
extremamente bem. Realizamos uma conversa com eles, mostrando o que seria a extensão
universitária e sua importância para a comunidade. Logo, em seguida, começamos a
destrinchar sobre as ações que eles nas condições atuais realizavam no mundo digital e se
eram legais do ponto de vista jurídico. A princípio, fiquei intrigado porque inúmeras ações
como o cyberbullying, discursos de ódios, stalks, acessar os aparelhos eletrônicos ou até
mesmo as contas de outras pessoas sem autorização, entre outros, era comum. Contudo, com
o avanço da palestra começamos a explicar com uma linguagem mais técnica e menos sutil
sobre as consequências e o que deveriam exercitar para serem bons cidadãos. Ao término,
criamos casos concretos e realizamos um quis dinâmico com os alunos. Vale ressaltar que tal
dinâmica foi realizada com alunos do ensino médio.
Logo em seguida, a próxima escola que tive o prazer em participar foi a no bairro da
Pajuçara localizada no município de Maceió. A palestra na Escola Estadual Professor Mário
Broad foi sem dúvidas umas das escolas que mais me impactou porque eram alunos do
ensino fundamental II e estavam lhe dando ativamente com quase todos os temas que
abordamos, principalmente o fato de falsidade ideológica ao criarem um instagram para a
escola e se passarem pela instituição fazendo ataques expressos a outros alunos. Porém, nesta
estava acompanhado de Júlia, Amanda e Liz. Nos preocupamos com a linguagem técnica ou
que requisitar deles uma maior bagagem enciclopédica para compreensão. Desta maneira, se
fez a conversação por meio de palavras simples e com explicações bem simples. Por
exemplo, explicar a Lei Geral de Proteção de Dados por meio de uma história infantil como
exemplos simples e que são simétricos à realidade e sua aplicabilidade. A dinâmica do passa

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ou repassa nesta escola foi muito proveitosa pelo fato de todos interagirem e quererem
participar. Porém, tenho uma ressalva que não poderia deixar de apresentar neste relatório.
Por motivos éticos não citarei o nome da menina que me relatou estar sendo vítima de alguma
forma de bullying que levou ela a ligar para o Centro de Valorização da Vida. Ela relatou que
não foi levada a sério e que a vida não havia mais jeito, porém conversei com ela e aconselhei
ela a buscar ajuda com alguém que ela confiasse ou com algum profissional de saúde e que a
vida dela importa muito, a expliquei que a mesma estava no início da vida e que ela é muito
especial por ter conseguido chegar até ali. Depois de muita conversa, ela prometeu procurar
ajuda. Mas, me doeu entender que órgãos públicos tutelados pelo Estado para ajudar a
resguardar um direito natural estava tão defasado a ponto de não compreender e entender as
dores de uma criança que estava a ponto de ceifar a própria vida por desacreditarem dela.
Por último, estive presente em uma escola no Complexo de Escolas em Maceió, onde
este dia foi mais agitado porque apresentamos para mais de cinco turmas das séries do ensino
fundamental II. Nesta instituição, tive um cenário semelhante de alunos vivendo aquelas
situações que descrevemos em nossas apresentações. Um exemplo, era um aluno especial que
infelizmente era alvo de bullying e cyberbullying, como também alguns outros jovens
relataram sobre invasão aos celulares, relataram sobre se passar por outras pessoas na internet
e vimos que o problema é tão gigantesco que necessitaria de intervenções mais ativas e
fiscalizadoras, porque, é a geração futura que vem engatinhando sobre esses crimes virtuais.
Logo, também fizemos uma breve dinâmica do passa ou repassa realizando perguntas de
casos concretos dos quais aplicavam-se aquelas leis. Todos interagiram muito e estiveram
sempre atentos. Como tive a oportunidade de apresentar e ter o contato com várias turmas em
idades diferentes, posso afirmar que a interação das turmas do ensino fundamental foram
muito mais impactantes e presentes que as turmas de ensino médio.
Por fim, não adiantaria realizar todas essas atividades e não expor para outras pessoas,
para ouvintes que possam entender tais condições atualmente e mover uma pequena parcela
com atitudes no mundo digital para tentar mudar este cenário. Logo, na semana jurídica
apresentamos o nosso banner expondo a introdução, à metodologia, o objetivo, os resultados
e as referências para que todos entendessem um pouco sobre o resgate de informações e as

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experiências que adquirimos durante as falas de todos os ouvintes. Já havia tido esta
experiência anteriormente de outros projetos, mas nenhuma me tocou tanto quanto esta. A
disciplina, sem dúvidas, é importante para trazer não só a conexão de saberes como também
apresentar as emoções e vivências dos alunos universitários quando provocados a conviver e
entender o lado do próximo. Na minha opinião, a extensão é a simetria da antropologia
proposta por Franz Boas, onde deve-se romper os gabinetes e ter a experiência cultural, viver
e sentir aquelas culturas, personalidades e pensamentos diferentes e mostrar a eles o
conhecimento que se construiu até aquele momento. Desta forma, acreditamos que nosso
simples gesto de mostrar os direitos e deveres destes usuários infantis e as formas de serem
cidadãos digitais contribuiu para um futuro melhor.

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