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Moçâmedes
2020
Lídia Dulce José Chifeta
Moçâmedes
2020
Lídia Dulce José Chifeta
____________________________________________
Msc. Manuel Zangado (Presidente)
____________________________________________
Msc. José Cavela Cativa (Arguente)
_____________________________________________
Dra. Juliana Preciosa Luís Da Costa (Orientadora)
4
Dedico este trabalho a minha família por me dar a
oportunidade de seguir com a minha licenciatura e fazer dos
meus sonhos uma prioridade, pois sem ela não seria possível
realizar e cumprir essa meta, sua persistência, sua fé, e
principalmente seu apoio incondicional proporcionaram sem
dúvida a concretização dessa meta.
iii
Agradecimentos
Primeiramente rendemos graças ao nosso Senhor pela vida, pela saúde física e mental
proporcionada dia após dia durante o nosso tempo de formação. Minha gratidão a aquele que
possibilitou minha existência guiou-me nas conquistas, e, principalmente, sustentou-me em
minhas derrotas, Deus, Senhor da minha vida, Pai a quem eu me dedico, mesmo pequena e
imperfeita ele me ama.
iv
Resumo
v
Abstract
In the present work, we will have the opportunity to discuss the Obligation to Provide Food to
Minors in the Angolan Legal System, which is the proposal of the central theme for the
elaboration of the monograph. Our object of study is the provision of food. The work was
divided into three (3) chapters, the first referring to the Theoretical Reference, the second
corresponds to Methodological Basis, before the third chapter we will proceed to the analysis,
discussion and interpretation of the results. With this work, we want to illustrate in a precise
way how the provision of food is carried out in favor of the child in its most diverse
modalities, as well as to bring to the attention of society, the real consequences of the lack of
compliance with the maintenance obligation for the child, as well as for the thank you itself
We can say that Family Law corresponds to the branch of Civil Law that presents a great
dynamism. This is due to the drastic and rapid constant social changes, because, although
family law is regulated by numerous predefined principles and concepts, it deserves greater
attention, as it deals with the most important institute in society. According to the history of
human life, it is clear that children, adolescents, adults or the elderly, needed family support to
provide essential goods for their survival. Food stands out, which, for most teachers, is
considered everything necessary for subsistence. Since food is very important for the
maintenance of the life of the minor and / or man in society, we had the primacy to make the
relevant considerations here in order to proceed with a significant reduction of the non-
compliance of this precious legal institute.
vi
Lista de Gráficos
vii
Abreviaturas e Siglas
Art. – Artigo.
M. P - Ministério Público
Índic
viii
e
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
1.2 - Pressupostos........................................................................................................................5
1.3 - Espécies..............................................................................................................................7
1.4 - Características...................................................................................................................12
1.4.2 Divisibilidade...................................................................................................................13
1.4.3 Irrenunciabilidade............................................................................................................14
1.4.4 Impenhorabilidade...........................................................................................................16
1.4.5 Imprescritibilidade...........................................................................................................16
1.4.6 Periodicidade....................................................................................................................17
1.8.3 - Problemática de no Caso de Residência Alternada do Menor Dever ou não ser Fixada Pensão
De Alimentos……..................………………………………………………………. 31
ix
1.9 - Medida e Natureza Variável dos Alimentos.....................................................................34
2.2 Metodologia........................................................................................................................41
2.3 População............................................................................................................................42
2.4 Amostra...............................................................................................................................42
2.5.1 Métodos............................................................................................................................44
2.5.2 Técnicas...........................................................................................................................44
CONCLUSÃO..........................................................................................................................57
SUGESTÕES............................................................................................................................59
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................60
APÊNDICE...............................................................................................................................61
x
xi
INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi elaborado no âmbito do Direito da Família, sendo este o sub-
ramo do Direito Privado Civil Comum. A mesma esta constituído de princípios e normas que
visam regular as relações familiares quer no substrato pessoal como no substrato patrimonial.
Justificativa
A escolha pelo tema tem a sua génese nos constantes relatos sócias que giram em
torno do título ora apresentado. E conforme o nosso problema científico, queremos com a
presente obra ilustrar os mecanismos legais e doutrinários que visam a reduzir de forma
gradual tais relatos.
Problema
Objectivo Geral:
Prestação de alimentos.
Objectivos Específicos:
Estruturação do trabalho
2
CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO
Quando falamos sobre o instituto dos alimentos, devemos entender sobre sua origem,
seu conceito, os pressupostos que darão ensejo ao recebimento dos alimentos, as espécies, as
características, e os sujeitos que participarão como garantes dessa obrigação alimentar. Logo,
neste capítulo, será demonstrada a importância dos alimentos dentro do Direito de Família.
Vimos que, antigamente, as famílias eram dominadas pelo pátrio poder, isto é, a
autoridade máxima da família era exercida pelo pai. Este, por sua vez, era quem detinha a
responsabilidade de prover o sustento de todos os membros do convívio familiar. Hoje,
entendemos que o pátrio poder se transformou em poder familiar, onde os deveres da
obrigação alimentar são de todos os parentes pertencentes ao grupo familiar, sejam
ascendentes, descendentes e afins.
Após alguns anos, os filhos tidos fora do casamento poderiam ingressar com acção de
investigação de paternidade, ainda que comprovada, não era reconhecido o parentesco. A
acção corria em segredo de justiça, e só assim aqueles tinham direito de reivindicar os
alimentos. Mas, com o advento da nossa actual Constituição, a história tomou outro rumo,
pois o princípio da igualdade entre todos os filhos, trouxe a equiparação e reconhecimento dos
filhos ilegítimos.
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Para chegarmos aos direitos adquiridos pela evolução social, Dias (2016) traz o que
ocorreu com a prestação dos alimentos advindas do casamento, pois, em outrora, o
matrimónio era tido como algo indissolúvel. O que o dever de prestar alimentos era recíproco
entre o casal, contudo, o cônjuge exclusivamente culpado pela separação era quem devia
pagar os alimentos ao inocente. Assim, sem qualquer forma de interpretação, “o cônjuge
responsável pela separação judicial prestará ao outro, se dela necessitar, a pensão que o juiz
fixar”. Dando a entender que só o inocente que faria jus à pensão alimentícia.
Com esse breve apanhado histórico, veremos o que quer dizer os alimentos, e até onde
esse direito abrange. Desta forma, Gonçalves (2017) destaca que:
Como bem dito pelo autor acima, os alimentos vão além do necessário para o sustento
da pessoa. Mas, quanto à abrangência do conteúdo dos alimentos, Gomes (2002), vai dizer
que:
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“Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode
provê-las por si. A expressão designa medidas diversas. Ora significa o que é estritamente
necessário à vida de uma pessoa, compreendendo, tão-somente, a alimentação, a cura, o
vestuário e a habitação, ora abrange outras necessidades, compreendidas as intelectuais e
morais, variando conforme a posição social da pessoa necessitada. Na primeira dimensão os
alimentos limitam-se ao necessarium vitae; na segunda, compreendem o necessarium
personae. Os primeiros chamam-se alimentos naturais, os outros, civis ou côngruos”.
Quando falamos em alimentos, podemos citar os artigos 247.º a 249.º C.F, que traz a
importância dos parentes, os cônjuges ou companheiros na solidariedade familiar, ou seja, o
reconhecimento da responsabilidade jurídica aos membros de uma mesma família. Assim diz
o dispositivo: “podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
inclusive para atender às necessidades de sua educação”. E acrescentando -os, tratam-se da
proporcionalidade dos alimentos para com a necessidade do obrigado, e quando se tratar de
culpa será apenas os indispensáveis à subsistência.
1.2 - Pressupostos
Os alimentos são direitos e deveres de todos nós, desde que preenchido os requisitos
para tal. De início, tínhamos a obrigação alimentar sendo condicionada por um binómio:
necessidade vs. Possibilidade. Mas a doutrina reconhece até quatro pressupostos existentes
para a fixação dos alimentos.
b) Necessidade do reclamante que não tenha condições suficientes para viver de modo
compatível com sua condição social;
Logo, observa-se que o pleito dos alimentos está directamente relacionado ao princípio
da dignidade da pessoa humana. A intenção da prestação alimentar não é enriquecer ou
exaurir recursos das partes, mas de oferecer uma vida digna até que o reclamante possa se
estabilizar e não mais necessitar dos alimentos ofertados.
Agora, quando o assunto são filhos, a prestação alimentar vira um dever familiar. O
magistrado fixará uma percentagem em cima do rendimento do alimentante quando este tiver
remuneração fixa. Pois, sabemos que alguns pais possuem trabalhos de natureza autónoma, e,
se for o caso, será esta comprovada por declaração de renda, movimentação bancária e de
cartões de crédito. Assim, sendo recomendável o valor fixado por quantia certa, estando
sujeita a reajustes legais.
1.3 - Espécies
Os alimentos são demandados aos parentes que não podem provê-los sozinhos. E por
se tratar de parentes, existe um vínculo afectivo familiar, e este é satisfatório para que tenha o
cumprimento da obrigação alimentar.
Entretanto, quando o vínculo não é suficiente e o parente tem recursos, mas não quer
por vontade própria fornecê-los, a pessoa prejudicada poderá ingressar com a acção de
alimentos, meio necessário para que o juiz fixe um valor ou percentual para ser pago. Só que,
os alimentos são incorporados de diversas espécies, que conheceremos mais abaixo.
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1.3.1 - Quanto à Natureza
E para reforçar a ideia da espécie mencionada acima, Madaleno (2017), explica que:
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recursos pessoais, quando todos os ingressos eram mantidos
pelo parceiro, mas que deixaram de aportar com o divórcio”.
Nessa primeira classificação, quanto aos alimentos legítimos, estes têm natureza
obrigatória legal, pois decorrem do vínculo de parentesco, do casamento e da união de facto
(previsto no art. 249.º C.C.).
No que tange aos alimentos voluntários, advém de acto de vontade própria, quer dizer,
autonomia da vontade, pois quem os proporciona não tem obrigação de fazê-la. Como bem se
observa o nome, são voluntárias, ou mesmo espontâneos, podendo ocorrer por meio de
contratos (inter vivos) ou por testamento (mortis causa).
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De acordo com Tartuce (2016):
Quando falamos em alimentos provisórios, quer-se dizer que são fixados de imediato
por uma acção de alimentos com pedido de liminar para que se possa comprovar o parentesco,
casamento ou união estável, mas deverá haver uma prova pré-constituída que possa
demonstrar tal facto. Por isso, o juiz por sua cognição sumária estabelece a fixação dos
alimentos antes mesmo de escutar o réu da demanda.
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“são os determinados em pedido de tutela provisória, preparatória ou incidental, de
acção de separação judicial, divórcio, de nulidade ou anulação de casamento ou de alimentos.
Destinam-se a manter o suplicante, geralmente a mulher, e a prole, durante a tramitação da
lide principal, e ao pagamento das despesas judiciais”.
“São aqueles que ficaram no passado e que não podem mais ser
cobrados, via de regra, eis que o princípio que rege os alimentos
é o da actualidade. Repise-se que somente podem ser cobrados
os alimentos fixados por sentença ou acordo entre as partes, no
prazo prescricional de dois anos, contados dos seus respectivos
vencimentos.
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Temos também os alimentos futuros, conhecidos como pendentes, são os devidos
somente a começar da sentença, pois independem do trânsito em julgado da sentença que os
tenha possibilitado. Desta forma, tornando-se devidos os alimentos a partir da citação ou em
virtude de um acordo estabelecido entre as partes.
1.4 - Características
A obrigação alimentar, no âmbito das relações familiares, tem uma importante função,
que está prevista no art. 30.º da Constituição, seria então a preservação do direito à vida com
dignidade. Ocorre que essa obrigação tem várias características nos quais devemos nos atentar
para que haja o dever de solidariedade familiar.
Desta forma, constitui-se um direito pessoal, intransferível, onde sua titularidade não
pode ser passada a qualquer outro indivíduo por negócio ou por facto jurídico.
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1.4.2 Divisibilidade
Essa característica é visivelmente conjunta, pois no caso de vários parentes, todos (os
mais próximos) serão obrigados a prestar alimentos, mas deve-se lembrar de que será feito da
seguinte forma, cada devedor responderá por uma quota proporcional. Por exemplo, se um
ascendente possui dois filhos, àquele deverá exigir dos filhos em conjunto, não se limitando
apenas a um só indivíduo.
Portanto, cabe a todos os coobrigados arcar com a prestação alimentar, desde que
dentro das suas possibilidades e necessidades, por isso haverá uma ponderação entre os
recursos dos devedores para se chegar a uma proporção ideal.
1.4.3 Irrenunciabilidade
Nesse dispositivo, é, aparente que o Estado exerce sua função ainda que atinja somente
o direito, pois o exercício de fazê-lo é atributo do indivíduo. Na irrenunciabilidade o sujeito
de direito poderá decidir se pleiteia os alimentos ou não, porém não é direito renunciá-lo.
Sendo assim, a não postulação é entendida como a falta do exercício do direito, e não a
renúncia dele.
Diante disso, foram surgindo algumas propostas para a alteração do preceito legal, mas
Tartuce (2016) se posiciona quanto a isso, dizendo que :
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direitos inerentes à dignidade humana, mesmo de cunho
patrimonial, não podem ser renunciados”.
Contudo, é vedado pelo Estado o direito de renúncia, o que o indivíduo poderá fazer é
abster-se de utilizar o exercício do seu direito.
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1.4.4 Impenhorabilidade
1.4.5 Imprescritibilidade
O direito de pleitear alimentos não prescreve, pois a qualquer tempo, seja no presente
ou futuro, o credor possa necessitar dele, isso quer dizer que não há prazo extintivo para os
alimentos. Logo, o alimentando poderá ingressar com acção de alimentos, desde que
preenchidos os pressupostos legais, para a obtenção do auxílio necessário a sua subsistência.
Tartuce (2016) elenca três razões para que a pretensão de alimentos não possa estar
sujeita a prescrição e a decadência. A primeira é que a acção de alimentos envolve o estado
que as pessoas se encontram; a segunda é que a acção de alimentos é acção de Direito de
Família; e a terceira é que a acção de alimentos tem natureza predominantemente declaratória.
É válido mencionar que quando o alimentando for absolutamente incapaz, sendo este menor
de 16 anos, a prescrição não existe, pois refere-se a hipótese de impedimento da prescrição.
Só poderá correr o prazo dos 2 anos quando este completar seu 16º aniversário. Entretanto, se
a pensão alimentícia for entre um dos progenitores e seus filhos, esta só começará a contar o
prazo prescricional a partir da capacidade absoluta, que são os 18 anos.
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a um prazo de propositura. No entanto, uma vez fixado
judicialmente o quantum, a partir de então inicia-se o lapso
prescricional. A prescrição atinge paulatinamente cada
prestação, à medida que cada uma delas vai atingindo o
quinquénio, ou biénio.
Logo, os alimentos podem ser pedidos a qualquer tempo desde que o credor necessite
destes para sua mantença.
1.4.6 Periodicidade
Esta última característica tem a ver com o pagamento da obrigação alimentar, que
deve ser feito de forma periódica, ou seja, o pagamento pode ser semanal, quinzenal, mensal
ou qualquer outro período, mas deve obedecer a uma habitualidade. Para assim atender à
necessidade de se prover a subsistência do alimentando.
Não se admite um valor unitário e muito menos um lapso temporal muito grande, por
exemplo, anual. Pois entende-se que o valor único poderia ocasionar penúria ao credor que
não estivesse em condições de administrar sua pensão.
A doutrinadora Dias (2016) bem esclarece essa característica, quando diz que:
Deste modo, o pagamento da pensão alimentícia deve ocorrer de forma periódica, para
que o alimentado tenha a garantia de uma vida digna e saudável.
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1.5 - Sujeitos da Obrigação Alimentar
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O artigo 35.º da Constituição da República de Angola, aduz que “é dever da família,
da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Esse
dispositivo traz o entendimento do melhor interesse da criança e o do adolescente, que todos
temos os dever de prover uma vida digna a eles.
Aliás, nas relações entre cônjuges, esta previsto na lei o dever recíproco de assistência
material estipulado pelo artigo 43.º C.F., e de contribuição para os encargos da vida familiar,
com respaldo legal no artigo 46.º C.F.
Nas obrigações paterno-filiais vem estabelecida, por um lado, a obrigação dos pais de
prestarem assistência (art. 131.º C.F.) e de se responsabilizarem pelos alimentos dos filhos a
luz do artigo 135.º do Código de Família.
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a) Os menores
b) As pessoas que não possam pelo seu trabalho garantir o seu sustento e não
disponham de recursos.
Aliás, da redacção do corpo do artigo 248.º que usa o termo só, se pode retirar a norma
orientadora sobre quais os maiores que tem direito a alimentos no nosso ordenamento
jurídico, estes são os que não tenham capacidade para o trabalho e simultaneamente não
disponham de recursos.
A transformação desta realidade leva a que se deva alterar a lei para uma melhor
protecção dos filhos maiores de 18 anos de idade, mas que necessitam de apoio dos pais para
a sua formação de ensino superior, no condicionalismo que for estatuído por lei.
Os tios são ainda obrigados a prestar alimentos aos sobrinhos, no caso da falta dos
parentes atrás mencionados, pelo que a obrigação de alimentos entre parentes existe até ao 3º
grau da linha colateral.
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A Convenção sobre os Direitos da Criança no seu art. 27.º nº. 2 atribui primacialmente
aos pais assegurar, dentro das suas possibilidades e disponibilidades económicas, as condições
de vida necessárias ao desenvolvimento da criança.
Seguem-se por esta ordem: os descendentes (e dentre eles os de grau mais próximo) os
adoptados, os ascendentes (dentre eles os de grau mais próximo) e os irmãos, também sem
distinção entre irmãos bilaterais ou unilaterais.
A obrigação de alimentos entre maiores vai só até ao 2. grau na linha colateral. A ordem
presente na lei é de natureza taxativa e cada obrigado na respectiva escala deve cumprir a
obrigação de alimentos em sucessivo e não em simultâneo.
Como a obrigação é de natureza reciproca, aquele que é hoje sujeito activo Credor da
obrigação) pode mais tarde passar a ser sujeito passivo (devedor da obrigação).
A obrigação de alimentos pode recair sobre mais de um sujeito passivo: Pai e mãe, avós
maternos e paternos, diversos irmãos maiores, etc..
A lei não determina, dentro de cada classe de obrigados, qualquer prioridade a dar à linha
materna ou à linha paterna de parentesco, a este ou àquele parente quando forem mais do que
um dentro da mesma classe.
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O art.º 253.º do Código de Família refere-se à pluralidade de obrigados dizendo que,
quando a obrigação recair sobre mais de uma pessoa, a prestação de cada um será
proporcional à sua capacidade económica.
O n.º 3 do art. 249.º diz que a obrigação pode ser repartida por vários obrigados. Se
algum dos obrigados não puder satisfazer a prestação, a parte que lhe cabe acresce aos demais
(art. 253.º nº 2). A cada co-obrigado caberá uma cota proporcional à sua capacidade
económica o que desde logo não envolve uma responsabilidade solidária.
Estamos, porém, perante uma forma especial de concurso de devedores, a qual não se
rege stricto sensu pelas regras da obrigação conjunta. O alimentado pode requerer a prestação
de alimentos a um só dos obrigados, aquele que entende estar em situação de maior desafogo
económico para a poder prestar.
Neste caso, como vimos, cabe ao demandado fazer intervir na acção aos demais co-
obrigados para estes virem a assumir a obrigação da prestação da sua quota-parte, ou vir a
posterior exercer a acção de regresso contra eles. No caso de haver dentro duma classe de
obrigados um ou mais, que não estejam em condições de prestar alimentos, a obrigação recai
sobre os demais que integram essa mesma classe.
O alimentando é que, a nosso ver, não deve ver dificultado o direito à obtenção da pensão
de alimentos, sem duvidas de que, se o devedor escolhido não for o mais indicado sob o ponto
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de vista da capacidade económica, este pode só vir a ser condenado a uma prestação de
acordo com a sua capacidade.
Já atrás vimos como se concretiza a obrigação de alimentos entre cônjuges, pois quando
existe coabitação essa obrigação efectua-se na participação comum nos encargos gerais da
vida familiar que visam prover às necessidades da vida material e intelectual dos membros da
família.
No caso de reconhecimento de união de facto judicial por ruptura, ele produz os mesmos
efeitos que a dissolução do casamento por divórcio (art. 126. Do Código de Família). Mas o
regime aplicável não é o mesmo que ocorre no caso de divórcio. Neste caso, o art. 111.° do
Código de Família manda atender à situação social e económica, à necessidade de educação
dos filhos e as causas do divórcio.
A disposição introduzida no artigo 264.º do código de família prevê que o pai de uma
criança já concebida, mesmo que não coabite com a respectiva mãe, esteja obrigado a prestar
alimentos durante o período de gravidez e até seis meses após o parto, pois em regra, durante
este período, a mulher não tem condições para exercer uma actividade profissional plena.
Neste caso, a obrigação de alimentos tem sua raiz no vínculo de paternidade em relação
ao nascituro e ao recém-nascido, sendo necessário que se verifiquem os demais requisitos
legais.
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A obrigação de prestar alimentos é uma forma de prestação de assistência material entre
os membros da família.
No conceito de alimentos esta abrangido tudo quanto o alimentado necessita para a sua
sobrevivência e manutenção como ser social.
A obrigação de alimentos tem uma função social muito relevante, pois recaindo sobre os
membros da família, leva a que sejam estes a satisfazer as necessidades materiais dos seus
membros.
Se tal não acontecer, e se esse dever não for cumprido, a obrigação de alimentos vai
recair sobre (e vai onerar) a própria sociedade e o Estado onde esses membros carentes e
desprotegidos se encontram.
Viveu-se uma situação social de tal gravidade que não só as famílias como o próprio
Estado se viram impossibilitados de atender às necessidades alimentares de toda a população.
Neste período de crise aguda, foi necessário recorrer a comunidade internacional para
prestação de ajuda alimentar.
24
Nota-se uma deterioração do que se passava na sociedade tradicional angolana em que a
prestação de alimentos dentro da família extensa era multo preponderante.
O desenvolvimento do sistema de segurança social leva a que seja o Estado através das
suas instituições de previdência e segurança social, ou as Empresas seguradoras que
concedem pensões ou subsídios por incapacidade ou reforma, permitem a subsistência das
pessoas maiores impossibilitadas de angariar recursos, sem terem de recorrer a prestações de
alimentos dentro do círculo familiar
A obrigação de alimentos existe ope legis, pois em regra é a lei que estabelece quem a ela
está obrigado.
Mas podem existir outras fontes desta obrigação, como o contrato e o testamento, o
instituto de falência, etc. Nestes casos a obrigação de alimentos estará regulada pelas normas
do Direito das Obrigações, do Direito Sucessório, etc.
Esta natureza pessoal deriva do objecto e da causa da obrigação de alimentos, ela te como
objecto a protecção do direito e vida do próprio titular do direito de alimentos, pois visa
prover à sua subsistência e ao seu interesse imediato como pessoa humana. Destina-se,
exclusivamente, a satisfazer as necessidades e o sustento do alimentando. Como tal, o direito
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a alimentos deve ser considerado como um direito fundamental da pessoa humana, integrado
no direito mais amplo que é o direito a vida.
Podemos dizer que menor é todo aquele ser humano que ainda não completou dezoito
anos, mas que pode ser sujeito de quaisquer relações jurídicas, pois tem personalidade jurídica
ou capacidade de gozo de direitos, carecendo, contudo de capacidade de exercício de direitos
artigo 123.º do CC. Porém, esta incapacidade de exercício de direitos cessa com a maioridade
ou com a emancipação através do casamento entre os 16 e os 18 anos.
O Poder Paternal não é um direito subjectivo dos pais sobre os filhos menores, mas é
um poder-dever, no qual os deveres dos pais devem estar antes dos seus poderes, por outro
lado, estes poderes não são intocáveis uma vez que estão sujeitos ao controlo judicial, sendo
antes poderes de protecção com vista à obtenção do interesse supremo do menor.
26
responsabilidade dos pais pela concepção e nascimento dos filhos. A obrigação de alimentos
aos filhos decorre da lei e da condição de pais, estando obrigados a desempenhar as suas
funções enquanto titulares do poder paternal com competência e eficiência.
Nesta conformidade, podemos referir que do poder paternal, que surge com o
nascimento da criança, mantêm-se até à maioridade ou emancipação do menor,
independentemente da manutenção ou extinção do vínculo matrimonial dos progenitores.
Nestas situações, caso não haja acordo entre os progenitores em questões de particular
importância para a vida do menor, devem aqueles submeter ao tribunal à apreciação da
questão. Este tentará conciliá-los, se não for possível a conciliação, o tribunal decide no
interesse do menor e sempre que possível e aconselhável após a audição deste.
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Como referimos, a regra em matéria de exercício do Poder Paternal é a do seu
exercício em comum por ambos os progenitores, conforme estabelece o artigo 139.º do
Código de Família, porém tal não obsta a que possam ser praticados actos que integrem o
exercício do poder paternal por apenas um dos progenitores, pois neste caso presume-se que o
faz de acordo com o outro progenitor, este pode elidir esta presunção demonstrando que não
deu o seu consentimento.
A regra de que os actos praticados por apenas um dos pais se presumem praticados
com o acordo do outro, compreende porém duas excepções: a primeira, no caso de a lei exigir
o consentimento expresso de ambos os progenitores, e a segunda, quando se trata de acto de
particular importância.
28
homologado pelo tribunal é necessário que o mesmo defenda e acautele os interesses do
menor.
Nesta concomitância o mesmo deve prever não só o quantum dos alimentos devidos
ao menor e a forma de os prestar. Um acordo não previr qualquer referência à prestação
alimentar a prestar pelo progenitor não guardião não deve ser homologado, mas também fixar
o modo de exercício do poder paternal, fixar a residência do menor ou guarda alternada ou
conjunta, o regime de visitas, o regime das férias escolares e épocas festivas, a administração
do seu património se for o caso.
Concebido é que para que o divórcio seja decretado por mútuo consentimento, é
necessário que os cônjuges acordem sobre determinadas matérias, sendo uma delas o poder
paternal quando haja filhos menores, esta matéria vem regulada no artigo 109.º do Código de
Família.
Deste modo, a sentença que fixa o exercício do poder paternal deve determinar a
residência do menor com um dos progenitores, terceira pessoa ou estabelecimento de
educação e assistência, o regime de convívio (visitas) com o progenitor não residente, a
menos que, excepcionalmente, o interesse daquele o desaconselhe, e a determinação da
obrigação de alimentos a cargo do progenitor não residente (artigos 149.º C.F.).
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O regime regra da regulação do exercício do poder paternal, consistia em este ficar
apenas confiado ao progenitor com quem o menor ficava a residir, sendo possível o exercício
em comum por ambos os progenitores quanto às questões relativas à vida do filho em
condições idênticas às que vigoravam na constância do matrimónio, mas somente nos casos
em que houvesse acordo entre os pais nesse sentido.
Residência alternada dá-se quando o menor fica a residir de forma alternada, rotativa e
tendencialmente simétrica com cada um dos progenitores. O exercício conjunto das
32
responsabilidades parentais com alternância de residência exige por parte dos pais cooperação
constante, sendo todas as decisões relativas à educação da criança tomadas conjuntamente.
A residência alternada do menor pode ser estipulada por acordo dos pais ou
estabelecida por imposição do tribunal. Quer do acordo, quer da decisão de mérito deve
constar o lapso temporal que o menor vive com cada progenitor.
Para que seja possível a residência alternada, devem os progenitores ter presente os
interesses do menor, acautelando que tal situação não acarreta um esforço desproporcional por
parte deste ou um prejuízo em termos de manutenção das suas rotinas.
Pelas razões atrás aduzidas, entendemos que fixar o regime de residência alternada
através de sentença de mérito, será desacautelador do interesse supremo do menor, pois se os
pais não foram capazes de se entender quanto à forma de regularem as responsabilidades
parentais dos seus filhos, muito menos estarão aptos para se entenderem nas questões do dia-
a-dia, não revelando, por isso, possuir as capacidades necessárias para que haja residência
alternada.
Salvo melhor opinião, não nos parece ser de seguir esta opção, isto porque, o
quotidiano nos diz que muitas vezes um dos progenitores não “abre mão” da residência
alternada, não porque queira efectivamente ter o menor consigo, mas para evitar lhe pagar
uma prestação alimentar.
Por outro lado, solução de não fixação de qualquer prestação alimentar pode dar
origem a conflitos entre os progenitores, o que sempre se pretende evitar e ainda mais quando
estamos no âmbito da residência alternada, pois se nada for estipulado, coloca-se o problema
de saber quem é responsável pelo pagamento das despesas extraordinárias, como por exemplo
as despesas escolares, as despesas de saúde, despesas extracurriculares, etc…
A acrescer a estas situações há ainda aqueles casos em que o menor não fica em
períodos rigorosamente iguais com ambos os progenitores.
Por outro lado, o princípio constitucional da igualdade jurídica dos progenitores, criou
a obrigação de ambos contribuírem para o sustento dos filhos, proporcionalmente, aos seus
34
rendimentos e proventos, sendo que, esse contributo dos pais para os alimentos dos filhos não
tem necessariamente de ser igual, antes depende dos meios e possibilidades de cada um.
35
Do acabado de referir, entendemos que também no caso de residência alternada deverá
ser estipulada uma prestação alimentar mensal a favor do menor, que., embora atenda a esta
especificidade, deve ser fixada de acordo com as necessidades do menor e as possibilidades
de cada um dos progenitores, ficando consignado que um dos progenitores assumirá todas as
despesas ordinárias, à excepção da alimentação, habitação e eventualmente vestuário, e que o
outro se obriga a efectuar o pagamento de parte das despesas na proporção que for
consignada. Quanto às despesas extraordinárias, como por exemplo: intervenções cirúrgicas,
aparelhos dentários, óculos, etc.., serão todas suportadas pelos dois progenitores na proporção
que for acordada ou estabelecida pelo tribunal.
Relativamente à medida dos alimentos, dispõe o artigo 250.º, C.F. que “Os alimentos
serão proporcionais aos meios daquele que houver de presta-los e à necessidade daquele que
houver de recebê-los”.
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necessidades do alimentando, não sendo necessário tal conhecimento para a fixação dos
alimentos, cuja orientação deve obedecer ao superior interesse do menor.
Os alimentos são devidos desde a propositura da acção, pois apesar da obrigação legal
já existir desde a concepção do filho, só com esta acção é o progenitor chamado à sua
obrigação de alimentos, destinando-se a acção a quantificar e especificar a sua contribuição.
A pensão de alimentos é entregue ao progenitor guardião, não por ser este quem tem
direito a recebe-la, mas apenas por ele ser o legal representante do menor, pois a pensão de
alimentos é um direito do menor e não do progenitor com quem aquele vive.
37
38
Dispõe o artigo 130.º do Código de Família que: “Os pais ficam desobrigados ao
sustento dos filhos e de assumir as despesas relativas à sua segurança, saúde e educação na
medida em que os filhos estejam em condições de suportar, pelo produto do seu trabalho ou
outros rendimentos, aqueles encargos”.
Na nossa opinião, estas normas devem ser interpretadas com alguma cautela e
parcimónia, pois tais disposições tomadas à letra, fariam recair sobre o património e a
capacidade patrimonial do menor, sem qualquer distinção entre rendimentos de capital e
rendimentos de trabalho, o peso prioritário do seu sustento, relegando a obrigação dos pais
para uma posição puramente subsidiária, ficando assim os pais totalmente desobrigados dos
encargos de sustentar e manter o filho, logo que este pelos seus rendimentos de capital ou
trabalho os pudesse satisfazer, independentemente de saber se os pais têm ou não condições
económicas de os suportar.
Acresce que, as referidas normas devem ser interpretadas à luz da nossa Constituição,
mormente o disposto no seu artigo 35.º, n.º 5, sob pena da tutela da solidariedade familiar
esvaziar de sentido o princípio de que é aos pais a quem incumbe, primacialmente, a
obrigação de educar, sustentar e manter os seus filhos.
Assim, somos da opinião que, a obrigação de alimentos de pais para com os filhos
menores e em certos casos maiores, nas situações supra referidas, podem subsistir ainda que
estes (filhos) disponham de património pessoal, pois o sustento, a segurança, a saúde e
educação dos filhos é encargo dos pais, independentemente da situação económica daqueles.
Nesta conformidade, refere-se que quando a prestação de alimentos for devida ao filho
menor, deverão ser tidas em conta as suas necessidades de instrução e educação e de
manutenção do nível de vida idêntico ao do pai ou da mãe que lhe preste os alimentos.
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O artigo 251.º do Código de Família contém uma disposição inovadora, pois, quando
os alimentos foram devidos a filhos menores, o seu montante deve ser fixado entre o mínimo
de ¼ e o mínimo de ½do valor auferido pelo progenitor em causa. No cômputo desse
montante serão englobados todos os valores auferidos, nomeadamente os vencimentos,
rendimentos e outras formas de ganhos.
Neste sentido, a regra estabelecida é que quanto maior forem os recursos do obrigado,
maior será obviamente a pensão alimentar, procurando-se obstar a que o tribunal sigam a
tendência que tem vindo a predominar, de fixar pensões diminutas.
A solução legal, no caso de o obrigado não ter disponibilidade para satisfazer uma
prestação pecuniária, é a de este se oferecer para receber em sua casa o alimentado, como vem
previsto no artigo 252.º nº 2 do Código de Família.
Esta via de solução tem partir da iniciativa do obrigado, que deve requerer tal
procedimento junto do tribunal, mas tem que ser aceite voluntariamente pelo alimentado, ou
pelo seu representante legal, pois não se pode impor uma convivência familiar indesejável.
O nº 2 do artigo 257.º acrescenta que, por essa razão, poderão ser chamadas outras
pessoas a prestar os alimentos. Pode ocorrer que depois de terem sido atribuídos os alimentos,
a pessoa que esteja obrigada a presta-los se venha a encontrar na impossibilidade de continuar
a fazê-lo, podendo transferir-se a obrigação para outro parente de grau mais afastado.
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1.10 - Execução da Obrigação de Alimentos
Por esta razão, é que nos diversos sistemas jurídicos estejam previstos medidas
especificas para obter coercivamente o cumprimento da obrigação, optando por vias expeditas
de execução e prevendo sanções de natureza penal para os relapsos (Diaz-Santos, 1973).
b) Por via criminal, funcionando o pagamento das prestações como condição de ser
dispensada ou extinta a pena como acontece na legislação portuguesa e está previsto na
projectada lei penal angolana.
O artigo 255.º C.F. prevê que pode ser feito por via judicial civil, no caso de execução
de alimentos.
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O alcance desta disposição é muito lato. Permite que por iniciativa do próprio juiz, que
pode para tal mandar o escrivão do tribunal, se investigue a existência de bens do devedor,
pedindo informações a entidades públicas e privadas para saber da situação económica e em
consequência, proceder a penhora dos bens que foram encontrados.
a) A verificação de facto
b) A decisão judicial
42
Esta corresponde a consequência legal a característica pessoal do direito a alimentos,
que é intransmissível postmortem. Essa intransmissibilidade verifica-se quer em relação ao
credor dos alimentos quer em relação ao devedor dos alimentos visto que os seus direitos não
se transmitem para os seus herdeiros.
a) Quando o alimentado maior de idade viole gravemente os seus deveres para com o
obrigado.
b) Quando aquele que presta os alimentos não possa continuar a presta-los ou aquele
que os recebe deixe de ter necessidades dele.
Por fim, cessa a obrigação de alimentos, quando o obrigado deixa de poder continuar a
presta-los ou ainda quando quem os recebe deixe de ter necessidade de o receber. Num caso e
noutro, estaremos perante pressupostos legais da obrigação de alimentos que, se deixarem de
existir, vão fazer extinguir a própria obrigação.
43
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA
2.2 Metodologia
De acordo Gil (2007) apud GERHARDT & SILVEIRA (2009,) define a pesquisa
como:
Nesta mesma senda, diz-se que “só inicia uma pesquisa se existir uma pergunta, uma
dúvida para qual se quer buscar a respostas” (Gerhardt & Silveira, 2009); por isso, é de
realçar que pesquisar é buscar ou procurar respostas para alguma coisa. Neste caso temos de
saber como reduzir o elevado índice de incumprimento na prestação de alimentos em
Moçâmedes?
Desta feita, o nosso trabalho foi elaborado com um universo populacional de 289,
resultante do somatória das instituições que serviram como campo de aplicação para
entrevista.
2.4 Amostra
46
População Amostra
290 87 (30%)
2.5.1 Métodos
Estatístico: com este método foi possível fazer análise estatística que possibilitou
analisar as ocorrências e frequência, em função dos dados obtidos em virtude da entrevista
apresentados em formas de gráfico.
Lógico: permitiu fazer uma análise profunda dos aspectos que norteiam A Obrigação
de Prestação de Alimentos ao Menor no Ordenamento Jurídico Angolano;
2.5.2 Técnicas
Tal como a pesquisa bibliográfica que permitiu obter dados a partir de livros, arquivos,
dissertações e outros documentos que referenciam conteúdos a cerca do trabalho de pesquisa.
48
49
2.6 Técnica de Recolha e de Tratamento de Dados
Para o tratamento dos dados, usamos o Programa Microsoft officeno seu módulo excel,
que nos permitiu manipular, transformar gráficos que resumam a informação obtida. No final,
faremos a comparação entre a teoria e a prática, para ver se o que está a ser feita na prática
condiz com os aspectos teóricos.
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CAPÍTULO III: ANÁLISE, E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
S.I.C.-Namibe
E 6- Muitos processos não são remetidos em juízo quando a resolução é feita por
ambas as partes de forma pacífica e aceitáveis as condições impostas pelo tribunal.
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E 7- Dos processos referenciados, onze (11) tiveram um desfecho positivo e seis (6)
aguardam o seu fim pelo facto de muitos progenitores não terem condições para tal, ainda por
outros não terem ou ficarem sem emprego por força do estão de calamidade que o país vive.
E 10- Os casos desta natureza são instruídos pelo Tribunal na sala de família, só em
caso de incumprimento por parte de um dos progenitores é que o processo é remetido ao SIC,
propriamente no Departamento de crimes contra pessoas, para instrução por crime de
desobediência.
Juristas
E 12- A justiça deve-se aplicar em todos os campos da vida social num Estado
Democrático e de Direito, para os menores nada mais senão o cumprimento da obrigação
alimentar a que os progenitores estão adstritos de cumprir
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Advogados
E 16- A classe dos advogados pertencentes a Ordem (OAA), pouco ou nada faz a
favor da regulação desta problemática, visto que esta entidade tem a faculdade concedida pelo
preceito normativo constitucional de participar na elaboração de normas que visam a regular a
sociedade.
E 17- Para reduzir as constantes das violações do direito a alimentos ao menor, urge a
necessidade de criação de mecanismos legais mais severos que visam a proteger o menor, de
modo a que o representante do Ministério Público para os menores possa se apoiar deles sem
passar por diversas burocracias.
E 18- Os casos desta natureza são instruídos pelo Tribunal na sala de família, só em
caso de incumprimento por parte de um dos progenitores é que o processo é remetido ao SIC,
propriamente no Departamento de crimes contra pessoas, para instrução por crime de
desobediência.
Magistrados judiciais
E 20- A lei descreve as consequências legais, mas as nossas decisões podem decretar
as consequências sociais menos abonatórias para os menores bem como a degradação da
relação familiar.
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3.2 - Análise Dos Resultados
Quando falamos sobre o instituto dos alimentos, devemos entender sobre sua origem,
seu conceito, os pressupostos que darão ensejo ao recebimento dos alimentos, as espécies, as
características, e os sujeitos que participarão como garantidores dessa obrigação alimentar.
Logo, neste capítulo, será demonstrada a importância dos alimentos dentro do Direito de
Família.
Quando falamos em alimentos, podemos citar os artigos 247.º a 249.º C.F, que traz a
importância dos parentes, os cônjuges ou companheiros na solidariedade familiar, ou seja, o
reconhecimento da responsabilidade jurídica aos membros de uma mesma família. Assim diz
o dispositivo: “podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
inclusive para atender às necessidades de sua educação”. E acrescentando, tratam-se da
proporcionalidade dos alimentos para com a necessidade do obrigado, e quando se tratar de
culpa será apenas os indispensáveis à subsistência.
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3.2.2- Análise da amostragem
A média de
idade situa-se nos 39 anos, num registo de idades compreendidas entre os 27 e os 53 (25%)
anos e, melhor referindo, predominantemente situada no escalão etário de 45 a 50 anos (75%),
embora ainda de referir, haja uma recusa na revelação da idade. Dados estes ilustrados no
gráfico 2 a seguir.
45 a 50
25% 27 a 53
75
%
55
Quais são as medidas Adoptadas em caso de incumprimento da prestação de
alimento?
Das medidas acima referenciadas, 75% a que corresponde 22.5 dos enterevistados
afirmam ser mais eficaz os descontos automaticos procedidos via banco, e apenas 25% (8) dos
entrevistado afirmam ser mais eficaz a determinação dos valores estipulados pelo tribunal
Nesta conformidade, observa-se que a medida mais eficaz corresponde aos descontos
mensais automaticos segundo a nossa amostra segundo o grafico abaixo.
25%
Valor estipulado
pelo tribunal
Descontos Mensais
atomaticos
75%
56
prestação de alimentos. No período em alusão, dos 26 casos registados, foram remetidos a
juízo 17 processos crimes por desobediência restando 9 em instrução a ilustração do gráfico 4.
10 2019 2020
16
De acordo com os dados acima referenciados, nota-se que o número ainda não tão
alarmante, porem pode-se dizer que seja normal que durante dois anos se registe apenas o
total de 26 casos de incumprimento da prestação de alimentos.
Nesta ordem de ideia, torna-se difícil determinar com exactidão o índice concreto
relativo ao incumprimento da prestação alimentar quando se verifica que partes dos agentes
do órgão que por sinal forneceu tal dado discordam com os números referenciados
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Gráfico 5: Consequências do Incumprimento da Prestação de Alimentos aos Menores
15
%
Delinquência Juvenil
Fraco Desenvolvimento
Academico
55% Gravidez Precosse
30%
34 Divórcio
% Bigamia ou Poligamia
66%
58
CONCLUSÃO
Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode
provê-las por si. A expressão designa medidas diversas. Ora significa o que é estritamente
necessário à vida de uma pessoa, compreendendo, tão-somente, a alimentação, a cura, o
vestuário e a habitação, ora abrange outras necessidades, compreendidas as intelectuais e
morais, variando conforme a posição social da pessoa necessitada. Na primeira dimensão os
alimentos limitam-se ao necessariumvitae; na segunda, compreendem o necessarium
personae. Os primeiros chamam-se alimentos naturais, os outros, civis ou côngruos.
Os alimentos são direitos e deveres de todos nós, desde que preenchido os requisitos
param tal. De início, tínhamos a obrigação alimentar sendo condicionada por um binómio:
necessidade vs. Possibilidade. Mas a doutrina reconhece até quatro pressupostos existentes
para a fixação dos alimentos, nomeadamente:
b) Necessidade do reclamante que não tenha condições suficientes para viver de modo
compatível com sua condição social;
Logo, observa-se que o pleito dos alimentos está directamente relacionado ao princípio
da dignidade da pessoa humana. A intenção da prestação alimentar não é enriquecer ou
exaurir recursos das partes, mas de oferecer uma vida digna até que o reclamante possa se
estabilizar e não mais necessitar dos alimentos ofertados.
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No que concerne a execução da obrigação de alimentos, vimos que esta pode seguir
em simultânea a via civil e a via criminal, para que seja alcançado o cumprimento efectivo da
obrigação, sempre tendo em conta o interesse do benificiário e o da sociedade em geral em
que ela seja devidamente satisfeita.
Segundo a entrevista realizada, podemos observar que parte significativa dos nossos
entrevistados concordam ser mais eficaz efeituar os descontos mensais automáticos a favor do
menor, com este procedimento o tribunal não teria a necessidade de proceder diversas
audiências sob o mesmo facto.
Em suma, podemos referir que para que se verifique uma redução gradual no que
tange ao incumprimento da prestação de alimentos, deve se ter em conta todos os critérios
mencionados no desenvolvimento da presente obra, a quando do exercício da paternidade em
comum, em separados bem como pela residência alternada do menor.
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SUGESTÕES
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Referência Bibliográfica
Back, U. (2017). O casamento face a Problemática do Divórcio . (2 ed.) São Paulo: Insiclica.
Gerhardt, T. E., & Silveira, D. T. (2009). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: UFRGS.
Mattar, F. N. (1997). Pesquisa de marketing: Metodologia, planejamento (4º ed.). São Paulo,
Brasil: Atlas.
Venosa, A. C. (2011). A Família Num Estado Social Democrático e de Direito. (6ª ed.) Porto:
Ius.
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APÊNDICE
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DEPARTAMENTO JURÍDICO
Questões Fundamentais
3- Com que frequência têm recebido processos ou participações com vista a resolver situações
de incumprimento de prestação de alimentos?
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