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=CAÁLA=
Huambo, 2023
DEDICATÓRIA
Tributo àqueles que me outorgaram o maior dos títulos meu pais de feliz memoria , , os
quais tenho, como excelentes modelos para a realização dos meus sonhos.
À minha querida esposa, pela amizade, companheirismo e pela força que me deu de
não desistir do meu sonho, ficando privada a minha presença.
AGRADECIMENTO
A ilação deste trabalho não seria possível sem um conjunto de pessoas que me apoiaram
ao longo dos anos da minha formação.
Por isso, agradeço primeiramente ao todo poderoso Deus, pelo dom da vida, pela saúde
e sabedoria concedidas e, por me ter guiado durante esta jornada em direcção à tão
esperada licenciatura;
Uma sentida palavra de apreço aos meus pais irmãos que incansavelmente foram
solidários, essencialmente por compreenderem o sentido do desafio, e por serem fiéis na
devolução de seu afago ao filho solipso. E por terem suportado a minha ausência
variadíssimas vezes no seio familiar durante os 5 anos da minha formação;
Por último, estendo os meus profundos agradecimentos ao meu grande amigo e colega
Florentino Júlio, por tudo, principalmente pelos debates que tivemos no mundo jurídico,
os mesmos tornaram-se grandes lições nas nossas vidas.
SIGLAS E ABREVIATURAS
Art. – artigo
Nº - Número
P. – Págna
Pp. – Págnas
The present work looked for to demonstrate the juridical implications that are in the
base of the problem of the materialization of the right to the health and to do an
abbreviation approach of the units hospitalares in the Province of Luanda. The enigma
of this work consisted of knowing the impediments that orientate the materialization of
the right to the health in the Province of Luanda; with these impediments we sought, as
objectivo regedor, to propose some measured that seemed us of larger relief to
extinguish them. For a better approach of the theme we will serve ourselves of the
deductive method, for we understand to be that more easiness offers for this work type;
we will use the bibliographical and descriptive research here for obtaining of the matters
approached; concerning collection of data we will serve ourselves of the mixed model,
that is, quanti-qualitative, that nurtured us of data on the state actual of the problem of
our work; as nor all our population had the same probability of integrating the sample
the sampling criterion was used no probabilístico; we obtained, finally, as a result of our
problem: the inequality económica, the slowness in the service to the patients and the
obstacles socioeconómicos as juridical implications of the materialization of the right to
the health in the province of Luanda.
Word-key: Right to the health, medical aid and Dignity of human person.
INTRODUÇÃO
Direito à saúde é parte de um conjunto de direitos chamados de direitos sociais, que têm
como objectivo a igualdade entre as pessoas. Este direito é reconhecido na Constituição
angolana, o qual dispõe ser responsável o Estado, o garantidor de promover a saúde a
todos, sendo este um direito fundamental do cidadão, de aplicação imediata.
Com este trabalho pretendemos também recomendar o nosso Estado enquanto pessoa do
bem, a reforçar cada vez mais na formação do homem novo e no incentivo a cultura
jurídica, pois queremos que o cidadão esteja imbuído de conhecimentos que lhe
permitam uma convivência social sadia, consciente dos seus direitos e deveres e
respeitador dos direitos e deveres dos outros.
9
RAZÃO DA ESCOLHA DO TEMA
Problema Científico
Tendo em conta o título acima aludido, o problema que se coloca é o seguinte: quais
implicações apresentam o direito à saúde na Província de Luanda?
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Perguntas Científicas
10
3. Como analisar os resultados obtidos da pesquisa sobre as Implicações Jurídicas
do Direito à Saúde na Província de Luanda?
Tarefas de Investigação
1. A fundamentação teórica sobre o direito à saúde, será feita com base a consulta
bibliográfica.
2. A descrição do Direito à Saúde na Província de Luanda, será feitas com base aos
instrumentos de pesquisa e praxe jurídica.
3. A análise do estado actual das Implicações Jurídicas do Direito á Saúde na
Província de Luanda, será processado em função das técnicas aplicadas.
Objecto de Estudo
O objecto de estudo do nosso trabalho de investigação científica para o fim do curso diz
respeito ao Direito à Saúde.
Campo de Acção
Partindo da ideia de que o campo de acção é mais restrito que o objecto de estudo, a
nossa pesquisa põe a lume as Implicações Jurídicas da materialização do Direito à
Saúde na Província de Luanda.
Ideia a Defender
A ideia que se pretende defender no presente trabalho para o fim do curso relativamente
as Implicações do Direito à Saúde na Província de Luanda: trata-se de uma violação dos
direitos fundamentais do homem no que tange à saúde, vimos por essa desencorajar tais
práticas quer por parte dos profissionais da saúde tanto aos familiares dos pacientes que
têm a tendência de subornar o funcionário. Nosso propósito é contribuir para que muitos
percebam qual é a importância deste direito social e de quem é a responsabilidade de
fiscalizar para que o direito à vida se concretize a todos os cidadãos, fornecendo
medicamentos, providenciando a prestação de determinados tratamentos de forma a se
concretizar o mandamento Constitucional.
Metodologia Utilizada
11
o estudo filosófico da actividade científica que um conhecimento geral do processo de
investigação científica constitui, da sua estrutura, dos seus elementos e dos seus
métodos. É uma reconfiguração sucessiva de procedimento de investigação que se
empregam numa ciência.1
Modelo de Investigação
Tipo de Investigação
Técnicas a utilizar
População e a mostra
1
Sant Taciana Carlos RAMOS e Ernan Santiesteban NARANJO, Metodologia da Investigação científica,
Escola Editora, Lobito, 2014, p.13
2
A entrevista é o encontro de duas pessoas com o objectivo de obter informações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversa natural ou programada de forma profissional (estruturada
ou semiestruturada que intercala perguntas do roteiro e outras que surgem com o desenvolver da
entrevista).
3
Questionário – é uma técnica de coleta de dados através de uma serie ordenada de perguntas, que
devem ser respondidas por escrito, sem a presença do entrevistador. As perguntas são encaminhadas aos
informantes em formulários próprios contendo como anexo uma carta explicando o objectivo, a natureza
e a importância da pesquisa.
4
Auriluce Pereira CASTILHO, Nara Rúbia Martins BORGES e Vânia TANÚS, Manual de Metodologia
Cientifica, 2a Edição, Iles/Ulbra, Itumbiara, 2014, p. 19
5
Ibidem.
6
Ibidem.
12
Para Fernando Canastra, Frans Haanstra e Martins Vilanculo a população “é um
conjunto definido de elementos que possuem determinadas características”.7
Critério de amostragem
“Os mesmos autores definem a amostra como sendo o subconjunto do universo do qual
se estabelecem ou se estimam as características desse universo, quer dizer, é a parte
representativa de todo o universo”.8
Processamento
Critério de inclusão
Ser Deputado
Ser membro do Conselho Provincial da Ordem dos Médicos de Angola (OMA)
Ser Advogado
7
Fernando CANASTRA, Frans HAANSTRA e Martins VILANCULOS, Manual de Investigação
Científica da Universidade Católica de Moçambique, Beira - Janeiro de 2015, p. 19.
8
Ibidem.
9
Ibidem.
13
Ser estudante da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto em
Luanda
Estrutura do Trabalho
Resultados esperados
Por resultados esperados entende-se por tudo o que o pesquisador visa na sua
investigação científica. Com esta investigação, pretendemos chegar aos resultados
seguintes:
14
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
10
Cristina QUEIROZ, Direitos fundamentais: teoria geral. 2ª ed. Coimbra editora. Portugal. 2010,p.17
11
J.J. Gomes CANOTILHO, Direito Constitucional e teoria da Constituição. 7ª ed. Almedina. Coimbra.
Portugal. 2008, p. 377
15
Embora se compreenda que os direitos fundamentais derivam dos direitos
naturais, porém não basta para seu reconhecimento; necessitam de reconhecimento que
passa pela positivação dos mesmos, num documento aplicável à dada ordem jurídica,
para que não sejam apenas discursos/ argumentos, etc. Precisam de positivação e devida
proteção em forma de normas cogentes que apresentem como matrizes estruturantes de
uma sociedade.
Estes também, por sua vez, não devem ser entendidos como uma dimensão
técno-jurídico de limitação do Estado, mas, como aflorado por Cristina Queiroz que os
direitos fundamentais devem ser antes compreendidos e intelegidos como elementos
definidores e legitimadores de toda a ordem jurídica positiva14.
12
J.J. Gomes CANOTILHO…, p. 378. A constitucionalização tem como consequência mais a notória
proteção dos direitos fundamentais mediante o controlo jurisdicional da constitucionalidade dos actos
normativos reguladores destes direitos fundamentais devem ser compreendidos, interpretados e
aplicados como normas jurídicas vinculativas e não como trechos ostentatórios aos jeito das grandes
declarações de direitos.
13
Jorge Reis NOVAIS, Contributo para uma teoria do estado de direito. Almedina. Coimbra, Outubro,
2006, p. 76
14
Cristina QUEIROZ, ob. Cit., p. 49
15
José Tarcizio de Almeida MELO. Direito Constitucional do Brasil. Del Rey Editora. Belo Horizonte,
2008, p. 289, Assevera que neste ano ocorreu a Petição de Direitos, assinada por vários cidadãos ao
Rei, requerendo a ele que reconhecesse aos cidadãos diversos direitos. Desta feita, os cidadãos ingleses
pediram que houvesse a proibição de cortes marciais para civis.
16
1.1.1.Breve referêcia histórica do direito fundamental
Assim, podemos afirmar que a história dos direitos fundamentais teve início,
propriamente, com as declarações de direitos formuladas pelos Estados
americanos no Séc. XVIII, ao afirmarem sua independência em relação a
Inglaterra, A primeira declaração foi emitida pelo Estado da Virginia, em 12 de
junho de 1776.
16
Vicente PAULO. Aulas de Direito Constitucional, 8ª ed. Impetus. Niteroi. 2006, p. 101
17
Ibidem, p. 101
17
Este processo se desenrolou em muitos sentidos sob o manto de uma
comunidade que reclamava suas liberdades e procurava ver estabelecida de forma
concreta seus direitos. Os diversos períodos perpassados cativaram a luta por uma nova
realidade, e, pode-se compreender que desde épocas imemoriais a insatisfação pela
privação era sumamente notória,
Resta claro que, o estabelecimento das constituições escritas está diretamente ligado à
edição dos direitos do homem, como forma de coibir as arbitrariedades do Estado,
preservando um núcleo irredutível de liberdades.
18
Jónatas E. MACHADO. Direito Constitucional Angolano. 2ª ed. Coimbra Editora. 2013, p. 148
19
José Tarcizio de Almeida MELO, ob Cit., p. 289
20
Gilmar Ferreira MENDES. Curso de direito Constitucional. 4ª. Ed. Atual. Saraiva. 2011, p. 113
18
Uma das maiores dificuldades para teoria dos direitos fundamentais incide sobre a
conceituação, pelo trabalho que existe em encontrar fórmulas para protegê-los devidos
as suas concepções jusfilosóficas. O que está subjacente a esta discussão ou debate é a
crispação gerada nos termos direitos humanos e direitos fundamentais. E, destes anota-
se o seguinte na fala de Paulo Vicente, que “direitos fundamentais” são aqueles direitos
objectivamente reconhecidos e positivados na ordem de determinado Estado21. Ou seja,
são disposições declatórias22. Desse modo recebem delimitação especial e
temporalmente, e podem variar de acordo alguns factores como: ideologia adotada por
um Estado, a modalidade do Estado, as espécies de valores e princípios que a
constituição consagra como luminares. No entanto conclui-se que cada Estado elege,
estabelece os seus direitos fundamentais de acordo com os seus critérios.
Por sua vez, Bacelar Gouveia, em seu estudo sobre Direito Constitucional de
Angola retrata que “os direitos fundamentais são as posições jurídicas activas das
pessoas integradas no Estado-Sociedade, exercidas por contraposição ao Estado-Poder,
positivadas no texto constitucional”[…]24
21
Vicente PAULO. ob. Cit., p. 103
22
Pedro Manuel LUÍS. Curso de Direito Constitucional Angolano. 1ª. Ed. Qualifica editora. Outubro.
2014, p. 168
23
Vicente PAULO. ob. Cit., p. 103
24
Bacelar GOUVEIA. Direito Constitucional de Angola. Instituto do Direito de Língua Portuguesa.
Lisboa/Luanda. 2014, p. 301
19
próprio Estado, intitulada por status civitatis – se apresenta como o fundamento do
complexo das pretensões estatais no interesse individual”25.
Outra grande distinção que também não se pode olvidar, aqui paira sobre o
entendimento de direitos e garantias, que muitas vezes tem sido confundida na tentativa
de guiar acabam por nublar o pensamento. A doutrina, no entanto, diferência os direitos
fundamentais de garantias fundamentais, que noutros termos é chamada de remédios
Constitucionais.
Como visto nos escritos de Vicente, “as garantias fundamentais são colocadas ou
estabelecidas pelo texto constitucional como manto de proteção de direitos
fundamentais”26. Elas também representam disposições assecuratórias27. São normas
instrumentais para garantir os direitos declarados. Destarte, a título de exemplo tem-se a
inviolabilidade do direito à vida (art. 30º28/31º29., CRA), correspondente à garantia de
vedação à pena de morte (art. 59.º, CRA)30. Outrossim, pode se verificar em outros
também, como o direito de circulação ou à locomoção (n.º 2, do art. 46.º, da CRA)31.
20
Carecterísticas dos Direitos Fundamentais
2013, p. 02
34
José Tarcizio de Almeida MELO. ob. Cit., p. 24.
21
como da pessoa humana, assim como, os direitos inerentes a personalidade, como se
percebe o direito à vida, à dignidade, à liberdade.
Estes que vistos no plano geral são aqueles atinentes à primeira dimensão de
direitos, e também são conhecidos pelo brocardo latino non facere, representando a
liberdade negativa. Contudo, visto como uma garantia ao cidadão e um óbice para
ingerência do Estado.
Pela relevância que denota seu tom na Constituição, e, pelo seu destacamento, dá
a entender que o interprete não pode descurar de seu alcamçe e sua dimensão axiológica
que esta recebe; embora os direitos fundamentais existam de per si, eles ganham maior
claridade excepcionalmente na figura da dignidade da pessoa humana.
Dessarte, J.J. Gomes Canotilho apresenta que, estes direitos cunhados como
fundamentais estão sob o manto de proteção, o que revela que qualquer tentativa de
explicar a realidade premente deve pautar-se por observar que “as normas
consagradoras de direitos fundamentais protegem determinados “bens” ou “domínios
35
Bacelar GOUVEIA. ob. Cit., p. 299
22
existenciais”. “Elencando-os ordenadamente como sendo: a vida, o domicílio, a religião,
a criação artística”36.
23
no Título II, Capítulo III, no seu art.º 77.º,42 toda a matéria inerente à saúde, tal como
discriminámos na parte introdutória do nosso trabalho. Na verdade, a actual CRA, em
matéria de saúde, constitui um conjunto de normas aplicáveis às actividades cujo
objectivo é restaurar e proteger a saúde humana.
Ao direito à saúde está subjacente o direito à vida. Gomes Cnotilho diz que “o
direito à vida significa não apenas direitos a viver, no sentido do direito do dispor de
condições de substência mínima e o direito a exigir das entidades estatais a adopção de
medidas impeditivas de agessão deste direito por parte de terceiros”45.
42
“1) O Estado promove e garante as medidas necessárias para assegurar a todos o direito à assistência
médica e sanitária, bem como o direito à assistência na infância, na maternidade, na invalidez, na
deficiência, na velhice e em qualquer situação de incapacidade para o trabalho, nos termos da lei.2) Para
garantir o direito à assistência médica e sanitária incumbe ao Estado: a) desenvolver e assegurar a
funcionalidade de um serviço de saúde em todo o território nacional; b) regular a produção, distribuição,
comércio e o uso dos produtos químicos, biológicos, farmacêuticos e outros meios de tratamento e
diagnóstico; c) incentivar o desenvolvimento do ensino médico-cirúrgico e da investigação médica e de
saúde. 3) A iniciativa particular e cooperativa nos domínios da saúde, previdência e segurança social é
fiscalizada pelo Estado e exerce-se nas condições previstas por lei.”
43
João VALERIANO, ob. Cit., p. 108.
44
Cristina QUEIROZ, Direitos Fundamentais…, p. 25.
45
J.J. Gomes CANOTILHO, Direito Constitucional…, p. 378
24
Sinceramente, ao direito à saúde está a génese do dever fundamental do Estado defender
e promover a saúde, conforme preceituado na alínea f) do art.º 21.º 46da CRA.
Assim sendo, a proteção pelo Estado desse direito fundamental deve ser
prioridade em qualquer sociedade e este deve ser também compreendido, interpretado e
aplicado como norma jurídica vinculativa e não como trecho ostentatório ao jeito das
grandes declarações de direitos47.
Angola consagrou esse princípio fundamental, no seu art. 1º, 49 como um dos
princípios fundamentais, pois não se pode falar em dignidade se não houver condições
mínimas de garantia da saúde do indivíduo. Aqui Jorge Bacelar Gouveia sentencia que
“o princípio da dignidade da pessoa humana, como relevante manifestação material do
princípio do Estado de Direito, significa, de um modo geral, que a pessoa é colocada
como o fim supremo do Estado e do Direito”50.
46
“f) promover políticas que permitam tornar universais e gratuitos os cuidados primários de saúde.”
47
João VALERIANO, ob. Cit., p. 109.
48
Idem, p. 110
49
“Angola é uma República soberana e independente, baseada na dignidade da pessoa humana e na
vontade do povo angolano, que tem como objectivo fundamental a construção de uma sociedade livre,
justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social.”
50
Jorge Bacelar GOUVEIA, Manual de Direito Constitucional, Volume II, Almedina, Coimbra, 2005, p.
785.
51
António ARNAUT, ob. Cit., p. 70.
52
“d) promover o bem-estar, a solidariedade social e a elevação da qualidade de vida do povo angolano,
designadamente dos grupos populacionais mais desfavorecidos.”
25
indirecta, se estará a promover a saúde, qualidade essencial para se alcançar o bem
individual e colectivo. É sabido que o bem mais importante que o ser humano tem é a
saúde física e mental. Bens estes constitucionalmente tutelados no art. 31º nº 1, da CRA.
No mundo moderno, promover o bem de todos implica oferecer condições para o pleno
desenvolvimento humano, e a saúde é a condição primeira e primária para se alcançar
este pleno desenvolvimento humano. Falando do desenvolvimento humano, este pode
ficar comprometido pra sempre na história do indivíduo, se não lhe for garantido o
direito à saúde desde a gestação até aos primeiros anos de vida 53. Gomes Canotilho e
Vital Moreira afirmam que “não exite apenas um direito à proteção da saúde, mas
também um dever de todos promover e defender a saúde (n.º 1, 2.ª parte)”54.
João Valeriano afirma que, “o dever do Estado para com a vida de cada pessoa,
conceito integral de vida abarca um status positivo do Estado Social, ou seja, ao tempo
em que ao Estado não é permitido invadir a esfera individual, cabe a este criar os
mecanismos jurídicos e materiais para sua preservação e sobrevivência. Assim, pode-se
afirmar que a ratio do direito à saúde é tutelar o direito à vida, à integridade física e
moral, bem como o respeito pelo princípio da dignidade da pessoa humana 55. Continuo
dizendo que, “no campo da positivação do direito à saúde, a pretensão é a de se
constituir uma norma programática definidora de tarefas e fins do Estado, e ser um
direito público subjectivo, cujos indivíduos, beneficiários da norma, teriam o direito de
exigir as prestações perante o Estado. No mundo de hoje, a saúde é um direito humano
fundamental, aliás fundamentalíssimo, tão fundamental que, mesmo em países nos quais
não se prevê expressamente na Constituição, chegou a haver um reconhecimento da
saúde como direito fundamental não escrito56.
53
João VALERIANO, ob. Cit., p. 111.
54
J.J. Gomes CANOTILHO e Vital MOREIRA, ob. Cit., p. 826.
55
João VALERIANO, ob. Cit., p. 112.
56
Idem, p. 114
57
Ibdem, p. 114.
26
No campo da prestação de cuidados de saúde, e de acordo com o art.º 77.º da
CRA, refere-se que todos os cidadãos têm o direito à proteção da saúde e o dever de a
proteger e salvaguardar. Este direito pode ser alcançado, nomeadamente, através de um
Serviço Nacional de Saúde universal e em princípi gratuito, de acordo com as
possibilidades económicas e as condições sociais dos cidadãos58.
n.º 1/89), alterou-se o art.º 64.º n.º 2, alínea “a” da Constituição (PORTUGAL, 1976),
58
Idem, p. 115.
59
Pedro Walicoski CARVALHO. A saúde como direito do cidadão e dever do estado: consolidação pela
via judicial. 2013. 125 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Ciência Jurídica, Universidade do Vale do
Itajaí – Univali, Itajaí, 2013, p. 9.
60
Idem, p. 10.
27
Assim, este mesmo artigo prevê que a proteção da saúde é um dever não
somente do Estado, mas também da sociedade, de maneira geral, além do fato de ser
também um direito conferido a todos os cidadãos 61. Ademais, deve-se ressaltar que a
programa do Sistema Nacional de Saúde, mas também existem outras políticas públicas
elabordas pelo Estado a fim de permitir uma maior e melhor garantia deste direito junto
à sociedade62, conforme é evidenciado pelo n.º 2, alínea a) uma vez que neste
dispositivo há uma série de deveres elencados pelo legislador, aos quais o Estado
português.
promoverem uma proteção à saúde que possa ser, na maior medida possível, eficiente e
como eixo principal, o Sistema Nacional de Saúde (INS), uma vez que este é o
pública em Portugal. Além disso, também foi demonstrado que este programa possui,
61
Sofia GRISÓSTOMO, O artigo 64.º da Constituição da Repíblica Portuguesa: saúde. Sociologia,
Problemas e Práticas, Lisboa, Portugal, número especial, 2016, p. 33.
62
Idem, p. 34.
28
pela Lei Constitucional n.º 1 – PORTUGAL, 1989), com isso, dependendo da demanda
a ser pleiteada pelo indivíduo, far-se-à determinado despendimento financeiro por este
Pelo exposto, pode-se inferir que o sistema de saúde português possui certa
participação do capital privado em seu orçamento, sendo tal aporte dividido nos
denominados seguros de saúde. Observa-se também que o Estado não é o único agente
responsável por garantir a prestação da saúde junto à população, pois possui como gasto
é organizado por regiões de saúde que, por sua vez, se subdividem em sub-regiões,
integrados por áreas de saúde, de acordo com o art. 3º (PORTUGAL, 1993), atendendo,
abarcando desde o usuário do sistema, até os represntantes dos órgãos directivos que
63
MINISTRO DA SAÚDE. SNS “é um dos mais eficientes da Europa”. República Portuguesa XXI
Governo Constitucional.
64
Jorge MIRANDA. A originalidade e as principais caracteríticas da Constituição portuguesa.
Cuestnnoes Constitucionales, México, n.º 16, jun. 2007, p.253-280.
29
O Brasil sofreu tardiamente os efeitos referentes aos direitos sociais trazidos
pelo pós-guerra. Como Dallan assinalou, “no Brasil a incorporação constitucional dos
direitos sociais foi sobremaneira lenta”65 .
30
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação" (art. 196) (grifei), e
organizadas em um sistema integral e descentralizado denominado Sistema Único de
Saúde — SUS (art. 198). Incorporou conceitos, princípios e uma nova lógica de
organização da saúde, a saber70:
70
Márcia F. WESTPHAL, Eurivaldo S. ALMEIDA, ob. Cit. p. 31 .
31
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do
disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições
de bem-estar físico, mental e social.
Esse dispositivo torna claro que, para garantir o direito à saúde, é preciso realizar
um enorme espectro de políticas públicas, que vão desde a implementação dos serviços
de saúde propriamente dita, até a realização de ações relacionadas ao lazer da
população.
32
o dever de identificar esses fatos sociais e ambientais, e ao governo o de formular
políticas públicas condizentes com a melhoria do modo de vida da população (art. 5º,
Lei nº 8080/90). 73
33
§ 1.º A legislação do trabalho observará os seguintes preceitos, além de outros
que melhorem as condições do trabalhador: (...) h) assistência medica e sanitária ao
trabalhador e à gestante, assegurado a este descanso antes e depois do parto, sem
prejuízo do salário e do emprego, e instituição de previdência, mediante contribuição
igual da União, do empregador e do empregado, a favor da velhice, da invalidez, da
maternidade e nos casos de acidentes de trabalho ou de morte; ”
76
Art. 137. A legislação do trabalho observará, além de outros, os seguintes preceitos: (...) l) assistência
medica e higiénica ao trabalhador e á gestante, assegurado a esta, sem prejuízo do salário, um período
de repouso antes e depois do parto; Art. 16. Compete privativamente á União o poder de legislar sobre
as seguintes matérias: (...) XXVII - normas fundamentais da defesa e proteção da saúde, especialmente
da saúde da criança.
77
Os direitos Fundamentais são classificados em gerações, sendo os da primeira geração
correspondentes aos direitos clássicos civis e políticos; os direitos sociais, económicos e culturais
correspondem a segunda geração; os de fraternidade e solidariedade em que se inclui à paz, meio
ambiente, património, etc correspondem a terceira geração e por último os da quarta geração que se
referem a institucionalização do Estado Social e compreende o direito à democracia, à informação e ao
pluralismo.
34
Moçambique é considerado como um dos países mais pobres e menos
desenvolvidos do mundo,78 com uma população estimada de 28.943.604 habitantes (em
setembro de 2016).
78
Segundo dados divulgados em 2010, no período de 2008/2009, de 21,5 milhões de pessoas em
Moçambique, 55% da população vivem abaixo da linha de pobreza com cerca de meio dólar americano
por dia. Vide Ministério de Planificação e Desenvolvimento (MPD), Direcção Nacional de Estudos e
Análises de Politicas, (2010) Terceira Avaliação Nacional sobre Pobreza e Bem-Estar em Moçambique,
p. xiii; MISAU (2013) Plano Estratégico da Sector da Saúde 2014-2019, Ministério da Saúde (PDC), p.
12.
79
Art. 116 nº1 da CRM 2004 e art. 1 da Lei2/77, de 19 de Janeiro referente ao Lei do Sistema Nacional de
Saúde (SNS), que estabelece que são gratuitas as acções sanitárias de carácter profiláctico [sem no
entanto indicar na lei as situações que se enquadram nesse carácter], no art. 2 determina que “todo o
cidadão tem direito à assistência médica e medicamentosa gratuita quando em regime de internamento” e
no art.º 6 fixa que a gratuidade no tratamento ambulatório é estabelecida para os medicamentos
considerados básicos. Vide art.º 1 nº1 & nº2 da Lei 4/87, de 19 de Janeiro, que trouxe algumas alterações
a Lei do Sistema Nacional de Saúde, em particular ao seu art.º 1
80
Art.º 49 da CRM.
81
CDESC Comentário Geral Nº. 14 Paragrafo 33.
82
Esta obrigação pode ser cumprida através de medidas legislativas e monitoria dos serviços de saúde
em caso de terceirização ou privatização dos serviços de saúde.
35
de saúde, providenciando por exemplo um número suficiente de unidades hospitalares e
centros de saúde, em particular para as zonas rurais que mais necessitam.
83
CDESC Comentário Geral Nº. 14 Parágrafo 37.
84
São princípios elaborados em 1986 pela Comissão Internacional de Juristas que ilustram as
obrigações dos Estados relacionados com os direitos económicos, sociais e culturais resultantes do
PIDESC.
85
CDESC Comentário Geral Nº. 14 paragrafo 43, alínea a), d) e c).
86
Vide Capitulo V, Direitos e Deveres Económicos, Sociais e Culturais; Vide Relatório de Moçambique
(2016) no âmbito do Mecanismo de Revisão Periódica Universal (MRPU) no período de 2011 a 2016 p.3.
36
em sentido diverso ou contra os demais instrumentos, acaba indirectamente por ficar
abrangido pelos padrões, princípios e quadro normativo daquele organismo no que
concerne aos direitos humanos, uma vez que funciona de forma integrada com as suas
várias agências e com a OMS em particular, do qual o país é membro. A ONU fixou em
2003 um entendimento comum sobre a abordagem baseada nos direitos humanos, 87 com
vista ao desenvolvimento e um conjunto de ferramentas que constituem a base do
direito à saúde que gira em torno de 4 critérios: o da disponibilidade, acessibilidade,
aceitabilidade e qualidade (DAAQ).
87
Reafirmada pelo Secretário Geral da ONU em 2008, através da Policy Decision 2008/18 que
recomendou a OMS e a as Agencias da ONU que trabalham na área da saúde para continuarem a reforçar
a sua capacidade para integrar a abordagem baseada nos direitos humanos e advogar para os direitos
humanos relacionados com a saúde.
88
CDESC Comentário Geral número 14 paragrafo 12, alínea a).
89
Relatório de Moçambique no âmbito do MRPU (2016), p. 9.
37
grupos mais empobrecidos. O acesso às instalações e serviços de saúde são em princípio
gratuitos em Moçambique.90
38
1.1.8. Direito à saúde na Constituição da Guiné-Bissau
Depois do golpe militar de 1980, o regime militar perdurou até 1984, ano em
que uma nova Constituição foi aprovada, tendo o país a um regime civil. A partir desse
momento, teve lugar uma mudança política que criou oportunidades para reformas na
CRGB. Neste sentido, os diferentes setores, em especial a saúde, tornaram-se livres para
o desenvolvimento de uma abordagem própria.
O Sistema Nacional de Saúde (SNS) guineense tem três níveis: local, regional e
central. Na base estão as estruturas de iniciativas comunitárias (Unidades de Saúde de
96
UNIOGBIS (2017). Secção de Direitos Humanos. ACNUDH. 2021.
97
Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (2016), Relativo aos Direitos das
Mulheres em Africa. 2021.
98
UNIOGBIS (2017). Secção de Direitos Humanos. ACNUDH 2021.
39
Base apoiadas pelos agentes de saúde comunitária e parteiras tradicionais) que
constiuem o maior número de estruturas de prestação de cuidados de saúde. Ainda a
nível local, existem os Centros de Saúde cuja nomenclatura A, B e C os distingue
quanto à sua capacidade de intervenção (cuidados mais ou menos complexos como, por
exemplo, a realização de cirurgia nos centros de saúde A). Estes Centros de Saúde
podem ainda ser classificados em rurais e urbanos. Os centros de saúde são geridos
pelas Equipas Técnicas e pelos Comités de Gestão e a sua área de cobertura é estendida
através das equipas movéis da estratégia avançada99.
99
MINSAP (Ministério da Saúde Pública da República da Guiné-Bissau). (2007). Plano Nacional de
Desenvolvimento Sanitário II 2008-2017.
100
Cardoso, MANUEL, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe: Educação e Infraestruturas como factores de
desenvolvimento, Porto, Edições Afrontamento, 2007, p. 221.
101
A primeira república abrange o período do monopartidarismo, entre 1975 e 1991. A segunda
república inicia-se em 1991 e mantem-se até á atualidade.
40
Este programa tinha os seguintes objetivos:
A estabilização macroeconómica;
A realização de reformas estruturais;
A melhoria da gestão do sector público;
A reforma do sistema financeiro;
A proteção aos grupos sociais mais vulneráveis ao impacto do PAE.
41
autodeterminação dos povos e também pelo direito à não discriminação, e a concepção
de um novo projecto de desenvolvimento económico-social.103 104
Estes temas
dominaram os trabalhos da Organização da Unidade Africana, desde 1963 (data da sua
criação, através de uma Carta), que se transformou em União Africana em 2002, até ao
final da década de 70. Em 1978, a ONU, através da sua Comissão de Direitos Humanos
incentiva e apela aquela organização à criação de um comissão regional de direitos
humanos. Em 1979, começava a preparar-se o projeto de Carta Africana de Direitos
Humanos. Os paíse africanos estavam divididos devido às suas concepções políticas de
base.105
A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (CADHP) seria adoptada
em 27/06/1981, em Nairobi, no Quénia, pela Conferência de Chefes de Estado e de
Governo da Organização dos Estados Africanos. Inspirada na DUDH, nos Pactos da
ONU e na CEDH, ela não deixaria de ter peculiaridades, tais como a referência aos
“valores” africanos, à concepção africana do Direito e de direitos humanos, a inovação
dos “deveres”106 a par do reconhecimento de novos direitos. Ratificada por todos os
Estados Membros da União Africana, 53 Estados, preenche uma lacuna em matéria de
proteção de direitos humanos em África.
42
parágrafos 3º e 4º do Preâmbulo). A Carta assume-se assim como a primeira a
reconhecer o direito ao desenvolvimento, como um direito humano e dos povos.
Retornando à Carta Africana, fica ainda por explicar que a autonomização dos
deveres individuais, não apenas em relação ao próximo, mas também em função da
comunidade, na linha da tradição africana (artigos 27.º a 29.º), constitui uma ruptura
com a concepção ocidental dos direitos do homem. A cláusula geral de limitação (artigo
27.º/2),109 incluída no capítulo dos deveres, aplica-se genericamente a todos os direitos,
deixando ao Estado uma larguíssima margem de apreciação, pois será sempre possível
encontrar um fim legítimo e justificativo, da sua ingerência nos direitos e liberdades do
indivíduo. Deste modo, os direitos e liberdades exercem-se no respeito dos direitos de
outrem, da segurança colectiva, da moral e do interesse comum. A CADHP não previu
uma cláusula de reservas (ou de derrogação de certos direitos), o que pode ser visto de
dois prismas, o do reforço da proteção dos direitos, que serão todos inderrogáveis,
mesmo em casos excepcionais, ou simplesmente, admitir-se a sua imperfeição técnica,
não obstante estarem já os Estados em causa, sujeitos ao regime das reservas previsto na
Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados.110
43
assistência médica aos doentes. Relativamente ao número primeiro a Carta “quase que
se afasta do mundo jurídico para estabelecer uma proclamação destituída de qualquer
grau de vinculatividade.”111 Quanto ao número segundo, parece que a Carta contêm um
dever segundo o qual o Estado deve prover meios de promoção e proteção da saúde da
população. Nesse caso, estamos diante da vertente social, logo, prestacional do direito à
saúde, dependente da interpositio legislatoris.112
Keba Mbayé, artífice da Carta africana entende que esse dever imposto aos
Estados dificilmente será respeitado. Esperar que um Estado africano em
desenvolvimento, que não detém recursos sequer para fornecer as suas atividades mais
essenciais e elementares, vê-se na impossibilidade de poder implementar e levar a cabo
políticas sociais, especialmente no que toca à saúde, que como sabemos é um sector
muito delicado para a realidade africana.113 Fatsah Ouguergouz assevera que o respeito
por este preceito depende dos meios materiais que os Estados africanos, na sua maioria
não dispõe114, reiterando que de facto, esta disposição tem um caráter mais programático
que executório.
44
O reforço do papel da Comissão de Direitos Humanos e dos Povos, só estaria
completo com um sistema jurisdicional de controlo, o que sucederia com a criação do
Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos. Nascido através de um
protocolo adicional à CADHP, também apelidada de Carta de Banjul, foi adoptado em
1998, e está a vigorar desde 2003, uma vez alcançadas as 15 ratificações necessárias.
O Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, tem competência para
conhecer de todos os processos e diferendos que lhe forem submetidos e que digam
respeito à interpretação e aplicação da CADHP e do seu protocolo, e ainda, de qualquer
instrumento internacional relativo a direitos humanos “pertinente”, que tenha sido
ratificado pelos Estados em causa.116 A doutrina diverge quanto à expressão “qualquer
instrumento pertinente”, sendo para alguns a competência deste Tribunal, extensiva a
todas as Convenções Internacionais de Direitos Humanos de que os Estados sejam
parte, enquanto que para outros, aquela expressão indicia uma limitação de competência
do Tribunal às Convenções que lhe atribuírem expressa e inequivocamente jurisdição.117
45
passar pela Comissão). Neste caso, o Tribunal pode conhecer o litígio ou transmiti-lo à
Comissão.118
A filosofia Kantiana mostra que o homem, como ser racional, existe como fim
em si, e não simplesmente como meio, enquanto os seres, desprovidos de razão, têm um
valor relativo e condicionado, o de meios, eis por que se lhes chamam coisas; 122 “ao
118
Diez DE VELASCO, Instituciones de Derecho Internacional Público, 17.ª Edición, Tecnos, Madrid,
2007, pp. 704-707.
119
Vide as críticas e apontamentos de Keba Mbaye, Les Droits de l´Homme en Afrique, 2.ª Ed., Paris,
Pedone, 2002.
120
Emmanuel KANT, Fondements de la Métaphysique des Moeur, Traduzido por Victor Delbos, Librairie
Philosophique J. Vrin, París, 1992. Pp. 112-113.
121
José Afonso da SILVA, “A Dignidade da Pessoa Humana Como Valor Supremo da Democacia”, s.d p.
91.
122
Emmanuel KANT, ob. Cit., p. 104.
46
contrário, os seres racionais são chamados de pessoas, porque sua natureza já os designa
como fim em si, ou seja, como algo que não pode ser empregado simplesmente como
meio e que, por conseguinte, limita na mesma proporção o nosso arbítrio, por ser um
objecto de respeito”.123 E assim se revela como um um valor absoluto, porque a
natureza racional existe como fim em si mesma.
Disso decorre que os “seres racionais estão submetidos à lei segundo a qual cada
um deles jamais se trate a si mesmo ou aos outros simplesmente como meio, mas
sempre e simultaneamente como fins em si”.125 Isso porque, “o homem não é uma coisa,
não é, por consequência, um objecto que possa ser tratado simplesmente como meio,
mas deve em todas as suas acções ser sempre considerado como um fim em si”. 126 Isso,
em suma, quer dizer que só o ser humano, o ser racional, é pessoa.
123
Ibidem.
124
Idem. p. 105.
125
Idem. p. 111.
126
Emmanuel KANT, ob. Cit., p.106.
127
Idem. Claudete Carvalho CANEZIN e José Sebastião de OLIVEIRA, “Da Responsabilidade Civil da
Dignidade da pessoa humana na sociedade conjugal”, Revita Jurídica Cesumar – Mestrado 7º Volume
(Jan/Jun 2007), pp. 149-179.
47
derivada de uma razão ético-jurídica contra a crueldade e as atrocidades praticadas pelos
próprios humanos, uns contra os outros, em sua trajetória histórica. O facto de o
princípio da dignidade da pessoa representar uma conquista do homem torna-se ainda
mais preciosa e mais merecedora de proteção do que se tivesse sido outorgada por uma
razão divina ou natural.128
Paulo Bonavides certifica que, quando hoje, a par dos progressos hermenêuticos
do direito e de sua ciência argumentativa, estamos a falar, em sede de positividade,
acerca da unidade da Constituição, o princípio que urge referir na ordem espiritual e
matéria dos valores é o princípio da dignidade da pessoa humana.129
128
Idem. Wanderson Lago VAZ e Layton REIS, “Dignidade da pessoa humana”. Revita Jurídica Cesumar
– Mestrado 7º Volume (Jan/Jun 2007), pp. 181-196.
129
Idem. Paulo BONAVIDES, Teoria Constitucional da democracia participativa: por um Direito
Constitucional de luta e resistência, por uma nova hermenêutica, por uma repolitização da legitimidade,
Almedina, Voimbra, 2001. p. 234.
130
Idem. L. A. R. NUNES, O princípio da dignidade da pessoa humana: doutrina e jurisprudência,
AAFDL, Lisboa, 2002. 45.
131
Idem. p. 46.
48
CAPÍTULO II – IMPLICAÇÕES JURÍDICAS DA MATERIALIZAÇÃO DO
DIREITO À SAÚDE NA PROVÍNCIA DE LUANDA
2. Aspectos gerais
49
Neste sentido, o Estado é responsável e tem a obrigação de garantir saúde e as
condições que tornam a vida de todos sustentáveis, garantindo assim o bem-estar dos
cidadãos como membros partícipes para o exercício pleno da sua cidadania. Ainda
pode-se constatar que o direito à saúde encontra respaldo legal na Lei de Base do
Sistema Nacional de Saúde nos seus artigos 1.º e 2.º.132
Uma vez, que o Estado queira ver-nos bem, por essa razão estatuiu na CRA no
paragráfo único do art. 30.º133 o respeito e a proteção do bem vida, pertencente a pessoa
humana e que este direito é inviolável a todo custo.
O direito à saúde visa tutelar o bem da vida. Assim, o cidadão tem o direito
subjectivo a prestações existenciais mínimas que lhe garantam a manutenção da vida,
sendo um dever do Estado garantir a efectividade deste direito.135
O problema do nosso trabalho assenta sobre este grande direito, pese embora por
sua razão o nosso Estado tem evidado esforços para que o direito à saúde seja igual e
acessível para todos, o certo é que este direito não se tem materializado em sua
plenitude visto que a desigualdade económica ainda é um factor que constitui obstáculo
da materialização do direito à saúde pelas razões que abaixo apresentaremos e, ligados a
ela, estão outros impedimentos como é o caso da distância geográfica, humanização, a
morosidade no atendimento dos pacientes nos hospitais estatais e obstáculos
sócioeducacionais. Assim, não fugindo da ordem, começaremos por falar da
desigualdade económica por entendermos ser o principal factor, para, posteriormente
falarmos dos outros.
132
1. “O Estado promove e garante o acesso de todos os cidadãos aos cuidados de saúde nos limites dos
recursos humanos, técnicos e financeiros disponíveis; 2. A promoção e a defesa da saúde são efetuadas
através de atividades do Estado e de outros agentes públicos ou privados, podendo as organizações da
sociedade civil se associar àquela atividade; 3.Os cuidados de saúde são prestados por serviços e
estabecimentos do Estado ou com fins lucrativos; 4. A protecção da saúde constitui um direito dos
indivíduos e da comunidade, que se efetiva pela responsabilidade conjunta dos cidadãos da sociedade e
do Estado em liberdade de procurar e de prestação de cuidados nos termos da presente lei”.
133
“O Estado respeita e protege a vida da pessoa humana, que é inviolável”.
134
João VALERIANO, ob. Cit., p. 147.
135
Idem. p. 144.
50
2.1. A desigualdade económica
136
Idem. Art. 30.º da CRA
137
Idem. Art. 77.º nº 1 da CRA
138
Pode-se afirmar que há pobreza quando famílias vivem com renda familiar per capita inferior ao nível
mínimo necessário para que possam satisfazer suas necessidades básicas para se adquar ao grupo social
em que vivem.
51
suficientes para atenderem a todos os cidadãos, beneficiando apenas os que já bem
sucedidos são, pese embora não é no seu todo mas tem sido uma margem preocupante.
Com tudo isso, a preocupação do Estado angolano para com os cidadãos (pobres
e ricos) no que diz respeito a implicação económica da materialização do direito à saúde
é visível, mas este é um longo processo que, para ser completamente eliminado tem-se
muito por trabalhar, pois a pobreza ainda continua a ser um grande problema para à
saúde em Angola, pelas seguintes razões que nos apresenta o Professor Boa Ventura de
Sousa Santos140:
139
Art. 21.º al. f) da CRA “Constituem tarefas fundamentais do Estado: promover políticas que permitam
tornar universais e gratuitos os cuidados primários de saúde”.
140
Boa Ventura de Sousa SANTOS, Pela Mão de Alice: O Social e o Político na Pós-Modernidade,
Afrontamento, Porto, 1994, apud João António Fernandes PEDROSO, Acesso ao Direito e à Justiça: um
direito…, p. 146.
141
V.g. conclui-se que quanto mais baixo é o estrato social do consumidor, maior é a probabilidade que
desconheça os seus direitos no caso de compra de um produto defeituoso.
52
b) Mesmo reconhecendo o problema como jurídico, como violação de um
direito, é necessário que a pessoa se disponha a interpor a acção. Os dados
mostram que os indivíduos das classes mais baixas hesitam muito mais que
os restantes em recorrer aos tribunais, mesmo quando reconhecem estar
perante um problema jurídico.
Nos referimos ao acesso à justiça que vem previsto no artigo 29º e as remissões
acima citados da CRA, porque pessoas há, que mesmo sabendo que seu direito à saúde
está sendo violado pelo funcionário da saúde ou mesmo segurança, e uma vez que, se o
extrato socioeconómico do cidadão for mais baixo, menos provável é que conheça um
advogado ou que tenha amigos que conheçam advogados, menos provável é que saiba
onde, como e quando constituir o advogado para efetivamente ver o seu direito
protegido e defendido.
Para concluir este ponto os Professores Mauro Cappelletti e Bryant Garth afirmam
que “aqueles que possuem uma melhor condição financeira certamente obterão um
melhor resultado, pois conseguem arcar com custas do processo e constituir bons
advogados para defenderem suas causas”.142
Começaremos por definir a distância que será: intervalo entre dois pontos, dois
lugares, dois objectos, período de tempo que medeia entre dois factos, duas ocasiões ou
épocas…143
53
institucional de saúde, na prática diária, apresenta dificuldades que impedem a
satisfação das necessidades de assistência à saúde da totalidade da população. Um dos
factores que contribuem para essa situação é a inacessibilidade de numerosos grupos da
população aos serviços de saúde.
2.3. Humanização
146
R. R. TEIXEIRA, ob. Cit., Pp. 583-597.
147
Ibidem.
54
princípios universais da saúde, debate-se com problemas que nos remetem a pensar na
politíca Nacional de Humanização à saúde.
É uma questão, cujo fim remete-se aos profissionais da saúde e ao próximo, pois
estamos a falar de uma dialética que nos remete a uma dimensão ética e valorativa dos
humanos que necessitam de um bom tratamento no processo de acesso aos serviços
médicos tendo um servidor público com uma postura de empatia e sobretudo disponível
para servir sem desprimor.
148
LM. MARTIN, A Ética e a humanização hospitalares, o mundo da saúde, 2003, P. 11.
149
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MINSA), Política Nacional de Humanização de Assistência a Saúde,
2009.
55
Para chegarmos a materialização do direito à saúde, terá de se humanizar o
atendimento em saúde, de formas institucionais, bons gestores, mais comprometimento,
profissionais cada vez mais competente, que têm a sensibilidade de gerirem com ética e
profissionalismo o sofrimento do seu próximo, meios técnicos de diagnósticos
terapêuticos funcionais de forma íntegra e integrada, bem como medicamentosos, que
possam acudir as situações de saúde/doença de forma acessível, pontual e isenta de
qualquer valor monetário colocando a assistência dos utentes em primeiro plano e os
técnicos precisam ter melhores condições de trabalho e com ordenados de acordo o
custo de vida que se ajusta ao contexto dos novos tempos, servindo-se assim para a
valorização da sua técnica aplicada a favor dos pacientes.
56
criação de mais hospitais e a formação de mais profissionais da saúde, pois “uma saúde
remediada pode ser Baal Zefom”151
151
“Beco sem saída”
57
CAPÍTULO III – REDAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
58
Vossas Excelências, já alguma vez ouviram lamentações de um (a) utente da
Assistência Médica que tenha sido violado (a) o seu direito à saúde por causa da
sua pobreza?
Deputados: este é um facto comum, mas o que as pessoas também devem saber é
que, nem todas as vezes que se recorre aos hospitais é para termos sucessos do nosso
desejo, vezes há que o direito existe, mas não está alicerçado de acordo com os
preceitos legais, portanto, nem sempre a culpa é do Médico.
3.1.2. Redação da entrevista feita aos membros do Conselho Provincial da Ordem
dos Médicos em Angola
59
CPOMA-Luanda: O direito à saúde está a ser dificultado primeiro pela falta de
divulgação, pois muita gente ainda não sabe quais são as vias normais a seguir para
verem assegurados os seus direitos.
Há casos em que a pessoa está a reivindicar um direito, mas, não sabia se aquela
pessoa já tinha marcado a sua vez e depois foi preparar-se, ao regressar para o seu lugar
os que ali não estiveram dizem que estão a usar influência ou mesmo alegam sendo
corrupção por partes dos profissionais ou mesmo pelos seguranças. São situações que
muitas vezes travam os cidadãos de irem aos hospitais público. Ou a pessoa vai ao
Hospital pedir uma informação fica duas, três horas à espera, às vezes não é por culpa
do funcionário. Estes tipos de situações desencorajam as pessoas de irem aos Hospitais
estatais.
Ilustres advogados, já alguma vez defenderam um (a) utente que viu seu
direito à saúde violado?
60
Paira no seio social a ideia de que “na prática a dedicação do advogado
indicado para representar alguém de baixa renda em juízo não seria a mesma se
tivesse sido pago”. O que têm a dizer ilustres advogados?
Advogados: esta ideia que paira no seio da sociedade é relativa, pois a dedicação
do Advogado não dependee do pagamento ou não dos honorários. Temos ainda a realçar
que a dedicação é questão de consciência, depende de pessoa para pessoa, uma vez que
a meta é ser um Advogado de renome, é necessário muita dedicação para se chegar lá,
independentemente do pagamento ou não dos honorários.
Como advogados que sois, temos aplena certeza que seus familiares têm
passado em mesmas situações que a população tem passado, atinente a assistência
médica nos hospitais públicos, como tendes reagido em tais cituações?
Advogados: esta é uma pergunta muito pertinente, bem, diante de tais situações
não temos reagido com emoção porque nunca se sabe de concreto se o que o nosso
parente disse é verdade ou não, porque existem vezes que pensamos que os nossos
direitos foram violados, que afinal de conta foi uma prioridade que o profissional da
saúde deu atendendo o grau de gravidade do outro paciente. Ora, caso seja verdade que
o direito foi violado, prosseguiremos à justiça para que tal profissional seja
responsabilizado pelos actos praticados em função de serviço.153
Quadro I
153
Imaginemos, o caso recentemente acontecido no Hospital Geral de Luanda, onde a senhora de 42 anos
faleceu por neglegência médica no passado dia 02 de Dezembro de 2022, ela veio transferida de um
Centro Médico e os colegas ali encontrados não internaram a senhora a tempo deram tantas voltas aos
familiares até que o filho teve que deixar de ser um bom cidadão e fazer confusão, porque clamava pela
vida de sua mãe, foi tão chocante e que mais uma vez mostra-nos a falta de humanização pelos
profissionais daquele Hospital. Neste casos à justiça tem de ser invocados porque o direito à vida foi
violado.
61
Qudro II
Quadro III
Quadro IV
Em Angola a assistência médica é igual, tanto para ricos, quanto para pobres:
62
Relativamente à segunda pergunta os Deputados responderam afirmativamente
que o que está na base da morosidade no atendimento aos pacientes é a falta de
profissionais da saúde, material de uso corrente e exiguidade de salas de atendimento.
Esta resposta corresponde a verdade, pois a escassez destes elementos nos nossos
Hospitais é notória.
Quanto a esta resposta, está visível e claro que não é verdade, se a insuficiência
económica já não impede directamente a materialização do direito à saúde, é porque
indirectamente impede. Pense-se, por exemplo, em A que, sendo pobre e do Zango 5
mil queira aceder aos serviços de “Holter”154 terá de se deslocar de sua casa até ao
Hospital Maria Pia, esta deslocação envolve valores monetários, e a receita que lhe será
dada os fármacos nunca tem na farmácia do Hospital, nesse sentido terá de comprá-los.
E não nos esqueçamos que este êxame não é gratuito. Ao não conseguir pagar pelo
êxame em virtude da sua carência económica não estaria o direito à saúde a ser
impedido a A?
154
“Dispositivo portátil que faz a monitorização da actividade cardíaca por um período prolongado,
geralmente 24 horas. ou seja, é o êxame realizado pelo dispositivo portátil”.
63
profissional indicado para prestar a devida assistência. Acrescentaram os Deputados que
tal facto é comum quando se viole o direito, mas é preciso saber que, nem todas as
vezes que se recorre aos Hospitais é para termos sucesso do nosso desejo e nem sempre
a culpa é do Médico. Concorda-se.
64
No que toca à entrevista feita aos advogados, na primeira pergunta responderam
afirmativamente que já defenderam muitas vezes pessoas que se beneficiam da
assistência médica.
Na segunda pergunta, sobre a ideia que paira no seio social, segundo a qual “na
prática a dedicação do advogado indicado para representar um pobre em juízo não seria
a mesma se tivesse sido pago” responderam que esta ideia é relativa, pois a dedicação
do advogado não depende do pagamento ou não dos honorários, para acrescentar
disseram que a dedicação é questão de consciência, depende de pessoa para pessoa, uma
vez que a meta é ser um advogado de renome, é necessário muita dedicação para se
chegar lá, independentemente do pagamento ou não dos honorários.
Na segunda pergunta 23.21% dos questionados disseram que o factor que impede
ou dificulta o direito à saúde em Luanda é a pobreza, afirmaram que é a falta de 31.39%
informação, 11.6% advogam que é a morosidade no atendimento, 8.1% disseram que é
a distância geográfica, 10.4% responderam que é a borocracia no atendimento e 4.6%
disseram que são factores sociais.
65
CONCLUSÕES
66
internamentos; que apesar de já haver melhoria relacionando aos tempos passados,
ainda assim, o que se faz para o aumento da cultura jurídica nos cidadãos é ainda
insignificante, há necessidade de se fazer maior divulgação das leis, dos direitos dos
cidadãos, das vias para aceder ao direito e à saúde; que a falta de um salário digno por
parte do Estado disencentiva a entrega do profissional no caso.
Recomendações
Que se criem mais hospitais em locais que não tenha, para se eliminar a barreira
da distância geográfica e da morosidade no atendimento dos utentes, se assim for, as
tarefas dos médicos, enfermeiros e dos demais profissionais da saúde ficam reduzidas,
trazendo ainda alegria enorme para todos os munícipes que já não poderão se deslocar
em hospitais distantes de suas localidades, reduzindo assim os custos com os
transportes; que se melhore o atendimento nos hospitais públicos para uma maior
satisfação de qualquer utente que venha precisar destes serviços.
67
indivíduo se sentir mais a vontade e confiante para lutar por seus direitos e identificar o
escopo das acções possíveis em determinados casos.
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Legislações utilizadas
73
Índice
DEDICATÓRIA………………………………………………………………………..2
AGRADECIMENTO………………………………………………………………..…3
SIGLAS E ABREVIATURAS…………………………………………………………5
RESUMO………………………………………………………………………………..6
ABSTRACT…………………………………………………………………………….7
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………...9
2. Aspectos gerais…………………………………………………………………..50
2.1. A desigualdade
económica……………………………………………………....51
2.2. A distância
geográfica…………………………………………………………...54
2.3. Humanização…………………………………………………………………….55
2.4. A morosidade no atendimento aos pacientes nos hospitais
estatais…………...57
2.5. Obstáculos sócioeducacionais…………………………………………………..57
CONCLUSÕES………………………………………………………………………..67
RECOMENDAÇÕES……………………………………..…………………………..68
BIBLIOGRAFIA……………………………………………………………………...69